Zelãene dos Santos
SEGURANÇA NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE
NR-23 Prevenção de incêndios
Fogo: A união de quatro elementos. É uma reação química que se caracteriza pelo desprendimento de luz e
calor.
Para que o fogo inicie, é necessário um conjunto de quatro elementos, com a falta de um deles, o fogo
deixará de existir:
- Combustível: Pode ser sólido, líquido ou em forma de gás.
- Comburente (Oxigênio): O ar que respiramos, dentre outros componentes, possui 21% de oxigênio.
No entanto, para o fogo ter início, basta apenas 16%, dessa forma, ambientes considerados
deficientes para nós, têm oxigênio suficiente para iniciar um incêndio.
- Calor: Faz com que o material combustível, seja ele qual for, libere vapores suficientes para a
ignição acontecer.
- Reação Química: Quando o combustível, o oxigênio e o calor atingem condições favoráveis,
misturando-se em proporções ideais, acontece uma reação química em cadeia e então, surge o fogo.
Formas de propagação do calor: Condução, convecção e irradiação.
Classes de fogo e sua prevenção: O fogo é classificado conforme o tipo de material em combustão:
a)
b)
c)
d)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
-
Classe A: Materiais sólidos, de fácil combustão e que queimam tanto em sua superfície quanto em
sua profundidade e obrigatoriamente deixam resíduos, tais como papel, madeira, tecido, etc.
Cuidados:
Manter áreas de trabalho e estocagem de materiais organizados e isentas de fontes de ignição;
Estopas trapos ou materiais similares, impregnados de óleo, devem ser descartados em utensílios
metálicos e bem tampados e distantes de fontes de ignição;
As lixeiras devem ser esvaziadas diariamente;
A rede de hidrantes e sprinklers devem estar adequadamente dimensionadas, com pressão e volume
de água suficiente para o porte e tipo das instalações, assim o fogo classe A pode ser combatido com
facilidade.
Classe B: Matérias que queimam apenas em sua superfície e que não deixam resíduos, tais como
gasolina, verniz, óleo, entre outros.
Cuidados:
O uso e manuseio de líquidos inflamáveis deve ser feito em áreas bem ventiladas;
Sobras de líquidos inflamáveis só devem ser guardadas em armários bem fechados e em vasilhames
bem tampados e a prova de vazamentos;
O estoque de líquidos inflamáveis deve ficar distante de qualquer meio que possa provocar faísca;
Ao conduzir líquido inflamável para execução de alguma atividade, nunca conduzi-lo em vasilhames
com capacidade superior a cinco galões cada.
Quantidade superior a vinte litros nunca deve ser armazenada em edifício, a menos que esteja em
recipiente aprovado para tal;
Contra fogo classe B nunca devemos usar água, a não ser em forma de neblina.
Classe C: É fogo que ocorre em equipamentos elétricos quando energizados, como motores,
estabilizadores, transformadores, etc. É atualmente a principal causa de incêndio nos locais de
trabalho.
Cuidados:
a)
Equipamentos antigos devem ter sua fiação inspecionada com freqüência. Em caso de desgaste
na fiação, nos matérias isolantes ou nos encaixes, devem ser tomadas medidas cabíveis.
b)
c)
d)
e)
f)
-
Compatibilizar o uso de fusíveis, não usar com capacidade superior a dimensionada. Procure
identificar a causa da queima de fusíveis.
Não sobrecarregue os pontos de instalação elétrica. Cada um deles com no máximo duas
tomadas;
Nunca ligue vários equipamentos na mesma tomada para evitar superaquecimento da saída;
Desligue imediatamente qualquer equipamento com “cheiro de queimado”, avise o seu
supervisor pois pode ser um sinal de incêndio;
Use extensão com lâmpada com proteção metálica para evitar o calor direto sobre material
combustível, caso entre em contato com o mesmo.
Classe D: É aquele que surge em metais pirofóricos, tais como titânio, magnésio, zircônio, potássio,
sódio, etc. A melhor forma de prevenção é adotar as medidas relativas aos cuidados com o
manuseio, utilização e armazenamento. Estas informações estão na Folha de Informações de
Produtos Químicos (FISPQ) ou Ficha de Emergência, ambas fornecidas pelo fabricante.
Agentes extintores:
Sistema automático de detecção e alarme.
Equipamentos hidráulicos.
Extintores portáteis.
Tipos de Extintores
Os extintores devem obedecer as normas do INMETRO. Devem trazer em seu rótulo, informações quanto à
sua adequada aplicação. Deverá obrigatoriamente constar a data em que foi carregado, data de recarga e
número de identificação. Deve ser colocado em locais de fácil visualização e acesso, devidamente
sinalizado.
Extintor classe A:
Devem ser utilizados no combate de fogo oriundo de madeira, papel, tecido, etc. A aplicação deste tipo de
extintor reduz a temperatura do material em chamas para uma temperatura abaixo do seu ponto de ignição.
Seu conteúdo pode ser água pressurizada, espuma ou pó químico.
Extintor classe B:
Destina-se ao combate ao fogo em líquidos ou gases inflamáveis. Seu conteúdo pode ser espuma, gás
carbônico (CO2) ou pó químico seco.
Extintor classe C:
Destina-se exclusivamente ao combate ao fogo originário de equipamentos elétricos. Seu conteúdo pode ser
pó químico seco ou gás carbônico (CO2). Nunca devemos usar água.
Extintor classe D:
Destina-se ao combate de fogo que tem origem nos elementos pirofóricos. A extinção deste tipo de fogo
deve ser feita por agentes específicos para cada tipo de material envolvido. Incêndios de classe D reagem
violentamente com água e outros elementos químicos.
Como agir se você for apanhado de surpresa:
- Não entre em pânico.
- Se houver um telefone disponível ligue imediatamente para o corpo de bombeiros.
- Identificar a classe e a proporção do incêndio.
- Desligar a corrente elétrica.
- Isolar a área em chamas.
- Iniciar a extinção com os meios que dispuser.
- Retirar material ainda não atingido.
- Procure sempre descer.
-
Não usar elevadores.
Nunca abra uma porta se sentir que há fogo do outro lado. Se ela estiver quente (use as costas da
mão) busque outra saída. Se não houver alternativa, procure vedar as frestas em volta dela com o que
estiver ao seu alcance.
Se estiver com dificuldade de respirar, baixe-se e procure permanecer junto ao piso. Se houver uma
janela abra-a ou quebre-a para ventilar o ambiente.
Improvisar lençol molhado junto ao nariz.
Se o fogo atingir a sua roupa, não corra. Deite no chão e role para abafá-lo.
Caso a roupa de um colega esteja em chamas, procure abafa-las envolvendo-as com uma jaqueta,
tapete, manta, etc.
CASE: (Alterado em abril 2012)
MATÉRIA DE CAPA: GRANDES ACIDENTES Edição 223 da Revista
Proteção, Julho de 2010.
Reportagem de Marla Cardoso
Foto: Ricardo Trida
http://www.protecao.com.br/edicoes/7/2010/JyyJ
Acidentes industriais ampliados crescem em pequenas e médias empresas do ramo
Químico e colocam prevencionistas em alerta
No dia 27 de março do ano passado os moradores da Rua Henrique de Leó, em Diadema, São
Paulo, foram surpreendidos por volta das 7h com um incêndio que destruiu praticamente toda a
empresa Diall Química Distribuidora e pelo menos 15 residências vizinhas. No galpão, a
pequena empresa, com 10 funcionários, armazenava grande quantidade de galões e tambores
com materiais inflamáveis, como solventes e outros produtos destinados à fabricação de
material de limpeza. Durante quatro horas, tempo que os bombeiros levaram para controlar o
incêndio, rolos de fumaça preta em meio a labaredas de mais de 50 metros de altura podiam ser
vistas a uma distância de oito quilômetros. Já o calor das chamas era sentido a uma distância
de 200 metros. Os resquícios deste acidente ampliado foram casas próximas totalmente
destruídas e empresas vizinhas danificadas, além de danos causados ao meio ambiente pelos
poluentes lançados no ar, na água e no solo.
Ocorrências como esta têm sido mais frequentes ao longo dos anos em empresas químicas de
pequeno e médio porte no Brasil, uma vez que empregados e empregadores acumulam pouco
conhecimento sobre os riscos oferecidos pelo setor e acabam se submetendo a condições de
trabalho inadequadas. Nesta reportagem especial da Proteção, especialistas indicam por onde
começar para mudar o panorama de insegurança e má gestão de produtos químicos dentro das
empresas do setor.
Um dos passos já está sendo dado com a atualização da NR 20 (Norma Regulamentadora Líquidos Combustíveis e Inflamáveis), que está sendo revisada pelo GTT (Grupo de Trabalho
Tripartite) e que pretende estimular para que todas as empresas, sejam elas grandes ou
pequenas, implementem uma cultura preventiva de acidentes ampliados.
Paralelamente a este movimento, entidades e órgãos que atuam pela Saúde e Segurança do
Trabalho, além do próprio Governo, também estão propondo e implementando ações para
diminuir o cenário frágil que ronda quem trabalha ou reside próximo a estas indústrias no Brasil.
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