1
JB NEWS
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
www.radiosintonia33 – [email protected]
Informativo Nr. 1.101
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Florianópolis (SC) - sábado, 07 de setembro de 2013
Índice:
Bloco 1 - Almanaque
Bloco 2 - Opinião: Ir Milo Bazaga - Independência - 7 de Setembro
Bloco 3 - IrMario López Rico - La masonería, Fernando VI y Fernando VII
Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viegas Alves - Maçonaria e Utopia
Bloco 5 - Ir Geraldo Fonseca - Independência não é triunfo de nulidades
Bloco 6 - IrPedro Juk - Perguntas e Respostas ( Mudança de Estandarte )
Bloco 7 - Destaques JB - Hoje com os versos do Ir Adilson Zotovici intitulado "D. Pedro e a Maçonaria"
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br
Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião
deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Hoje, 07 de setembro de 2013, 250º dia do calendário gregoriano. Faltam 115 para acabar o ano.
Dia da Independência do Brasil
Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos
2
1 - almanaque
Eventos Históricos
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.




















1159 - É eleito o Papa Alexandre III.
1764 - Stanislas Poniatowski, o protegido da Rússia, é eleito rei da Polónia.
1817 - Luísa de Hesse-Cassel, rainha-consorte da Dinamarca (m. 1898)
1822
o É declarada a Independência do Brasil em relação ao domínio de Portugal.
o O Príncipe Regente é saudado em São Paulo como o primeiro Imperador do Brasil e
executa o Hino da Independência.
1875 - Helena Petrovna Blavatsky funda a Sociedade Teosófica.
1884 - São libertados em Porto Alegre os últimos escravos da cidade.
1895 - Inauguração extra-oficial do Museu Paulista.
1907 - Viagem inaugural do transatlântico Lusitania.
1911
o O poeta francês Guillaume Apollinaire foi preso e posto na cadeia sob suspeita de roubo
da Mona Lisa.
o Fundação do Grêmio Esportivo Brasil, em Pelotas, no Rio Grande do Sul.
1920 - Criação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a primeira universidade federal do
país, pelo então presidente Epitácio Pessoa.
1922 - Primeira transmissão de rádio no Brasil, com discurso do presidente Epitácio Pessoa.
1936 - Benjamim, o último lobo-da-tasmânia, morre, e a espécie se extingue, no zoológico de
Hobart.
1949 - Fundação oficial da República Federal da Alemanha.
1953 - Nikita Khrushchev é eleito secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética.
1961 - Toma posse o presidente brasileiro João Goulart e inicia-se o primeiro regime
parlamentarista no país.
1963 - She Loves You, a canção dos Beatles que mais vendeu até hoje no Reino Unido, chega ao
"top 1" nas paradas de sucesso britânicas.
1969 - Libertado o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick e os 15 presos políticos
(v. Anos de chumbo).
o É criada a Federação Internacional das Associações Vexilológicas no Terceiro Congresso
Internacional de Vexilologia.
1974 - Celebrados os Acordos de Lusaka entre o governo português e a FRELIMO, que
terminaram a Luta Armada de Libertação e que levaram à Independência de Moçambique.
1977 - Assinado o Tratado Torrijos-Carter sobre o Canal do Panamá.
1979 - Início das transmissões da emissora norte-americana ESPN.
1996 - Inaugurado o monumento em memórias às vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás
3
feriados e eventos cíclicos

Brasil
Dia da Independência do Brasil ou Dia da Pátria.

Moçambique
Dia da Vitória, em Moçambique.



Portugal
Feriado Municipal no concelho de Arganil.
Feriado Municipal no concelho de Faro.
Feriado Municipal no concelho de Vendas Novas.
fatos maçônicos do dia
(Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal)
1734 O jornal inglês Saint James Evening Post noticia que, na França, muitas pessoas de
destaque, entre elas Montesquieu, foram recebidas "na mui antiga e honorável
Sociedade" dos Maçons .
Independência do Brasil. Acontecimento ligado à Maçonaria brasileira. Ato
1822
pelo qual o Brasil desligou-se oficialmente do Império Colonial Português,
instituindo uma monarquia constitucional. Ao lado a bandeira do Império
Brasileiro (1822 a 1889)
1911 Fundação da Loja Maçônica "Sete de Setembro II" em Cabedelo, sob a jurisdição do
GOB.
1922 Nascimento de Alberto Mansur, fundador da Ordem DeMolay.
1935 Fundação da Loja Maçônica Spartanos nr. 85 em Juazeiro - CE
1936 Criação do Boletim da Loja Evolução, para divulgar a Cultura Maçônica.
1965 Instalado o Grande Oriente Estadual do Maranhão, federado ao GOB
1997 Fundação da Loja Maçônica Acácia Penapolense, de Penápolis, da Grande Loja
Maçônica do Estado de São Paulo.
4
2 - OPINIão - Independência 7 de Setembro
Ir Milo Bazaga
INDEPENDÊNCIA 7 DE SETEMBRO
―Ano a ano, em setembro, nós do Brasil, nos lembramos das lutas desenvolvidas por
Maçons como Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrada e Silva, que culminaram
com a Independência de nossa Pátria, a sete de setembro de 1822‖.
Falar em 7 de setembro de 1822 é falar na Maçonaria, é falar no passado, é falar no
desprendimento, na abnegação, no trabalho fecundo, silencioso, porem sempre
altruístico de todos quanto no passado como no presente, tiveram e leem a ventura de
pertencer a tão sublime e nobre instituição.
A Maçonaria, cuja origem se encontra a um passado pré-histórico, surgiu com os
primeiros anseios do homem, com seus primeiros ideais de Liberdade, com as suas
primeiras reivindicações de consciência.
Lutou sempre a Maçonaria por estes ideais, de viseira erguida, com desassombro, com
desprendimento, com altivez.
No Brasil, no final do século 18 em Minas Gerais, onde o sentimento de liberdade
tomava vulto, já os sonhadores de uma Pátria livre cresciam, agitavam-se, espargindo
a semente do desprendimento, do heroísmo, do sacrifício, fazendo crescer e fervilhar
no íntimo de cada brasileiro a chama do progresso, o sentimento de Liberdade, o
Idealismo de um Brasil maior, mais rico, mais desenvolvido, sobretudo mais
Independente.
E a mocidade que foi sempre, em todos os países, em todas as causas justas, nobres
e arrojadas, a vanguardeira indomável, a mocidade. Repito, coube um papel importante
nos fatos históricos da nossa extremada Pátria.
5
Estudando nas Universidades de Coimbra e de Montpelier viam-se jovens
brasileiros ávidos de saber, plasmando seus caracteres nos turbilhões de
sedento de liberdade, tendo exemplos edificantes nos fatos que
desenrolavam, e tiveram alguns, anos depois, papeis transcendentes
principal movimento históricos.
estudantes
um mundo
então se
no nosso
Como não poderia deixar de ser, acompanhando de perto sentindo mais diretamente
os acontecimentos, os jovens estudantes acalentavam, sonhavam poder, um dia,
trabalharem pelo engrandecimento da Pátria, livrando-a da miséria que vivia, sendo tão
rica.
A ideia de seguirem o exemplo de outros povos faz com que os mais arrojados, os
altivos, os mais desprendidos se unam para, com um só bloco, uma só cabeça, agirem
no momento preciso.
Já então pairava em todo o Brasil o espírito de revolta contra a prepotência, contra os
desmandos, avolumando-se o desejo de emancipação a ideia de Independência.
O Governo de metrópole fazendo-se surdo aos reclamos dos brasileiros, não
compreendendo ou não querendo compreender, tomava medidas cada vez mais
drásticas contra os que sonhavam com a Liberdade, por um Brasil maior.
O sentimento de Independência avolumava-se cada vez mais.
Inicialmente, em Minas Gerais, grandes números de homens notáveis de espíritos
esclarecidos, de desprendimento incomensurável, associavam-se, reuniam-se para,
com coragem, resolução e estoicismo, atirarem-se a luta.
E três grandes homens, três poetas, três patriotas reuniram-se para levar avante seus
sonhos de moços, seus ideais sacrossantos.
Foram eles: Cláudio Manuel da Costa. Tomaz Antônio Gonzaga e Inácio José de
Alvarenga Peixoto.
A essa tríade de poetas, sonhadores, de homens de valor, aliou-se Barbara Heliodóra,
esposa de Alvarenga Peixoto – Gloria e orgulho de mulher Brasileira.
Aqueles vultos juntaram-se Dr. Domingos Vital Barbosa – Ten. Cel. Domingos de Abreu
Vieira, os padres Manuel Rodrigues da Costa, José da Silva de Oliveira Rolim, Carlos
Correia de Toledo e Cônego Luiz Vieira da Silva, Alferes de cavalaria Joaquim José da
Silva Xavier o Tiradentes – figura central, homérica, altiva, máscula e singular.
6
Posteriormente, pode a conspiração – graças aos trabalhos e habilidades de
Tiradentes contar com o concurso do Cel. Francisco de Paula Freire de Andrade, chefe
da força pública, em cuja residência foram modificados os anos do levante. Também
conseguindo a participação do Dr. José Alves Maciel numa de suas viagens ao Rio de
Janeiro.
O Visconde de Barbacena, encarregado da Fazenda Real, fora à Minas com ordens de
arrecadar todas as dívidas em atraso, e diante de sua atitude intempestiva, sua falta de
habilidade, cada vez mais aumentava a revolta contra a Metrópole.
Com o aumento da revolta crescia o número de adeptos à causa da liberdade sonhada
por esta plêiade de heróis, que a Pátria guardará sempre como um farol, um marco
inicial de brasilidade.
Mas, como em todas as ocasiões, em todos os movimentos há sempre uma figura
indigna, um ser desprezível, um traidor, em suma este apareceu e foi como bem
sabemos Joaquim Silvério dos Reis de triste memória.
Tiradentes, descoberta a revolta, procurou inocentar seus companheiros, assumindo
inteiramente a responsabilidade de todas as tramas. O que aconteceu em seguida, a
Tiradentes todos nós sabemos, aos demais conspiradores foram prolatadas sentenças
que variavam de acordo com a vontade dos ―Senhores Lobos Poderosos‖ de então.
Nobres atitudes, Belos Desprendimentos, Heroicos Brasileiros.
Há depois no Rio de Janeiro em 1794, outra Inconfidência, porém de maior
importância, que mesmo assim levou à masmorra Silva Alvarenga, Maricá e outros.
Poucos anos mais tarde, 1798 na Bahia, pouco conhecido movimento, a Inconfidência
Baiana, encontrou adeptos que pagaram com a vida aos seus sonhos – os seus
desejos de Liberdade, conforme se verifica pelas preciosas coleções de manuscritos
originais existentes na Biblioteca Pública do Rio de Janeiro. Lendo este movimento sido
idealizado e desenvolvido dentro da Loja Maçônica ―Cavalheiros da Luz‖.
Assim surgiu o Areópago, as academias – ―Oficinas‖.
―Universidades‖, não eram mais que sociedades maçônicas, ou intimamente ligadas à
Maçonaria.
7
Com toda a perseguição, precisaríamos de no mínimo (uma) hora para descrever os
movimentos em prol a Liberdade.
A Maçonaria precisava levar avante a sua intenção e necessário se tornava procurar
um ponto de apoio mais, pra a sua propaganda. Joaquim Gonçalves Ledo procurou e
conseguiu levar José Bonifácio de Andrade e Silva para dentro da Maçonaria.
Com a fundação da Loja ―Comércio e Artes‖ cogitavam os Maçons fundar um Grande
Oriente Maçom, o que conseguem em 28 de maio de 1822 numa assembleia presidida
por Mendes Viana, sendo então seu primeiro Grão Mestre José Bonifácio de Andrade e
Silva, 1º Vig\ Joaquim Gonçalves Ledo e Grande Orador o Cônego Januário da Cunha
Barbosa.
Os movimentos continuaram com estes na linha de frente.
Destacados os emissários para serem os portadores dos despachos a ―Sua Alteza
Real‖ seguem rapidamente ao encontro de D. Pedro e, de conformidade com o que diz
a história ―as quatro e meia horas da tarde‖ do belíssimo sábado, de 07 de setembro
encontram-no às margens do Ipiranga, fazendo-lhe entrega da correspondência.
Lê o príncipe os despachos, inclusive carta de José Bonifácio.
Sente-se que ele experimenta súbita e estranha emoção.
Depois calmamente, entrega as cartas a seu ajudante, e diz a meia voz:
―Tanto sacrifício feito por mim, e pelo Brasil inteiro e não cessam de cavar a nossa
ruína‖... E, num momento de alma.
―É preciso acabar com isto‖...
Arranca a espada e grita:
―Independência ou Morte‖, como se gritasse ali para o Brasil Inteiro.
A Maçonaria não é uma religião, é uma escola de moral. É, expressão elevada de
moral, é o símbolo da pedra bruta, onde desbastamos as asperezas do nosso eu.
8
Agir com prudência, vigiar-se a si próprio, jamais fraquejar, sempre dominar-se, nunca
ser dominado, guardar intactas as convicções hauridas – no estudo, na observação, no
livre exame de todas as questões, não é problema fácil mesmo dentro do relativo de
nossa precária e acidentada existência.
Partidária do livre exame, admitindo que as verdades de hoje sejam os erros de
amanhã, que é necessário acompanhar a ascensão do progresso humano, sempre
visando a crescente dignificação da personalidade humana pelo estudo e pelo trabalho,
é a Maçonaria opositora de exclusivismo, adversária do despotismo, inimiga jurada das
Tiranias.
Hoje como ontem, amanhã como hoje, a Maçonaria trabalha sempre, sem
desfalecimento, sem tristezas, por um Brasil mais forte, mais unido, mais coeso.
O trabalho dos antigos Maçons foi imenso! Legaram-nos uma Pátria livre e
independente e, hoje, com os olhos fitos no futuro, pedimos sempre ao G\A\D\U\, que
nos guie e ilumine no sentindo de não desmerecermos do passado glorioso que nos foi
legado e que nossos filhos possam orgulhar-se do legado que lhes deixarmos.
No presente, como no passado, efetivamente assim foi o procedimento da Maçonaria
tanto que lhe cabe a Glória de ter fundado a Nacionalidade de um dos maiores Países
do Mundo.
O nosso amado e glorioso Brasil.
―Ano a ano, em setembro, nós do Brasil, somos Lembrados das lutas desenvolvidas
por Maçons como Gonçalves Ledo, José Bonifácio, e que culminaram com a
Independência de nossa Pátria a sete de Setembro de 1822‖.
Vamos rever com carinho nossos conceitos.
TFA
MM Milo Bazaga
GLMMG – REAA
Bibliografia:
A Maçonaria na Independência do Brasil, de Manuel Rodrigues Ferreira.
A Maçonaria e a Independência do Brasil. A. Tenório D’Albuquerque.
Manual do Mestre Maçom de M. Gomes - P\G\M\ - Editora Aurora
9
3 - mario lópez rico
La Masonería, Fernando VI y Fernando VII
O Ir Mario López Rico *
da Loja Renascimento, 54 de La Coruña,
escreve todos os sábados neste espaço
La masonería, Fernando VI y Fernado VII
Fernando VI y VII fueron dos reyes españoles cuyos reinados
se corresponde con la siguiente cronología: Fernando VI (9 de
julio de 1746 – 10 de agosto de 1759), Fernado VII (19 de
marzo de 1808 — 6 de mayo de 1808). Lo primero de lo que
cual nos damos cuenta es que sus reinados no fueron
correlativos. Si queremos ser exactos con la historia podemos
decir que Carlos III y Carlos IV reinaron de por medio y, que
tras la ocupación de España por Napoleón, Fernando VII fue
sustituido por Jose I durante una serie de años.
Los datos superiores son interesante para nosotros ya que
Fernando VI emitió un edicto contra la Orden masónica, con la
Fernando VI
llegada de los franceses hubo una recuperación y tras el
regreso de Fernando VII volvió a perseguirse la Orden en España pero con otras ideas,
pues, como ya dijimos en el número anterior de esta serie publicada en el JBNews del
29 de agosto de 2013, Número 1.093, la Inquisición estaba en su declive.
El 2 de julio de 1751, en Aranjuez, el entonces rey Fernando VI, publica el siguiente
edicto contra la Masonería, reproducido en el español de la época:
―Hallándome informado de que la invención de los que se llaman FrancMasones es sospechosa a la Religión y al Estado, y que como tal está
prohibida por la Santa Sede debaxo de Excomunión, y también por las leyes
de estos Reynos, que impiden las Congregaciones de muchedumbre, no
constando sus fines, e institutos a su Soberano: He resuelto atajar tan graves
inconvenientes con toda mi autoridad; y en su consecuencia prohíbo en
todos mis Reynos las Congregaciones de los Franc-Masones, debaxo de la
pena de mi Real Indignación, y de las demás que tuviese por conveniente
imponer a los que incurrieren en esta culpa: Y mando al Consejo que haga
publicar esta prohibición por Edicto en estos mis Reynos, encargando en su
observancia, al zelo de los Intendentes, Corregidores y Justicias, asseguren
a los contraventores, dándoseme cuenta de los que fueren por medio del
mismo Consejo, para que sufran las penas que merezca el escarmiento: En
inteligencia de que he prevenido a los Capitanes Generales, a los
Gobernadores de Plazas, Gefes Militares e Intendentes de mis Exércitos, y
10
Armada Naval, hagan notoria, y zelen la citada prohibición, imponiendo a
cualquiera Oficial, o Individuo de su jurisdicción, mezclado o que se mezclare
en esta Congregación, la pena de privarle y arrojarle de su empleo con
ignominia. Tendráse entendido en el Consejo, y dispondrá su cumplimiento
en la parte que le toca1‖.
La represión de la masonería en el reinado de Fernando VII
paso de un matiz religioso a un matiz político, en realidad
común a la sufrida por los afrancesados y liberales, tildados en
muchas ocasiones de forma indiscriminada de masones.
Durante el periodo de control Napoleónico de España bajo el
reinado de Jose I (hermano de Napoleón), la masonería fue
consentida en España y al regreso de la realeza española,
anclada en los sistemas antiguos de poder, la masonería que
defendía una apertura y unas libertades pasó a ser un peligro
para los nobles. En pocas palabras, podemos decir que la
masonería se identifica con el liberalismo. La Inquisición al
servicio del rey Fernando VII, destacaba por encima de todo la
Fernando VII
voluntad de represión de cuantas personas o grupos
participaron con fines más o menos reformadores o liberales. Si el lector recuerda la
entrada anterior de esta serie publicada en el número del día 31 de agosto de 2013, la
inquisición comenzó a decaer y termino por desaparecer en su reinado.
Una carta manuscrita del propio rey, fechada el 19 de noviembre de 1817, y dirigida a
Francisco Eguía2,nos da una idea perfecta de lo que el rey pensaba sobre la
masonería.
“Eguía; no habiendo la menor duda en que se hallan establecidas las Logias
Francmasónicas en las ciudades de Cádiz, Coruña, Córdoba, Málaga,
Murcia, Valencia, Granada, Cartagena, Valladolid, Zaragoza y las villas de
Bilbao y esta Corte, como igualmente que muchos de sus individuos
pertenecen a la clase militar; conviene que con la mayor reserva de las
órdenes más estrechas y terminantes a las personas que merezcan tu
confianza en cada uno de los puntos referidos, con especial encargo de que
te den cuenta de todo lo que puedan indagar acerca de este asunto, para mi
soberana resolución». En sus Papeles, por otro lado, hay listas de militares,
eclesiásticos, letrados y empleados civiles, con nombres y apellidos aparte
de sus nombres simbólicos. Se trata de más de mil quinientos personajes
sospechosos, que ocupaban puestos claves en la milicia o en la burocracia
hasta 1823.”
1
Fuente: Archivo Histórico Nacional, Madrid, Osuna, 3117; Consejos, Alcaldes de Casa y Corte, año 1751, fols. 314315; Consejos, libro 1480, fols.355-6; libro 1516, núm. 66 (Suplemento a la Novísima Recopilación).
2
Francisco Ramón de Eguía y López de Letona (Durango, Vizcaya, 5 de marzo de 1750 - Madrid, 6 de enero de
1827) fue un militar y político español, I conde del Real Aprecio. Opuesto a las Cortes de Cádiz, participó en ellas
como diputado suplente por Vizcaya, aunque rara vez intervino en los debates. Defendió la causa absolutista, se
resistió a firmar la constitución y estuvo presente en 1814 en el primer gabinete del rey Fernando VII como
Secretario de Guerra. En este puesto se encargó de organizar la represión.
11
Lo primero que hizo el Rey a su regreso a España fue dictar normas y edictos con el
claro fin de restaurar el absolutismo en su reino. Una muestra la podemos leer en el
Real Decreto del 24 de Mayo de 1814 donde prohibía toda asociación clandestina y, la
masonería, fue incluida, por supuesto, entre ellas. En ese decreto, como no podía ser
de otra manera, el propio Rey pedía a las entidades religiosas todo su apoyo para
erradicar estas asociaciones malignas para la sociedad y la religión.
Bien es verdad que la represión de 1814 no se refiere solo a la masonería, como
hemos dicho, pero la represión antimasónica se agudizó de forma mucho más
completa y sistemática. Se confeccionaron listas completas de nombres de militares,
eclesiásticos y empleados que, acusados de haber pertenecido a sociedades
prohibidas se habían señalado por sus ideas o sus acciones, acusándoles a la mayor
parte de ellos de estar en relación con la masonería.
El 6 de diciembre de 1823, el rey promulgaba un decreto en el que se señalaba que
«una de las principales causas de la revolución en España y en América, y el más
eficaz de los resortes que se emplearon para llevarla adelante habían sido las
Sociedades secretas, que bajo diferentes denominaciones se habían introducido de
algún tiempo a esta parte entre nosotros frustrando la vigilancia del Gobierno, y
adquiriendo un grado de malignidad, desconocido aun en los países de donde tenían
su primitiva procedencia. Por lo tanto, convencido mi Real ánimo de que para poner
pronto y eficaz remedio a esta gravísima dolencia moral y política no alcanzaban
algunas determinaciones de nuestras leyes, dirigidas a ocultar el daño, y que por lo
menos era necesario ampliarlas o contraerlas a las circunstancias en que nos
encontrábamos, redoblando las preocupaciones para descubrir las referidas
Asociaciones y sus siniestros designios, quise que el Consejo con antelación a
cualquiera otro negocio, se ocupase de éste».
El año 1824 fue prolífico en cuanto a legislación antimasónica:




El 11 de julio fue destituido de la Secretaría de Estado el Conde de Ofelia,
acusado de relacionarse con con las sectas secretas.
El 1 de agosto, una Real Cédula, prohibía para siempre en España e
Indias las sociedades de francmasones y otras cualesquiera secretas.
El 9 de octubre, otra Real Cédula, prevenía que en adelante ―los
francmasones, comuneros y demás sectarios» debían ser considerados
como enemigos del altar y del trono, quedando sujetos a las penas de
muerte y confiscación de bienes”
Todavía en 1828 el ministro Calomarde, privaba de sus grados y honores a
los que en la época constitucional habían pertenecido a sociedades
secretas.
Varios fueron los edictos, reales órdenes, circulares y reales cédulas que, en este año
de 1824 y siguientes, se expidieron relativas a la persecución de la masonería y de sus
afiliados. Con lo cual podemos afirmar que los reinados absolutistas de Fernando VI y
Fernando VII fueron muy peligrosos para los hermanos masones.
Fuentes:
Archivo Histórico Nacional
Manuel Moreno Alonso, ―La represión de la masonería por Fernando VII
12
Sobre el autor
V.·. H.·. Mario López Rico
Iniciado en la Logia Renacimiento 54 – Oriente de La Coruña – España en
el 2007, alcanza el grado de Maestro el 22 de Abril de 2010 y, por elección
de sus hermanos, tiene el honor de presidir la logia en el curso masónico
2012-2013.
Actualmente es también Maestro de la Marca, Compañero del Santo Arco
Real de Jerusalem y Nauta del Arca Real, además de formar parte de una
Logia de Perfección del Supremo Consejo para el Grado 33 de España.
Coordina, junto con dos hermanos de su logia madre, la revista “Retales de Masonería” editada
(en español) mensualmente y de distribución libre, en la cual colabora el V.·. H.·. Aquilino R.
Leal, colaborador también de la JB News
Contacto: [email protected]
13
4 - maçonaria e utopia
Ir José Ronaldo
MAÇONARIA E UTOPIA
Irm.‘. José Ronaldo Viega Alves
[email protected]
Loja Saldanha Marinho, ―A Fraterna‖
Oriente de S. do Livramento – RS.
―A sociedade que não é capaz de produzir uma utopia para o
mundo, e de sacrificar-se por ela, está ameaçada de esclerose e
de ruína. A sabedoria para a qual não existem quaisquer
fascinações aconselha-nos uma felicidade dada, acabada; o
homem rejeita esta felicidade, e é justamente esta rejeição que faz
dele uma criatura histórica, ou seja, um partidário da felicidade
imaginada.‖ (E. M. Cioran)
INTRODUÇÃO
Vivemos tempos de liquidez nas relações sociais. Tempos de exclusões
sociais, da exacerbação da violência, e onde cada vez mais, o egoísmo toma conta das
mentes das pessoas. A verdade é a seguinte: ―Quanto mais queremos, mais vazios nos
sentimos, e quanto mais vazios nos sentimos, mais frustrados nos tornamos.‖ Por outro
lado, também estamos vivenciando uma época única, esta que se chama de ―alta
modernidade‖, onde a internet, as redes sociais e outras ferramentas potencializam
nossos discursos e ações, mas, que ainda não estamos digerindo muito bem, pois,
conforme o filósofo Pierre Lévy: ‖é um campo de novas tecnologias intelectuais, aberto,
conflituoso e parcialmente indeterminado.‖
Enquanto isso, velhas questões envolvendo as liberdades, a
solidariedade, a convivência pacífica entre os povos, a ordem política ideal, ou a busca
do ser humano justo e perfeito, parecem que vão ficando cada vez mais fora de moda,
quando não são relegadas de vez ao terreno das utopias. Ou será que não é bem
assim?
O ideal de uma sociedade melhor e de uma humanidade mais feliz faz
parte do nosso imaginário. Desde a Antiguidade, podemos dizer que o homem vem
perseguindo esse ideal. Perpassa tanto a mente do homem comum, como povoa
também muitas insônias dos pensadores, dos cientistas sociais, dos poetas e dos
filósofos. Um exemplo do que foi um ideal utópico na antiguidade, ou seja, a igualdade
entre os sexos, somente nos últimos tempos obteve significativos avanços e agora já
pode, pelo menos, em determinadas partes do mundo, ser considerado uma realidade.
Ou seja, um dia no passado distante era somente sonho.
Os Maçons, a partir do momento que optaram pela denominação de
construtores sociais, usando dos conhecimentos basilares da Ordem, mantiveram e
reforçaram suas esperanças em acreditar que, por intermédio, das suas próprias
transformações e aperfeiçoamentos, podem e devem modificar este mundo que está
aí, para melhor. A Maçonaria está fundamentada na idéia arquetípica de uma
14
organização social e política perfeita. Utópico? Conforme o Irmão José Carlos
Pacheco: ―A ideologia maçônica moderna, pois, é a tentativa de adaptação que a
Sublime Ordem ofereceu para criar um novo ambiente social. (...) Além do caráter
popular e revolucionário, há outros traços característicos que distinguem as ideologias
maçônicas modernas. Em primeiro lugar, os objetivos aos quais se dirigem são
tipicamente utópicos e apocalípticos. (...) A segunda característica dos ideólogos
maçônicos modernos é seu hábito de pensar em termos simplificados, como por
exemplo: Maçom e profano, perfeito e imperfeito. Este é o corolário natural do sintoma
do utopismo básico, no qual a Maçonaria não mergulhou porque a Sublime Ordem não
poderia ficar exposta a objetivos inflexíveis, porque estes transformar-se-iam em
irresistíveis na opinião e na confiabilidade pública, emergindo a partir daí suspeitas
sinistras de mitos e lendas de uma sociedade tida e havida como secreta. (...) Nós - os
Maçons - lutamos pelos interesses de toda a humanidade, enquanto os políticos não
Maçons apóiam, por egoísmo ou ignorância, interesses minoritários e sacrificam o
bem-estar geral. (...) A terceira e última característica das ideologias maçônicas
modernas deve também ser considerada, embora não seja tão geral quanto as duas já
mencionadas. Até o fim do século XIX e entrada do III milênio, os movimentos
ideológicos maçônicos foram bem sucedidos porque extraíram grandes forças do
otimismo extremo de opiniões a respeito do progresso humano, com base na escola
positivista de Auguste Comte e Saint Simon que desenvolveram.‖
Pergunto: O conjunto de propósitos implícitos na Maçonaria, no que ela
possui de mais tradicional, pode ou não ser considerado utópico? E a utópica
perfeição?
De antemão, comunico que não levarei o assunto aqui proposto para o
universo da religião, pois, implicaria em discussões afetas ao campo da Teologia, como
a idéia de um paraíso perdido (aquele de onde o homem teria sido expulso um dia), ou
ainda a idéia de um paraíso a ser recuperado numa outra vida, além de outras
abordagens várias, que invocariam a idéia de um Éden social.
O QUE SÃO UTOPIAS?
Basicamente, e na linguagem cotidiana, o termo significa fantasia,
quimera, projeto cuja realização é impossível. Mas, para encontrar a definição que
permita o seu entendimento do ângulo de fenômeno social, é fundamental que
comecemos com a sua etimologia grega que seria ―lugar não existente‖, ―país que não
se encontra em lugar algum‖. Há dezenas de autores e obras que abordaram o assunto
a partir desse ponto de vista, mas, o conceito em si, só passou a existir mesmo, a partir
do momento em que Thomas More publica em latim, em 1516, o livro onde é relatada a
vida melhor que é levada pelos habitantes de uma ilha situada em algum lugar, a ilha
de Utopia, de ―ou-topos‖, o não-lugar, o nenhures. Aí já está consolidada a idéia então,
de que, essa vida melhor está contida num lugar que é parte alguma, ou lugar nenhum.
Logo, alguém cuidou de aplicar o conceito a autores mais antigos, e aí ―A República‖
de Platão com sua ―pólis‖ ideal, passou a ser um dos sinônimos de projetos utópicos,
assim como, poderíamos citar dentre aqueles mais clássicos, a ―Cidade do Sol‖ de
Tomaso Campanella. Entre os tantos filósofos que abordaram o tema, Rousseau, falou
da utopia do cidadão, do homem natural e que defende a causa da humanidade. É
possível então, que a Maçonaria tenha bebido também desses autores e filósofos mais
imaginativos e românticos?
A imaginação utópica, e já foi dito antes, vem acompanhando o homem
desde tempos, o que a faz paradoxalmente, estar em parte alguma e em toda parte. O
que eu julgo, como sendo fundamental, para o que estamos tratando aqui, é
15
sabermos que a palavra “Utopia” costuma ser aplicada também para qualquer
visão de uma sociedade melhor, sem que se leve em conta a questão da chance
que ela possui de ser realizada. (grifo meu) Utopia pode ser, ainda, como sintetizou
o autor polonês Alexander Swietochowski, um sinônimo de ideal moral e social, assim
como, por extensão, é utópico todo aquele que percebe o mal e busca os meios para
curá-lo. E ao falarmos em ideais morais e sociais, não nos ocorre imediatamente
lembrarmos dos escopos da Maçonaria?
A MAÇONARIA, O IDEÁRIO MAÇÔNICO E A RELAÇÃO COM AS UTOPIAS
A Maçonaria tem sido assim definida: é uma Instituição composta de
homens livres e esclarecidos, que visa o progresso contínuo. Possui um conhecimento
eclético, pois, buscou nas mais variadas vertentes suas verdades e experiências, o que
proporcionou um caráter universal a sua doutrina. Ela é iniciática, filosófica, filantrópica,
progressista e evolucionista. A Maçonaria tem por fim combater a ignorância, e é uma
escola não só de Moral, como também de Filosofia social e espiritual. Com certeza, o
ideário maçônico possui em suas entranhas uma essência utópica.
Ideal por definição é aquilo que somente existe na idéia, ou o que
compreende o imaginário. Um conjunto de ideais é por dedução, um ideário. Ideal
ainda pode ser definido como objetivo. Todo homem tem objetivos, sonhos e
esperanças em realizá-los. A Maçonaria possui em seu ideário, a reunião dos homens
de bons costumes, para incentivá-los na prática das virtudes e a cultivarem entre si, o
amor fraternal.
―No preâmbulo da Primeira Constituição editada pela Grande Loja ficaram registrados
de forma clara os princípios em que se baseia a ordem:
° A Maçonaria proclama, como sempre proclamou desde sua origem, a existência de
um Princípio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo;
° A Maçonaria não impõe nenhum limite à livre investigação da Verdade, e é para
garantir a todos essa liberdade que ela de todos exige tolerância;
° A Maçonaria é, portanto, acessível aos homens de todas as raças e de todas as
crenças religiosas e políticas;
° A Maçonaria proíbe em suas Oficinas toda discussão sobre matéria partidária,
política ou religiosa, recebe os homens qualquer que sejam as suas opiniões políticas
ou religiosas, humildes, embora, mas livres e de bons costumes;
° A Maçonaria tem por fim combater a ignorância em todas as suas manifestações;
° É uma escola mútua que impõe este programa: obedecer às leis do País, viver
segundo os ditames da honra, praticar a justiça, amar o próximo, trabalhar
incessantemente pela felicidade do gênero humano e para conseguir a sua
emancipação progressiva e pacífica.‖
Também podemos considerar o seguinte: a busca da Igualdade entre os
homens, da Fraternidade e da Liberdade, é o que dá realmente valor à vida. Uma
humanidade mais feliz, onde o exercício da tolerância seja constante, para que não
haja separação de raças, de credos, de nacionalidades e classes sociais, e onde esteja
incluído, sobretudo, o amor. Esses são os objetivos da Maçonaria, e se o mundo não
vivesse diariamente a falta disso tudo, não haveria razão para a Maçonaria existir.
Quando começa a prevalecer a injustiça ao invés da justiça, o mal sobre o
bem, o ódio sobre o amor, quando a sociedade decai e os seus valores se deterioram,
os políticos se degeneram e, a maioria dos homens perde a fé, o terreno é fértil para o
nascimento das utopias como perspectivas contrárias, assim como, florescem idéias
sobre a construção de uma sociedade melhor. Por outro lado, se as lacunas
permanecem, deixadas pelas promessas que o Estado não consegue cumprir, a
16
religião que tem o seu lado utópico também, acaba ganhando espaços, motivo pelo
qual, vem sendo registrados um crescimento imenso dos grupos religiosos a nível
mundial, e na maioria das vezes, fundamentalistas.
Então, se a Maçonaria tem como objetivo ―tornar feliz a humanidade pelo
amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo
respeito à autoridade e à crença de cada um‖, se o homem-maçom tem como ideal a
busca da perfeição (que é utópica?), então, a Maçonaria não é também utópica, pelo
menos, em muito dos seus intentos?
A associação dos homens que tem o nome de Maçonaria, visa estimular
os seus adeptos na prática contínua dos mais elevados ideais. Os maçons estão
ligados entre si por deveres comuns, e tem como finalidade suprema a Liberdade, a
Igualdade e a Fraternidade. Para alcançarem os seus objetivos, é que devem
esclarecer aos homens, com o nobre intuito de prepará-los para uma emancipação
progressiva e pacífica da Humanidade.
OS PROBLEMAS DA SOCIEDADE MODERNA
Hoje em dia, discute-se muito uma inversão de valores, uma ausência de
educação, das normas de convivência, sem que se chegue a um consenso sobre o que
fazer exatamente ou até mesmo mudar isso que vem se consolidando mais e mais: o
cada um por si. A frase que um religioso citou outro dia em um programa de TV,
deixou-me imerso em reflexões. A frase era: ―Hoje em dia amamos os objetos, e
usamos as pessoas.‖ E aí eu pergunto: Para onde estamos caminhando?
Leio no editorial de um grande jornal que: ‖Protestos espalham-se por
países em crise econômico-financeira e onde a classe média e, mais ainda, os jovens,
reclamam das dificuldades e da corrupção que os pressionam enquanto a pirâmide do
mundo corporativo, governamental, bancário, e o ápice dos poderosos pouco sofrem,
se é que sofrem. (...) Enfim, temos agora uma distopia – ao contrário das utopias – em
que os jovens estão pouco acreditando nos sistemas estabelecidos. Precisamos de
novas fórmulas para velhos problemas. Agora, o excesso de informação distrai, e a
proliferação é tão grande que fica difícil verificar o que é relevante na sociedade...‖
É realmente, uma sociedade em crise, essa em que estamos vivendo. E
certamente não podemos deixar que uma distopia tome o lugar da utopia. Não cabe
então, à Maçonaria, ajudar a mudar esse cenário, que sabidamente, se nada for feito,
somente tende a piorar? Numa injeção de projetos utópicos, alguns com certeza, num
futuro se converterão em realidade. Mas, as sementes precisam ser plantadas. Ainda
que Hobbes estivesse coberto de razão, ao fazer esta afirmação presente em sua obra
denominada ―Leviatã‖: ― (...) os homens não tiram prazer algum da companhia dos
outros (e sim, pelo contrário, um enorme desprazer), quando não existe um poder
capaz de manter a todos em respeito.‖ Então, será que é possível surgirem novas
utopias ou projetos utópicos, numa sociedade que caminha valorizando demais o ego,
o ter em vez do ser? A história da humanidade vem comprovar que esse tipo de sonho
está tão arraigado que nunca morre. E a Maçonaria não chegou onde chegou,
promovendo mudanças à níveis mundiais, porque um punhado de homens acreditou
em ideais, os mesmos que eram considerados utópicos por alguns, e plenamente
alcançáveis por outros? A Maçonaria traz em seu âmago, as idéias sonhadas por
muitos dos pensadores que imaginaram um dia a existência de uma ordem social e
politicamente perfeita, ou no mínimo, os caminhos que apontam para se chegar até ela.
O biólogo Edward O. Wilson, em sua obra mais recente depois de dissertar sobre a
evolução e a conquista social da Terra, termina com esse parágrafo inteligente:
―Portanto, agora confessarei a minha própria fé cega. A Terra, no século XXI, poderá
17
ser transformada, se desejarmos, num paraíso permanente para os seres humanos;
poderemos ao menos começar essa transformação para valer. Ainda infligiremos muito
mais danos a nós e aos demais seres vivos pelo caminho, mas se adotarmos uma ética
de simples decência com os outros, aplicarmos sistematicamente a razão e aceitarmos
quem realmente somos, os nossos sonhos enfim se tornarão realidade.‖ Eu diria que a
Maçonaria tem em suas fórmulas a essência do que foi dito acima, e claro um fé cega.
A Maçonaria só precisa ser mais atuante do que vem sendo na atualidade.
E AS CONTRADIÇÕES FILOSÓFICAS?
Aristóteles apregoou a ―boa vida‖, e em sua obra ―Política‖, defendeu a
idéia de que a ―pólis‖ (a cidade-estado grega) era o resultado natural de uma série de
associações naturais, resultado de um processo de desenvolvimento, ―tão natural como
a união do homem e da mulher – com o fim de preservar a espécie.‖ As considerações
de Aristóteles fazem supor que a cidade é uma criação natural, que o homem é por
natureza um animal social e que se um homem não se enquadrasse nesse perfil, ou
seja, não fizesse parte de cidade alguma, seria um ser desprezível. Fica implícito que
de todas as associações, a cidade é aquela que inclui todas as outras, e que o bem
próprio visado por esta associação soberana é então, o ―bem soberano‖. Aristóteles
consegue ver o homem como apto à vida em sociedade e isso como inerente a sua
natureza.
O filósofo Hobbes chegou à conclusão de que Aristóteles contemplou
superficialmente a natureza humana. Disse Hobbes: ―se os homens se amassem
reciprocamente graças a sua natureza, isto é, devido ao fato de serem homens, seria
inexplicável por que não amam a cada semelhante de forma igual, já que todos são
igualmente homens‖. O homem ―hobbesiano‖, conforme o exposto acima tenderia para
a associabilidade ao invés da sociabilidade.
Vejamos na sequencia, o que pensam e o que dizem os nossos Irmãos
mais estudiosos, em momentos que deixam emergir questionamentos de natureza
semelhante, e mantendo a utopia como pano de fundo.
Em um artigo de autoria do Irmão Anatoli Oliynik é possível ler o seguinte
excerto retirado por ele da obra de Jung, que é ―Psicologia e Alquimia‖, onde diz assim:
―Não nos devemos erguer sobre a terra com a ajuda de intuições ‗espirituais‘ e fugir da
dura realidade, como frequentemente acontece com pessoas que são possuídas por
brilhantes intuições. Nunca poderemos alcançar o nível de nossas intuições e não nos
devemos, pois, com elas identificar. Só os deuses podem atravessar por cima da ponte
do arco-íris. Os mortais devem conservar-se sobre a terra e estão sujeitos as suas
leis. À luz as possibilidades reveladas pela intuição, o caráter telúrico do homem
constitui certamente uma imperfeição, mas essa imperfeição é parte de nosso ser
mais íntimo, de nossa realidade”. E prossegue Oliynik : ―Ao nível da experiência de
Anankê - Necessidade – o que é preciso é que o homem pratique as virtudes naturais,
também chamadas cardeais, de prudência, fortaleza ou coragem, de temperança e
sabedoria ou justiça (são esses os fatores que tiram a maçonaria do rol dos utopistas).
Sua anima é a Sophia e deve amá-la. Só então, poderá a esperança ajudá-lo. Só
então, sem cair no precipício prenhe de desastres psíquicos, poderá alcançar a Cidade
gloriosa que se ergue muito além do arco-íris.‖
18
De um trabalho de autoria do Irmão Marcio Ailto Barbieri Homem, retiro as
seguintes passagens:
―A utópica realização plena da dignidade da pessoa humana continua a ser
incansavelmente buscada pelas relações sociais e jurídicas de grupos de nações e
grupos de pessoas, mesmo que entre este último, conscientes de sua própria busca.
Quanto à característica utópica desta busca, lembro-me vagamente das palavras de
Galleano, que situa a utopia no horizonte de suas intenções. A cada dez passos que
tenta aproximar-se desse horizonte, dez passos ele se afasta. Vinte passos, e vinte
passos afastados. Pergunta-se: Mas, afinal, porque a busco? Qual o objetivo de sua
existência, se já me convenci de que é inalcançável?‖ E responde-se: ‖Seu objetivo é
exatamente este, obrigar-me a dar os passos.‖
CONCLUSÃO
O desejo da utopia, poderá vir a transformar-se em algo mais preciso, em
realidade? Ou o sonho utópico serve ao homem apenas como válvula de escape diante
do triste panorama que se desenha diariamente a sua frente?
A força que move a imaginação utópica do homem é a que fará
também o homem ansiar para uma mudança, por uma transformação, e ainda,
para que ele parta atrás da realização de algo mais concreto neste sentido.
Depois de tudo o que vimos, creio que é possível elaborarmos duas
perguntas cruciais, e que sirvam como objeto de reflexão para todos nós e para as
quais cada um deverá tentar obter as melhores respostas: Com quanto de ideais
utópicos cada um de nós adentrou na Maçonaria? Depois de tudo o que vivenciamos
na Maçonaria, de tudo o que aprendemos para nos aperfeiçoamos, de tudo o que
estamos exercitando em nosso dia-a-dia, o que restam exatamente daqueles ideais
utópicos?
Em um trabalho recente do Irmão José Antônio Pereira de Souza, ele diz
em determinado momento: ―Terá o Homem-Maçom adquirido força de caráter voltada
para um ideal elevado, ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade bem
dirigida aos interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os traços de
egoísmo e ambição, que se verdadeiramente postos em prática contribuirão para uma
contínua transformação do Mundo para melhor? Lapidar a pedra bruta é adentrar no
íntimo de cada um de nós mesmos. É buscar dentro de nossa alma a centelha divina
do Grande Arquiteto do Universo que habita o nosso ser. Uma centelha divina e
perfeita que o mundo profano esconde com vício, egoísmo, apegos à materialidade e
que somente com muito esforço, com a iniciação à vida maçônica poderemos fazer
aflorar definitivamente. Desbastar a Pedra Bruta é caminhar para o amor fraternal, é ter
a força interna para praticar a solidariedade humana, é ir ao encontro da pureza, da
Luz, da verdade, dos três últimos degraus do trono do templo, que representam a
evolução espiritual de todo Maçom.‖
Machiavelli estava certo: ―Os homens cometeram o erro de não saber
quando limitar suas esperanças.‖ Emil Cioram também, pois, somos partidários sim, da
felicidade imaginada. E ainda, como disse Bronislaw Baczko: ‖Quando os sonhos
utópicos se acendem, ilumina-se o horizonte, horizonte de expectativas e de
esperanças, coletivas ou individuais, eles dão uma luz nova à paisagem social.‖
19
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Internet:
―O que é a Maçonaria em Rápidas Palavras?‖ consulta no Google
―A Dignidade da Pessoa Humana – Uma Visão Maçônica‖ – Irmão Marcio Ailto Barbieri
Homem Disponível em: www.pedreiroslivres.com.br/?area = artigos/p10/19
―Realidades e Utopias em Jung, Fausto e Maçonaria‖ – Irmão Anatoli Oliynik –
Disponível em: www.samauma.biz/site/samauma/ao007junggoethe.html
Livros:
CADERNO DE PESQUISAS 19 – Editora maçônica ―A Trolha‖ Ltda. 2001
COELHO, Teixeira. ―O Que é Utopia? – Abril Cultural/Brasiliense 1980
GIRARDI, João Ivo. ―Do Meio-Dia à Meia-Noite - Vade-Mécum Maçônico‖ – Nova Letra
Gráfica e Editora 2008
LAITMAN, Michael. ―A Revelação da Cabala‖ – Ed. Imago - 2008
LIMA, Carlos. ―Genealogia Dialética da Utopia‖ – Editora Contraponto- 2008
SANSÃO, Valdemar. ―O Despertar para a Vida Maçônica‖ – Editora Maçônica ―A
Trolha‖ Ltda. 2005
SZACKI, Jerzy. ―As Utopias ou A Felicidade Imaginada‖ – Editora Paz e Terra – 1972
WILSON, Edward O. ―A Conquista Social da Terra‖ - Ed. Companhia das Letras - 2013
RITUAL E INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM DO R.‘.E.‘.A.‘.A – 20102013 – GORGS
Revistas:
VOZES MAÇÔNICAS - Edição Inaugural – Inverno 2013 - Editora Maçônica Ltda.
Porto Alegre/RS
FILOSOFIA – Ciência e Vida – n° 39 e n° 69 – Editora Escala
O PESQUISADOR MAÇÔNICO - n° 13 – Maio/Junho 2013
20
5 - independência não é triunfo de nulidades
Do Irmão Geraldo Fonseca (Barbacena - MG)
INDEPENDÊNCIA NÃO É TRIUNFO DE NULIDADES.
―E agora, Padre Belchior?
_ Se V.Alteza não se faz Rei do Brasil será prisioneiro das Côrtes e talvez deserdado
por elas.Não há outro caminho senão a independência e a separação.‖
E agora, maçons do ano 2013?
_Se não nos unirmos, se não lutarmos por nossos princípios e por nossa Pátria
corremos o risco de sermos execrados pela história e desacreditados por nossos
descendentes.
Lançado recentemente, o livro 1889, do escritor paranaense Laurentino Gomes,
exige leitura obrigatória daqueles interessados na sequencia dos fatos envolvendo a
maçonaria em 1808, com a chegada de D. João VI ao Brasil e 1822, ano em que, D.
Pedro I, o irmão Guatimozim e depois Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, tornou
o dia 7 de setembro data cívica maior da história do Brasil Imperial.
O Brasil República,´proclamada em 15 de novembro de 1889, EXIGE que a
história e virtude cívica de seu povo sejam preservadas. Algumas de nossas Lojas
maçônicas centenárias conservam, no acervo de suas bibliotecas, os Boletins do
Grande Oriente do Brasil, do ano de 1922, e eles teem informações preciosas sobre o
movimento da Independência. Tais boletins devem ser fonte de leitura e pesquisa
constantes. Felizmente, sou membro de uma dessas Lojas.
Vendo o descaso com que as autoridades de todos os níveis conduzem os
festejos cívicos do sete de setembro, sinto o desrespeito à Pátria e o descaso à
cidania. Constatar que muitos brasileiros ficarão presos em casa, com medo de que as
atuais manifestações de rua, próprias da insatisfação com os rumos da política
nacional, se transformem em balburdia e pancadaria, é renegar a Independência da
21
Brasil em detrimento da tirania da violência e de ideologia que prega o caos sob o
manto do duvidoso.
Esquecer ou deixar de lado as Solenidades Cívicas do sete de setembro, sob
meu ponto de vista, é contribuir para a derrocada de valores essenciais à Democracia.
Ciente de que devo cumprir meu dever de obreiro da arte real, lanço mão de
alguns livros, leio textos sobre os Pródromos da Independência do Brasil e ouço, na
voz do tempo, o grito louco de heróis que legaram sangue em defesa da honra, da
Pátria e da Liberdade. A essses não se pode apenas erguer estátuas em praça pública;
deles é preciso manter viva a chama do ideal pelo qual lutaram: ―Liberdade, ainda que
Tardia‖.
E quantos desses brasileiros são hoje esquecidos, sem que o reflexo de seus
feitos sirvam de parâmetros para a juventude perdida em meio a tantas alternativas de
desvirtuamento de costumes e de caráter. Quantos brasileiros são substituidos nos
livros escolares por pseudo-heróis alienígenas sem nenhum lastro com o Brasil.
Assim é que, para não ser apenas tambor a soar porque é oco, ouso lembrar,
nessa semana da Pátria, de uma figura importante que vivenciou o 7 de setembro de
1822.
O Padre Belchior Pinheiro de Oliveira nasceu em Diamantina-Minas Gerais,
antigo arraial do Tijuco, na data de 8 de dezembro de 1775. Filho de Belchior Pinheiro
de Oliveira e Floriana Rosa de Oliveira. Alguns biógrafos tratam-no como sobrinho de
José Bonifácio; outros, como primo distante.
Estudou no Seminário de Mariana(MG) e ordenou-se Padre em São Paulo.Com
licença da ordem foi para Portugal onde bacharelu-se em Cânones pela Universidade
de Coimbra. Em 4 de maio de 1814 tornou-se pároco da cidade de Pitangui-MG onde
viveria e moreria em 12 de julho de 1856, aos 81 anos de idade, vítima de tuberculose.
O Padre Belchior, por ser maçom, foi sepultado no adro da Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Pilar de Pitangui, em frente à porta principal, debaixo do penúltimo
degrau da escadaria fronteira, conforme seu último desejo para ser pisado por todos.
Consta ter sido pai de vários filhos com sua escrava.Ele foi político influente e vereador
reeleito por váriol mandatos em Pitangui-MG. Importante ressaltar que o certo era o
religioso ser sepultado dentro da igreja e ele ficou de fora, onde hoje uma placa o
homenagea em nome de Pitangui, de Minas e do Brasil.
Iniciado maçom, foi membro da Loja ―Distintiva‖, fundada em 1812 e adormecica
em 1816. Dessa Loja faziam parte José Joaquim da Rocha,Luis Pereira eda Nóbrega,
Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Silva e José Mariano Cavlacanti de Albuquerque.
Com perseguição severa à maçonaria, os arquivos dessa Loja foram atirados no mar.
Fundado o Grande Oriente do Brasil, em 1822, a ―Loja Comércio e Artes‖ deu origem
às Lojas ―Esperança de Niterói‖ e ―União e Tranquilidade‖ compostas de pelo menos
noventa maçons. Consta que o Padre Belchior, o irmão ―Sócrates‖, foi obreiro da
Comércio e Artes ao lado dos religiosos Frei Santa Tereza de Jesus Sampaio, Cônego
Januário da Cunha Barbosa e os padres Carlos Demicheles, Ferreira Pita e Carvalho
Coleta. O Padre Belchior conferiu o Grau 18, do Capítulo Rosacruz, a José Bonifácio e,
anos depois, foi Grande Secretário do Grande Oriente Brasileiro sob o Grão-Mestrado
do Senador Vergueiro.
Em 1823, Padre Belchior foi eleito deputado, por Minas Gerais, como membro
da Assembleia Constituinte, dissolvida por D.Pedro I. Ao lado de José Bonifácio e seus
irmãos Martim Francisco e Antônio Carlos, além de Francisco Gê Acaiaba Montezuma
além de outros expoentes da maçonaria brasileira, o Padre acabou preso e deportado
para a Europa donde retornou rumo a sua Paróquia em Pitangui-MG. Participou
ativamente de uma revolta,circunscrita a Ouro Preto-MG, datata de 1831, reivindicando
22
o retorno de D. Pedro I ao Brasil. O Padre Belchior permaneceu por mais de 50 dias
na cadeia local.
Importante é saber que Padre Belchior foi amigo e mentor espiritual de D.Pedro
I, a quem acompanhou em viagem a Ouro Preto no ano de 1822. O destaque maior de
sua vida é que foi testemunha de todos os fatos ocorridos no dia 7 de setembro
daquele ano, narrando-os da seguinte maneira:
― O Príncipe mandou-me ler alto as cartas trazidas por Paulo Bregaro e Antônio
Cordeiro. Eram elas: uma instrução das Cortes , uma carta de D. João, outra da
Princesa, outra de José Bonifácio e ainda outra de Chamberlain, agente secreto do
Príncipe. As Cortes exigiam o regresso imediato do Príncipe, a prisão e processo de
José Bonifácio; a Princesa recomendava prudência e pedia ao que o Príncipe ouvisse
os conselhos de seu Ministro; José Bonifácio dizia ao Príncipe que só havia dois
caminhos a seguir: partir para Portugal imediatamente e entregar-se prisioneiro das
Cortes, como estava D.João VI, ou ficar e proclamar a Independência do Brasil, ficando
seu Imperador ou Rei; Chamberlain informava que o partido de D.Miguel, em Portugal,
estava vitorioso e que se falava abertamente na deserdação de D. Pedro em favor de
D.Miguel; D. João VI aconselhava ao filho obediência à lei portuguesa. D. Pedro,
tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papeis e, amarrotando-os, pisou-os,
deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, abotoando-se e compondo a
fardeta( pois vinha de quebrar o corpo à margem do Riacho Ipiranga, agoniado por
uma disenteria, com dores, que o apanhara em Santos), virou-se para mim e disse:
_ E agora , Padre Belchior ?
_ E eu respondi prontamente:
_Se V.Alteza não se faz rei do Brasil será prisioneiro das Cortes e talvez
deserdado por elas. Não há outro caminho senão a independência e a separação.
D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim,
Cordeiro, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos nossos animais, que se
achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendome:
Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem,
chamam-me com despreso de Rapazinho e de Brasileiro. Pois verão agora quanto vale
o Rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero
do Governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal!
Respondemos imediatamente, com entusiasmo:
- Viva a Liberdade, Viva o Brasil separado! Viva D. Pedro!
O príncipe virou-se para seu ajudante de ordens e disse:
- Diga a minha guarda que eu acabo de fazer a independência completa do
Brasil. Estamos separados de Portugal.
O tenente Canto e Melo cavalgou em direção a uma venda, onde se achavam
quase todos os Dragões da guarda e com ela veio ao encontro do Príncipe, dando
vivas ao Brasil independente e separado, a D. Pedro, e à Religião.
O Príncipe, diante de sua guarda,disse então:
Amigos, as Cortes portuguesas querem escravisar-nos e perseguem-nos. De
hoje em diante nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais! E
23
arrancando do chapéu o laço azul e branco,decretado pelas Cortes, como símbolo da
nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo:
-Laço fora, soldados! Viva a Independência, a liberdade, e a separação do
Brasil!
Respondemos com um viva ao Brasil independente e separado, e um viva a
D.Pedro! O Príncipe desembainhou a espada, no que foi acompanhado pelos militares;
os paisanos tiraram os chapéus, e D.Pedro disse:
- Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do
Brasil!
- Juramos, responderam todos!
D. Pedro embainhou a espada, no que foi imitado pela guarda, pôs-se à frente
da comitiva, e voltou-se, ficando em pé nos estribos:
- Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte!...”
Muito mais poderíamos acrescentar sobre episódios vários envolvendo a
participação de autênticos maçons na considerada Independência do Brasil no dia sete
de setembro de 1822, mas, passados quase duzentos anos, podemos admitir que
temos uma Pátria livre ?
Os grilhões da ignorância do fanatismo, da corrupção, da ganância pelo dinheiro
e Poder ainda são forjados no seio da Nação brasileira. De cócoras como o Príncipe D.
Pedro I, às márgens do Ipiranga, os brasileiros de hoje sentimos náuseas por
disenteria causada pela falta de valores éticos. Manietados, claudicantes e sem um
norte seguro clamamos nas ruas, em casa, nas escolas e onde estivermos por
decência dos políticos que elegemos. Somos escravos de tempos modernos a nos
hostilizar com a impunidade e beneplácito de leis protecionistas, premiando fascinoras
e condenando o trabalhador e homem de bem a suportar o vilipêndio de nossa
juventude, naufragada na droga, na insensibilidade e na carência de Deus e de valores.
Nosso sistema de Saúde está carente de recursos, acomodações, médicos e técnicos,
enquanto gastos exorbitandes são destinados a pomposos estádios onde o homem
simples sequer pode pisar, torcer e gritar pelo gol. Na Escola, o professor está
deixando de ser o Mestre, transmutado no subserviente do Estado a aceitar passivo
agressões de todo gênero. Amontoados como se fossem fardos, os usuários do
transporte diário padecem no preço, no atrazo e no desconforto.
É preciso tomar as rédeas da besta, do baio ou de que cavalo for para buscar o
caminho certo da verdadeira liberdade de nosso Brasil. É justa, decente e honesta
qualquer manifestação contra os desmandos administrativos em todas as esferas do
Poder Público, não bastando para isto as praças públicas, as Lojas Maçônicas e
nossos lares. É preciso muito mais. É preciso coragem para admitir nossos erros na
escolha dos mandatários de nossa Nação. É preciso consciência política.
É necessário civismo, agora e sempre, não há outro caminho.
24
6 - Perguntas e Respostas
Ir Pedro Juk
Este bloco é produzido pelo Ir. Pedro Juk.
Loja Estrela de Morretes, 3159
Morretes - PR
mudança de estandarte
Questão apresentada pelo Respeitável Irmão Álvaro Gabriel D. Fonseca, Orador da
Loja Apóstolos da Galileia, 2.412, GOB, sem declinar o nome do Rito, Oriente de
Montes Claros, Estado de Minas Gerais.
[email protected]
[email protected]
[email protected]
Inicialmente, intercedemos desculpas por importuná-lo sobre o
assunto abaixo e que não diz respeito à questão de ordem ritualística. Entretanto,
cientes do seu conhecimento e da sua pronta disposição, encaminhamos nossa
dúvida a seguir:
O Estandarte da nossa Loja foi confeccionado há 25 anos e, em razão do tempo
de uso e dos recursos (serigrafia, bordados e informática) da época, encontra-se
totalmente desbotado e suas alegorias insuficientes e inadequadas para com o
nosso Rito e os ensinamentos da Ordem.
Com a participação de toda a Oficina, criamos um novo Estandarte, porém
indagamos se existe alguma norma ou regulamento referente ao assunto, pois
não consta das nossas orientações sobre a substituição do antigo, tendo em
vista que o mesmo foi "sagrado/sacralizado" em tempos passados.
25
CONSIDERAÇÕES:
Existe a questão da história da Loja e, por conseguinte, a descrição heráldica do
respectivo Estandarte. Entendo que se houver alteração no conteúdo
representativo do mesmo conforme aprovação pelo Quadro, essa informação
detalhada deverá compor uma emenda na documentação da Ata de Fundação,
informando a data, motivo da alteração e um documento descritivo do mesmo
para fundamentar a alteração como composição da própria história da Loja.
Entendo também que se existe alteração no Estandarte é o caso de substituição,
não do elemento velho pelo novo, porém de um novo Estandarte alterado pelos
motivos descritos na aprovação do mesmo. Assim como é o caso de um novo
Estandarte, diferente do antigo há necessidade de sagração para lhe dar
dignidade com símbolo da corporação.
Quanto à norma ou regulamento o principal critério é acompanhar a arte ou
ciência dos brasões nesse conjunto emblemático (heráldica).
T.F.A.
PEDRO JUK
[email protected]
JUNHO/2013
Na dúvida pergunte ao JB News ( [email protected] )
que o Ir Pedro Juk responde ( [email protected] )
Não esqueça: envie sua pergunta identificada pelo nome completo, Loja,
Oriente, Rito e Potência.
26
7 - destaques jb
JB News nr. 1.101
O tempo passa, o tempo voa....
Sessão Conjunta com palestra do Ir. Hercule Spoladore
As Lojas ARBLSLédio Martins-35 e ARLS João Marcolino Costa,
realizarão Sessão Conjunta, para a palestra do Ir.: Hercule Spoladore, em Grau de
Aprendiz Maçom, no dia 23 do corrente, uma segunda-feira, às 20:00 hs, intitulada
"Livros Malditos contra a Maçonaria", na ASJJ, na rua Célio Veiga 889, em
Barreiros, São José-SC, presidida pelos VV.:MM.: Marco Antonio Vidal e Vitor de
Oliveira.
A nota vem assinada pelo Ir. Marco Antonio Vidal.
antes , Vejam a única resposta acertadora, do desafio
1, enviada pelo Ir. Paulo Sergio da Silva Borges, obreiro da Loja
Templários da Nova Era, de Florianópolis.
O Ir. Paulo Sergio é engenheiro naval, matemático, professor da ufsc e
pesquisador. Sua resposta chegou no dia 1º de de setembro e somente foi
localizada nesta data:
----- Mensagem encaminhada de [email protected] ----Data: Sun, 01 Sep 2013 22:35:27 -0300
De: [email protected]
Endereço para Resposta (Reply-To): [email protected]
Para: [email protected]
Sobre o "Desafio" do JB News 1094 - o problema da traça.
27
Quando colocados na vertical e com a lombada voltada para o observador, os
livros (exceto se forem em hebraico), teem a 1a pagina aa direita e a ultima aa
esquerda:
(144)(143)...(2)(1)
[Livro 1]
(144)(143)...(2)(1) ... (144)(143)...(2)(1)
[Livro 2]
...
[Livro 9]
No caso do desafio, supondo que as duas capas tambem sejam contadas como
paginas, a traca ao iniciar na pagina 1 do Livro 1 em direcao aa pagina 144 do
Livro 9 terah deixado de comer as paginas 2-144 do livro 1 e as paginas 1-143 do
livro 9.
Portanto, terah comido 9x144 - 143 - 143 = 1010 paginas.
Se as capas nao forem contadas como sendo paginas, essa conta nao se altera,
pois embora a traca tenha que comer as capas para atravessar de um livro para
outro, a pergunta do problema referia-se a PAGINAS, e neste caso tambem as
capas ficariam fora da contagem.
Para retribuir, ofereco aa apreciacao dos charadistas 2 problemas, o primeiro
medianamente facil e o segundo bem mais dificil. Aqui vao eles:
1) Tres meninas, cada qual acompanhada do respectivo pai, querem atravessar um
rio. Dispoem de um bote que pode levar no maximo duas pessoas por vez. Mas as
meninas sao timidas e nao ficam no bote ou nas margens junto com um ou dois
pais
estranhos, exceto se o seu proprio pai estiver presente. As meninas podem remar
e tambem ficar sozinhas ou com outras meninas nas margens ou no bote. Como
fazer
para que os seis atravessem?
2) De doze moedas de mesmo valor e visualmente iguais, uma delas eh falsa e tem
peso diferente das demais - eh mais leve ou eh mais pesada. Usando apenas uma
balanca de dois pratos, descubra com 3 (tres!) pesagens qual a moeda falsa, e se
ela eh mais leve ou mais pesada.
*****
Por fim, uma curiosidade aritmetica: pegue o numero 142857 e multiplique
separadamente por 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Observe o resultados das operacoes - nao
sao casuais, ha razoes para tal.
abs,
Paulo S.
28
DESAFIO2
Aquilino R. Leal
O nosso galinheiro aqui em Lima Duarte, Minas Gerais, tinha21 galináceos;para evitar o
mau cheiro ele fica bem distante da casa e sem acesso aos três cachorros o que facilitou
a entrada de um meliante que levou quatro galináceos numa dessas noites chuvosas.
A pergunta, fácil por sinal: após a investida do malfeitor quantos galináceos passou a ter
nosso galinheiro?
Resposta: Na próxima sexta-feira; enquanto isso mande-nos tua resposta que a publicaremos
no decorrer da semana.
Este é mais um desafio enviado pelo Irmão Aquilino R. Leal que escreve todas as
quartas-feiras e domingos para o JB NEWS.
A resposta/solução juntamente com o enunciado, para reavivar a mente do leitor,
será fornecida na próxima sexta-feira, prazo suficiente para pensar em uma.
Tais desafios poderão ocorrer esporadicamente ainda que, no máximo, semanais.
Pronto... Agora o Editor vai ter que quebrar a cabeça!!
Os Painéis
Jerônimo, mano;
Muito gostoso o artigo do Kennyo sobre o que copiamos dos ingleses. Ele
não é fácil... ( JB News edição 1.100)
Aí me lembrei dos painéis que redesenhei para os Graus Simbólicos. Talvez
ajude a explicitar o que ele disse. De qualquer forma, vão os desenhos para
você usar onde quiser.
Um grande abraço,
JG
Observação do JB News:
Os painéis podem ser visualizados e vendidos no site
www.artedaleitura.com
Rádio Sintonia 33 e JB News.
Música, Cultura e Informação o ano inteiro.
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
www.radiosintonia33.com.br
29
(Clique nos links)
1 - Para refletir e guardar
http://www.youtube.com/watch?v=DrC_1HCKvuA&hd=1
Um TFA,
Leonel Ricardo de Andrade
[email protected]
(34) 9926-0891
2 - Ser
humano é isso.
Temos tudo para mudarmos o mundo - depende só de
nós.
Assunto: ainda existem pessoas boas.
http://www.youtube.com/watch?v=SmhcXEmYQTU
3 - Um dia na vida de quem esqueceu o smartphone
Vale pra refletir. Clique aqui.
4 - O Guerreiro Silencioso - filme dublado
http://www.filmesdoyoutube.com/?p=181
30
fechando a cortina
O Irmão Adilson Zotovici da Loja Chequer Nassif-169
escreve todos os sábados neste espaço .
DOM PEDRO e a MAÇONARIA
Independência ou morte !
Bradou decidido o Regente !
Indicando ao povo um norte
Que sôfrego, mas, brava gente !
Advindo de plano envolvente
Da Sublime Ordem e no Senado,
Dos irmãos, Bonifácio, Clemente,
Ledo, Januário...o “Apostolado“ !
Interesses de lado a lado
Com a prima Loja separada !
A Grão-Mestre foi empossado
O então eleito irmão Andrada !
Ao iniciar pois, a jornada
O sagaz chefe da Instituição
Pela liberdade da Pátria Amada
Levou Dom Pedro à iniciação !
31
Piscar de olhos...e a exaltação !
A Grão-Mestre logo eleito
Encheu-se pois de empolgação
O Imperador pelo feito !
Mas inda que obreiro aceito
E todo valor da Independência
Por gesto injusto e imperfeito
Toma tão vil providência!
Declarando com veemência
O encerramento da Maçonaria
Decretando morte, sem clemência,
Aos seus ativos em rebeldia !
Inopinados atos, que...utopia !
Quiçá receio em seu imo silente,
De tão poderosa confraria
Que fortalecida, breve, era emergente !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
Download

Informativo nr. 1101