O BELO – A beleza na Grécia
 A beleza fascina o homem ocidental desde a
Grécia até o Renascimento.
 Na Grécia, o apogeu da idéia de beleza se
centrou no corpo humano.
 A arte bela da Grécia pressupõe duas linhas
prévias de pensamento:
 - O pitagorismo (ordem mental pura que se
mantém em meio a desordem) e a
concepção do ser como uma realidade
perfeita e eterna (Parmênides).
O BELO – A beleza na Grécia
 Mas por que será que esse ideário de
beleza se dá a partir da Grécia?
 a) A consciência de liberdade alcançada pela
polis grega;
 A razão autônoma passa a ditar a lei.
O BELO - Platão
 A arte platônica de beleza pressupõe a arte
clássica.
 Platão entendia que a arte tinha leis
invariáveis e essenciais – ou formas eternas.
 Platão era um crítico frente à arte, sobretudo
em dois pontos: o problema da imitação e no
da educação.
 Imitação:
http://www.brasilescola.com/filosofia/aestetica-na-filosofia-platao-aristoteles.htm
O BELO - Platão
 Imitação: Platão divide a realidade em dois
universos distintos: o inteligível e o sensível.
O primeiro contém as formas puras, as
essências e o fundamento da existência dos
seres do segundo. Assim, tanto os seres da
natureza quanto os homens são cópias
sensíveis de modelos originais inteligíveis.
O BELO - Platão
 Imitação: É a partir disso que Platão faz sua crítica à
arte. Cada ser particular participa das ideias (a
participação é a relação entre o todo e as partes) sem se
confundir com elas, que são, pois, absolutas. O mundo é
uma cópia do real e esse afastamento do verdadeiro já é
uma Dessemelhança, ainda que natural. Entretanto,
Platão julga a arte como imitação, capaz de enganar,
uma vez que a realidade sensível já é uma imitação do
inteligível. A arte afasta ainda mais do real, pois imita a
cópia. A imitação da cópia é o que Platão chama de
Simulacro, que introduz uma desmedida maior do que a
própria existência do mundo natural. Por isso Platão
rejeita a arte em seu estado ideal, querendo, com isso,
substituir a Poesia pela Filosofia.
O BELO - Platão
 Imitação: Aristóteles e Platão entendem a arte como uma
imitação da realidade. Apenas a filosofia teria a
capacidade de atingir o real; o filósofo, não o artista,
poderia contribuir para a construção de um conhecimento
verdadeiro. Em Platão, o filósofo é aquele que saiu da
caverna, não foi iludido pelo sensorial ao perceber apenas
as sobras dos seres verdadeiros. A verdade platônica
estaria em um mundo primordial das idéias perfeitas.
Todos e tudo teria origem neste mundo. É na passagem do
mundo das idéias, espiritual, para o corpóreo, o mundo da
vida, que esqueceríamos tudo. O processo de
conhecimento no platonismo se dá pela atividade mental,
pelo pensamento racional. As sensações e emoções
fornecem a doxa, o conhecimento falso, baseado na
aparência.
O BELO - Platão
 Educação: o tema da educação se mistura
com a questão da relação entre o bem e o
bem moral.
 [...] a boa qualidade do discurso, da
harmonia, da graça e do ritmo dependem da
qualidade do caráter
 [...] a educação pela música é capital, porque
o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na
alma e afetam-na mais fortemente [...].7
O BELO - Platão
 Platão é moralista e considera que a arte tem que
subordinar-se ao bem da educação moral da
juventude. Este bem consiste na concordância entre
nossas paixões e a razão. Os movimentos das
ações e paixões humanas podem imitar-se,
mediante ritmos, no canto e na dança. Mas nem
todos os ritmos correspondem a uma atitude correta
do espírito. Por isso é necessário selecionar o tipo
de harmonias que podem admitir-se na escola.
Somente merece considerar-se bela a harmonia
que produz prazer a um homem virtuoso. E
igualmente é aceitável a literatura que produz
atitudes corretas diante da vida (p.17).
O BELO - Platão
 Platão não desdenha os poderes da arte, em
última instância, porque também não desdenha
os poderes da sensibilidade. Nada que chegue
aos olhos e ouvidos dos mais jovens é
inofensivo no processo de formação de suas
almas. Por isso, após legislar sobre as partes da
música, no livro III da República, partindo do
princípio de que há um nexo intrínseco entre o
tipo de música e o tipo de caráter, virtuoso ou
vicioso.
O BELO - Platão
 Platão não desdenha os poderes da arte, em
última instância, porque também não desdenha
os poderes da sensibilidade. Nada que chegue
aos olhos e ouvidos dos mais jovens é
inofensivo no processo de formação de suas
almas. Por isso, após legislar sobre as partes da
música, no livro III da República, partindo do
princípio de que há um nexo intrínseco entre o
tipo de música e o tipo de caráter, virtuoso ou
vicioso.
O BELO - Platão
 A pedagogia, em sentido rigoroso como a
“condução das crianças”, é questão cara a
Platão por ser a instância capaz de operar sobre
o círculo conservador da tradição cultural, pelo
qual cada um educa os demais e é por eles
educado – vale dizer, serve de modelo para a
imitação dos demais e os imita. Colorindo,
sonorizando, perfumando a circunstância da
criança, se lhe molda o caráter de modo
correspondente, pois ela há de imitar o que vê,
ouve, sente.
O BELO - Platão
 Platão tenta sempre apresentar a beleza como
uma potência cósmica de primeira ordem.
 Ele relaciona a beleza com aquilo que produz
prazeres autênticos, e inclui cores, formas belas,
sons.
 As formas simples são o objeto fundamental do
desfrute estético.
 A idéia fundamental é que a natureza mais
íntima da alma é atraída para a beleza. Existe
uma força que atrai o homem, por exemplo, para
um corpo belo.
O BELO - Plotino
 Resgata a concepção de um “Uno” originário.
 No processo de criação, a alma seria o ente
primeiro ligado – ou com parentesco – com o
Uno.
 Concebe a própria natureza como uma
imitação das idéias.
O BELO – Tomás de Aquino
 Plotino diz que a arte imita a natureza, mas
que a arte se eleva para aquelas idéias que
dão o ser à natureza.
 A beleza ou a formosura mesma é Deus, que
se comporta como causa primeira de toda
coisa bela.
O BELO – Tomás de Aquino
 O belo e o bom são a mesma coisa no sujeito,
porque se fundam sobre a mesma coisa, a saber,
sobre a forma, e por isto o bem é louvado como
formoso. Mas se diferenciam pela razão. Pois o
bom propriamente se refere ao apetite, já que é o
bem que todas as coisas apetecem; e por isto tem
razão de fim, pois o apetite é como certo
movimento para a coisa. O belo, ao contrário, se
refere à força cognoscitiva*, pois se chamam
belas as coisas que, vistas, agradam (p.24).
 *Cognoscitiva – capacidade de entender, compreender
algo
O BELO – Tomás de Aquino
 A beleza em Tomás de Aquino é, por fim,
uma contemplação desinteressada.
 Ele introduz elementos não discutidos até
então:
 - concepção de claridade (coisas têm que ter
cor nítida);
 - belo agrada pela simples presença; não é
aspiração nossa.
O BELO - Kant
 Kant e Tomás de Aquino não defendem
posições muito contrárias. O que Kant
estabelece de diferente é o que ele denomina
de juízo estético.
 Uma rosa, por exemplo... Sua forma produz
um prazer. Isto origina o quê? Um juízo
estético (a rosa é bela).
 Em Tomás de Aquino o mesmo conceito será
dito como um juízo teleológico porque essa
mesma rosa tem uma finalidade e a natureza
teria trabalhado para produzir sua beleza.
O BELO - Kant
 Kant escreveu três críticas: a Crítica da
Razão Pura, a Crítica da Razão Prática e a
Crítica do Juízo.
 A crítica kantiana do juízo se refere à
capacidade de sentir prazer ou desgosto e,
em geral, à dimensão do sentimento
humano.
 O juízo estético é sempre um juízo que cria a
norma.
 A norma, em Kant, tem uma base científica.
O BELO - Kant
 Conflito entre juízo teleológico e juízo
estético:
 Como combinar que aquilo que me agrada
também responde a uma intenção da
natureza? – Difícil responder.
 Para responder, Kant sistematiza o juízo
estético em quatro modalidades: qualidade,
quantidade, relação e modalidade.
O BELO - Kant
 - qualidade: o juízo estético é a capacidade
de julgar acerca de um objeto por meio de
uma satisfação ou insatisfação inteiramente
desinteressadas. Ou seja, o gosto estético é
um prazer desinteressado.
 - quantidade: o belo é o que agrada
universalmente.
 O juízo estético baseia-se num sentimento, e
não em conceitos.
O BELO - Kant
 - relação: é algo percebido sem
representação alguma do fim ou utilidade.
 Isso significa que no objeto belo temos a
impressão de que se cumpre uma finalidade,
mas não sabemos que finalidade é a que ali
se cumpre.
 - modalidade: o belo é aquele que sem
nenhum conceito se reconhece como objeto
de uma satisfação necessária.
O BELO - Kant
 E o que faz isso? Ou seja, o que
possibilita que entendamos que o objeto é
belo para todos?
 A resposta se situa na perspectiva
transcendental. A idéia de que todos
desenvolvam uma atividade espontânea de
entendimento – criatividade e imaginação.
O BELO - Kant
 Para Kant, no juízo estético se produz uma
concordância plena da natureza com
nossas faculdades cognoscitivas e, por
isso, experimentamos agrado.
 O prazer produzido pelo belo é
conseqüência da comunicabilidade
universal.
 A intenção da natureza se mostra coerente
com nossa intenção cognoscitiva.
O BELO - Platão
 https://sites.google.com/a/webhumanas.net/w
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adehomero
 http://www.revistaviso.com.br/pdf/Viso_1_Lui
sFelipeBRibeiro.pdf
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O BELO - Kant - Professor Ronaldo Nezo