A logística no cenário empresarial/FANOVA – Fabiano Greter Moreira
A LOGÍSTICA NO CENÁRIO EMPRESARIAL
MOREIRA, Fabiano Greter (FANOVA)
BORGHI, Wagner (FANOVA)
INTRODUÇÃO
Quando pensamos em produtos para consumo ou matéria prima para
industrialização, não importando sua origem, quer seja de setor primário,
manufaturado ou industrializado existem diversos fatores que colaboram para
elevação do custo na mão do cliente final. Um dos fatores que mais oneram os
custos de produção é o transporte.
O setor de transportes em nosso país envolve os segmentos rodoviário,
ferroviário, aquaviário e aéreo e é responsável pela movimentação de 80 milhões de
pessoas diariamente, respondendo por um movimento anual de cargas acima de
700 bilhões de toneladas por quilômetro.
Há que se ver também a importância do setor de transportes para o
desenvolvimento econômico do País, mas o que se viu ao longo dos anos foi um
processo de obsolescência e deterioração da sua infra-estrutura, evidenciando uma
posição secundária que as carências do setor ocuparam na pauta de prioridades do
Governo.
Respondendo pelo transporte terrestre, o País possui 164 mil km de estradas
federais, estaduais e municipais pavimentadas. Para as federais, o Governo tem
buscado meios de incorporar capital privado na construção de novos trechos e
reforma dos existentes, mediante o estabelecimento de concessões.
Apesar das estimativas de investimentos indicarem um total de US$ 5,3 bilhões
até o final dos contratos, falta muito a ser feito ainda, ao mesmo tempo em que a
aceleração dessas inversões seria de fundamental importância para as empresas
transportadoras.
Aliás, um dos fatores que, ao longo dos últimos anos, tem desestimulado os
empresários do setor de transporte rodoviário de cargas e de passageiros a
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investirem na renovação e ampliação de frota é a deficiente condição das estradas
brasileiras.
O empresário do setor de transportes para continuar no seguimento deve se
utilizar de toda a logística envolvendo o mesmo. Todo o descaso com o sistema de
transportes, além do sucateamento das frotas, problemas com respeito ao meio
ambiente aumentando o volume de CO2 expelido pelos escapes dos veículos e
provocando maiores gastos com óleos lubrificantes e sua destinação, corroboram
para a utilização de uma logística eficiente.
CONCEITO DE LOGÍSTICA
Define-se conforme BALLOU (2006, p. 27):
Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo
eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas,
desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de
atender às exigências dos clientes.
Esta definição exprime a amplitude da logística desde sua visão estratégica
focada no atendimento ao cliente e no comprometimento com a extensão da cadeia
de suprimentos, até o nível mais operacional, pela preocupação com o controle das
atividades (medição da eficiência e eficácia), que envolve os fluxos físicos e de
informações. Destaca, também, a visão de processos e de integração de um
conjunto de atividades que perpassa por toda a organização e se expande por
outros elos da cadeia de suprimentos, sempre atento no sucesso do cliente final. Um
último ponto a ser destacado é a abertura de aplicação, oferecida pela definição,
quando faz referência a produtos e serviços, segundo BALLOU (2006, p. 27):
Segundo FLEURY e WANKE (2006, p. 48)
A logística no Brasil vem constituindo-se em um negocio de grandes
proporções que evoluiu muito rapidamente nos últimos anos.
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Resultados de pesquisa realizada pelo CEL em 2003 indicam que em
seu conjunto as 500 maiores empresas industriais brasileiras gastam
cerca de R$ 39 bilhões por ano com suas operações logísticas, o que
equivale, na media, a 7% de seu faturamento. É bom lembrar, no
entanto, que esse percentual varia significativamente entre empresas
e setores industriais, numa faixa que vai de menos de 5%, a mais de
20%. Setores como os de bebidas, alimentos e materiais de
construção se destacam pelos altos gastos logísticos, bem
superiores a media nacional. No país como um todo, estima-se que
os gastos com logística atinjam o montante de R$ 160 bilhões por
ano.
Nos últimos anos, a logística no Brasil passou por profundas transformações
em direção a maior sofisticação. Essas transformações são evidenciadas em
diferentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura organizacional, as
atividades operacionais, ao relacionamento com os clientes, ou as questões
financeiras. Por exemplo, numa proporção cada vez maior de empresas, o principal
executivo de logística situa-se nos mais altos níveis. Por outro lado, o escopo das
operações logísticas já ultrapassou claramente as fronteiras clássicas do transporte
e da armazenagem, conforme FLEURY e WANKE (2006, p. 48).
Tradicionalmente, a logística sempre foi vista como um conjunto de atividades
operacionais, gerenciadas de forma fragmentada por gerentes com baixo nível
hierárquico. À medida que o conceito de logística foi difundindo-se entre as
empresas e tornando-se mais sofisticado, o nível hierárquico de seu principal
executivo foi elevando-se, até atingir os patamares mais elevados das organizações,
segundo FLEURY e WANKE (2006, p. 49).
Em termos macroeconômicos a logística é a responsável pelo fluxo físico dos
materiais desde o setor de sua extração (matéria-prima mais elementar), seu fluxo
físico até os setores industriais e deste para o consumidor, passando pelos diversos
elos dos canais de distribuição. Nas empresas o termo é utilizado para descrever as
atividades relacionadas com os fluxos de entrada de materiais e de saída de
produtos e tende a ganhar uma visão integrada entre as organizações à medida que
estas passam a planejar suas atividades de forma conjunta, para melhor servir ao
mercado e ganhar eficiência e eficácia (BALLOU, 1997).
A logística, no que diz respeito ao aspecto da distribuição direta, já se
consolidou como agente importante para os mais diversos processos de
fornecimento, armazenagem, estocagem, produção e distribuição de produtos até o
consumidor e as empresas. A logística é responsável por planejar, implementar e
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gerenciar, de forma eficaz, o fluxo de matérias-primas, produtos e informações ao
longo da cadeia. LEITE (2003).
Logística é o conjunto de Planejamento, Operação e Controle do Fluxo de
Materiais, Mercadorias, Serviços e Informações da Empresa, integrando e
racionalizando as funções sistêmicas desde a Produção até a Entrega, assegurando
vantagens competitivas na Cadeia de abastecimento e a conseqüente satisfação
dos clientes. LEITE (2003).
A Atividade Logística é regida pelos Fatores de Direcionamento (Logistic
Drivers) para níveis maiores de Complexidade Operacional, como por exemplo
histórico de demanda dos produtos ou serviços, histórico da freqüência dos pedidos,
histórico das quantidades por pedido, custos envolvidos na operação, tempo de
entrega (lead-time), pedido mínimo, rupturas de abastecimento, prazos de entrega,
períodos promocionais e freqüência de sazonalidades, políticas de estoque
(evitando faltas ou excessos), planejamento da produção, políticas de fretes,
políticas de gestão dos pedidos (orders), análise dos modelos de canais de
distribuição, entre outros. Em linhas gerais, podemos dizer que a Logística está
presente em todas as atividades de uma companhia. A Logística começa pela
necessidade do cliente. Sem essa necessidade, não há movimento de produção e
entrega. LEITE (2003).
As novas exigências para a atividade logística no Brasil e no mundo passam
pelo maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução
nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento do prazo,
disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade na
gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com
incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio, novas
ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios. LEITE
(2003).
LOGÍSTICA: evolução histórica e sua utilidade nas organizações
Na contemporaneidade, o papel da logística no mundo dos negócios ganha
destaque, tanto em escopo quanto em importância estratégica. Não se trata de
modismo, mas de um conhecimento que os gestores devem dominar plenamente.
Afinal, o que é logística? Várias são as definições, porém, considerando as
colocações de Villa (2003), logística é a gestão na empresa do movimento de
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cargas, pessoas e documentos da forma mais adequada, pois engloba,
necessariamente, todo aquele processo.
Portanto, a logística existe no nível do suprimento da organização, no
processo produtivo e no nível das vendas e distribuição, ressaltando que tudo deve
funcionar harmoniosamente, no tempo e local, na adequação dos equipamentos, na
qualificação de pessoal e, principalmente, pelo menor custo, objetivando otimização
de resultados. Villa (2003)
De acordo com Ballou (1993, p. 17):
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor
nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e
consumidores, através de planejamento, organização e controles efetivos
para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o
fluxo de produtos [...] É um fato econômico que tanto os recursos quantos
seus consumidores estão espalhados em uma ampla área geográfica. [...]
Além disso, os consumidores não residem, se que alguma vez o fizeram,
próximos donde os bens ou produtos estão localizados. Este o problema
enfrentado pela Logística: diminuir o hiato entre produção e a demanda, de
modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde
quiserem, e na
condição física que desejarem.
Nessa mesma linha, Viana (2002) concebe a logística como uma operação
integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de produtos, de forma
racionalizada, o que significa planejar, coordenar e executar todo o processo,
visando à redução de custos e o aumento da competitividade da empresa.
Segundo MARTINS e CAMPOS (2006, p. 326)
A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de
todo os fluxos de mercadorias e informação, desde a fonte
fornecedora até o consumidor. Assim, dentro do espírito da empresa
moderna, o básico da atividade logística é o atendimento do cliente.
De fato, ela começa no instante em que o cliente resolve transformar
um desejo em realidade.
A logística tem três dimensões principais: uma dimensão de fluxo
(suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao cliente), uma dimensão de
atividades
9processo
operacional,
administrativo,
de
gerenciamento
e
de
engenharia) e uma dimensão de domínios (gestão de fluxos, tomada de decisão,
gestão de recursos, modelo organizacional). MARTINS e CAMPOS (2006, p. 330)
A importância de introduzir o conceito de dimensões é fazer-nos lembrar, a
cada passo dado na analise de um sistema logístico, que nunca podemos pensar de
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forma reducionista de causa e efeito: há muitas variáveis independentes que
interagem para provocar um efeito, e devemos utilizar todas as ferramentas
disponíveis para analisá-las. MARTINS e CAMPOS (2006, p. 331).
Segundo a critica feita no Simpósio de Engenharia de Produção – UNESP em
25/9/2005
Nos dias de hoje, a questão ambiental recebe cada vez mais atenção visto
sua importância no contexto mundial. A idéia de "um produto ecologicamente
correto" ganha maior força sobretudo devido a fatores concorrências, legislação
vigente, redução de custos e melhoria de imagem da empresa . O presente trabalho
apresenta estudo sobre uso de fitas adesivas especificamente em uma indústria do
ramo automotivo analisando o produto sobre o aspecto da sustentabilidade, visando
avaliar o impacto ambiental do produto e propor soluções para sua minimização.
Fundamentam-se teoricamente nos conceitos de ecodesign, sustentabilidade e
impactos ambientais visando reprojeto .
Valorizar a vida está em primeiro lugar e é nisto que se baseiam todas as
decisões da empresa. A mesma acredita que, para o crescimento sustentável em
todos os mercados de atuação, a organização deve ser competitiva, disciplinada e
transparente, demonstrando aos fornecedores, clientes, consumidores, prestadores
de serviço, colaboradores e à sociedade que todos os seus processos e atividades
geram produtos da mais alta qualidade, produzidos com respeito ao meio ambiente,
à preservação da saúde e segurança dos colaboradores de forma socialmente
responsável
REFERÊNCIAS
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração e
distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São
Paulo: Prentice Hall, 2003.
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MARTINS, Petrônio Garcia; CAMPOS ALT, Paulo Renato. Administração de
materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2005.
FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter. Logística e gerenciamento da cadeia
de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2006, p. 48-49.
MARTINS, Petrônio Garcia; CAMPOS, Paulo Renato. Administração de materiais
e recursos patrimoniais. 2. ed. Saraiva, 2006, p. 326-330-331.
GOUVEIA, Arthur Borges de Oliveira; MARRA, Fábio Almeida, SILVA, Carlos
Eduardo Sanches da Simpósio de Engenharia de Produção – UNESP.25/9/2005
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