Paróquia da Arquidiocese de Salvador será a PRIMEIRA DO
MUNDO dedicada ao Papa João Paulo II
Decreto será assinado pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo
Krieger, no dia 27 de abril – mesma data da canonização do pontífice
No próximo domingo, dia 27 de abril, a Igreja celebrará a Canonização dos papas João
Paulo II e João XXIII. A cerimônia, conduzida pelo Papa Francisco, acontecerá no
Vaticano e será acompanhada por milhares de peregrinos. Em Salvador, na Paróquia
Nossa Senhora dos Alagados, os fiéis acompanharão a canonização de modo especial, já
que o Papa João Paulo II passou pelo local no ano de 1980. Além disso, a paróquia
ganhará o pontífice como co-padroeiro, e passará a se chamar Paróquia Nossa Senhora
dos Alagados e São João Paulo II. O decreto será assinado pelo Arcebispo de Salvador e
Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj.
As homenagens ao novo padroeiro terão início no dia 26, às 19h, quando os devotos
participam de uma vigília, na Comunidade Matriz (Rua Luiz Régis Pacheco, 1618,
Uruguai). No dia 27, a partir das 5h, todos estarão reunidos com Dom Murilo para
acompanhar a cerimônia de canonização. Em seguida haverá café da manhã
comunitário. Às 8h terá início a Missa Solene, celebrada por Dom Murilo. Na ocasião,
a paróquia passará a ser a primeira do mundo dedicada ao Papa João Paulo II. A
Igreja permanecerá aberta durante todo o dia.
O legado - De fato, a passagem de João Paulo II pela capital baiana deixou frutos. À
frente da Igreja Católica entre os anos de 1978 e 2005, o pontífice esteve em Salvador
por duas vezes. A primeira, no ano de 1980, aconteceu após o Papa ter manifestado o
desejo ao então Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cardeal Dom Avelar Brandão
Vilela, que escolheu o bairro dos Alagados. “Foi um impacto forte que a vinda do Papa
João Paulo II causou. Um impacto de amor à Igreja. O Papa marcou e marca, ainda, o
bairro. Há um laço particular porque ele fala aos corações”, afirma o pároco de Nossa
Senhora dos Alagados, padre Etienne Kern.
Um ano antes de visitar o Brasil, João Paulo II pediu que a Beata Madre Teresa de
Calcutá visitasse o bairro dos Alagados. Na ocasião, ela se encontrou com a BemAventurada Dulce dos Pobres, que já desenvolvia trabalhos junto às famílias que viviam
na região, e fundou a creche das Missionárias da Caridade no mesmo local onde seria
construída a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Alagados.
De fato, a vinda do Papa João Paulo II à Salvador trouxe esperança para as pessoas que
moravam no bairro. Para acolher o Pontífice, que estava a quase dois anos no
pontificado e iniciava as suas viagens peregrinas pelo mundo, a prefeitura construiu a
Igreja, asfaltou a avenida principal e aterrou ruas.
Cidade abençoada - No dia 7 de julho de 1980 aconteceu a tão esperada visita. “Foi
um dia abençoado. Eu vim debaixo de chuva, de lama e fiquei perto dele. Eu fui
agraciada. Me disseram „o Papa está aí‟, eu larguei tudo em casa e vim correndo. Eu
tenho orgulho de dizer que eu faço parte da Paróquia Nossa Senhora dos Alagados, a
única do Brasil que foi visitada pelo Papa João Paulo II”, conta emocionada Maria
Elísia dos Santos, voluntária da creche paroquial que atende crianças e adolescentes
moradores dos Alagados. O local é uma referência para a paz.
A primeira visita do Papa João Paulo II também marcou a vida do padre José Carlos da
Silva, pároco de Nossa Senhora de Guadalupe e vice-presidente da Ação Social
Arquidiocesana (ASA). Na época seminarista, José Carlos soube que o Papa iria
ordenar sacerdotes no dia 2 de julho [dias antes de chegar a Salvador], no Estádio do
Maracanã. “Na véspera da minha ordenação diaconal, durante uma conversa com Dom
Avelar, perguntei a ele se era verdade que o Papa ia ordenar alguns padres no Rio de
Janeiro. Havia mais dois seminaristas que seriam ordenados diáconos junto comigo. Ele
perguntou se a gente queria ser ordenado pelo Papa e então fez um bilhete para o padre
reitor do Seminário, dizendo que seríamos ordenados no Rio de Janeiro”, rememora. Ele
lembra que Dom Avelar afirmou que ser ordenado pelo Papa João Paulo II não era um
privilégio, mas uma grande responsabilidade.
Uma nova esperança - Desde a primeira vez em que esteve no Brasil, João Paulo II
chamou atenção para o extermínio de crianças e jovens. Durante a segunda visita a
Salvador – em outubro de 1991 -, o pontífice doou o dinheiro que havia recebido por
ocasião do Prêmio Artesão da Paz, na Itália – 180 mil dólares. Por conhecer o trabalho
que estava iniciando no bairro de Mata Escura, o então Arcebispo de Salvador, Dom
Lucas Moreira Neves entregou a quantia ao padre Miguel Ramon, que ampliou os
trabalhos. Nascia, então, a Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e
Calabetão (ACOPAMEC).
“A ACOPAMEC surgiu como uma resposta da comunidade. Ela começou com um
conselho paroquial, que procurava uma resposta ao grito das crianças e mães que
moravam em Mata Escura e no Calabetão. Aqui existiam poucas escolas e creches e o
número de crianças em situação de prostituição era muito grande, assim como de
crianças, adolescentes e jovens envolvidos com armas e drogas. Naquela época muitas
crianças eram mortas. O Papa deu o pontapé inicial ao projeto e continuou
acompanhando”, afirma o padre Miguel Ramon, presidente da ACOPAMEC.
Dentre as ações desenvolvidas na associação estão os cursos de artesanato, auxiliar de
saúde bucal (ASB), elétrica predial, informática, panificação, prótese dentária,
cabeleireiro e culinária. As crianças e adolescentes contam, ainda, com setores de Arte e
Cultura – violão, teatro, dança e iniciação ao artesanato; de casas-lares – abriga cerca de
50 meninas (de 10 a 18 anos); de emprego e renda – encaminha adolescentes e jovens
para o mundo do trabalho; de produção – padaria e confecções, bem como consultório
odontológico. Todos os serviços são gratuitos.
No ano de 1991, o Papa João Paulo II também esteve com a Bem-Aventurada Dulce dos
Pobres. Muito doente, Irmã Dulce recebeu o pontífice no seu leito de enferma,
localizado no Convento Santo Antônio. O Papa já conhecia o trabalho desenvolvido
pela freira baiana desde a sua primeira vinda a Salvador, quando dirigiu palavras de
incentivo e ânimo. Irmã Dulce morreu cinco meses após o segundo encontro com o
pontífice.
CONTATOS:
Paróquia Nossa Senhora dos Alagados – Tel.: (71) 3314-5087 (padre Etienne Kern ou
Hilda Almeida – secretária paroquial).
Associação da Comunidade Paroquial de Mata Escura e Calabetão (ACOPAMEC)
– Tel.: (71) 3306-1817 (padre Miguel Ramon)
Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) – Tel.: (71) 3310-1108
ARQUIDIOCESE DE SALVADOR
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO: (71) 4009-6688
Coordenador: Padre Manoel Filho – Tel.: (71) 9654-4104
Jornalista: Sara Gomes – Tel.: (71) 8689-8054
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