Pastoral da Família
- O que é
- Como a dinamizar
Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar
Índice
1. Os grandes problemas da família
2. A urgência da Pastoral da família
3. Como (re)organizar e dinamizar a
pastoral familiar de forma a ajudar as
famílias?
1.
Os grandes problemas da família
Segundo o estudo do INE, os portugueses casam
menos e cada vez mais tarde. O número de
casamentos voltou a baixar em 2011, com menos
9.9% face a 2010.
A idade média face ao casamento é de 31 anos
para os homens e 29.5 anos para as mulheres.
Em 2010, a média das idades era de 30.8 e de 29.2
anos, respetivamente.
Quanto a divórcios, em 2011, foram decretados
26.751, e o número de casamentos celebrados
passou de 48.671 para 36.035.
- Temos das mais baixas taxas de natalidade do
mundo
- Estamos a ficar «envelhecidos»
- Temos das mais altas taxas de desemprego da UE
- Temos muitas famílias endividadas
- Temos muitas famílias desestruturadas
- Somos pouco empreendedores
- Temos receio de assumir riscos
- Ainda somos um país maioritariamente católico
(religioso) mas pouco praticante
- Temos uma moral sexual muito permissiva
que origina o retardamento do casamento (e
dos filhos)
As famílias em situações especiais
- As famílias em que pelo menos um dos
cônjuges é “recasado”
- As famílias com filhos portadores de
deficiência
- As famílias monoparentais
- As famílias deslocadas (os migrantes)
Famílias em situações irregulares
- Uniões heterossexuais, não casadas (Cons Europa) ou
«Uniões de facto» (FC, 81)
- Católicos unidos em matrimónio civil
- Católicos divorciados civilmente (e não casados
de novo)
- Católicos divorciados e recasados
Famílias em situações difíceis
- Famílias que vivem praticamente marginalizadas
nas grandes cidades
- Famílias com filhos drogados
- Famílias que dificilmente conseguem ter um
contacto com a paróquia
- Famílias em que há violência doméstica
- Famílias de anciãos forçados a viver na solidão e
sem meios adequados de subsistência.
- Famílias que vivem na pobreza (extrema)
Famílias marcadas…
- Pelo desemprego
- Pelo trabalho precário
- Pelo trabalho longe do local de residência
- Pela pouca proteção dada à maternidade
Famílias afetadas(1):
- Pela cultura do provisório (que dá prioridade ao
que é efémero sobre as realidades perenes)
- Pela cultura do prazer (que orienta para a
satisfação imediata e egoísta dos próprios
anseios e desejos)
(1) Cf. A Família, esperança da Igreja e do mundo (abreviatura FEIM). Carta
Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa (31 de Maio de 2004)
- Pela cultura do consumo e do bem-estar
material
- Pela cultura da facilidade (que ensina a evitar
tudo o que exige esforço, sofrimento e luta)
- Pela cultura de morte (que desvaloriza de
forma dramática a vida humana - as crianças
não nascidas, os débeis, os doentes e as
pessoas idosas)
- Pela cultura mediatizada (todos estes traços
culturais impõem-se, continuamente, às
famílias, através da avalanche dos meios de
comunicação)
(FEIM 12).

Os sem família
Precisamos
de
um novo paradigma de família
Aberto ao amor e à vida (o que exige
sacrifício, doação, renúncia de muitas
coisas…)
2.
A urgência da Pastoral da Família
«Na medida em que a família cristã acolhe o Evangelho e
amadurece na fé torna-se comunidade evangelizadora.
(…) A futura evangelização depende em
grande parte da Igreja doméstica. Esta missão
apostólica da família tem as suas raízes no baptismo e
recebe da graça sacramental do matrimónio uma nova
força para transmitir a fé, para santificar e
transformar a sociedade actual segundo o
desígnio de Deus» (FC52).

«É preciso empregar todas as forças para
que a pastoral da família se afirme e
desenvolva, dedicando-se [a Igreja] a um
sector verdadeiramente prioritário, com a
certeza de que a evangelização, no futuro,
depende em grande parte da Igreja
doméstica» (FC 65)

«A acção pastoral da Igreja deve ser
progressiva, também no sentido de que deve
seguir a família, acompanhando-a passo a
passo nas diversas etapas da sua formação
e desenvolvimento» (FC 65).
3.
Como (re)organizar e dinamizar a
pastoral familiar de forma a ajudar
as famílias?
 Equipa
da pastoral familiar
(a nível da Paróquia ou da Unidade Pastoral ou
do Arciprestado)

O que é?
É um pequeno grupo de casais cristãos que,
unidos ao pároco, assume perante a
comunidade a tarefa da evangelização das
famílias, em articulação com outras estruturas
paroquiais (catequese, pastoral juvenil e
vocacional, etc.) de forma a ajudar as famílias
a serem mais fiéis ao seu projeto de amor.

-
Onde “recrutar” casais?
Aos movimentos familiares…
À catequese…
À comunidade…
…

Que tipo de casais?
-
Com bom testemunho
Generosos…
Simpáticos e acolhedores
Criativos
Com capacidade de trabalhar em grupo…
Com algum conhecimento da realidade
familiar
-
-

Como reunir?
Reunindo-se regularmente (de 3 em 3
semanas ou mensalmente), a equipa deve:


refletir conjuntamente temas sobre a família
definir ações concretas, tendo em conta a
realidade familiar local.

Quais as grandes apostas?
a) Preparação dos noivos para o
sacramento do matrimónio
(Criar condições para todos os noivos da zona
participarem em encontros de preparação para
o matrimónio)
b) Acompanhamento dos casais novos
- Promover encontros de casais novos;
- Potenciar o encontro com os casais que pedem à
Igreja o Batismo para os seus filhos;
- Potenciar o encontro com os casais que
matriculam os filhos na catequese ;
- Realizar bênçãos das grávidas e bênção das
crianças.
c) Acolhimento aos novos residentes
d) Muita atenção às famílias em situação
«especial»
O que é que a equipa pode fazer?
► Colaborar com o pároco na coordenação da
pastoral familiar da paróquia, em articulação com
as outras estruturas paroquiais e em consonância
com as orientações gerais diocesanas;
► Fazer o levantamento da realidade familiar do
meio e despertar a comunidade para a resolução
dos problemas mais preocupantes;
► Promover ações de formação humana e cristã
para as famílias (debates, encontros de convívio,
jornadas de estudo e de reflexão, etc.);
► Colaborar na preparação dos noivos para o
matrimónio e na preparação dos pais para o
batismo dos seus filhos;
► Prestar atenção e ajuda aos casais em
dificuldade;
► Acompanhar os casais, de modo particular os
mais novos, aproveitando alguns dos momentos
mais significativos (aniversário do casamento,
nascimento ou batizado de um filho, morte de um
familiar, …);
► Aproveitar o Dia da Sagrada Família para
homenagear os casais que celebram o casamento
nesse ano, os que celebram as bodas de prata e
ouro matrimoniais e, por que não, os que tiveram
um filho durante o ano;
► Sensibilizar a comunidade para as questões
relacionadas com a “cultura da vida”;
► Incentivar a formação de outras equipas de
casais, designadamente as ligadas aos
movimentos de espiritualidade familiar;
►…
Encontro de equipas da pastoral familiar da Região Pastoral Sul (julho de 2013)

Um rol de sugestões para se promover a
família…
«No meio de uma crise que atravessa as
estruturas societárias e a própria Igreja, há
(muitos) sinais de esperança que nos levam a
crer que este Deus não abandona o seu Povo.
Pelo contrário.
…
A reunião das equipas paroquiais da pastoral
familiar da Região Pastoral Sul, recentemente
realizada em Chão de Couce, costuma ser
sinal desta vitalidade que corre um pouco por
toda a diocese, às vezes de iniciativa mais ou
menos desorganizada e informal, mas que vai
deixando rasto, e vai marcando o pulsar das
comunidades nesta importante área da
pastoral, como é a família.
…
Sentimos que há a preocupação óbvia de se
criar em cada paróquia ou grupo de paróquias
afetas a um pároco uma equipa de casais que,
em concertação com ele, anime a pastoral
familiar (porque há tanto a fazer!).
Normalmente, é constituída por meia dúzia de
casais que se reúne regularmente (mais ou
menos mensalmente). É claro, que se o pároco,
mesmo sobrecarregado com muitas tarefas,
estiver convicto da necessidade e prioridade
desta pastoral, será mais fácil o crescimento da
equipa. E o resto virá por acréscimo…
O Dia diocesano da Família, comemorado na Festa
da Sagrada Família (no domingo sequente ao Natal),
é, sem dúvida, o evento mais celebrado pelas
comunidades. Os “reis” da festa são os casais
“jubilados”, designadamente aqueles que fizeram 25
ou 50 anos de casados. Mas também há comunidades
que convidam os casais com 1, 5 ou 10 anos de
casamento (antes que não aguentem os 25 ou 50
anos de vida a dois…). Vale aqui a criatividade e
fulgor da equipa, tendo em conta a realidade local.
Este momento festivo é celebrado, normalmente, na
missa dominical, seguindo-se, também por norma, um
almoço, às vezes aberto a toda a comunidade.
Conforme o estofo da equipa, a preparação desta
festa pode durar longos meses: há quem faça
somente o convite do púlpito e apareça quem
aparecer; há quem envie uma mensagem ou carta
e aguarde a resposta; e há quem vá à residência
de cada casal jubilado no preciso dia em que
passa o aniversário e, a propósito do convite,
ofereça uma prendinha (às vezes a cópia da ata
do casamento) e dê dois dedos de conversa. O
certo é que estamos perante uma excelente
oportunidade de tocar não só nos casais
jubilados, mas também nas suas famílias
(filhos, noras, genros, netos, namoradas dos
netos, etc.).

Depois, e também conforme a dinâmica da
equipa, há quem promova a bênção das
grávidas ou a bênção dos bebés, há quem
aproveite a morte de alguém para ir rezar no
velório, ou visitar depois as famílias
enlutadas (estes gestos simples, em
momentos de muita fragilidade emocional,
tornam-se muito significativos), há quem
tome a seu cuidado a via-sacra pela
Quaresma ou o terço no mês de Maria, …
… há quem cante os Reis / as Janeiras, há
quem invente uma data para festejar os avôs
e as avós (e aqui temos, como muita
criatividade, mais dois momentos para se falar
da família…), há quem leve a imagem de
Nossa Senhora peregrina de casa em casa,
há quem faça uma celebração com as
crianças que ainda não frequentam a
catequese (normalmente as que têm 5 anos).
E também há equipas que se juntam de vez
em quando para jantar e conviver (ou
somente para refletir, num local diferente do
habitual).
Enfim, há um pouco de (quase) tudo. Com muitos
(outros) desafios pela frente: os noivos que se
preparam para o matrimónio (e que estas equipas
poderiam dar uma ajuda, antes de frequentarem o
CPM…); os casais novos que necessitam de
muito apoio; os pais (e padrinhos) que se
preparam para o batismo dos filhos (e que estas
equipas poderiam dar um precioso auxílio); os
casais com problemas conjugais (e outros) que
carecem de muita ajuda; os casais separados/
divorciados, que precisam de muita compreensão;
as pessoas idosas que vivem na solidão e que
anseiam uma visita; etc.
As necessidades e os desafios são muitos.
Mas as sugestões também não são poucas, e
são “reais”, porque temos muitas equipas da
pastoral da família a concretizá-las. O
importante é começar, e ganhar
entusiasmo.
É que a família, célula base da sociedade e da
Igreja, agradece todos os contributos que
pudermos dar, animados pela fé numa Igreja
mais viva e “mais vida”. »
Jorge Cotovio
Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar
Correio de Coimbra, 1/8/2013

Bibliografia importante
- Familiaris Consortio
(Exortação Apostólica de João Paulo II sobre a função da família no mundo de hoje - 22/11/1981 )
- A força da família em tempos de crise
(Nota Pastoral da CEP - 11/4/2013)
A Família, esperança da Igreja e do mundo
(Carta Pastoral da CEP (31/4/2004)
Questões para o Trabalho em Grupo
(8 grupos de 9 pessoas)
Perguntas para todos os grupos
a) Quais as prioridades de uma pastoral
familiar diocesana?
b) Como deve ser estruturada/ organizada uma
pastoral familiar?
c) Que iniciativas podemos promover para
cativar/ seduzir os casais?
d) De que forma poderemos ajudar os casais
novos a prepararem-se convenientemente para o
sacramento do Batismo dos filhos (e depois
«cativá-los»)?
e) De que forma podemos aproveitar/ cativar os
casais que se preparam para o matrimónio
cristão?
f) Como devemos lidar com as situações
irregulares do casamento?
g) Como acolher e cativar as famílias que andam
afastadas da Igreja?
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