Informação da Câmara Municipal de Alcochete
OUTUBRO 2011 | Número 3 | Distribuição Gratuita
www.cm-alcochete.pt
GRANDE PLANO
ENTREVISTA AO VEREADOR
JORGE GIRO
CÂMARA GARANTE
ÁGUA MAIS BARATA
DA ÁREA
METROPOLITANA
DE LISBOA
alcochete
› PÁGINAS 8 E 9
PORTO DOS CACOS CLASSIFICADO
SÍTIO DE INTERESSE PÚBLICO
A Olaria Romana do Porto dos Cacos é um importante exemplar de um complexo industrial romano, que terá
iniciado a sua produção em meados do século I d. C.
› PÁGINA 7
EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA
CÂMARA MUNICIPAL INVESTE NA EDUCAÇÃO
› PÁGINAS 4 e 5
INMOVIMENTO
ENTREVISTA A CARLOS CORTES
PRESIDENTE DO GRUPO DESPORTIVO
ALCOCHETENSE
ESCOLA DE FORMAÇÃO REFORÇA
EQUIPA PRINCIPAL
INLOCAL
ATÉ 31 DE DEZEMBRO
ASSOCIAÇÃO DOS BOMBEIROS
VOLUNTÁRIOS DE ALCOCHETE
ADERE À INICIATIVA
“QUARTEL ELECTRÃO”
› PÁGINAS 12 E 13
› PÁGINA 7
2.inalcochete | Outubro 2011
in
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
ANA LAÍNS ACTUA EM ALCOCHETE EM NOVEMBRO
Depois de Marco Rodrigues, o fado regressa ao Fórum Cultural, no próximo dia 11
de Novembro, às 21h30, com Ana Laíns.
Nesta noite, em Alcochete, Ana Laíns apresenta ao público “Quatro Caminhos”, um disco
que contou com a participação de Amélia Muge, José Manuel David e Filipe Raposo
e com a colaboração de Diogo Clemente na produção e direcção musical. Para Ana Laíns,
“os seus espectáculos são um misto de emoções e caminhos, uma viagem ao universo
de cariz português que vai dar ao fado tradicional, ao cancioneiro, proporcionando
momentos onde se comprova a universalidade da música portuguesa”. Os ingressos estão
à venda no Fórum Cultural e têm o valor de €6 ou €4,50 (para menores de 18 anos).
SÍNTESE
TEATRO “PARA
CRIANÇAS QUE AINDA
NÃO CONSEGUEM
CHEGAR
AO PUXADOR
DA PORTA”
A partir de Novembro,
estão abertas
as inscrições para
a oficina de teatro
“Para crianças que
ainda não conseguem
chegar ao puxador
da porta” que vai
decorrer no Fórum
Cultural, de 19 a 22
de Dezembro.
Destinada a crianças,
com idade entre
os 8 e os 12 anos,
e dinamizado por Célia
Ramos, este projecto
de iniciação teatral visa
estimular os afectos,
a autonomia
e a criatividade
dos participantes.
PROTECÇÃO CIVIL
Elaborado pelo Serviço
Municipal de
Protecção Civil, o Plano
de Emergência Externo
está em consulta
pública, podendo
os munícipes enviar
os seus contributos até
ao próximo dia 15
de Novembro. O Plano
de Emergência Externo
está disponível para
consulta no Serviço
Municipal de
Protecção Civil, nas
Juntas de Freguesia
do Concelho,
na Biblioteca
de Alcochete ou no site
da Câmara Municipal.
FORMAÇÃO
EM TIC
Entre 15 e 29
de Novembro, a
Biblioteca de Alcochete
promove a 11.º Acção
de Formação
em Tecnologias
de Informação
e Comunicação (TIC)
para cidadãos maiores
de 30 anos. O objectivo
desta iniciativa é dotar
os formandos
de competências
básicas no domínio
das TIC.
No âmbito do Projecto
Alcochete Qu@lifica,
os interessados
em obter um diploma
de validação das suas
competências em TIC
podem efectuar um
exame na Biblioteca
de Alcochete.
CONTACTOS ÚTEIS
Câmara Municipal de Alcochete – 212 348 600 | Comunicação de Avarias, Roturas e Entupimentos 919 561 411
Serviço Municipal de Protecção Civil – 912 143 999 | Canil Municipal – 914 432 270 | Cemitério – 212 348 638
Posto de Turismo – 212 348 655 | Bombeiros Voluntários de Alcochete – 212 340 229 ou 212 340 557 | Guarda Nacional
Republicana – 212 348 071 | Centro de Saúde de Alcochete – 212 349 320 | Extensão de Saúde em Samouco – 212 329 600
Extensão de Saúde em São Francisco – 212 314 471 | Farmácia Nunes – 212 341 562 | Farmácia Cavaquinha – 212 348 350
Farmácia Póvoas – 212 301 245 | Central de Táxis Alcochete – 212 340 040 | Central de Táxis Samouco e Freeport
– 212 321 775 | Transportes Sul do Tejo – 211 126 200 | Transtejo – 210 422 400.
FICHA TÉCNICA
Inalcochete
PERIODICIDADE Bimestral | PROPRIEDADE Câmara Municipal de Alcochete | MORADA Largo de São João 2894-001 Alcochete
Telef.: 212 348 600 DIRECTOR Luís Miguel Carraça Franco, Presidente da Câmara Municipal de Alcochete | EDIÇÃO SCI – Sector
de Comunicação e Imagem COORDENAÇÃO DE REDACÇÃO Susana Nascimento REDACÇÃO Íngride Nogueira, Micaela Ferreira,
Rosa Monteiro | FOTOGRAFIA SCI | PAGINAÇÃO CJORGE – Design & Comunicação e Rafael Rodrigues/SCI | IMPRESSÃO Empresa
Gráfica FUNCHALENSE | DEPÓSITO LEGAL 327832/11 | REDACÇÃO E FOTOGRAFIA SCI – Sector de Comunicação e Imagem
Telef.: 212 348 658 | [email protected] | TIRAGEM 10 000 | ISSN 2182-3227 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
REUNIÕES
DESCENTRALIZADAS
A Câmara Municipal
encerra o ciclo
de reuniões
descentralizadas nas
freguesias do Concelho
no próximo dia 23
de Novembro,
às 21h00, na Delegação
da Junta de Freguesia
de Alcochete na Fonte
da Senhora. As sessões
descentralizadas são
uma acção promovida
pela Autarquia
no âmbito de uma
gestão participada
que visa não só
recolher os contributos
dos munícipes, com
o também aproximar
a população
do Executivo
Municipal.
5.º FEST.T.A.
De 18 a 20 de
Novembro vai decorrer,
em Alcochete, o 5.º
FEST.T.A., um Festival
de Teatro Amador
promovido pela
Associação GilTeatro
com o apoio da Câmara
Municipal. O Fórum
Cultural e a Casa
do Povo de Alcochete
foram os “palcos”
escolhidos para acolher
este Festival que, nesta
edição, vai homenagear
os cidadãos que
marcaram o teatro
amador em Alcochete.
O programa
do 5.º FEST.T.A. está
disponível em
www.cm-alcochete.pt.
Outubro 2011 | inalcochete.3
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
COMÉDIA “A LA CARTE” NO FÓRUM CULTURAL
No próximo dia 25 de Novembro, às 21h30,
os Commedia a La Carte sobem ao palco
no Fórum Cultural de Alcochete com “Nesta
Peça, Peça Tudo”. Improvisação não vai faltar
nesta representação em que os actores Carlos
M. Cunha, César Mourão e Ricardo Peres têm
como missão fazer rir a partir de personagens
e conteúdos que o público vai sugerindo
no momento.
EDITORIAL
Um
Orçamento
de Estado
desastroso!
Caros (as) Munícipes,
O Governo submeteu à Assembleia da República a Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012 (PLOE/2012). Este documento enuncia um
conjunto de objectivos e medidas drásticas absolutamente desastroso para
o País e para as condições de vida de todos os Portugueses, tendo igualmente reflexos negativos no Concelho de Alcochete.
No domínio laboral, significará a diminuição gravosa de salários na Administração Pública, a redução do valor do trabalho extraordinário, o corte
dos subsídios de férias e de Natal, a ampliação do horário de trabalho, o despedimento sem justa causa e o condicionamento da contratação colectiva, consubstanciando uma compressão clara dos direitos dos trabalhadores, com particular expressão nos funcionários públicos, ameaçando a coesão
social e abrindo caminho a um retrocesso civilizacional sem precedentes.
Nas áreas da Educação e da Saúde, a PLOE/2012 anuncia cortes que prenunciam “o fim da Escola Pública e do Serviço Nacional de Saúde”. Especificamente na Saúde, verificar-se-á um aumento significativo das taxas moderadoras, cortes nos exames complementares de diagnóstico e uma política de recursos humanos restritiva que poderá colocar em causa uma boa
prestação de cuidados médicos. Aliás, no nosso concelho e neste domínio,
já começámos a sentir os efeitos desta política. Em Alcochete, no Centro
de Saúde, depois do encerramento do SAP (Serviço de Atendimento Permanente), foram reduzidos os Serviços de Apoio Complementar (SAC)
aos domingos e feriados a partir das 14h. No Passil, desde Setembro que
não existe serviço de enfermagem devido à ausência de várias enfermeiras
por motivos de baixa médica. Em S. Francisco, foi encerrada a extensão local. No
Samouco, os recursos Humanos Médicos e de Enfermagem são insuficientes.
O transporte de doentes em ambulância
passou a ser mais caro, devido ao corte
LUÍS MIGUEL CARRAÇA FRANCO
do financiamento aos Bombeiros. AcresPresidente da Câmara Municipal de Alcochete
ce a isto o encerramento do Serviço de
Observação (SO) da urgência do Hospi(…) mantemos a vontade de continuar a trabalhar
tal do Montijo, que serve as populações
no sentido de materializar objectivos estratégicos para
dos dois concelhos e que deixou de funo concelho, como são exemplo a conclusão do Centro
cionar a partir do dia 1 de Outubro. As razões economicistas invocadas para a imEscolar de São Francisco e a Requalificação da Frente
plementação destas medidas traduzemRibeirinha de Alcochete
se em pior e mais cara Saúde.
No plano autárquico, quer na PLOE/
2012, quer no “Documento Verde da Administração Local” - já em discussão pública –, anunciam-se medidas merecedoras de igual rejeição!
Uma vez mais, não se aplica a Lei de Finanças Locais e são retirados 120
milhões de euros em relação a 2011 e o Município de Alcochete receberá,
apenas, 2.737.661 euros (dois milhões, setecentos e trinta e sete, seiscentos e sessenta e um euros).
Reduz-se a capacidade de endividamento municipal, numa revisão retroactiva dos limites de endividamento municipal e de duvidosa constitucionalidade, colocando administrativamente a maioria dos municípios numa
situação de ultrapassagem dos limites de endividamento, sem que factual
e verdadeiramente o seu endividamento tenha aumentado. Se a isto juntarmos a quebra de receitas locais, agrava-se a situação financeira das
Autarquias, com consequências no investimento municipal e repercussões na actividade económica local e no aumento do desemprego.
No que à Organização Administrativa do Território diz respeito, o Governo propõe a fusão voluntária de municípios, elimina a representação plural e democrática dos executivos municipais e estabelece critérios de extinção e agregação de freguesias. De acordo com a ANAFRE, a Freguesia do
Samouco, enquanto órgão autárquico, seria extinta, numa medida inaceitável, incompreensível desrespeitora das populações e da sua identidade
política e cultural.
Como facilmente se compreende, o Município de Alcochete rejeita em absoluto estas propostas, porque atentatórias do Poder Local Democrático,
mas, em especial, da nossa identidade política, da nossa História e do nosso sentir enquanto Povo e Comunidade!
Apesar de considerarmos todas estas medidas de enorme gravidade, consideramos possível e desejável um outro rumo para o País. Pela nossa parte, mantemos a vontade de continuar a trabalhar no sentido de materializar objectivos estratégicos para o concelho, como são exemplo a conclusão do Centro Escolar de São Francisco e a Requalificação da Frente Ribeirinha de Alcochete e continuaremos a pugnar pela defesa intransigente da
qualidade de vida dos nossos cidadãos, contando, para isso, com o apoio
empenhado de todos os eleitos, trabalhadores das Autarquias e população
em geral, perspectivando sempre Alcochete como um concelho com futuro!
4.inalcochete | Outubro 2011
in
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
ESCOLA N.º 1 DE ALCOCHETE TEM ESPAÇO DE RECREIO RENOVADO
O espaço de recreio da Escola do Ensino Básico nº 1 de Alcochete foi objecto de
requalificação, tornando-o mais atractivo e adequado às actividades escolares.
As crianças que frequentam este estabelecimento público de ensino vão poder
usufruir, a partir do início do mês de Novembro, de uma área onde foi criada um
espaço de conto ou de aula ao ar livre, instalada uma bancada para actividades
plásticas e uma horta pedagógica. Com esta intervenção a Câmara Municipal
garantiu ainda as acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida, quer
no espaço lúdico, quer no espaço desportivo já existente. Uma parte do recreio
da escola nº 1 de Alcochete já tinha sido requalificada no ano lectivo 2009/
FOCO
O SERVIÇO EDUCATIVO ASSOCIA A COMPONENTE PEDAGÓGICA E LÚDICA EM ACTIVIDADES QUE VISAM INCENTIVAR O GOSTO PELA HISTÓRIA E CULTURA LOCAIS
Escola Pública é fundamental
para um ensino de qualidade
Em matéria de educação, a defesa da Escola Pública tem norteado o modo de acção e o investimento
do Executivo Municipal, que tem prosseguido com o que considera ser o interesse público da população,
garantindo às crianças do Concelho as condições necessárias a uma educação de qualidade.
Os cortes do Governo na educação
a nível nacional, na ordem dos 800
milhões, e a diminuição de transferências de dinheiro, associado ao
momento de crise actual têm dificultado a acção da Autarquia no
cumprimento das suas responsabilidades, ao abrigo das transferências
de competências do Governo para
nas Câmaras Municipais. Por outro
lado estas transferências de competências levantam algumas dúvidas
ao Executivo Camarário.
Por exemplo no que concerne à gestão pedagógica e contratação de docentes, matérias sobre as quais não
é expectável que a responsabilidade recaia sobre os Municípios, assim como a gestão pedagógica das
actividades de enriquecimento curricular, que deve ser assumida pelo
Ministério da Educação, não é compreensível para o Vereador da Educação que sejam as Câmaras ou outras entidades a efectuar essa gestão.
Mas estes condicionalismos com consequências graves ao nível do ensino público no Concelho não constituem impedimento ao trabalho desenvolvido, de forma continuada,
pela Câmara Municipal, nas escolas
do Concelho, em prol de um ensino de qualidade.
“A Câmara não se demite, não se demitiu, nem se demitirá de nada do
que diz respeito ao seu entendimento global e integral de que é o seu
papel e a sua competência em matérias de educação”, assume o Vereador Paulo Machado.
Ainda que nem todos os estabelecimentos escolares apresentem as me-
lhores condições de funcionamento, pois segundo o Presidente da Câmara, Alcochete tem um parque escolar que durante muitos anos não
foi requalificado e está sobrelotado,
a Autarquia assume anualmente, no
âmbito das suas competências, a
requalificação dos estabelecimentos
escolares do Concelho, quer através de continuadas intervenções nas
escolas de 1.º Ciclo do Ensino Básico e nos jardins-de-infância, quer
com a construção do Centro Escolar de São Francisco.
A Autarquia investiu vários milhares de euros em acções de reparação de avarias eléctricas, de vedações, limpeza e corte de relvas, montagem de toldos, limpeza de telhados, requalificação dos recintos de recreio, reparação de calçadas, entre
Autarquia investe
na requalificação
do parque escolar
Câmara implementa
complemento
de horário
da Componente
de Apoio à Família
no 1.º Ciclo do Ensino
Básico
outras acções, em todas as escolas
do 1.º Ciclo do Ensino Básico e jardins-de-infância, e na Escola E.B.
2,3 El Rei D. Manuel I.
Quanto ao Centro Escolar de São
Francisco, que já deveria estar a funcionar, mas por motivo de insolvência da empresa a quem foi adjudicada a obra, mas não está, a Câmara Municipal adianta que este novo equipamento escolar estará concluído no final do ano.
Constituído por um Jardim-de-Infância e por uma Escola de Ensino
Básico do 1.º Ciclo, com 12 salas de
aulas, um refeitório, um ginásio/sala polivalente, uma sala de meios/
centro de recursos e as diversas instalações de apoio, o Centro Escolar
de São Francisco terá capacidade
para 300 crianças e representará um
investimento de cerca de três milhões de euros.
“Trata-se do maior investimento de
sempre da Câmara Municipal, não
só na freguesia de São Francisco,
mas no concelho de Alcochete”, en-
Outubro 2011 | inalcochete.5
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
2010, com a instalação de um campo
de jogos com relva sintética. Esta
requalificação visa dar mais qualidade ao
muito tempo que as crianças passam na
escola. Refira-se que este equipamento
escolar está a funcionar com o número
adequado de turmas, isto é, quatro em
regime normal, para um total de cerca
de 100 crianças, e assim deverá continuar
a funcionar nos próximos anos lectivos.
inFOCO
SAIBA MAIS
OS NÚMEROS
DA EDUCAÇÃO
NO CONCELHO
2594
ALUNOS FREQUENTAM
O ENSINO PÚBLICO
NO CONCELHO
207
CRIANÇAS FREQUENTAM
OS JARDINS DE INFÂNCIA
783
CRIANÇAS APRENDEM
NAS ESCOLAS DE 1.º CICLO
DO ENSINO BÁSICO
995
ALUNOS ESTÃO INSCRITOS
NO 2.º E 3.º CICLOS
DO ENSINO BÁSICO
fatizou o Presidente da Câmara na
Recepção à Comunidade Educativa, que marcou o início do ano lectivo em Alcochete.
COMPONENTE DE APOIO
À FAMÍLIA ABRANGE MAIS
DE 300 ALUNOS
No presente ano lectivo a Autarquia alargou a oferta do Serviço de
Complemento de Horário da CAF
– Componente de Apoio à Família
ao 1.º Ciclo do Ensino Básico, uma
vez que já assegurava este serviço
nos jardins-de-infância da rede pública do Concelho.
O Serviço de Prolongamento de Horário que funciona nos Jardins-deInfância e Escolas do 1.º Ciclo de
Alcochete, Samouco, São Francisco
e Passil, que abrange este ano lectivo 583 alunos, destina-se prioritariamente, às crianças cujo agregado
familiar, devido a compromissos profissionais tenha necessidade deste
serviço.
Com o alargamento deste serviço a
todas as escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, a Câmara Municipal garante iguais condições a todos os
alunos no acesso a este serviço, que
vai ser pago pelos pais, em função
da análise sócio-económica das famílias.
Para o Vereador Paulo Machado este
é mais um exemplo do esforço que
609
JOVENS ESTUDAM
NO ENSINO SECUNDÁRIO
a Câmara Municipal faz, no sentido
de honrar os seus compromissos
nestas matérias, e tranquilizar as famílias, sendo certo que está garantido um serviço de qualidade a todas as famílias do Concelho.
No que diz respeito ao ensino Préescolar trata-se de uma competência que resulta de um contrato de
transferência de competências entre os Municípios e o Ministério da
Educação, através de um acordo com
a Associação Nacional de Municípios.
No que concerne ao 1.º Ciclo do
Ensino Básico não existe qualquer
enquadramento nesta matéria, assumindo a Câmara Municipal a responsabilidade directa sobre deste
serviço.
Com o objectivo de garantir uma
melhor qualidade do ensino no Concelho, em articulação com os diferentes parceiros locais, a Câmara Municipal tem desenvolvido parcerias
com diferentes entidades.
Neste sentido a Câmara Municipal
celebrou acordos de colaboração com
a Fundação João Gonçalves Júnior
e com o CENSA – Centro Social de
São Brás com o objectivo de garantir a implementação da Componente de Apoio à Família (CAF) no
1.º Ciclo do Ensino Básico do Concelho.
A Fundação João Gonçalves Júnior
assume a responsabilidade pela contratação dos recursos humanos necessários à implementação da CAF
nas Escolas do Ensino Básico nº 1,
nº2, da Restauração/JI e na EB1/JI
do Passil, ficando o CENSA responsável pela contratação dos recursos
humanos necessários à implementação da CAF nas Escolas Básicas de
São Francisco e de Samouco.
Com a Associação Desportiva Samouquense a Autarquia firmou ainda uma adenda ao protocolo já ce-
lebrado relativo à cedência das instalações da colectividade, no horário
da Componente de Apoio à Família, das 7h00 às 10h00 e das 15h15
às 19h30.
A Câmara Municipal assegura ainda, no âmbito da Acção Social Escolar, o apoio a 276 crianças que inclui auxílios económicos aos alunos do Pré-escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico do Concelho, para aquisição de manuais e material escolar
e para a comparticipação no valor
das refeições diárias nos estabelecimentos de ensino dotados de refeitório.
Neste âmbito, a Autarquia assegura
o serviço de apoio ao Transporte Escolar a 516 jovens, através da senha
de passe escolar, e a 47 jovens que
residem na zona rural e usufruem
da carrinha escolar
Este é um serviço direccionado aos
alunos do Ensino Básico e Secundário, em regime diurno, residentes a mais de 3 km do estabelecimento de ensino que frequentam,
sendo que é gratuito para os alunos
do Ensino Básico e comparticipado
em 50% para os alunos do Ensino
Secundário.
SERVIÇO EDUCATIVO
“ENSINA” DE UMA FORMA
LÚDICA E DIVERTIDA
A preocupação com um ensino de
qualidade não se esgota na sala de
aula e por isso a Câmara Municipal
promove anualmente uma programação, especialmente direccionada
para os alunos, transversal a diferentes sectores da Câmara Municipal, denominada de Serviço Educativo, que registou em 2010 mais de
7 mil participantes nas dezenas de
actividades realizadas.
O Serviço Educativo associa a componente pedagógica e lúdica, e de
276
ALUNOS SÃO ABRANGIDOS
PELA ACÇÃO SOCIAL
307
CRIANÇAS ESTÃO INSCRITAS
NA COMPONENTE DE APOIO
À FAMÍLIA
563
JOVENS BENEFICIAM
DE APOIO DE TRANSPORTE
ESCOLAR
7200
PARTICIPANTES
NAS ACTIVIDADES DO SERVIÇO
EDUCATIVO
ESCOLAS DO CONCELHO TÊM SIDO OBJECTO DE REQUALIFICAÇÃO
Para garantir melhor
qualidade no ensino
a Autarquia desenvolve
parcerias com entidades
do Concelho
Serviço Educativo
regista mais de 7 mil
participantes
uma forma divertida, procura incutir nos mais novos o gosto pela história e cultura locais, o contacto com
as artes performativas e de uma maneira geral a transmissão do conhecimento e o incentivo ao gosto pela
descoberta.
Neste âmbito são promovidas diferentes actividades através da Divisão de Cultura e Identidade Local,
Divisão de Educação, Desenvolvimento Social e Saúde e do Serviço
Municipal de Protecção Civil, organizadas por temáticas, nomeadamente, “O Livro e a Leitura”, “Artes
Performativas e Plásticas”, “História
e Património Local”, “Ambiente” e
“Cultura de Segurança”.
6.inalcochete | Outubro 2011
in
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
LOCAL
ACESSO AO PARQUE DO VALBOM ESTÁ CONDICIONADO
Desde o passado dia 17 de Outubro, os acessos aos percursos do Parque Desportivo
e de Lazer do Valbom estão condicionados, uma vez que estão a ser reparados alguns
dos pavimentos que se encontravam degradados. A intervenção está a ser executada
pelo empreiteiro responsável pela obra que, numa primeira fase, vai remover
o pavimento existente e preparar uma nova base para suportar a colocação de um
novo pavimento de betão colorido.
Caso não se verifiquem condições meteorológicas adversas, prevê-se que esta
intervenção esteja concluída em Novembro.
CÂMARA
IMPLEMENTA PLANO
DE CONTROLO
DO ESCARAVELHO
DA PALMEIRA
SESSÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL REALIZADA A 22 DE SETEMBRO
A Câmara Municipal vai implementar
no Concelho um plano de controlo
da praga do escaravelho da palmeira,
que já contaminou alguns
exemplares desta espécie em
algumas propriedades privadas
e um exemplar no Jardim do Rossio,
em Alcochete.
Está prevista a realização de acções
curativas e preventivas que
acarretam custos avultados para
a Autarquia na ordem dos 15 mil
euros, consideradas fundamentais,
na medida em que cada palmeira,
as de maior porte, tem um custo de
cerca de 7 mil euros, sem contar com
o seu valor histórico incalculável.
Uma vez que o processo
de desenvolvimento e propagação
desta praga é muito rápido, e a sua
detecção só é possível numa fase de
contaminação avançada da palmeira,
são fundamentais os tratamentos
de prevenção e exterminação, para
o efectivo controlo da mesma.
Numa primeira fase as acções
curativas e preventivas vão ser
efectuadas por técnicos
especializados, que garantam
a aplicação de todas as medidas
necessárias no processo de abate,
quando necessário, e a remoção
das palmeiras mortas, de forma
a não contaminar outras espécies
locais ou existentes no percurso
de transporte para aterro.
Numa fase posterior os tratamentos
vão ser assegurados pelos
funcionários da Autarquia que vão
ter formação especializada para
o efeito.
No sentido de preservar algumas
palmeiras, de valor incalculável
a nível patrimonial para o Concelho,
a Autarquia já deu início ao processo
de identificação dos exemplares
contaminados com o objectivo
de evitar o abate de palmeiras
de grande impacte paisagístico
e arquitectónico, localizadas em
zonas de maior interesse turístico
de Alcochete, nomeadamente,
no Jardim do Rossio, no Miradouro
Amália Rodrigues, na Avenida
da Restauração, entre outros.
Órgãos Autárquicos
aprovaram taxas para 2012
A Câmara e a Assembleia Municipais já fixaram as taxas para o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)
e o lançamento de derrama para o ano económico de 2012, assim como a participação variável
no IRS para 2013. As taxas aprovadas vão ao encontro dos valores já estipulados em anos transactos,
o que, segundo o Presidente da Câmara Municipal, é resultado “da difícil conjuntura que se vive
no país e que afecta as Autarquias locais”.
A fixação da taxa em 0,7% para os prédios urbanos e em 0,4% para os prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI foi a proposta de
taxas para o IMI apresentada pela Câmara Municipal, e que foi aprovada por maioria, com
15 votos a favor pelos deputados da CDU e do
PSD e 6 abstenções do PS, na última sessão da
Assembleia Municipal realizada a 22 de Setembro.
“O único pilar financeiro que ainda se mantém com alguma estabilidade é precisamente o
IMI”, destacou Luís Miguel Franco. No entanto, o autarca referiu que, apesar de ser um dos
principais pilares financeiros da Câmara Municipal, o Imposto Municipal de Imóveis também
apresentou uma redução significativa. “Em Agos-
to de 2010, a execução do IMI ascendia a 1
milhão e 565 mil euros e em Agosto de 2011,
ascendeu a 1 milhão e 300 mil euros”.
O Presidente da Câmara reforçou que, ao contrário do que aconteceu em 2008 (ano em que
a Autarquia reduziu os limites máximos relacionados com IMI), a proposta aprovada é condicionada pela actual conjuntura económicofinanceira. “A conjuntura económico-financeira está subjacente a estas propostas da Câmara Municipal de manutenção dos limites
quer para o IMI, quer para a participação variável em sede de IRS, quer em sede de derrama que é o imposto que as empresas com sede social na área geográfica do Concelho de Alcochete têm de pagar e que incide sobre o lucro
tributável dessas mesmas empresas, ou seja,
quaisquer empresas que não tenham lucro não
serão tributadas por via da aplicação do percentual de 1,5%”, destacou Luís Miguel Franco.
O lançamento de derrama de 1,5% para 2012
foi aprovado com 15 votos a favor pelas bancadas da CDU e do PSD e 6 abstenções pela bancada do PS. Sobre este imposto, o Presidente
referiu que “durante o ano de 2010, em termos
de execução global, a derrama ascendeu a 386
mil euros sensivelmente. Em Agosto de 2010,
tínhamos uma execução de 324 mil euros e,
em Agosto de 2011, de 286 mil euros”.
A proposta referente à participação variável de
5% no IRS para 2013 foi aprovada, por unanimidade, em Assembleia Municipal.
Executivo reuniu com os trabalhadores municipais
A situação de crise e o anúncio de novas medidas para a Administração Pública Local foram os temas dominantes dos dois plenários
com os trabalhadores do Município, realizados no dia 11 de Outubro, no refeitório dos
Serviços Operacionais na Lagoa do Láparo e
no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na sequência de uma convocatória do Presidente
da Câmara Municipal.
O Executivo Municipal quis dar conhecimento aos trabalhadores das intenções do Governo no âmbito da elaboração do Orçamento do
Estado para 2012, ainda antes de serem conhecidas as mais recentes medidas aplicadas
aos vencimentos dos funcionários públicos, e
desde logo alertar para as dificuldades financeiras e o agravamento das condições de vida dos
portugueses e dos funcionários em particular.
O Presidente da Câmara Municipal deu ainda
conta aos funcionários da rejeição do Município quanto à aplicação das directrizes constantes no “Documento Verde da Reforma da
Administração Local”, no que respeita à proposta de fusão de concelhos, agregação de freguesias, composição dos órgãos autárquicos e
diminuição do número de cargos dirigentes
nas autarquias locais.
O autarca referiu algumas medidas já tomadas
desde 2008 para redução da despesa municipal, entre as quais a significativa redução do
trabalho extraordinário, destacando que “é um
modelo que tem que ser seguido”, e lembrou
que “ao longo dos últimos seis anos, a política
de recursos humanos visou a valorização dos
trabalhadores”.
Apesar da generalizada crise económica e das
gravosas medidas previstas para os trabalhadores
e para a Administração Local, que têm registado
uma substancial redução das receitas nos últimos
anos, o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete apelou à união e ao empenho dos trabalhadores na sua actividade laboral. No final da
reunião e não obstante a situação de crise, o autarca fez questão de dirigir aos trabalhadores
“uma palavra de esperança em relação ao futuro”.
Outubro 2011 | inalcochete.7
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
AUTARQUIA ALERTA PARA A OCORRÊNCIA DE ACTOS DE VANDALISMO
A Câmara Municipal apela à população para que esteja atenta à ocorrência de actos de vandalismo
no Concelho. Frequentemente, os serviços municipais registam danos nos equipamentos que estão
à disposição da população em diversos espaços públicos.
As luminárias na Praia dos Moinhos, em Alcochete, paragens de autocarros e os dispensadores
para resíduos são exemplos de equipamentos que, recentemente, foram alvo de actos de vandalismo.
Sendo o espaço público de e para todos, a Câmara Municipal apela à compreensão e à cooperação
da população, de forma a identificar e a responsabilizar os autores destes actos.
inLOCAL
COM UMA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃO
Porto dos Cacos classificado
Sítio de Interesse Público
A Olaria Romana do Porto
dos Cacos é um importante
exemplar de um complexo
industrial romano, o qual terá
iniciado a sua produção em
meados do século I d. C.
Após década e meia do início do processo
relativo à classificação do Sítio Arqueológico
de Porto dos Cacos, esta Olaria Romana localizada no Município de Alcochete foi classificada como Sítio de Interesse Público, de
acordo com a Portaria n.º 591/2011 (2.ª Série
do Diário da República, de 27 de Junho de
2011).
A Secretaria de Estado da Cultura também definiu a fixação de uma Zona Especial de Protecção (ZEP) que “abrange uma zona riquíssima em vestígios arqueológicos de cronologia
romana, alguns dos quais indiciam ocupações
eventualmente tão importantes quanto a do
Porto dos Cacos”, no sentido de “salvaguardar
o contexto e o enquadramento do sítio arqueológico classificado”.
A fixação desta ZEP “visa salvaguardar o contexto e o enquadramento do sítio arqueológico classificado, garantindo um futuro estudo arqueológico dos terrenos, salvaguardando, deste modo, uma zona riquíssima em vestígios arqueológicos e possibilitando o estudo e o registo dos vestígios já existentes e dos que resultem de prospecções arqueológicas”.
Segundo a referida Portaria, “a Olaria Romana
do Porto dos Cacos é um importante exemplar
de um complexo industrial romano, o qual
terá iniciado a sua produção em meados do
século I d. C., constituído por olarias com os
seus respectivos fornos e entulheiras, em cujas escavações foram encontrados exemplares
de ânforas tipo Beltran IV, Dressel 30, Almagro 51C e Almagro 50, além de um inúmero
conjunto de cerâmica comum de cozinha”,
assim como “uma importante necrópole composta por 37 enterramentos, dos quais foram
24 escavados, onde coexistiam os rituais de
incineração e de inumação, com práticas de
enterramento até então desconhecidas no território nacional”. A proposta refere ainda que
“esta descoberta parece indiciar a existência
nas imediações de um povoado com alguma
grandeza, eventualmente um vicus, e atesta a
importância científica do sítio justificando
uma ocupação permanente”.
Quanto ao Porto dos Cacos é também dito
que “este sítio constitui um dos mais importantes centros de produção oleira da época
romana até agora identificados no território
português, representando um valor patrimonial excepcional pela qualidade e monumentalidade dos vestígios já revelados pela escavação, nomeadamente os fornos e diversas estruturas de apoio, um alinhamento de ânforas também sem paralelos conhecidos e as
sepulturas de tipologia diversa”.
O conjunto agora classificado por iniciativa da
Câmara Municipal de Alcochete está abrangido pelas disposições legais em vigor, nomeadamente que “a sua transmissão depende da
prévia comunicação à Direcção Regional de
Cultura de Lisboa e Vale do Tejo e ao IGESPAR I.P.”, que “os comproprietários, o Estado
e o Município gozam, pela ordem indicada, do
direito de preferência em caso de venda ou
dação em pagamento” e que “quaisquer obras
ou intervenções no imóvel serão objecto de autorização e acompanhamento do órgão competente para a decisão final do procedimento
de classificação”.
BOMBEIROS
RECOLHEM
RESÍDUOS
DE EQUIPAMENTOS
ELÉCTRICOS
E ELECTRÓNICOS
Até ao final deste ano participe
na campanha “Quartel Electrão”,
que está a decorrer nas instalações
da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários
de Alcochete, com a entrega neste
quartel dos Resíduos
de Equipamentos Eléctricos
e Electrónicos (REEE) e resíduos
de Pilhas e Acumuladores (RPA)
em fim de vida.
Este projecto está a ser
desenvolvido pela Amb3E –
Associação Portuguesa de Gestão
de Resíduos no sentido de apoiar
as corporações de bombeiros
e de sensibilizar as comunidades
para a reciclagem e a valorização
dos resíduos.
Em função das quantidades
recolhidas, a referida Associação
atribuirá os seguintes prémios
às corporações em todo o País:
1.º Prémio: uma Ambulância
de Transporte Múltiplo (ABTM)
2.º Prémio: Lavandaria Profissional
para Bombeiros
3.º ao 12.º Prémio: Cartões
de combustível no valor
de €1.500,00
NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE ALCOCHETE, A FIXAÇÃO DE UMA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃO VISA PRESERVAR A ÁREA DE INFLUÊNCIA DE PORTO DOS CACOS
Contribua com a entrega
dos referidos resíduos,
nomeadamente pequenos
electrodomésticos, como por
exemplo ferros de engomar,
secadores e torradeiras, para que
os Bombeiros consigam ganhar
prémios com a ajuda de todos.
O Quartel dos Bombeiros
de Alcochete está situado na Rua
do Salineiro, na Vila de Alcochete,
junto ao Centro de Saúde.
No ano em que a associação festeja
o seu 63.º aniversário, os Bombeiros
Voluntários estão também
a desenvolver uma campanha
de angariação de novos sócios
e a desenvolver várias outras
actividades para angariação
de receitas.
8.inalcochete | Outubro 2011
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
GRANDEPLANO
ENTREVISTA AO VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALCOCHETE,
JORGE MANUEL PEREIRA GIRO
ALCOCHETE
CONTINUA A SER
O CONCELHO
DA AML ONDE
A ÁGUA É MAIS BARATA
Responsável pelos pelouros do Ambiente e Espaços Verdes,
Água e Saneamento, Saúde Pública e Veterinária Municipal,
o Vereador Jorge Giro destaca a importância das campanhas
de sensibilização ambiental promovidas pela Autarquia
e a necessidade premente de repensar os pagamentos
efectuados na Simarsul e Amarsul.
Considera que a promoção de diferentes
campanhas no sentido de implementar boas
práticas ambientais já tem efeitos práticos
na mudança de comportamentos?
Eu penso que a população adulta já está desperta para as questões ambientais, mas nós temos esperança e confiança na população jovem e é por isso que desenvolvemos campanhas especialmente direccionadas para as
crianças envolvendo as escolas. Conjuntamente com a Junta de Freguesia de Alcochete desenvolvemos o projecto Praia Limpa, que já está a surtir efeito e é visível nos comportamentos que as crianças têm na praia. As crianças
estão mais atentas, mas é na população adulta que temos de centrar um pouco mais a
nossa atenção, até porque um estudo recente
diz que cada português produz em média por
dia 1,4 kg de lixo e em Alcochete produz-se
1,6kg.
A Autarquia tem vindo a qualificar os espaços verdes, de que forma é efectuada a sua
manutenção? E qual o reconhecimento obtido por parte das pessoas?
Acima de tudo queremos que as pessoas respeitem os espaços verdes e respeitem o trabalho desenvolvido pela Autarquia. Actualmente, os espaços verdes que existem em Alcochete não correspondem de modo nenhum, em
termos de área, aos que existiam há 10 anos
atrás. Ainda há bem pouco tempo a Autarquia
recepcionou em São Francisco um espaço público, assumindo a sua manutenção, que representa mais uns milhares de m2 de área verde.
Infelizmente, o número de trabalhadores não
acompanha o que recepcionamos em termos
de área em espaços verdes e como tal temos de
fazer um grande esforço para que os nossos trabalhadores possam chegar a todo o lado. Apelo
à população para a preservação dos espaços
verdes, muitos deles requalificados por nós,
pois sem a ajuda de todos é impossível manter o Concelho impecável como todos nós gostaríamos.
Estão previstos alguns projectos para o futuro nesta área?
Numa área próxima do Canil Municipal queremos fazer uma unidade de compostagem. O
projecto já está em elaboração e economicamente é muito vantajoso para a Câmara Municipal, uma vez que actualmente gastamos
milhares de euros para levar para aterro as relvas, as pernadas e todo o material que resulta
das podas. Por cada tonelada pagamos 20 euros.
Esta unidade traria outros benefícios para a Autarquia, no que diz respeito aos adubos para
as relvas que, em pequenas quantidades poderiam também ser cedidos à população. No entanto o projecto só avança quando estiverem
criadas as condições financeiras, que neste momento não existem.
A Autarquia tem implementado a substituição de contentores por moloks e ilhas ecológicas, mas há ainda locais onde ainda existem
contentores. Está prevista a sua substituição?
Pretendemos instalar cada vez mais moloks e
ilhas ecológicas suprimindo nas zonas de
maior concentração populacional muitos contentores de RSU’s, até porque além de terem
muitos mais metros cúbicos para o depósito
do lixo, suprimem muitos daqueles contentores verdes. Provavelmente em cada molok suprimimos 6 ou 7 contentores. Mas há zonas
onde isso não é possível, nomeadamente a zona rural, porque as habitações são muito dispersas. Nas zonas onde se concentra mais população tentamos instalar um molok ou que a
Amarsul instale uma bateria de ecopontos em
locais, que causem menos impacto nas pessoas,
sendo certo que eles têm de ser instalados.
Qual o sucesso obtido com a Campanha do
Oleão? Está prevista a instalação de mais
oleões?
A campanha do oleão foi um sucesso. Actualmente, verificamos que os oleões existentes não
são suficientes. Se queremos incentivar a nossa população à reciclagem, assim como à depo-
Pretendemos instalar mais
moloks e ilhas ecológicas
Os Municípios que integram
a Amarsul e a Simarsul sempre
foram o suporte financeiro
destes sistemas multimunicipais
sição dos óleos, também temos de ter cada vez
mais estruturas destas em todo o Concelho. É
com base nessa premissa que vamos fazer um
protocolo com uma empresa, para proceder à
instalação de 10 oleões de superfície, a juntar
aos quatro já existentes, que permitam aos
munícipes depositar o óleo dentro de uma
garrafa, e não vertê-lo directamente no óleão,
garantindo assim que o processo de deposição
seja mais fácil e mais higiénico.
Em parceria com a Fundação das Salinas do
Samouco e com o ICNB foram criadas as
Hortas Sociais, qual a adesão registada?
Revitalizámos todo aquele espaço e conseguimos que as Hortas Sociais se tornassem uma
realidade. Depois de apurada a área passível
de ser cultivada, que são cerca de 18 mil m2,
não prevíamos que a adesão fosse tão acentuada e por isso tivemos de reduzir alguns espaços inicialmente pensados de 300 m2 para
parcelas que tem em média cerca de 100 m2.
As pessoas referenciadas pelo CLAS (Conselho Local de Acção Social) como mais carenciadas do Concelho, tiveram prioridade nas
inscrições. Posteriormente e após a identificação dos lotes que ficaram disponíveis, estes
foram disponibilizados às pessoas que estavam em lista de espera. Neste momento temos
43 hortelãos e existe já uma grande lista de
espera, o que nos permite pensar em expandir
este projecto para uma área maior. Cada hortelão celebrou com a Fundação das Salinas de
Samouco um contrato, que estipula algumas
regras de cumprimento obrigatório, nomeadamente: as hortas têm de ser 100% biológicas, não podem ser aplicados componentes
químicos, tem de existir rotatividade de produtos na própria horta, até para bem do próprio
solo. É de salutar passar ali ao fim da tarde e
aos fins-de-semana e ver pais e filhos a cultivar as suas pequenas hortas e penso que foi
gratificante para a Câmara Municipal fazer
surgir este projecto. Para a Primavera e o Verão de 2012 está prevista a realização da primeira Feira dos Produtos dos Hortelãos das
Hortas Sociais no Mercado Municipal em Alcochete.
A água para consumo humano no Concelho é submetida a um controlo rigoroso.
Qual a qualidade da água que chega a casa
dos munícipes do Concelho?
A água que abastece os lares do Concelho cumpre os parâmetros exigidos por lei. As análises
da água são feitas por empresas externas e comprovam que a nossa água é de boa qualidade.
O sistema de abastecimento de água integra actualmente seis captações e 93 km de
rede de distribuição. Estão previstas intervenções de requalificação da rede de abastecimento de água?
Estão sempre previstas intervenções. Actualmente, nós garantimos o abastecimento de água
a 95% da população do nosso Concelho, uma
indicação superior àquela que o PEASAR II
indica (PEASAR II - Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas
Residuais). Para tornarmos Alcochete 100%
autónomo no que diz respeito à captação e distribuição de água falta-nos uma zona na Fonte
da Senhora, cujo furo está feito e falta proceder à aquisição e montagem do equipamento,
cujo valor estimado é de cerca de 78 mil euros. Efectuamos, com regularidade, operações
como aquela que foi efectuada na Rua João de
Deus, em Alcochete, em que aproveitamos a
Outubro 2011 | inalcochete.9
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
GRANDEPLANO
Garantimos o abastecimento
de água a 95% da população
Neste mandato suprimimos
perto de 100 fossas
perto de 100 fossas, ainda faltam algumas, mas
estamos a aumentar o número de habitações
que estão ligadas à nossa rede de saneamento.
Queremos chegar ao máximo de locais possível, mas há zonas, que por problemas de custo
e até mesmo por problemas gravíticos, não é
possível a sua integração.
realização de algumas obras necessárias, por
exemplo de repavimentação, para alterar e
substituir as infraestruturas, assim como para
elaborar um cadastro da rede de águas e de
saneamento eficaz, sem esquecer outras intervenções solicitadas por particulares.
O novo Regulamento do Serviço de Abastecimento de Água e de Drenagem de Águas
Residuais do Município de Alcochete prevê
a actualização do tarifário da água. O aumento do tarifário vai ser significativo?
Perante imposição legal, a Câmara Municipal
teve de actualizar o tarifário da água. Tivemos
de incluir na factura da água uma tarifa fixa
para o saneamento e outra para os resíduos,
que vai ser utilizada para o pagamento à Simarsul e à Amarsul. Ainda assim Alcochete
continua a ser o concelho da Área Metropolitana de Lisboa onde o preço da água é mais
barato. Mas esta actualização integra também
uma componente social que se traduz na redução da tarifa para quem tem rendimentos
não superiores ao salário mínimo, essa é a
chamada tarifa social, além de uma tarifa para
famílias numerosas. Em traços gerais existem
certos serviços que a Câmara Municipal presta e que até 2015 vão sendo deduzidos 20%
por ano, até chegar ao custo zero, nomeadamente, a ligação de ramais de água, de saneamento, contratos de abastecimento de água. De
forma a esclarecer todos os munícipes sobre o
novo tarifário e outras questões relacionadas
com o novo regulamento, a Autarquia vai promover, em Novembro, sessões de esclarecimento, nas três freguesias do Concelho.
Ao nível da rede de águas residuais domésticas, qual a situação actual?
Neste momento fechámos um ciclo, ou seja,
com a construção das duas estações elevatórias no Passil, todas as águas residuais, que estão ligadas à nossa rede de saneamento, são
alvo de tratamento. Actualmente, cerca de
70% daquelas habitações já estão ligadas à re-
de de saneamento. Em termos ambientais é de
salutar porque foram suprimidas inúmeras
fossas sépticas. Estamos a trabalhar para que
sejam suprimidas mais fossas e garantir a ligação de mais habitações à rede pública.
A construção de estações elevatórias e o alargamento da rede de águas residuais têm contribuído para a desactivação de fossas sépticas. Este é mais um passo em direcção a uma
melhor qualidade de vida dos cidadãos?
Claro que sim, mas ainda temos fossas sépticas no Concelho, pois não conseguimos chegar a todos os locais com a rede de saneamento. Contudo, nos aglomerados populacionais
estamos a 100%. Neste mandato suprimimos
Qual o impacte da Estação de Tratamento
de Águas Residuais no Concelho?
A ETAR de Alcochete foi a primeira a ser construída pela Simarsul e constitui uma mais-valia, tendo em conta o modo de funcionamento da antiga ETAR. Embora nós saibamos que
a situação financeira da Simarsul não é a melhor, até porque os Municípios estão em dificuldades, existe um projecto que está relacionado com a reutilização da água que neste momento é descarregada no Tejo e que passaria a
ser aproveitada para a rega dos espaços verdes.
Mas esta é uma obra da responsabilidade da
Simarsul. Nós utilizamos a água proveniente
do depósito de água dos Barris, que já não é
utilizada para consumo humano, para a rega
dos espaços verdes de toda a zona da Variante
e da urbanização dos Barris. Queremos estender esta rede de rega até ao Rossio, de modo a
quando se fizer a intervenção na frente ribeirinha, toda aquela zona de espaços verdes, o novo Rossio, seja regada com água do depósito e
não com água da rede pública.
Qual a participação da Autarquia no financiamento da Simarsul e na Amarsul?
Neste momento, a nossa preocupação são os
custos efectivos que estes sistemas têm para a
Autarquia e a nossa dificuldade em cumprir
com os pagamentos. Talvez seja chegada a altura de repensar esta situação, porque os Municípios não podem ser accionistas só para suportar as despesas. Está na altura de sermos
parte integrante nas receitas até porque todos
os Municípios que integram a Amarsul e a Simarsul sempre foram o grande suporte financeiro destes sistemas multimunicipais. É preciso parar para pensar em conjunto sobre a
possibilidade de sermos ressarcidos de todos
estes investimentos que temos feito ao longo
dos anos. No que diz respeito à Simarsul, Alcochete vai pagar durante 2011, 670 mil euros, e para a Amarsul são cerca de 300 mil euros, portanto só para estas duas entidades o
valor é de um milhão de euros que tem de sair
do nosso parco orçamento.
A gestão do Canil Municipal é da responsabilidade da Autarquia, quais as condições deste espaço e qual o número de cães acolhidos?
Existem sempre entradas e saídas constantes
no Canil Municipal, mas mantemos uma população de 95 a 100 cães, num espaço que
considero um exemplo para outros concelhos.
A Câmara Municipal está a tentar criar condições que possibilitem a construção no mesmo
local, de um novo pavilhão para albergar mais
44 animais, que contempla ainda a criação de
um novo espaço de recreio para os cães. Também gostávamos de ter um Gatil, porque não
são só os cães que nos preocupam, mas de
momento a prioridade é um novo espaço para
o Canil Municipal.
O abate de cães não é uma opção mas essa
decisão tem custos acrescidos para a Autarquia. De que forma a CMA tem conseguido
gerir esta situação?
É uma luta diária, para a qual contribui de forma positiva a Associação “Os Canitos”. Contamos com a colaboração efectiva e real no terreno desta associação, que nos ajuda a manter
esta visão e por isso não procedemos ao abate
de animais. Não esquecendo também à Associação Alfaite que colabora na defesa dos direitos dos animais. Não posso deixar de mencionar o apoio dos voluntários que através do seu
tempo e da doação de bens materiais contribuem para a manutenção desta postura de não
abate de animais.
Alcochete é dos poucos concelhos do País a
ter esta postura. Todavia, os gastos com o Canil Municipal são enormes, só o ano passado
totalizaram mais de 37 mil euros, pois a Autarquia assume o pagamento das rações, dos
encargos com 3 trabalhadores, a tempo inteiro, da veterinária municipal que dá o seu
apoio dentro das suas competências, além de
todo material necessário, desde coleiras a medicação.
É possível em qualquer altura adoptar um
animal que esteja no Canil Municipal?
Sim, é possível. Nós temos promovido algumas campanhas nesse sentido, os nossos cães
são devidamente chipados, vacinados e têm um
relatório que comprova que estão aptos para
adopção. Em caso de dúvidas eu aconselho,
porque existe essa possibilidade, que as pessoas levem o cão por um fim-de-semana ou por
um período de 2 a 5 dias, para ver se há uma
adaptação ou não ao animal. A adopção de um
animal deve ser um acto pensado e deve ser
assumido para o resto da vida porque de facto
um cão é um amigo que temos para a vida.
10.inalcochete | Outubro 2011
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
inVIDA
SEMANA EUROPEIA DA MOBILIDADE EM ALCOCHETE
Transportes alternativos
em destaque no Largo de S. João
TRANSPORTES “AMIGOS DO AMBIENTE” ESTIVERAM À DISPOSIÇÃO DOS MUNÍCIPES NO LARGO DE SÃO JOÃO
“Mobilidade Alternativa” foi o tema da Semana Europeia da Mobilidade 2011, assinalada
em 63 Municípios portugueses, entre 16 e 22 de Setembro. Alcochete também se associou a esta
campanha promovida pela Comissão Europeia e, nos dias 17 e 18 de Setembro, o Largo de São João
foi o ponto de partida para a circulação de veículos alternativos.
Sensibilizar os munícipes para a utilização de
veículos não emissores de poluição, como a
bicicleta, em prol de uma vida urbana mais
saudável, foi um dos principais objectivos da
Câmara Municipal ao aderir a esta iniciativa.
“O nosso Concelho tem condições muito propícias para a utilização de transportes alternativos e, como tal, o uso da bicicleta é fácil de im-
plementar”, destacou o Vereador da Rede Viária, José Luís Alfélua.
Para o autarca, a generalização do uso da bicicleta não deverá ser apenas uma ambição individual, mas de todas as instituições que desenvolvem actividade no Município “que devem fomentar a mobilidade sustentável e a circulação de transportes alternativos”. O Verea-
dor referiu ainda que a Câmara Municipal tem
colocado, em diversos espaços públicos, equipamentos que permitem o estacionamento de
bicicletas, e está a elaborar um estudo para
identificar os circuitos de bicicletas e pedonais
existentes no Concelho.
Segways, pedalkarts, bicicletas e bicicletas eléctricas foram os transportes alternativos que es-
tiveram à disposição dos munícipes que foram
alertados para novos conceitos de mobilidade.
A utilização de transportes públicos foi também
incentivada nestas comemorações através da
“Eco-Trocas – Viagens a Troco de Lixo”, uma iniciativa promovida pela S.Energia que possibilitou aos cidadãos trocarem resíduos sólidos recicláveis por bilhetes para transportes públicos.
Para os mais novos foram programadas algumas
iniciativas lúdicas, como um insuflável em forma
de crocodilo e o touro mecânico, que incentivaram o convívio e a diversão ao ar livre. As Comemorações da Semana Europeia da Mobilidade
em Alcochete foram uma iniciativa promovida
pela Câmara Municipal, com o apoio da S.Energia, da Associação GilTeatro e da PlayEventos.
Mais de três centenas de pessoas
participaram na V Semana Sénior
Mais de três centenas de pessoas participaram
nas actividades integradas na V Semana Sénior, promovida pela Câmara Municipal no
início do mês de Outubro para assinalar o Dia
Internacional do Idoso.
Sensibilizar a população sénior para a importância de adoptar estilos de vida saudáveis e
reforçar a importância do papel dos seniores
na vida da comunidade através da sua participação na organização e dinamização de eventos foram também objectivos da Semana Sénior.
Espectáculos musicais, visita à Quinta da Regaleira, ida ao cinema e rastreios foram as acti-
OS RASTREIOS DECORRERAM EM TRÊS LOCAIS DO CONCELHO
vidades dirigidas aos seniores com destaque
para o convívio com baile realizado no Quartel dos Bombeiros de Alcochete.
A V Semana Sénior foi organizada pela Câmara Municipal, em colaboração com as associações de Reformados de Alcochete e de Samouco, Juntas de Freguesia, Agrupamento de
Centros de Saúde da Península de Setúbal
Arco Ribeirinho, associações de Reformados
de Alcochete e de Samouco, Farmácias Cavaquinha e Nunes, MDM Pulse, Intermarché de
Alcochete, Sapropor, Pingo Doce e Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
de Alcochete.
Outubro 2011 | inalcochete.11
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
inVIDA
8.º FESTIVAL DE EXPRESSÕES IBÉRICAS
Alcochete foi ponto de encontro
entre artistas da Península Ibérica
Entre 23 de Setembro e 15 de Outubro, os ritmos e as artes ibéricas estiveram em destaque na agenda cultural
do Município de Alcochete. Velha Gaiteira, Lula Pena e Marco Rodrigues foram apenas alguns dos artistas que integraram
a 8.ª edição do Festival de Expressões Ibéricas, um evento que para o Vereador da Cultura, Paulo Alves Machado,
inscreve-se como “um dos mais interessantes a nível nacional”.
Foto: António Sousa
“O FEI assume um pioneirismo e a manutenção de uma identidade muito interessante, com
abordagens que me parecem ser verdadeiramente sugestivas”, referiu Paulo Alves Machado
sobre o Festival de Expressões Ibéricas que,
nesta 8.ª edição, abriu portas a diversas manifestações artísticas tornando-se num evento cultural mais diversificado e completo. Entre sonoridades ibéricas, peças de teatro, um documentário e outras artes performativas, a programação
do FEI surpreendeu o público com iniciativas
culturais originais e contagiantes.
Para o Vereador da Cultura, a 8.ª edição do FEI
teve um “resultado muito positivo”, sendo que
a promoção de várias artes ibéricas foi, sem
dúvida, uma mais-valia. “Conseguimos chegar
a uma definição de uma programação muito
interessante e abrangente, com uma matriz de
expressão ibérica, não só limitada à vertente
musical, mas aberta a outras áreas como o teatro, às artes performativas e às exposições e,
portanto, do ponto de vista do seu impacto,
eu diria que estamos perante um Festival interessante e diversificado”, destacou.
ALGUMAS DAS INICIATIVAS QUE DECORRERAM
NO 8.º FESTIVAL DE EXPRESSÕES IBÉRICAS…
SPIRITS
Ao Festival de Expressões Ibéricas também não faltaram espectáculos de rua. No Jardim do Coreto,
com a performance “Spirits”, a companhia PIA (Projectos de Intervenção Artística) demonstrou, mais uma
vez, a originalidade que a distingue. Quase de uma forma omnipresente, os actores envolveram-se
numa dança silenciosa e pairaram em harmoniosas formas como se de espíritos se tratassem.
TANGO
“Tango” é a exposição de fotografia e de desenho de Alexandre Costa e Marlene Pohle que pode ser
visitada no Fórum Cultural de Alcochete até ao próximo dia 30 de Dezembro. Esta mostra, cuja
inauguração assinalou o início do 8.º Festival de Expressões Ibéricas, apresenta os olhares dos dois
artistas sobre os ritmos do tango e da noite de Buenos Aires.
MERCEDES PEÓN
E no passado dia 8 de Outubro, a world music esteve ao rubro no Fórum Cultural com a actuação
da compositora, cantora e multi-instrumentalista galega, Mercedes Peón. Tendo o palco como um
autêntico espaço de criação, Mercedes Peón combina na perfeição percussões tradicionais e outras
influências ancestrais com sons eléctricos e ritmos mais arrojados. Como resultado desta fusão,
o público do FEI desfrutou de uma noite inesquecível, em que as novas sonoridades foram mais
que bem-vindas.
LULA PENA
Em Alcochete, o Dia Mundial da Música,1 de Outubro, não poderia ter sido comemorado
de melhor forma. O Fórum Cultural recebeu aquela que é considerada uma das vozes mais
inquietantes da contemporaneidade: Lula Pena.
A solo no palco, apenas acompanhada por uma guitarra, Lula Pena convidou o público a ingressar
numa viagem pelos temas do seu último álbum, “Troubadour”. Lula Pena revelou uma performance
surpreendente que não deixou ninguém indiferente.
MARCO RODRIGUES
Coube ao fadista Marco Rodrigues encerrar o 8.º Festival de Expressões Ibéricas com um concerto que
superou as expectativas do público presente no Fórum Cultural, no passado dia 15 de Outubro.
“Tantas Lisboas”foi o álbum que Marco Rodrigues apresentou em Alcochete, numa noite em que não
faltaram momentos especiais protagonizados pelo fadista e violista. Mafalda Arnauth também esteve
no encerramento do FEI, subindo ao palco para interpretar o tema “Valsa das Paixões”com Marco
Rodrigues. “Tantas Lisboas”, “A Rima mais Bonita”e “O Homem do Saldanha” foram temas que se
fizeram ouvir nesta noite dedicada ao fado.
12.inalcochete | Outubro 2011
in
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
FEIRAS PROMOVEM PRODUTOS LOCAIS
Organizada pela Câmara Municipal, a “Feira Produtos da Terra” regressa
ao Mercado Municipal já no próximo dia 29 de Outubro, entre as 08h00
e as 16h00. Produtos hortícolas, flores, mel, vinhos, doçaria e artesanato locais
vão estar à venda na terceira edição desta Feira que fomenta a aproximação
entre produtores e consumidores locais.
A 26 de Novembro, os produtos locais voltam a estar em destaque, mas,
desta vez, no Jardim do Coreto no âmbito da Feira Agrícola de Outono
promovida pela Casa do Povo de Alcochete. Durante este evento, que vai
decorrer entre as 09h00 e as 15h00, os munícipes vão poder adquirir vários
produtos agrícolas locais.
MOVIMENTO
ENTREVISTA A CARLOS CORTES, PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DO GRUPO DESPORTIVO ALCOCHETENSE
ALCOCHETENSE MANTÉM
APOSTA NA FORMAÇÃO DOS JOVENS
Quase a festejar 75 anos, o Grupo Desportivo Alcochetense reforçou nos últimos anos o seu
património com mais infra-estruturas para incremento do desporto nas camadas jovens.
A estabilidade financeira do Clube é o principal objectivo da actual Direcção, liderada desde 2006 por
Carlos Cortes, que vê o novo plantel dos seniores como um “grupo coeso e consistente”, apoiado por
um colectivo que está habituado a ir à luta.
Após tomar posse como Presidente da Direcção do GDA em 2006, definiu que os seus
objectivos seriam “dignificar o clube” e “fazer
uma gestão participada de modo a que haja
equilíbrio financeiro”. Qual o balanço do mandato?
Um dos pressupostos que também é importante é a formação. Em primeiro lugar, temos a consciência tranquila em relação ao que nos propusémos na questão da formação. Está mais do que
provado de que a nossa aposta está a ser conseguida e a prova disso é que no actual plantel dos
seniores há 13 jovens que vieram dos escalões de
formação. Quanto à dignificação do clube, ela
nem se põe em causa. Temos procurado por todos os meios continuar a honrar o nome do
clube e a dignificá-lo e não nos podemos esquecer que o Desportivo vai fazer 75 anos para o
próximo ano. Sobre a gestão participada posso
dizer que não houve nenhuma medida de carácter desportivo, financeiro ou estratégico que
não fosse discutida, votada e aprovada, isto é,
nunca houve a tendência da decisão centralizada. Tudo o que temos feito, inclusivamente a obra
de maior vulto não só para o Clube mas também para o Concelho, que foi dotar o Clube de infra-estruturas que permitiram a expansão das nossas actividades, fizemo-lo com a aprovação, em
Assembleia-Geral, de todos os sócios presentes.
Quanto à questão financeira, temos que distinguir duas vertentes: a operacional, do dia-a-dia
e dos fins-de-semana e o financiamento solicitado para as infra-estruturas, uma vez que esta
obra só foi possível com a venda do terreno contíguo à Rua da Tacôa, e, entre estas duas vertentes, temo-nos nos sentido verdadeiramente sufocados e é um pouco como em todo o País.
Relembro que nós começámos as obras em
2007 e fomos surpreendidos com a crise na alienação do terreno porque ela só foi feita, em termos reais, no final do ano passado, princípios
deste ano e falta ainda fazer a escritura. Tenho
que dizer que contámos com a excelente colaboração do Gabinete de Urbanismo e do Executivo da Câmara Municipal de Alcochete. É aqui
que se vêem realmente os verdadeiros laços de
associativismo entre instituições.
Temos sido penalizados por uma situação que é
do conhecimento dos sócios que estiveram na
última AG porque, para além dos custos operacionais, pelo facto de termos contraído esse financiamento, temos que pagar juros e o seu montante tem sido muito elevado. Se considerarmos
2008 a 2011 temos 130 mil euros de juros
pagos à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.
As nossas receitas não são muitas. Há parceiros
que nos têm acompanhado e têm cumprido
mas também há parceiros que não cumprem há
muito tempo e infelizmente as coisas no nosso
País arrastam-se. Todos os escalões de formação
têm um treinador, um treinador adjunto, um fisioterapeuta e massagistas, coisas que não existiam. E no que diz respeito ao futebol sénior, antes de começar a época fui abordado por alguns
sócios que preconizavam, perante a crise que o
País vive, o próprio Clube e o Concelho, que deveríamos acabar com o futebol sénior, e outros
sócios que diziam o contrário: “não, acaba-se com
a formação e fica-se só com os seniores”. Decidimos continuar com a formação porque é um
trabalho que só tem resultados com o esforço
de muitos dirigentes e quando os jovens começam a aparecer no 1.º escalão. Por outro lado,
se acabássemos com o futebol sénior iríamos
deitar fora anos de trabalho e as mais-valias, os
O ALCOCHETENSE SEGUE NA TAÇA DE PORTUGAL APÓS A FESTEJADA VITÓRIA AO UNIÃO DE LEIRIA
activos do Clube, que são esses miúdos que já
jogam no 1.º escalão. No futebol sénior reduzimos 50 por cento do orçamento e conseguimos
economias na ordem dos 15 mil a 20 mil euros
por época desportiva nas despesas variáveis.
Porque é que decidiram não vender o terreno do Campo antigo e propor a venda da parcela de terreno contígua à Rua da Tacôa?
É muito simples e a resposta no dia-a-dia está
dada. Porque não podemos ter formação sem
termos condições e o nosso campo, o velhinho
“Foni”, estava interdito para provas oficiais e
havia muitas dúvidas de como seria a evolução
em termos urbanísticos. O que acontece é que
para podermos ter captações e uma maior diversidade de miúdos tínhamos que ter condições
e, hoje em dia, o Alcochetense, ao nível patrimonial, é um dos clubes que está em primeiro
lugar entre os clubes da Associação de Futebol
de Setúbal. Ainda ontem alguns sócios diziamme que, tirando os primórdios, nos últimos 20
anos, é a primeira vez que o Clube tem 13 atletas da formação num plantel de 22 jogadores.
Quais as obras e o investimento realizados
desde 2006?
Foi colocado um relvado sintético no antigo
Campo, construídas as necessárias infra-estruturas, a bancada para 500 lugares, a iluminação
eléctrica e a rega automática, ou seja, neste momento, o Desportivo pode disputar jogos oficiais quer no relvado principal, quer no Campo
de Jogos. Construímos os dois Campos de Ténis com os parâmetros que permitem jogos oficiais. Construímos uma pista de atletismo para
100 metros, 110 metros barreiras, 60 metros,
salto em comprimento, triplo salto, que tem sido utilizada em várias manifestações desportivas,
e temos outro segundo relvado sintético no topo
sul onde se pode jogar futebol de 5 e de 7 e que
serve de apoio à formação. O Clube não tinha
meios de deslocação, em termos de segurança,
para o transporte dos miúdos e fizemos esse investimento. Estamos a falar globalmente de 900
mil euros.
Nos anos 80, a Câmara Municipal de Alcochete doou ao Alcochetense uma área superior a
25 mil metros quadrados para a construção de
um Estádio. Na década seguinte construiu o
Estádio com apoio de fundos comunitários,
dotado de uma área comercial para receita do
Clube, para além dos ganhos com a venda das
garagens situadas na Rua Maria Lamas. Já em
2007, o Executivo liderado pelo actual Presidente da Câmara autorizou a venda da parcela
de terreno junto à Rua da Tacôa para viabilizar
a manutenção do antigo Campo de Jogos e a
construção das novas infra-estruturas. O que é
que este património significa para Clube?
Representa um engrandecimento, uma maior
valia no sentido de que o Clube está maior e
tem um património avaliado num valor muito
considerável. Agora nada disto seria possível
sem a ajuda essencial do actual Executivo Municipal, com o qual tem havido um excelente relacionamento, em relação àquilo que é o nosso
objectivo, que é a prática do desporto, mas não
Outubro 2011 | inalcochete.13
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
Foto: Rute Martins
“ALCOCHETE EXTREME” PROMOVE
TRAVESSIA EM PADDLE SURF NO TEJO
Em Setembro, a Associação Alcochete Extreme organizou a primeira
travessia no rio Tejo em paddle surf, uma modalidade desportiva
inovadora que mistura técnicas de canoagem e surf. Cerca de 36
pessoas marcaram presença nesta travessia que desafiou
os participantes a remarem 15km com início no Parque das Nações,
em Lisboa, e chegada na Praia dos Moinhos, em Alcochete.
Segundo Luís Boal, um dos representantes da Associação Alcochete
Extreme, esta foi uma iniciativa pioneira realizada no rio Tejo “muito
só, também quanto à inserção social, ao apoio à
formação dos jovens e por aí fora.
Com estatuto de instituição de utilidade pública, o GDA foi fundado em 1 de Janeiro de
1937. Quais os troféus mais significativos?
Já fomos campeões distritais da 1.ª Divisão nas
épocas desportivas de 1972/1973, 1997/1998,
2004/2005 e 2008/2009 e isto permitiu o acesso à 3.ª Divisão Nacional e inclusivamente disputámos o Campeonato da II Divisão, que é actualmente a Série B. Nos escalões de formação temos sido campeões distritais de futebol em diferentes níveis mas gostava de realçar uma situação
que me deu particular prazer: é que independentemente da obsessão de ganhar, temos sido
distinguidos, nos escalões de formação, com o
Troféu Fairplay da Associação de Futebol de Setúbal e isto quer dizer que não queremos nem
desejamos que a nossa formação seja obsessivamente orientada para a vitória, independentemente do meio que se utiliza para a atingir. Procuramos dar formação, amadurecer o carácter
dos miúdos, apoiar aqueles que aparecem com
alguma interferência menos positiva, formá-los
essencialmente como homens e o resultado tem
sido muito positivo.
Quando assumiu a liderança defendeu a aposta nas camadas mais jovens. Qual o balanço
do trabalho desenvolvido e quantos jovens
praticam desporto?
Vamos ter quatro “aulas” nos escalões de préformação, que são os escalões daqueles meninos
que ainda não podem entrar em competição,
para tomarem contacto com a bola e divertirem-se. Depois vamos ter quatro escalões no
Futebol de 7, já de competição. No Futebol de
11 vamos ter quatro escalões e este ano vai haver
uma novidade, que achamos importante, que é
termos mais uma equipa de iniciados. Ou seja,
vamos ter Iniciados A e B, Juvenis e Juniores.
Portanto, vamos ter cerca de 280 miúdos dos 5
aos 18 anos envolvidos no futebol.
Quais os objectivos nesta época desportiva,
nomeadamente quanto à equipa sénior?
O principal objectivo é estabilizar financeiramente
o Clube mas, em termos da equipa sénior, temos
um objectivo a atingir que é ficar entre os seis primeiros da classificação e fazer o que temos vindo
a fazer nos outros anos. Nunca viramos a cara,
vamos sempre à luta, umas vezes melhor, outras
vezes menos bem. O que é certo é que não gostamos de perder, mas também sabemos que temos
um grupo coeso, consistente, jogadores que quando entram em campo dão tudo aquilo que têm.
Qual a implantação do GDA no Concelho?
Não tenho a mínima dúvida que hoje o GDA se
situa entre os três, quatro primeiros clubes da
Associação de Futebol de Setúbal, não só pela
sua dimensão, como pela quantidade de escalões em que compete. Daí eu dizer que é uma
aposta ganha que engrandece o clube, mas essencialmente leva o nome de Alcochete a todo
o lado. Ou seja, Alcochete hoje em dia, e o Desportivo em particular, são conhecidos praticamente desde Sines até Castelo Branco, já para
bem sucedida”, na medida em que se registou uma boa adesão, num
dia em que as condições meteorológicas também ajudaram.
Para além desta iniciativa pontual, e porque a Praia dos Moinhos
assume-se como um local de excelência para a prática deste
desporto náutico, a Associação Alcochete Extreme ambiciona
promover aulas regulares de paddle surf. Canoagem, kitesurf
e windsurf são outras actividades promovidas por esta associação
sem fins lucrativos que tem como principal objectivo a dinamização
da Praia dos Moinhos através da realização de diferentes actividades
náuticas.
inMOVIMENTO
não falar das eliminatórias da Taça de Portugal.
Todos conhecem o Alcochetense e eu penso que
isso honra o passado.
Quantos sócios têm e qual o apoio que têm
dado aos órgãos directivos?
O GDA tem cerca de 900 sócios. Quanto ao
apoio dos sócios, infelizmente, tenho que lhe
dizer que tem sido muito pouco. Não quero melindrar ninguém com isto mas começo pela
própria Direcção, em que há 4/5 directores que
praticamente têm que fazer tudo o que é inerente ao Clube e em relação aos sócios e aos adeptos nunca nos chegou alguém a dizer: “precisam
de alguma ajuda nisto ou naquilo?” É que nós
não precisamos só de dinheiro, muitas vezes
precisamos de outras coisas, nem que seja aquele trabalho que temos que pagar a terceiros. As
soluções ou sugestões nunca apareceram, pelo
contrário, quando fazemos alguma coisa, temos
sempre críticas, mas com elas vivemos bem porque é sinal de que fizemos alguma coisa.
Nas comemorações da Restauração do Concelho em 2010, a Câmara de Alcochete distinguiu o GDA com a Medalha de Mérito
Desportivo. Qual o significado desta distinção para o Clube?
Tem um significado enorme porque eu, na qualidade de Presidente da Direcção do Alcochetense, tenho uma admiração profunda pelo actual
Executivo porque sei o que têm feito em nome
desta colectividade e das outras. É sinal de que,
para a Câmara, a colectividade chamada Grupo
Desportivo Alcochetense tem demonstrado que
tem cumprido e executado aquilo que é a sua
verdadeira missão. E ficamos muito orgulhosos
e agradecidos pela distinção, que dificilmente
poderemos retribuir a não ser com a defesa intransigente do nome de Alcochete.
Em Janeiro de 2012, o Clube vai festejar 75
anos. Qual seria a prenda ideal?
Que entrássemos no dia 1/1/2012 com o Clube
estabilizado financeiramente, com tudo regularizado ou em vias de regularização, sem pôr em
causa as actividades do Clube. Penso que, apesar de não termos meios nem condições, gostaríamos que alguém se juntasse a nós na Direcção
para formarmos uma comissão e, mesmo sem
dinheiro, organizarmos uma comemoração especial. Não se faz 75 anos todos os dias, principalmente nos dias de hoje.
Como perspectiva o futuro do Clube?
Sou, por natureza, uma pessoa optimista mas
com os pés assentes no chão e isso também é do
conhecimento e comungado pelos colegas que
me têm acompanhado. Fizemos a maior obra
dos últimos anos ao nível das infra-estruturas,
portanto no futuro o Clube terá que tirar partido delas para gerar os seus próprios activos e ter
uma postura ao nível financeiro de auto-sustentação e ao nível desportivo de se situar sempre
em lugares que lhe permitam “discutir” as melhores classificações. Oxalá nos ajudem porque
realmente precisamos de ajuda com as dificuldades que temos enfrentado e que estamos a enfrentar. Não tem sido fácil.
ADSRUGBY PROMOVE
MODALIDADE NO CONCELHO
ADSrugby é o novo projecto que a Associação Desportiva Samouquense
abraça com o objectivo de promover, no Concelho, o râguebi e os valores
associados a esta modalidade de génese amadora. O grande impulsionador
deste projecto é o ex-lobo Paulo Murinello, que assume as funções de Director
Técnico, à frente de uma equipa que integra nomes que se destacaram
no râguebi nacional, nomeadamente, como Head Coach o árbitro
internacional Pedro Murinello, como Director Desportivo, o campeão nacional
pelo Belenenses, Fernando Esteves e na Coordenação Técnica de Escalões
de Formação o treinador certificado e licenciado pela FMH, Ivo Quendera.
A ADSrugby pretende implementar a prática da modalidade nas escolas e criar
uma escola de râguebi, mas numa primeira fase tem como principal objectivo
envolver a comunidade neste desporto diferente, pois este é um projecto que
além de apostar nas vertentes de competição e de formação, quer generalizar
a prática do râguebi numa filosofia de desporto para todos.
Paulo Murinello considera que o Complexo Desportivo de Samouco tem
condições excelentes para a prática da modalidade e para o sucesso deste
projecto: “Queremos tentar replicar o que acontece na Irlanda, na África do Sul
e na Nova Zelândia, três potências do râguebi, que têm uma representação
provincial, ou seja, a nossa ideia é criar um clube de representatividade
regional, cujo objectivo último é a promoção da modalidade”.
Actualmente, a ADSrugby tem 35 jogadores inscritos na equipa sénior
a competir pela primeira vez na segunda divisão nacional da Federação
Portuguesa de Rugby e 20 jogadores inscritos nas camadas jovens.
As inscrições estão abertas para os escalões sub-8 até sub-21 e devem ser
efectuadas nas instalações da ADS, às terças e quintas-feiras, das 18h30
às 22h00, ou através da página www.facebook.com/ADS.RUGBY .
ESTÃO DE PARABÉNS
EM OUTUBRO…
Grupo Académico da Juventude de Alcochete | 1 de Outubro de 1965
Grupo Motard Alcochete | 1 de Outubro de 2006
Associação Cultural e Desportiva da Comissão de Moradores
do Bairro 25 de Abril | 4 de Outubro de 1979
Alfaiate – Associação para a Defesa e Protecção dos Animais
em Alcochete | 17 de Outubro de 2003
Associação de Fotografia e Cultura de Alcochete | 28 de Outubro 2010
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete
31 de Outubro de 1948
EM NOVEMBRO...
Casa do Benfica de Alcochete | 5 de Novembro de 2005
Organização de Reformados, Pensionistas e Idosos da Freguesia
de Samouco | 8 de Novembro de 1989
14.inalcochete | Outubro 2011
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
inPLURAL
A Assembleia Municipal reuniu em sessão ordinária a 22 de Setembro último, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, para deliberar
sobre o Imposto Municipal sobre Imóveis para o ano de 2012, o Lançamento de Derrama para o ano de 2012, a Participação Variável
no IRS para o ano de 2013 e a Alteração ao Contrato de Mútuo celebrado com a Caixa de Crédito Agrícola entre Tejo e Sado, CRL –
Reafectação da quantia objecto de Mútuo. Além dos assuntos que constavam da Ordem do Dia, os deputados municipais abordaram
diferentes assuntos que consideraram relevantes para o Município.
Bancada
da Coligação
Democrática
Unitária
o período que antecedeu a Ordem do Dia, a bancada da CDU manifestou preocupação quanto à qualidade do ensino em Portugal e sobre as questões
conturbadas e complexas a que se tem assistido. A
deputada Olívia Silva solicitou informações ao Executivo Municipal sobre a forma como se processou
o início do ano lectivo no Concelho, sobre os problemas que teve
de enfrentar e quais os desafios que se apresentam à Autarquia.
O Executivo Municipal esclareceu a deputada municipal sobre
as questões colocadas.
Na discussão dos Assuntos Relevantes para o Município, na
sequência da intervenção do deputado Francisco Giro, a deputada Raquel Prazeres esclareceu que, enquanto representante da
Assembleia Municipal na Comissão Alargada de Protecção de
Crianças e Jovens de Alcochete, foi a única que esteve presente
na reunião que antecedeu as duas últimas, e que antecipadamente apresentou justificação da sua ausência para as duas que
se seguiram, o que não se verificou na reunião em que esteve
presente.
No período de discussão e aprovação de Propostas de Moção, a
bancada da CDU apresentou uma moção intitulada “Manifestação 1 de Outubro”, que foi aprovada, por maioria, com 13 votos
a favor da bancada da CDU, com seis abstenções do PS e dois
votos contra da bancada do PSD.
O deputado Fernando Leiria considerou lamentável a rejeição
desta proposta de moção pela bancada do PSD, considerando
que os factos são verdadeiros e que é na rua que a democracia
dá liberdade de expressão a todos os cidadãos. O deputado municipal alertou ainda para existência de tumultos, considerando
que o aumento de impostos, o trabalho precário e os despedimentos sem justa causa colocam o poder democrático em causa.
Quanto às matérias que constaram na Ordem do Dia os deputados da bancada da CDU votaram favoravelmente as propostas
“Imposto sobre Imóveis para o ano de 2012” e “Lançamento da
Derrama para o ano de 2012”. As propostas foram aprovadas
por maioria, com 13 votos a favor da bancada da CDU e dois da
bancada do PSD, e seis abstenções da bancada do PS.
Em relação ao ponto 4 “Participação Variável no IRS para o ano
de 2013” os deputados da Coligação Democrática Unitária votaram de forma favorável, tendo a proposta sido aprovada por
unanimidade.
A proposta “Alteração ao Contrato de Mútuo celebrado com a
Caixa de Crédito Agrícola entre Tejo e Sado, CRL – Reafectação
da quantia objecto de mútuo” teve os votos favoráveis da bancada da CDU, tendo sido aprovada por maioria, com os votos a
favor da bancada do PS e abstenção dos deputados do PSD. Em
relação a esta proposta António Almeirim, presidente da Junta
de Freguesia de Samouco, manifestou concordância pelo facto
de estar em causa o bom nome da Câmara Municipal e solicitou
que fosse elaborada uma informação séria e real com os nomes
dos culpados dessa situação, que impossibilita a construção do
Reservatório Apoiado de Água no Samouco.
(A proposta diz respeito ao pagamento de uma verba, para dar
cumprimento a uma decisão legal, referente a trabalhos adicionais realizados no Fórum Cultural de Alcochete e que impossibilita a construção de um Reservatório Apoiado de Água no Samouco).
Após a votação, a bancada da CDU apresentou uma declaração
de voto, onde refere que esta é a única solução para o problema.
N
Bancada
do Partido
Socialista
Bancada
do Partido Social
Democrata
A
A
ntes da Ordem do Dia, e por ocasião do início do
ano lectivo, o deputado municipal Fernando Pinto,
questionou o Executivo Municipal sobre a educação
no Concelho e os termos inerentes ao envolvimento das Associações de Pais das respectivas escolas no
arranque do ano lectivo.
No que diz respeito à desafectação de uma parcela de terreno do
domínio público municipal para domínio privado, para edificação no Valbom de um supermercado da cadeia Pluricoop, aprovada pela Assembleia Municipal, a 13 de Novembro de 2009, o
deputado questionou o Executivo Municipal sobre o que vai ser
feito em relação a esta parcela de terreno, uma vez que volvidos
praticamente 2 anos, a Pluricoop está a atravessar um processo
de insolvência.
O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas pela
bancada do PS.
No período dedicado aos Assuntos Relevantes para o Município
o deputado municipal Francisco Giro informou, enquanto representante da Assembleia Municipal na Comissão Alargada de
Protecção de Crianças e Jovens de Alcochete, que decorreram
duas reuniões desta comissão no dia 14 de Julho e no dia 15 de
Setembro, mencionando também que deve ser objecto de reflexão por parte da Assembleia Municipal o facto de ter sido difícil
a existência de quórum para a mesma funcionar. O deputado
manifestou preocupação sobre o bom funcionamento de uma
comissão que considera fundamental para o Concelho, sublinhando que nestas reuniões foi o único representante da Assembleia Municipal a estar presente, ainda que os elementos que faltaram tivessem apresentado as devidas justificações.
No âmbito da Discussão e Aprovação de Propostas de Moção,
após a votação da Moção “Manifestação 1 de Outubro”, aprovada, por maioria, com seis abstenções dos deputados socialistas,
a bancada do PS apresentou uma declaração de voto, por não
concordar em parte com o conteúdo da moção.
No período dedicado à Ordem do Dia os deputados socialistas
abstiveram-se no ponto 2 “Imposto sobre Imóveis para o ano de
2012” e no ponto 3 “Lançamento da Derrama para o ano de
2012”. Ambas as propostas foram aprovadas por maioria.
Em relação ao ponto 4 “Participação Variável no IRS para o ano
de 2013” e ponto 5 “Alteração ao Contrato de Mútuo celebrado
com a Caixa de Crédito Agrícola entre Tejo e Sado, CRL – Reafectação da quantia objecto de mútuo”, os deputados socialistas
votaram favoravelmente às propostas apresentadas.
O deputado municipal, Francisco Giro, teceu alguns comentários sobre o ponto 5 referindo que esta decisão vai prejudicar a
população de Samouco e que a bancada do PS não concorda
com o procedimento que foi adoptado no passado e que provocou este fim. No entanto considera que o Fórum Cultural é um
equipamento que promove a cultura de Alcochete e que ajuda a
promover, para além do nosso Concelho, a identidade cultural
local.
ntes da Ordem do Dia, a deputada Raquel Saraiva
chamou a atenção para o mau estado de conservação do parque infantil na Urbanização da Lagoa do
Láparo (Quebrada Norte) em Alcochete e questionou o Executivo Municipal sobre o grau de execução orçamental do corrente ano e qual o atraso aplicado aos pagamentos da despesa corrente.
O deputado municipal Luiz Batista questionou o Executivo Municipal sobre o elevado número de comunicados entre a Câmara Municipal e as Associações de Pais, que marcou de forma negativa o arranque do ano lectivo nas escolas de Ensino Básico do
Concelho.
O deputado quis saber ainda qual a razão de o Executivo Camarário ter este ano assumido a promoção das CAF e porque razão
a Autarquia não se candidatou este ano à promoção das AEC.
O deputado Luiz Batista pediu ainda esclarecimentos sobre a
actual situação da Estação Elevatória localizada numa parcela de
terreno da Quinta da Pacheca, que até à data não estava funcionar.
O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas pela
bancada do PSD.
Durante o período dedicado aos Assuntos Relevantes para o
Município a bancada do PSD saudou o recomeço das obras do
Centro Escolar de São Francisco, fazendo votos que sejam respeitados os prazos e que o referido equipamento seja colocado
ao serviço das crianças do Concelho. O deputado Luiz Batista
referiu que se fosse o PSD responsável por esta Câmara não teria
seguido o procedimento por ela adoptado.
O Executivo Municipal respondeu à questão colocada pela bancada do PSD.
No período de Discussão e Aprovação de Propostas de Moção,
a bancada do PSD rejeitou a moção apresentada pela bancada
da CDU “ Manifestação 1 de Outubro” por considerar que o País
não precisa de manifestações de rua, mas sim de enfrentar a crise, que é grave.
Quanto às matérias que constam na Ordem do Dia a bancada
do Partido Social Democrata votou favoravelmente às propostas
“Imposto Municipal sobre Imóveis para os ano de 2012” e “Lançamento de Derrama para 2012”. Ambas as propostas foram
aprovadas por maioria.
A proposta “Participação Variável no IRS para o ano de 2013”
teve os votos a favor dos deputados do PSD tendo sido aprovada por unanimidade.
Os deputados da bancada do PSD abstiveram-se na proposta
sobre a “Alteração ao Contrato de Mútuo celebrado com a Caixa
de Crédito Agrícola entre Tejo e Sado, CRL – Reafectação da
quantia objecto de mútuo” que foi aprovada, por maioria.
Sobre esta proposta o deputado municipal, Luiz Batista questionou o Executivo Camarário sobre a verba que estava orçamentada para o Reservatório Apoiado de Água do Samouco.
Quanto à questão da construção do Reservatório de Água, a bancada do PSD questionou o Executivo se não haveria uma outra
alternativa, pois a Câmara tem património, de forma a não prejudicar a população de Samouco, em relação a um bem público tão essencial como é a água.
O Executivo Municipal respondeu às questões colocadas pela
bancada do PSD.
As Moções e Declarações de Voto apresentadas pelos deputados municipais durante a sessão da Assembleia Municipal estão disponíveis em www.cm-alcochete.pt
Outubro 2011 | inalcochete.15
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
inEMPRESARIAL
ENTREVISTA A CARLOS BAPTISTA, DIRECTOR DA CROWN CORK & SEAL
Empresa produz 300 milhões
de embalagens por ano
Fortemente posicionada na indústria das embalagens, a multinacional Crown Cork & Seal opera em
vários países do mundo. Em Portugal, a Crown dedica-se à produção de embalagens metálicas para produtos alimentares e a sua fábrica está instalada em Alcochete. Em entrevista ao InAlcochete, o Director
Carlos Baptista fala-nos do percurso desta empresa e dos investimentos que se avizinham.
A Crown Cork & Seal é uma multinacional
que está sedeada em Alcochete. Pode fazer
um enquadramento global da sua actividade?
A Crown é uma multinacional americana, que
tem empresas em todos os continentes e em vários países, havendo duas divisões muito importantes, sendo que a Europeia é, talvez, uma das
mais importantes. Temos uma sede em Zurique,
um laboratório central de investigação e desenvolvimento em Inglaterra e depois temos empresas em todos os países, nomeadamente no sector
ibérico. A Crown dedica-se a produzir embalagens metálicas, que podem ser para produção alimentar, para produtos industriais, bebidas ou cosméticos e, até há bem pouco tempo, produzia
também embalagens de plástico. Portanto, temos
a nossa actividade dividida por áreas de negócio.
Temos definitivamente uma área para produtos
alimentares, a que nós chamamos Crown Food, temos a Crown Special Packaging, relacionada com
tintas e coisas do género, temos o Peer and Beverage
que são só embalagens para bebidas carbonatadas, como a cerveja ou a coca-cola, e temos a área
das tampas, que é uma área de negócios específica. No âmbito destas áreas, nós, em Alcochete,
pertencemos ao Food e só produzimos latas e embalagens metálicas para produtos alimentares.
E qual o percurso da Crown Cork & Seal
em Portugal?
A Crown existe em Portugal desde 1956. Tínhamos uma fábrica em Lisboa que só se dedicava à produção de caricas e de latas de três peças e, mais tarde, adquirimos uma fábrica em Ovar
onde só se fabricavam latas para peixe. Na altura a Crown tinha uma concorrente, que era a
Ormis e que estava sedeada aqui em Alcochete.
Quando a Ormis entrou em dificuldades financeiras, fizeram uma oferta de compra à Crown,
que aceitou. Quando viemos para Alcochete
trouxemos os funcionários da Crown que trabalhavam em Lisboa e ficámos com os trabalhadores da Ormis.
A Crown, em Alcochete, produz embalagens
para que tipo de produtos alimentares?
Nós abastecemos três mercados distintos: o
mercado das latas de peixe, o mercado dos vegetais, do tomate e de frutas e, por último, temos a área da cerveja para a qual produzimos
as caricas que todas as pessoas conhecem. Só
para lhe dizer, nós facturamos 43,5 milhões de
euros, dos quais 61% são exactamente da área
do peixe e 26% são da área dos vegetais e dos
produtos cárneos, nomeadamente as salsichas.
Ao nível da quantidade quantas embalagens
produzem por ano?
Das latas rectangulares compostas por duas peças, (o corpo e a tampa), às quais nós chamamos de duas peças fish, vamos produzir qualquer coisa como 230 milhões de embalagens. Em
open top, que são as latas redondas (compostas
por três peças) vamos produzir 70 milhões. Portanto vamos produzir, no total, 300 milhões
de embalagens. Ao nível de caricas, estamos a
produzir cerca de 777 milhões, mas o nosso
objectivo para o próximo ano é produzir um bilião. Em 2005/ 2006, já produzimos cerca de
1,2 biliões.
Quantos funcionários tem a Crown Cork
& Seal?
Como sabe, na última década as empresas têm
funcionado muito com trabalhadores efectivos e
temporários. De maneira que nós temos 200 trabalhadores efectivos, e depois temos cerca de 30 a
40 trabalhadores temporários dependendo um
pouco da sazonalidade. Temos a campanha do
tomate, entre Junho e Outubro, e aí sim temos
que admitir trabalhadores temporários. Neste
caso, na produção de embalagens para tomate
em que há uma sazonalidade forte, os funcionários trabalham em turnos e, muitas vezes, aos
sábados e Domingos para dar resposta ao mercado. Em relação ao peixe há também uma sazonalidade mas não tão intensa.
“Está na altura de investirmos
na actualização
do equipamento fabril”
Considera que a Crown já faz parte da história ou das memórias da comunidade local?
Eu acho que sim porque durante muito tempo, e antes do Freeport Outlet abrir ao público, a Crown era o maior empregador em Alcochete. Por outro lado, sempre tivemos uma “paz
social” muito grande. Felizmente já sou administrador da Crown desde 1992 e fui eu que orientei a transferência dos trabalhadores de Lisboa
para cá e tenho uma relação com as pessoas já
de há muitos anos. Por outro lado, há pequenos
aspectos que, no todo, fazem com que a população goste de trabalhar aqui. Para além de estar
bem situada, de estar à porta da Vila, a empresa sendo única no país goza de uma situação
muito boa. Temos crescimentos anuais na casa
dos 5% / 8% e acompanhamos a subida do mercado, isto é, se o mercado sobe nós também vendemos mais porque não temos concorrência doméstica.
A concorrência vem de empresas sedeadas em
Espanha. Em Portugal, há uma fábrica muito
grande, que é a Colep, mas fabrica maioritariamente embalagens industriais e aerossóis.
Estão previstos novos investimentos para a
empresa?
Sim. Nos últimos anos, o que fizemos foi consolidar a empresa. Há dois anos, demos prioridade aos investimentos ambientais. Tivemos
que fazer um investimento na aquisição de
um incinerador, uma máquina que livrou a
população de Alcochete dos cheiros a vernizes
e tintas porque é tudo queimado num incinerador que nos custou mais de um milhão de
euros. Tivemos também que investir internamente em condições de trabalho, em equipamentos de protecção e em áreas de segurança.
Tivemos que colocar a Crown ao nível das
empresas europeias, em termos de segurança
e higiene no trabalho e no que respeita às
questões ambientais. Fez-se um esforço grande e agora está na altura de investirmos na
actualização do equipamento fabril. Há equipamentos que vão aumentar a nossa capacidade, porque já estamos no limite e também
porque estamos a “olhar” para a exportação,
coisa que até agora não fazíamos, para países
onde a Crown não está instalada como o Peru,
o Chile ou o Equador… Aliás, na América Latina, a Crown só existe no Brasil e na Colômbia onde produz latas de cerveja. Sem dúvida,
o nosso investimento futuro será canalizado
para a área do peixe. Serão pelos menos instaladas duas prensas de grande produção que
nos irão aumentar a capacidade de produção
em mais de 100 a 150 milhões de latas.
Já abordou a questão da segurança… Quais as
preocupações que a Crown tem a este nível?
A Crown tem tido a preocupação de educar as
pessoas e realizar muita formação porque, no
geral, não havia muita sensibilidade para a higiene e segurança no trabalho. Nos últimos anos
temos desenvolvido muitos esforços no sentido de educar as pessoas, no sentido de transmitir quais os comportamentos a adoptar numa fábrica, para que os funcionários se possam
defender porque o acidente espreita a qualquer momento. A pessoa tem que saber proteger-se a ela própria, utilizar óculos de segurança quando necessário, sapatos de biqueira
de metal, luvas… Enfim, há um conjunto de cuidados que tiveram que ser incutidos e, para
isso, despenderam-se muitas horas de treino.
Felizmente, já temos um plano organizado.
A Ormis utilizava o slogan “As boas latas
valorizam as boas conservas”. Adoptando
este slogan ao novo conceito de produção,
concorda que as boas embalagens valorizam os bons produtos?
Sim, essa é uma verdade absoluta. Eu costumo
dizer que a qualidade já está nos nossos produtos e já nem coloco essa questão. A nossa qualidade tem que ser e é, neste momento, muito
boa. A qualidade dos nossos produtos já está
adquirida, até porque trabalhamos para produtos alimentares. Por isso, uma conserva tem que
ter obrigatoriamente um bom produto porque
já sabemos que a lata é de boa qualidade.
16.inalcochete | Outubro 2011
Informação da Câmara Municipal de Alcochete
ENCANTOS & PATRIMÓNIO
“O espaço de Sabonha deve
ser protegido e a recuperação
tridimensional da Igreja
de Sabonha faz parte
do projecto do Plano
das Memórias do Concelho”
JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO
ALCOCHETE RECONSTITUIU IGREJA
DE SANTA MARIA DE SABONHA
O Museu Municipal de Alcochete apresentou, no dia 24 de Setembro, no Núcleo de Arte Sacra,
a comunicação “Sabonha, uma Reconstrução do Passado”, uma iniciativa local inserida na programação
das Jornadas Europeias do Património.
Considera-se que Sabonha foi a mais antiga
Igreja do actual território de Alcochete, edificada em 1252, na actual povoação de São
Francisco, mas a memória colectiva relembra
apenas a existência de um convento franciscano edificado em 1571 junto da velha igreja
e destruído em 1836, do qual apenas restou
o pórtico de entrada do espaço religioso: os
“Arcos” de São Francisco.
Não se conhece nenhuma iconografia do templo para que possamos visualizar o seu aspecto e a comunicação, da autoria de Miguel Correia, Arqueólogo do Museu Municipal de Alcochete, é uma proposta de reconstituição da
imagem tridimensional da antiga Igreja com
recurso às Visitações (inventários exaustivos)
SABIA QUE
A área envolvente à Igreja de Santa Maria de
Sabonha e o próprio espaço interior do imóvel
funcionaram como uma necrópole, desde o
século XIII até meados do século XIX, e que na
capela-mor, onde estaria sepultado Afonso
Arriaga, Comendador da Ordem de Santiago,
existia um altar em pedra lioz, decorado com
azulejos hispano-árabes.
O Pórtico do Convento de São Francisco
data do século XVIII, de uma fase posterior
à construção do Convento em 1521 e em
frente dos actuais arcos “existia um adro,
um espaço aberto, destinado à realização
das feiras e mercados”.
da Ordem de Santiago (com destaque para as
de 1512 e 1553) e aos trabalhos arqueológicos
decorridos no local durante a última década.
A projecção espacial aponta para uma Igreja
com 37 metros de comprimento e 15 metros
de largura com a fachada principal resguardada por um alpendre e a porta principal em ogiva, respeitando o estilo gótico antigo de cariz
rural que deveria caracterizar os restantes elementos arquitectónicos da igreja original.
Sobre o cunhal sul assentava um pequeno campanário para dois sinos e a nave, de corpo único,
podia ser ainda acedida por duas portas laterais
secundárias. Ao fundo, na capela-mor com retábulo em madeira destacava-se a imagem de Santa Maria de Sabonha, segurando o Menino Jesus.
Ao longo dos tempos foram acrescentados
novos volumes ao templo. Numa primeira fase, as capelas laterais, dedicadas a São Pedro
e a São Brás, a Norte e Sul respectivamente,
foram edificadas na viragem para o século XV.
No subsolo da capela de São Brás foram identificadas em 2004, imagens de São Brás e de
Santo Antão, hoje expostas no Núcleo de Arte
Sacra do Museu Municipal de Alcochete. Estas imagens em pedra, que tinham sido substituídas por outras em madeira já descritas
nas Visitações de 1553, foram depositadas no
local da antiga Igreja e junto delas encontrava-se ainda uma imagem do Menino Jesus.
Anexas ao lado norte da nave existiam, em
1512, duas casas do ermitão, construídas a
partir do antigo alpendre. Possivelmente já na
fase da construção do convento, após 1571,
foi criado um outro anexo na ala sul da nave
e assistimos ao alargamento da capela-mor ou
da capela de São Pedro.
No decorrer da apresentação da comunicação
“Sabonha, uma Reconstrução do Passado”, o
Vereador da Cultura, Paulo Alves Machado,
destacou que o Município de Alcochete se associou desta forma “a uma iniciativa europeia
que visa precisamente proteger e divulgar o
património” e que “este ano junta a temática
do património com a paisagem urbana”, duas
vertentes “indissociáveis”, às quais se deve ainda associar, segundo o autarca, o “património
imaterial das populações”.
“Temos a oportunidade de retornar ao passado, a um passado bem longínquo, se pensarmos nas nossas vivências e voltarmos a Santa
Maria de Sabonha”, sublinhou Paulo Alves
Machado, que propôs que a iniciativa fosse
igualmente divulgada junto da população de
São Francisco e da comunidade educativa.
O autarca defendeu ainda que “o espaço de
Sabonha deve ser protegido” e que a “recuperação” tridimensional da Igreja de Sabonha
“faz parte de um trabalho que temos vindo a
fazer no âmbito de um projecto a que chamamos “Plano das Memórias do Concelho”.
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InAlcochete outubro 2011