Estereótipo
A palavra estereótipo, vem do grego stereos e typos compondo uma "impressão
sólida". Uma marca ou cliché como forma de caracterizar ou representar pessoa,
objeto ou grupo social.
É a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados
principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade. O
estereótipo é geralmente imposto, segundo as características externas, tais como a
aparência (cabelos, olhos, pele), roupas, condição financeira, comportamentos, cultura,
sexualidade, sendo estas classificações (rotulagens) nem sempre positivas que podem
muitas vezes causar certos impactos negativos nas pessoas.
Esta impressão pode se dar através da cultura ou das diferenças apresentadas entre os
grupos sociais. Tradicionalmente herdamos estas informações de nossos ancestrais
num movimento transgeracional.
A frase “Brasil, o país do futebol” é um exemplo de estereótipo positivo e demonstra a
paixão que os brasileiros têm em relação ao futebol. No entanto, existem idéias
estereotipadas caracterizadas como negativas, como por exemplo, “o Paquistão é o
país dos homens bomba”. Essa generalização não é vista com bons olhos pelos
paquistaneses, uma vez que a maioria dos habitantes que vivem lá é contra o
terrorismo. O fato é que muitos estereótipos são geralmente adquiridos na infância sob
a influência dos pais, familiares, amigos, professores e através da mídia. E quando um
estereótipo é aprendido e armazenado no cérebro, a tendência é que seja passado para
outras pessoas.
Assim, por intermédio da percepção, as vivências históricas e sócio-culturais se
tornam presentes à nossa consciência, gerando a afetividade e as ações que
determinada experiência permite ter. A realidade age sobre nós se for apreendida e
internalizada. Define-se estereótipo social como crença coletivamente compartilhada
acerca de algum atributo, característica ou traço psicológico, moral ou físico atribuído
extensivamente a um agrupamento humano, formado mediante a aplicação de um ou
mais critérios, como por exemplo, idade, sexo, inteligência, filiação religiosa e outros.
Os estereótipos sociais influenciam condutas e comportamentos em interações sociais
quando os interatores são enquadrados por essa crença. Do ponto de vista da
psicologia, estereótipos podem ser investigados sob aspectos diferentes que vão desde
a sua formação até manifestação coletiva.
“Representações, obviamente, não são criadas por um indivíduo isoladamente. Uma
vez criadas, contudo, elas adquirem uma vida própria, circulam, se encontram, se
atraem e se repelem e dão oportunidade ao nascimento de novas representações,
enquanto velhas representações morrem.” (Moscovici, 2003).
As representações, os estereótipos, são ingredientes importantes do caldo sóciocultural. Segundo esse psicólogo, é extrememente importante que consideremos que as
representações sociais são capazes de influenciar o comportamento do indivíduo e,
dessa forma, gerar movimentos que englobem uma coletividade.
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Prof. Leonardo Mello de Sousa
“A distinção entre opinião particular e opinião pública, por legítima que seja, nem por
isso resolve a dificuldade, pois uma e outra interferem entre si, de maneira sutíl e
movediça. A própria opinião pública, domínio de eleição do psicólogo social, tange a
um sistema de crenças fortemente enraizadas e cristalizadas, assim ao nível coletivo
como ao individual; de outra parte liga-se a processos episódicos afetados de forte
contingência, correspondentes ao que se chama a atualidade ou as notícias”
(Maisonneuve, 1977).
Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida, sendo um grande motivador de
preconceito e discriminação.
Podemos classificar os estereótipos em:
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Estereótipos de gênero: São estereótipos direcionados ao gênero masculino e
feminino.
Estereótipos raciais e étnicos: São estereótipos direcionados a diferentes
etnias e raças.
Estereótipos sócio-econômicos: São estereótipos relacionados com a questão
financeira de indivíduos e grupo de indivíduos.
Estereótipos no meio profissional: direcionados a certas profissões.
Estereótipos em relação à orientação sexual: gays, lésbicas e bissexuais.
Estereótipos da estética: moda, arte, mídia
Estereótipo nas escolas: “nerds” ou “CDF” que representam os alunos que se
destacam pela sua inteligência e pelo seu jeito introvertido.
Preconceito
É um "juízo" de valor, preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude
"discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou
"estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo
social, ao que lhe é diferente. Mas também pode representar algo positivo,
infelizmente o senso comum acabou reforçando uma idéia sempre negativa a palavra,
embora estabelecer previamente conceitos sobre alguém ou algo, não necessariamente
é algo negativo.
Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando
entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar
em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física por si só não
representam preconceito, elas podem estar denotando apenas costumes, modos de
determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e
simplesmente como forma ilustrativa ou educativa.
Os sentimentos negativos em relação a um grupo fundamentam a questão afetiva do
preconceito, e as ações, o fator comportamental. Segundo Max Weber (1864-1920), o
indivíduo é responsável pelas ações que toma. Uma atitude hostil, negativa ou
agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser classificada como preconceito.
As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual".
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O preconceito racial é caracterizado pela convicção da existência de indivíduos com
características físicas hereditárias, determinados traços de caráter e inteligência e
manifestações culturais superiores a outros pertencentes a etnias diferentes. O
preconceito racial, ou racismo, é uma violação aos direitos humanos, visto que fora
utilizado para justificar a escravidão, o domínio de alguns povos sobre outros e as
atrocidades
que
ocorreram
ao
longo
da
história.
Nas sociedades, o preconceito é desenvolvido a partir da busca, por parte das pessoas
preconceituosas, em tentar localizar naquelas vítimas do preconceito o que lhes
“faltam” para serem semelhantes à grande maioria. Podemos citar o exemplo da
civilização grega, onde o bárbaro (estrangeiro) era o que "transgredia" toda a lei e
costumes da época. Atualmente, um exemplo claro de discriminação e preconceito
social é a existência de favelas e condomínios fechados tão próximos fisicamente e tão
longes socialmente. Outra forma de preconceito muito comum é o sexual, o qual é
baseado na discriminação devido à orientação sexual de cada indivíduo.
O preconceito leva à discriminação, à marginalização e à violência, uma vez que é
baseado unicamente nas aparências e na empatia.
Escala de Preconceito de Allport - The Nature of Prejudice (1954)
NÍVEL
CONCEITO
1
Antilocução
2
Esquiva
3
Discriminação
4
Ataque Físico
5
Extermínio
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DESCRIÇÃO
Grupo majoritário fazendo piadas abertamente
sobre um grupo minoritário. Também chamado
de incitamento ao ódio. É geralmente vista como
inofensiva pela maioria, mas estabelece o
cenário para erupções mais sérias de
preconceito.
O contato com as pessoas do grupo minoritário
passa a ser ativamente evitado pelos membros
do grupo majoritário. Não há intenção de fazer
mal diretamente (isolamento).
O grupo minoritário é discriminado negando-lhe
oportunidades e serviços. Os comportamentos
têm por objetivo específico prejudicar o grupo
minoritário impedindo-o de atingir seus
objetivos, obtendo educação ou empregos etc.
O grupo majoritário vandaliza as coisas do
grupo minoritário, queimam propriedades e
desempenham
ataques
violentos
contra
indivíduos e grupos. Danos físicos são
perpetrados contra os membros do grupo
minoritário (linchamento, atear fogo em índios,
agredir homosexuais).
O grupo majoritário busca a exterminação do
grupo minoritário.
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Discriminação
Significa "fazer uma distinção".O significado mais comum, no entanto, tem a ver com
a discriminação sociológica:
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Discriminação Social
Discriminação Racial
Discriminação Deficiência
Discriminação Religiosa
Discriminação Sexual
Discriminação Idade
Discriminação Nacionalidade
Discriminação Trabalho
A ato de discriminar leva em muitos casos a um processo de exclusão social que
marginaliza e estigmatiza o indivíduo ou grupo social, representando uma série de
restrições e aprisonamentos sociais incapacitantes.
A legislação brasileira considera crime o ato discriminatório, como se depreende das
leis 7.853/89 (pessoa portadora de deficiência), 9.029/95 (origem, raça, cor, estado
civil, situação familiar, idade e sexo) e 7.716/89 (raça ou cor).
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Esteriótipo, Preconceito e Discriminação - Material ALuno