Resumo Público do
Plano de Manejo
Rev. 10
Novembro/2014
Outubro/2013
1. INTRODUÇÃO
A Araupel S/A certificou suas florestas em março de 2002 de acordo com os
Princípios e Critérios do FSC® – Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo
Florestal).
Este documento resume o Plano de Manejo, o qual serve como base para o bom
andamento da Certificação Florestal em atendimento aos Princípios e Critérios do
FSC®.
2. OBJETIVOS DO MANEJO

Garantir o abastecimento da unidade industrial em Quedas do Iguaçu;

Definir um planejamento de colheita anual;

Proporcionar benefícios sociais às comunidades locais;

Garantir bem-estar, segurança e os direitos dos trabalhadores;

Garantir a proteção da floresta (incêndios, doenças e pragas);

Garantir que a floresta obtenha o máximo de produtividade, de acordo com o
sitio onde ela está implantada;

Assegurar em longo prazo a sustentabilidade da floresta e dos benefícios
sociais e ambientais proporcionados por ela;
3. DESCRIÇÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS A SEREM MANEJADOS
A Araupel dispõe atualmente de 15.385,79 ha (Dado de
agosto/14) de plantações florestais, distribuídos entre
os
plantios
de
araucária,
pinus
e
eucalipto
e
reimplantações. A distribuição das áreas a serem
manejadas,
limitações
ambientais,
situação
dos
imóveis e distribuição da área entre os municípios,
podem ser verificadas nas tabelas 1 e 2 respectivamente:
Revisão 10
2
Tabela 1. Distribuição da Área da Propriedade
DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA DA PROPRIEDADE
ÁREA (ha)
%
- Araucaria
- Pinus
Reflorestamentos - Eucalyptus
Reimplantações
2.151,40
10.897,10
1.138,24
7%
35%
4%
- Preserv.Permanente
Florestas Naturais - Reserva Legal
3.678,98
6.165,70
12%
20%
4.161,26
533,03
141,28
35,88
813,15
13%
1,7%
0,5%
0,1%
3%
ITENS
- Remanesc. Florestal (*)
- Estr. +/- 1.070,3 km
- Redes Elétricas
- Benfeitorias
- Aceiros e leiras
Infra-Estrutura
Inaproveitáveis:
TOTAL GERAL
ÁREA
ACUMULADA
(ha)
%
ACUM.
ÁREA
ACUMULADA
(ha)
%
ACUM.
14.186,74
1.199,05
45,89
3,88
15.385,79
50%
14.005,94
45,30
14.005,94
45%
710,19
813,15
2,30
2,63
1.523,34
5%
ÁREA
ACUMULADA
(ha)
%
ACUM.
29.391,73
95%
30.915,07
100%
(*) Remanescentes florestais naturais que poderão ser destinadas para reserva legal ou futuras R.P.P.N.'s.
Atualizado em agosto/2014
Revisão 10
3
4. MAPAS DA PROPRIEDADE
Como pode-se verificar abaixo a área total divide-se em dois imóveis: Rio das
Cobras e Pinhal Ralo, com 10.727,45 ha e 20.187,62 ha, respectivamente.
Imóvel Rio das Cobras
Revisão 10
4
Imóvel Pinhal Ralo
Revisão 10
5
5. CONDIÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA E PERFIL DAS ÁREAS ADJACENTES
A Araupel exerce forte influência sobre o perfil sócio-econômico da região - seus
colaboradores diretos são à base da movimentação econômica do município de
Quedas do Iguaçu - cidade com 30.605 habitantes (Fonte: IBGE).
A Araupel tem suas áreas divididas entre os municípios de Espigão Alto do Iguaçu,
Nova Laranjeiras, Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, sendo este último o
município mais antigo (emancipação em 1968).
As atividades econômicas da região têm sua dinâmica intrinsicamente ligada ao setor
agrícola, onde predominam as lavouras, essencialmente as culturas temporárias. No
entanto, a indústria madeireira merece destaque, pois é a que gera o maior percentual
de renda na região. A região pode ser considerada como sendo de economia agroindustrial.
Tabela 3. Atividades Econômicas de maior percentual na região
Quedas do
Espigão Alto
Nova
Rio Bonito
Iguaçu
do Iguaçu
Laranjeiras
do Iguaçu
Nº.
Indústrias de Transformação
Comércio
Atividades
Imobiliárias,
%
Nº.
%
97
12,6
6
7,1
352
45,7
16
19,0
82
10,6
6
7,1
71
9,2
45
53,6
Nº.
%
14
Nº.
%
Total
Nº.
%
7,7
25 13,1
142 11,6
54 29,7
90 47,1
512 41,8
4
2,2
6
3,1
98
8,0
aluguéis e serviços prestados
às empresas
Outros
serviços
coletivos,
82 45,1
40 20,9
238 19,4
sociais e pessoais
Fonte: IBGE, Cadastro Geral de Empresas 2001
Revisão 10
6
6. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS SILVICULTURAIS E/OU OUTROS SISTEMAS DE
MANEJO
6.1 Manejo Florestal
O objetivo principal do manejo
florestal da Araupel é estabelecer o
processo gerencial e administrativo
das florestas nativas e implantadas
com
Araucaria
Pinus
taeda
Eucalyptus
angustifolia,
e
elliottii
grandis
e
e
dos
recursos naturais, para a obtenção
dos benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando os mecanismos de
sustentação do ecossistema.
6.2 Florestas Naturais
O regime de manejo para as áreas de preservação permanente, foi definido como de
preservação da biodiversidade e proteção dos recursos, ou seja, de não exploração e
uso. A Araupel possui hoje áreas de preservação permanente que somam 3.678,98
hectares.
As áreas de reserva legal totalizam 6.165,70
hectares e estão devidamente averbadas às
margens das Matrículas de Registro de Imóveis.
Restando
outras
áreas
de
remanescentes
florestais com uma soma de 4.161,26 hectares,
que compõe quase em sua totalidade a área de
Reserva Particular do
Patrimônio Natural –
RPPN com 5.151 hectares.
Revisão 10
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6.3 Florestas de Alto Valor de Conservação
A RPPN Corredor do Iguaçu e a área denominada Fazendinha apresentam
características que as enquadram como Floresta de Alto Valor de conservação
conforme atributos do Pro-Forest.
Segundo trabalho de pesquisa realizado pela UTFPR – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, chegou-se aos resultados abaixo. Os resultados obtidos foram
validados através de consulta pública junto a partes interessadas.
RPPN Corredor do Iguaçu
A área de estudo é uma Floresta Estacional Semidecidual com influência de
elementos da Floresta Ombrófila Mista, com alta diversidade de espécies. É uma área
de elevado interesse na conservação porque apresenta populações naturais de
Araucaria angustifolia, considerada ameaçada de extinção.
A
área
em estudo
também apresenta
espécies arbóreas raras, está em área
florestal extensa no bioma Mata atlântica e
apresenta
localização
estratégica
para
conservação da biodiversidade no corredor
Iguaçu, atendendo aos requisitos de uma
floresta de alto valor de conservação (HCV1 e
HCV2).
É uma área que fornece serviços ambientais
básicos em situações críticas, pois está em uma área de terreno íngreme e solo raso
na bacia do rio Iguaçu (HCV4).
A Floresta Semidecidual Semidecidual é um tipo de formação bastante ameaçado no
estado do Paraná, e a área em particular é um ecótono, pois apresenta elementos de
Floresta Ombrófila Mista, é mais raro ainda, necessitando de áreas extensas e sem
históricos de perturbação de forma a garantir a conservação genética de várias
espécies vegetais e animais bastante ameaçadas (HCV3).
Revisão 10
8
Fazendinha
A área de estudo é uma Floresta Estacional Semidecidual típica com alta diversidade
sem indicadores de intervenções antrópicas, como fogo ou extração de madeira.
Apresenta espécies arbóreas raras, está em área florestal extensa no bioma Mata
atlântica e apresenta localização estratégica para conservação da biodiversidade no
corredor Iguaçu, atendendo aos requisitos de uma floresta de alto valor de
conservação (HCV1 e HCV2).
É uma área que fornece serviços ambientais básicos em situações críticas, pois está
em uma área de terreno íngreme e solo raso na bacia do rio Guarani, tributário do rio
Iguaçu, mormente importante na hidrologia do estado do Paraná (HCV4).
A Floresta Semidecidual Semidecidual é um tipo de formação bastante ameaçada no
estado do Paraná e que necessita de áreas extensas e sem históricos de perturbação
de forma a garantir a conservação genética de várias espécies vegetais e animais
bastante ameaçadas (HCV3).
6.3.1 Monitoramento da Floresta de Alto Valor de Conservação
O monitoramento das Florestas de Alto Valor de Conservação se dá através de
projetos de levantamento da fauna estabelecidos anualmente, bem como, avaliações
de inventário florestal nativo a cada 5 anos, através dos quais podemos obter
indicadores do estado de conservação das florestas de alto valor de conservação.
6.3.2 Medidas de proteção aos valores das Florestas de Alto Valor de Conservação.
A área de RPPN e Fazendinha tem por objetivo a proteção dos recursos ambientais, e
somente deverá ser utilizada para o desenvolvimento de atividades de pesquisa
científica e educacional.
De modo nenhum poderão ser desenvolvidas atividades que venham comprometer o
equilíbrio ecológico ou colocar em perigo a sobrevivência das populações das
espécies ali existentes.
Algumas ações são tomadas para garantir a manutenção da base florestal.
A
manutenção dos contornos da propriedade (construção de aceiros) é uma delas
Revisão 10
9
visando à prevenção contra incêndios florestais. Outra ação desenvolvida, são as
rondas realizadas pelos vigilantes florestais em conjunto com os guardas florestais
(postos fixos) com o objetivo de verificar possíveis focos de incêndio, inibir a ação de
crimes contra fauna e flora, furtos de madeira e outros crimes ambientais.
Para o ano de 2015, alguns projetos serão desenvolvidos, os quais podem ser
verificados no Plano de Identificação e Proteção de Espécies Raras, Ameaçadas e
em Perigo de Extinção.
6.4 Plantios Florestais
Toda a madeira com diâmetro de 15 cm acima é consumida pela Araupel, proveniente
de plantios próprios de pinus, araucária e eucalipto localizados nos municípios de
Quedas do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Espigão Alto do Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu,
que seguem os conceitos de manejo sustentável.
As áreas de reflorestamento estão divididas em 2.151,40 ha de araucária, 10.897,10
ha de pinus, 1.138,24 ha de eucalipto e 1.199,05 ha de reimplantações (Dados de
agosto/2014).
6.4.1 Regime de Manejo das Florestas Plantadas
Para a competitividade da empresa é de fundamental importância a manutenção de
sua capacidade de produção de suas áreas plantadas, hoje perseguida de forma
contínua a partir do uso de um sistema de
manejo cada vez mais especializado.
A Araupel vem manejando suas florestas de
Pinus, Araucária e Eucalipto de forma a obter o
máximo de produtividade em cada uma delas.
As florestas da Araupel são manejadas para a
fabricação
de
produtos
sólidos,
onde
a
densidade inicial é de 1667 plantas por hectare
(espaçamento
3x2
m),
sendo
realizados
desbastes:
Revisão 10
10
Floresta de Pinus

Primeiro desbaste – 10º ano, deixando uma população remanescente de 850
árvores/ha;

Segundo desbaste – 14º ano, deixando uma população remanescente de 400 a
450 árvores/ha.

Corte raso – ao18º ano.
Floresta de Araucária

Primeiro desbaste – 10º ano, deixando uma população remanescente de 800
árvores/ha;

Segundo desbaste – 16º ano, deixando uma população remanescente de 400 a
450 árvores/ha.

Corte raso – ao 24º ano.
Floresta de Eucalipto

Primeiro desbaste – 4º ano, deixando uma população remanescente de 750
árvores/ha;

Segundo desbaste – 8º ano, deixando uma população remanescente de 350 a 400
árvores/ha.

Corte raso – ao 12º ano.
Revisão 10
11
7. Operações Florestais
Para as atividades de Manejo Florestal a Araupel dá preferência à utilização de
operações mecanizadas e semi-mecanizadas para possibilitar a oferta de emprego na
região, buscando minimizar os problemas sociais decorrentes do desemprego.
O sistema de manejo florestal dos plantios de Pinus é baseado no planejamento e
desenvolvimento das seguintes operações:

Produção de mudas (viveiro);

Preparo de solo;

Plantio (manual);

Poda de árvores;

Roçada ( mecânica, manual e química com produtos permitidos pelo FSC);

Controle de pragas;

Desbaste seletivo/sistemático;

Corte raso.

Carregamento e Transporte florestal.

Construção de Estradas.

Prevenção e combate a incêndios florestais.
8.JUSTIFICATIVA DAS TAXAS ANUAIS DE COLHEITA E DA SELEÇÃO
DAS
ESPÉCIES
8.1 Determinação da Taxa Anual de Colheita
A taxa de exploração anual das florestas é função direta da garantia da
sustentabilidade do empreendimento florestal e das demandas de madeira para as
diversas finalidades (venda e produtos sólidos).
A distribuição dos volumes contempla uma cota de 258.000 m3/ano com toras de 15
cm acima na ponta fina para serraria. As seguintes restrições e premissas
Revisão 10
12
operacionais, ambientais, sociais e econômicas interferem no processo de otimização
dessa taxa:
 Idade mínima e máxima de corte;
 Taxa de crescimento anual da floresta
 Atendimento à atual legislação prevista pelo código florestal e às políticas
ambientais internas da empresa;
 Característica da matéria-prima e sua adequação ao produto final;
 Consideração quanto à disponibilidade de madeira dos plantios próprios e madeira
de mercado.
A escolha pelo Pinus taeda se dá por ser uma espécie que apresenta um crescimento
superior em relação às outras. Em nossa região chega a ser 30% mais produtivo.
Além de a madeira possuir um baixo percentual de resina quando comparada com
outras espécies, o que facilita o manuseio na indústria, bem como no processo de
secagem.
9.MECANISMOS DE MONITORAMENTO DO CRESCIMENTO E DA DINÂMICA DA
FLORESTA.
O monitoramento do crescimento das florestas é feito a partir de medições anuais das
parcelas permanentes, instaladas para cada material genético nas diferentes
unidades de manejo (Inventário Florestal Contínuo).
Os principais objetivos das medições anuais das parcelas permanentes são :

Fornecer estimativas anuais do volume corrente dos povoamentos florestais por
material genético, classe de idade;

Avaliar o comportamento do crescimento dos diversos materiais genéticos nas
diferentes unidades de manejo;

Fornecer a base de dados para construção das equações de rendimento florestal
padrão, baseando-se nas atuais práticas de manejo florestal;
Revisão 10
13

Avaliar mudanças nos rendimentos dos povoamentos florestais entre ciclos de
produção;

Contribuir para o estabelecimento do índice de local, baseando-se na altura média
das árvores dominantes, objetivando a classificação das áreas florestais quanto a
sua capacidade produtiva;

Ajustar a curva de mortalidade natural por espécie, nível de produção;

Ajustar parâmetros para projeção do volume de madeira para diferentes produtos.
10. SALVAGUARDAS AMBIENTAIS/GESTÃO DE MEIO AMBIENTE
A gestão ambiental adotada visa o cumprimento da legislação além da ordenação das
operações florestais de forma a causarem o menor impacto possível sobre o meio.
São definidas as melhores práticas para garantir o mais adequado gerenciamento dos
recursos naturais, conforme segue abaixo:

Atualização e gerenciamento da legislação ambiental através de software
específico (Legal);

Definição de cuidados ambientais das operações florestais nas instruções de
trabalho;

Avaliação de aspectos e impactos através de matriz ambiental;

Treinamento dos colaboradores quanto aos cuidados ambientais de suas
operações;

Controle de erosão com adoção de práticas visando reter o escorrimento
superficial da água de chuva nas estradas através da construção de lombadas e
esgotos;

Utilização de equipamentos de colheita e procedimentos operacionais que
minimizem a compactação dos solos: harvesters equipados com esteiras e
tratores florestais com pneus de baixa pressão; todos os equipamentos trafegam,
preferencialmente, sobre a galhada e os resíduos;

Utilização de produtos químicos obedecendo a rígidos padrões ambientais, com
base no conceito de uso mínimo;

Gestão de resíduos sólidos (embalagens de pesticidas, óleos e graxas, recicláveis
e não recicláveis).

Gestão de efluentes (lavagem de EPI´s, irrigação viveiro);
Revisão 10
14

Manutenção de depósito apropriado para armazenamento temporário de
embalagens;

Não utilização de queimadas durante o preparo do solo;

Reposição dos nutrientes no solo por meio de incorporação de cascas de pinus,
eucalipto e araucária.

Monitoramento de fauna, flora e recursos hídricos através de projetos de pesquisa
ambiental.

Monitoramento do desempenho do manejo através de Sistema de Monitoramento
P-CERT-023 (H:\FLORESTAL\Indicadores de Monitoramento do Manejo);

Educação ambiental através do Projeto Guardiões da Natureza e ações em datas
especiais;
11. DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA DAS TÉCNICAS DE COLHEITA E EQUIPAMENTOS
A SEREM UTILIZADOS.
A estrutura para a realização da colheita é dividida em duas frentes de trabalho.
Sendo uma na realização do desbaste mecanizado e outra no corte raso objetivando
uma boa condução da floresta proporcionando um mix de suprimento, tanto em
espécies
pinus
e
araucária,
quanto
em
diâmetro
médio.
Revisão 10
15
No desbaste mecanizado o sistema utilizado é o cut-to-lenght (corte no tamanho).
Para efetuar esta operação utilizam-se “harvesters” de esteiras, minimizando assim o
impacto na compactação do solo proporcionando maior aderência, evitando
patinagens.
O sistema com “harvester” realiza as operações de derrubada, desgalhamento,
processamento e empilhamento conforme o sortimento programado.
O baldeio é realizado por “forwarders”, os quais são preparados para retirar dois
sortimentos de toras de uma só vez.
Os “forwarders” fazem o baldeio da madeira do interior da floresta até a borda do
talhão. Esta tecnologia proporciona economia de combustível, cuidados com o meio
ambiente, pois a retirada da madeira é realizada sobre um tapete de galhos
minimizando impactos ambientais. O sistema proporciona segurança na
disponibilidade de matéria-prima para a indústria pois possibilita operação em dois
turnos, 20 dias /mês otimizando o sistema com um melhor custo-benefício.
Nas atividades de Corte Raso Mecanizado utilizam-se dois sistemas de colheita: o
Full-Tree e o Cut-to-lenght.
O sistema Cut-to-length é composto pelas seguintes operações:
1) Derrubada, desgalhamento e processamento conforme sortimento
programado: esta atividade é realizada com escavadeira hidráulica equipada
com cabeçote Log-Max 7000. Optou-se por esta composição de equipamento,
devido a versatilidade, nacionalização da máquina-base, estrutura de apoio e
pós venda, adaptação do sistema e equipamentos, tanto para as atividades de
corte raso como para as atividades de desbaste.
2) Baldeio: o baldeio é realizado por Forwarders onde os mesmos carregam a
madeira no interior dos talhões e baldeiam até a beira das estradas, porém,
50% já é baldeada diretamente nos caminhões. Estes equipamentos utilizam
esteiras nos pneus traseiros, diminuindo assim a pressão sob o solo. Este
sistema é o mais econômico trazendo um melhor custo-benefício. Nesta
operação os galhos ficam distribuídos em área total favorecendo a ciclagem
dos nutrientes de forma bem distribuída dentro do talhão.
O sistema Full-Tree é composto pelas seguintes operações:
Este sistema é a nossa segunda opção quando precisamos intervir nos Forwarders
para manutenção em tempo prolongado, onde o Skider entra em operação iniciando o
sistema Full-Tree.
1) Derrubada: realizada por escavadeira hidráulica equipada com cabeçote
Log-Max 7000. A derrubada é realizada priorizando a formação de
feixes para posterior arraste.
2) Arraste: Realizado com Skider de pinça equipado com Eco-Track
(esteiras que melhoram o tracionamento da máquina e aumentam a vida
Revisão 10
16
útil dos pneus). O arraste só é realizado quando da impossibilidade de
uso de Forwarder.
3) Processamento: É realizado por escavadeira hidráulica, equipada com
cabeçote. A operação do processamento compõem o desgalhamento e
corte das toras conforme sortimento programado.
Este sistema é mais oneroso, porém disponibiliza a lenha concentrada na beira
da estrada facilitando assim a retirada da mesma.
Trabalhamos com áreas estratégicas para tempo chuvoso com o objetivo de
manter o suprimento com menos danos ao meio ambiente.
12. SISTEMA DE MONITORAMENTO DO MANEJO FLORESTAL
A maioria das operações florestais da Araupel são monitoradas e controladas,
visando não só registrar as atividades desenvolvidas, como também detectar
deficiências e aspectos a serem melhorados.
A figura a seguir resume o sistema de monitoramento o qual está definido através de
procedimento interno (P-CERT-023), e deverá ser continuamente melhorado.
O novo sistema de monitoramento criado possui indicadores e metas definidos e está
disponível na rede interna em H:\FLORESTAL\Indicadores de Monitoramento do
Manejo.
Ambiental
Monitoramento de pragas
Monitoramento do patrimônio Florestal
Efluente do viveiro de mudas
Controle de produtos químicos
Monitoramento da mastofauna imóvel Rio das
Cobras
Monitoramento da mastofauna do imóvel
Pinhal Ralo
Monitoramento de avifauna imóvel Rio das
Cobras
Monitoramento de avifauna imóvel Pinhal Ralo
Bioavaliação dos recursos hídricos
Monitoramento de flora
Avaliação dos Impactos Pré e Pós Colheita
Florestal
Social
Impactos ambientais e
sociais da colheita
Capacitação
do
colaborador
Atividades de terceiros
Segurança
do
trabalhador
Inspeções de segurança
Revisão 10
Econômico
Crescimento da floresta
Produtos
florestais
colhidos
Produção e venda de
mudas
Custos
do
manejo
florestal
17
12.1. Resultados do Projeto de Análise de Impacto Social e Ambiental das Operações
Florestais
O projeto de Avaliação de Impacto Social e Ambiental foi criado com o objetivo de
definir procedimentos para minimizar eventuais impactos sociais oriundos das
operações florestais propiciando mecanismos de expressão em relação às queixas ou
preocupações do público alvo afetado, além de amenizar conflitos e manter informado
o público alvo, buscando solução para suas necessidades.
O projeto irá proporcionar as comunidades lindeiras e adjacentes um canal de
comunicação logo que se inicie alguma operação Florestal da Araupel.
Este projeto tem a finalidade de otimizar as
relações com a referida comunidade que por
ventura possa estar sendo afetada pelas
operações de Manejo Florestal.
O
projeto consiste em duas
etapas, a
realização de palestra junto à comunidade
afetada,
levando
informações
acerca
da
empresa, operações florestais, riscos das
atividades, ações ambientais. Na segunda etapa do projeto, que acontece após a
finalização das operações, realiza-se a aplicação de questionário para identificar os
impactos gerados pelas atividades da empresa naquela região e propor ações de
melhoria.
Em 2013 foram realizadas avaliações em comunidades rurais lindeiras a Araupel.
RESULTADO DAS ENTREVISTAS DE IMPACTO SOCIAL DAS COMUNIDADES
Bairros: Espigão Alto do Iguaçu.
Rurais: Linha Erval Bonito, Linha Novo Horizonte, Linha Buriti, Linha Boa Vista de São
Roque, Linha Guarani, Assentamento Ireno Alves, Assentamento Marcos Freire,
Aldeia Indígena Rio das Cobras.
0%
100%
Revisão 10
Atividades Operacionais
Dos entrevistados dizem que as atividades de colheita da Araupel
causaram problemas para a comunidade.
Dos entrevistados dizem que as atividades da Araupel não geraram
problemas para a comunidade.
18
0%
100%
100%
0%
2%
98%
2%
98%
Comportamento dos Empregados
Dos entrevistados dizem que o comportamento dos empregados causou
problemas a comunidade.
Dos entrevistados afirmam que o comportamento dos empregados da
Araupel não causou problemas a comunidade.
Trânsito de Veículos
Dos entrevistados dizem que o trânsito de veículos da Araupel causou
problemas durante as operações de colheita.
Dos entrevistados afirmam que o trânsito de veículos da Araupel não
causou problemas a comunidade.
Ruídos
Dos entrevistados ficaram indiferentes ao ruído gerado pelas
atividades da Araupel durante as operações de colheita.
Dos entrevistados afirmam que não tiveram problemas com o ruído
gerado pelas operações florestais da Araupel.
Animais
Dos entrevistados informaram que as atividades dá Araupel durante as
operações de colheita provocaram interferência na população de animais
no local.
Dos entrevistados afirmam que não verificaram problemas com a
população de animais no local (morte, afugentamento, insetos, etc.).
13. COMPOSIÇÃO E MUDANÇAS NA FAUNA E FLORA
Flora
A cobertura vegetal natural na área da Araupel caracteriza-se basicamente por
remanescentes de floresta ombrófila mista e floresta estacional semidecidual. Estas
duas formações vegetais conferem à região enorme diversidade florística e alto valor
de conservação.
Entre as espécies vegetais já identificadas em inventário florestal nativo, e que
apresentam maior índice de valor de importância, estão: Ocotea diospyrifolia (Canelaamarela),
Nectandra
megapotamica
(Canela-preta),
Actinostemon
concolor
(Laranjeira-do-mato), Diatenopteryx sorbifolia (Maria-preta), Lonchocarpus campestris
(Rabo-de-bugio).
Canela-amarela
Revisão 10
Laranjeira-do-mato
Maria-preta
Rabo-de-bugio
19
Fauna
Neste encontro de dois ecossistemas, espécies da fauna e da flora das duas
formações, coexistem conferindo à região enorme biodiversidade.
Os resultados obtidos em levantamento faunísitco mostraram os seguintes números
comparados ao estado do PR.
Gráfico 1. Resultados Finais do Projeto Fauna.
800
700
Número de espécies
registradas para a
RPPN
700
600
500
400
300
150
200
100
157
160
90
35
29
Número de espécies
registradas para o
Estado do Paraná
55
0
Répteis
Aves
Anfíbios
Mamíferos
Em termos gerais, os índices de riqueza faunística da região do sudoeste do Paraná,
em especial a RPPN da Araupel S.A. devem-se principalmente à grande diversidade
local de ambientes, uma vez que, além de grandes contínuos florestais, extensas
áreas de ecótones e transição entre as diferentes formações que se fazem presentes
na região. A heterogeneidade espacial do ambiente é considerada com um fator
determinante para que as comunidades de animais associadas sejam também
diversificadas quanto à presença ou quanto à abundância relativa de determinadas
espécies ao longo dos diversos tipos de hábitat presentes em uma dada região.
Porém, os estudos desenvolvidos permitem a constatação de que os remanescentes
florestais existentes na RPPN, mostram-se como os elementos de maior importância
para a manutenção da maioria das espécies de animais, muito das quais encontramse ameaçadas de extinção.
Os estudos realizados em 2007 identificaram 174 espécies de aves nos três
fragmentos florestais (mata nativa, Pinus e Araucária), pertencentes a 18 ordens e 47
famílias.
Podem ser encontradas espécies raras, e ameaçadas no local de estudo o que
demonstra que a área é de grande importância para a avifauna e talvez seja um dos
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últimos grandes redutos de algumas espécies na região. Ao lado casal de Jacutinga,
espécie ameaçada de extinção.
No projeto de Bio-ecologia de felinos e outros mamíferos de médio e grande porte
obteve-se o registro de 14 espécies, distribuídas nas seguintes ordens: dois
Xenarthra, uma Primata, 10 Carnivora, quatro Artiodactyla, um Perissodactyla, três
Rodentia e dois Lagomorpha.
Indivíduo jovem de Puma concolor
Gato do mato
O projeto de Levantamento e Identificação das Influências Antrópicas sobre
Mastofauna na localidade da Fazendinha em Quedas do Iguaçu, realizado no ano de
2009/2010 em áreas de preservação permanente (APP) e reflorestamento de Pinus
sp. e Araucaria angustifólia ocorreu com uso de 10 armadilhas fotográficas marca
Buschnell que foram instaladas ao longo de 10 trechos; busca direta diurna e noturna,
pegadas e analise escatológicas. Foram realizadas 16 amostragens em oito meses,
onde foram registradas vinte e cinco espécies para a área, entre elas: tamanduámirim, jaguatirica, gato-do-mato, suçuarana, anta, veado-mateiro, macaco-prego, etc.
No levantamento de Mastofauna na Reserva Particular do Patrimônio Natural da
Araupel, realizado em 2011 foram registradas 31 espécies de mamíferos, distribuídas
em nove ordens e 18 famílias , classificadas em nove categorias de dieta, das quais o
maior número de representantes são carnívoros (7), seguido dos onívoros (6).
O inventário nativo da RPPN realizado em 2012 encontrou 1.618 indivíduos
pertencentes à 114 espécies, divididas em 81 gêneros e 44 famílias botânicas. As
famílias com maior número de espécies encontradas foram: Fabaceae (18 espécies),
Myrtaceae (9 espécies), Euphorbiaceae e Rutaceae (6 espécies cada), Lauraceae,
Sapindaceae,Meliaceae, Salicaceae e Solanaceae (5 espécies cada).
O índice de diversidade de Shannon foi de 3,99 nats/ind e a equabilidade de Pielou foi
de 0,84. Esses índices podem ser considerados valores bastante altos para Florestas
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Estacionais Semideciduais e o que comprova que a área apresenta elevada
diversidade de espécies.
Na amostragem da regeneração foram encontradas 53 espécies, divididas em 47
gêneros e 30 famílias. As espécies com maior número de indivíduos foram:
Actinostemon concolor (51), Trichilia catigua (49), Ruellia sp. (14), Strychnos
brasiliensis (13), e Nectandra megapotamica (12).
A Avaliação biológica realizada em 2012 para os rios Trigal e Charqueada
demonstraram nos quatro pontos amostrais
grande diversidade biológica referente a
organismos aquáticos bioindicadores, isto
se deve a riqueza de microhabitats como
seixos, cascalhos,
matéria
orgânica
alóctone (folhas, frutos, sementes, etc) e,
também, áreas de corredeiras e remansos.
Os índices alcançados no estudo
dos macroinvertebrados bentônicos estão
relacionados aos scores do “BMWP”,
segundo o “BMWP” os pontos de coleta
apresentaram ótima ou boa qualidade da
água.
Embora a qualidade ambiental do Rio Trigal e Charqueada seja ótima ou boa
(BMWP), resultado da boa política de preservação ambiental das áreas de
preservação permanente (APP) da empresa, deve ser levado em consideração
erosão hídrica causada pela entrada de sedimentos pelas pontes e estradas que dão
acesso as duas microbacias e com isso sejam previstos obras para mitigar este
agente que altera a complexidade do sistema hidrico e acaba gerando a saída de um
estado de normalidade do ecossistema e que pode ser verificado próximo as pontes.
A erosão hídrica causada pela entrada de sedimentos provenientes pelas
estradas rurais ainda não foi suficiente para alterar a qualidade da água, mas alterou
a estrutura das assembleias (riqueza e abundância dos macroinvertebrados) e os
microhabitats que passaram a apresentar sedimentos acumulados / depositados e
que favorecem alguns táxons como Gastropoda (caramujos) e Diptera (borrachudos,
pernilongos, moscas) e que afetaram de em maior escala o Rio Trigal.
Em 2013/2014 o levantamento da mastofauna da Fazendinha no imóvel Rio das
Cobras apresentou um resultados de 24 espécies num total de 29.580 horas de
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armadilhamento fotográfico.Tendo como destaque a anta, o veado mateiro, puma, e
outros.
14. PLANO PARA A IDENTIFICAÇÃO E PROTEÇÃO DE ESPÉCIES RARAS,
AMEAÇADAS E EM PERIGO DE EXTINÇÃO.
Para o ano de 2015 a Araupel estabeleceu novos projetos com a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória– FAFIUV/PR para desenvolvimento de
projetos de pesquisa.
O plano estabelecido tem como objetivo definir ações a serem realizadas com o
intuito de identificação, monitoramento e proteção de espécies raras de fauna e flora
ameaçadas ou em perigo de extinção.
O Plano deverá ser atualizado anualmente com o intuito de rever os projetos em
andamento, propor novos projetos, bem como, alterações quando necessário.
As ações descritas abaixo compõem o Plano para Identificação e Proteção de
Espécies Raras, Ameaçadas e em Perigo de Extinção.
1) Monitoramento da mastofauna no Imóvel Pinhal Ralo;
2) Bioavaliação de Recursos Hídricos – Imóvel Pinhal Ralo.
3) Proteção florestal
4) Educação ambiental.
5) Projeto Guardiões da Natureza
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15. COMPROMISSO COM O FSC
A Araupel registra aqui o compromisso de conduzir seu sistema de manejo florestal
seguindo os Princípios e Critérios do FSC® (Conselho de Manejo Florestal), com o
objetivo de proporcionar a sustentabilidade de seu negócio no longo prazo, a melhoria
contínua de suas atividades, bem como a adoção de práticas ambientalmente
corretas e socialmente justas.
FALE CONOSCO
Canal de Diálogo com a Comunidade
www.araupel.com.br/contato/fale-conosco
Telefone: 46 3532 8800 / 46 3532 8908
Fazenda Rio das Cobras, s/n, Caixa postal 08
Quedas do Iguaçu – PR - CEP:85460-000
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