Be With Me Now
10 Novembro 2015
be with me now © vincent beaume
terça, 21:00h
Grande Auditório
MUSICA.GULBENKIAN.PT
Nova produção estreada por ocasião
do 5.º aniversário da rede enoa
Coprodução: Fundação Calouste Gulbenkian,
Festival d’Aix-en-Provence, Aldeburgh Music,
Bayerische Theaterakademie August Everding,
Chapelle Musicale Reine Elisabeth, Dutch National
Opera & Ballet, LOD muziektheater e Teatr Wielki –
Polish National Opera.
enoa tem o apoio do Programa Cultura
da União Europeia
Com o apoio da Opera Academy Verona e da
Verona Film Commission del Comune di Verona
para as filmagens em Verona.
O coprodutores, membros da enoa, agradecem
a todas as pessoas que participaram nas filmagens
em vários países da Europa.
mecenas
rising stars
mecenas
música de câmara
mecenas
concertos de domingo
mecenas
ciclo piano
mecenas
coro gulbenkian
mecenas
grandes intérpretes
terça 10 Novembro 2015
21:00h — Grande Auditório
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Be With Me Now
Um percurso amoroso através da ópera europeia
Espetáculo musical para cinco cantores e quatro instrumentistas
Julien Fišera / Isabelle Kranabetter conceção e dramaturgia
MaNOj Kamps direção musical e transcrições
Julien Fišera encenação
Samal Blak cenários e guarda-roupa
Kévin Briard luzes
Jérémie Scheidler instalação de vídeo
Pascal Poissonnier filmagem vídeo
Sophie van der Stegen assistente de encenação
Rannveig Káradóttir soprano
Maartje Rammeloo soprano
Kinga Borowska meio-soprano
Gwilym Bowen tenor
Tomasz Kumiega
˛ barítono
Fanglei Liu violino
Sébastien Van Kuijk violoncelo
Ana Filipa Lima flauta
MaNOj Kamps piano
Rita Gonzaga assistência ao guarda-roupa
Espetáculo estreado em julho de 2015 no Festival d’Aix-en-Provence
Duração: c. 1h 20 min. (sem intervalo)
A Fundação Calouste Gulbenkian agradece o apoio da Art of Travel
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Be With Me Now é uma proposta musical realizada a partir das seguintes peças,
transcritas, quando aplicável, por MaNOj Kamps
Wolfgang Amadeus Mozart
(1756-91)
A flauta mágica (1791)
. Abertura
. Zu Hilfe! Zu Hilfe!
Vincenzo Bellini (1801-35)
I Capuleti e i Montecchi (1830)
. Vieni, ah! vieni, in me riposa
Maartje Rammeloo, Kinga Borowska
Benjamin Britten (1913-76)
Cabaret Songs (1937-39)
. Tell me the truth about love
(1879-1942)
El niño judio (Zarzuela, 1918)
. De España vengo
Kinga Borowska
(n. 1958)
Im Sturm (2004-2007)
. Halt
04
Maartje Rammeloo
Richard Wagner
(1813-83)
Tannhäuser (1845)
. O du, mein holder Abendstern
Tomasz Kumiega
˛
(1685-1759)
Giulio Cesare (1724)
. Piangerò la sorte mia
Rannveig Káradóttir
Wolfgang Amadeus Mozart
A flauta mágica
. Tamino mein! o welch ein Glück!
Rannveig Káradóttir, Gwilym Bowen
Vasco Mendonça
Tutti
(1610-96)
Airs de cour (1689)
. Par mes chants tristes et touchants
Maartje Rammeloo
(1882-1971)
The Rake’s Progress (1951)
. I go to him
What the Night brings
Tomasz Kumiega
˛
Michel Lambert
Igor Stravinsky
Georg Friedrich Händel
Tomasz Kumiega
˛
Wolfgang Mitterer
(n. 1983)
Tristia
Kinga Borowska, Tomasz Kumiega
˛
Gwilym Bowen, Maartje Rammeloo, Rannveig
Káradóttir, Kinga Borowska
Pablo Luna
Daan Janssens
(n. 1977)
be with me now © vincent beaume
Reencontra-se a música
como se reencontra o amor
Reencontra-se a música como se reencontra
o amor. Em diferentes idades e circunstâncias
que gostamos de achar únicas. Certas
músicas, como certas relações, tomam conta
de nós, assombram-nos. Não conseguiríamos
viver sem elas. E eis que surge um novo
amor que arreda o primeiro. Abre-se em nós
um espaço desconhecido e essa paisagem
desconhecida encanta-nos. Mas essa relação
amorosa, ou essa descoberta musical, não
anula o que existia, mas parece completá-lo.
O que nos parecia inultrapassável ajusta-se ao
novo. Não ficamos senão mais enriquecidos.
A noite musical que propomos é uma viagem
pela história da ópera. As árias alimentam-se
umas às outras, respondem umas às outras
sem se oporem: passado e presente lado a
lado. É uma colagem, uma versão moderna
daquilo a que na época barroca se chamava
pasticcio: uma montagem compósita de árias
de natureza diferente. Wagner, Bellini,
Stravinsky, Britten… mas também de
encomendas feitas aos jovens compositores
Daan Janssens e Vasco Mendonça. O todo
foi arranjado por MaNOj Kamps. O ponto
de partida encontra-se nessa Flauta Mágica
de Mozart que mistura os diferentes estilos
operáticos e teatrais, mergulhando no teatro
popular tanto como na opera seria.
Do ponto de vista da fábula, Be With Me Now
é uma história de amor a ser reajustada.
Uma jovem deixa o seu amante e ambos têm de
reencontrar o caminho do seu amor. O jovem
parte em busca dos momentos que tornaram
esta história tão única. Esta viagem ao passado
faz ressurgir memórias que acompanham as
árias de ópera que foram importantes para
eles. Como o seu duplo Tamino, na Flauta
Mágica, empreende uma busca de múltiplos
desafios à procura daquela que, na sua
convicção, o poderá salvar.
E reencontramos aqui um outro aspeto
essencial na obra de Mozart: a fé do compositor
no poder da música. O jovem Tamino dá-se
conta que a sua flauta encanta os animais
selvagens e o ajuda a atravessar as chamas,
e em Be With Me Now é a própria música que
conduz aos reencontro dos dois protagonistas.
A música aqui transporta-nos não somente
dum ponto de vista metafórico, mas
literalmente: no tempo e no espaço.
Se a proposta de vídeo joga em diferentes
estratos temporais (O que é que foi filmado
no passado? O que é que é contemporâneo?),
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be with me now © vincent beaume
ela segue a partitura que se desenrola em
palco, lembrando-nos que a música é a arte
do imediatamente presente, abarcando todos
os passados. Se os dois heróis procuram, antes
de tudo, estar juntos e se reencontram no
término do seu périplo, é com a consciência
que o caminho percorrido, e as suas
errâncias, constituem na totalidade aquilo
que eles são hoje. Mas o futuro reserva outras
surpresas e é preciso estar preparado.
É esse o sentido pleno do final da peça que
parece ultrapassar a história íntima.
Com efeito, Mozart e o seu libretista põem
em equilíbrio dois tipos de amor: um amor
romântico entre os dois heróis, mas também
um amor mais universal que atravessa todos
os homens e todas as mulheres. Em Be With
Me Now, a viagem dos heróis que seguimos
no écran é trazida ao palco pelos músicos.
São eles que personificam esse amor coletivo.
O que mais nos agradou pôr em foco foi o
poder da música como agente de ligação:
ela é ao mesmo tempo a expressão de uma
comunidade e aquilo que a funda. Num tempo
em que a afirmação do eu, para muitos, passa
pela ligação a uma comunidade, pensamos
que é salutar lembrar que uma herança,
em primeiro lugar cultural e musical,
é partilhada por todos. A emoção sentida
ao ouvir uma ária aproxima-nos e apaga
por algum tempo as nossas diferenças.
Este efémero ensemble criado por ocasião deste
espetáculo é disso testemunha. Trabalhando
para trazer ao presente estas árias de origens
e épocas diferentes, tomamos consciência de
que o que nos liga é uma emoção partilhada.
Nós, jovens criadores vindos dos quatro
cantos da Europa, estamos convencidos
que juntos, e graças ao poder da música,
saberemos atravessar as chamas.
julien fišera e isabelle kranabetter
06
Entrevista com o compositor Daan Janssens
Fale-nos do seu percurso.
Nasci em Bruges e comecei por estudar violino
e piano. Compus as minhas primeiras peças
aos onze anos sem ainda imaginar que um dia
poderia vir a ser compositor. Aos dezanove
anos ingressei no Conservatório de Gent
para estudar teoria musical e contraponto.
Então, encorajado pelo compositor flamengo
Frank Nuyts, retomei a composição. A minha
música começava a ser tocada em vários
festivais na Bélgica. Há quase dez anos fundei,
com um amigo violoncelista, um ensemble
de música contemporânea, o Nadar, que
desde o seu início foi convidado a tocar no
festival Strasbourg Musica e no Festival de
Música Contemporânea de Darmstadt, cidade
onde participei em sessões de composição,
da mesma forma que no festival IRCAM
ManiFeste. Estas sessões proporcionaram a
minha entrada na vida musical internacional,
um aspeto que acredito ser indispensável
na carreira de um compositor. Há oito anos,
iniciei um doutoramento no Conservatório
de Gent que ainda não concluí, mas que me
confere o espaço para refletir.
Como definiria a sua estética?
Vejo-me como um herdeiro dos marcadores
firmados pela Segunda Escola de Viena e pelo
serialismo. Karlheinz Stockhausen, György
Ligeti e Pierre Boulez são grandes influências
para mim. Descobri também Helmut
Lachenmann, Gérard Grisey e, de uma forma
mais geral, a Escola Espectral, cuja pesquisa
focada no som considero particularmente
interessante: o som não é pensado como uma
simples nota, mas como um elemento dotado
de múltiplas qualidades. Esta corrente aborda a
noção de uma fronteira, ainda que ténue, entre
o som e o ruído, com Gérard Grisey pensando
ainda em termos de um limiar. Ao longo dos
últimos dez anos, concentrei-me mais sobre
o timbre e a articulação do que sobre as
próprias notas, privilegiando nas minhas
peças um ritmo harmónico muito lento.
O que representa para si a Rede
Europeia de Academias de Ópera
(enoa)?
Enquanto compositor, enoa trouxe-me muito.
Esta rede europeia de academias de ópera
proporciona a oportunidade de participar em
workshops e promove encontros entre artistas
de diferentes disciplinas: encenadores,
maestros, cantores, argumentistas, etc.
É também um fórum para discussões intensas
e debates excitantes sobre a forma da ópera
nos nossos dias e no futuro.
Como é que se envolveu em Be With
Me Now?
Na verdade, não sei! Tinha anteriormente
participado em vários projetos enoa,
nomeadamente workshops organizados em
Aix-en-Provence com Peter Eötvös em 2011,
mas também em Lisboa com a Orquestra
Gulbenkian, para a qual escrevi uma peça que
foi dirigida pelo compositor Luca Francesconi.
Sou também compositor em residência no LOD
muziektheater, uma companhia de produção
com sede em Gent, especializada em ópera e
teatro musical. Essas atividades provavelmente
contribuíram para que o meu nome fosse
sugerido para este projeto. Por outro lado, já
anteriormente conhecera, num workshop em
Gent, Julien Fišera e Isabelle Kranabetter,
responsáveis pela conceção e dramaturgia
de Be With Me Now.
Como vê este projeto?
Embora repouse sobre A Flauta Mágica de
Mozart e junte a tradicional equipa artística
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be with me now © vincent beaume
de uma ópera – cantores, instrumentistas,
encenador, argumentista, maestro – e se
projete ao longo de quatrocentos anos de
música, vejo Be With Me Now como algo que é
eminentemente contemporâneo. Os excertos
selecionados, pertencentes a vários estilos,
quando se juntam formam uma nova entidade,
particularmente porque são transpostos para
quatro instrumentos: violino, violoncelo,
flauta e piano. Justifica-se assim associar as
estas peças criações de compositores vivos
entre os quais me incluo, juntamente com
Vasco Mendonça e Wolfgang Mitterer.
a questão do exílio, tema de grande
atualidade, através de cartas dirigidas à sua
mulher que ficou no país natal que ele não
voltará a ver. Este tema captou imediatamente
a minha imaginação. Com Tristia, Julien
Fišera tinha a ideia de fazer ecoar a ária
“O du, mein holder Abendstern” de
Tannhäuser – uma peça incluída em Be With
Me Now – quando Wolfram contempla as
estrelas enquanto pensa no amor que perdeu.
Em Tristia, o poeta está também a olhar para
o céu e para uma estrela em particular que lhe
permite comunicar com a sua mulher.
Como é que a sua peça, Tristia, se
inscreve no esquema geral da peça?
Inspirada em A Flauta Mágica, Be With Me
Now conta a história de Tamino que procura
a sua Pamina, da qual foi separado. Embora
muito afastados, estes dois personagens
querem encontrar-se a qualquer preço.
A minha peça surge depois de Airs de Cour do
compositor barroco francês Michel Lambert,
a obra mais antiga no programa, e antes da
melodia “I go to him”, retirada de The Rake’s
Progress de Stravinsky. Na dramaturgia,
corresponde ao momento em que Pamina
decide partir para procurar Tamino. A minha
peça encerra a primeira parte do espetáculo,
antes do início de uma série de peças curtas,
nomeadamente de Wagner. Desde o início,
Julien Fišera e Isabelle Kranabetter pediramme para colocar em música um excerto de
Tristia de Ovídeo. O poeta romano aborda
Como é a música de Tristia?
Tristia é cantada por um meio-soprano e um
barítono. Na altura da encomenda, Isabelle
Kranabetter insistiu no facto de a figura
masculina ser central, ficando a personagem
feminina à distância. A peça inicia-se com
uma breve intervenção da cantora, seguindose a entrada do barítono e depois um eco
distante da voz feminina. Tristia usa silêncios
– muito presentes nas partes cantadas,
ao contrário dos quatro instrumentos que
tocam continuamente – para refletir esta
ausência evocada por Ovídeo. Os cantores
intervêm através de pequenos fragmentos,
mas sem dialogarem, na medida que
o outro nunca chega.
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entrevista conduzida por anne le nabour –
27 de abril de 2015 / excerto do programa
do festival d’aix-en-provence
Entrevista com o compositor Vasco Mendonça
Como se desenvolveu a sua carreira
musical?
Formei-me em composição em Lisboa
antes de ir para Amesterdão para preparar
um mestrado com Klaas de Vries. Em
seguida viajei para Londres para estudar
com o compositor George Benjamin, tendo
concluído o meu doutoramento.
A peça Be With Me Now foi criada
para assinalar o 5.º aniversário
da Rede Europeia de Academias
de Ópera (enoa). Na sua opinião,
o que é que uma rede deste tipo
traz de novo à música?
enoa desempenha um papel crucial no mundo
lírico dos nossos dias. Encoraja a mobilidade
entre os jovens artistas no início das suas
carreiras, apoia os jovens talentos e participa
na organização de numerosos encontros
artísticos. Pessoalmente, devo à enoa a minha
ligação com o Festival d’Aix-en-Provence.
Por exemplo, The House Taken Over pode ser
considerada, até um certo ponto, o produto
desse encontro.
Como descreve a peça que compôs
para Be With Me Now?
É a peça que conclui o espetáculo, o
que representa um certo desafio. Não é
particularmente fácil compor uma obra
contemporânea que será ouvida depois da
Flauta Mágica. A minha peça usa os cinco
cantores, no entanto sem pretender ser um
coro final – um momento tradicionalmente
reservado na ópera para a resolução do
enredo. Pelo contrário, privilegiei um final
aberto que coloca questões, mesmo se
Be With Me Now, ainda que veiculando a ideia
de uma Europa da cultura, não inclua uma
mensagem política propriamente dita. Para
isso, escolhi um poema do poeta inglês
Philip Larkin (1922-1985), This Was Your
Place of Birth, escrito em 1945. Embora seja
possível estabelecer uma ligação entre este
texto e a intriga global neste momento da
representação, é suficientemente vaga para
poder colocar questões mais gerais sobre
o nosso futuro comum como europeus.
Por fim, em termos da sua estética, a escrita
é semelhante à do madrigal.
Como é que se envolveu em Be With
Me Now?
Be With Me Now foi o tema para um convite à
apresentação de propostas. Este foi ganho pelo
encenador Julien Fišera que eu conhecera no
Festival d’Aix-en-Provence em 2010 e com
o qual me mantive em contacto. Assim que
soube que iria ser o responsável pelo projeto,
Julien Fišera contactou-me de imediato:
além dos excertos retirados do repertório
estabelecido, queria também incluir peças
de compositores vivos. Fiquei absolutamente
empolgado com este pedido.
Qual é a relação entre a sua peça
e a outras obras do programa?
Apesar de estar incluída em Be With Me Now,
esta peça destina-se também, no futuro,
a poder ser interpretada autonomamente.
Não me preocupei demasiado com a presença
de outros compositores. Na verdade, não
penso que se deva procurar uma coerência
a qualquer preço entre as diferentes partes
de Be With Me Now, que é, na sua essência,
uma combinação de vários repertórios
que enfatizam diferenças de estilos e
nacionalidades.
09
be with me now © vincent beaume
Que lugar ocupa a música vocal no seu
repertório?
Nos últimos anos, a música vocal ocupou um
espaço considerável e assim vai continuar.
Depois de Be With Me Now vou compor um ciclo
de canções para barítono e piano e em seguida
uma nova ópera. É um género do qual me
sinto naturalmente muito próximo. A voz é o
meu instrumento preferido, um instrumento
incrível e muito diferente! Mesmo se,
por vezes, me afasto dele, o que é sempre
benéfico, acabo sempre por regressar com
grande prazer.
10
De uma forma geral, como define
a sua filosofia estética?
É uma pergunta difícil. Na minha opinião,
o mais importante é o facto de compor, de
cada vez, uma peça única, mas no entanto
mantendo um olhar crítico sobre o meu
trabalho. Até um certo ponto, concordo
com Philip Larkin quando ele diz que a
“originalidade está em se distinguir de si
próprio e não dos outros”.
entrevista conduzida por anne le nabour –
30 de abril de 2015 / excerto do programa
do festival d’aix-en-provence
Daan
Janssens
Vasco
Mendonça
compositor
compositor
vasco mendonça © dr
daan janssens © isabelle franáaix
Notas Biográficas
Depois de concluir a sua formação em violino,
piano e teoria musical, Daan Janssens
estudou composição e direção de orquestra
no Conservatório de Gent com Frank
Nuyts, Filip Rathé e Godfried-Willem Raes.
Prosseguiu a sua formação em composição
com Bruno Mantovani, Peter Eötvös, Magnus
Lindberg e Luca Francesconi. Em simultâneo,
aperfeiçoou-se em direção com o Ensemble
Modern e Johannes Kalitzke. Em 2006
recebeu o primeiro prémio de composição
da Semana da Música Contemporânea de Gent
com o seu quarteto para cordas …Passages...
(2005). As suas composições (...nuit cassée.),
(es), (étude scénographique), (Paysages - études)
I, (...en paysage de nuit...), Les Aveugles e (...revenir
dans l’oubli...) foram selecionadas para a secção
flamenga da Sociedade Internacional para a
Música Contemporânea (ISCM-Vlaanderen).
Algumas das suas obras foram tocadas durante
os festivais TRANSIT, Ars Musica, Musica em
Estrasburgo, Internationale Ferienkurse fur
Neue Musik (Darmstadt) e ISCM World Music
Days, bem como no Kaaitheater em Bruxelas,
no Concertgebouw de Bruges e na Fundação
Calouste Gulbenkian. Daan Janssens
colabora com vários agrupamentos, incluindo
Spectra, Ensemble intercontemporain, Neue
Vocalsolisten Stuttgart, Ensemble Orchestral
Contemporain, Musiques Nouvelles e
Silbersee. Dirige o ensemble Nadar, formação
com a qual se apresentou nos Ferienkurse de
Darmstadt, no Festival Musica de Estrasburgo
e no Festival de Donaueschingen. Desde 2007,
é investigador assistente no Conservatório
de Gent.
Vasco Mendonça formou-se em Composição
na Escola Superior de Música de Lisboa.
Mudou-se depois para Amesterdão, onde
estudou com Klaas de Vries e George
Benjamin. Recebeu numerosas distinções,
entre as quais o Prémio de Composição
Lopes Graça (2004). Representou Portugal na
Tribuna Internacional de Compositores da
UNESCO (2010). Colaborou com companhias
europeias de vanguarda no que respeita
ao teatro musical contemporâneo, entre as
quais Music Theatre Wales, Muziektheater
Transparant e LOD muziektheater. Recebeu
encomendas de diversas salas e festivais:
Festival d’Aix-en-Provence – que apresentou,
em estreia mundial, a sua ópera The House
Taken Over (2013) –, Festival de Aldeburgh,
Festival de Verbier, Musica Nova Helsinki,
Música em Estrasburgo, Semana Musical
Gaudeamus, Concertgebouw de Amsterdão,
deSingel, De Doelen, Grand Théâtre de
Luxembourg, Philharmonie de l’Elbe,
Philharmonie de Colónia e Salle Gaveau.
A música de Vasco Mendonça tem sido
interpretada por toda a Europa por grupos
como Asko/Schönberg, Nieuw Ensemble,
Remix Ensemble, International Contemporary
Ensemble, Orquestra Gulbenkian, Orquestra
Sinfónica do Porto, Drumming, Sond’Arte ou
Nederlands Vocaal Laboratorium. Recebeu
encomendas de obras de várias instituições,
incluindo Casa da Música, Aldeburgh Music,
MuziekTheater Transparant, Festival de
Verbier, Gaudeamus Music Week, Fundação
Calouste Gulbenkian e Culturgest. A sua
música é editada pela Classic Concert Records.
11
Isabelle
Kranabetter
encenação, conceção
e dramaturgia
conceção e dramaturgia
Após estudos de Literatura e História da Arte
na Sorbonne, na Royal Holloway University
de Londres e na Universidade do Texas,
Julien Fišera criou em 2004 a companhia
Espace Commun, especializada em textos
contemporâneos. Os valores do encontro,
da partilha e da transmissão estão no cerne
da sua abordagem da encenação. Sediado
em Paris, apresentou o seu trabalho em
Marrocos, no México, no Brasil, nos E.U.A.
e ultimamente no Teatro de Arte de Moscovo,
onde encenou Don Juan de Molière. Com a
preocupação de promover o encontro entre
diferentes disciplinas artísticas, multiplica
as trocas com o meio da dança contemporânea,
do cinema e sobretudo da ópera e da música
contemporânea. Em 2010 participou no
Atelier Opéra en Création da Academia do
Festival d’Aix-en-Provence e juntou-se à rede
enoa. Colaborou com o compositor Pascal
Dusapin (O Mensch!) e com os encenadores
Robert Cantarella (Werther de Massenet),
Joël Pommerat (Thanks to My Eyes de Oscar
Bianchi) e Richard Brunel (L’Empereur
d’Atlantis de Ullmann). Em 2014 encenou
o concerto do 75.º aniversário da Chapelle
Musicale Reine Elisabeth no Palácio de Belas
Artes de Bruxelas. Encenou peças de Michel
Vinaver, Martin Crimp, Harold Pinter, Lars
Norén, Caryl Churchill e Jean Genet e dirigiu
as criações de Belgrade (Angélica Liddell)
em 2013 e de Eau sauvage (Valérie Mréjen)
em 2015. Para 2016 tem em preparação o
espetáculo musical Blackbird, inspirado
na primeira digressão americana dos Beatles
em 1964.
12
Isabelle Kranabetter estudou canto na
Universidade de Música de Dresden antes de
estudar dramaturgia de ópera na Bayerische
Theaterakademie August Everding com Klaus
Zehelein. Teve o apoio do departamento
alemão de intercâmbio universitário
(DAAD) para prosseguir a sua formação na
Universidade de Paris 8. Como dramaturga,
trabalhou obras redescobertas do século
XVIII, tais como Didone abbandonata de
Hasse e La Dirindina de D. Scarlatti. Além
disso, trabalhou também a ópera A raposinha
matreira de Janácek
ˇ e participou em dois
projetos do compositor alemão Manos
Tsangaris. Com as empresas de produção
Sophiensäle e Radialsystem V, em Berlim,
envolveu-se em inovadoras criações musicais
e líricas de um género novo, nomeadamente
a versão cénica de Um Requiem Alemão, de
Brahms, pela Companhia Sasha Waltz &
Guests. Em 2014, na qualidade de membro do
coletivo teatral Quid Pro Quo, participou em
Die großen Utopien sind zuruck!, sobre as utopias
sociopolíticas do nosso tempo. Dramaturga
independente e depois responsável pela
secção de Ópera da Bayer Kultur, contribuiu
para a revalorização de várias óperas dos
séculos XVIII e XX, além de outras criações
contemporâneas. Proximamente, irá colaborar
com o coreógrafo espanhol Juan Kruz Diaz
de Garaio Esnaola num conceito coreográfico
em torno das canções com alaúde do séc. XVII
e com o compositor Stefan Hanke no libreto
de um espetáculo musical para crianças
encomendado pela Filarmónica de Colónia.
isabelle kranabetter © dr
julien fišera © jean-louis fernandez
Julien
Fišera
Samal
Blak
direção musical,
transcrições e piano
cenários e guarda-roupa
samal blak © dr
manoj kamps © chantal bekker
MaNOj
Kamps
O compositor, maestro e diretor de coro
cingalês MaN0j Kamps recebeu as suas
primeiras lições de música de Sureka
Amerasinghe. Apoiado pela Kersjes
Fonds, estudou direção de orquestra com
Jac van Steen e Kenneth Montgomery no
Conservatório de Haia, onde se formou
igualmente em composição e em direção
coral. Graças ao apoio da Fundação Ars
Lunga, trabalhou em seguida com Daniel
Reuss. Dirigiu concertos e representações
cénicas ou semicénicas com a Nationale
Reisopera, o Coro de Câmara da Holanda,
a Cappella Amsterdam, a Academia de Ópera
da Holanda, o Coro da Rádio Nacional da
Holanda, o Asko/Schönberg Ensemble,
o Silbersee e a Orquestra de Câmara
Telemann de Tóquio. Trabalhou como
primeiro assistente no Coro da Rádio de
Berlim, na Ópera da Holanda, na Sociedade
Bach da Holanda e na Orquestra Sinfónica
de Praga. Dirigiu várias estreias mundiais
e holandesas de obras de Louis Andriessen,
Michel van der Aa, Karlheinz Stockhausen,
Boudewijn Tarenskeen, Klaas de Vries e
Rodion Chtchedrine. Apresentou-se em
numerosos festivais, incluindo a Semana
Musical Gaudeamus, o Festival da Holanda
e o Festival AAA do Concertgebouw de
Amsterdão. MaNOj Kamps participa em
projetos multidisciplinares e é também
arranjador musical e compositor. Além
disso, desenvolve atividade pedagógica,
nomeadamente no Centro Musical da Rádio
Nacional da Holanda e na Ópera da Holanda.
Originário das Ilhas Faroé, Samal Blak
estudou no Central Saint Martins College of
Art and Design de Londres, onde obteve um
diploma em cenografia. Recebeu o prémio
Thorvald Poulsen av Steinum em 2007 e o
Prémio Linbury em 2009. Em 2010 encenou
Otello (Verdi) na Ópera de Birmingham,
produção nomeada para os Prémios de
Música da Royal Philharmonic Society na
categoria de Ópera e Teatro Musical. Entre os
espetáculos nos quais Samal Blak trabalhou
como cenógrafo, destacam-se: Ghost Patrol
(MacRae), que recebeu em 2013 o Prémio
South Bank Sky Arts na categoria de ópera;
In the Locked Room (Huw Watkins), para a
Ópera da Escócia e o Music Theatre Wales;
Khovantchina (Mussorgsky), que recebeu
o prémio para Melhor Nova Produção nos
Prémios Internacionais de Ópera 2015
e que foi nomeado para o Prémio South
Bank Sky Arts no mesmo ano; Life is a Dream
(Jonathan Dove) na Ópera de Birmingham;
Les mamelles de Tirésias (Poulenc) no Festival
d’Aix-en-Provence, no Festival de Aldeburgh
e no Théâtre Royal de la Monnaie; Il Giasone
(Cavalli), Agrippina (Händel), Simon
Boccanegra (Verdi), L’Incoronazione di Poppea
(Monteverdi) e Così fan tutte (Mozart), com
a English Touring Opera; Most of the Boys
(Sasha Siem) no Linbury Studio Theatre; The
Importance of Being Earnest (Gerald Barry) nos
Riverside Studios de Londres; Antoine and
the Paper Aeroplane no Festival de Edimburgo
Afenginn-Decenniale em Copenhaga; Tosca
(Puccini) na Opéra d’Ostfold; Falstaff (Verdi)
na Ópera Nacional de Bucareste.
13
Jérémie
Scheidler
luzes
instalação de vídeo
kévin briard © dr
jérémie scheidler © dr
Kévin
Briard
Kévin Briard diplomou-se pela École
Nationale Supérieure des Arts et Techniques
du Théâtre de Lyon, onde participou em
criações de Michel Raskine, Emmanuel
Daumas, Richard Brunel e Christian Von
Treskow. Integrou a equipa da Comédie de
Valence a convite do encenador Christophe
Perton, tendo realizado a iluminação de
L’annonce faite à Marie (Paul Claudel) e Le
Procès de Bill Clinton (Lancelot Hamelin). Para
Olivier Werner, artista permanente do grupo,
realizou a iluminação de Saint Elvis (Serge
Valletti), Par les Villages (Peter Handke) e Rien
d’humain (Marie Ndiaye). Entre 2009 e 2012,
colaborou com a companhia em diversas
produções: Hércules (Eurípedes) no Théâtre du
Vieux Colombier; Les Grandes Personnes (Marie
Ndiaye) no Théâtre National de la Colline;
Souterrain Blues e La Femme Gauchère, díptico
de Peter Handke, no Théâtre du Rond-Point.
Paralelamente, assegurou a iluminação dos
espetáculos de Olivier Werner Occupe-toi du
bébé (Dennis Kelly), no Théâtre National de
la Colline, e La Pensée, concebido a partir de
um romance de Leonid Andreiev. Em 2013
regressou ao Théâtre du Vieux Colombier
para Oblomov (Ivan Gontcharov), adaptado
e encenado por Volodia Serre, e também
à Comédie de Valence para trabalhar em
Avant que j’oublie, escrito e interpretado por
Vanessa Van Durme e encenado por Richard
Brunel. Com o apoio do Jerome Robbins Trust,
colaborou com outros artistas e coreógrafos,
tais como Caroline Lhuillier (bailarina nas
Óperas de Berlim, Lyon e Nancy) e Flavia
Tapias (Grupo Tapias, Brasil).
14
O videasta, realizador e encenador Jérémie
Scheidler concluiu uma pós-graduação em
filosofia, vertente de estética (2006). Desde
2008, a sua investigação, que incide sobre
as formas não narrativas no cinema e no
teatro, levou-o a criar instalações de vídeo
para diversos espetáculos, em colaboração
com os encenadores Julien Fišera, David
Geselson, Marie Charlotte Biais, Nicolas
Fagart e Olivier Coyette. Colaborou com
diversos teatros e festivais, como a Comédie
de Béthune, o Festival 360, a Comédie
de Saint-Étienne, o Théâtre de Vanves,
o Théâtre du Grand-Rond (Toulouse) e
o Théâtre de Poche (Bruxelas). Diversos
projetos seus beneficiaram do apoio do
“Dispositif d’aide pour la création artistique
multimédia et numérique” (DICRéAM),
nomeadamente Belgrade (Angélica Liddell),
Eau Sauvage (Valérie Mréjen) e La Bohemia
electrónica, espetáculo transdisciplinar do
duo eletroacústico Kristoff K. Roll, criado
no Festival Musique Action (2014). Em 2013,
os seus vídeos Nuit Blanche #1 e Odeur du
temps #1 foram difundidos por ocasião das
exposições coletivas Bruissements, na Galerie
Isabelle Gounod (no quadro da temporada
Nouvelles Vagues du Palais em Tóquio) e Friends
& Family, na Galerie Eva Hober. Nesse mesmo
ano, o seu filme La Cendre et la lumière foi
projetado no Collège des Bernardins (Paris),
no âmbito de uma sessão Jeune Création.
Jérémie Scheidler colaborou igualmente na
encenação em Un seul été (a partir de L’Été 80
de Marguerite Duras), criado pela Compagnie
La Controverse no Théâtre de Vanves (2014).
Rannveig
Káradóttir
filmagem vídeo
soprano
pascal poissonnier © dr
rannveig káradóttir © dr
Pascal
Poissonnier
O realizador, músico e performer belga
Pascal Poissonnier formou-se na Académie
Royale des Beaux-Arts de Gent (KASK)
antes de concluir um mestrado em escrita
(scriptwriting). No final dos seus estudos,
realizou uma curta-metragem intitulada
Dat Ben Ik (Sou eu): difundido na Bélgica
e no estrangeiro, o filme foi selecionado e
premiado em vários festivais internacionais.
No ano seguinte, trabalhou pela primeira
vez com o teatro Kopergietery de Gent,
tendo então estabelecido uma longa e rica
colaboração que continua ainda hoje.
Desde então, dirigiu e produziu um
grande número de anúncios publicitários,
reportagens, curtas-metragens, clips vídeo
e recebeu diversas encomendas de filmes.
Além disso, criou uma instalação de vídeo
e editou diversos discos. Com a sua empresa
de produção, Savage Film, realizou dois
documentários, Walking Back To Happiness
e No Comment. É também pedagogo e
conferencista convidado da Académie Royale
des Beaux-Arts e do Lemmens Institute
de Gent.
A soprano islandesa Rannveig Káradóttir
estudou piano e flauta desde os seis anos,
antes de prosseguir a carreira de canto
clássico. Depois de concluir a sua formação
na Escola de Música de Reiquiavique, com
Alina Dubik, prosseguiu os seus estudos
em Itália, com Kristján Jóhannsson, e no
Royal College of Music de Londres, nas
classes de Janis Kelly e Christopher Glynn.
Paralelamente, continuou a estudar flauta,
mas também canto jazz, na Islândia e no
Complete Vocal Institute de Copenhaga.
Em 2008 venceu o Concurso Internacional
de Canto Barry Alexander e participou no
recital dos premiados no Carnegie Hall de
Nova Iorque. Os seus primeiros passos no
domínio da ópera incluíram os seguintes
papéis: Lauretta (Gianni Schicchi de Puccini)
no Estúdio de Ópera da Ópera da Islândia;
A Condessa (Die Verschworenen de Schubert)
na Escola de Música de Reiquiavique; Annina
(La traviata de Verdi) na Ópera da Islândia;
Zerlina (Don Giovanni de Mozart), com a
Orquestra Sinfónica Juvenil da Islândia;
Nero e Popea (L’Incoronazione di Poppea de
Monteverdi) no Royal College of Music, em
colaboração com a English Touring Opera,
e no Festival de Aldeburgh, no quadro do
Britten-Pears Young Artist Programme.
Em 2014 interpretou Violetta (La traviata)
no Rye Arts Festival. Entre outros projetos,
destaque ainda para o lançamento de um disco
de melodias islandesas em colaboração com a
pianista Birna Hallgrímsdóttir.
15
Kinga
Borowska
soprano
meio-soprano
kinga borowska © dr
maartje rammeloo © dr
Maartje
Rammeloo
A soprano holandesa Maartje Rammeloo
estudou canto no Conservatório Fontys de
Tilburg, onde se diplomou em 2008 depois
de se ter especializado em opereta e teatro
musical. Complementou a sua formação nos
cursos de aperfeiçoamento de Montserrat
Caballé, Raúl Giménez, Elly Ameling,
Bernarda Fink e Edith Wiens. Entre 2008
e 2013, foi premiada em vários concursos:
Prémio Staetshuys Fonds do Concurso
Internacional de Canto de Bois-le-Duc
(2008); Prémio Jo Bollekamp do concurso
Erna Spoorenberg Vocalisten Presentatie,
atribuído ao solista mais prometedor (2009);
Prémio do Concurso Hans Gabor Belvedere
de Amesterdão (2013). Foi igualmente
finalista do Concurso Internacional de
Canto Montserrat Caballé (Espanha) e do
Concurso internacional de Música Wilhelm
Stenhammar (Suécia). Nos palcos de ópera,
interpretou o papel principal de Alcina, de
Händel, além dos papéis de Adina (L’elisir
d’amore de Donizetti), Giulietta (Les contes
d’Hoffmann de Offenbach), e Saffi (O Barão
Cigano de J. Strauss). Participou igualmente
na estreia da ópera The Tsar, his wife, her lover
and his dead, de Monique Krüs, representada
no Grachtenfestival de Amesterdão.
Recentemente, estreou-se na Ópera da
Holanda no papel da Sacerdotisa, em Iphigénie
en Tauride de Gluck. Apresentou-se também
como solista em concertos de ópera e oratória,
sob a direção de maestros como Jac van Steen,
Robbert van Steijn, Antony Hermus e Wouter
Padberg. Trabalha atualmente com Ira Siff e
Peter Nilsson.
16
A meio-soprano polaca Kinga Borowska
estudou canto na Academia de Música de Lodz.
Em 2010 ingressou na Chapelle Musicale Reine
Elisabeth (Bélgica), onde foi aluna de José
Van Dam. Em 2013 recebeu o 2.º Prémio e um
Prémio Especial no Concurso Internacional
de Canto Ada Sari em Nowy Sacz (Polónia) e
foi finalista no 8.º Concurso Internacional de
Canto Stanisław Moniuszko de Varsóvia. Em
2014 fez parte da “Résidence Schubert” da
Academia do Festival d’Aix-en-Provence. Em
2007 estreou-se no Grande Teatro de Lodz,
como Marcelina, em As bodas de Figaro de
Mozart. Colaborou com numerosos artistas,
tais como os pianistas Helmut Deutsch, Ubaldo
Fabbri, Maciej Pikulski, Julius Drake e Eytan
Pessen, os contratenores Paul Esswood e Artur
Stefanowicz, as sopranos Olga Pasichnyk,
Ingrid Kremling-Domanski, Mireille
Alcantara, Izabela Ktosinska e Mitsuko
Shirai, as meios-sopranos Urszula Kryger
e Anita Garanca, o tenor Peter Schreier e o
barítono Udo Reinemann. No Théâtre Royal
de la Monnaie de Bruxelas participou em
produções de Matsukaze de Toshio Hosokawa,
Édipo de Enesco, Romeu e Julieta de Gounod, Au
Monde de Philippe Boesmans, no ballet Dance
X Music e num recital de melodias polacas
com a pianista Inge Spinette. Entre outros
agrupamentos, colaborou com a Orquestra
Nacional da Bélgica, a Filarmónica de Bruxelas,
a Orquestra da Rádio Flamenga e a Orquestra
Filarmónica do Luxemburgo, sob a direção de
maestros como Christopher Warren-Green,
Patrick Fournillier, Michel Tabachnik ou
Richard Egarr.
Gwilym
Bowen
barítono
gwilym bowen © dr
tomasz kumiega
¸ © dr
tenor
Tomasz
Kumiega
¸
Gwilym Bowen nasceu em Hereford, em
Inglaterra. Diplomou-se pela Universidade
de Cambridge e estudou também na Royal
Academy of Music. Ao longo a sua carreira,
interpretou vários personagens de ópera,
incluindo Pelléas (Pelléas et Mélisande de
Debussy), Tom Rakewell (The Rake’s Progress
de Stravinsky), Davey (Siren Song de Jonathan
Dove), Dwight / Dieu (Jerry Springer: the
Opera, de Richard Thomas e Stewart Lee),
o Marinheiro (Dido e Eneias de Purcell),
Intelletto (Rappresentatione di Anima, e di
Corpo de Cavalieri) e Lisandro (Sonho de uma
noite de verão de Britten). Cantou também
L’Incoronazione di Poppea, de Monteverdi,
no âmbito do Britten-Pears Young Artist
Programme, do Festival de Ópera de
Ryedale e da Academy of Ancient Music no
Barbican Centre de Londres. Colaborou com
a Oxford Philomusica na interpretação da
Oratória de Natal de J. S. Bach, na Polónia, e
com Die KölnerAkademie em Serenade, de
Britten, no Festival de Amesterdão. Mais
recentemente, cantou a Paixão segundo São
Mateus (Evangelista) de Bach, sob a direção
de Masaaki Suzuki, no Alice Tully Hall de
Nova Iorque, Zaïs de Rameau, com a Orchestre
de l’Âge des Lumières, no Queen Elizabeth
Hall, o Messias de Händel e a Missa em Si
menor de Bach, dirigida por Stephen Layton.
Na temporada 2014-2015, juntou-se à Royal
Academy Opera para interpretar Gherardo,
em Gianni Schicchi de Puccini, e Sellem, em
The Rake’s Progress de Stravinsky.
Bolseiro do Ministério da Cultura e do
Património Nacional da Polónia, Tomasz
Kumiega
˛ estudou canto na Universidade
de Música Fryderyk Chopin, em Varsóvia.
Em 2014 integrou o “Atelier Lyrique” da
Ópera Nacional de Paris. Foi premiado
em vários concursos no seu país natal e
recebeu o prémio HSBC da Academia do
Festival d’Aix-en-Provence em 2012 com as
suas interpretações de Papageno (A flauta
mágica de Mozart) e Masetto (Don Giovanni
de Mozart). Na qualidade de membro da
Academia de Ópera do Grande Teatro – Ópera
Nacional de Varsóvia – trabalhou com David
Pountney na interpretação de Mr. Emmet,
em Mr Emmet Takes a Walk de Peter Maxwell
Davies. Trabalha atualmente com Eytan
Pessen. O repertório de Tomasz Kumiega
˛
incluiu ainda Demetrius (Sonho de uma noite
de Verão de Britten), Marullo (Rigoletto de
Verdi), o Conde de Brabante (Lohengrin de
Wagner) e Guglielmo (Così fan tutte de Mozart).
Em 2014 estreou-se no Teatro Nacional de
Miskolc (Hungria) como Junius, em The Rape
of Lucretia de Britten, com a Filarmónica
Nacional de Varsóvia, como Arlequim em
Ariadne auf Naxos de R. Strauss, e na Ópera de
Câmara de Varsóvia (Festival Mozart) no papel
de Don Giovanni. Na presente temporada
apresenta-se pela primeira vez na Ópera
Nacional de Paris, onde interpretará os papéis
de Príncipe Yamadori, em Madama Butterfly de
Puccini, e de Orfeu, em L’Orfeo de Monteverdi.
17
violino
violoncelo
Fanglei Liu foi aluna de Kolja Blacher na
Escola Superior de Música Hanns Eisler de
Berlim e de Augustin Dumay na Chapelle
Musicale Reine Elisabeth, em Waterloo.
Participou nas master-classes da Kronberg
Academy, de Itzhak Perlman, da Mendelssohn
Summer School, do Encuentro de Música y
Academia de Santander, do Menuhin Festival
String Academy (Gstaad) e do Festival de
Música Aurora (Suécia).
Fanglei Liu conquistou vários prémios
na China, nomeadamente o 1.º Prémio no
Concurso Oriental de Música para Violino
(Xangai, 2005), o Grande Prémio do Concurso
Nacional de Violino (Tsingtao, 2006) e o 4.º
Prémio no Concurso Nacional de Violino
e Piano CCTV (Pequim, 2008). Recebeu
também o 2.º Prémio no Concurso de
Violino Ibolyka-Gyarfas (Berlim, 2013) e foi
semifinalista do Concurso Internacional de
Violino de Freiburg em 2014.
Fanglei Liu foi 1.º violino da Orquestra do
Festival de Música de Schleswig-Holstein
(2008-2010) e também da Orquestra do
Festival de Música do Pacífico, no Japão (2011).
Como instrumentista de música de câmara,
trabalhou com Christoph Eschenbach,
Nobuko Imai, o Quarteto de Cordas de Tóquio,
Hansjörg Schellenberger, David Gerlingas e
Ivan Monighetti. Apresentou-se em recital
no Shanghai Oriental Art Center, bem como
em Espanha, na Alemanha e na Bélgica.
Atualmente é membro do Menuhin Live
Music Now, em Berlim, e do Villa Musica
Rheinland-Pfalz.
18
Sébastien Van Kuijk formou-se em Paris
antes de estudar com Maria Kliegel, Aldo
Parisot, János Starker, David Geringas, Jens
Peter Maintz, Gábor Takács-Nagy, Pieter
Wispelwey, Gerhard Schulz e Günter Pichler.
Segundo Prémio e Prémio Especial Gustav
Mahler no Concurso Internacional de Música
da Primavera de Praga, Prémio SACEM do
Concurso Rostropovich e Prémio Pro Musicis,
foi igualmente laureado pela Fundação do
Groupe Banque Populaire, pela Fundação
Meyer e pela Swiss Global Artistic Foundation.
Apresentou-se como solista com a Filarmónica
Bohuslav Martinu,
˚ a Sinfónica da Rádio de
Frankfurt, a London Cello Orchestra,
a Orquestra de Câmara de Paris, a Orchestre
Lamoureux, a Orquestra Internacional de
Genebra e a Real Orquestra Filarmónica de
Liège. Entre os seus parceiros de concerto
figuram, entre outros, Renaud Capuçon,
Bertrand Chamayou, Augustin Dumay, Gary
Hoffman, Marie-Josèphe Jude, François Leleux,
Cédric Tiberghien, Julia Migenes, Alexandre
Tharaud e o Quarteto Ébène. Como artista
convidado, apresentou-se na Salle Gaveau,
na Cité de la Musique, no Théâtre des ChampsÉlysées e no Concertgebouw de Amesterdão.
Apaixonado pela música contemporânea,
trabalhou com os compositores G. Kurtág,
P. Boulez e H. Dutilleux. Foram-lhe dedicadas
peças para violoncelo de K. Beffa, N. Bacri e
T. Eschaich. Fundou, com o seu irmão Nicolas
(violino), o Quarteto Van Kuijk que ganhou em
2013 o Grande Prémio e o Prémio do Público no
Concurso Internacional de Quartetos de Cordas
de Trondheim, na Noruega.
sébastian van kuijk © caterina zalewska
Sébastien
Van Kuijk
fanglei liu © dr
Fanglei
Liu
Ana Filipa
Lima
ana filipa lima © dr
flauta
Ana Filipa Lima iniciou os seus estudos
musicais na Escola Profissional de Música
de Viana do Castelo. Diplomou-se em flauta
pela Escola Superior de Música e das Artes
do Espetáculo do Porto (2014) e frequenta
atualmente um mestrado em Performance
na Hoschschule fur Musik und Theater
Felix Mendelssohn-Bartholdy, em Leipzig,
com Irmela Bossler. É bolseira da Fundação
Calouste Gulbenkian desde 2014.
Em 2012 foi premiada pela Yamaha Music
Foundation of Europe e selecionada para
a World Orchestra. Em 2013 representou
Portugal, como embaixadora, na World Peace
Orchestra, tendo atuado na África do Sul.
Em 2014 foi selecionada para o Ensemble
Academy Freiburg e participou em concertos
com a Internationale Junge Orchester
Akademie, a Zoltán Kodály World Youth
Orchestra, a International Youth Symphony
Orchestra Bremen, a FIMM Orchestra
Academy, a London Mahler Orchestra,
a Penderecki Akademie Orchestra Westfalen,
o Remix Ensemble e a Orquestra Gulbenkian.
Em 2015 gravou duas peças escritas para ela:
Flutuações Contemplativas, de Manuel Brásio,
e A Menina dos Cabelos de Ouro - In Memoriam
Rosalina Paredinha, de Miguel Oliveira.
Foi selecionada para o Concurso ARD 2015,
participou no Estágio Gulbenkian para
Orquestra e na Moritzburg Festival Academy
e colaborou ainda com a Orquestra de
Guimarães, a Deutsche Staatskapelle Weimar
e a Young Franco-German-Hungarian
Philharmonic.
Créditos
benjamin britten
“tell me the truth about love”
música de benjamin britten
texto de w.h. auden
interpretada com autorização de faber
music ltd, london
pablo luna
“de españa vengo”
© 1921 de pablo luna, enrique garcía alvarez
e antonio paso cano – unión musical ediciones,
s.l., madrid
todos os direitos reservados. protegidos
pela regulamentação
internacional dos direitos de autor.
wolfgang mitterer
“halt”
com a amável autorização do compositor
igor stravinsky
“i go to him”
com a amável autorização de boosey
& hawkes music publishers limited
vasco mendonça
“what the night brings”
sobre o poema de philip larkin “this was
your place of birth” extraído da coleção
© estate of philip larkin e reimpresso
com permissão de faber and faber ltd.
19
european network of opera academies
rede europeia de academias de ópera
A rede enoa nasceu da vontade de várias instituições do mundo da ópera – academias, festivais, fundações e produtores de
ópera – de colaborarem de forma mais estreita no apoio aos
jovens artistas, ajudando-os no lançamento das suas carreiras
e a alcançar as suas ambições artísticas.
Com o apoio do Programa Cultura da União Europeia, desde
2011 a rede enoa trabalhou no âmbito da formação e da mobilidade dos artistas emergentes, encorajando a criação e a disseminação de novas criações operáticas através da Europa.
A comunidade enoa é formada atualmente por onze instituições
membros, catorze parceiros associados, mais de um milhar de
jovens artistas e cerca de trezentos profissionais.
Para celebrar o seu quinto aniversário, a rede enoa orgulha-se
de apresentar Be With Me Now, uma criação musical emblemática
dos seus valores e do seu sucesso. Esta ambiciosa produção resulta da colaboração entre artistas que se conheceram através da
rede e é interpretada por jovens talentos descobertos pela enoa.
Foi acompanhada no seu processo de criação e coproduzida por
oito das instituições membros da rede.
Estreada em Aix-en-Provence a 7 de julho de 20015, Be With Me
Now estará em digressão europeia até ao verão de 2016.
Celebremos juntos a vitalidade do mundo da ópera!
www.enoa-community.com
tem o apoio do Programa Cultura da União Europeia
A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor,
não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela puder ser feita.
14 + 15 Novembro
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sábado, 19:00h / domingo, 16:00h — M/6
19 Novembro
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trauernacht – festival d’aix-en-provence 2014 © pascal victor /artcomart
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