Três helicópteros caem em São Paulo nesta quinta
Três helicópteros caíram nesta quinta-feira em São Paulo em menos de duas horas. Dois
acidentes aconteceram em menos de 20 minutos e envolveram modelos Robinson. De acordo com
os bombeiros que atenderam as ocorrências, três pessoas morreram e seis ficaram feridas.
A primeira queda - e a mais grave - aconteceu às 13h50, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A
aeronave caiu no terreno de uma fábrica, menos de um minuto após decolar. Morreram o piloto
Ignácio Bueno de Moraes Neto, de 62 anos, que chegou a ser socorrido no Hospital Albert
Eisntein, e os passageiros Regina Maia Ticoulat Velloso, de 78 anos, e João Dantas Velloso
Viggiani, de 16. Eles iriam para Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A mulher do piloto, Regina
Velloso, está internada no Hospital Albert Einstein em estado grave.
Pelo menos oito viaturas do Corpo de Bombeiros de Barueri foram para o local. A aeronave de
prefixo PT YMF saiu de um heliporto nas proximidades do km 19 do Rodoanel Mário Covas, onde
parou para abastecer. O heliponto pertence à Helipark, empresa que faz manutenção de
aeronaves. A causa da queda ainda está sendo investigada. Uma das primeiras hipóteses é que a
aeronave tenha perdido potência. De acordo com Elson Sterque, diretor da Helipark, as aeronaves
modelo Robinson têm motor a pistão. Segundo ele, o calor e a altitude (em relação ao nível do
mar) podem ter influenciado a potência do motor.
A aeronave estava a 2,5 mil pés de altitude, no momento do acidente. Sterque conta que o
helicóptero inicialmente havia decolado de um heliponto no Morumbi, na zona sul da capital, e
depois pousou no Helipark para fazer o abastecimento. Após meia hora, decolou rumo à Angra dos
Reis, numa viagem que deveria demorar uma hora e meia.
A queda ocorreu a 500 metros do ponto de decolagem. O piloto tinha essa aeronave há três anos e
era experiente.
O piloto não teria tido tempo de tentar qualquer manobra para um pouso de emergência, segundo
os bombeiros. O helicóptero não chegou a pegar fogo, mas foi preciso fazer um rescaldo na área
por causa do combustível. A área da queda foi isolada para perícia da Aeronáutica.
De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o certificado de
aeronavegabilidade do helicóptero estava suspenso porque o seguro estava vencido desde agosto.
Isso significa que o helicóptero não poderia voar.
Segundo acidente aconteceu perto de campo de golfe
O segundo acidente também envolveu um helicóptero modelo Robinson. Ele caiu por volta de
14h10 perto de um campo de golfe, na cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Era um
vôo de treinamento. De acordo com o Corpo de Bombeiros, professor e aluno tiveram ferimentos
leves e foram levados pelo helicóptero Águia da Polícia Militar para o hospital. As causas do
acidente estão sendo apuradas.
Cinco viaturas dos bombeiros de Mogi das Cruzes e de Guarulhos atenderam a ocorrência. A
aeronave caiu numa área conhecida como Porto de Areia.
Três feridos leves em Ribeirão Preto
No terceiro acidente do dia, um helicóptero com três pessoas a bordo caiu às 13h58 em um
canteiro da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, próximo à rotatória do Novo Shopping, em
Ribeirão Preto, na tarde desta quinta-feira. Segundo a polícia, a queda ocorreu a 200 metros do
heliponto de onde a aeronave decolou.
Testemunhas disseram que uma rajada de vento pode ter deslocado o aparelho, que se incendiou
e ficou bastante danificado. A rodovia ficou interditada. As vítimas sofreram ferimentos graves,
segundo a polícia, foram encaminhadas para os hospitais São Lucas e São Paulo.
Não há relação entre os três acidentes, mas o pouco espaço de tempo entre eles levanta dúvidas
sobre a fiscalização nos helipontos do país.
- Quem quiser faz vôos irregulares porque a fiscalização não está em todo lugar - diz o piloto
Ronaldo Natale.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que é responsável pela fiscalização, diz que faz
controle rigoroso das aeronaves, mas não tem fiscais em todos os locais de pouso e decolagem de
helicópteros.
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