Conferência APREN 2012 – A SUSTENTABILIDADE DO SETOR ELÉTRICO
O PNAER e as perspetivas de futuro
para a PRE Renovável
Pedro Cabral, DGEG
Viana do Castelo
18 de Outubro 2012
A Diretiva 28/2009/CE introduziu obrigatoriedade dos EM da UE submeterem
um plano de promoção da utilização de energia de fontes renováveis
Este plano (PNAER) fixa objetivos nacionais para cada EM relativos à quota de energia proveniente de fontes
renováveis consumida nos sectores dos transportes, eletricidade e aquecimento e arrefecimento em 2020, bem como
as respetivas trajetórias de penetração de acordo com o ritmo da implementação das medidas e ações previstas em
cada um desses sectores, tendo em conta os efeitos de outras políticas relacionadas com a eficiência energética no
consumo de energia. Ficou também estabelecidos que o plano deve ser revisto de 2 em 2 anos.
Trajetória mínima das FER(1) (%)
Metas estabelecidas para Portugal
35%
35%
31,0%
30%
31%
30%
25%
25%
20%
20%
15%
10,0%
10%
20%
22%
23%
25%
27%
15%
10%
5%
5%
0%
Meta global de FER
Meta de FER nos Transportes
(1) Cálculo de acordo com metodologia especificada na Diretiva 28/2009/CE
0%
2005
2011-2012 2013-2014 2015-2016 2017-2018
2020
Portugal preparou e apresentou o primeiro plano nacional de ação em 2010,
no qual se comprometeu a atingir os objetivos estabelecidos na Diretiva
Quota global de FER no consumo final de energia
nos países da União Europeia (%) em 2010
47,9%
Evolução da quota global de FER
em Portugal (%)(1)
30%
% Grau de cumprimento (2010)
24,6%
25%
30,1%
32,2%
32,6%
79%
63%
0,4%
2,8%
3,2%
3,8%
4,6%
4,8%
5,5%
8,1%
9,2%
9,2%
9,4%
9,8%
10,1%
11,0%
11,9%
12,5%
13,8%
13,8%
15%
19,7%
19,8%
22,2%
23,4%
24,3%
24,6%
19,6%
22,0%
10%
5%
0%
2005
2006
2007
(1) Corrigido para o ano hidrológico médio
Fonte: Eurostat
2008
2009
2010
MT
LU
UK
NL
BE
CY
IE
HU
CZ
EL
PL
SK
IT
DE
FR
UE-27
BG
ES
LT
SI
DK
RO
EE
PT
AT
FI
LV
SE
20%
20,8%
24,6%
23,0%
No caso de Portugal, a revisão do PNAER prevista na Diretiva para 2012,
revelou-se oportuna dadas as alterações significativas ocorridas desde 2010,
que justificam um ajustamento das medidas
•
A segurança no abastecimento, crescimento económico e competitividade e
sustentabilidade ambiental, continuam a ser os principais pilares da estratégia
energética;
•
O elevado nível de incentivos concedidos ao lado da oferta na década de 2000,
associado à atual tendência de contração da economia, com consequências na
procura de energia, conduziu a um desequilíbrio entre a oferta e procura;
•
A aposta nas FER não deve ser descontinuada, exigindo-se que a construção do
novo modelo energético seja mais criteriosa nos apoios, direcionando-os para
os recursos com maior racionalidade económica .
•
Articulação das estratégias para a procura (PNAEE) e oferta (PNAER) de energia,
sem comprometer os compromissos de Portugal em matéria de energia,
procurando soluções com os menores custos para o país.
“O PNAER e as perspectivas de futuro para a PRE Renovável”
Pressupostos
O atual contexto macroeconómico – redução do consumo, excesso de oferta e
restrições de financiamento – impôs a necessidade de rever o PNAER
Evolução do PIB em termos reais (000M€2010)
208,7
Cenário Base PNAER 2010
202,8
Cenário Base actual (previsões Min. das Finanças - Jan. 2012)
197,0
-8%
191,4
185,9
191,2
187,4
180,6
183,8
175,9
172,7
165,6
2010
PIB (variação)
previsões Min. das
Finanças – Jan. 2012
169,8
180,2
172,1
176,6
169,3
173,2
169,5
167,1
164,2
165,4
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
-1,7%
-3,3%
0,7%
2,5%
2,2%
2,0%
2,0%
2,0%
Fonte: PNAER 2010, Banco de Portugal, Ministério das Finanças, INE
2019
2,0%
2020
2,0%
O cenário de procura de energia(1) estima uma contração da procura até 2015
seguido de um aumento em linha com a recuperação económica expectável
Consumo previsto de Energia Final (ktep)
Cenário Alto
19.000
Cenário Baixo
Consumo previsto de Eletricidade (TWh)
Cenário Alto
58
(Cenário considerado)
tcma 1,2-1,3%
tcma 0,1-0,2%
18.500
Cenário Baixo
56,6
56
18.000
17.500
17.000
16.500
17.600
17.295
55,0
54
16.681
17.385
16.666
52
51,1
49,9
16.000
50
50,8
15.500
15.000
48
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
(1) Calibrado para o ano base de 2010 e não incluindo medidas de eficiência no horizonte 2011-2016. Este cenário difere do cenário apresentado no documento “Linhas estratégicas para a revisão dos
Planos Nacionais de Ação para as Energias Renováveis e Eficiência Energética ”
Fonte: DGEG (Modelo LEAP)
Para efeitos do PNAER, contabiliza-se o consumo final bruto de energia(1), que
sofre uma quebra substancial face às estimativas de 2010(2)
PNAER 2010 vs. Revisão PNAER 2012 – Consumo final bruto de energia (ktep)
21000
PNAER 2010 Referência
PNAER 2010 EE adicional
Revisão PNAER Referência
20000
(3)
20.079
(4)
1.800
Revisão PNAER EE adicional
19.465
19000
Poupanças alcançadas
1634
Poupanças por atingir
1.600
%
Grau de cumprimento do plano
1.400
18.563
18000
Projeção das poupanças no PNAEE revisto
17.905
1.200
1.000
45%
729
800
17000
16.330
16000
600
19%
312
400
7%
200
119
O custo marginal do
cumprimento do PNAEE
é muito inferior ao custo
nivelado de produção de
qualquer solução do lado
da oferta
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
15000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
(1) Baseado no cenário Alto do consumo final de energia; (2) Estimativas do PNAER de 2010; (3) Não inclui medidas de EE no período 2011-2016 (4) Inclui medidas de EE no período 2011-2016
“O PNAER e as perspectivas de futuro para a PRE Renovável”
Revisão do PNAER
De modo a garantir a viabilidade e a sustentabilidade do plano, adotaram-se
princípios sólidos ajustados à realidade atual
Principais eixos de ação
Eixo
Ações

E
Eletricidade





T
A&A
Considerada a capacidade em construção, licenciadas, pontos de receção
atribuídos e outros compromissos;
Aposta essencialmente em tecnologias maduras;
Monitorizar a evolução do consumo de energia de forma a preparar eventuais
medidas (após 2014) em caso de atraso face ao objetivo;
Grandes projetos que se possam instalar em regime de mercado;
Reforçar coordenação com licenciamento ambiental para evitar estrangulamentos
Transportes


Produção de biocombustíveis em território nacional que utilizem resíduos , bem
como biocombustíveis a partir de materiais lenho-celulósicos (2ª G)
Culturas energéticas para a produção de biocombustíveis em território nacional
Utilizar potencial do Biometano para soluções de armazenagem na rede de GN
e/ou para disponibilização em postos de abastecimento
Aquecimento e
Arrefecimento




Reforçar Solar Térmico
Utilização de Biomassa para Aquecimento
Instalação de Bombas de Calor de elevada eficiência (COP>4)
Aproveitamento do potencial da Geotermia de baixa entalpia
Está assegurado o cumprimento da meta global de FER assim como da meta
dos Transportes
Evolução prevista das metas e trajetórias
FER-T (%)
58,3%
36,2%
36,1%
58,5%
58,7%
36,1%
36,2%
53,7%
36,3%
53,2%
36,3%
36,0%
49,7%
35,6%
48,9%
35,3%
44,9%
35,0%
41,1%
50%
52,3%
60%
58,5%
FER-E (%)
40%
20,0%
FER-A&A (%)
70%
34,5%
34,8%
34,6%
34,2%
34,0%
31,9%
31,9%
30,6%
28,8%
Meta e Trajetórias Setoriais
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Pressupostos: Cenário Alto de consumo de energia final
11,5%
11,3%
10,2%
10,1%
0%
8,5%
0,0%
8,2%
10%
6,2%
5,0%
5,7%
20%
5,7%
10,0%
5,6%
30%
15,0%
5,5%
25,0%
27,3%
30,0%
24,6%
35,0%
29,4%
Meta Global
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Prevê-se um aumento de 47% na capacidade de produção FER entre 2011 e
2020, com principal incidência na Hídrica e na Eólica
Evolução do parque electroprodutor FER (MW)
18.000
Nova capacidade em 2020 (MW)
+ 4.975 MW
15.500
15.109 15.249 15.389
16.000
Geotermia
14.000
12.000
0
12.957 13.132
10.997
10.525 10.847
65
Ondas
11.602
Biomassa (inclui
cogeração)
10.000
119
120
+47%
8.000
400
401
Solar
6.000
Eólica
1.209
1.210
4.000
3.790
3.971
Hidrica
2.000
0
0
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2500
5000
A revisão do PNAER prevê uma redução de 19% na capacidade instalada FER
em 2020, face ao PNAER de 2010; Ainda assim, a quota de eletricidade FER é
superior (58% vs. 55%)
Evolução do mix de produção de eletricidade (MW)
-19%
19.200
20.000
Tecnologia
17.500
15.565
Potência 2020 Variação face ao
(MW)
PNAER 2010
Hídrica
8.932
-6%
Eólica
5.300
-23%
Biomassa(1)
747
-22%
Solar
550
-63%
7.500
Geotermia
30
-60%
5.000
Ondas
6
-98%
2.500
TOTAL
15.565
-19%
15.000
12.500
10.000
0
PNAER 2010
Hidrica
(1) Inclui Cogeração
Eólica
Biomassa
Revisão PNAER 2012
Solar
Geotermia
Ondas
Ajuste na meta das
Mini-hídricas e no
cronograma das
grandes hídricas
A meta dos transportes será cumprida maioritariamente à custa de
biocombustíveis, mas como uma quota crescente de eletricidade renovável
Evolução do consumo de FER nos Transportes (ktep)
tcma 5%
600
Eletricidade renovável
Biocombustiveis substitutos da gasolina
500
400
10% Biodiesel
2,5% Bioetanol
Biocombustiveis substitutos do gasóleo
9% Biodiesel
2,5% Bioetanol
7,5% Biodiesel
2,5% Bioetanol
5,5% Biodiesel
5,0% Biodiesel 0% Bioetanol
0% Bioetanol
Eletricidade Rodoviária
Eletricidade Ferroviária
(ktep)
90
3,7
80
+216%
70
60
49
50
300
81
40
16
30
200
20
41
10
100
0
Consumo total Componente Consumo total Componente
de Eletricidade
FER
de Eletricidade
FER
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
NOTA: Cenário de Eficiência Energética Adicional
2010
2020
O consumo de FER no A&A tenderá a estabilizar, sendo que o foco será na
promoção do solar térmico, mantendo-se o atual consumo de biomassa
Evolução do consumo de FER no Aquecimento e Arrefecimento (ktep)
3.000
tcma 0,7%
Biomassa
Solar Térmico
2.500
Novas instalações 2011-2020 (m2)
Total instalado (m2)
Geotérmica
(m2)
2.500.000
2.194.282
2.000
2.000.000
1.500
+193%
1.500.000
1.000.000
1.000
1.445.606
748.676
500.000
500
0
2010
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
NOTA: Cenário de Eficiência Energética Adicional
2020
A linha de ação futura depende do desvio verificado em 2014, devendo ser
equacionadas novas medidas se necessárias
Monitorização do cumprimento
Evolução do consumo de energia (ilustrativo)
Linhas gerais de ação
19.000
•
Até 2014 deverá ser realizado um
controlo anual implementando /
reforçando medidas de eficiência
energética de investimento reduzido;
•
Dependendo da evolução que se vier
a verificar, poderá ser equacionada a
adoção de novas medidas para o
cumprimento dos objetivos;
•
As medidas de eficiência energética
economicamente viáveis serão
adotadas prioritariamente.
Consumo de energia estimado (ktep)
Possível desvio
no consumo de
energia –
necessário
novas ações
18.500
18.000
17.500
Possível desvio
no consumo de
energia –
revisão em
baixa dos
objetivos
17.000
16.500
16.000
15.500
15.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Conclusões
•
•
•
•
•
O apoio às FER deverá promover a integração das tecnologias mais maduras e
de maior incorporação nacional, contribuindo para a eliminação dos défices
tarifários;
O desenvolvimento de tecnologias menos maduras não deverá ser apoiado
através de tarifa de eletricidade, mas sim por outros mecanismos que existem
para o efeito (ex.: Fundo Português do Carbono)
As metas para a contribuição das FER, apresentadas nesta revisão do PNAER,
não devem ser entendidas como limites, mas tão-somente como o mínimo
necessário, tendo em conta os princípios de racionalidade económica e
adequação entre procura e oferta, para assegurar o cumprimento das metas
com as quais Portugal está comprometido;
O PNAER será portanto redefinido de forma ajustada à nova realidade
macroeconómica, e tendo em conta a relação custo/beneficio das medidas do
lado da procura;
O 2.º PNAER mantem o nível de ambição e de exigência que Portugal sempre
assumiu no cumprimento das metas da UE.
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Pedro Cabral