Região de Leiria > Edição Impressa > Negócios - Valco prepara-se para ... 1 de 1 http://www.regiaodeleiria.pt/index.php?lop=conteudo&op=cd00692c3bf... Valco prepara-se para mais 50 anos 3706 Enquanto comemora 50 anos, com uma cerimónia agendada para amanhã, sábado, a Valco (madeiras e derivados) está já a precaver o futuro. A empresa da Caranguejeira, Leiria, concluiu no ano passado um investimento de 2,5 milhões de euros para fornecer portas e aros prontos a instalar e começa agora a obter dividendos. Crescer no estrangeiro é o próximo passo. Com um volume de vendas que ronda os 17 milhões de euros anuais, este é um bom exemplo de sucessão familiar. O fundador Gabriel Oliveira – que começou com dois sócios, já retirados do negócio – tem hoje a acompanhá-lo o único filho (na administração), a neta (responsável pelas novas criações) e o neto (administrador da associada Emprimade). Apesar da data redonda que se assinala, a ambição não esmorece. “Temos na nossa família pessoas para assegurar a actividade pelo menos até aos cem anos”, graceja Gabriel Oliveira. “A nossa empresa está balanceada para o futuro, confiando na segunda e terceira geração”. A prioridade da Valco – designação adoptada em 2003, substituindo Carpintaria Vale Covo – é incrementar a exportação, actualmente geradora de 35 por cento das receitas. Isto porque a empresa estagnou no mercado português, fruto da crise na construção civil, e está em perda em Espanha, cuja economia emite vibrações negativas. Procurar refúgio noutros países tornou-se fundamental. “Com os novos produtos [portas e aros com ferragens e acabamentos] pensamos aumentar as exportações”, refere Gabriel Oliveira. “Precisamos de ir para os 45%”. Os alvos estão definidos: Reino Unido, França, Alemanha, Angola, Moçambique, Marrocos e Japão, todos destinos onde a empresa já tem presença. Mas investir em unidades fabris no exterior está fora de questão, por enquanto. Desde 1958, a Valco passou de 60 metros quadrados e seis trabalhadores para 65 mil metros quadrados e 175 trabalhadores. “Um dos momentos mais difíceis foi a seguir ao 25 de Abril, com falta de trabalho. Mas não despedimos ninguém, pagámos a tempo e horas e não houve qualquer greve”, recorda Gabriel Oliveira. Outro, acrescenta, aconteceu com a morte do sócio Henrique Rodrigues, em 1990, já depois da saída do terceiro fundador, Manuel Rodrigues. Durante meio século, a empresa cresceu gradualmente, aumentando todos os anos o volume de negócios. Parte do sucesso, segundo Gabriel Oliveira, explica-se em três princípios-chave: “Um profundo conhecimento da madeira, sermos sérios e cumprir a tempo e horas com os compromissos de fornecimentos e pagamentos”. A cerimónia do 50º aniversário, agendada para amanhã, começa com uma recepção e visita guiada à fábrica (10 horas) e prossegue com um almoço no restaurante Saloon, em Ortigosa. O secretário de Estado da Administração Interna, José Miguel Medeiros, até há semanas governador civil de Leiria, é um dos convidados. 175 postos de trabalho e 17 milhões em vendas Fundada em 1958 como Carpintaria Vale Covo pelos sócios Gabriel Oliveira, Henrique Rodrigues e Manuel Rodrigues, passou a sociedade anónima em 2003 com a designação Valco – Madeiras e Derivados. Manuel Rodrigues saiu em 1972 e Henrique Rodrigues faleceu em 1990, tendo os seus herdeiros cedido a posição a Gabriel Oliveira e família em 2003. Instalada na Caranguejeira, Leiria, a empresa emprega hoje 175 pessoas e tem um volume de vendas a rondar os 17 milhões de euros. Numa área de 65 mil metros quadrados, dos quais 20 mil são cobertos, tem capacidade para fabricar 1.500 portas e 500 placas folheadas por dia. Estes dois produtos representam 60 por cento do negócio, correspondendo o restante a aros, persianas, rodapés, guarnições, forros e móveis. A construção civil e a indústria do mobiliário são os principais clientes. A Valco exporta 30% da produção e trabalha todo o tipo de madeiras. Mas o pinho português representa 40% e as exóticas (brasileiras e africanas) cerca de 30%. Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Alemanha, Angola, Moçambique, Marrocos e Japão são os principais mercados de destino. 16-03-2009 10:43