AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU
Pires GS, Dagostin MP, Rosas RF
Acadêmicos do curso de Fisioterapia UNIUS, Docente do curso de Fisioterapia
UNISUL, Curso de Fisioterapia, Universidade do Sul de Santa Catarina,UNISUL,
Tubarão SC
Guilherme Silva Pires,Imbituna SC
Mariana de Pellegrin de Agostin, Morro da Fumaça SC
[email protected], [email protected]
RESUMO
A flexibilidade é indiscutível para qualquer atividade realizado em nosso cotidiano. Com o aumento
da flexibilidade, os exercícios podem ser realizados com maior influência, de modo eficaz e
harmonia em expressá-los, sendo que a flexibilidade é de extrema importância pra o desempenho da
luta, onde a mesma nos quadris e nas pernas permite ao lutador baixar o centro de gravidade para
uma posição defensiva. Essa pesquisa teve como objetivo analisar a flexibilidade dos atletas de jiujítsu em diferentes horários de treinamento com testes de flexibilidade (banco de Wells, teste de Ott
e de Schobber), comparar a mesma em antes e após o treino em cada período. A amostra foi
composta por 15 atletas de jiu-jítsu da Associação Cultural Recreativa Esportiva, da Universidade
do Sul de Santa Catarina, do gênero masculino, que realizaram o treinamento diariamente e sempre
nos mesmos horários, idade entre 15 e 30 anos, dominância destra, índice de massa corporal (IMC)
máximo grau II. Os dados foram analisados pelo teste estatístico de Mann-Whitney e KruskalWallis, que mostrou que não houve diferença estatística na flexibilidade antes e após os treinos.
Palavras–chaves: flexibilidade. esportes (jiu–jítsu). ritmos circadianos.
ABSTRACT
Flexibility is undeniable to any activity carried out in our daily life. With increased flexibility,
exercises can be performed with greater influence, effectively and in harmony to express them, and
that flexibility is extremely important to the performance of the fight, where the same hips and legs
allows the fighter lower the center of gravity to a defensive position. This study aimed to analyze
the flexibility of the athletes in jiu-jítsu in different training schedules with flexibility tests (stock
Wells, test and Schobber, Ott), compared to the same before and after training in each period. The
sample consisted of 15 athletes in jiu-jítsu Associação Cultural Recreação de Esportes of
Universidade of Sul of Santa Catarina, males, who were training every day and always at the same
time, aged between 15 and 30 years, hand dominance, body mass index (BMI) than grade II. The
data were analyzed using the statistical Mann-Whitney and Kruskal-Wallis test, which showed no
statistical difference.
Key – words: flexibility. sports (jiu – jítsu). circadian rhytms.
INTRODUÇÃO
movimento, a habilidade de uma pessoa para
mover uma parte ou partes do corpo numa
O jiu-jítsu é praticado há pelo menos
dois mil anos. É considerado um dos mais
grande amplitude de movimento intencionais
na velocidade requerida. (2)
antigos exercícios físicos do mundo, se
A flexibilidade pode ser considerada
mantendo até os dias atuais. A palavra jiu-
uma das principais variáveis da aptidão física
jítsu tem sido definida de várias formas
relacionada à saúde, podendo ser definida
inclusive
a
como a capacidade de mover uma articulação
“excelente arte secreta”, a “arte da suavidade”
através da amplitude de movimento completa.
ou a “delicada arte”, mas é impossível definir
(3)
como
“quebra-músculos”,
Um dos objetivos no desenvolvimento
em uma ou duas palavras escritas o sentido
da flexibilidade é o conhecimento e o domínio
real de jiu-jítsu. (1)
O jiu-jítsu não pode ser considerado
do corpo. Com isso podemos diferenciar a
como sistema de defesa pessoal. Não perde
flexibilidade em diversos setores, crianças em
para nenhum sistema de cultura física, e tem
idade escolar, pessoas que desejam uma
poucos rivais como meio de adquirir agilidade
atividade física de manutenção, dirigida tanto
de
para
movimento,
perfeito
equilíbrio,
e,
adultos
quanto
sobretudo, não devendo ser desprezado como
desenvolvimento
método para desenvolver a força e a
recuperação de lesões. (4)
musculatura de modo apropriado. Além disso,
A
para
esportivo,
flexibilidade
é
idosos,
prevenção
de
e
extrema
é magnífico esporte, superior a todos os
importância pra o desempenho da luta, onde a
demais pelas qualidades mentais, morais e
mesma nos quadris e nas pernas permite ao
físicas que põe em jogo. (1)
lutador baixar o centro de gravidade para uma
A palavra flexibilidade deriva-se do
posição
defensiva.
Conseqüentemente,
a
latim flectere ou flexibilis, que significa
amplitude de movimento do quadril permitirá
“curvar-se”, ou, “habilidade de ser curvado,
uma melhor técnica defensiva. Esse aumento
flexível”. Na disciplina de ciências da saúde,
em confiança enquanto a posição defensiva
talvez uma das definições mais simples de
permitira que o lutador ataque livremente e
flexibilidade seja a amplitude de movimento
não se torne preocupado pelo medo de
disponível em uma articulação ou grupo de
realizar um erro e acabar no fundo apenas
articulações. Para outros, podemos definir a
para ser definhado. (2)
flexibilidade como a liberdade de movimento,
É no meio da população esportiva que
a capacidade de uma articulação para mover-
o desenvolvimento da flexibilidade torna-se
se com fluidez em sua potência amplitude de
necessária como qualidade complementar do
esporte, ao mesmo tempo ajuda na otimização
e qualquer periodicidade equivalente ao ciclo
dos gestos técnicos. Para isso, são praticados
dia-noite”. (7)
exercícios que melhoram e mantêm a
A
disponibilidade
para
realizar
flexibilidade em geral. (4) Com a avaliação da
atividades em diferentes horários durante o
flexibilidade
há
dia é diferente de pessoa para pessoa, estando
correlações de lesões, dor, recuperação dos
relacionada com o cronotipo de cada uma. O
esportistas.
importância
cronotipo é pessoal, onde demonstra a opção
sabermos esses parâmetros para avaliarmos
de cada indivíduo pela escolha de períodos e
até que grau isso pode afetar nas atividades
horários para sua realização. A matutinidade –
diárias. (5)
vespertinidade
chamada
de
cronotipo
apresenta
divisões:
os
indivíduos
Os
podemos
É
de
perceber
extrema
instrumentos
para
se
medir
a
três
flexibilidade podem contribuir para responder
matutinos, os vespertinos e os indiferentes,
a todas essas duvidas, como também para
ressaltando que podemos encontrar pessoas
definir as implicações das diferenças de
moderadamente
flexibilidade na saúde e na doença. É
moderadamente vespertinas. (7)
matutinas
e
outras
sejam
Há pessoas que percebem que após
fidedignos, válidos e acessíveis para avaliar a
dormir ou em diferentes horários do dia,
flexibilidade das diversas articulações. (6)
possuem uma rigidez maior, mais para isso é
necessário
que
os
instrumentos
A cronobiologia é a ciência que estuda
desempenho temporal da matéria-viva, em
preciso determinar se realmente há uma
diminuição na amplitude de movimento. (2)
todos os seus níveis de organização. Inclui o
Este estudo tem como objetivo geral,
estudo de ritmos biológicos e as mudanças
analisar a flexibilidade dos atletas de jiu-jítsu
associadas ao desenvolvimento. (7)
em diferentes horários de treinamento e com
O termo cronobiologia é recente, tendo
diferentes teste, seus objetivos específicos
surgido na época que marcou a afirmação
são, classificar a flexibilidade em atletas do
desta área do saber como um ramo de
jiu-jítsu ao teste de banco de Wells; identificar
conhecimento científico. A cronobiologia na
a mobilidade do tronco dos atletas de jiu-jítsu
qualidade de disciplina cientifica formalizada
ao teste de Ott e Schobber; comparar a
é novo, o que contrasta com a antiguidade das
flexibilidade dos atletas de jiu-jítsu antes e
primeiras
após o treino em cada horário.
descrições,
essencialmente
fenomenológica, dos ritmos biológicos. (8)
O cronotipo é “o padrão individual de
distribuição de parâmetros circadianos no
nictómero, entendendo-se por nictómero toda
MÉTODO
A amostra foi constituída por 14
Estudo classificado em sua abordagem
como
quantitativo,quanto
ao
nível
atletas.
exploratório e quanto ao procedimento de
Os testes foram demonstrados
aproveitamento, envolvendo atletas de jiu-
pelos pesquisadores. Cada atleta repetiu o
jítsu
Cultural
procedimento demonstrado para que se
Recreativa Esportiva da Universidade do Sul
pudesse perceber o domínio correto de cada
de Santa Catarina, no ano de 2009. Pesquisa
um. Após isso foram realizados três vezes
iniciada após aprovação do Comitê de Ética e
cada teste, sendo que o valor utilizado para
pesquisa da Universidade do Sul de Santa
fins de registro foi o de maior medida entre as
Catarina UNISUL.
três tentativas.
da
Acref-
Associação
Para a realização do estudo foi
Após assinaram o termo foi
necessário que o participante preenche-se os
realizados os testes. Foram realizados durante
seguintes
gênero
5 dias úteis consecutivos de uma semana,
masculino; realizar o treinamento diariamente
antes e após o treino, em ambos os treinos; no
(só será permitida no máximo 3 faltas durante
período vespertino às 1200h e no período
um mês); realizar o treinamento diariamente
noturno às 1930h.
critérios
de
inclusão:
sempre nos mesmos horários (só será
Os testes foram realizados na
permitida alguma flexibilidade nos horários
seguinte ordem: Banco de Wells; Ott e
quando houver no máximo 2 trocas durante
Schobber.
um mês); idade entre 15 e 30 anos; índice de
Os dados foram armazenados em
massa corporal (IMC) máximo grau II (até
planilhas do Microsoft Excel® e o software
30kg/m²); dominância destra, os critérios de
utilizado foi o PAST®. Foram utilizados os
exclusão foram: praticar outro esporte além
testes de Mann-Whitney e de Kruskall-Wallis,
do jiu-jítsu; realizar alongamentos fora do
com significância de 5%.
horário do treino; não conseguir realizar os
procedimentos da pesquisa por qualquer
RESULTADOS
motivo; possuir dor lombar; apresentar lesão
ortopédica em coluna lombar e/ou membros
inferiores; apresentar dor em coluna lombar
Os grupos foram identificados em
Grupo Vespertino e Grupo Noturno.
e/ou membro inferior (de qualquer origem ou
Abaixo serão descritos os dados
forma); fazer uso de anabolizantes; ter
obtidos em relação à flexibilidade dos atletas
realizado cirurgia em coluna lombar e/ou
pesquisados.
membro inferior nos últimos 2 anos.
No quadro 1, estão ilustrados os dados
referentes à idade, peso, altura e índice de
massa corporal (IMC) de cada grupo.
Quadro 1 – Dados medidos à idade (anos), massa corporal (quilos), altura (metros) e índice de massa corporal
(IMC) do Grupo Vespertino.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
Idade
21
25
23
24
25
26
24
Massa corporal
72
75
77
90
74
82
70
Altura
1,76
1,69
1,80
1,85
1,78
1,83
1,67
IMC
23,24
26,25
23,76
26,29
23,35
24,48
25,09
A média de idade dos indivíduos
altura média foi de 1,76m (desvio padrão +/-
do quadro 1 foi 24 anos (desvio padrão +/-
0,06), sendo a altura mínima de 1,67m e a
1,63) sendo a idade mínima 21 anos e a
máxima de 1,85m. Todos os indivíduos
máxima de 26 anos (moda = 25anos). A
tiveram o IMC abaixo de 30.
massa corporal dos indivíduos a média foi de
No quadro 2, serão apresentados dados
77,14 (desvio padrão +/- 6,84) sendo a massa
de idade, peso, altura e índice de massa
mínima de 70kg e o máximo de 90kg. A
corporal (IMC) de cada grupo.
Quadro 2 – Dados medidos à idade (anos), massa corporal (quilos), altura (metros) e índice de massa corporal
(IMC) do Grupo Noturno.
Massa corporal
Atletas
Idade
Altura
IMC
A
B
C
D
E
F
G
30
30
22
28
30
19
30
70
83
85
80
90
86
90
1,75
1,80
1,85
1,77
1,89
1,80
1,82
22,85
25,61
24,83
25,53
25,19
26,54
27,17
A média de idade dos indivíduos
(moda = 90kg). A altura média foi de 1,81m
do quadro 2 foi 27 anos (desvio padrão +/-
(desvio padrão +/- 0,04), sendo a altura
4,58) sendo a idade mínima 19 anos e a
mínima de 1,75m e a máxima de 1,89m
máxima de 30 anos (moda = 30 anos). A
(moda= 1,8). Todos os indivíduos tiveram o
massa corporal dos indivíduos teve média de
IMC abaixo de 30.
83,42kg (desvio padrão +/- 6,92) sendo a
massa mínima de 70kg e o máximo de 90kg
Os dados referentes ao quadro 3
representam os dados referentes aos atletas
que treinam no horário vespertino, que foram
dados referidos são de antes e após os treinos,
submetidos ao teste do Banco de Wells, os
durante o período da coleta.
Quadro 3 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino perante o banco de Wells, no
período da coleta.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
1º dia
29,4 25,1
2,2
3,1
10,1 22,4
28,3 24,1
30,2 25,3
22
17,2
25
29
2º dia
28
24,7
0
0
9,8
9
29
28,1
20,3 29,2
20
29
31
27
3º dia
29,3 27
1,7
0
10
9
28
24
21
18
21
18
28,3 26
4º dia
30
26,3
3,1
0
10,2
8,4
30,2
26
20
17,4
20
17
30
28
5º dia
30,2 28,4
0
0
10
9
30
26,6
20
18
20
18
38
32,2
Realizado o teste de Mann-
Os dados apresentados a seguir no
Whitney com nível de significância de 5%, na
quadro 4, são dados referentes ao teste do
variação de antes e depois do treino do teste
banco de Wells, aplicado nos atletas do Grupo
do banco de Wells verificou-se que não houve
Noturno,
diferença estatística significativa.
aplicações no início e fim dos treinos.
no
período
da
coleta,
tendo
Quadro 4 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno perante o banco de Wells, no
período da coleta.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
0
25,6
17,5
14,2
11,5
17,2
19,9
1º dia
0
23,5
12,5
13,5
16,9
19,1
19,5
2º dia
0
0
35,8 32,3
15,3 13,8
14,1 11,9
16,1 14,6
14,6 12,7
15,8 13,3
3º dia
0
0
32,8 35,3
13,2 10,8
12,4 14,8
14,3
9,7
16,2 14,6
22,9 20,4
4º dia
0
0
25,8 24,5
16,7 14,9
11,3 10,3
16,9 14,7
16,6 14,1
22,2 18,4
0
27,6
14,8
14,7
14,5
16,6
21,3
5º dia
0
27,2
13,3
13,7
12,9
19,8
14,5
Realizado o teste de Mann-
Os dados apresentados no quadro
Whitney, na avaliação do teste do banco de
5 referem – se às medidas obtidas de acordo
Wells, no grupo noturno não houve diferença
com o período de coleta, perante o teste de
significativa entre as medidas, ou seja, não
Ott, realizado pelo Grupo Vespertino.
houve variação de antes e depois do treino
também.
Quadro 5 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino, perante o teste de Ott, no
período de coleta.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
12
10
12
12
12
12
11
1º dia
11,2
12
11
11
10
10
12
2º dia
11,5 12,3
12,3
12
11
12
14
12,2
11
13
11
13
11
11
3º dia
14,5
11
11,2 10,1
10
11
15,2
14
11,7
11
11
11
11
11,2
4º dia
12,5 10,2
10
9
14
14
15
11
12,7
12
12
12
13
11,2
5º dia
14,6
12
11,1
9
11
11
11,2
10
11
11
11
11,1
13
11
Realizado o teste de Mann-
No quadro 6 serão mostrados, os
Whitney, na avaliação do teste de Ott no
dados que foram coletados do Grupo Noturno,
grupo
avaliados com o teste de Ott, no seu período
vespertino,
não
houve
diferença
significativa entre as medidas.
de coleta.
Quadro 6 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno, perante o teste de Ott, no período
de coleta.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
1º dia
11,5
10,2
11,3
12,7
11,3
12,7
10,8
10,3
12,7
12,3
11,7
12,2
11,5
10,2
Realizado
5º dia
12,5
11,2
12,3
11,8
11,7
11,7
9,8
10,9
10,3
10,7
11,7
11,2
11,2
11,4
Whitney, na avaliação do teste de Ott no
as medidas, do teste de Schobber, do Grupo
grupo
diferença
Vespertino, contendo os dias do período da
significativa entre as medidas, ou seja, a
coleta, sendo realizado antes e após os treinos.
houve
de
4º dia
10,8
11,3
10,9
11,6
10,1
11,7
9,9
10,3
10,2
10,8
12,7
10,3
12,4 12,7
No quadro 7, serão apresentadas
não
teste
3º dia
11,1
11,7
11,3
11,2
10,3
10,9
10,7
10,2
10,8
11,1
12,6
12,7
12,6
10,6
Mann-
noturno,
o
2º dia
6,7
5,3
6,3
12,2
9,7
12,6
10,3
8,2
10,5
11,7
17,3
18,5
18,3
17,2
flexibilidade não variou durante o treino no
período da noite.
Quadro 7 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino, perante o teste de Schobber,
no período de coleta.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
14,1
10,1
14,2
12,3
15
15
12,2
1º dia
13
12,5
12
12
13
13
12
2º dia
12,6
13
12,4
12
14,6
12
11
10
13
15
13
15,2
13
13
Realizado o teste de MannWhitney, na avaliação do teste de Schobber no
grupo
vespertino,
houve
3º dia
14
13,1
12
10
14
13,2
16
12
12
11
12
11
13,2
11,2
4º dia
12
11
14,2
12,1
14,2
12
16,3
11
13
12
13
12
13
11,2
5º dia
12,3
11
14,1
12
12,1
13
15
14
14
12
14
12
13
11
flexibilidade o treino no período da tarde
desses atletas e do restante não.
diferença
No quadro 8, estão os dados
significativa entre as medidas dos indivíduos
coletados no período da amostra, as medidas
C e G somente, ou seja, houve variação da
do teste de Schobber, do Grupo Noturno,
tendo sido realizado antes e após o treino.
Quadro 8 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno, perante o teste de Schobber, no
período de coleta.
Atletas
A
B
C
D
E
F
G
12,2
12,9
12,9
14,7
12,8
14,8
14,3
1º dia
12,3
12,1
12,7
13,2
12,7
13,5
12,6
2º dia
13,7 12,7
13,7 13,9
13,7 12,2
13,7 12,3
14,3 13,8
10,8 11,1
10,4 10,1
3º dia
13,5 11,4
11,7 12,7
11,7 11,5
12,5 12,1
12,2 12,8
14,3 12,2
14,4 10,5
4º dia
12,3 12,2
13,1 11,3
12,3 12,3
13,2 12,7
13,5 10,9
13,9 12,5
15,3 10,8
5º dia
11,9 11,4
12,2 11,9
12,5 12,8
13,5 13,3
12,7 13,8
13,3 13,5
13,8 14,5
Realizado o teste de Mann-
estatística, ou seja, com 95% de certeza que
Whitney, na avaliação do teste de Schobber no
se pode dizer que não houve variação também
grupo
diferença
ao longo da semana antes dos treinos e depois
significativa entre as medidas, ou seja, a
dos treinos (em nenhum dos três testes de
flexibilidade não variou durante o treino no
flexibilidade).
noturno,
não
houve
período da noite.
Realizado o teste de Kruskal-
DISCUSSÃO
Wallis (α = 0,05) para verificar se houve
diferença entre as médias das medidas da
Segundo
Valdiavia
(2008),
entre
flexibilidade nas avaliações e reavaliações em
outros fatores que afetam a flexibilidade é a
cada dia verificou-se que não houve diferença
hora do dia. Os atletas que participaram da
coleta treinavam no período vespertino às
horário de pico possam ocorrer, variando a
12:00h, e no período noturno, às 19:30h pois
ocorrência do seu pico máximo entre 12:00h e
realizavam outras atividades durante o dia.(9)
as 24:00 horas. Gifford (1987) observou em
Dos testes realizados obtiveram
seu estudo uma variação circadiana da flexão
diferença antes e após o treino apenas dois
e da extensão da flexão e da extensão lombar,
atletas do grupo vespertino no teste de
e também
Schobber. Alter (1999) descreve algumas
amplitudes de significância dentro das 24
pesquisas que a maior flexibilidade encontra-
horas diárias. Voss e Bailey (1997) descrevem
se no período matutino, entre as 8h e 12h.(2)
que técnicas de alongamento não diminuem a
Para N.Rahnama (2009), observou
em seu estudo que o pior pico de desempenho
da flexão
de tronco,
com
variabilidade circadiana da flexibilidade.(13,
14, 15)
atlético foi pelo período da manhã. É sabido
Reilly et al (1996) descrevem em
que indivíduos respondem diferentes para a
seus estudos dois picos, um final da manhã e
hora do dia, sendo assim foram realizados
outro ao fim da tarde e início da noite. O
treinos em diferentes horas do dia. (10)
desempenho apresentou um declínio entre
Segundo N.Rahnana (2009) os
autores Atinson e Reilly (1996), observaram
esses horários do dia, havendo uma queda do
desempenho após o almoço.(25)
que as maiorias dos componentes de um
Nesse estudo só foi mensurado às
desempenho esportivo variam de acordo com
12:00h e 19:30 e não podemos dizer que a
a hora do dia e pico próxima ao início da
flexibilidade mudaria no período citado,
noite. Em artigos realizados por Reilly et al
contudo,
2003 realizados com atletas de futebol,
importando o horário do treino não houve
informaram
variação da flexibilidade antes e após o
que
dentre
vários
testes
realizados destacam-se o de banco de Wells,
pode-se
verificar
que
não
mesmo.
as habilidades esportivas foram melhores a
Pesquisa realizada por Hill e
noite, relatando que algumas habilidades
Smith (1991), destaca por meio de um teste,
foram afetadas pela hora do dia. Nesse estudo
onde mediram a capacidade e potência
as medidas do testes de banco de Wells, não
anaeróbica em 4 horários diferentes do dia,
tiveram diferença antes e após o treino.(10,
em que o pico de potência foi relatado sendo
11, 12)
no maior período da noite.(15)
a
Esse estudo demonstrou que em
uma
todos os testes realizados, não houve variação
determinada ritmicidade circadiana, embora
da flexibilidade antes e após cada treino e
grandes diferenças individuais em relação ao
nem durante o decorrer da semana.
Segundo
flexibilidade
Minate
articular,
(2006)
apresenta
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pesquisas sobre a avaliação da
Deixa-se aqui a sugestão de se realizar
flexibilidade em atletas de jiu-jítsu são muito
estudos mais precisos sobre a flexibilidade em
pouco documentadas, não foi encontrado
atletas de jiu-jítsu, e sua variação em relação à
qualquer tipo de pesquisa que possuísse esse
hora do dia.
tema. A flexibilidade é muito clara na
literatura, suas atribuições abrangem as áreas,
esportiva,
ortopédica,
porém
REFERÊNCIAS
pesquisas
associando a flexibilidade em atletas de jiujítsu são escassas.
1 Fuki L. Jiu-jitsu sem mestre. Rio de Janeiro:
Tecnoprint; 1985.
Com a análise estatística dos
dados obtidos verificou-se que não houve
diferença significativa, ou seja, pode-se dizer
com 95% de certeza que não houve variação
da flexibilidade ao longo dos treinos e
também ao longo da semana antes e após os
treinos (em nenhum dos três testes de
2 Alter MJ. Ciência da flexibilidade: uma
visão moderna da flexibilidade e do
alongamento. Porto Alegre: Artmed; 1999.
3 Schmidt RF. A mobilização neural dos
membros superiores e a sua influência na
flexibilidade global. [monografia]. Tubarão:
flexibilidade).
Verificando os resultados que se
obteve nesta pesquisa que a flexibilidade do
grupo do horário de treino vespertino
Universidade do Sul de Santa Catarina; 2005.
4 Riestra AI;Flix JT. 1.004 exercícios de
flexibilidade. Porto Alegre: Artmed; 2003.
(12:00h), e do grupo noturno (22:00h), não
obtiveram uma resposta positiva, ou seja, não
houve diferença de flexibilidade em todos os
itens analisados.
Esta pesquisa buscou comprovar a
diferença na flexibilidade antes e após os
treinos de jiu-jítsu, independentemente do
resultado obtido, foi de extrema satisfação e
imenso aprendizado a construção desse
trabalho.
5 Barra BS, Araújo WB. O efeito do método
pilates no ganho da flexibilidade.
[monografia]. Linhares: Faculdade de
Ciências Aplicadas Sagrado Coração; 2007.
6 Achour JRA.. Flexibilidade e alongamento:
saúde e bem estar. Barueri: Manole; 2004.
7 Fillipi CGM. Influência do cronotipo da
flexibilidade e na mobilização neural
[trabalho de conclusão de curso]. Tubarão:
Universidade do Sul de Santa Catarina; 2007.
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13 Minatti A, Santana MG, Mello MT. A
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5
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AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU