JORNAL ESCOLAR: A [RE] CONSTRUÇÃO DO SUJEITO A PARTIR DA
COMUNICAÇÃO1
KASTEN, Jocelaine2; CHIAPINOTTO, Andréia Moro2; GUNSCH, Fernanda2;
PASETTO, Luciane Zamberlan2; MARTELET, Michele3; PIMENTEL, Tássia Bravo
Felício2; MARQUEZAN, Fernanda Figueira4.
1
Trabalho desenvolvido junto ao PIBID/PEDAGOGIA/UNIFRA- CAPES.
Acadêmicas e bolsistas PIBID do curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano
(UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil.
3
Professora Supervisora Pedagogia/PIBID/UNIFRA na EMEF Junto ao CAIC Luizinho de Grandi,,
Santa Maria, RS, Brasil.
4
Coordenadora Subprojeto Pedagogia/PIBID/UNIFRA, Professora do curso de Pedagogia e do
Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil;
E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected] ; [email protected];
[email protected].
2
RESUMO
O trabalho foi desenvolvido junto ao Subprojeto PIBID/PEDAGOGIA/UNIFRA, e visa compartilhar a
execução de um jornal mural na escola atendida pelos bolsistas da Pedagogia, a EMEF Junto ao
CAIC Luizinho de Grandi. A inserção deste, desenvolvida com os alunos dos 2º, 3º e 4º anos do
Ensino Fundamental tem como objetivo promover a interação dos alunos e a [re] significação de
conhecimentos. As atividades desenvolvidas no apoio pedagógico pelos bolsistas devem ser
prazerosas para motivar os alunos a participarem. Logo, a opção do jornal mural torna-se um meio de
comunicação entre os alunos atendidos pelo subprojeto e demais membros da comunidade escolar e
uma maneira de incentivar o gosto pela leitura e escrita. Para tal produção, os alunos poderão fazer
pesquisas e escritas e assim divulgar seus próprios trabalhos realizados dentro e fora da sala de
aula, pois o mural será exposto para toda escola visualizar e estará em constante atualização.
Palavras-chave: jornal mural, criação, comunicação, cotidiano escolar.
INTRODUÇÃO
Este trabalho justifica criação de um jornal mural na escola, pois o mesmo se torna
mediador da interação professor – aluno e aluno – aluno, sendo um meio de grande
importância na comunicação entre os alunos atendidos pelo subprojeto PIBD/UNIFRA e os
demais membros da comunidade escolar. Visto que à medida que a criança participa com
autonomia das atividades desenvolvidas dentro de sua escola torna-se sujeito da sua
própria aprendizagem. O jornal mural será desenvolvido com os alunos dos 2º, 3º e 4º anos
do Ensino Fundamental tendo como objetivo promover a interação dos alunos e a [re]
significação de conhecimentos. Divulgando assim os trabalhos realizados nas salas de aula
e nas aulas de apoio pedagógico das respectivas turmas.
DESENVOLVIMENTO
No processo de construção de um jornal se tem a influência do cotidiano escolar de
várias formas, uma delas é por meio da democratização do saber e da abertura que este dá
para que os alunos possam se expressar e também é um ambiente de interação
proporcionando expressão de suas opiniões. Neste sentido Freinet (1974) destaca que:
Nós não devemos nos acomodar por mais tempo a uma escola centrada no
verbalismo, nos manuais, nos manuscritos, no balbucio de suas lições, na
caligrafia de seus modelos; estamos em um século marcado pela imprensa,
pela imagem fixa e móvel, pelo disco, pelo rádio, pela máquina de escrever,
pela fotografia, pela câmera, pelo telefone, pelo trem, pelo automóvel e pelo
avião. (FRENET, 1974, p.101).
Dessa forma, o jornal mural, torna-se uma ferramenta de comunicação, onde todos
podem ser ouvidos. E por ser gratuita, no caso do jornal escolar, favorece uma leitura de
fácil acesso.
Outro defensor deste meio de comunicação é Korczak, médico de formação,
educador e responsável por um trabalho comovente com as crianças pobres da periferia de
Varsóvia. Ele declarou que: “O educador não deve se abaixar até a criança, mas elevar-se a
ela e ao seu modo de ver e compreender as coisas.” (KORCZAK, 1997). Para tanto, o ato
de comunicar-se é a possibilidade de abranger contextos distintos.
Tanto Freinet quanto Korczak investiram no jornal impresso como um grande aliado
no processo educacional. Ambos perceberam que as crianças e os adolescentes tinham
necessidade de expor suas ideias, e quando o faziam apresentavam considerável melhora
na aprendizagem escolar. Com a inserção do jornal no contexto escolar objetivamos
estimular à criatividade dos alunos e incentivar a leitura e a escrita, também a comunicação
de forma que possam estar se expressando e tornando-se autônomos na escola e
consecutivamente no ambiente que vivem.
No âmbito da educação, há também pesquisadores que acreditam na comunicação
como processo colaborativo de saberes. Freire (1987) destaca que:
[...]”O pensar do educador somente ganha autenticidade na
autenticidade do pensar dos educandos, mediatizados ambos pela
realidade, portanto, na intercomunicação. Por isto, o pensar daquele não
pode ser um pensar para estes nem a estes imposto. Daí que não deva ser
um pensar no isolamento, na torre de marfim, mas na e pela comunicação,
em torno,repitamos, de uma realidade. E, se o pensar só assim tem sentido,
se tem sua fonte geradora na ação sobre o mundo, o qual mediatiza as
consciências em comunicação, não será possível a superposição dos
homens aos homens.(FREIRE, 1987, p.64).
Portanto, quer sejam antigos ou novos os conceitos sobre a aprendizagem e a
comunicação permanecem os mesmos, ou seja, que a comunicação no ambiente escolar
favorece a aprendizagem, pois torna todos como sujeitos de um processo de construção dos
saberes, o que contribui para ampliar o vocabulário proporcionando trocas de saberes.
Neste sentido, iremos utilizar o jornal mural, na escola como uma importante
ferramenta no processo de construção do conhecimento, podendo através das informações
trazidas pelos alunos estimular a escrita, também estar auxiliando na divulgação das
práticas desenvolvidas pelo subprojeto da Pedagogia nas atividades de
de apoio
pedagógico.
METODOLOGIA
Este trabalho apresenta uma proposta de implementação do jornal mural na escola
Municipal Luizinho de Grandi CAIC, que será construído pelos alunos atendidos pelo
Subprojeto da Pedagogia, os alunos dos 2º, 3º e 4º anos do ensino fundamental que
participam das atividades de apoio pedagógico juntamente com os bolsistas. A proposta do
jornal mural justifica-se por entendemos que por meio da produção escrita, estes se tornem
agentes do seu processo de ensino e de aprendizagem da leitura e da escrita.
As bolsistas do Subprojeto realizam suas atividades na escola duas vezes por
semana, com cerca de 30 crianças. O contato com estes alunos é realizado em dois
momentos: com atividades de monitoria em sala de aula junto à professora regente da turma
e num segundo momento em atividades de apoio pedagógico quando as crianças são
retiradas da sala de aula.
Para as atividades de apoio pedagógico as bolsistas planejam previamente, as
atividades didático-pedagógicas sempre envolvendo a ludicidade e observando as
dificuldades, os interesses dentro do contexto que os alunos estão inserido. O planejamento
das atividades é sempre construído conforme a orientação da professora regente da classe.
A partir das necessidades encontradas nas salas de aula entendemos ser viável programar
o jornal mural como uma das atividades didático-pedagógicas, no sentido de estar
dinamizando e potencializando o processo de alfabetização dos alunos nas atividade de
apoio pedagógico.
O projeto do jornal mural será desenvolvido no apoio pedagógico onde, trabalhado
com as crianças as atualidades e os acontecimentos da comunidade escolar, partindo
sempre das ideias e dos interesses dos mesmos. Para tal produção, os alunos também
farão pesquisas e questionamentos na comunidade escolar, equipe gestora e colegas de
classe para assim, por meio do jornal, divulgar seus próprios trabalhos realizados dentro e
fora da sala de aula.
Serão usados recursos didáticos como: folha de ofício recorte de imagens, canetas
e cola. Serão utilizados também os desenhos e as produções textuais dos alunos
participantes do apoio pedagógico.
Ao término do projeto os materiais produzidos serão divulgados estando anexados
em um mural que ficará exposto no corredor da escola, para os demais alunos estarem
tendo este acesso ao jornal. Pretende-se atualizar o conteúdo do jornal mural com a
frequência de dois meses.
O trabalho proposto sugere que, ao propormos atividades diferenciadas que
incentivem a comunicação e a interação, aproximam-se as relações professor – aluno e
entre os próprios alunos. Abre o caminho para dar vazão às questões da afetividade e
autonomia enquanto sujeitos criadores de seu próprio conhecimento. Com relação a esta
questão, percebe-se que os alunos estão carentes de produção escrita e essa liberdade
dada aos alunos vem colaborar com o processo educativo, na construção do conhecimento
e aumentando a sua auto-estima, pois assim este se percebe importante, tornando-se capaz
e motivado para transformar o meio em que habita. A auto-estima aqui, por sua vez ainda
promove uma melhor convivência na escola fortalecendo o vínculo e aumentando o respeito
entre os alunos, professores e funcionários da escola.
Em nossos encontros de apoio pedagógico podemos perceber que as situações
lúdicas mobilizam esquemas mentais. E, sendo uma atividade física e mental, a ludicidade
aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o
pensamento, Desta forma, a construção do jornal mural é algo que vem ao encontro do que
nos propomos fazer com que os alunos não apenas recebe as informações, mas sejam
capazes e estimulados a cada vez mais tornar-se um ser pensante.
RESULTADOS/ DISCUSSÕES
Percebemos na monitoria e nas aulas de apoio pedagógico a carência de
vocabulário, da leitura e da escrita. Assim estamos propondo a implementação do jornal
mural como atividade integradora das aulas de apoio pedagógico. Estas atividades
diferenciadas que incentivem a comunicação e a interação, aproximam as relações
professor–aluno e aluno-aluno. Percebe-se que a produção escrita e a liberdade dada aos
alunos na produção tem a colaborar com o processo educativo, a construção do
conhecimento e o aumento da auto-estima, pois os alunos passam a contribuir ativamente
na sua aprendizagem, tornando-se sujeitos deste processo. A auto-estima por sua vez
promove uma melhor convivência em sala de aula, fortalecendo o vínculo entre os alunos e
com os professores.
Destacamos, portanto, a importância das atividades que instigam os alunos no seu
processo ensino aprendizagem oportunizando-os em um novo contorno do pensar e agir por
meio da leitura. Assim permitir aos leitores e novos leitores um maior estímulo ao prazer de
ler, pois o que se esta lendo é de sua própria autoria ou do colega mostrando nessas
produções a realidade social e a natural que a escola esta inserida promovendo assim uma
leitura com prazer e também como uma ferramenta na motivação ao aprender, podendo
originar leitores mais críticos, desenvolver o raciocínio, percepção e maior questionamento e
maior autonomia por parte dos alunos inseridos ou não na construção do jornal.
CONCLUSÕES
Observamos que toda atividade lúdica e coletiva é uma forma de motivação ou
entretenimento para aprender e também gastar energia das crianças. Portanto contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual dos educandos e oportuniza seu desenvolvimento
biopsicossocial, assim o jornal mural também vai contribuir para isso.
Destacamos que não existem respostas prontas, nem métodos infalíveis para que
o processo de aquisição do conhecimento seja válido e significativo, no entanto, com esta
análise, buscamos evidenciar que a ludicidade é uma importante ferramenta que deve ser
utilizada pelo educador sempre que este acreditar ser oportuno.
É através da criatividade e da comunicação, que o indivíduo torna-se pleno e
sincronizado com a vida, pois [re]significa o valor destinado a mesma, além de perceber
suas potencialidades, e a importância das trocas na coletividade. Acreditamos que ao longo
deste processo provocar algumas reflexões nos alunos, e fazer acreditarem que são
capazes de estar construindo a aprendizagem no momento da troca com colegas e
professores e não apenas quando estão reproduzindo aquilo que foi transmitido a eles.
REFERÊNCIAS
FREINET, Célestin. O Jornal Escolar. Lisboa: Editorial Estampa, 1974.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
KORCZAK, Janusz. Como amar uma criança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
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