NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
INTRODUÇÃO
presente trabalho pretende mostrar uma caracterização geral de duas sub-regiões
de Portugal: as NUTE III (Numencleatura de Unidade Territorial Estatística) da
Grande Lisboa e do Grande Porto, abordando essencialmente aspectos geográficos,
económicos e sociais de cada uma das sub-regiões.
Os dados recolhidos foram retirados da respectiva bibliografia apresentada, além de
vários sites de internet, igualmente indicados.
O trabalho apresenta primeiro uma análise genérica de cada uma das regiões,
seguindo depois para uma análise mais pormenorizada a nível concelhio.
Localização geográfica
Grande Lisboa
A sub-região da Grande Lisboa tem como limites territoriais, a norte a sub-região
Oeste, a sul as margens do rio Tejo, a este a Lezíria do Tejo e a oeste o Oceano
Atlântico, onde vai desaguar o rio Tejo ( o maior da Península Ibérica), mais
especificamente entre o Forte de S. Julião da Barra e a Torre do Buzio.
A sub-região em análise é constituída pelos concelhos de Lisboa, Cascais, Amadora,
Loures, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira (ver anexo 1).
Correspondendo a estes 7 concelhos uma área de 1 055 km2 .
Grande Porto
A NUTE III- Grande Porto está rodeado pelas sub-regiões do Cávado e Ave a norte,
a este pelo Tâmega, a sul por Entre Douro e Vouga e a oeste pelo Oceano Atlântico,
onde desagua o rio Douro na foz entre o Porto e Vila Nova de Gaia.
Economia Regional
1
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
O Grande Porto é constituído por 130 freguesias, repartidas por 9 concelhos:
Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Valongo,
Vila Nova de Gaia e obviamente o Porto (ver anexo 2).
Trata-se de uma área que não chega aos 820 km2 , a menos extensa do norte de
Portugal.
Indicadores
Demografia
A sub-região da Grande Lisboa possui uma população de cerca de 1 milhão e 800
mil habitantes repartidos por 126 freguesias, e em 7 concelhos já mencionados.
Em termos de comparação europeia, a densidade populacional da Grande Lisboa
aproxima-se da região de Augsburg, na Dinamarca com cerca de 1 800 habitantes por
km2 . A evolução da população apresenta valores negativos, -2,2%, entre 1986-96, o que
mostra bem o decréscimo populacional desta sub-região, e os condicionamentos
negativos que isso provoca, sendo talvez a sua principal fragilidade com que se debate.
De facto o progressivo envelhecimento, não só da Grande Lisboa, mas do país
inteiro, terá a curto prazo, efeitos redutores na taxa de actividade (ver anexo 3).
O único concelho que registou descida da sua população foi Lisboa, fruto da
expansão dos concelhos que circundam a capital.
Pelos dados do Anuário Estatístico da Região de Lisboa e Vale do Tejo, em 1996, os
concelhos que detinham maior população residente eram:
1º- Lisboa –
572 370 habitantes
2º- Loures –
342 760
3º- Sintra -
298 950
Abaixo dos 200 mil habitantes encontram-se os concelhos de :
4º- Amadora – 187 900
5º- Cascais
- 162 170
6º- Oeiras
- 157 050
7º- V.F. Xira - 111 940
Economia Regional
2
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Como se verifica trata-se de uma sub-região com elevada população residente,
provocando assim também uma elevada densidade populacional, cerca de 1737,6
hab/km2 , a mais elevada do país.
P o p u la ç ã o
L is b o a
S i n t ra
L o u re s
A m a d o ra
C a s c a is
O e i ra s
V . F . Xi ra
O Grande Porto exerce funções que servem toda a região Norte, assumindo-se como o
seu verdadeiro centro.
A capacidade atractiva do Grande Porto reflecte-se na população residente com
cerca de 1 192 000 habitantes, ou seja um terço da população norte de Portugal, e uma
densidade populacional com cerca de 1458 hab/km2 ( a mais elevada do norte).
A população do Grande Porto aumentou em cerca de 50 mil pessoas (+4,5%) entre
1981 e 1991, a que se seguiu novo aumento de 20 mil indivíduos (+1,7%) entre 1991 e
1995. A nível concelhio, verificamos que, em termos populacionais, os concelhos que
em 1996 detinham maior população residente eram:
1º- Porto –
276 070 habitantes
2º- V.N. Gaia –
262 630
3º - Matosinhos –
162 290
4º- Gondomar-
150 420
5º- Maia –
100 640
Com níveis muito inferiores de população( relativamente à NUTE), abaixo inclusive
dos 80 mil habitantes, encontramos os concelhos de:
6º- Valongo –
79 380
7º- Vila do Conde –
66 820
8º- Póvoa de Varzim – 57 540
Economia Regional
3
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
9º- Espinho –
36 000
População
Porto
V.N.Gaia
Gondomar
Maia
Matosinhos
Vila do Conde
Valongo
Póvoa de Varzim
Espinho
O Grande Porto apresenta saldos naturais (diferença entre nados-vivos e óbitos)
positivos, embora decrescentes.
A taxa de Natalidade desceu de 16 para 12%0 entre os anos 80 e 90, enquanto a taxa
de Mortalidade apenas oscilou entre 8 e 9%0 .
Também aqui o concelho do Porto se distingue dos demais, por ser o único da subregião que regista saldos naturais negativos. Desde o inicio dos anos 90 o nível de
natalidade no concelho do Porto caiu aproximadamente de 12 para 10%0 , o mais baixo
da sub-região, ao passo que a mortalidade se situa entre os 12%0 , o mais alto da NUTE
III (ver anexo 4).
De referir que nos anos 90, ocorrem saldos migratórios positivos, embora
moderados. O concelho do Porto, regista porém actualmente, saldos migratórios
negativos bastante fortes.
O Grande Porto, globalmente considerado apresenta um envelhecimento crescente: 65
idosos por cada 100 jovens em 1945, face a apenas 34 em 1981.
O índice de envelhecimento da população residente no Porto (que em 1995 traduzia
uma relação de 106 indivíduos maiores de 65 anos para cada 100 menores de 15 anos) é
muito superior ao de qualquer outro concelho da sub-região.
Taxa de Mortalidade Infantil
Este indicador vai exprimir a melhoria das condições gerais de vida e o
envelhecimento da população.
Economia Regional
4
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
A existência de infra-estruturas ao nível da saúde que tanto a Grande Lisboa como o
Grande Porto dispõem é visível na taxa, entre 1992 e 96, a rondar os 7,5%0 e os 9%0
respectivamente.
De facto todos os concelhos apresentam taxas idênticas ou inferiores a 10%0 :
1º- V.F. Xira – 5,3 (%0)
Maia- 7,1 (%0)
2º- Sintra – 6,1
Espinho- 7,2
3º- Loures – 6,8
Matosinhos- 8,1
4º- Cascais – 7,3
Valongo- 8,5
5º- Oeiras – 7,9
Gondomar- 8,9
6º- Amadora – 8,4
Vila do Conde- 9
7º- Lisboa – 8,9
V.N.Gaia- 9,3
8º-
P.Varzim- 10,1
9º-
Porto- 10,9
Sendo visível que os concelhos mais afectados por este indicador de saúde (à escala
da sua sub-região) são os concelhos mais desenvolvidos e populosos : Porto e Lisboa.
Educação
Em 1991, a taxa de analfabetismo da população maior ou igual a 15 anos, na subregião do Grande Porto era de 6,4%, ou seja bastante inferior em relação à zona Norte
(12,9%).
A nível concelhio, em termos percentuais, o Grande Porto encontra-se assim
distribuído:
Porto- 5,2% , Matosinhos- 6% , Valongo- 6,1% , Maia- 6,4% ,
V.N.Gaia- 7% , Gondomar e Espinho ambas com 7,3% , Póvoa de Varzim- 7,8% , Vila
do Conde- 7,9% .
Para valores de 1995-96 havia cerca de 161 203 alunos no ensino básico, 50 882
alunos no ensino secundário, 3713 em escolas profissionais, 67 180 no ensino superior
público e privado, distribuídos por 789 estabelecimentos de ensino básico, 70
estabelecimentos de ensino secundário, 26 escolas profissionais e 57 estabelecimentos
de ensino superior.
Economia Regional
5
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Em relação à Grande Lisboa os números ainda são mais elevados com cerca de
216949 de alunos no ensino básico, 106 605 no ensino secundário, 3 691 nas escolas
profissionais, 124 391 de alunos no ensino superior público e privado.
Estes estudantes estão repartidos por 1 183 estabelecimentos de ensino básico, 139
estabelecimentos
de
ensino
secundário,
35
escolas
profissionais
e
de
88
estabelecimentos de ensino superior.
Destaca-se o papel do concelho do Porto, com um número de estabelecimentos de
ensino superior de 47 e de Lisboa com 80, contribuindo assim significativamente para
ambas as regiões como “produtoras” de qualificações superiores nos diversos domínios
da ciência e tecnologia.
Isto mostra bem a potencialidade das 2 regiões no capítulo dos recursos humanos e
de infra-estruturas.
Economia
Indicadores das contas regionais
Neste domínio, na sub-região do Grande Porto, verificamos que houve de 1991 para
1994, uma subida de 30% do PIBpm, um aumento de 28,6% no VABpm, uma descida
do nível de emprego de 6,6% e um aumento de produtividade na ordem dos 38%.
Nesta região, segundo valores de 1994, o VABpm encontra-se assim distribuído:
1937 289 milhões de contos ( o mais alto valor de toda a região Norte, em que todas as
restantes regiões juntas alcançam o valor global de 2 289 634 milhões de contos).
Este valor (1 937 289 milhões de cts) encontra-se distribuído pelos seguintes ramos:
01 Produtos da agricultura, silvicultura e pesca- 17 306 milhões de contos
06 Produtos energéticos
- 61 369
30 Produtos industriais
- 567 148
53 Construção e obras públicas
- 122 685
68 Serviços mercantis
- 985 641
86 Serviços não mercantis
- 288 048
69b PISB
Economia Regional
- (-104 907)
6
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Desde 1991 até 1994 verificou-se uma subida do PIBpm em cerca de 23,4%, um
aumento no VABpm na ordem dos 22%, nota-se também como no caso anterior, uma
perda do emprego total (-2,57%), e uma subida da produtividade (VABpm/Emprego
total) na casa dos 25,2%.
Na sub-região da Grande Lisboa encontramos o valor de 4 102 083 milhões de
contos (VABpm) , um valor muito superior à soma das restantes regiões da região de
Lisboa e Vale do Tejo e o valor mais alto do país. Este valor está repartido nos
seguintes ramos:
01
...
- 13 850 milhões de contos
06
...
- 66 223
30
...
- 745 913
53
...
-220 071
68
...
- 2 598 451
86
...
- 679 708
69b
...
- (-222 134)
Os valores mais altos em ambas as NUTEs, são nos ramos dos produtos industriais e
dos serviços mercantis.
Número de empresas
O número de empresas1 com sede na região Norte, o destaque vai para o Grande
Porto com cerca de 120 000 empresas. Deste total destaca-se o concelho do Porto com
35 049 e de V.N.Gaia com 23 189, segue-se um 2º grupo constituído por Matosinhos
com 15 176 e de Gondomar com 14 009, abaixo das 10 000 encontram-se os concelhos
1
Ver Anexos.
Economia Regional
7
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
da Maia com 9 893, Valongo (7 163), V do Conde (6 100), Póvoa de Varzim (5927) e
Espinho (3 494) respectivamente.
Em relação ao número de empresas com sede na região de Lisboa e Vale do Tejo,
segundo dados de 1997, a maior fatia cabe mais uma vez à Grande Lisboa com cerca de
218 938 empresas das quais Lisboa detém a maior com 89 591, seguindo-se Amadora
(20 025), Cascais (19 091), Oeiras (15 836) e V.F. Xira com 10 605.
De notar que todos os concelhos tem um valor acima das 10 000 empresas,
mostrando claramente que se trata de uma região onde as empresas se instalam
facilmente, muito mais do que a 2ª sub-região em estudo, isto porque o Porto não
consegue chamar a si uma praça financeira forte, que motive as empresas e bancos a
fixarem-se neste local.
Emprego
No seguimento da estrutura produtiva, está a estrutura do emprego.
As quebras demográficas no concelho do Porto não implicaram um menor
protagonismo enquanto zona empregadora. Em 1991, os dados do recenseamento
atribuíram ao sector III cerca de 53% de emprego, repartidos em 21% para o comércio,
alojamento e restauração, 20% para os serviços de natureza social (ex. educação,
saúde,...) e 12% para o conjunto dos serviços de transporte, comunicações, financeiras e
imobiliárias.
Ao mesmo tempo as indústrias transformadoras representavam 34% do emprego do
Grande Porto, destacando-se as Têxteis com 14%.
A construção respondia então por 10% de emprego e o sector primário por 2%.
Entretanto os dados disponíveis para 1996 permitem constatar uma forte perda de
importância relativa da indústria transformadora e da construção, que globalmente não
representam agora mais do que 30% do emprego do Grande Porto.
Em compensação nota-se um contributo mais destacado para o emprego por parte
dos serviços, nomeadamente dos ramos de educação ( de 5% em 1991 para 10% em
1995), imobiliário e serviços às empresas (de 4% para 7%), saúde ( de 4% para 7%),
Economia Regional
8
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
comércio, alojamento e restauração (de 21 para 24%) e intervenção financeira e seguros
(de 3% para 5%).
Apesar do progressivo envelhecimento populacional que terá a curto prazo, efeitos
redutores na taxa de actividade, vê-se que a NUTE III – Grande Lisboa é a parcela de
território que apresenta uma oferta no sector III mais dinâmica e sólida, sendo que essa
liderança é atribuída à cidade de Lisboa.
Nesta ultima década, assistiu-se a um forte crescimento do sector dos serviços,
liderado pelo comércio, turismo, banca e serviços prestados às empresas. Além da
presença de actividades relacionadas com administração central, a saúde e a educação,
que contribuem para a terceirização do emprego.
Pela posição estratégica que ocupa, a Grande Lisboa é líder na localização das sedes
das principais empresas, das instituições bancárias e financeiras, bem como das grandes
cadeias de distribuição, e dos serviços associados ao alojamento e restauração.
A aposta na formação profissional e académica, permitiu uma incorporação de
quadros médios e superiores nas empresas, em valores muito superiores às verificadas
em outra sub-regiões.
A estrutura empresarial desta área é dominada por um vasto nº de PMEs ligadas ao
comércio a retalho, hotelaria e restauração. Das cerca de 80 000 empresas existentes
nestes sectores na região de Lisboa e Vale do Tejo, 50% estão localizadas na Grande
Lisboa, em particular no concelho de Lisboa, que concentra mais de 25% dessas
empresas.
Desde 1991 que a construção tinha já um peso significativo (27%) na população
activa da Grande Lisboa. E esse peso aumentou ainda mais com a realização de grandes
obras como a CRIL, CREL, centros comerciais, ponte Vasco da Gama, Expo 98, e por
aí fora.
O emprego no sector I é reduzido (inferior a 1%) e localiza-se sobretudo nos
concelhos de Sintra e Loures.
A sub-região da Grande Lisboa alcança também um índice médio de poder de
compra de 188,3 e atinge o valor máximo exactamente no concelho de Lisboa onde este
indicador é 3 vezes superior à média do continente (102), (anexo 5).
Economia Regional
9
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
De destacar também que a Grande Lisboa é a zona responsável por um maior nº do
PIB regional / Habitante em paridade de poder de compra (dados de 1998), com cerca
de 120% enquanto o Grande Porto se fica por 87% 2 .
Outro aspecto a ter em conta é o nº de bancos e de caixas económicas presentes no
Grande Porto: 578 e da Grande Lisboa com cerca de 1009 estabelecimentos, mais uma
vez o maior nº do país, em que cerca de 605 estão na capital, seguindo-se depois Sintra
com 97, Loures (85), Cascais (71), Oeiras (61) e V.F. Xira (36).
No Grande Porto o valor atrás mencionado é repartido por 3 grupos, onde se destaca
uma vez mais o concelho do Porto com 291, V.N. Gaia (72) e Matosinhos (61), seguese um 2º grupo constituído por Gondomar com 44, Maia (35) e por fim Valongo (21),
Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Espinho todos com 18.
Estes números são reveladores da importância que estas sub-regiões (especialmente
Lisboa), têm na localização das sedes das instituições bancárias e financeiras. O sector
financeiro é pois encarado como um sector de modernização da economia.
Finanças Locais
Para dados do INE de 1996, verificamos que as despesas municipais da região do
Grande Porto eram no valor de 83 445 689 contos em que 39 785 780 eram de despesas
correntes (ex. despesas com pessoal, transferências correntes para freguesias, encargos
financeiros) e 43 659 909 de despesas de capital ( ex. transferência de capital para
freguesias, investimentos, amortizações de empréstimos).
Numa análise mais específica, o volume de despesas que cada Câmara faz, verificase que existe novamente 3 grupos distintos. Com uma despesa total surge destacado o
municipio do Porto com 24 856 478 contos, surgindo depois Gaia (12 519 490) e
Matosinhos (11 182 026), num 2º grupo surgem Gondomar (7 887 359), Maia
(7658967) e Vila do Conde (7 361 734) e por fim aparecem os concelhos de Póvoa de
Varzim (4 487 155), Valongo (4 253 892) e em último lugar Espinho com 3 238 588
contos.
As despesas municipais da Grande Lisboa atingiram o valor de 162 891 243 contos
sendo 87 769 574 de despesas correntes e 75 121 660 de despesas de capital.
2
Público, Economia, 11-06-2001.
Economia Regional
10
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Em termos individuais Lisboa atinge mais uma vez o valor mais alto com 84 474
814 contos (valor esse maior do que o apresentado para toda a sub-região do Grande
Porto), situando-se a grande distância os concelhos de Loures com 19 955 089, Sintra
com 17 130 901, Oeiras (14 735 037), Cascais (12 429 829) e abaixo dos 10 000 000
encontramos os concelhos de Amadora (7 693 394) e de V.F. Xira mais uma vez em
último com 6 472 179 de contos.
Através dos dados recolhidos através da Associação Municipal de Municípios
Portugueses, para dados de 2000, os municípios que mais recebem através de fundos
gerais e de coesão (ver anexo nº6) são no Grande Porto3:
1º- Porto –
4 302 432 contos
2º- V.N.Gaia –
3 933 140
3º- Gondomar -
2 500 668
4º- Matosinhos –
2 449 169
5º- Vila do Conde –
1 442 544
6º- Valongo –
1 442 261
7º- Póvoa de Varzim –1 318 807
8º- Espinho –
805 564
Fundos
5000000
4500000
4000000
3500000
3000000
2500000
2000000
Fundos
1500000
1000000
ho
in
Es
p
ai
a
G
on
do
m
M
a
at
os
in
Vi
ho
la
s
do
C
on
de
Va
lo
ng
o
.G
V.
N
Po
r
to
500000
0
Valores em contos
3
Valores da Maia não disponíveis.
Economia Regional
11
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Para a NUTE III- Grande Lisboa os fundos estão assim distribuidos:
1º- Lisboa –
10 757 227 contos
2º- Sintra –
4 763 887
3º- Loures –
3 317 916
4º- Amadora –
3 011 065
5º- Cascais –
2 834 970
6º- Oeiras –
2 658 062
7º- V.F.Xira –
1 872 281
Fundos
12000000
10000000
8000000
6000000
Fundos
4000000
2000000
ra
V.
F.
Xi
O
ei
ra
s
as
ca
is
C
or
a
s
Am
ad
ur
e
Lo
Si
nt
ra
Li
sb
oa
0
Valores em contos
Gráficos feitos pelo autor
A atribuição destes fundos é feita mediante certos factores, nomeadamente ao número
de população, no entanto vê-se que os concelhos mais favorecidos são exactamente
aqueles que menos precisam, como Porto e Gaia no Grande Porto e de Lisboa na NUTE
III da Grande Lisboa, ao passo que Espinho e V.F. de Xira ficam na cauda da tabela, o
que vem agravar ainda mais o fosso existente entre os concelhos de ambas as subregiões.
Economia Regional
12
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Qualidade de vida
1-Condições básicas
De uma maneira geral, em ambas as sub-regiões em análise, tanto ao nível de
electricidade com uma cobertura próxima dos 100%, do saneamento com uma média de
92% e de água total com 90%, mostra o grau de desenvolvimento de infra-estruturas
básicas que estes concelhos já possuem.
2- Saúde
Considerando os dados do CCR-N de 1996 verifica-se que o número de farmácias é
significativo e que o número de médicos por 1000 habitantes é bastante razoável,
atendendo ao facto de a média de médicos/1000 habitantes na região Norte ser de 2,6.
Fazendo uma análise de cada concelho, o concelho do Porto detinha 121 farmácias e
uma média de 12,5 médicos por 1000 habitantes, sendo a média no Grande Porto de 5,5
médicos/1000 habitantes. No concelho de V.N. de Gaia existiam 45 farmácias e cerca
de 3,4 médicos por 1000 habitantes, Matosinhos tem 25 farmácias e 5 médicos por
1000, Maia possui 14 farmácias e uma média de 3,5 médicos, Gondomar 17 farmácias e
2,4 médicos, Vila do Conde 16 farmácias e uma média de 2 médicos, Póvoa de Varzim
15 farmácias e uma média de 2,8 médicos, Valongo 13 farmácias e 3,5 médicos,
Espinho tem 8 farmácias e cerca de 3,3 médicos por 1000 habitantes.
Quanto à 2ª NUTE em estudo, a Grande Lisboa tem cerca de 560 farmácias e uma
média de 5 médicos por 1000 habitantes.
Fazendo uma análise mais específica verifica-se que o concelho de Lisboa tem o
número recorde de 340 farmácias e cerca de 11,5 médicos por 1000 habitantes, Sintra
possui 50 farmácias e uma média de 2,3 médicos, Amadora tem 35 farmácias e cerca de
3,2 médicos por 1000 habitantes, Cascais atinge 33 farmácias e uma média de 6
médicos, Oeiras tem 29 farmácias e a 2ª média mais alta da sub-região com cerca de 7,4
médicos por 1000 habitantes, Loures tem 50 farmácias e uma média de 2,7 médicos e
Economia Regional
13
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
por último V.F. de Xira com 19 farmácias no concelho e a mais baixa média de médicos
por 1000 habitantes na NUTE em causa, com o valor de 1,3.
3-Cultura
Outro indicador revelador das assimetrias regionais e da sua forte concentração na
Grande Lisboa, com particular destaque para a capital: em 1995, esta sub-região
representava 32,2% dos estabelecimentos de ensino superior, 22,6% dos alunos
matriculados, 25,4% dos museus, 28,8% das bibliotecas e 51,7% dos espectadores de
espectáculos públicos.
De facto nas despesas municipais com actividades culturais atinge o valor máximo
nacional de 9 362 375 conto, sendo o concelho de Lisboa responsável por mais de 1/3
dessas despesas, seguindo-se depois os concelhos de Oeiras (1 433 923) e Sintra (1 250
179) com valores igualmente elevados.
Em relação ao Grande Porto também se verifica um enorme investimento, quando
comparado com a restante região Norte.
De facto as despesas municipais com actividades culturais, em 1996, atingiram o
valor de 7 715 766 contos. Todos os concelhos desta sub-região possuem os maiores
investimentos de toda a zona Norte, onde apenas o concelho de Viana do Castelo ( na
sub-região do Minho-Lima), Barcelos e Braga (Cávado) e Guimarães (Ave) são as
excepções. No entanto estes 3 últimos concelhos tem elevadas despesas culturais devido
ao facto de possuírem equipas de futebol na 1ª divisão, onde o grosso dos investimentos
são para aí canalizados.
Em termos de imprensa, radiodifusão , espectáculos públicos, bibliotecas e museus
trata-se também de uma zona privilegiada, onde se destacam mais uma vez os concelhos
do Porto, V.N. Gaia e Matosinhos (1º grupo) e também de Vila do Conde e da Póvoa de
Varzim ambas, com um bom desempenho neste domínio especifico.
Economia Regional
14
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
4-Ambiente
Verifica-se nesta campo avultadas despesas em ambiente, sendo a sub-região da
Grande Lisboa responsável por 25 355 664 contos, valor máximo no país, onde quase
metade do total das despesas são canalizadas para Lisboa.
Também no Grande Porto se verifica altos valores no
total das despesas em ambiente, especialmente em concelhos
altamente industrializados como Porto, Matosinhos, V.N. de
Gaia, Valongo, Maia e Gondomar, valores esses que são os
mais altos de toda a região Norte, excepção feita ao concelho de Braga (Cávado).
Apesar destes valores continua-se, no entanto, a intentar contra o ambiente
desrespeitando as mais básicas normas nacionais e comunitárias, como refere Ludgero
Marques4 , presidente da AEP, “Tenho dúvidas que 5% das empresas portuguesas
sejam capazes de cumprir as normas ambientais” , realçando que muitas não aplicam a
legislação por falta de informação e competitividade, além de criticar também o papel
das autarquias e do Estado que não dão o exemplo.
Ou seja somos todos responsáveis, e muito terá ainda que ser feito nesta matéria,
pois só assim é que melhoraremos efectivamente a nossa qualidade de vida.
4
Expresso, Suplemento de Economia, 09-06-2001, pg. 28.
Economia Regional
15
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Conclusão
Concluímos pelo presente trabalho que tanto a NUTE da Grande Lisboa, como a do
Grande Porto são áreas privilegiadas, em relação ao resto do país.
Todos ou quase todos os indicadores estudados indicavam como líderes estas duas
sub-regiões. Têm ambas altas taxas de população residente e de densidade populacional,
elevado número de alunos matriculados nos diversos ramos de ensino, nível de infraestruturas acima da média, nos campos da cultura, lazer, educação e saúde, altos valores
do VAB e produtividade, existência de um elevado número de empresas, bons níveis de
poder de compra, avultadas despesas municipais, e por aí fora.
De referir, no entanto, que estes números reportam-se principalmente às duas
principais cidades do país. Mesmo dentro de cada uma das NUTEs existem diferenças.
Na Grande Lisboa, o concelho de Lisboa “cava” um fosso enorme em relação ao resto
da sub-região e do país.
No Grande Porto, é o concelho do Porto que assume maior protagonismo, seguido
no entanto pelos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Matosinhos (1º grupo), enquanto
que em pior situação a nível global encontram-se os concelhos de Espinho e de
Valongo.
Tudo isto mostra que muito terá que ser feito para se tentar diminuir ou atenuar as
assimetrias existentes, quer a nível concelhio, regional e do país.
De facto, através de diversos estudos efectuados concluiu-se que os desequilíbrios
regionais funcionam como barreiras a um maior crescimento, o que pode ser verificado
no espaço comunitário, onde os países mais ricos são aqueles em que existe um maior
equilíbrio regional. Assim, políticas que procurem esse equilíbrio regional conduzirão a
um maior crescimento económico. E é isto que se pede para Portugal.
Economia Regional
16
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Economia Regional
17
NUTE III: Grande Lisboa e Grande Porto
Concelhos
Nº de Empresas
Porto
35 049
V.N.Gaia
23 189
Gondomar
14 009
Maia
9 893
Matosinhos
15 176
Vila do Conde
6 100
Valongo
7 163
Póvoa de Varzim
5927
Espinho
3 494
Nº de Empresas
40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
Economia Regional
Espinho
Póvoa de
Varzim
Valongo
Vila do
Conde
Matosinhos
Maia
Gondomar
V.N.Gaia
Porto
Nº de
Empresas
18
Download

INTRODUÇÃO Localização geográfica Grande Lisboa Grande Porto