PAINEL
GURUPI COMICS – ESTÓRIAS DE GURUPI
João Paulo de Oliveira Maciel
Graduando do Curso de Licenciatura em Artes Cênicas – IFTO
Prof. Pablo Marquinho Pessoa Pinheiro (Orientador)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – Campus Gurupi
Resumo
O Núcleo de Quadrinhos Gurupi Comics, é um projeto de pesquisa e extensão que atende a comunidade
geral, estudantes e servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins, com
o objetivo de fomentar a produção, pesquisa e debate sobre as Histórias em Quadrinhos (HQ) e os seus
recursos pedagógicos, atuando de forma interdisciplinar nas diferentes áreas do conhecimento. O projeto
também tem como proposta resgatar desenhistas, arte finalistas e roteiristas de Histórias em Quadrinhos
tocantinenses, muitos deles marginalizados ou fora da sua área de atuação por faltas de oportunidades. O
projeto se divide em duas linhas de atuação, pesquisa e extensão. A Pesquisa concentrou maior parte das
atividades do projeto, inicialmente com resgate de artistas locais, em seguida com levantamento
bibliográfico sobre a história de Gurupi e entrevistas com os cidadãos mais velhos da cidade. A atividades
de extensa acontecem com as oficinas de HQ no IFTO – Campus Gurupi, onde os participantes
aprimoram os desenhos, perspectiva, construção de personagens e arte final.
PALAVRAS CHAVES: Histórias em quadrinhos; Pesquisa; Extensão.
1. Introdução
O ato de contar histórias é inerente ao ser humano, desde os períodos primitivos
o homem se utiliza de seqüencias de imagens para ilustrar suas narrativas, como nas
pinturas das cavernas, as colunas de Trajano, a Tapeçaria de Bayeux e o Livro dos
Mortos, os egípcios utilizavam as figuras como forma de escrita, os hieróglifos. Com o
tempo as imagens foram divididas em quadros para facilitar o entendimento da narrativa
e textos foram inseridos, aumentando a complexidade das histórias, dando origem as
Histórias em Quadrinhos.
No entanto, as Historias em Quadrinhos só foram inseridas no mundo das artes
na segunda metade do século XX, quando “uma grande variedade de movimentos – arte
pop, arte conceitual, performance, instalações, arte ambiental, etc. – intensificaram
abertamente a resistência às polaridades do sistema das belas artes buscando manter e
até mesmo aprofundar a relação entre arte e vida” (MARTINS, 2006, p. 68)
Não demorou muito para que os professores também percebessem as
possibilidades que as Histórias em Quadrinhos proporcionavam para o ensino e
aprendizado, e logo elas alcançaram os espaços pedagógicos. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCNs indicam as Histórias em Quadrinhos como atividade
prática nas aulas de Artes Visuais e frequentemente atuam de forma interdisciplinar nas
diferentes áreas do conhecimento, atuando principalmente nas aulas de interpretação de
textos e literatura. Outro ponto que mostra o valor estético e pedagógico das Histórias
em Quadrinhos são as crescentes aquisições de HQs pelo governo para comporem os
acervos de bibliotecas escolares e comunitárias.
Nesse contexto, que alia educação e arte, entende-se que o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – Campus Gurupi, vem frequentemente
atuando na formação profissional e cada vez mais intervindo como agente cultural em
processos de criação, produção, pesquisa e difusão da cultura local. Onde o Núcleo de
Quadrinhos Gurupi Comics é um projeto que está abrindo novos espaços de descobertas
de talentos e interferindo beneficamente na situação sociocultural em que está inserido.
2. Gurupi Comics
A idéia de um projeto com a temática voltada para histórias em quadrinhos
surgiu no inicio do segundo semestre de 2011, a partir de conversas com outros
estudantes do Curso de Licenciatura em Artes Cênicas com habilidades e carreiras
voltadas para as Artes Visuais, esses estudantes buscavam no Curso em Artes Cênicas
uma linguagem que se aproximasse do seu dia a dia enquanto artista plástico, já que em
Gurupi não existe cursos superiores em artes visuais ou plásticas.
Inicialmente o núcleo de quadrinhos teve a proposta de reunir fãs de HQ,
roteiristas e desenhistas, para trocar experiências e confraternizar revistinhas antigas. O
contato com os professores nos fez perceber o quanto as histórias em quadrinhos podem
auxiliar um debate pedagógico, cultural e social.
O núcleo de quadrinhos virou o Projeto Gurupi Comics, com a proposta de
fomentar a pesquisa, produção e debate sobre as histórias em quadrinhos e seus recursos
artísticos e pedagógicos, podendo também exercer uma importante função social. Tendo
em vista que muitas produções de HQs acontecem de forma artesanal, com distribuição
marginalizada e sem respaldo comercial, o que levam os artistas a abandonarem suas
produções por não conseguirem apoio técnico para impressão e distribuição de suas
seus trabalhos. Em Gurupi, muitos produtores se utilizavam dessas publicações
amadoras conhecidas como fanzines como única forma de expor seus trabalhos. Sobre
isso Magalhães diz.
Publicações amadoras produzidas por fãs e dirigida a fãs de expressões artísticas, os
fanzines surgiram nos Estados Unidos na década de 1930 com os autores de ficção
científica. Esse tipo de revista artesanal ou semiprofissional representava a única
possibilidade para os jovens autores veicularem seus trabalhos, que se tratavam de um
gênero ainda considerado como subliteratura. (MAGALHÃES, 2009. p.102)
Dentro dessa perspectiva o projeto propõe, também, o resgate de desenhistas,
arte finalistas e roteiristas de histórias em quadrinhos tocantinenses, alem de
proporcionar espaços para descoberta de novos talentos, pois entende-se que os
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia atuam frequentemente como
agentes culturais em processos de criação e difusão artística, interferindo beneficamente
na situação sociocultural em que estão inseridos.
Núcleo de Quadrinhos Gurupi Comics – Acervo do Grupo
O Núcleo de Quadrinhos Gurupi Comics dividiu suas atividades em duas linhas
de atuação, pesquisa e extensão. Devido à crescente procura de jovens estudantes em
participar do grupo com curiosidades sobre a confecção de histórias em quadrinhos,
técnicas de desenho e arte finalização, e o grande numero de HQ, cartum e charges
publicadas em jornais antigos ou fanzines.
3. Pesquisa
A primeira etapa da pesquisa concentrou a maior parte das atividades
desenvolvidas pelo projeto. Inicialmente com resgate dos artistas locais, nos quais a
maioria fez parte da efervescência cultural de Gurupi. Em seguida partimos para
levantamento bibliográfico sobre a história de Gurupi e entrevistas com os cidadãos
mais velhos da cidade.
A próxima etapa da pesquisa prevê a catalogação do fanzines produzidos em
Gurupi, tento em vista a importância artística desse tipo de publicação. Como defende
Magalhães.
A importância dos fanzines se configura não só pela difusão e renovação dos quadrinhos no
Brasil, mas também por contribuírem para a formação do público e criação de um es paço
essencial de discussão e avaliação dos quadrinhos como expressão artística.
(MAGALHÃES, 2009. p.112)
4. Atividades de extensão
As atividades de extensão acontecem com as oficinas de História em Quadrinhos
no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – Campus Gurupi,
tendo como publico alvo os estudantes e servidores do IFTO, estudantes do ensino
fundamental e médio de escolas publicas e particulares. Com o objetivo de aprimorar os
desenhos, perspectiva, construção de personagens e arte final.
5. Resultados
A primeira publicação do Projeto Gurupi Comics teve como tema a “história,
mitos, causos e lendas da cidade Gurupi”, o resultado foi um livreto com a História em
Quadrinhos “Um José qualquer”, produzidas por artista nascidos ou residentes em
Gurupi. A estória narra a saga de José, um dos primeiros colonizadores de Gurupi,
mostrando as dificuldades do isolamento, como os perigos naturais, fome e solidão.
HQ – Um José qualquer. p. 3
6. Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Adaptações Curriculares / Estratégias para a Educação de Alunos com
Necessidades Educacionais Especiais. Brasília, 1999.
MAGALHÃES, Henrique. Fanzine: comunicação popular e resistência cultural.
In: Visualidades: Revista do Programa de Mestrado em Cultura Visual, Faculdade de
Artes Visuais, UFG. – V. 7, n.1 e 2 (2009) – Goiânia-GO: UFG, FAV, 2009.
MARTINS, Raimundo. Porque e como falamos da cultura visual? In:
Visualidades: Revista do Programa de Mestrado em Cultura Visual, Faculdade de Artes
Visuais, UFG. V. 4. 2006.
PINHEIRO. P e RIBEIRO. D. Um José qualquer: Revista do Núcleo de
Quadrinhos Gurupi Comics, IFTO. 2011
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