INTERPRETANDO CORRETAMENTE OS
ESCRITOS DE ELLEN G. WHITE
REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO – EXTERNAS
“Muitos homens tomam os testemunhos que o Senhor tem dado, e
aplicam-nos como lhes parece que deviam ser aplicados, pegando uma
sentença aqui e ali, tirando-a de sua devida ligação, e aplicando-a segundo
a sua ideia. Assim ficam pobres almas perplexas quando, pudessem elas
ler em ordem tudo quanto foi dado, veriam a verdadeira aplicação, e não
ficariam confundidas.” 1
As oito regras básicas de interpretação que abrangem o contexto mais
amplo de um documento incluem:
Regra Um: Inclua tudo que o profeta disse sobre o assunto antes de
tirar uma conclusão. 2 Esta regra parece óbvia; contudo, é
provavelmente a primeira razão por que reina a confusão quando a
maioria das pessoas vê apenas o que elas querem ver. Este simples
fato influencia a maior parte de todas as pesquisas, quer se trate de
astrofísica, medicina, política, quer de teologia. Lamentavelmente,
poucas pessoas o admitem. Chamaremos tal fenômeno de a fixação
do paradigma ou o problema das pressuposições. 3 Principalmente no
estudo da Bíblia, nada parece mais difícil para a maioria das pessoas
do que considerar todos os fatos! Esta dificuldade não ocorre porque a
capacidade de raciocínio da pessoa seja deficiente. A dificuldade que
separa pensadores que examinam a mesma informação é que suas
pressuposições são diferentes, pressuposições não apenas da cabeça,
mas do coração.
As pressuposições muitíssimas vezes dirigem o estudante para “ver”
apenas o que ele quer, fazendo com que passe por alto o que o escritor
escreveu sobre determinado assunto. Esses paradigmas controlam a
mente naquilo que ele quer ver, e o coração naquilo que ele quer crer.
Antigamente, 4chamávamos esse fenômeno de “atitude”. São essas
atitudes profundas, muitas vezes não verbalizadas, que, na maioria dos
casos, determinam as nossas conclusões. 5 Depois de identificar essa
nuvem flutuante de pressuposições (paradigmas ou visões globais) que
todo estudante deve reconhecer, o próximo desafio é examinar tudo o que
uma pessoa disse ou escreveu sobre determinado assunto. Unicamente
desta maneira pode o escritor (ou o orador) ser tratado com justiça. Muitos
eruditos bíblicos através dos séculos têm aceitado o princípio de Isaías:
“Assim, pois, a palavra do Senhor lhes será preceito sobre preceito,
preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco
aqui, um pouco ali.” – Isa. 28:13 A aceitação deste princípio presume que a
Bíblia contém um desenvolvimento unificado e harmonioso das mensagens
de Deus aos ser humano. Mas este princípio não ensina que todos os
•
Centro de Pesquisas Ellen G. White 1 textos são igualmente claros, nem que o significado de um verso pode ser
entendido isoladamente do seu contexto. A mensagem abrangente da
Bíblia (ou de qualquer outro livro ou autor) fornece o contexto final para o
significado de qualquer “preceito” ou “regra” específica.
O mesmo princípio se aplica aos escritos de Ellen White. “Os próprios
testemunhos”, escreveu ela muitas vezes, “serão a chave que explicará as
mensagens dadas, como texto escriturístico é explicado por texto
escriturístico.” 6
Ela cria que seus escritos eram coerentes e harmoniosos do começo ao
fim, e que revelam “uma corrente de verdade retilínea, sem uma só frase
herética”. 7 Esta é uma declaração extraordinária para qualquer escritor
fazer, especialmente quem havia passado mais de sessenta anos
escrevendo. 8
A respeito de assuntos que muitos consideram hoje importantes, a Sra.
White nada escreveu. Cinema, programas de rádio e televisão, aborto,
cremação, transplante de órgãos, etc., não eram questões atuais em sua
época.
Pouca
referência
sobre
alguns
assuntos
Acerca de alguns assuntos ela falou muito pouco. Temos relativamente
poucas declarações sobre seguro de vida, 9 e apenas uma sobre aliança de
casamento. 10 Seus comentários sobre as duas “ressurreições especiais”
são breves – ela menciona uma ressurreição especial de algumas pessoas
na manhã da ressurreição de Cristo 11 e outra imediatamente antes da
segunda vinda de Cristo. 12 Sobre alguns assuntos ela escreveu
abundantemente: temas como Jesus Cristo, o Espírito Santo, fé e
cooperação divino-humana. Determinados assuntos têm causado
frequentemente desavença desnecessária dentro da igreja porque os
estudantes não aplicam a primeira regra de hermenêutica. Por exemplo,
declarações como, “ovos não devem ser colocados em sua mesa” devem
ser equilibradas de acordo com as outras declarações que Ellen White fez
a respeito de ovos e com as outras declarações que Ellen White fez a
respeito de ovos e com o seu princípio de compreensão da verdade “passo
a passo” (ver pp. 282, 310 e 311). 13 Outros assuntos nos escritos de Ellen
White que se beneficiam do emprego conveniente desta primeira regra de
hermenêutica são: vestuário apropriado, observância do sábado e
aconselhamento. Do ponto de vista teológico, será demonstração de
sabedoria seguir esta primeira regra quando se estiver estudando questões
como a expiação, a natureza de Cristo, a natureza do pecado, a punição
do pecado e a relação entre a “chuva serôdia” e a Segunda Vinda. Vários
destes assuntos tem polarizado os adventistas porque alguns colocam
mais peso nas expressões de uma carta pessoal do que sobre a instrução
geral de um livro, ou sobre um parágrafo isolado de seu contexto que
parece insultar todos os capítulos de um livro publicado. 14
• Regra Dois: Cada declaração deve ser compreendida dentro de seu
contexto histórico. Devem-se estudar o tempo, o lugar e as
circunstâncias sob as quais a declaração foi feita, a fim de
Centro de Pesquisas Ellen G. White 2 compreender-se o seu sentido. Embora esta regra pareça óbvia, á a
raiz de muitas e profundas desavenças. Nestes dias em que versões
diferentes de um fato podem ser colocadas com facilidade diante da
opinião pública, a maioria das pessoas já teve suas declarações mal
compreendidas por terem elas sido tiradas do contexto. Com que
freqüência se ouve uma pessoa citada indevidamente queixar-se: “Mas
não foi isso o que eu quis dizer!” Ou: “Eu disse isso, mas não incluíram
tudo quanto eu disse!” Se Ellen White vivesse em nossos dias, é
possível que dissesse muitas vezes: “Mas não foi isso o que eu quis
dizer!” “Sim, eu disse isso, mas eles não incluíram tudo que eu disse!”
Examinemos três ocasiões em que ela enfatizou a importância da
segunda regra de hermenêutica.
Em 1875, ela chamou a atenção para o fato de que “aquilo que pode
ser dito das pessoas sob certas circunstâncias”. 15 Por que ela disse isso?
Porque estava sendo criticada por haver dado seu apoio a determinados
líderes que depois caíram da graça ou apostataram.
Em 1904, ela apelou para o fato de que Deus “deseja que raciocinemos
movidos pelo bom senso. As circunstâncias alteram as condições. As
circunstâncias modificam a relação das coisas.” 16 Em 1911, enfatizou que
“quanto aos testemunhos, coisa alguma é ignorada; coisa alguma é
rejeitada; o tempo e o lugar, porém, têm que ser considerados.” 17 Temos
aqui três categorias fundamentais: tempo, lugar e circunstâncias. Todas
devem ser levadas em consideração quando se procura entender o
significado de qualquer declaração. Essas categorias não são
sinônimas. Tempo. Algumas declarações de Ellen White precisam ser
entendidas em função de quando foram feitas. Em 16 de janeiro de 1898,
por exemplo, ela escreveu: “Estamos ainda em tempo de graça.” 18 Será
que estas palavras serão sempre verdadeiras? É óbvio que não. Virá o
tempo em que o tempo de graça cessará (Dan. 12:1; Apoc. 22:11).
Sabemos atualmente que determinados acontecimentos ainda se acham
no futuro, como, por exemplo, a formação da imagem da besta (Apoc.; 13),
a imposição da lei dominical, o último grande terremoto, etc. Assim sendo,
no momento “estamos ainda em tempo de graça”.
Que dizer das seguintes declarações? “A voz de Battle Creek, que tem
sido considerada como autoridade para determinar de que maneira deve
ser efetuada a obra, não é mais a voz de Deus.” 19“Faz alguns anos que eu
considerava a Associação Geral como voz de Deus.” 20 Mas em 1875 Ellen
White escreveu a respeito da Associação Geral reunida em assembleia:
“Quando o julgamento da Associação Geral, que é mais elevada
autoridade que Deus tem sobre a Terra, é exercido, independência e
julgamento particulares não devem ser mantidos, mas renunciados.” 21 Por
que a diferença de atitude? Durante as décadas de 1880 1 890, conforme
mostram os registrados em cartas e sermões da escritora, alguns planos
de ação dos oficiais da Associação não eram aqueles que ela podia
endossar. Em 1º de abril de 1901, o dia anterior à abertura da assembleia
da Associação Geral, ela disse estas palavras: “Ela [Associação] está
trabalhando sob princípios errados os quais têm trazido sobre a causa de
Centro de Pesquisas Ellen G. White 3 Deus a presente dificuldade. O povo perdeu a confiança naqueles que
administram a obra. Ouvimos, contudo, que a voz da Associação Geral é a
voz de Deus. Cada vez que escuto isto, soa-me quase como uma
blasfêmia. A voz da Associação deveria ser a voz de Deus, mas não
é.” 22Obviamente, os tempos haviam mudado, e suas observações
mudaram em conformidade com isso.
Mas aquela assembleia da Associação Geral de 1901 fez importantes
alterações nos planos de ação e no quadro de funcionários. Apenas dois
meses após as mudanças, ela ficou sabendo que seu filho Edson estava
citando algumas de suas declarações anteriores à assembleia de 1901 e
aplicando-as ao novo período posterior à dita assembleia. Os tempos
haviam mudado: as declarações da década de 1890 não erammais
aplicáveis. “Seu procedimento”, escreveu ela a Edson, “seria o
procedimento a ser adotado caso não tivesse havido mudanças na
Associação Geral, devam ter autoridade.”23 Em 1909, Ellen White
demonstrou claramente que estava vivendo em tempos posteriores a 1901,
quando escreveu: “Deus ordenou que os representantes da Sua igreja de
todas as partes da Terra, quando reunidos numa Assembleia Geral, devam
ter autoridade.” 24 Em resumo, quando falamos sobre autoridade da
Associação Geral, e as diversas declarações de Ellen White, devemos
imediatamente determinar quando as declarações foram feitas e sob que
condições.
Lugar. Algumas declarações podem ser verdadeiras para uma pessoa
ou grupo enquanto ao mesmo tempo podem não ser verdadeiras para
outra pessoa ou grupo. Tiago White mencionou esta dificuldade quando
dois grupos, em diferentes lugares, leram as admoestações de sua esposa:
“Ela trabalha com esta desvantagem… faz veementes apelos ao povo,
algumas pessoas ficam profundamente impressionadas, adotam posições
radicais e vão a extremos. Depois, para salvar a causa da ruína em
consequência desses extremos, ela é obrigada a reprovar os extremistas
publicamente. É melhor fazer isto do que ter as coisas destroçadas; mas a
influência de ambos os extremos, bem como das reprovações, é péssima
para a causa, e coloca sobre a Sra. White um fardo triplo. Eis a dificuldade:
o que ela diz para estimular os vagarosos é recebido pelos apressados
como desculpa para permanecer muito aquém.” 25 Levar em conta o “lugar”
ajudará os que têm estado confusos sobre se os escritos de Ellen White
devem ou não ser citados em público. A Sra. White escreveu certa vez que
“as palavras da Bíblia, e a Bíblia somente, deviam ser ouvidas do
púlpito”. 26 As duas citações seguintes se dirigem aos evangelistas
adventistas do sétimo dias: “No trabalho público não tornem proeminente
nem citem o que a irmã White tem escrito, como autoridade para apoiar
suas posições.” 27 Não devem os testemunhos da irmã White ser postos na
dianteira. A Palavra de Deus é norma infalível.” 28 Será que essas
declarações estão proibindo os pastores de citar os escritos de Ellen White
publicamente, especialmente no culto da igreja? A primeira citação se
refere ao mundo cristão em geral, e compara “uma religião de pensamento,
uma religião de palavras e formas” com “as palavras da Bíblia, e a Bíblia
Centro de Pesquisas Ellen G. White 4 somente, [que] deviam ser ouvidas do púlpito”. Toda a página (contexto)
está salientando que “os que têm ouvido apenas tradição e teorias e
máximas humanas… [devem ouvir] a voz dAquele que pode renovar a
alma para a vida eterna”.
Os evangelistas devem provar suas doutrinas pela Bíblia, não pelos
escritos da Sra. White. A segunda razão para esta cautela é óbvia: os que
não estão familiarizados com a autoridade de Ellen White não seriam
persuadidos
pelas
declarações
dela
e
poderiam
reagir
negativamente. 29 Em suma, a Sra. White nunca disse que seus escritos
não deveriam ser citados nos púlpitos das igrejas adventistas.
A prova do lugar é importante principalmente quando se fazem
compilações dos pensamentos de Ellen White sobre assuntos escolhidos.
Um incidente ocorrido no início da década de 1890 demonstra o problema
da má aplicação de testemunhos comunicados a uma só pessoa tendo em
vista um propósito específico. Escrevendo da Austrália, Ellen White
endereçou uma carta a A.W. Stanton em Battle Creek, um homem que
havia adotado a atitude de que a Igreja Adventista do Sétimo Dia era
Babilônia. Ela inclui essa carta nos artigos impressos na revista da igreja. 30
Em seu folheto de cinqüenta páginas, The Loud Cry of the Third Angel’s
Message, Stanton citou abundantemente as reprovações que Ellen White
havia dirigido à igreja, concluindo que esses testemunhos constituíam a
rejeição divina da igreja organizada. Declarou que aqueles que finalizariam
a obra de Deus na Terra deviam separar-se da Igreja Adventista, pois ela
se havia tornado Babilônia. Ele demonstrou seu ponto de vista reunindo
comentários mal aplicados de Ellen White, inclusive uma carta endereçada
a um grupo que foi usada fora do contexto.
A Sra. White replicou que Stanton havia feito “mau uso disto [uma carta
particular enviada a outra pessoa com um propósito específico], como
muitos fazem com as Escrituras para prejuízo de sua própria alma e da dos
outros. … Usando uma carta particular enviada a outra pessoa, abusa o
irmão S dos bondosos esforços empenhados por alguém que o desejava
ajudar.”
Mais adiante, ela reconhece que suas declarações mal aplicadas
podem “parecer” apoiar as conclusões de Stanton. Contudo, “os que
fragmentam, simplesmente para apoiar alguma teoria ou idéia pessoal,
para defender um procedimento errado, não serão abençoados e
beneficiados por aquilo que ensinam”. 31
Este incidente com Stanton e a reação de Ellen White (que resolveu a
questão para os membros da igreja) nos fornecem um exemplo histórico de
como uma compilação de escritos dignos pode tornar-se prejudicial e
enganosa quando o tempo e o lugar não são levados em consideração. 32
• Regra Três: Deve-se reconhecer o princípio básico de cada
declaração de conselho ou instrução a fim de entender sua relevância
para os que se acham em diferentes tempos e lugares. Sempre que os
profetas falam, eles estão comunicando verdades, seja como princípios
ou normas. Os princípios são universais, no sentido de que se aplicam
Centro de Pesquisas Ellen G. White 5 a pessoas de todos os lugares; são eternos, no sentido de que são
sempre relevantes, sempre aplicáveis. As normas, contudo são
aplicações oportunas de princípios universais e eternos. Os princípios
nunca mudam; as normas, sim, dependendo das circunstâncias. Assim
sendo, as normas podem aplicar um princípio de um modo que o
profeta jamais previu. 33
Ellen White estava bem atenta para a diferença entre princípios
universais e normas determinadas por circunstâncias mutáveis: “O que
pode ser dito de alguém, sob certas circunstâncias, não o poderá sob
outras.” 34 As pessoas da época da Sra. White reconheceram que ela
apelava à inteligência de seus leitores citando mais vezes princípios do que
dando respostas detalhadas para questões locais. 35Compreender a
diferença básica entre princípios e normas ajudará a evitar fazer mau uso
da Bíblia ou dos escritos de Ellen White. Os tópicos a seguir ilustram a
necessidade de colocar o conselho da Sra. White no contexto de tempo,
lugar e circunstâncias. Ensinar moças a arrear e cavalgar. Ao esboçar um
currículo escolar, Ellen White escreveu que, se “as moças pudessem
aprender a arrear, cavalgar, usar a serra e o martelo, assim como o
ancinho e a enxada, estariam melhor adaptadas a enfrentar as
emergências da vida”. 36 Isso é um princípio ou uma norma? Obviamente, o
princípio é claro: as jovens devem estar “adaptadas a enfrentar as
emergências da vida”.
Quando esse conselho foi dado nos primeiros anos do século vinte, a
maioria dos norte americanos ainda vivia em fazendas. Por muitas razões
práticas, inclusive segurança, as jovens daquela época poderiam aplicar
melhor esse princípio aprendendo a “arrear e cavalgar”, não deixando tais
coisas somente para os rapazes. Hoje, o princípio seria melhor posto em
prática em escolas secundárias e superiores com cursos em mecânica de
automóveis e educação para motoristas. Idade de entrar na escola. Em
1872, Ellen White escreveu seu primeiro tratado representativo sobre
educação cristã.37Falando a respeito da idade em que os estudantes
deviam ingressar na escola, ela declarou: “Os pais devem ser os únicos
mestres dos filhos até que eles cheguem à idade de oito ou dez anos. … A
única sala de aula para as crianças de oito a dez anos deve ser ao ar livre,
entre as flores a desabrochar e os belos cenários da natureza. 38 Durante
trinta anos, esse conselho foi a regra para as escolas fundamentais
adventistas em geral. Em 1904, a diretoria da escola da igreja de Santa
Helena, Califórnia, reuniu-se tendo Ellen White presente para discutir a
questão da idade de entrar na escola. Os princípios rapidamente vieram à
tona: (1) as crianças diferem em grau de desenvolvimento; (2) idealmente,
os pais devem ser os professores dos filhos durante os primeiros anos de
vida até a idade de 8 ou 10 anos (levando-se em conta as diferenças de
desenvolvimento); (3) se os pais não têm condições de ensinar os filhos
nem governá-los adequadamente, seria melhor para os filhos aprenderem
sob a orientação de um professor que lhes ensinasse disciplina bem como
os estudos apropriados; (4) se ambos os pais trabalham fora de casa, seria
melhor para os filhos serem colocados no ambiente controlado de uma sala
Centro de Pesquisas Ellen G. White 6 de aula do que serem deixados sozinhos em casa; (5) para o bem da
reputação do St. Helena Sanitarium, seria de benefício geral se todas as
crianças não fossem vistas ao longo do dia “vagueando de um lugar para
outro, sem ter o que fazer, fazendo travessuras e todas essas
coisas”. 39 Portanto, com base no princípio, do ponto de vista do que seria
melhor para as crianças e para a influência delas sobre a reputação do
hospital, a norma foi modificada e fizeram-se arranjos para se aceitar
estudantes mais novos na escola da igreja de Santa Helena. A loucura da
bicicleta. No início do século vinte, “o povo norte-americano foi dominado
por uma paixão consumidora que os deixava com pouco tempo ou dinheiro
para qualquer outra coisa. … Qual era essa grande e nova distração? Para
responder , o comerciante tinha apenas que olhar pela janela e ver seus
antigos fregueses passarem zunindo. A América [do Norte] havia
descoberto a bicicleta, todos estavam tirando o máximo proveito da nova
liberdade que ela trazia. … A bicicleta começou como brinquedo de rico. …
A melhor bicicleta primitiva custava 150 dólares, investimento comparável
ao custo de um automóvel hoje. … Cada membro da família queria uma
bicicleta, e todas as economias da família eram gastas muitas vezes para
suprir a demanda.” 40 Sabendo disso, talvez possamos compreender melhor
o conselho dado por Ellen Whitenaquela época quando escreveu que do
dinheiro despendido em bicicletas e roupas, e outras coisas
desnecessárias, deve-se dar contas”. 41 Ela foi além do princípio do custo
exorbitante; preveniu contra a “influência encantadora” de competição e o
desejo de “ser o maior”. 42 Assim sendo, sua norma a respeito de bicicletas
(que, se colocada no contexto atual, pareceria estranha, e até mesmo
ridícula) baseava-se em princípios bíblicos bem definidos. O sábio e
equilibrado gasto de recursos e a abstenção do espírito competitivo são
princípios que devem causar impacto sobre as decisões em todas as
épocas. Se a Sra. White estivesse viva hoje, poderia aplicar o princípio da
responsabilidade ao modo como as pessoas gastam dinheiro em artigos de
luxo, automóveis, equipamentos esportivos, equipamentos eletrônicos ou
roupas.
Esportes. Lamentavelmente, algumas pessoas têm selecionado trechos
das declarações de Ellen White sobre esportes sem manter o senso de
equilíbrio da autora. Em 1895, ela advertiu os estudantes de que,
entregando-se a diversões, jogos competitivos e façanhas pugilísticas”,
estariam declarando “ao mundo que Cristo não era seu guia em nenhuma
destas coisas. Tudo isso provocou a advertência de Deus”. Contudo, a
frase seguinte, muitas vezes não citada, revela seu bom senso: “O que me
oprime agora é o perigo de cair no outro extremo”. 43 Rejeitar, por exemplo,
todo tipo de esporte seria compreender mal a Sra. White. Em princípios da
década de 1870, ela aconselhou os pais e os professores a aproximar-se
de seus filhos e alunos. Disse que, se eles “manifestassem interesse em
todos os seus esforços, e mesmo em seus esportes, tornando-se por vezes
uma criança entre elas, dar-lhes-iam muita satisfação e lhes granjeariam o
amor e a confiança”. 44 Em outra ocasião, Ellen White escreveu que não
condenava “o simples exercício de brincar com uma bola”. O que lhe
Centro de Pesquisas Ellen G. White 7 preocupava era que o brincar com a bola e os esportes em geral pudessem
ser levados “ao excesso”. Depois dessa declaração, explicou o que queria
dizer por excesso. 45 A lição aprendida aqui, como em outros assuntos que
muitas vezes polarizam os leitores dos escritos de Ellen White, é a de que,
para se ter uma perspectiva equilibrada sobre determinado assunto, é
preciso ler todos os pensamentos que a ele se referem.
Alimento cárneo. Já estudamos anteriormente os princípios de saúde
de Ellen White e a aplicação que ela fez desses princípios. 46 Aqui vamos
enfatizar novamente como, quase morrendo de tuberculose aos 17 anos de
idade, ela conseguiu sobreviver a seus contemporâneos após uma vida de
extraordinária severidade. Uma de suas práticas era fazer distinção entre
princípio e norma.
Dos muitos exemplos disponíveis, tornemos a observar agora qual era
a sua atitude para com os alimentos cárneos – parte de seu regime
alimentar que ela mais apreciava nos anos de sua juventude! Vimos no
capítulo 27 como abraçou a mensagem de saúde logo que a recebeu em
1863, ainda que alguns pontos fossem de encontro a seus hábitos e
desejos pessoais. Vimos também como ocasionalmente ela se afastou de
sua prática habitual de abster-se de alimento cárneo. Apesar disso, em
1870 ela afirmou que, desde que recebera a visão em 1863, havia agido de
acordo com o princípio: “Não mudei minha conduta em nada, desde que
adotei a reforma de saúde. Não voltei nem um passo atrás desde que
adotei a reforma de saúde. Não voltei nem um passo atrás desde que a luz
do Céu iluminou pela primeira vez o meu caminho. … Abandonei estas
coisas por princípio. … Desde então, irmãos, vocês não me têm dado
ouvido propor quanto à reforma de saúde um ponto extremista, de que
tenha de recuar. Não defendi coisa alguma senão o que hoje
sustento.” 47 Quais eram os princípios básicos da reforma de saúde que
Ellen White cria haver seguido fielmente? (1) fazer o melhor possível em
determinadas situações que possam estar além de controle; (2) evitar tudo
quanto é prejudicial, como álcool, fumo e drogas; (3) usar criteriosamente e
com domínio próprio o que é saudável; (4) não estabelecer nenhuma linha
precisa em alimentação para todos seguirem, pois nem todos possuem as
mesmas necessidades físicas nem as mesmas oportunidades de encontrar
o melhor alimento; (5) seguir as práticas de saúde com o objetivo de
melhorar a mente para fins espirituais, e não para obter a aceitação divina
(legalismo); e (6) raciocinar da causa para o efeito. As normas da reforma
de saúde são escolhas que derivam dos princípios. Se o vegetarianismo
fosse um princípio, não teríamos um problema ante a ordem divina de os
israelitas comerem o cordeiro pascal. Ficaríamos também intrigados em
saber por que o Senhor fez distinção entre carnes limpas e imundas. E o
que pensaríamos da prática de nosso Senhor comer o cordeiro pascal e os
peixes frescos e com Seus discípulos? O vegetarianismo é um norma, uma
sábia norma que está sendo reafirmada a cada instante nos laboratórios
científicos do mundo, bem como nos estudos epidemiológicos que
mostram a assombrosa diferença na incidência de doenças entre
vegetarianos e consumidores de alimentos cárneos. 49 O dever do cristão é
Centro de Pesquisas Ellen G. White 8 que “tomem os alimentos mais nutritivos”, deixando cada pessoas livre
para aplicar este princípio fazendo as escolhas com base no “dever
conhecido”. 50 Surgem algumas vezes situações de emergência em que se
é forçado a escolher o bom em vez do melhor, ou mesmo um mal menor
para evitar um mal maior. Embora o princípio permaneça o mesmo, a
norma ou aplicação pode alterar-se com as circunstâncias.
Namoro na escola. Algumas pessoas entendem mal o conselho de
Ellen White a respeito do namoro durante os anos escolares. Deixam de
observar a idade dos estudantes envolvidos. Parte da instrução foi dirigida
especificamente ao campus do Avondale College, onde muitos estudantes
ainda estavam cursando o ensino médio: ”Temos trabalhado
exaustivamente para manter sob controle na escola tudo que cheire a
favoritismo, laços afetivos e namoro. Temos dito aos estudantes que não
permitiríamos que o primeiro fio dessa natureza fosse entrelaçado no seu
desempenho escolar. Quanto a este ponto, somos tão firmes quanto uma
rocha. Algumas de suas preocupações foram dirigidas aos estudantes do
Battle Creek College, onde havia uma mistura de alunos do ensino médio e
superior: “Os estudantes não são enviados para cá para formar
associações e condescender com flertes ou namoro, mas para obter
educação. Fosse-lhes permitido seguir suas próprias inclinações neste
ponto, o colégio ficaria logo desmoralizado. Apesar da vigilância de
professores e instrutores, vários alunos têm gasto seus preciosos dias
letivos em flerte e namoro dissimulados.” 51 Teria Ellen White dado o
mesmo conselho se os estudantes fossem mais velhos e mais maduros?
Onde jovens cristãos encontram as companheiras de sua vida senão no
ambiente de um campus cristão comprometido com os ideais adventistas?
Em várias ocasiões, ela expôs os princípios que deveriam orientar os
jovens e o programa escolar na área do namoro cristão. Por exemplo: “Em
nosso trato com estudantes, devem-se tomar em consideração a idade e o
caráter. Não podemos tratar os menores e os de mais idade da mesma
maneira. Circunstâncias há em que, a rapazes e moças de sólida
experiência e de bom comportamento, se podem conceder alguns
privilégios não dispensados a estudantes mais novos. A idade, as
condições e o modo de pensar devem ser levados em conta. Devemos ser
prudentemente considerados em toda a nossa obra. Não devemos, porém,
diminuir a firmeza e a vigilância no lidar com alunos de todas as idades,
tampouco a estrita proibição das associações imprudentes e inúteis de
jovens e imaturos estudantes.” 52
• Regra Quatro: Devemos usar o bom senso e a razão santificada ao
analisarmos a diferença entre princípios e normas. Durante os
comentários que fez na reunião de diretoria da escola de Santa Helena
em 1904, Ellen White voltou a enfatizar um princípio de hermenêutica
que serviria de ajuda para eles e para outros quando tentassem aplicar
o princípio à norma. Ela observou que os membros da igreja estavam
entendendo as palavras dela de maneira legalista e irrefletida: “Ora, a
irmã White disse assim e assim, e a irmã White falou isto ou aquilo; e
portanto, procederemos exatamente de acordo com isso”.
Centro de Pesquisas Ellen G. White 9 Sua resposta: “Deus quer que todos nós sejamos sensatos, e deseja
que raciocinemos movidos pelo bom senso. As circunstâncias modificam a
relação das coisas. 53 O cristianismo é uma religião razoável. Deus
implantou dentro de homens e mulheres não somente a habilidade de
reagir à Sua graça (e a habilidade de não reagir), mas também a
capacidade de raciocinar da causa para o efeito. Em muitas ocasiões, Ellen
White declarou: “Deus nos deu faculdades para serem usadas, e serem,
pela educação desenvolvidas e fortalecidas. Devemos raciocinar e refletir,
notamos cuidadosamente a relação entre causa e efeito. Praticado isto…
[muitos poderão] plenamente atender ao propósito de Deus ao criá-los.”54
Ela não fez da razão o árbitro final do certo e do errado. A seu ver,
razão é a capacidade de entender o conselho razoável de Deus e a
habilidade de refletir sobre os resultados de obedecer ou desobedecer a
este conselho. Ela descreveu a relação entre a vontade de Deus e as
faculdades do raciocínio humano da seguinte maneira: “Precisamos ser
guiados pela genuína teologia e o bom senso.” 55 Para ela, a razão
santificada e o bom senso são praticamente sinônimos.
Razão e extremos. Todo assunto, seja ele teologia, lei, ética, música,
arte gráfica ou lei constitucional, é assaltado pelos que tendem para os
extremos. Chamamos esses grupos de fariseus ou saduceus,
conservadores ou liberais, literalistas ou simbolistas, indiferentes (frios) ou
fanáticos (quentes), etc. Em filosofia e religião, chamamos um grupo de
objetivistas; e o outro, de subjetivistas. 56A verdade (como princípio) não é
algum tipo de equilíbrio entre dois erros. A verdade transcende os erros de
ambos os extremos ao reconhecer as verdades que cada extremo deseja
preservar. 57 Mas a verdade não incorpora o espírito ou os erros que cada
extremo defende. Quando as pessoas identificam o elemento da verdade
naqueles que a elas se opõem, ocorre algo extraordinário: prevalece a paz,
acontece a reconciliação e se desenvolve a verdadeira unidade. A
verdadeira unidade não é resultado de apelo administrativo ou de um voto
de comissão; a unidade reside em princípios de interpretação comumente
aceitos. Ao mesmo tempo, as questões relacionadas com norma (não
princípio) requerem uma abordagem diferente. Tratando sobre vestuário,
por exemplo, Ellen White escreveu: “Existe uma posição intermediária
nestas coisas. Oh! Possamos todos encontrar sabiamente essa posição e
conservá-la.” Falando sobre alimentação, aconselhou: “Tomem o caminho
mediano, evitando todos os extremos.” 58 Evitar extremos, porém é mais do
que uma questão intelectual. Algumas pessoas podem intelectualmente
entender a relação correta entre princípio e norma, mas emocionalmente
tender para extremos. Mesmo quando promovem normas corretas, podem
estar sendo extremamente frias ou quentes. Ellen White indica com
exatidão qual o problema dessas pessoas, mesmo quando sua norma é
correta: “Temos visto, em nossa experiência, que, se Satanás não
consegue prender as pessoas no gelo da indiferença, ele procurará impelilas para o fogo do fanatismo.” 59
Um respeitado teólogo adventista da geração passada relembra como
ele, não intencionalmente, exerceu “o fogo do fanatismo” ao aplicar um dos
Centro de Pesquisas Ellen G. White 10 princípios de saúde de Ellen White. Enquanto vendia livros religiosos em
sua juventude, M. L. Andreasen vivia à base de granola. Ele a carregava
consigo, misturava-a com água e comia duas vezes por dia. Então alguém
leu de um dos livros de Ellen White no qual se afirmava que as pessoas
“comiam demais.” Ele olhou ao redor e encontrou confirmação suficiente
para essa declaração. Assim sendo, para ser fiel à nova luz, cortou sua
alimentação diária pela metade. Algum tempo depois, ele mesmo leu a
declaração em Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, página 374: “Vocês
comem em excesso.” Isso o levou a pensar novamente. “Devia cortar sua
ração diária pela metade outra vez?” Foi então que a luz raiou. Ele era
sincero e desejava proceder corretamente,mas agora agradeceu a Deus
por “um pouco de bom senso.” 60
Pelo fato de Ellen White ter dito em diversas ocasiões que “duas
refeições [diárias] são preferíveis a três”, 61 algumas famílias fizeram disso
uma regra para todos, inclusive os que se achavam nos hospitais. Com
referência aos hospitais, ela mostrou como relacionar o princípio com a
norma e as circunstâncias: “Se, deixando de oferecer a terceira refeição no
hospital, virem pelos resultados que isso está afastando o povo da
instituição, é claro o seu dever. Cumpre-nos lembrar que, ao passo que há
alguns que se sentem melhor comendo apenas duas refeições, outros há
que comem levemente em cada refeição, e se sentem necessitar alguma
coisa à tardinha. … [Eliminar a terceira refeição pode] causar mais danos
que bem.” 62 Em 1867, a Sra. White respondeu a algumas perguntas
prevalecentes a respeito da reforma de saúde. Uma das perguntas era:
“Existe o perigo de os irmãos e irmãs levarem a extremos os pontos de
vista sobre a reforma de saúde?” Ela respondeu: “Isto pode ser esperado
em todas as reformas entusiásticas. … É plano de Deus que as pessoas
aptas para a obra apresentem a reforma de saúde de maneira prudente e
enfática, depois deixem o povo resolver a questão com Deus e com a
própria alma. É dever dos que, em todos os aspectos, estão qualificados
para ensina-la a fazerem as pessoas crerem e obedecerem, e todos os
outros devem ficar em silêncio e aprender.” 63 Em suma, este quarto
princípio de hermenêutica apela ao bom senso quando relaciona princípio
com norma. Isso requer tanto solidez de pensamento como serenidade
emocional.Ellen White bem o disse:”Há uma classe de pessoas sempre
dispostas a escapar por alguma tangente, que desejam aprender qualquer
coisa estranha, maravilhosa e nova; mas Deus quer que todos procedam
calma e ponderadamente, escolhendo as palavras em harmonia com a
sólida verdade para este tempo, a qual precisa, tanto quanto possível, ser
apresentada ao espírito isenta do que é emocional, conquanto ainda
levando a intensidade e solenidade que lhe convém. Devemos guardar-nos
de criar extremos, de animar os que tendem a estar ou no fogo ou na
água.” 64
• Regra Cinco: Devemos estar certos de que supostas citações foram
de fato escritas pelo autor a quem são atribuídas. Toda figura pública já
passou pelo problema de enfrentar pessoas inflexíveis sobre o que
“sabiam” que o orador ou escritor havia escrito. A “crença” pode ser tão
Centro de Pesquisas Ellen G. White 11 desarrazoada quanto a imaginação, mas ainda assim orador ou
escritor deve tentar defender-se contra o erro ou a distorção.
Obviamente, a pessoa contendora não tem a referência daquilo que
está “citando”. Na maior parte das vezes, ela obteve a informação de
terceiros. Nós muitas vezes chamamos essas lembranças distorcidas e
erros palpáveis de “declarações apócrifas”.
Este problema foi um tormento para Ellen White desde o início do seu
ministério, e é ainda hoje. Entre as declarações que foram incorretamente
atribuídas a ela, encontram-se tópicos como: (1) habitantes de outros
planetas estão agora colhendo frutas para uma parada sabática durante a
viagem dos redimidos rumo ao Céu; (2) ela viu um anjo ao lado de Uriah
Smith inspirando-o a escrever Thoughts on Daniel and the Revelation; (3) o
Espírito Santo é, ou era, Melquisedeque; (4) Ela indicou determinados
locais nas montanhas como refúgios seguros durante o tempo da angústia;
(5) ela mencionou cidades específicas, etc., que seriam destruídas por
terremotos, incêndios, enchentes; (6) Cristo voltará à meia-noite; (7) ovos
jamais devem ser comidos (esquecendo-se o contexto imediato e muitas
outras declarações a respeito de várias circunstâncias); (8) ela faria parte
dos 144.000; (9) trevas literais cobrirão a terra como um sinal de que o
tempo de graça acabou; (10) a última obra intercessora de Cristo, antes de
a porta da graça se fechar, será em favor dos filhos que se afastaram da
igreja; (11) devemos viver como se tivéssemos 1.000 anos à nossa frente,
mas como se devêssemos morrer amanhã; (12) igrejas e associações
inteiras vão apostatar, etc. 65
• Regra Seis: Embora sem contradizê-los, devemos levar em
consideração a experiência de amadurecimento dos escritores, e até
mesmo dos profetas, já que para eles a verdade se desdobra somente
tão rápido quanto eles são capazes de entendê-la. Esta regra ajuda os
estudantes que estão preocupados com determinadas porções da vida
ou dos escritos de um profeta que se encaixam na categoria de
“tempo, lugar e circunstâncias”, referida anteriormente na Regra Três.
Ellen White ensinava claramente que Deus lidera Seu povo tão rápido
quanto ele consegue receber verdade adicional. A história de Israel é
um esplêndido exemplo de como o Senhor trabalha com o povo onde
ele se encontra, e não onde vai estar no futuro.66 Os profetas também
são parte do plano divino de revelar a verdade tão rápido quanto o
povo esteja pronto para recebê-la. Eles próprios passam pelo
processo. Paulo não apenas sabia mais sobre o plano da salvação do
que Joel ou Davi, ele experimentou o “desdobramento” em sua própria
vida. 67 Alguns chamam este processo de “verdade progressiva”. A
expressão é útil se descreve o conhecimento progressivo das verdades
espirituais por parte de uma pessoa. Mas deixa de alcançar o objetivo
se é usada no contexto de um desenvolvimento evolucionário que
procede da evolução gradual da compreensão humana pelo método de
tentativas, mediante tese e antítese que permitem chegar à síntese. O
método que Deus emprega para ensinar a humanidade envolve tanto a
recuperação da verdade perdida quanto o desdobramento da verdade
Centro de Pesquisas Ellen G. White 12 adicional, tão rápido quanto as pessoas estejam prontas para recebêla. Entende-se a progressão evolucionária como sendo o crescimento
da humanidade da ignorância para o conhecimento, sem quaisquer
absolutos que ponham valor universal no conhecimento. 68
Esse processo acontece tanto com indivíduos quanto com grupos de
pessoas. A maioria das pessoas sabe como tal processo tem estado
atuando em sua própria vida. Se temos estado crescendo na graça, o que
sabíamos sobre a vontade de Deus para nós individualmente dez anos
atrás era muito menos do que cada um de nós sabe hoje. Não resta dúvida
de que todos nós desejaríamos poder retificar o que dissemos aos outros
dez anos atrás, mesmo que achemos que fosse sensato para aquela
época! 69 Mas alguém poderá dizer: “Um profeta tem que ser diferente. O
que os profetas dizem quando têm vinte anos de idade não precisa de
‘esclarecimento’ ou ‘expansão’ quando eles completam cinqüenta e cinco!”
Este ponto de vista surge como resultado de uma estrutura de inspiração
verbal. Não devemos esquecer que Deus falou a homens e mulheres “de
origens e posição diversas, e variando entre si quanto à sua capacidade
intelectual e espiritual.” 70 Esta amplitude de diferenças individuais inclui a
amplitude do entendimento da verdade por parte de uma pessoa entre sua
juventude e seus anos de maturidade. Embora a essência da verdade
permaneça a mesma, as percepções são ampliadas. O amadurecimento
da capacidade de discernir e comunicar talvez leve a pessoa a exprimir a
essência da mensagem de modo diferente em anos posteriores. Em 1906,
Ellen White refletiu sobre sua experiência de aprendizagem: “Por sessenta
anos tenho estado em comunicação com mensageiros celestiais, e tenho
aprendido constantemente algo a respeito das coisas divinas e a respeito
do modo como Deus está constantemente trabalhando a fim de conduzir
almas do erro de seus caminhos para a luz da presença divina.” 71 Os
profetas são pessoas humildes que viram , até certo ponto a glória do
Senhor. Os profetas humildes facilmente reconhecem-se em débito para
com Deus pela sua nova perspectiva, “como a luz da aurora que vai
brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. – Prov. 4:18 72 O princípio do
crescimento permeia toda a criação. Isso explica o apelo de Paulo ao
coríntios: Todos nós, com o rosto descoberto, refletindo a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor. – II Cor. 3:18 Este texto se esconde por detrás da
regra: “É uma lei do espírito humano que, pelo contemplar somos
transformados”. 73 Assim, quanto mais a jovem Ellen Harmon estudava sua
bíblia e orava por direção divina ao enfrentar as escolhas da vida, mais ela
era “transformada” e “mudada” – cresceu no conhecimento do caráter de
Deus e de Seus caminhos. 74 Consequentemente, ao permitirmos que o
princípio do crescimento impregne nosso estudo de Ellen White (ou da
Bíblia), cumpre-nos esperar uma compreensão mais profunda à medida
que ela comunica as mensagens de Deus aos outros. Podemos ver sua
capacidade de comunicar idéias mais profundas crescer, especialmente
quando comparamos suas primeiras descrições sobre a origem do grande
conflito no Céu com o que está em Patriarcas e Profetas. 75
Centro de Pesquisas Ellen G. White 13 Assim, quando os leitores percebem uma perspectiva mais ampla
em Patriarcas e Profetas (1890) do que a encontrada em Spiritual
Gifts (1858), reconhecem a regra hermenêutica de que um profeta
crescerá, como qualquer outra pessoa, em percepção espiritual. O
aumento da percepção espiritual ajudará o profeta a declarar mais
claramente a mensagem que Deus deseja comunicar. Este é o princípio
que melhor descreve a experiência de Jesus na Terra. Lucas descreveu
Seu crescimento e amadurecimento em sua capacidade de compartilhar
coisas espirituais com os outros: “E crescia Jesus em sabedoria, em
estatura e em graça para com Deus e os homens”. – Luc. 2:52. 76
• Regra Sete: Em alguns casos, uma pessoa deve compreender a
experiência de um acontecimento, direta ou indiretamente, antes de
compreender a verdade do acontecimento. Esta regra pode dar a
impressão de que é contrária ao raciocínio lógico. Mas tal foi a situação
quando os apóstolos enfrentaram o mundo descrente após a
ressurreição de Cristo. Quem acreditaria neles a menos que os
apóstolos tivessem visto o túmulo vazio ou Jesus durante os quarenta
dias antes de sua ascensão? Num sentido semelhante, os primeiros
adventistas da década de 1840 e do começo de 1850
“experimentaram” a crescente ligação entre as visões sobrenaturais de
Ellen Harmon/White e a voz autorizada para sua comunidade em
desenvolvimento. 77 Em fins de 1896, enquanto estava na Austrália, a
Sra. White teve que dar uma resposta a John Bell, que estava
promovendo uma mensagem discordante a respeito do tempo em que
as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14 haveriam de cumprirse. Em essência, ele estava colocando esse tempo no futuro. Ela
escreveu criteriosamente sob o aspecto da sétima regra de
interpretação: “Os pontos de vista particulares que ele mantém são
uma mistura de verdade de erro. Caso ele houvesse passado pelas
experiências do povo de Deus, conforme foi por Ele dirigido nos últimos
quarenta anos, estaria mais bem preparado para fazer a correta
aplicação da Escritura. Os grandes sinais demarcadores da verdade,
mostrando-nos a direção na história profética, devem ser
cuidadosamente observados, para que não sejam derrubados, e
substituídos por teorias que trariam confusão em vez de genuíno
esclarecimento”. Ela terminou a resposta de cinco páginas chamando a
atenção para esta sétima regra: “Foram propostas muitas teorias que
apresentavam uma semelhança de verdade, mas tão misturadas com
textos mal interpretados e mal aplicados, que induziam a perigosos
erros. Muito bem sabemos nós como foi estabelecido cada ponto da
verdade, e sobre ele posto o selo pelo Espírito Santo de Deus. … As
orientações do Senhor foram evidentes, e maravilhosissimas Suas
revelações do que era a verdade. Ponto após ponto foi estabelecido
pelo Senhor Deus do Céu. Aquilo que era verdade então, é verdade
hoje”. 78 Mais adiante, Ellen White escreveu mais uma longa resposta a
esse “futurismo” que estava sendo ensinado na Austrália. Novamente,
ela enfatizou o papel da experiência que devia ser respeitada pelos
Centro de Pesquisas Ellen G. White 14 adventistas: “O Senhor não dirigirá as mentes agora no sentido de
afastá-las da verdade que o Espírito Santo induziu no passado Seus
servos a proclamá-la. … O Senhor não põe sobre os que não tiveram
uma experiência em Sua obra a responsabilidade de fazer uma nova
exposição das profecias que, por meio de Seu Espírito Santo, Ele
moveu Seus escolhidos servos a explicar”. 79
Viver pela experiência quando a verdade é revelada se torna um
fundamento de rocha sólida não somente para os que experimentam isso
pela primeira vez, senão também para os que posteriormente desejam
reexperimentá-lo em seu sistema de verdades. A verdade, ao ser
encontrada, “encaixa-se” na verdade anterior assim como um galho de
uma árvore “se encaixa” em seu tronco. A verdade é coerente.
•
Regra oito: Nem tudo na Bíblia e nos escritos de Ellen White pode ser
compreendido à primeira vista, ou mesmo após anos de estudo. Este
pensamento pode soar estranho para a mente indagadora. Mas pense
nos astrônomos e nos neurocirurgiões (ou pesquisadores de código
genético, especialistas em microchips, etc.) que passam toda a vida
ampliando seu conhecimento, e ainda assim se sentem extremamente
admirados ante o que se abre perante eles. Os verdadeiros cristãos
praticam o princípio do julgamento suspenso 80 quando eles e seus
colegas atingem o limite da compreensão. Especialmente ao
considerarem a história da Bíblia (e os escritos de Ellen White) sobre
assuntos tais como a natureza de Deus (não Seu caráter a respeito do
qual muita coisa foi revelada), por que surgiu o pecado, como Cristo
pôde tornar-Se ser humano, como acontece a regeneração – eles
reconhecem que esses “são mistérios demasiados profundos para a
mente humana poder explicar, ou mesmo compreender plenamente”.
Lembram que não devemos “duvidar de Sua Palavra por não
compreendermos todos os mistérios de Sua providência”. 81 Forçar uma
interpretação porque alguém acha que tudo deve ser compreendido vai
certamente levar a uma interpretação errônea. Descartar ou
desconsiderar qualquer porção da Bíblia ou dos escritos de Ellen White
simplesmente porque algumas passagens não são tão facilmente
compreensíveis também prejudica na compreensão da verdade.
Referências:
1. Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 44.
2. Ver T. Housel Jemison, A Prophet Among You (Mountain View, CA:
Pacific Press Publishing Association, 1955), pp. 438-450.
3. Repare no tipo de pensamento científico que predominava antes de
Copérnico mudar a visão global dos astrônomos (e a de todos os demais),
com sua mudança de paradigma, colocando o Sol, em vez da Terra, no
centro do sistema solar. Pense nos médicos que fizeram o primeiro
presidente dos Estados Unidos, George Washington, sangrar até a morte
porque seu paradigma médico não compreendia a teoria microbiana nem
Centro de Pesquisas Ellen G. White 15 mesmo a forte possibilidade de tratamentos hidroterápicos reverterem sua
infecção torácica. Uma das principais responsabilidades dos que procuram
pela verdade é examinar as lentes através das quais o pesquisador
pesquisa a verdade. A lente (o paradigma ou visão global) pelo qual
consideramos a informação determina a maneira como avaliamos os
supostos “fatos”. Alfred North Whitehead disse-o muito bem: ”Quando você
estiver criticando [ou alguém pode acrescentar, interpretando] a filosofia de
uma época, não dirija principalmente sua atenção parta aquelas posturas
intelectuais cujos expoentes julgavam necessário defender explicitamente.
Haverá algumas suposições fundamentais que partidários de todos os
sistemas divergentes dentro da época inconscientemente pressupõe.
Essas suposições parecem tão óbvias que as pessoas não sabem que
estão presumindo porque jamais lhes ocorreu nenhuma outra maneira de
colocar as coisas. Com essas suposições é possível uma quantidade
limitada de tipos de sistemas filosóficos”. – Science and the Modern
World (New York: Mentor Editions, 1952), pp. 49-50.
4. Ver p. 373.
5. Note a atitude resolute como os judeus do primeiro século
consideravam a Jesus, conforme registrada em Mateus 16. Se aquele
jovem mestre Galileu não satisfizesse o
paradigma do que eles imaginavam ser o Messias, iriam procurar em
outro lugar, e assim o fizeram. Se alguém não acredita em milagres devido
a algum tipo de paradigma científico, a história da Bíblia para ele é folclore.
Se não crê que Deus fala por meio de homens e mulheres por visões,
procura encontrar razões naturais que expliquem o fenômeno. E assim por
diante.
6. Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 42.
7. Idem, vol. 3, p. 52.
8. “Escrevi tudo que tinha para dizer sobre a luz que recebi, e grande
parte dela está agora irrompendo da página impressa. Há do princípio ao
fim de minhas obras impressas, uma harmonia com o meu ensino no
presente”. Review and Herald, 14 de junho de 1906 Mensagens
Escolhidas, vol. 3, p. 38).
9. Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, pp. 549-551 (1867). Para
entender esta declaração, devemos empregar também a “regra
hermenêutica número dois”.
10. Testemunhos Para Ministros, pp. 180-181 (1892).
11. O Desejado de Todas as Nações, pp. 785-787, 833-834; Primeiros
Escritos, pp. 184185 e 208; O Grande Conflito, pp. 18 e 667; Mensagens Escolhidas,
vol. 1, pp. 304-308.
12. Primeiros Escritos, p. 285; O Grande Conflito, p. 637.
Centro de Pesquisas Ellen G. White 16 13. Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, pp. 362 e 400. Repare em
algumas afirmações úteis emTestemunhos Para a Igreja, vol. 7, p. 135; vol.
9, p. 162; A Ciência do Bom Viver, p. 320.
14. “Se você deseja saber o que o Senhor revelou por intermédio dela,
leia-lhe as obras publicadas”. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 696.
Ver George Knight, Reading Ellen White, pp. 121-123.
15. Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 471.
16. Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 217. Ver p. 345.
17. Ibidem, vol. 1, p. 57.
18. Olhando Para o Alto, p. 30.
19. Carta 4, 1896, citada em MR, vol. 17, pp. 185-186 (1896). Eventos
Finais, p. 45.
20. Carta 77, 1898, citada em ibidem, p. 216 (1898). Eventos Finais, p.
45.
21. Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 492.
22. Manuscrito 37, 1901, citada em Sermons and Talks, vol. 2, pp. 159160. Ver também George E. Rice, “The Church: Voice of God?”, Ministry,
dezembro de 1987, pp. 4-6.
23. Carta 54, 1901, citada em MR, vol. 19, pp. 146-148.
24. Testemunhos Para a Igreja, vol. 9, p. 261 (Testemunhos Seletos,
vol. 3, p. 408).
25. Review and Herald, 17 de março de 1868.
26. Profetas e Reis, p. 626.
27. Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 29.
28. Evangelismo, p. 256.
29. No primeiro testemunho de Ellen White à igreja, ela escreveu:
“Alguns têm tomado rumo imprudente; ao falarem de sua fé aos incrédulos,
e ser-lhes pedida a prova da mesma, têm lido uma visão, em lugar de se
voltarem para a bíblia em busca de uma prova. Vi que esse proceder era
incoerente, e suscitava aos incrédulos preconceitos contra a verdade. As
visões não podem ter peso para os que nunca as viram, e nada sabem do
espírito das mesmas. Não devemos a ela nos referir, em tais casos”. –
Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 119-120. Ver também ibidem, vol. 5,
p. 669.
30. Review and Herald, 22 de agosto a 12 de setembro de 1893. Ver
também p. 231.
31. Testemunhos Para Ministros, p. 32-62.
32. “Sei que muitos homens tomam os testemunhos que o Senhor tem
dado, e aplicam-nos como lhes parece que deviam ser aplicados, pegando
uma sentença aqui e ali, tirando-a de sua devida ligação, e aplicando-a
segundo sua ideia. Assim ficam pobres almas perplexas quando,
pudessem elas ler em ordem tudo quanto foi dado, veriam a verdadeira
aplicação, e não ficariam confundidas. … Voam notícias de uns para outros
acerca do que a irmã White disse. Cada vez que essa notícia é repetida,
vai aumentando. Se a irmã White tem alguma coisa a dizer, deixem-na
dize-la. Ninguém é chamado a ser porta-voz da irmã White”. – Mensagens
Escolhidas, vol. 1, pp. 44-45.
Centro de Pesquisas Ellen G. White 17 33. Ver p. 34.
34. Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, p. 470 (Testemunhos Seletos,
vol. 2, p. 285).
35. Em carta particular a A. O. Tait, W. C. White fez referência a uma
reunião de comissão de união para a qual sua mãe fora convidada. White
observou a maneira como abreviaram a discussão a fim de ouvir Ellen
White: “Como vocês bem sabem mamãe raramente responde tais
perguntas de maneira direta; mas se esforça por estabelecer princípios e
apresentar fatos que lhe foram apresentados e que nos ajudem a fazer
inteligente estudo do assunto e a chegar a uma conclusão correta”. –
Citada em Arthur White, The Ellen G. White Writings, pp. 165-166.
36. Educação, pp. 216-217.
37. Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, pp. 131-160; Fundamentos da
Educação Cristã, pp. 15-46.
38. Ibidem, p. 21.
39. Um relato literal da participação de Ellen White na discussão da
junta escolar encontra-se emMensagens Escolhidas, vol. 3, pp. 214-226.
40. Reader’s Digest, dezembro de 1951. Ver George Knight, Reading
Ellen White, pp. 100-102.
41. Testemunhos Para Ministros, p. 398.
42. Testemunhos Para a Igreja, vol. 8, pp. 51-52.
43. Fundamentos da Educação Cristã, p. 378.
44. Ibidem, p. 18. Ver também Testemunhos Para a Igreja, vol. 3, pp.
134-135.
45. O Lar Adventista, pp. 498-499.
46. Ver pp. 310-311.
47. Testemunhos Para a Igreja, vol. 2, pp. 371-372 (Conselhos Sobre o
Regime Alimentar,
pp. 483-484). “Apresento esses assuntos ao povo, demorando nos
princípios gerais”. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 493 (1897). Em 1904, com a
idade de 76 anos, ela afirmou ter melhor saúde do que “em meus tempos
juvenis”, atribuindo sua melhoria aos “princípios da reforma de saúde”. –
Ibidem, p. 482. Em 1908, reagiu àqueles que estavam afirmando que ela
não havia seguido os princípios da reforma de saúde tal como os havia
“defendido pela pena”. Ela foi direta: “Ao que sei, não me tenho apartado
desses princípios”. – Ibidem, pp. 491, 492 e 494. Ver Review and Herald,
17 de março de 1868, para um editorial de Tiago White onde ele se dirige
aos que eram mais rígidos do que deviam ter sido em relação aos
princípios de saúde. Um dos problemas que fez surgir o editorial foi o
implícito paradigma da inspiração da inspiração verbal que levou alguns
leitores a atitudes extremamente críticas.
48. Ver pp. 322-324.
Centro de Pesquisas Ellen G. White 18 49. Testemunhos Para a Igreja, vol. 9, p. 163 (Conselhos Sobre o
Regime Alimentar, p. 463);Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 396.
50. MR, vol. 8, p. 256.
51. Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, p. 432; ver também ibidem, vol.
5, p. 109.
52. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 101. Ver Moon,
W. C. White and Ellen G. White, p. 359.
53. Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 217. Ver p. 395.
54. Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 436.
55. Ibidem, vol. 1, p. 148.
56. Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 425.
57. Ver pp. 260-261.
58. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 211. Os antigos gregos
falavam muitas vezes em moderação (“nada em excesso”) com a busca
pelo “justo meio-termo”.
59. Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 644 (Mente, Caráter e
Personalidade, vol. 1, p. 38).
60. Virginia Steinweg, Without Fear or Favor (Washington, D.C.: Review
and Herald Publishing Association, 1979) pp. 55-54.
61. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pp. 141 e 173; Testemunhos
Para a Igreja, vol. 4, pp. 416-417.
62. Ibidem, pp. 282-283. “O costume de comer apenas duas vezes por
dia, em geral, demonstra-se benéfico à saúde; todavia, sob certas
circunstâncias, talvez algumas pessoas tenham necessidade de uma
terceira refeição. Esta, porém, deve ser muito leve, e de comida de fácil
digestão”. A Ciência do Bom Viver, p. 321.
63. Review and Herald, 8 de outubro de 1867.
64. Testemunhos Para Ministros, pp. 227-228.
65. Para estudo adicional sobre estas e outras ilustrações dos
“apócrifos” de Ellen White, verComprehensive Index to the Writings of Ellen
G. White, vol. 3, pp. 3189-3192.
66. Para estudo adicional sobre o princípio da acomodação, ver pp. 34,
282, 304, 311 e 422.
67. “É preciso enfatizar-se o fato, e repeti-lo muitas vezes, de que os
mistérios da Bíblia não são mistério por que Deus tenha procurado
ocultado a verdade, mas porque nossa fraqueza e ignorância nos tornam
incapazes de compreender a verdade ou de apropriar-nos dela. A limitação
não está em seu propósito, mas na nossa capacidade”. – Signs of the
Times, 25 de abril de 1906.
68. “Em todas as eras, por meio da comunicação com o Céu, Deus tem
realizado Seu propósito por Seus filhos pelo gradual desdobrar em seu
espírito das doutrinas da graça. … Aquele que se coloca onde Deus o pode
iluminar avança, por assim dizer, da obscuridade parcial da aurora para o
pleno brilho do meio-dia” – Atos dos Apóstolos, p. 564.
Centro de Pesquisas Ellen G. White 19 69. “Deus pretende que aos pesquisadores diligentes a verdade de Sua
Palavra estejam sempre se desdobrando”. – Signs of the Times, 25 de abril
de 1906. “[Cristo] prometeu que o Espírito Santo deveria iluminar os
discípulos para que a Palavra de Deus se lhes desdobrasse
continuamente. Estariam capacitados para apresentar as verdades em
renovada beleza”. – Parábolas de Jesus, p. 127.
70. O Grande Conflito, p. 8.
71. Este Dia com Deus, p. 74.
72. “Quem quer que examine as palavras que ela escreveu – desde a
redação infantil dos escritos de sua meninice, através do período difícil da
jovem maturidade até as obras graciosas, eloquentes e profundamente
comovedoras de seus últimos anos – perceberá o sólido progresso em
visão e expressão, e talvez se lembre de que ela adquiriu essas
habilidades sob a mão de Deus, não esperando indiferentemente pelo
derramamento do Espírito Santo, mas agindo sob o impulso desse Espírito
no exercício de cada faculdade do seu ser”. – A. W. Spalding, Origin and
History, vol. 1, p. 76.
73. Patriarcas e Profetas, p. 91.
74. “Olhando para Cristo, adquirimos visão mais brilhante e distinta de
Deus, e pela contemplação somos transformados. A benignidade e o amor
para com nossos semelhantes tornam-se um instinto natural”. – Parábola
de Jesus, p. 355.
75. Ver Alden Thompson, “The Theology of Ellen White: The Great
Controversy Story”, Adventist Review, 31 de dezembro de 1981.
76. Ellen White falou reverentemente acerca do desenvolvimento das
faculdades mentais e espirituais de Cristo: “As faculdades da mente e do
corpo desenvolviam-se gradualmente, segundo as leis da infância. … Uma
vez que Ele obteve conhecimento como o podemos fazer, Sua
familiarização com as Escrituras mostra quão diligentemente os primeiros
anos de Sua vida foram consagrados ao estudo da Palavra de Deus. …
Assim se revelava a Jesus o significado da palavra e das obras de Deus,
ao buscar compreender a razão das coisas. … Desde os primeiros clarões
da inteligência, foi sempre crescendo em graça espiritual e no
conhecimento da verdade. … A comunhão com Deus, mediante a oração,
desenvolve as faculdades mentais e morais, e as espirituais se robustecem
ao cultivarmos pensamentos sobre assuntos espirituais”. – O Desejado de
Todas as Nações, pp. 68 – 71.
77. ”Assim, o processo pelo qual as inclinações místicas de uma jovem
adolescente foram reconhecidas como as revelações de uma profetiza
autorizada foi ajudado a cada passo pela suposições filosóficas
subjacentes da comunidade adventista diferentemente do profeta mórmon
Joseph Smith, Ellen White não proclamou sua revelação nem reuniu
seguidores; ao contrário, tinha uma espécie de experiência religiosa que
veio a ser aceita como autorizada dentro de um grupo que já existia. O
ministério profético de Ellen White foi um aspecto da experiência social
adventista, não apenas da experiência psicológica de uma só pessoa”. –
Bull e Lockheart, Seeking Sanctuary, p. 25.
Centro de Pesquisas Ellen G. White 20 78. Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 101-104.
79. Ibidem, p. 110 e 112; Ver ibidem, vol. 1, p. 161.
80. Ver George Reid, Ministry, novembro de 1991.
81. Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 699 (Testemunhos Seletos,
vol. 2, p. 304). “A Bíblia só é vagamente compreendida. Toda uma vida de
estudo piedoso de suas sagradas revelações ainda deixará muita coisa
inexplicada”. Counsels to Writers, p. “Tanto na divina revelação como na
natureza, Deus deixou aos homens mistérios para lhes exigir fé. Assim
deve ser. Devemos estar sempre indagando, sempre pesquisando, sempre
aprendendo, e resta todavia um infinito para o além”. Testemunhos Para a
Igreja, vol. 8, p. 261 (A Ciência do Bom Viver, p. 431); “Podemos, de Seus
propósitos, compreender o quanto seja para nosso saber; e para além
disso devemos ainda confiar no poder do Onipotente, no amor e sabedoria
do Pai e Soberano de todos”. – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 699
(Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 303).
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