paradigmas da estética clássica - RENASCIMENTO - 1400 - 1500
O pensamento humanístico, do qual a arte é parte essencial, modificou profundamente as
concepções de espaço e de tempo. A forma ou a representação passou a ser ordenada
segundo a perspectiva que, foi uma descoberta e não uma invenção.
O sistema de perspectiva do Quatrocentos foi a redução à unidade de todos os modos de visão
possíveis. O ponto de localização ideal era o frontal.
O espaço era considerado como uma forma onde todas as partes se dividiam simétricamente
partindo de uma linha mediana ou cêntrica.
A perspectiva proporcionou a visão da realidade por meio de relações proporcionais
Filippo Brunellesch, cúpula de Santa Maria del Fiore,
1420-36, Florença
O “Código Posterior” Arte egípcia
O “Esquema de tres círculos” da
Arte bizantina
Medidas e proporções do corpo
humano, 1521, Da Arquitetura, de
Vitrúvio
Medidas e proporções, Da Vinci, 1500
Figura proporcionada,
discípulo de Da Vinci,
Exempeda, L.B. Alberti
Domenico Veneziano, Virgem com o Menino e Santos, painel,
Galeria Uffizi, Florença, 1445
O pensamento de Mantegna baseava-se na Antiguidade
Clássica. A imagem se tornou forma, o mito, história, a
alegoria , conceito.
Andrea Mantegna, São Sebastião,
painel, 1455-60, Kunsthistorisches
Museum, Viena
Piero della Francesca, Sonho de Constantino, afresco,
1452, San Francesco, Arezzo
Enquanto Brunellesch representou uma tendência
intelectual e idealizadora, Donatello uma tendência
dramática e realista.
Donatello, Davi, bronze, 1430,
Museo del Bargello, Florença
Madalena é a imagem alucinante da angústia que hoje
chamaríamos existencial.
Donatello, Madalena, madeira, 1453-55
Museo dell’ Opera del Duomo, Florença
Lorenzo Guiberti, Porta do Paraíso, bronze, 1425-52,
batistério, Florença
Detalhe, 79 x 79 cm
A renovação artística em Florença nasceu como polêmica ao gótico no momento de
ascensão da alta burguesia financeira, como oposição ao gosto aristocrático.
O conjunto da arte italiana desse período é um entrelaçamento de correntes.
Nesse período se delineia em Florença e na corte dos Medici uma nova corrente
filosófica, o neoplatonismo.
Botticelli foi considerado um místico do belo ideal
Sandro Botticelli, Primavera, têmpera sobre madeira, 1478, Galleria dgli Uffizi, Florença
O belo que o pintor quer exaltar não é físico e, sim espiritual, a nudez de Venus
significa pureza, falta de ornamentos.
Sandro Botticelli, O Nascimento de Venus, têmpera sobre madeira, 1485, Galleria degli
Uffizi, Florença
Leonardo e Michelangelo - 1500
A pintura que Da Vinci mostra aos florentinos é o oposto do ideal de Botticelli, não
possui contornos nítidos, nem cores límpidas, ao contrário é um movimento de
massas, um turbilhão de luzes e de cores.
Leonardo representa a figura junto com a atmosfera que a envolve
Leonardo da Vinci, Anunciação, têmpera sobre madeira, 1475, Galleria degli Uffizi, Florença
A Virgem dos Rochedos possui vários significados
Herméticos e não simbólicos. Leonardo pretendia
que os significados ficassem obscuros, sombreados.
A caverna - víscera da terra, natureza subterrânea.
Leonardo era o único renascentista que não acreditava
na volta dos antigos.
A luz aparece pelas frestas e pela abóbada da caverna.
Encontro de Cristo com Batista.
Batista significa uma intuição que revelará Cristo à
humanidade.
Leonardo da Vinci, A Virgem dos Rochedos,
Têmpera sobre madeira, 1485, Louvre, Paris
Para Leonardo o espaço não é não é uma estrutura geométrica, mas extensão real
da intuição e da experiência. O belo não tem forma própria nasce da inspiração ou
do impulso interior de indagar e de conhecer.
“O bom pintor há de pintar duas coisas principais, isto é, o homem e o conceito de
sua mente, o primeiro é fácil, o segundo, difícil, porque se tem de figurar com gestos
os movimentos dos membros”.
Leonardo da Vinci, A Última Ceia, têmpera sobre reboco, 1495-97, refeitório do convento
de Santa Maria della Grazie, Milão
Leonardo da Vinci, A Deposição
Leonardo da Vinci, Monalisa, óleo sobre tela,
1503-05, Louvre, Paris
O Quinhentos foi um século altamente dramático tanto para a política, a religião, a ciência
como para a arte. Foi o século das reformas.
A religião deixa de ser revelações de verdades eternas para tornar-se uma busca ansiosa de
Deus na alma humana.
Apesar dos estudos Michelangelo foi um
autodidata, concebendo, neoplatonicamente,
a arte como inspiração interior, furor da alma.
Michelangelo, cópia de Giotto (Ascensão de
São João Evangelista), bico de pena, 32 x 23 cm,
1488-90, Louvre, Paris
O demasiadamente acabado de Michelangelo
é o oposto metafísico do físico esfumado
de Da Vinci.
Michelangelo quer ir além do real, Leonardo
quer penetrar nele a fundo.
Da Vinci aproxima a arte da ciência no
sentido de análise.
Michelangelo aproxima a arte da filosofia
no sentido de síntese.
Michelangelo, Pietà, mármore, altura 174 cm,
Base 195 cm, 1498-99, São Pedro, Roma
O Movimento da figura não se expande no espaço,
encerra-se nos atos contrapostos dos membros.
O artista não representa a ação, mas o seu móvel moral,
a tensão interior que precede o ímpeto do gesto.
Para Michelangelo a excelência da escultura consistia na
vitória sobre a matéria.
Michelangelo, Davi, mármore, 1501-4,
434 cm, Galleria dell’Academia, Florença
O sentimento, a inquietação do não cumprido é
expresso na obra em que o artista queria
expandir-se por completo, a tumba de júlio II,
a qual nunca foi concluída.
Michelangelo, Moisés, mármore, tmba de Júlio II,
235 cm, 1513-15, San Pietro in Vincoli, Roma
Michelangelo, abóboda da capela Sistina, afrescos, 13 x 36 cm,
1508-12, Museu do Vaticano, Roma
Detalhe, Sistina
Detalhe, Sistina, A Criação de Adão
Michelangelo, O Juizo Final, afresco, 1536-41, 13,70 x 12,70 cm,
capela Sistina, museu do Vaticano, Roma
O Juízo Final é a obra da crise, da contrareforma católica.
O núcleo temático é o gesto divino suscitando
o movimento das massas. É a concepção do
espaço sem ordens de planos e de grandeza.
Michelangelo, O Juízo Final, detalhe, afresco, 13,70 x 12,20 cm,
1536-41, capela Sistina, Museu do Vaticano, Roma
Michelangelo, série Escravos Despertando, mámore, 270 cm, 1530-34, Galleria
dell’Academia, Florença
Rafael, A Escola de Atenas, sa da Assinatura, afresco, 1509-11, 770 cm,
Museu do Vaticano, Roma
Basílica de San Pedro, Roma, reconstruída no Quinhentos
A cúpula é a catarse do drama da obra
nunca terminada, a tumba de Júlio II.
Michelangelo, cúpula de San Pedro, iniciada em 1557
(completada em 1593), Vaticano, Roma
Interior da basílica
Ticiano, O Amor Sagrado e O Amor Profano, óleo sobre tela, sd, st, Galleria Borghese, Roma
Em Ticiano a experiência intelectual do
desenho maneirista não dá lugar a uma
pesquisa formalista, mas exaspera a
dramaticidade da figuração.
Ticiano, sr
Ticiano, Venus de Urbino, óleo sobre tela, sd, st, Galleria degli Uffizi, Florença
Ticiano, Bacanal, óleo sobre tela, 1518, 1,75 x 1,93 cm, Museu do Prado.
Madrid
Tintoretto, Cristo perante Pilatos, óleo sobre tela, 1566,
5,51 x 4,05, Sscuola di San Rocco, Veneza
El Greco, O enterro do Conde de Orgaz, óleo sobre tela,
1586, 4,88 x 3,61 m, São Tomé, Toledo, Espanha
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