ID: 58197680
04-03-2015 | Imobiliário
Tiragem: 34477
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 13,40 x 24,01 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
A Caixa - nosso banco de
bandeira - baixa “spreads”
na compra de casa
Luís Lima
S
e a par de uma companhia aérea de bandeira
– no nosso caso a TAP
Air Portugal – alguns países possam gabar-se de
ter uma instituição financeira, ou
seja, um banco, de bandeira, então o nosso banco de bandeira é a
Caixa, a Caixa Geral de Depósitos
(CGD) que recentemente foi ao
mercado colocar mil milhões de
euros em obrigações hipotecárias
com uma taxa reduzida, operação
que lhe permitirá ter ofertas de financiamento mais atrativas.
Como na altura deste financiamento disse o administrador financeiro da Caixa Geral de Depósitos,
Dr. João Nuno Palma, a aposta na
Economia, que esta situação permite, virar-se-á para as empresas,
nomeadamente para as PMEs e para as empresas exportadoras mas
também no apoio ao crédito hipotecário com “”spreads” mais baixos
nos empréstimos para a compra de
casa.
Revendo em baixa as taxas cobradas nos empréstimos para a compra
de casa própria, a caixa reduziu em
75 pontos base o “spread” mínimo,
colocando-o em 1,75% , a mais baixa
taxa do mercado e a primeira, após
a crise desencadeada em 2008, a
baixar dos 2%. Sem dúvida uma
belíssima notícia para o mercado
imobiliário português.
Os “spreads” têm vindo a descer desde o inicio de 2014. Não será previsível que voltem a atingir
mínimos históricos do género dos
0,3% como chegou a acontecer antes da crise, mas a barreira dos 2%
ultrapassada com os 1,75% decididos pela Caixa é um marco para a
Economia. Isto graças à operação
histórica da Caixa que conseguiu
financiar-se a juros há muito não
obtidos quer pela Caixa quer por
qualquer outro banco em Portugal.
O crédito para aquisição de casa
própria volta a estar disponível em
algumas instituições bancárias, a
juros competitivos e equilibrados,
com este justíssimo destaque para
a Caixa que ousa baixar o mínimo
para 1,75%, confirmando-se as palavras do Dr João Nuno Palma na
hora de comentar o sucesso da colocação de mil milhões de euros em
obrigações hipotecárias.
Julgando não cometer nenhuma
inconfidência, lembro, hoje aqui,
que fui apresentado ao Dr João
Nuno Palma na cidade do Maputo,
em Moçambique, por um amigo comum que generosamente se referiu
a mim como alguém que intransigentemente defendia o valor dos
ativos imobiliários contra tentativas de desvalorização forçada dos
mesmos então tentadoras.
Sendo verdade que sempre defendi tal valor, retribui, com justiça
o elogio, reconhecendo que a Caixa
Geral de Depósitos – a instituição
bancária de bandeira de Portugal –
soube resistir a tais tentações numa
resistência que resultou na defesa
da riqueza de muitas famílias portuguesas, nomeadamente de todas
aquelas que adquiriram casa própria e conseguiram mantê-las durante a crise.
Esta visão do longo curso contribuiu também para que a Caixa
tenha entrado em 2015 como o
banco que aponta, em Portugal,
o caminho numa maior aposta na
Economia, como o prova esta descida histórica dos “spreads” em
empréstimos à habitação, decisão
que também é o reconhecimento
do papel do imobiliário da recuperação do país. Isto é ser um banco
de bandeira.
Presidente da CIMLOP
Confederação da Construção e
do Imobiliário de Língua Oficial
Portuguesa
[email protected]
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