1 JB NEWS Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal www.radiosintonia33 – [email protected] Informativo Nr. 1.101 Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Loja Templários da Nova Era nr. 91 Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC Florianópolis (SC) - sábado, 07 de setembro de 2013 Índice: Bloco 1 - Almanaque Bloco 2 - Opinião: Ir Milo Bazaga - Independência - 7 de Setembro Bloco 3 - IrMario López Rico - La masonería, Fernando VI y Fernando VII Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viegas Alves - Maçonaria e Utopia Bloco 5 - Ir Geraldo Fonseca - Independência não é triunfo de nulidades Bloco 6 - IrPedro Juk - Perguntas e Respostas ( Mudança de Estandarte ) Bloco 7 - Destaques JB - Hoje com os versos do Ir Adilson Zotovici intitulado "D. Pedro e a Maçonaria" Pesquisas e artigos desta edição: Arquivo próprio - Internet - Colaboradores – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Hoje, 07 de setembro de 2013, 250º dia do calendário gregoriano. Faltam 115 para acabar o ano. Dia da Independência do Brasil Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos 2 1 - almanaque Eventos Históricos Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas. 1159 - É eleito o Papa Alexandre III. 1764 - Stanislas Poniatowski, o protegido da Rússia, é eleito rei da Polónia. 1817 - Luísa de Hesse-Cassel, rainha-consorte da Dinamarca (m. 1898) 1822 o É declarada a Independência do Brasil em relação ao domínio de Portugal. o O Príncipe Regente é saudado em São Paulo como o primeiro Imperador do Brasil e executa o Hino da Independência. 1875 - Helena Petrovna Blavatsky funda a Sociedade Teosófica. 1884 - São libertados em Porto Alegre os últimos escravos da cidade. 1895 - Inauguração extra-oficial do Museu Paulista. 1907 - Viagem inaugural do transatlântico Lusitania. 1911 o O poeta francês Guillaume Apollinaire foi preso e posto na cadeia sob suspeita de roubo da Mona Lisa. o Fundação do Grêmio Esportivo Brasil, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. 1920 - Criação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a primeira universidade federal do país, pelo então presidente Epitácio Pessoa. 1922 - Primeira transmissão de rádio no Brasil, com discurso do presidente Epitácio Pessoa. 1936 - Benjamim, o último lobo-da-tasmânia, morre, e a espécie se extingue, no zoológico de Hobart. 1949 - Fundação oficial da República Federal da Alemanha. 1953 - Nikita Khrushchev é eleito secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética. 1961 - Toma posse o presidente brasileiro João Goulart e inicia-se o primeiro regime parlamentarista no país. 1963 - She Loves You, a canção dos Beatles que mais vendeu até hoje no Reino Unido, chega ao "top 1" nas paradas de sucesso britânicas. 1969 - Libertado o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick e os 15 presos políticos (v. Anos de chumbo). o É criada a Federação Internacional das Associações Vexilológicas no Terceiro Congresso Internacional de Vexilologia. 1974 - Celebrados os Acordos de Lusaka entre o governo português e a FRELIMO, que terminaram a Luta Armada de Libertação e que levaram à Independência de Moçambique. 1977 - Assinado o Tratado Torrijos-Carter sobre o Canal do Panamá. 1979 - Início das transmissões da emissora norte-americana ESPN. 1996 - Inaugurado o monumento em memórias às vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás 3 feriados e eventos cíclicos Brasil Dia da Independência do Brasil ou Dia da Pátria. Moçambique Dia da Vitória, em Moçambique. Portugal Feriado Municipal no concelho de Arganil. Feriado Municipal no concelho de Faro. Feriado Municipal no concelho de Vendas Novas. fatos maçônicos do dia (Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal) 1734 O jornal inglês Saint James Evening Post noticia que, na França, muitas pessoas de destaque, entre elas Montesquieu, foram recebidas "na mui antiga e honorável Sociedade" dos Maçons . Independência do Brasil. Acontecimento ligado à Maçonaria brasileira. Ato 1822 pelo qual o Brasil desligou-se oficialmente do Império Colonial Português, instituindo uma monarquia constitucional. Ao lado a bandeira do Império Brasileiro (1822 a 1889) 1911 Fundação da Loja Maçônica "Sete de Setembro II" em Cabedelo, sob a jurisdição do GOB. 1922 Nascimento de Alberto Mansur, fundador da Ordem DeMolay. 1935 Fundação da Loja Maçônica Spartanos nr. 85 em Juazeiro - CE 1936 Criação do Boletim da Loja Evolução, para divulgar a Cultura Maçônica. 1965 Instalado o Grande Oriente Estadual do Maranhão, federado ao GOB 1997 Fundação da Loja Maçônica Acácia Penapolense, de Penápolis, da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo. 4 2 - OPINIão - Independência 7 de Setembro Ir Milo Bazaga INDEPENDÊNCIA 7 DE SETEMBRO ―Ano a ano, em setembro, nós do Brasil, nos lembramos das lutas desenvolvidas por Maçons como Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrada e Silva, que culminaram com a Independência de nossa Pátria, a sete de setembro de 1822‖. Falar em 7 de setembro de 1822 é falar na Maçonaria, é falar no passado, é falar no desprendimento, na abnegação, no trabalho fecundo, silencioso, porem sempre altruístico de todos quanto no passado como no presente, tiveram e leem a ventura de pertencer a tão sublime e nobre instituição. A Maçonaria, cuja origem se encontra a um passado pré-histórico, surgiu com os primeiros anseios do homem, com seus primeiros ideais de Liberdade, com as suas primeiras reivindicações de consciência. Lutou sempre a Maçonaria por estes ideais, de viseira erguida, com desassombro, com desprendimento, com altivez. No Brasil, no final do século 18 em Minas Gerais, onde o sentimento de liberdade tomava vulto, já os sonhadores de uma Pátria livre cresciam, agitavam-se, espargindo a semente do desprendimento, do heroísmo, do sacrifício, fazendo crescer e fervilhar no íntimo de cada brasileiro a chama do progresso, o sentimento de Liberdade, o Idealismo de um Brasil maior, mais rico, mais desenvolvido, sobretudo mais Independente. E a mocidade que foi sempre, em todos os países, em todas as causas justas, nobres e arrojadas, a vanguardeira indomável, a mocidade. Repito, coube um papel importante nos fatos históricos da nossa extremada Pátria. 5 Estudando nas Universidades de Coimbra e de Montpelier viam-se jovens brasileiros ávidos de saber, plasmando seus caracteres nos turbilhões de sedento de liberdade, tendo exemplos edificantes nos fatos que desenrolavam, e tiveram alguns, anos depois, papeis transcendentes principal movimento históricos. estudantes um mundo então se no nosso Como não poderia deixar de ser, acompanhando de perto sentindo mais diretamente os acontecimentos, os jovens estudantes acalentavam, sonhavam poder, um dia, trabalharem pelo engrandecimento da Pátria, livrando-a da miséria que vivia, sendo tão rica. A ideia de seguirem o exemplo de outros povos faz com que os mais arrojados, os altivos, os mais desprendidos se unam para, com um só bloco, uma só cabeça, agirem no momento preciso. Já então pairava em todo o Brasil o espírito de revolta contra a prepotência, contra os desmandos, avolumando-se o desejo de emancipação a ideia de Independência. O Governo de metrópole fazendo-se surdo aos reclamos dos brasileiros, não compreendendo ou não querendo compreender, tomava medidas cada vez mais drásticas contra os que sonhavam com a Liberdade, por um Brasil maior. O sentimento de Independência avolumava-se cada vez mais. Inicialmente, em Minas Gerais, grandes números de homens notáveis de espíritos esclarecidos, de desprendimento incomensurável, associavam-se, reuniam-se para, com coragem, resolução e estoicismo, atirarem-se a luta. E três grandes homens, três poetas, três patriotas reuniram-se para levar avante seus sonhos de moços, seus ideais sacrossantos. Foram eles: Cláudio Manuel da Costa. Tomaz Antônio Gonzaga e Inácio José de Alvarenga Peixoto. A essa tríade de poetas, sonhadores, de homens de valor, aliou-se Barbara Heliodóra, esposa de Alvarenga Peixoto – Gloria e orgulho de mulher Brasileira. Aqueles vultos juntaram-se Dr. Domingos Vital Barbosa – Ten. Cel. Domingos de Abreu Vieira, os padres Manuel Rodrigues da Costa, José da Silva de Oliveira Rolim, Carlos Correia de Toledo e Cônego Luiz Vieira da Silva, Alferes de cavalaria Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes – figura central, homérica, altiva, máscula e singular. 6 Posteriormente, pode a conspiração – graças aos trabalhos e habilidades de Tiradentes contar com o concurso do Cel. Francisco de Paula Freire de Andrade, chefe da força pública, em cuja residência foram modificados os anos do levante. Também conseguindo a participação do Dr. José Alves Maciel numa de suas viagens ao Rio de Janeiro. O Visconde de Barbacena, encarregado da Fazenda Real, fora à Minas com ordens de arrecadar todas as dívidas em atraso, e diante de sua atitude intempestiva, sua falta de habilidade, cada vez mais aumentava a revolta contra a Metrópole. Com o aumento da revolta crescia o número de adeptos à causa da liberdade sonhada por esta plêiade de heróis, que a Pátria guardará sempre como um farol, um marco inicial de brasilidade. Mas, como em todas as ocasiões, em todos os movimentos há sempre uma figura indigna, um ser desprezível, um traidor, em suma este apareceu e foi como bem sabemos Joaquim Silvério dos Reis de triste memória. Tiradentes, descoberta a revolta, procurou inocentar seus companheiros, assumindo inteiramente a responsabilidade de todas as tramas. O que aconteceu em seguida, a Tiradentes todos nós sabemos, aos demais conspiradores foram prolatadas sentenças que variavam de acordo com a vontade dos ―Senhores Lobos Poderosos‖ de então. Nobres atitudes, Belos Desprendimentos, Heroicos Brasileiros. Há depois no Rio de Janeiro em 1794, outra Inconfidência, porém de maior importância, que mesmo assim levou à masmorra Silva Alvarenga, Maricá e outros. Poucos anos mais tarde, 1798 na Bahia, pouco conhecido movimento, a Inconfidência Baiana, encontrou adeptos que pagaram com a vida aos seus sonhos – os seus desejos de Liberdade, conforme se verifica pelas preciosas coleções de manuscritos originais existentes na Biblioteca Pública do Rio de Janeiro. Lendo este movimento sido idealizado e desenvolvido dentro da Loja Maçônica ―Cavalheiros da Luz‖. Assim surgiu o Areópago, as academias – ―Oficinas‖. ―Universidades‖, não eram mais que sociedades maçônicas, ou intimamente ligadas à Maçonaria. 7 Com toda a perseguição, precisaríamos de no mínimo (uma) hora para descrever os movimentos em prol a Liberdade. A Maçonaria precisava levar avante a sua intenção e necessário se tornava procurar um ponto de apoio mais, pra a sua propaganda. Joaquim Gonçalves Ledo procurou e conseguiu levar José Bonifácio de Andrade e Silva para dentro da Maçonaria. Com a fundação da Loja ―Comércio e Artes‖ cogitavam os Maçons fundar um Grande Oriente Maçom, o que conseguem em 28 de maio de 1822 numa assembleia presidida por Mendes Viana, sendo então seu primeiro Grão Mestre José Bonifácio de Andrade e Silva, 1º Vig\ Joaquim Gonçalves Ledo e Grande Orador o Cônego Januário da Cunha Barbosa. Os movimentos continuaram com estes na linha de frente. Destacados os emissários para serem os portadores dos despachos a ―Sua Alteza Real‖ seguem rapidamente ao encontro de D. Pedro e, de conformidade com o que diz a história ―as quatro e meia horas da tarde‖ do belíssimo sábado, de 07 de setembro encontram-no às margens do Ipiranga, fazendo-lhe entrega da correspondência. Lê o príncipe os despachos, inclusive carta de José Bonifácio. Sente-se que ele experimenta súbita e estranha emoção. Depois calmamente, entrega as cartas a seu ajudante, e diz a meia voz: ―Tanto sacrifício feito por mim, e pelo Brasil inteiro e não cessam de cavar a nossa ruína‖... E, num momento de alma. ―É preciso acabar com isto‖... Arranca a espada e grita: ―Independência ou Morte‖, como se gritasse ali para o Brasil Inteiro. A Maçonaria não é uma religião, é uma escola de moral. É, expressão elevada de moral, é o símbolo da pedra bruta, onde desbastamos as asperezas do nosso eu. 8 Agir com prudência, vigiar-se a si próprio, jamais fraquejar, sempre dominar-se, nunca ser dominado, guardar intactas as convicções hauridas – no estudo, na observação, no livre exame de todas as questões, não é problema fácil mesmo dentro do relativo de nossa precária e acidentada existência. Partidária do livre exame, admitindo que as verdades de hoje sejam os erros de amanhã, que é necessário acompanhar a ascensão do progresso humano, sempre visando a crescente dignificação da personalidade humana pelo estudo e pelo trabalho, é a Maçonaria opositora de exclusivismo, adversária do despotismo, inimiga jurada das Tiranias. Hoje como ontem, amanhã como hoje, a Maçonaria trabalha sempre, sem desfalecimento, sem tristezas, por um Brasil mais forte, mais unido, mais coeso. O trabalho dos antigos Maçons foi imenso! Legaram-nos uma Pátria livre e independente e, hoje, com os olhos fitos no futuro, pedimos sempre ao G\A\D\U\, que nos guie e ilumine no sentindo de não desmerecermos do passado glorioso que nos foi legado e que nossos filhos possam orgulhar-se do legado que lhes deixarmos. No presente, como no passado, efetivamente assim foi o procedimento da Maçonaria tanto que lhe cabe a Glória de ter fundado a Nacionalidade de um dos maiores Países do Mundo. O nosso amado e glorioso Brasil. ―Ano a ano, em setembro, nós do Brasil, somos Lembrados das lutas desenvolvidas por Maçons como Gonçalves Ledo, José Bonifácio, e que culminaram com a Independência de nossa Pátria a sete de Setembro de 1822‖. Vamos rever com carinho nossos conceitos. TFA MM Milo Bazaga GLMMG – REAA Bibliografia: A Maçonaria na Independência do Brasil, de Manuel Rodrigues Ferreira. A Maçonaria e a Independência do Brasil. A. Tenório D’Albuquerque. Manual do Mestre Maçom de M. Gomes - P\G\M\ - Editora Aurora 9 3 - mario lópez rico La Masonería, Fernando VI y Fernando VII O Ir Mario López Rico * da Loja Renascimento, 54 de La Coruña, escreve todos os sábados neste espaço La masonería, Fernando VI y Fernado VII Fernando VI y VII fueron dos reyes españoles cuyos reinados se corresponde con la siguiente cronología: Fernando VI (9 de julio de 1746 – 10 de agosto de 1759), Fernado VII (19 de marzo de 1808 — 6 de mayo de 1808). Lo primero de lo que cual nos damos cuenta es que sus reinados no fueron correlativos. Si queremos ser exactos con la historia podemos decir que Carlos III y Carlos IV reinaron de por medio y, que tras la ocupación de España por Napoleón, Fernando VII fue sustituido por Jose I durante una serie de años. Los datos superiores son interesante para nosotros ya que Fernando VI emitió un edicto contra la Orden masónica, con la Fernando VI llegada de los franceses hubo una recuperación y tras el regreso de Fernando VII volvió a perseguirse la Orden en España pero con otras ideas, pues, como ya dijimos en el número anterior de esta serie publicada en el JBNews del 29 de agosto de 2013, Número 1.093, la Inquisición estaba en su declive. El 2 de julio de 1751, en Aranjuez, el entonces rey Fernando VI, publica el siguiente edicto contra la Masonería, reproducido en el español de la época: ―Hallándome informado de que la invención de los que se llaman FrancMasones es sospechosa a la Religión y al Estado, y que como tal está prohibida por la Santa Sede debaxo de Excomunión, y también por las leyes de estos Reynos, que impiden las Congregaciones de muchedumbre, no constando sus fines, e institutos a su Soberano: He resuelto atajar tan graves inconvenientes con toda mi autoridad; y en su consecuencia prohíbo en todos mis Reynos las Congregaciones de los Franc-Masones, debaxo de la pena de mi Real Indignación, y de las demás que tuviese por conveniente imponer a los que incurrieren en esta culpa: Y mando al Consejo que haga publicar esta prohibición por Edicto en estos mis Reynos, encargando en su observancia, al zelo de los Intendentes, Corregidores y Justicias, asseguren a los contraventores, dándoseme cuenta de los que fueren por medio del mismo Consejo, para que sufran las penas que merezca el escarmiento: En inteligencia de que he prevenido a los Capitanes Generales, a los Gobernadores de Plazas, Gefes Militares e Intendentes de mis Exércitos, y 10 Armada Naval, hagan notoria, y zelen la citada prohibición, imponiendo a cualquiera Oficial, o Individuo de su jurisdicción, mezclado o que se mezclare en esta Congregación, la pena de privarle y arrojarle de su empleo con ignominia. Tendráse entendido en el Consejo, y dispondrá su cumplimiento en la parte que le toca1‖. La represión de la masonería en el reinado de Fernando VII paso de un matiz religioso a un matiz político, en realidad común a la sufrida por los afrancesados y liberales, tildados en muchas ocasiones de forma indiscriminada de masones. Durante el periodo de control Napoleónico de España bajo el reinado de Jose I (hermano de Napoleón), la masonería fue consentida en España y al regreso de la realeza española, anclada en los sistemas antiguos de poder, la masonería que defendía una apertura y unas libertades pasó a ser un peligro para los nobles. En pocas palabras, podemos decir que la masonería se identifica con el liberalismo. La Inquisición al servicio del rey Fernando VII, destacaba por encima de todo la Fernando VII voluntad de represión de cuantas personas o grupos participaron con fines más o menos reformadores o liberales. Si el lector recuerda la entrada anterior de esta serie publicada en el número del día 31 de agosto de 2013, la inquisición comenzó a decaer y termino por desaparecer en su reinado. Una carta manuscrita del propio rey, fechada el 19 de noviembre de 1817, y dirigida a Francisco Eguía2,nos da una idea perfecta de lo que el rey pensaba sobre la masonería. “Eguía; no habiendo la menor duda en que se hallan establecidas las Logias Francmasónicas en las ciudades de Cádiz, Coruña, Córdoba, Málaga, Murcia, Valencia, Granada, Cartagena, Valladolid, Zaragoza y las villas de Bilbao y esta Corte, como igualmente que muchos de sus individuos pertenecen a la clase militar; conviene que con la mayor reserva de las órdenes más estrechas y terminantes a las personas que merezcan tu confianza en cada uno de los puntos referidos, con especial encargo de que te den cuenta de todo lo que puedan indagar acerca de este asunto, para mi soberana resolución». En sus Papeles, por otro lado, hay listas de militares, eclesiásticos, letrados y empleados civiles, con nombres y apellidos aparte de sus nombres simbólicos. Se trata de más de mil quinientos personajes sospechosos, que ocupaban puestos claves en la milicia o en la burocracia hasta 1823.” 1 Fuente: Archivo Histórico Nacional, Madrid, Osuna, 3117; Consejos, Alcaldes de Casa y Corte, año 1751, fols. 314315; Consejos, libro 1480, fols.355-6; libro 1516, núm. 66 (Suplemento a la Novísima Recopilación). 2 Francisco Ramón de Eguía y López de Letona (Durango, Vizcaya, 5 de marzo de 1750 - Madrid, 6 de enero de 1827) fue un militar y político español, I conde del Real Aprecio. Opuesto a las Cortes de Cádiz, participó en ellas como diputado suplente por Vizcaya, aunque rara vez intervino en los debates. Defendió la causa absolutista, se resistió a firmar la constitución y estuvo presente en 1814 en el primer gabinete del rey Fernando VII como Secretario de Guerra. En este puesto se encargó de organizar la represión. 11 Lo primero que hizo el Rey a su regreso a España fue dictar normas y edictos con el claro fin de restaurar el absolutismo en su reino. Una muestra la podemos leer en el Real Decreto del 24 de Mayo de 1814 donde prohibía toda asociación clandestina y, la masonería, fue incluida, por supuesto, entre ellas. En ese decreto, como no podía ser de otra manera, el propio Rey pedía a las entidades religiosas todo su apoyo para erradicar estas asociaciones malignas para la sociedad y la religión. Bien es verdad que la represión de 1814 no se refiere solo a la masonería, como hemos dicho, pero la represión antimasónica se agudizó de forma mucho más completa y sistemática. Se confeccionaron listas completas de nombres de militares, eclesiásticos y empleados que, acusados de haber pertenecido a sociedades prohibidas se habían señalado por sus ideas o sus acciones, acusándoles a la mayor parte de ellos de estar en relación con la masonería. El 6 de diciembre de 1823, el rey promulgaba un decreto en el que se señalaba que «una de las principales causas de la revolución en España y en América, y el más eficaz de los resortes que se emplearon para llevarla adelante habían sido las Sociedades secretas, que bajo diferentes denominaciones se habían introducido de algún tiempo a esta parte entre nosotros frustrando la vigilancia del Gobierno, y adquiriendo un grado de malignidad, desconocido aun en los países de donde tenían su primitiva procedencia. Por lo tanto, convencido mi Real ánimo de que para poner pronto y eficaz remedio a esta gravísima dolencia moral y política no alcanzaban algunas determinaciones de nuestras leyes, dirigidas a ocultar el daño, y que por lo menos era necesario ampliarlas o contraerlas a las circunstancias en que nos encontrábamos, redoblando las preocupaciones para descubrir las referidas Asociaciones y sus siniestros designios, quise que el Consejo con antelación a cualquiera otro negocio, se ocupase de éste». El año 1824 fue prolífico en cuanto a legislación antimasónica: El 11 de julio fue destituido de la Secretaría de Estado el Conde de Ofelia, acusado de relacionarse con con las sectas secretas. El 1 de agosto, una Real Cédula, prohibía para siempre en España e Indias las sociedades de francmasones y otras cualesquiera secretas. El 9 de octubre, otra Real Cédula, prevenía que en adelante ―los francmasones, comuneros y demás sectarios» debían ser considerados como enemigos del altar y del trono, quedando sujetos a las penas de muerte y confiscación de bienes” Todavía en 1828 el ministro Calomarde, privaba de sus grados y honores a los que en la época constitucional habían pertenecido a sociedades secretas. Varios fueron los edictos, reales órdenes, circulares y reales cédulas que, en este año de 1824 y siguientes, se expidieron relativas a la persecución de la masonería y de sus afiliados. Con lo cual podemos afirmar que los reinados absolutistas de Fernando VI y Fernando VII fueron muy peligrosos para los hermanos masones. Fuentes: Archivo Histórico Nacional Manuel Moreno Alonso, ―La represión de la masonería por Fernando VII 12 Sobre el autor V.·. H.·. Mario López Rico Iniciado en la Logia Renacimiento 54 – Oriente de La Coruña – España en el 2007, alcanza el grado de Maestro el 22 de Abril de 2010 y, por elección de sus hermanos, tiene el honor de presidir la logia en el curso masónico 2012-2013. Actualmente es también Maestro de la Marca, Compañero del Santo Arco Real de Jerusalem y Nauta del Arca Real, además de formar parte de una Logia de Perfección del Supremo Consejo para el Grado 33 de España. Coordina, junto con dos hermanos de su logia madre, la revista “Retales de Masonería” editada (en español) mensualmente y de distribución libre, en la cual colabora el V.·. H.·. Aquilino R. Leal, colaborador también de la JB News Contacto: [email protected] 13 4 - maçonaria e utopia Ir José Ronaldo MAÇONARIA E UTOPIA Irm.‘. José Ronaldo Viega Alves [email protected] Loja Saldanha Marinho, ―A Fraterna‖ Oriente de S. do Livramento – RS. ―A sociedade que não é capaz de produzir uma utopia para o mundo, e de sacrificar-se por ela, está ameaçada de esclerose e de ruína. A sabedoria para a qual não existem quaisquer fascinações aconselha-nos uma felicidade dada, acabada; o homem rejeita esta felicidade, e é justamente esta rejeição que faz dele uma criatura histórica, ou seja, um partidário da felicidade imaginada.‖ (E. M. Cioran) INTRODUÇÃO Vivemos tempos de liquidez nas relações sociais. Tempos de exclusões sociais, da exacerbação da violência, e onde cada vez mais, o egoísmo toma conta das mentes das pessoas. A verdade é a seguinte: ―Quanto mais queremos, mais vazios nos sentimos, e quanto mais vazios nos sentimos, mais frustrados nos tornamos.‖ Por outro lado, também estamos vivenciando uma época única, esta que se chama de ―alta modernidade‖, onde a internet, as redes sociais e outras ferramentas potencializam nossos discursos e ações, mas, que ainda não estamos digerindo muito bem, pois, conforme o filósofo Pierre Lévy: ‖é um campo de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e parcialmente indeterminado.‖ Enquanto isso, velhas questões envolvendo as liberdades, a solidariedade, a convivência pacífica entre os povos, a ordem política ideal, ou a busca do ser humano justo e perfeito, parecem que vão ficando cada vez mais fora de moda, quando não são relegadas de vez ao terreno das utopias. Ou será que não é bem assim? O ideal de uma sociedade melhor e de uma humanidade mais feliz faz parte do nosso imaginário. Desde a Antiguidade, podemos dizer que o homem vem perseguindo esse ideal. Perpassa tanto a mente do homem comum, como povoa também muitas insônias dos pensadores, dos cientistas sociais, dos poetas e dos filósofos. Um exemplo do que foi um ideal utópico na antiguidade, ou seja, a igualdade entre os sexos, somente nos últimos tempos obteve significativos avanços e agora já pode, pelo menos, em determinadas partes do mundo, ser considerado uma realidade. Ou seja, um dia no passado distante era somente sonho. Os Maçons, a partir do momento que optaram pela denominação de construtores sociais, usando dos conhecimentos basilares da Ordem, mantiveram e reforçaram suas esperanças em acreditar que, por intermédio, das suas próprias transformações e aperfeiçoamentos, podem e devem modificar este mundo que está aí, para melhor. A Maçonaria está fundamentada na idéia arquetípica de uma 14 organização social e política perfeita. Utópico? Conforme o Irmão José Carlos Pacheco: ―A ideologia maçônica moderna, pois, é a tentativa de adaptação que a Sublime Ordem ofereceu para criar um novo ambiente social. (...) Além do caráter popular e revolucionário, há outros traços característicos que distinguem as ideologias maçônicas modernas. Em primeiro lugar, os objetivos aos quais se dirigem são tipicamente utópicos e apocalípticos. (...) A segunda característica dos ideólogos maçônicos modernos é seu hábito de pensar em termos simplificados, como por exemplo: Maçom e profano, perfeito e imperfeito. Este é o corolário natural do sintoma do utopismo básico, no qual a Maçonaria não mergulhou porque a Sublime Ordem não poderia ficar exposta a objetivos inflexíveis, porque estes transformar-se-iam em irresistíveis na opinião e na confiabilidade pública, emergindo a partir daí suspeitas sinistras de mitos e lendas de uma sociedade tida e havida como secreta. (...) Nós - os Maçons - lutamos pelos interesses de toda a humanidade, enquanto os políticos não Maçons apóiam, por egoísmo ou ignorância, interesses minoritários e sacrificam o bem-estar geral. (...) A terceira e última característica das ideologias maçônicas modernas deve também ser considerada, embora não seja tão geral quanto as duas já mencionadas. Até o fim do século XIX e entrada do III milênio, os movimentos ideológicos maçônicos foram bem sucedidos porque extraíram grandes forças do otimismo extremo de opiniões a respeito do progresso humano, com base na escola positivista de Auguste Comte e Saint Simon que desenvolveram.‖ Pergunto: O conjunto de propósitos implícitos na Maçonaria, no que ela possui de mais tradicional, pode ou não ser considerado utópico? E a utópica perfeição? De antemão, comunico que não levarei o assunto aqui proposto para o universo da religião, pois, implicaria em discussões afetas ao campo da Teologia, como a idéia de um paraíso perdido (aquele de onde o homem teria sido expulso um dia), ou ainda a idéia de um paraíso a ser recuperado numa outra vida, além de outras abordagens várias, que invocariam a idéia de um Éden social. O QUE SÃO UTOPIAS? Basicamente, e na linguagem cotidiana, o termo significa fantasia, quimera, projeto cuja realização é impossível. Mas, para encontrar a definição que permita o seu entendimento do ângulo de fenômeno social, é fundamental que comecemos com a sua etimologia grega que seria ―lugar não existente‖, ―país que não se encontra em lugar algum‖. Há dezenas de autores e obras que abordaram o assunto a partir desse ponto de vista, mas, o conceito em si, só passou a existir mesmo, a partir do momento em que Thomas More publica em latim, em 1516, o livro onde é relatada a vida melhor que é levada pelos habitantes de uma ilha situada em algum lugar, a ilha de Utopia, de ―ou-topos‖, o não-lugar, o nenhures. Aí já está consolidada a idéia então, de que, essa vida melhor está contida num lugar que é parte alguma, ou lugar nenhum. Logo, alguém cuidou de aplicar o conceito a autores mais antigos, e aí ―A República‖ de Platão com sua ―pólis‖ ideal, passou a ser um dos sinônimos de projetos utópicos, assim como, poderíamos citar dentre aqueles mais clássicos, a ―Cidade do Sol‖ de Tomaso Campanella. Entre os tantos filósofos que abordaram o tema, Rousseau, falou da utopia do cidadão, do homem natural e que defende a causa da humanidade. É possível então, que a Maçonaria tenha bebido também desses autores e filósofos mais imaginativos e românticos? A imaginação utópica, e já foi dito antes, vem acompanhando o homem desde tempos, o que a faz paradoxalmente, estar em parte alguma e em toda parte. O que eu julgo, como sendo fundamental, para o que estamos tratando aqui, é 15 sabermos que a palavra “Utopia” costuma ser aplicada também para qualquer visão de uma sociedade melhor, sem que se leve em conta a questão da chance que ela possui de ser realizada. (grifo meu) Utopia pode ser, ainda, como sintetizou o autor polonês Alexander Swietochowski, um sinônimo de ideal moral e social, assim como, por extensão, é utópico todo aquele que percebe o mal e busca os meios para curá-lo. E ao falarmos em ideais morais e sociais, não nos ocorre imediatamente lembrarmos dos escopos da Maçonaria? A MAÇONARIA, O IDEÁRIO MAÇÔNICO E A RELAÇÃO COM AS UTOPIAS A Maçonaria tem sido assim definida: é uma Instituição composta de homens livres e esclarecidos, que visa o progresso contínuo. Possui um conhecimento eclético, pois, buscou nas mais variadas vertentes suas verdades e experiências, o que proporcionou um caráter universal a sua doutrina. Ela é iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista. A Maçonaria tem por fim combater a ignorância, e é uma escola não só de Moral, como também de Filosofia social e espiritual. Com certeza, o ideário maçônico possui em suas entranhas uma essência utópica. Ideal por definição é aquilo que somente existe na idéia, ou o que compreende o imaginário. Um conjunto de ideais é por dedução, um ideário. Ideal ainda pode ser definido como objetivo. Todo homem tem objetivos, sonhos e esperanças em realizá-los. A Maçonaria possui em seu ideário, a reunião dos homens de bons costumes, para incentivá-los na prática das virtudes e a cultivarem entre si, o amor fraternal. ―No preâmbulo da Primeira Constituição editada pela Grande Loja ficaram registrados de forma clara os princípios em que se baseia a ordem: ° A Maçonaria proclama, como sempre proclamou desde sua origem, a existência de um Princípio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo; ° A Maçonaria não impõe nenhum limite à livre investigação da Verdade, e é para garantir a todos essa liberdade que ela de todos exige tolerância; ° A Maçonaria é, portanto, acessível aos homens de todas as raças e de todas as crenças religiosas e políticas; ° A Maçonaria proíbe em suas Oficinas toda discussão sobre matéria partidária, política ou religiosa, recebe os homens qualquer que sejam as suas opiniões políticas ou religiosas, humildes, embora, mas livres e de bons costumes; ° A Maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas manifestações; ° É uma escola mútua que impõe este programa: obedecer às leis do País, viver segundo os ditames da honra, praticar a justiça, amar o próximo, trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano e para conseguir a sua emancipação progressiva e pacífica.‖ Também podemos considerar o seguinte: a busca da Igualdade entre os homens, da Fraternidade e da Liberdade, é o que dá realmente valor à vida. Uma humanidade mais feliz, onde o exercício da tolerância seja constante, para que não haja separação de raças, de credos, de nacionalidades e classes sociais, e onde esteja incluído, sobretudo, o amor. Esses são os objetivos da Maçonaria, e se o mundo não vivesse diariamente a falta disso tudo, não haveria razão para a Maçonaria existir. Quando começa a prevalecer a injustiça ao invés da justiça, o mal sobre o bem, o ódio sobre o amor, quando a sociedade decai e os seus valores se deterioram, os políticos se degeneram e, a maioria dos homens perde a fé, o terreno é fértil para o nascimento das utopias como perspectivas contrárias, assim como, florescem idéias sobre a construção de uma sociedade melhor. Por outro lado, se as lacunas permanecem, deixadas pelas promessas que o Estado não consegue cumprir, a 16 religião que tem o seu lado utópico também, acaba ganhando espaços, motivo pelo qual, vem sendo registrados um crescimento imenso dos grupos religiosos a nível mundial, e na maioria das vezes, fundamentalistas. Então, se a Maçonaria tem como objetivo ―tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à crença de cada um‖, se o homem-maçom tem como ideal a busca da perfeição (que é utópica?), então, a Maçonaria não é também utópica, pelo menos, em muito dos seus intentos? A associação dos homens que tem o nome de Maçonaria, visa estimular os seus adeptos na prática contínua dos mais elevados ideais. Os maçons estão ligados entre si por deveres comuns, e tem como finalidade suprema a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. Para alcançarem os seus objetivos, é que devem esclarecer aos homens, com o nobre intuito de prepará-los para uma emancipação progressiva e pacífica da Humanidade. OS PROBLEMAS DA SOCIEDADE MODERNA Hoje em dia, discute-se muito uma inversão de valores, uma ausência de educação, das normas de convivência, sem que se chegue a um consenso sobre o que fazer exatamente ou até mesmo mudar isso que vem se consolidando mais e mais: o cada um por si. A frase que um religioso citou outro dia em um programa de TV, deixou-me imerso em reflexões. A frase era: ―Hoje em dia amamos os objetos, e usamos as pessoas.‖ E aí eu pergunto: Para onde estamos caminhando? Leio no editorial de um grande jornal que: ‖Protestos espalham-se por países em crise econômico-financeira e onde a classe média e, mais ainda, os jovens, reclamam das dificuldades e da corrupção que os pressionam enquanto a pirâmide do mundo corporativo, governamental, bancário, e o ápice dos poderosos pouco sofrem, se é que sofrem. (...) Enfim, temos agora uma distopia – ao contrário das utopias – em que os jovens estão pouco acreditando nos sistemas estabelecidos. Precisamos de novas fórmulas para velhos problemas. Agora, o excesso de informação distrai, e a proliferação é tão grande que fica difícil verificar o que é relevante na sociedade...‖ É realmente, uma sociedade em crise, essa em que estamos vivendo. E certamente não podemos deixar que uma distopia tome o lugar da utopia. Não cabe então, à Maçonaria, ajudar a mudar esse cenário, que sabidamente, se nada for feito, somente tende a piorar? Numa injeção de projetos utópicos, alguns com certeza, num futuro se converterão em realidade. Mas, as sementes precisam ser plantadas. Ainda que Hobbes estivesse coberto de razão, ao fazer esta afirmação presente em sua obra denominada ―Leviatã‖: ― (...) os homens não tiram prazer algum da companhia dos outros (e sim, pelo contrário, um enorme desprazer), quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito.‖ Então, será que é possível surgirem novas utopias ou projetos utópicos, numa sociedade que caminha valorizando demais o ego, o ter em vez do ser? A história da humanidade vem comprovar que esse tipo de sonho está tão arraigado que nunca morre. E a Maçonaria não chegou onde chegou, promovendo mudanças à níveis mundiais, porque um punhado de homens acreditou em ideais, os mesmos que eram considerados utópicos por alguns, e plenamente alcançáveis por outros? A Maçonaria traz em seu âmago, as idéias sonhadas por muitos dos pensadores que imaginaram um dia a existência de uma ordem social e politicamente perfeita, ou no mínimo, os caminhos que apontam para se chegar até ela. O biólogo Edward O. Wilson, em sua obra mais recente depois de dissertar sobre a evolução e a conquista social da Terra, termina com esse parágrafo inteligente: ―Portanto, agora confessarei a minha própria fé cega. A Terra, no século XXI, poderá 17 ser transformada, se desejarmos, num paraíso permanente para os seres humanos; poderemos ao menos começar essa transformação para valer. Ainda infligiremos muito mais danos a nós e aos demais seres vivos pelo caminho, mas se adotarmos uma ética de simples decência com os outros, aplicarmos sistematicamente a razão e aceitarmos quem realmente somos, os nossos sonhos enfim se tornarão realidade.‖ Eu diria que a Maçonaria tem em suas fórmulas a essência do que foi dito acima, e claro um fé cega. A Maçonaria só precisa ser mais atuante do que vem sendo na atualidade. E AS CONTRADIÇÕES FILOSÓFICAS? Aristóteles apregoou a ―boa vida‖, e em sua obra ―Política‖, defendeu a idéia de que a ―pólis‖ (a cidade-estado grega) era o resultado natural de uma série de associações naturais, resultado de um processo de desenvolvimento, ―tão natural como a união do homem e da mulher – com o fim de preservar a espécie.‖ As considerações de Aristóteles fazem supor que a cidade é uma criação natural, que o homem é por natureza um animal social e que se um homem não se enquadrasse nesse perfil, ou seja, não fizesse parte de cidade alguma, seria um ser desprezível. Fica implícito que de todas as associações, a cidade é aquela que inclui todas as outras, e que o bem próprio visado por esta associação soberana é então, o ―bem soberano‖. Aristóteles consegue ver o homem como apto à vida em sociedade e isso como inerente a sua natureza. O filósofo Hobbes chegou à conclusão de que Aristóteles contemplou superficialmente a natureza humana. Disse Hobbes: ―se os homens se amassem reciprocamente graças a sua natureza, isto é, devido ao fato de serem homens, seria inexplicável por que não amam a cada semelhante de forma igual, já que todos são igualmente homens‖. O homem ―hobbesiano‖, conforme o exposto acima tenderia para a associabilidade ao invés da sociabilidade. Vejamos na sequencia, o que pensam e o que dizem os nossos Irmãos mais estudiosos, em momentos que deixam emergir questionamentos de natureza semelhante, e mantendo a utopia como pano de fundo. Em um artigo de autoria do Irmão Anatoli Oliynik é possível ler o seguinte excerto retirado por ele da obra de Jung, que é ―Psicologia e Alquimia‖, onde diz assim: ―Não nos devemos erguer sobre a terra com a ajuda de intuições ‗espirituais‘ e fugir da dura realidade, como frequentemente acontece com pessoas que são possuídas por brilhantes intuições. Nunca poderemos alcançar o nível de nossas intuições e não nos devemos, pois, com elas identificar. Só os deuses podem atravessar por cima da ponte do arco-íris. Os mortais devem conservar-se sobre a terra e estão sujeitos as suas leis. À luz as possibilidades reveladas pela intuição, o caráter telúrico do homem constitui certamente uma imperfeição, mas essa imperfeição é parte de nosso ser mais íntimo, de nossa realidade”. E prossegue Oliynik : ―Ao nível da experiência de Anankê - Necessidade – o que é preciso é que o homem pratique as virtudes naturais, também chamadas cardeais, de prudência, fortaleza ou coragem, de temperança e sabedoria ou justiça (são esses os fatores que tiram a maçonaria do rol dos utopistas). Sua anima é a Sophia e deve amá-la. Só então, poderá a esperança ajudá-lo. Só então, sem cair no precipício prenhe de desastres psíquicos, poderá alcançar a Cidade gloriosa que se ergue muito além do arco-íris.‖ 18 De um trabalho de autoria do Irmão Marcio Ailto Barbieri Homem, retiro as seguintes passagens: ―A utópica realização plena da dignidade da pessoa humana continua a ser incansavelmente buscada pelas relações sociais e jurídicas de grupos de nações e grupos de pessoas, mesmo que entre este último, conscientes de sua própria busca. Quanto à característica utópica desta busca, lembro-me vagamente das palavras de Galleano, que situa a utopia no horizonte de suas intenções. A cada dez passos que tenta aproximar-se desse horizonte, dez passos ele se afasta. Vinte passos, e vinte passos afastados. Pergunta-se: Mas, afinal, porque a busco? Qual o objetivo de sua existência, se já me convenci de que é inalcançável?‖ E responde-se: ‖Seu objetivo é exatamente este, obrigar-me a dar os passos.‖ CONCLUSÃO O desejo da utopia, poderá vir a transformar-se em algo mais preciso, em realidade? Ou o sonho utópico serve ao homem apenas como válvula de escape diante do triste panorama que se desenha diariamente a sua frente? A força que move a imaginação utópica do homem é a que fará também o homem ansiar para uma mudança, por uma transformação, e ainda, para que ele parta atrás da realização de algo mais concreto neste sentido. Depois de tudo o que vimos, creio que é possível elaborarmos duas perguntas cruciais, e que sirvam como objeto de reflexão para todos nós e para as quais cada um deverá tentar obter as melhores respostas: Com quanto de ideais utópicos cada um de nós adentrou na Maçonaria? Depois de tudo o que vivenciamos na Maçonaria, de tudo o que aprendemos para nos aperfeiçoamos, de tudo o que estamos exercitando em nosso dia-a-dia, o que restam exatamente daqueles ideais utópicos? Em um trabalho recente do Irmão José Antônio Pereira de Souza, ele diz em determinado momento: ―Terá o Homem-Maçom adquirido força de caráter voltada para um ideal elevado, ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade bem dirigida aos interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os traços de egoísmo e ambição, que se verdadeiramente postos em prática contribuirão para uma contínua transformação do Mundo para melhor? Lapidar a pedra bruta é adentrar no íntimo de cada um de nós mesmos. É buscar dentro de nossa alma a centelha divina do Grande Arquiteto do Universo que habita o nosso ser. Uma centelha divina e perfeita que o mundo profano esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e que somente com muito esforço, com a iniciação à vida maçônica poderemos fazer aflorar definitivamente. Desbastar a Pedra Bruta é caminhar para o amor fraternal, é ter a força interna para praticar a solidariedade humana, é ir ao encontro da pureza, da Luz, da verdade, dos três últimos degraus do trono do templo, que representam a evolução espiritual de todo Maçom.‖ Machiavelli estava certo: ―Os homens cometeram o erro de não saber quando limitar suas esperanças.‖ Emil Cioram também, pois, somos partidários sim, da felicidade imaginada. E ainda, como disse Bronislaw Baczko: ‖Quando os sonhos utópicos se acendem, ilumina-se o horizonte, horizonte de expectativas e de esperanças, coletivas ou individuais, eles dão uma luz nova à paisagem social.‖ 19 FONTES BIBLIOGRÁFICAS: Internet: ―O que é a Maçonaria em Rápidas Palavras?‖ consulta no Google ―A Dignidade da Pessoa Humana – Uma Visão Maçônica‖ – Irmão Marcio Ailto Barbieri Homem Disponível em: www.pedreiroslivres.com.br/?area = artigos/p10/19 ―Realidades e Utopias em Jung, Fausto e Maçonaria‖ – Irmão Anatoli Oliynik – Disponível em: www.samauma.biz/site/samauma/ao007junggoethe.html Livros: CADERNO DE PESQUISAS 19 – Editora maçônica ―A Trolha‖ Ltda. 2001 COELHO, Teixeira. ―O Que é Utopia? – Abril Cultural/Brasiliense 1980 GIRARDI, João Ivo. ―Do Meio-Dia à Meia-Noite - Vade-Mécum Maçônico‖ – Nova Letra Gráfica e Editora 2008 LAITMAN, Michael. ―A Revelação da Cabala‖ – Ed. Imago - 2008 LIMA, Carlos. ―Genealogia Dialética da Utopia‖ – Editora Contraponto- 2008 SANSÃO, Valdemar. ―O Despertar para a Vida Maçônica‖ – Editora Maçônica ―A Trolha‖ Ltda. 2005 SZACKI, Jerzy. ―As Utopias ou A Felicidade Imaginada‖ – Editora Paz e Terra – 1972 WILSON, Edward O. ―A Conquista Social da Terra‖ - Ed. Companhia das Letras - 2013 RITUAL E INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM DO R.‘.E.‘.A.‘.A – 20102013 – GORGS Revistas: VOZES MAÇÔNICAS - Edição Inaugural – Inverno 2013 - Editora Maçônica Ltda. Porto Alegre/RS FILOSOFIA – Ciência e Vida – n° 39 e n° 69 – Editora Escala O PESQUISADOR MAÇÔNICO - n° 13 – Maio/Junho 2013 20 5 - independência não é triunfo de nulidades Do Irmão Geraldo Fonseca (Barbacena - MG) INDEPENDÊNCIA NÃO É TRIUNFO DE NULIDADES. ―E agora, Padre Belchior? _ Se V.Alteza não se faz Rei do Brasil será prisioneiro das Côrtes e talvez deserdado por elas.Não há outro caminho senão a independência e a separação.‖ E agora, maçons do ano 2013? _Se não nos unirmos, se não lutarmos por nossos princípios e por nossa Pátria corremos o risco de sermos execrados pela história e desacreditados por nossos descendentes. Lançado recentemente, o livro 1889, do escritor paranaense Laurentino Gomes, exige leitura obrigatória daqueles interessados na sequencia dos fatos envolvendo a maçonaria em 1808, com a chegada de D. João VI ao Brasil e 1822, ano em que, D. Pedro I, o irmão Guatimozim e depois Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, tornou o dia 7 de setembro data cívica maior da história do Brasil Imperial. O Brasil República,´proclamada em 15 de novembro de 1889, EXIGE que a história e virtude cívica de seu povo sejam preservadas. Algumas de nossas Lojas maçônicas centenárias conservam, no acervo de suas bibliotecas, os Boletins do Grande Oriente do Brasil, do ano de 1922, e eles teem informações preciosas sobre o movimento da Independência. Tais boletins devem ser fonte de leitura e pesquisa constantes. Felizmente, sou membro de uma dessas Lojas. Vendo o descaso com que as autoridades de todos os níveis conduzem os festejos cívicos do sete de setembro, sinto o desrespeito à Pátria e o descaso à cidania. Constatar que muitos brasileiros ficarão presos em casa, com medo de que as atuais manifestações de rua, próprias da insatisfação com os rumos da política nacional, se transformem em balburdia e pancadaria, é renegar a Independência da 21 Brasil em detrimento da tirania da violência e de ideologia que prega o caos sob o manto do duvidoso. Esquecer ou deixar de lado as Solenidades Cívicas do sete de setembro, sob meu ponto de vista, é contribuir para a derrocada de valores essenciais à Democracia. Ciente de que devo cumprir meu dever de obreiro da arte real, lanço mão de alguns livros, leio textos sobre os Pródromos da Independência do Brasil e ouço, na voz do tempo, o grito louco de heróis que legaram sangue em defesa da honra, da Pátria e da Liberdade. A essses não se pode apenas erguer estátuas em praça pública; deles é preciso manter viva a chama do ideal pelo qual lutaram: ―Liberdade, ainda que Tardia‖. E quantos desses brasileiros são hoje esquecidos, sem que o reflexo de seus feitos sirvam de parâmetros para a juventude perdida em meio a tantas alternativas de desvirtuamento de costumes e de caráter. Quantos brasileiros são substituidos nos livros escolares por pseudo-heróis alienígenas sem nenhum lastro com o Brasil. Assim é que, para não ser apenas tambor a soar porque é oco, ouso lembrar, nessa semana da Pátria, de uma figura importante que vivenciou o 7 de setembro de 1822. O Padre Belchior Pinheiro de Oliveira nasceu em Diamantina-Minas Gerais, antigo arraial do Tijuco, na data de 8 de dezembro de 1775. Filho de Belchior Pinheiro de Oliveira e Floriana Rosa de Oliveira. Alguns biógrafos tratam-no como sobrinho de José Bonifácio; outros, como primo distante. Estudou no Seminário de Mariana(MG) e ordenou-se Padre em São Paulo.Com licença da ordem foi para Portugal onde bacharelu-se em Cânones pela Universidade de Coimbra. Em 4 de maio de 1814 tornou-se pároco da cidade de Pitangui-MG onde viveria e moreria em 12 de julho de 1856, aos 81 anos de idade, vítima de tuberculose. O Padre Belchior, por ser maçom, foi sepultado no adro da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Pitangui, em frente à porta principal, debaixo do penúltimo degrau da escadaria fronteira, conforme seu último desejo para ser pisado por todos. Consta ter sido pai de vários filhos com sua escrava.Ele foi político influente e vereador reeleito por váriol mandatos em Pitangui-MG. Importante ressaltar que o certo era o religioso ser sepultado dentro da igreja e ele ficou de fora, onde hoje uma placa o homenagea em nome de Pitangui, de Minas e do Brasil. Iniciado maçom, foi membro da Loja ―Distintiva‖, fundada em 1812 e adormecica em 1816. Dessa Loja faziam parte José Joaquim da Rocha,Luis Pereira eda Nóbrega, Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Silva e José Mariano Cavlacanti de Albuquerque. Com perseguição severa à maçonaria, os arquivos dessa Loja foram atirados no mar. Fundado o Grande Oriente do Brasil, em 1822, a ―Loja Comércio e Artes‖ deu origem às Lojas ―Esperança de Niterói‖ e ―União e Tranquilidade‖ compostas de pelo menos noventa maçons. Consta que o Padre Belchior, o irmão ―Sócrates‖, foi obreiro da Comércio e Artes ao lado dos religiosos Frei Santa Tereza de Jesus Sampaio, Cônego Januário da Cunha Barbosa e os padres Carlos Demicheles, Ferreira Pita e Carvalho Coleta. O Padre Belchior conferiu o Grau 18, do Capítulo Rosacruz, a José Bonifácio e, anos depois, foi Grande Secretário do Grande Oriente Brasileiro sob o Grão-Mestrado do Senador Vergueiro. Em 1823, Padre Belchior foi eleito deputado, por Minas Gerais, como membro da Assembleia Constituinte, dissolvida por D.Pedro I. Ao lado de José Bonifácio e seus irmãos Martim Francisco e Antônio Carlos, além de Francisco Gê Acaiaba Montezuma além de outros expoentes da maçonaria brasileira, o Padre acabou preso e deportado para a Europa donde retornou rumo a sua Paróquia em Pitangui-MG. Participou ativamente de uma revolta,circunscrita a Ouro Preto-MG, datata de 1831, reivindicando 22 o retorno de D. Pedro I ao Brasil. O Padre Belchior permaneceu por mais de 50 dias na cadeia local. Importante é saber que Padre Belchior foi amigo e mentor espiritual de D.Pedro I, a quem acompanhou em viagem a Ouro Preto no ano de 1822. O destaque maior de sua vida é que foi testemunha de todos os fatos ocorridos no dia 7 de setembro daquele ano, narrando-os da seguinte maneira: ― O Príncipe mandou-me ler alto as cartas trazidas por Paulo Bregaro e Antônio Cordeiro. Eram elas: uma instrução das Cortes , uma carta de D. João, outra da Princesa, outra de José Bonifácio e ainda outra de Chamberlain, agente secreto do Príncipe. As Cortes exigiam o regresso imediato do Príncipe, a prisão e processo de José Bonifácio; a Princesa recomendava prudência e pedia ao que o Príncipe ouvisse os conselhos de seu Ministro; José Bonifácio dizia ao Príncipe que só havia dois caminhos a seguir: partir para Portugal imediatamente e entregar-se prisioneiro das Cortes, como estava D.João VI, ou ficar e proclamar a Independência do Brasil, ficando seu Imperador ou Rei; Chamberlain informava que o partido de D.Miguel, em Portugal, estava vitorioso e que se falava abertamente na deserdação de D. Pedro em favor de D.Miguel; D. João VI aconselhava ao filho obediência à lei portuguesa. D. Pedro, tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papeis e, amarrotando-os, pisou-os, deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, abotoando-se e compondo a fardeta( pois vinha de quebrar o corpo à margem do Riacho Ipiranga, agoniado por uma disenteria, com dores, que o apanhara em Santos), virou-se para mim e disse: _ E agora , Padre Belchior ? _ E eu respondi prontamente: _Se V.Alteza não se faz rei do Brasil será prisioneiro das Cortes e talvez deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação. D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendome: Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me com despreso de Rapazinho e de Brasileiro. Pois verão agora quanto vale o Rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do Governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal! Respondemos imediatamente, com entusiasmo: - Viva a Liberdade, Viva o Brasil separado! Viva D. Pedro! O príncipe virou-se para seu ajudante de ordens e disse: - Diga a minha guarda que eu acabo de fazer a independência completa do Brasil. Estamos separados de Portugal. O tenente Canto e Melo cavalgou em direção a uma venda, onde se achavam quase todos os Dragões da guarda e com ela veio ao encontro do Príncipe, dando vivas ao Brasil independente e separado, a D. Pedro, e à Religião. O Príncipe, diante de sua guarda,disse então: Amigos, as Cortes portuguesas querem escravisar-nos e perseguem-nos. De hoje em diante nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais! E 23 arrancando do chapéu o laço azul e branco,decretado pelas Cortes, como símbolo da nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo: -Laço fora, soldados! Viva a Independência, a liberdade, e a separação do Brasil! Respondemos com um viva ao Brasil independente e separado, e um viva a D.Pedro! O Príncipe desembainhou a espada, no que foi acompanhado pelos militares; os paisanos tiraram os chapéus, e D.Pedro disse: - Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil! - Juramos, responderam todos! D. Pedro embainhou a espada, no que foi imitado pela guarda, pôs-se à frente da comitiva, e voltou-se, ficando em pé nos estribos: - Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte!...” Muito mais poderíamos acrescentar sobre episódios vários envolvendo a participação de autênticos maçons na considerada Independência do Brasil no dia sete de setembro de 1822, mas, passados quase duzentos anos, podemos admitir que temos uma Pátria livre ? Os grilhões da ignorância do fanatismo, da corrupção, da ganância pelo dinheiro e Poder ainda são forjados no seio da Nação brasileira. De cócoras como o Príncipe D. Pedro I, às márgens do Ipiranga, os brasileiros de hoje sentimos náuseas por disenteria causada pela falta de valores éticos. Manietados, claudicantes e sem um norte seguro clamamos nas ruas, em casa, nas escolas e onde estivermos por decência dos políticos que elegemos. Somos escravos de tempos modernos a nos hostilizar com a impunidade e beneplácito de leis protecionistas, premiando fascinoras e condenando o trabalhador e homem de bem a suportar o vilipêndio de nossa juventude, naufragada na droga, na insensibilidade e na carência de Deus e de valores. Nosso sistema de Saúde está carente de recursos, acomodações, médicos e técnicos, enquanto gastos exorbitandes são destinados a pomposos estádios onde o homem simples sequer pode pisar, torcer e gritar pelo gol. Na Escola, o professor está deixando de ser o Mestre, transmutado no subserviente do Estado a aceitar passivo agressões de todo gênero. Amontoados como se fossem fardos, os usuários do transporte diário padecem no preço, no atrazo e no desconforto. É preciso tomar as rédeas da besta, do baio ou de que cavalo for para buscar o caminho certo da verdadeira liberdade de nosso Brasil. É justa, decente e honesta qualquer manifestação contra os desmandos administrativos em todas as esferas do Poder Público, não bastando para isto as praças públicas, as Lojas Maçônicas e nossos lares. É preciso muito mais. É preciso coragem para admitir nossos erros na escolha dos mandatários de nossa Nação. É preciso consciência política. É necessário civismo, agora e sempre, não há outro caminho. 24 6 - Perguntas e Respostas Ir Pedro Juk Este bloco é produzido pelo Ir. Pedro Juk. Loja Estrela de Morretes, 3159 Morretes - PR mudança de estandarte Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Álvaro Gabriel D. Fonseca, Orador da Loja Apóstolos da Galileia, 2.412, GOB, sem declinar o nome do Rito, Oriente de Montes Claros, Estado de Minas Gerais. [email protected] [email protected] [email protected] Inicialmente, intercedemos desculpas por importuná-lo sobre o assunto abaixo e que não diz respeito à questão de ordem ritualística. Entretanto, cientes do seu conhecimento e da sua pronta disposição, encaminhamos nossa dúvida a seguir: O Estandarte da nossa Loja foi confeccionado há 25 anos e, em razão do tempo de uso e dos recursos (serigrafia, bordados e informática) da época, encontra-se totalmente desbotado e suas alegorias insuficientes e inadequadas para com o nosso Rito e os ensinamentos da Ordem. Com a participação de toda a Oficina, criamos um novo Estandarte, porém indagamos se existe alguma norma ou regulamento referente ao assunto, pois não consta das nossas orientações sobre a substituição do antigo, tendo em vista que o mesmo foi "sagrado/sacralizado" em tempos passados. 25 CONSIDERAÇÕES: Existe a questão da história da Loja e, por conseguinte, a descrição heráldica do respectivo Estandarte. Entendo que se houver alteração no conteúdo representativo do mesmo conforme aprovação pelo Quadro, essa informação detalhada deverá compor uma emenda na documentação da Ata de Fundação, informando a data, motivo da alteração e um documento descritivo do mesmo para fundamentar a alteração como composição da própria história da Loja. Entendo também que se existe alteração no Estandarte é o caso de substituição, não do elemento velho pelo novo, porém de um novo Estandarte alterado pelos motivos descritos na aprovação do mesmo. Assim como é o caso de um novo Estandarte, diferente do antigo há necessidade de sagração para lhe dar dignidade com símbolo da corporação. Quanto à norma ou regulamento o principal critério é acompanhar a arte ou ciência dos brasões nesse conjunto emblemático (heráldica). T.F.A. PEDRO JUK [email protected] JUNHO/2013 Na dúvida pergunte ao JB News ( [email protected] ) que o Ir Pedro Juk responde ( [email protected] ) Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja, Oriente, Rito e Potência. 26 7 - destaques jb JB News nr. 1.101 O tempo passa, o tempo voa.... Sessão Conjunta com palestra do Ir. Hercule Spoladore As Lojas ARBLSLédio Martins-35 e ARLS João Marcolino Costa, realizarão Sessão Conjunta, para a palestra do Ir.: Hercule Spoladore, em Grau de Aprendiz Maçom, no dia 23 do corrente, uma segunda-feira, às 20:00 hs, intitulada "Livros Malditos contra a Maçonaria", na ASJJ, na rua Célio Veiga 889, em Barreiros, São José-SC, presidida pelos VV.:MM.: Marco Antonio Vidal e Vitor de Oliveira. A nota vem assinada pelo Ir. Marco Antonio Vidal. antes , Vejam a única resposta acertadora, do desafio 1, enviada pelo Ir. Paulo Sergio da Silva Borges, obreiro da Loja Templários da Nova Era, de Florianópolis. O Ir. Paulo Sergio é engenheiro naval, matemático, professor da ufsc e pesquisador. Sua resposta chegou no dia 1º de de setembro e somente foi localizada nesta data: ----- Mensagem encaminhada de [email protected] ----Data: Sun, 01 Sep 2013 22:35:27 -0300 De: [email protected] Endereço para Resposta (Reply-To): [email protected] Para: [email protected] Sobre o "Desafio" do JB News 1094 - o problema da traça. 27 Quando colocados na vertical e com a lombada voltada para o observador, os livros (exceto se forem em hebraico), teem a 1a pagina aa direita e a ultima aa esquerda: (144)(143)...(2)(1) [Livro 1] (144)(143)...(2)(1) ... (144)(143)...(2)(1) [Livro 2] ... [Livro 9] No caso do desafio, supondo que as duas capas tambem sejam contadas como paginas, a traca ao iniciar na pagina 1 do Livro 1 em direcao aa pagina 144 do Livro 9 terah deixado de comer as paginas 2-144 do livro 1 e as paginas 1-143 do livro 9. Portanto, terah comido 9x144 - 143 - 143 = 1010 paginas. Se as capas nao forem contadas como sendo paginas, essa conta nao se altera, pois embora a traca tenha que comer as capas para atravessar de um livro para outro, a pergunta do problema referia-se a PAGINAS, e neste caso tambem as capas ficariam fora da contagem. Para retribuir, ofereco aa apreciacao dos charadistas 2 problemas, o primeiro medianamente facil e o segundo bem mais dificil. Aqui vao eles: 1) Tres meninas, cada qual acompanhada do respectivo pai, querem atravessar um rio. Dispoem de um bote que pode levar no maximo duas pessoas por vez. Mas as meninas sao timidas e nao ficam no bote ou nas margens junto com um ou dois pais estranhos, exceto se o seu proprio pai estiver presente. As meninas podem remar e tambem ficar sozinhas ou com outras meninas nas margens ou no bote. Como fazer para que os seis atravessem? 2) De doze moedas de mesmo valor e visualmente iguais, uma delas eh falsa e tem peso diferente das demais - eh mais leve ou eh mais pesada. Usando apenas uma balanca de dois pratos, descubra com 3 (tres!) pesagens qual a moeda falsa, e se ela eh mais leve ou mais pesada. ***** Por fim, uma curiosidade aritmetica: pegue o numero 142857 e multiplique separadamente por 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Observe o resultados das operacoes - nao sao casuais, ha razoes para tal. abs, Paulo S. 28 DESAFIO2 Aquilino R. Leal O nosso galinheiro aqui em Lima Duarte, Minas Gerais, tinha21 galináceos;para evitar o mau cheiro ele fica bem distante da casa e sem acesso aos três cachorros o que facilitou a entrada de um meliante que levou quatro galináceos numa dessas noites chuvosas. A pergunta, fácil por sinal: após a investida do malfeitor quantos galináceos passou a ter nosso galinheiro? Resposta: Na próxima sexta-feira; enquanto isso mande-nos tua resposta que a publicaremos no decorrer da semana. Este é mais um desafio enviado pelo Irmão Aquilino R. Leal que escreve todas as quartas-feiras e domingos para o JB NEWS. A resposta/solução juntamente com o enunciado, para reavivar a mente do leitor, será fornecida na próxima sexta-feira, prazo suficiente para pensar em uma. Tais desafios poderão ocorrer esporadicamente ainda que, no máximo, semanais. Pronto... Agora o Editor vai ter que quebrar a cabeça!! Os Painéis Jerônimo, mano; Muito gostoso o artigo do Kennyo sobre o que copiamos dos ingleses. Ele não é fácil... ( JB News edição 1.100) Aí me lembrei dos painéis que redesenhei para os Graus Simbólicos. Talvez ajude a explicitar o que ele disse. De qualquer forma, vão os desenhos para você usar onde quiser. Um grande abraço, JG Observação do JB News: Os painéis podem ser visualizados e vendidos no site www.artedaleitura.com Rádio Sintonia 33 e JB News. Música, Cultura e Informação o ano inteiro. Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal www.radiosintonia33.com.br 29 (Clique nos links) 1 - Para refletir e guardar http://www.youtube.com/watch?v=DrC_1HCKvuA&hd=1 Um TFA, Leonel Ricardo de Andrade [email protected] (34) 9926-0891 2 - Ser humano é isso. Temos tudo para mudarmos o mundo - depende só de nós. Assunto: ainda existem pessoas boas. http://www.youtube.com/watch?v=SmhcXEmYQTU 3 - Um dia na vida de quem esqueceu o smartphone Vale pra refletir. Clique aqui. 4 - O Guerreiro Silencioso - filme dublado http://www.filmesdoyoutube.com/?p=181 30 fechando a cortina O Irmão Adilson Zotovici da Loja Chequer Nassif-169 escreve todos os sábados neste espaço . DOM PEDRO e a MAÇONARIA Independência ou morte ! Bradou decidido o Regente ! Indicando ao povo um norte Que sôfrego, mas, brava gente ! Advindo de plano envolvente Da Sublime Ordem e no Senado, Dos irmãos, Bonifácio, Clemente, Ledo, Januário...o “Apostolado“ ! Interesses de lado a lado Com a prima Loja separada ! A Grão-Mestre foi empossado O então eleito irmão Andrada ! Ao iniciar pois, a jornada O sagaz chefe da Instituição Pela liberdade da Pátria Amada Levou Dom Pedro à iniciação ! 31 Piscar de olhos...e a exaltação ! A Grão-Mestre logo eleito Encheu-se pois de empolgação O Imperador pelo feito ! Mas inda que obreiro aceito E todo valor da Independência Por gesto injusto e imperfeito Toma tão vil providência! Declarando com veemência O encerramento da Maçonaria Decretando morte, sem clemência, Aos seus ativos em rebeldia ! Inopinados atos, que...utopia ! Quiçá receio em seu imo silente, De tão poderosa confraria Que fortalecida, breve, era emergente ! Adilson Zotovici ARLS Chequer Nassif-169