SEMINÁRIO CATARINENSE PRÓ-CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
SAPECA
Serviço Alternativo de Proteção
Especial à Criança e ao Adolescente
O trabalho com as famílias de origem
Prefeitura Municipal de
Campinas/SP.
Jane(te) Valente
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Falar de crianças e adolescentes que
necessitam ser retirados de suas
famílias de origem por proteção,
merece:
contextualização que seja capaz de elucidar e instigar a
reflexão em torno da história expressada em suas vidas.
Essa expressão, que acaba sendo retratada na criança,
adolescente e na família pobre na sociedade brasileira,
são os inúmeros casos e desafios atendidos no
nosso cotidiano profissional.
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Expressar os sentimentos apreendidos com essas
famílias nesse cotidiano, os quais nem sempre
encontram palavras suficientes para relatar
tanta dor
tanto descaso
tantos direitos não atendidos
é um desafio que exige a busca de
outras vozes e pensamentos
que no decorrer da história têm mostrado o
compromisso no relato, na pesquisa, na revelação e na
atuação.
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Como falar do hoje dessa família, sem ver
nela a totalidade
que envolve todo o processo?
Como trabalhar com esse processo sem
voltar os olhos
para o cotidiano dessas famílias?
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A retirada de uma criança de sua família
Arepresenta
retirada de
umade
criança
de sua
a ponta
um iceberg.
família representa a ponta de um
iceberg.
Quando procuramos conhecer a
problemática
que envolve
o caso, a
Quando
procuramos
conhecer
descobrimos
uma
família
precisando
problemática
que
envolve
o caso,
ser cuidada
descobrimos uma família
precisando ser cuidada
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O atendimento às famílias de origem em
qualquer programa, tem que levar em
consideração:
que cada família é composta por indivíduos
que de modo particular carregam consigo o resultado
da apreensão da história de seus antepassados
muitas vezes retratado subjetivamente nos seus atos,
pensamentos, possibilidades de mudança ou não.
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Penetrar em seu mundo, com respeito e
compreensão, levando em consideração sua
história, exige:
o conhecimento da forma como as famílias pobres
têm sido atendidas e reconhecidas no Brasil.
Esse é o ponto de partida para uma possível vinculação
- que poderá ser o fator inicial mais importantepara provocar alguma mudança nas questões que
originaram a necessidade da retirada da criança e
ou do adolescente.
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O rompimento de vínculos parentais
existentes nas situações que envolvem o universo da pobreza
mostram, uma vez mais,
que não se tem conseguido (até nossos dias)
apresentar soluções mais humanizadas à esses seres em desenvolvimento.
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SAPECA – SERVIÇO ALTERNATIVO DE PROTEÇÃO ESPECIAL À CRIANÇA E
AO ADOLESCENTE
• Início das atividades: Julho de 1997
• Prefeitura Municipal de Campinas
• Programa Famílias Acolhedoras para crianças/adolescentes
vítimas de violência doméstica
• Dissertação de mestrado – Maio de 2008
DOS FILHOS DESTE SOLO,
ÉS MÃE GENTIL?
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Desde o início de seu funcionamento, o Programa SAPECA
vem construindo uma metodologia de trabalho que propicie a
convivência/permanência da criança/adolescente na família e
na comunidade, mesmo durante o afastamento e privilegia
ações que promovem o retorno ao seu núcleo familiar ou a
uma família por adoção.
89% de
Convivência familiar
e comunitária
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Metodologia : ponto de
convergência
processo permanente de formação da equipe onde a
metodologia centra-se no reforço dos vínculos com a
família de origem e nos modos de enfrentamento das
questões centrais que motivaram a retirada da criança de seu
convívio.
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FAMÍLIA se entende “um núcleo de pessoas que
convivem em determinado lugar, durante um lapso de
tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou
não) por laços consangüíneos, [tendo] como tarefa
primordial o cuidado e a proteção de seus membros e se
encontra dialeticamente articulado com a estrutura social
na qual está inserido” (Mioto 1997:120);
Porém, essa mesma autora considera que a família está
“precisando ser cuidada para que possa oferecer cuidado e
proteção aos seus membros”. (Nota de palestra – Campinas
Outubro de 2003)
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Como consequência espera-se:
a construção de significados, de linguagens, de método, de
consensos, tais como:
histórico da família pobre no Brasil, conceituação de
“família”, necessidades e direitos das crianças e
adolescentes, rede de significações, trabalho em rede,
legislação
para a partir daí poder existir a ampliação do
conhecimento da vida e das possibilidades
de superação e competências das
pessoas implicadas na medida de proteção.
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No diversos espaços de trabalho deve-se ter
mente:
Quem se preocupa com essas crianças e adolescentes?
Quem mais fala e de que lugar fala na discussão e
nas decisões?
Que repercussão imediata e futura esta decisão terá na
vida das pessoas implicadas?
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Nesse processo de construção coletiva
permanente deve-se ter por base:
uma constante avaliação, reformulação e sistematização das
ações.
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Processo de construção da equipe
• desencadeada não só no sentido de proporcionar cuidados,
• mas também de construir um processo de formação para
um trabalho de qualidade
• garantia de atendimento das necessidades e dos direitos de
crianças e adolescentes acolhidos,
• dirigindo o olhar para todo o contexto de cuidados e
• que tornem-se possíveis as garantias previstas.
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Esta é uma ótica complexa, que leva em conta os sujeitos que
operam nos vários níveis desse contexto
os profissionais do Programa,
os responsáveis políticos, as famílias com suas
crianças e adolescentes, os parceiros
mas também os aspectos organizacionais e materiais,
que vem orientar este tipo de estudo
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Durante todo o desenvolvimento do trabalho os
profissionais devem vivenciar um processo de
formação continuada para adquirir e re-construir
seus procedimentos e metodologias.
Naturalmente, tem-se claro que os resultados dos trabalhos
não acontecem de forma linear e sem contradições: são
situações reais, que possibilitam perceber que os resultados
de cada ação dependem muito da forma como as famílias
se colocam frente ao mundo – o que não é igual em cada
uma delas.
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A partir dessa apreensão, a equipe deve desafiar-se a criar
soluções novas, diferenciadas, para as diferentes situações
concretas.
Manter um constante nível de curiosidade, desvestindo-se de modelos
prontos.
“[...] que quem não tiver debaixo dos pés da alma
a areia da sua terra, não resiste aos atritos da sua viagem na vida,
acaba incolor, inodoro e insípido”
Luis Câmara Cascudo
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O conhecimento do conhecimento obriga!
O conhecimento do conhecimento obriga:
Obriga-nos a tomar uma atitude de permanente vigília
contra a tentação da certeza, a reconhecer que nossas
certezas não são provas de verdade, como se o mundo
que cada um vê fosse o mundo e não um mundo que
trazemos à mão com outros.
Obriga-nos porque ao saber que sabemos, não podemos
negar o que sabemos.”
(Maturana, 2001)
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O principio operacional norteador do
trabalho
é o de atribuir centralidade à pessoa que está sendo atendida:
a valorização da pessoa em sua integralidade – como
ser individual, como ser de relações (primárias e
secundárias), como protagonista de sua própria vida,
em seus desejos, valores, cultura.
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Em se tratando de criancas ou adolescentes para que se
desenvolva intelectual, emocional, social e moralmente é preciso
que tenha relacionamentos saudáveis com uma ou mais
pessoas, estabelecendo com elas um vínculo emocional, mútuo
e forte.
Este tipo de vínculo reforça respostas positivas da criança ou do jovem
às outras relações sociais. Um ambiente positivo convida à exploração,
manipulação, elaboração e imaginação.
Ao mesmo tempo, deve ser considerado não apenas
o cuidado da criança/adolescente, mas também a
sua relação com a família de origem. Toda vez que
se descuida de algum desses aspectos se
empobrece o sentido do acolhimento.
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A qualidade das relações humanas sadias de um adulto depende
em muito da confiança e da vitalidade básica dos vínculos de
apego criados e estimulados na primeira infância.
O apego pode também ser compreendido como uma
ligação que se estabelece quando existe um movimento
de cuidado em condições de intimidade e não de
controle.
Crianças privadas de cuidados e de afeto voltam suas
energias contra si mesmas de modo muitas vezes
destrutivo e perigoso.
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Necessário se faz aprender a trabalhar, no cotidiano, com os diversos arranjos
existentes de família, respeitando a existência daqueles que fogem e
contestam os padrões estabelecidos: há famílias e famílias,
não havendo portanto um modelo ideal.
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As leis, a relação profissional e o cuidado
Constituição Federal
ECA
PNCFC
Estruturas complexas com dominantes
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Estruturas Complexas com Dominantes
Família nuclear – padrão organização familiar e social
Convivência com outros padrões
Legitimação desse modelo - Código civil 1916
Exercícios dos direitos reprodutivos – somente no âmbito do
casamento
Base para um processo de discriminação social
Transformou em tipos jurídicos os tipos sociológicos já
existentes na cultura familiar brasileira,
institucionalizando as figuras da mãe solteira, da
concubina, da amante e do filho ilegítimo.
Fonte: Pesquisa IPEA 2004
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Como e para quem este estudo deve ser
apresentado
Esse processo se faz a partir da reflexão em equipe das questões que emergem
no trabalho cotidiano, principalmente através de reuniões semanais.
Essas reuniões são também espaços de formação que têm por base as
experiências possibilitadas pela ação cotidiana.
Nelas são realizadas discussões do percurso de cada caso, análises da
evolução da ação, avaliação de resultados, construção de propostas de
novas ações e, quando necessário, de mudanças de rumo no trabalho
coletivo, no qual se estruturam conhecimentos a partir da pratica refletida.
A equipe deve ter o propósito de aprender com o que está
fazendo.
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A idéia é que todos saibam e reflitam sobre todos os casos. Quando um
profissional toma uma decisão, não é dele e sim do Programa. A
responsabilidade é de todos.
Essa é uma parte da essência do programa. As proposições de cada membro
da equipe são negociadas e compartilhadas de forma a se constituir uma
base segura para a ação, embora seja sempre diferente no seu modo de
concretização, uma vez que é produto das diferentes realidades postas como
desafio, por cada criança, cada adolescente, cada família.
SÃO TENTATIVAS DE ACERTOS.
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Nessas reuniões, são construídos os planos de trabalho,
onde os diversos membros da equipe podem até ter opiniões
diferentes, mas têm de alcançar um consenso.
Deve-se ter em mente o compromisso com um jeito próprio
de trabalhar, que não é a busca da homogeneidade, mas
sim da unidade da equipe: cada pessoa constrói a sua
maneira própria de pensar e, com a discussão e a reflexão
permanente, vai construindo a unidade da equipe.
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Nessas oportunidades são resignificadas as propostas de
trabalho, reconstruídos conceitos, sempre que
necessário.Entende-se que para chegar a esta decisão
final do estudos, muitos outros parceiros foram implicados
no atendimento, na reflexão e na construção de possíveis
soluções.
A decisão de um estudo de caso em um programa social deve ser a
expressão máxima do que se conseguiu construir de significados
em torno da criança, do adolescente e das pessoas significativas
para os mesmos.
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abrigo
c.s. conceição
CEVI
FAMÍLIA
creche I
CRIAD
PGRFM
fam. extensa
NADEQ
Figura 1: Rede de atenção à família,
anterior a dezembro de 2001
transurc
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c.s. taquaral
abrigo
c.s. conceição
CEVI
escola II
abrigo II
FAMÍLIA NO
SAPECA
SAF
escola I
transurc
albergue
escola III
CRIAD
AMIC
PGRFM
Fam. extensa
Fam. acolhedora
SAMIM
NADEQ
farmácia
at. homeop
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Rede de Atenção
c.s. taquaral
abrigo
c.s. conceição
CEVI
escola II
ISN
SAMIM
abrigo II
FAMÍLIA NO
SAPECA
escola I
transurc
casa apoio
NA
SAF
albergue
escola III
convênio
CRIAD
Fam. extensa
Fam. acolhedora
NADEQ
AMIC
PGRFM
farmácia
at. homeop
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Esse estudo deve ser construído com todas
as pessoas implicadas no mesmo, a criança, o adolescente, a família estendida,
os profissionais e a equipe do programa e encaminhados periodicamente
à Vara da Infância e da Juventude.
As informações pertencem às pessoas implicadas no processo
de construção, sejam elas profissionais do serviço, como
também da rede e da família.
As informações precisam necessariamente mostrar todo o percurso
histórico da família, as repetições geracionais, o modo de cada um
apreender essa história e se apresentar no mundo.
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SUPÕE-SE QUE:
AS RELAÇÕES ESTABELECIDAS ENTRE OS PODERES
(LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO E EXECUTIVO) SEJAM
DE
COOPERAÇÃO E NÃO DE SUBORDINAÇÃO
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MAPA DA REDE
AMIZADES
FAMÍLIA
RELAÇÕES
COMUNITÁRIAS
RELAÇÕES DE
TRABALHO E
ESTUDO
RELAÇÕES COM
SISTEMAS DE SAÚDE
E AGENCIAS
SOCIAIS
SLUZKI (1997)
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GENOGRAMA
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PLANO DE AÇÃO TRAÇADO COM CADA FAMILIA
PRIMEIRO MÊS:
Entrevista psicossocial
Compor o histórico com a família de
origem e serviços que já atenderam;
Esclarecer objetivo e regras do
programa
Acompanhamento da adaptação da
criança/adolescente na família
acolhedora;
Mudança de escola, documentação
pessoal e de saúde, inserção na rede
Visitas manut.vínculo (se não existir
proibição) após primeiro atendimento
ao grupo familiar e identificado os
familiares significativos para a
criança/adolescente
Se existir proibição de visitas, enviar
relatório após conhecimento do grupo
familiar, solicitando liberação;
Verificação de documentação do
grupo familiar, se não existir –
encaminhar
Início do atendimento da criança com
a psicologia e arte terapia (individual
e em grupo)
SEGUNDO E TERCEIRO MÊS:
Aproximação das famílias (origem e
acolhedora) – se possível;
Aplicar o mapa da rede e genograma
com a cri/adol. e família
Aprofundar histórico
Estabelecer entrevistas: com o grupo
familiar(origem) individual ou em
grupo no SAPECA, na residência,
nos serviços parceiros, identificados
no mapa da rede;
Intensificar relações e atendimentos
com as pessoas e serviços
significativos para a criança,
adolescente e grupo familiar;
Discussão do caso em equipe no
SAPECA e com parceiros
Continuidade na adaptação da
criança/adolescente na família
acolhedora;
Atendimento para ampliar vínculos;
Contato com a nova escola
Criação de indicadores, aplicação de
jogos e desenhos
SEGUNDO TRIMESTRE:
Viabilizar os encaminhamentos
necessários: aos parceiros
específicos,observar o movimento da
família;
Manutenção dos atendimentos à
criança/adolescente e grupo familiar
origem e extensa e família
acolhedora;
Identificar os limites do programa e
solicitar medidas cabíveis. Ex.: Incluir
VIJ e CT como parceiros e coresponsáveis;
Discussão do caso em equipe e
relato de parecer social da família de
origem, criança/adolescente e família
acolhedora;
Reaplicar o mapa da rede para
visualizar o movimento da família e
como ela reconhece esse movimento
ou não;
Utilizar o genograma para fazer
questionamentos, reconhecimento de
mudanças, identificação de possíveis
violências transgeracionais ou atuais;
Relatórios.
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Um relatório deve ser a expressão do trabalho realizado, do compromisso das
pessoas nele implicadas, das co-responsabilidades construídas, das competências
reveladas ou das dificuldades em reconhece-las e superá-las.
Quanto maior o nível de co-responsabilidades construídas, maior a possibilidade
da ampliação de condições para a reversão da situação que originou a medida
de proteção.
Esse estudo deve subsidiar o processo judiciário através de relatórios
periódicos mais completos, envolvendo toda a rede de serviços e pessoas
implicadas no mesmo, devendo ser considerado também a possibilidade
do envio de relatórios informativos mais sucintos, quando uma informação
pode ser relevante ao percurso desencadeado.
Ele deve ser também o equilíbrio da expressão
do cuidado com o tempo da criança/adolescente,
da família e da legislação nacional.
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O relatório sócio-psico é um dos meios mais importantes e
fundamentais de relação com o Poder Judiciário, que precisa ter
informações suficientes para melhor compreensão da situação
vivenciada pela criança, adolescente e as pessoas implicadas
em suas vidas.
É de muita responsabilidade o conteudo
construído e por isso mesmo ele precisa
ser a expressão de várias vozes, que
falam
de
diferentes
lugares,
possibilitando uma maior segurança no
momento de difíceis soluções.
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O trabalho de atenção a crianças e adolescentes e famílias é algo que
deve ser sistemático, processual e contínuo, pois são essas dimensões
que irão oportunizar uma constante avaliação das práticas das pessoas
envolvidas no processo e, conseqüentemente, a modificação de seus
hábitos e a interiorização das propostas.
A construção dessas propostas devem ser negociadas e
compartilhadas por toda a equipe, constituindo-se uma base
segura para o trabalho a ser realizado.
É a partir desta base que a intervenção se movimenta e se concretiza de formas
diferenciadas em razão das diferentes realidades postas
como desafio por cada criança, cada adolescente, cada família.
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Configura-se um trabalho complexo que articula, necessariamente,
a ação de diferentes sujeitos, em diversos âmbitos de intervenção
do Estado: articula a ação do executivo municipal, do judiciário e
do legislativo (em ações de cooperação e não de subordinação)
da sociedade: envolve a participação dos Conselhos de Direito e
Tutelar, das instituições sociais e empresariais, de profissionais de
diferentes áreas de atuação, de pessoas interessadas na questão
estabelecendo parcerias e construindo uma rede de
inclusão e de proteção social, em um trabalho
conjunto com as demais políticas setoriais.
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Essa co-presença de diferentes protagonistas
pertencentes a contextos institucionais
diversos, em interrelação permanente, requer
uma abordagem que precisa contemplar a
multiplicidade de sentidos e de significados
atribuídos por esses protagonistas às questões
que emergem em todas as etapas do processo.
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Existe a necessidade de trabalhar a VERDADE
com a criança e o adolescente, respeitando o
grau de entendimento de cada um.
A autoridade(*) é primordial na relação com seres
em condição peculiar de desenvolvimento.
(*) augere: significa fazer crescer
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Torna-se necessário conjugar
• o “tempo da criança”,
• o “tempo da família”
• a “legislação brasileira”.
A perspectiva do trabalho em rede pode oferecer maior
segurança para a importante tomada de decisão
- cada parte, de seu lugar, enriquece o todo no momento
dessa necessária conclusão garantindo sempre a excepcionalidade e a provisoriedade da
medida em relação ao superior interesse da criança e do
adolescente.
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Como promover o que consideramos o “bem estar
da criança” sem atropelar os direitos de seus pais?
Como promover a justiça social sem perpetuar a
violência simbólica embutida na história da nossa
legislação que, tradicionalmente, tem estigmatizado
pais pobres?
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Constatamos uma situação paradoxal em que o
princípio igualitário, aplicado a uma sociedade
de extrema desigualdade, tende a servir como
mecanismo ideológico que reforça a
desigualdade.
Claudia Fonseca
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“ que a solidez de nossas ações e a diversidade de
possibilidades, nos auxiliem a superar o difícil
caminho da decisão, para que esta decisão seja, se
possível, a melhor para todos, se não, que o seja
para a criança e para o adolescente”
(sonho da Equipe do SAPECA)
SEMINÁRIO CATARINENSE PRÓ-CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
Jane(te) Valente
Prefeitura Municipal de Campinas
Campinas/SP.
[email protected]
Florianópolis 2008
Download

O Acolhimento Familiar: conceituando e percorrendo trajetórias