O PIBID E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
FRANCISCO, Alda Maria Silva
Centro Universitário São Camilo Espírito Santo
JÚNIOR, Paulo Aristo Faccin
Centro Universitário São Camilo Espírito Santo
BARROSO, Poliana
EEEFM "Liceu Muniz Feire"
DIAS, Maicon Codesso
EEEFM "Prof. Francisco Coelho Ávila Júnior"
RESUMO
O processo ensino e aprendizagem da Matemática na Educação Básica exige
profissionais com fazer pedagógico voltado para a realidade do aluno trabalhando o
raciocínio lógico, leitura, escrita, interpretação e resolução de problemas de forma a
contribuir para uma verdadeira cidadania. Acreditando nisso resolvemos nos unir e
abraçar o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e
desenvolvermos com acadêmicos bolsistas, práticas pedagógicas inovadoras para
sanar as fragilidades pedagógicas das escolas, dentre elas o baixo índice do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), com tomadas de decisões, ações
práticas, intervenções, visando também contribuir na eficácia da formação dos futuros
professores e melhoria da prática pedagógica dos professores regentes de forma que
eles possam articular a teoria com a prática. A matemática deve primar por uma
aprendizagem significativa com compreensão e apreensão do significado. Este projeto
oportunizou 30 acadêmicos da Licenciatura de Matemática atuarem em Escolas
públicas reunindo-se quinzenalmente na instituição para avaliação processual e
retomada dos trabalhos, atuarem diretamente com alunos da Educação Básica com
observação, intervenção pedagógica e n execução das atividades de acordo com as
necessidades dos mesmos. Percebeu-se os acadêmicos contribuíram para a construção
dos conceitos matemáticos dos alunos promovendo uma aprendizagem gradual, em
diferentes níveis, fazendo a relação entre a Matemática.
Palavras chaves: Matemática; Formação de Professor; Prática Pedagógica
INTRODUÇÃO
A educação é um fenômeno existente em qualquer sociedade, pois é essencial na vida
do individuo tanto para o convívio, adequação como também para o desenvolvimento
deste em uma carreira profissional. Porém, na atualidade, há muito desinteresse por
parte das pessoas em adquiri-la. Sendo assim, os educadores encontram muita
dificuldade, porque não é fácil ensinar, e, é ainda pior quando não há vontade e
interesse em aprender.
Ela está presente em todos os lugares, acredita-se que ela não possa ser feita de maneira
individual, mas sim em grupos e devemos respeitar as limitações de cada um, portanto,
não podemos considerar somente a educação feita no âmbito escolar, pois ela vai muito
além disso. Brandão afirma que:
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um
modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para
aprender, para ensinar, para aprender – e - ensinar. Para saber, para fazer,
para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.
(BRANDÃO, 1981, p.111).
Atualmente, o profissional da educação, principalmente aquele que assume o papel de
docente, tem se desvalorizado, sendo essa desvalorização percebida pelo discente que
notando a falta de prestigio, de valor e de respeito, sente que não vale a pena seguir a
carreira docente.
Como podemos observar, profissão docente já esteve melhor e esta piorando ao longo
dos anos e, quem pode mudar este quadro são os próprios educadores com suas
experiências e os novos que querem fazer a diferença, pois estes devem perceber onde
está o problema maior na aprendizagem matemática e estudar alguma forma de
solucioná-lo.
Por outro lado a matemática é vista por muitos com um “bicho de sete cabeças”.
Podemos perceber a dificuldade em aprendê-la, podemos observar que a matemática,
apesar de todas as suas aplicações práticas, é ensinada, com um grande grau de
complexidade teórica, quando deveria ser voltada para a prática, pois quando a
aprendizagem acontece baseada na realidade do aluno, facilita a sua compreensão. É
preocupante porque é uma disciplina que interage com todas as matérias mostrando sua
importância no processo educacional.
O processo de ensino e aprendizagem da Matemática necessita de profissionais com
fazer pedagógico voltado para a realidade do aluno visando o desenvolvimento do
raciocínio lógico, leitura, escrita, interpretação, e resolução de problemas de forma
contextualizada contribuindo para uma verdadeira cidadania.
Assim, atuar no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) tem sido uma experiência enriquecedora, pois o profissional da educação deve
ter em sua formação um campo de pesquisa abrangente, onde possa buscar ferramentas
que transforme suas aulas a fim de atrair seus alunos, para que os mesmos construam
seu conhecimento matemático.
Com isso, os pensamentos e as idéias não se constroem sozinhas, é preciso que haja
uma interação do aluno com o professor, como um trabalho coletivo e com diálogo.
Acredito no “bom professor” como acredito no “bom amigo”, amigo “dos
bons”. O professor pode fazer muito pelo aluno, não só no ensino, não só na
transmissão da matéria, usando todos os meios que conhece, mas também na
ajuda pessoal, no diálogo, na compreensão, no afeto, no amor por que afinal,
o aluno é gente e precisa de tudo isso. (RANGEL, 2004, p.19).
Desta maneira, este trabalho é fruto das experiências vividas no PIBID que tem
contribuído para uma formação qualificada, oportunizando o profissional conhecer o
meio escolar em que está inserido, observando, analisando e discutindo quais são os
pontos positivos e negativos que tanto auxiliam e interferem no processo ensino e
aprendizagem de Matemática dos alunos do Ensino Fundamental.
Nesta perspectiva, o PIBID tem um papel fundamental, porque é através dele que
estamos aprendendo o dia-a-dia de uma escola, além de descobrir quais são as maiores
dificuldades, tendo a oportunidade de intervir em alguns problemas vivenciados em sala
de aula.
Durante o processo de aprendizagem, é importante que o aluno perceba a Matemática
como um instrumento facilitador da leitura da realidade, no que diz respeito à
informação, à comunicação, à resolução de situações problema e, ainda que ela
contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico e outras capacidades
importantes.
2. Objetivo:
Pesquisar, estudar e discutir sobre o PIBID e a prática pedagógica do professor de
matemática de forma a promover a articulação entre teoria e prática.
3. Metodologia:
Este trabalho é fruto de ações desenvolvidas pelos acadêmicos bolsistas do Curso de
Matemática do Centro Universitário São Camilo- Espírito Santo que iniciou com
observações em salas de aulas interlocuções com os professores regentes, elaboração e
execução de projetos de intervenções, estudos, discussões, pesquisas bibliográficas,
encontros, reuniões, confecção e aplicações de jogos matemáticos.
4. A prática docente através do PIBID
O PIBID proporciona aos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática
uma experiência significativa de campo, de pesquisa e ao mesmo tempo enriquecedora
pois através dos projetos que são desenvolvidos na escola, os acadêmicos têm um
contato direto com o meio escolar, principalmente com a sala de aula, e foi através
deste contato que os acadêmicos bolsistas puderam construir uma troca de
conhecimento entre professores e os acadêmicos, podendo diagnosticar os eventuais
problemas que podem retardar o processo de ensino e aprendizagem além de adquirir
maior experiência.
Nesta perspectiva, realizaram observações em salas de aulas interlocuções com os
professores regentes, elaboração e execução de projetos de intervenções, estudos,
discussões, pesquisas bibliográficas, encontros, reuniões periódicas na instituição com a
Coordenação de Área, bem como confecção e aplicações de jogos matemáticos,
oportunizando realizar atividades inovadoras que contribuíram para a construção do
conhecimento dos estudantes da escola pública.
Quer dizer, como já dissemos anteriormente com outras palavras, o
sentido da Matemática deve ser um constante equilíbrio entre a
Matemática formativa e a Matemática informativa. A primeira, mais
estável, e a segunda, muito variável segundo o tempo, o lugar e a
finalidade perseguida pelos alunos. É preciso formar, porém, ao
mesmo tempo, informar das coisas úteis adequadas às necessidades de
cada dia e de cada profissão. Por outro lado, cada aspecto informativo
tem um substrato formativo, de maneira que a regra pode ser 'formar
informando' ou 'informar formando. (SANTALÓ, 1996: 15)
O PIBID trouxe uma grande oportunidade para os licenciandos, pois a realidade em
que nos encontramos necessita de mudanças no processo de formação docente que vão
além da inserção de novos conteúdos, reorganização de carga horária, adoção de novos
conceitos e ações, de acordo com o que é vivenciado nas escolas,. além de estarem
aptos a enfrentarem desafios após a formação.
Além disso, oportunizou trabalhar diretamente com um público que apresentam
dificuldades na aprendizagem, explorando e trazendo diferentes maneiras de
intervenção, como atividades que visava auxiliar no desenvolvimento do raciocínio
lógico, despertando o interesse e a vontade em aprender, além de confrontar ideias com
os docentes regentes de sala, onde cada um expõe o que é mais interessante
significativo neste processo.
5- Referencial Teórico
e
Atualmente o ensino e aprendizagem de Matemática busca profissionais com fazer
pedagógico voltado para a realidade do aluno desenvolvendo o raciocínio lógico,
leitura, interpretação e resolução de problemas de forma a contribuir para a cidadania.
Assim, atuar no PIBID oportuniza os acadêmicos o aperfeiçoamento dos seus saberes e
fazeres docentes, além da valorização da formação de professores, incentivando-os e
buscando elevar a qualidade da formação nos Cursos de Licenciatura. de Matemática.
Neste programa, os acadêmicos bolsistas são direcionados às escolas públicas com o
intuito de dialogar com o professor regente aprendendo e ao mesmo tempo ensinando,
pois há troca de experiências, vivências e olhares diferenciados.
Assim, eles iniciaram observando tudo que acontece no cotidiano da escola, interagindo
com o professor regente, sob a orientação dos Professores Supervisores das escola e dos
Coordenadores da Área de Matemática da instituição, visando o desenvolvimento de
várias ações pedagógicas dentre elas: acompanhamento ao professor regente,
observando o seu fazer pedagógico e como lidar com os alunos no dia a dia da sala de
aula; atuando com atividades de intervenções aos alunos em grupos e de forma
individual, isto é, de acordo com a necessidade, articulando teoria e prática.
À primeira vista a relação teoria e prática é bastante simples. A prática seria a
educação em todos os seus relacionamentos práticos e a teoria seria a ciência
da Educação. A teoria investigaria a prática sobre a retroage mediante
conhecimentos adquiridos. A prática por sua vez, seria o ponto de partida do
conhecimento, a base da teoria e, por efeito desta, torna-se prática orientada
conscientemente. (PIMENTA, 2006, p. 99)
Tudo isso possibilitou os acadêmicos bolsistas e professores de enxergarem as
potencialidades e fragilidades ou até mesmo, os possíveis erros na educação de hoje,
para não praticá-los amanhã, sendo influenciados positivamente na sua futura carreira
docente.
6. Resultados:
A inserção dos acadêmicos de Matemática na área escolar foi feita de maneira direta,
onde já começaram a ter os primeiros contatos. Primeiramente foi realizado reuniões e
encontros para estudos, prosseguindo, foi feito um reconhecimento de toda área escolar,
para depois partir para a fase de observação, diagnosticando assim algumas das
dificuldades no processo ensino e aprendizagem da Matemática e as possíveis soluções;
o que resultou na elaboração de um Projeto de Ação pedagógica para intervir nos
problemas.
As propostas de intervenção para melhoria no processo ensino e aprendizagem
de Matemática não foram organizadas de uma só maneira, mas de acordo com as
necessidades dos alunos baseando-se no seu cotidiano sem perder a dimensão do
conteúdo matemático.
No trabalho escolar é importante que o professor seja capaz de envolver os
alunos em um leque de situações didáticas adequadas, isto é, situações que se
colocam como problema e que, de algum modo, desafiam seus saberes
anteriores, conduzindo a reflexão sobre novos significados e novos domínios
de uso desses saberes. (MOREIRA, 2005, p. 56).
A partir disso, os acadêmicos bolsistas realizaram as práticas dos conteúdos
matemáticos que os alunos apresentaram dificuldades nas aulas dos professores
regentes utilizando diversos recursos didático-pedagógicos que forneciam informação
de uma forma descontraída, lúdica e participativa, contribuindo no processo de
construção do conhecimento matemático e no desenvolvimento do raciocínio lógico.
Nota-se que é preciso zelar para que todas as forças convergentes possam ser somadas
para ampliar cada vez mais as atuais condições das práticas formadoras, aproximando
o trabalho docente na instituição de ensino e nas escolas públicas.
Este trabalho encontra-se em andamento. Vale destacar que os maiores problemas
enfrentados são aqueles voltados a questão da indisciplina dos alunos e a inexperiência
dos acadêmicos com a sala de aula.
Percebeu-se também a importância de aprender a conviver com todos da escola e a
aquisição de maturidade para enfrentar os desafios,pois ser professor de Matemática,
assim como em qualquer outra área do conhecimento, é estar em contínuo aprendizado,
estudando e buscando sempre pelas vivências articuladas entre ensino, pesquisa e
extensão.
7. Considerações Finais
A docência é uma profissão que exige dos que dela fazem parte uma verdadeira
construção de conhecimentos para que se consiga a articulação teoria e prática,
portanto, atuar no PIBID vem nos dar condições de vivenciar ações inovadoras e
enriquecedoras, oportunizando relacionar acadêmicos bolsistas e professor regente de
Matemática em seu fazer docente.
Tudo isso foi e tem sido um espaço de construção coletiva de conhecimento sobre o
processo ensino e aprendizagem e também de formação de professores de matemática,
preparando os acadêmicos para as funções de organizador, facilitador, mediador,
incentivador e avaliador no processo, através de uma formação de conteúdos
matemáticos e pedagógicos , além da troca de experiência com os professores regentes
direcionados aos fazeres dos mesmos.
A profissão docente requer um conhecimento amplo, onde os discentes possam
construir seus conhecimentos a partir do processo de ensino e aprendizagem, fazendo e
sentindo nas suas ações pedagógicas a oportunidade de aquisição de saberes e fazeres
para sua profissão docente práticas, para o convívio com a sociedade de forma que
possam se tornar críticos e também formadores de opinião..
Fica perceptível que o PIBID tem sido um programa que oferece uma grande
oportunidade para os acadêmicos, além de proporcionar um contado direto com a sala
de aula oportunizando uma experiência única, além de incentivar a prática docente e a
criação de novas fórmulas didáticas.
Além disso, permite aos acadêmicos sanarem suas dificuldades, a valorizar o
conhecimento, adquirindo confiança ao se impor em algumas eventuais situações.
É muito importante que os profissionais da educação envolvidos no processo levem
em consideração que os alunos de hoje não são como os de antigamente e que muita
coisa vem mudando, principalmente em relação a aquisição de conhecimento, ao
comportamento em sala de aula e a realidade da sociedade atual.
Contudo, é preciso aprimorar o desenvolvimento educacional, investir numa boa
formação dos profissionais de educação e repensar as condições de trabalho para que se
possa ter uma educação pública e privada de qualidade. Para tanto, as condições de
diálogo entre a pesquisa e a prática docente no ensino da matemática através do PIBID
parte do pressuposto que é preciso considerar o local onde essa troca de experiências
está ocorrendo.
Nesta perspectiva, percebeu-se que o PIBID vem contribuindo para o enriquecimento
teórico e prático dos acadêmicos bolsistas além de proporcionar um efetivo diálogo
com o professor rente por meio de contado direto com a sala de aula proporcionando
uma experiência única, além de incentivar a prática docente e a criação de novas
metodologias de ensino.
Daí a importância de valorizar e investir nas licenciaturas para uma boa formação dos
profissionais de educação, instigando-os a repensar seu papel na escola, suas condições
de trabalho e sua prática pedagógica, pois o acadêmico bolsista e o professor regente de
Matemática, atento ao processo ensino e aprendizagem e às dificuldades dos alunos,
discutem e refletem sobre essa situação e buscam nas situações problemas da realidade
inseridas no contexto soluções para melhoria do processo a partir de ações efetivas.
Vale ressaltar que o
PIBID tem a conseguido buscar desenvolver professores
reflexivos baseados na sua capacidade de um ser humano criativo e autônomo, visando
levá-lo à permanente descobertas na sua profissão docente de formas de desempenho
de qualidade superior, e que, para a reflexão seja eficaz, é preciso sistematizá-la, além
de aliar a teoria à prática e refletir sobre ambas, onde as mesmas devem se
complementar na formação docente, sendo um caminho para repensar a formação
inicial e continuada.
7. Referências:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. 1ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1981,
p.111.
MOREIRA, P. C.; DAVID. M. M. M. S. A Formação Matemática do Professor:
Licenciatura e prática docente escolar. Belo Horizonte: Autêntica. 2005.
PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 7.
ed. São Paulo: Cortez, 2006.
SANTALÓ, Luis A."Matemática para não-matemáticos". In: PARRA, Cecilia e SAIZ,
Irma (Orgs).Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas.Porto Alegre:Artes
Médicas, 1996.
RANGEL, Mary. Bom Professor. 7.ed. Petrópolis: Vozes, 2004, 60 p.
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