Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa
Lato Sensu em Serviço Social, Política Social e Família
Trabalho de Conclusão de Curso
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: OS DESAFIOS DA
CODEPENDÊNCIA NO ÂMBITO FAMILIAR
.
Autora: Maria Léia Gonçalves Dias
Orientadora: Prof.ª Drª. Luciana de Castro Álvares
Coorientadora: Prof.ªMSc. Cilene Sebastiana Lins
Brasília - DF
2014
MARIA LÉIA GONÇALVES DIAS
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: OS DESAFIOS DA CODEPENDÊNCIA NO
ÂMBITO FAMILIAR
Artigo apresentado ao programa de pósgraduação lato sensu em Serviço Social, da
Universidade Católica de Brasília, como
requisito parcial para obtenção do certificado
de Especialista em Serviço Social.
Orientadora: Profª. Drª. Luciana de Castro
Álvares
Coorientadora: Profª. MSc. Cilene Sebastiana
Braga Lins
Brasília - DF
2014
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 6
2.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................................... 6
3.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL ........................................................... 9
3.1. SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS.................................................................................................. 10
3.2. O ABUSO E O USO NOCIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ........................................ 11
3.3. ATADO À PESSOA “PROBLEMA” ............................................................................................ 11
4. A QUESTÃO DAS DROGAS NO BRASIL ................................................................................. 13
4.1. A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA REFERENTE ÀS DROGAS ..................................... 13
5.
O TRATAMENTO DO USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ................................ 14
6.
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA ............................................................................................... 17
6.1. A FAMÍLIA .................................................................................................................................. 17
6.2. AS CONSEQUÊNCIAS A DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO ÂMBITO FAMILIAR ................ 18
6.3. AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA FAMÍLIA DURANTE O TRATAMENTO DO
DEPENDENTE QUÍMICO. ................................................................................................................. 19
7.
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 20
8.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 22
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, meu Senhor e Salvador, que foi e é minha força. Ele,
com sua infinita misericórdia, me socorreu e fortaleceu para que seguisse e não desistisse. À
Santíssima Virgem Maria, que acolheu os meus pedidos e passou na frente levando cada um
às mãos do Pai.
Às milhas filhas Rafaella e Raissa, pela cumplicidade, carinho, amor, incentivo e
dedicação. Aos afilhados Franco e Ângela pela ajuda e por toda minha família pela
compreensão, incentivo e apoio.
Ao Paulo pelo companheirismo, amor, carinho, ajuda, compreensão e por
compartilharmos juntos angústias e sonhos.
A toda equipe da SERVOS, diante das demandas e desafios enfrentados e pelo carinho
com que colaboram com as pessoas que buscam ajuda , em especial, à Roseli S. Burmann (in
memoriam) que me incentivou para que voltasse a estudar e conquistasse uma nova
graduação e pós-graduação.
Aos colegas do MEC e em especial a Lunalva, Glorineide, Thiago, Laila, Josylene,
Nádia, José Ivan e Socorro pela ajuda e carinho.
Ao corpo docente da Universidade Católica, em especial à orientadora deste trabalho,
Luciana de Castro Álvares, às Coordenadoras Cilene Lins e Ludmila Suaid e os
professores Thiago Bazi e Ozanira, pela valiosa dedicação ao ministrarem as respectivas
aulas.
Aos colegas do curso, pelos momentos de troca de conhecimentos, estudos e apoio.
RESUMO
O presente artigo versa sobre a temática da dependência química e discorre sobre as
consequências da codependência no âmbito familiar. Apresenta as consequências acarretadas
à família devido ao uso indiscriminado de substâncias psicoativas por parte de um membro
familiar, bem como identifica as dificuldades enfrentadas pela díade família – dependente
químico no período de tratamento. A metodologia adotada foi a revisão bibliográfica em base
de dados da biblioteca eletrônica Scielo, sendo selecionados vinte e um artigos periódicos e
doze artigos extraídos de dois CDs distribuídos nos dois últimos CBAS - Congresso
Brasileiro de Assistentes Sociais de 2010 e 2013. Como conclusão, aponta-se que a família
sofre os impactos da dependência química por parte de um membro: adoecimento físico e
psíquico dos familiares, dificuldades econômicas, relações intrafamiliares permeadas pela
violência, o que pode acarretar e comprometer a saúde dos familiares envolvidos. Ainda,
corrobora o pensamento de que a família pode ser um apoio no processo de tratamento e
recuperação dos usuários de substâncias psicoativas, apontando a importância de se estender o
tratamento e aporte profissional ao âmbito familiar.
Palavras Chaves: Substâncias Psicoativas, Família, Codependência e Tratamento.
ABSTRACT
The purpose of my project is to discusses the addiction theme and its consequences of
codependency in the family. It shows the consequences are entailed to the family due to the
indiscriminate use of psychoactive substances by a family member. It is intended to identify
the difficulties faced by the dyad family - the chemical dependent treatment period. The
methodology used was the literature review in the database SciELO electronic library, in
which 21 journals articles and 12 articles from two CDs distributed in the last two Brazilian
Congress of Social Workers (CBAS), 2010 and 2013 were selected. In conclusion its pointed
out that the family suffers the impact of addiction on the part of an individual: physical and
mental illness of family members, economic difficulties, intra-family relationships permeated
by violence, which can lead and compromise the health of the family members involved. At
the same time, corroborates the thought that the family can be an essential aid in the treatment
and rehabilitation of drug users process.) Therefore, the importance of extending the treatment
and professional contribution to the household level it is extremely necessary.
Key Words: Psychoactive Substances, Family, and Codependency Treatment.
6
1. INTRODUÇÃO
A dependência química é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
uma doença que tem causas múltiplas de ordem biológica, psicológica e social. Ao partirmos
dessa perspectiva, podemos afirmar, com veemência, que essa doença precisa ser tratada. Isso
passa a ter ênfase ao pensarmos nos familiares dos dependentes, pois a convivência entre eles
e a família pode gerar problemas e dificuldades no relacionamento. Esse convívio pode até
comprometer a saúde dos familiares.
A família pode ser considerada um importante apoio no processo de tratamento e
recuperação do dependente químico. Para que isso se efetive, é imprescindível oferecer um
suporte profissional especializado para as pessoas que convivem com usuários de substâncias
psicoativas. Desse modo, é de fundamental importância pensar a família do dependente
químico, bem como sua forma de atuação na ação de recuperação. É primordial, ainda,
verificar a necessidade de que essas pessoas (família) sejam também acolhidas e
acompanhadas durante o período em que o dependente esteja em tratamento.
Este estudo tem o objetivo verificar as consequências do uso de substâncias
psicoativas no âmbito familiar. O documento visa mostrar as bases teóricas e conceituais, e
propiciar uma reflexão crítica sobre a questão da promoção da saúde frente à dependência de
drogas, bem como descrever as dificuldades enfrentadas pela família no acompanhamento de
seus dependentes no período de tratamento. Vale frisar que isso será feito de acordo com o
modelo biopsicossocial presente na atualidade.
A primeira sessão do artigo faz uma contextualização histórica e conceitual das
drogas, suas implicações no ambiente familiar relacionadas ao consumo do uso e abuso de
substâncias psicoativas por um dos membros e verificando a codependência em decorrência
do convívio com o dependente químico. Na segunda sessão, será feita uma análise
contemporânea da legislação brasileira referente às drogas. Nessa fase será verificada a atual
política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outra drogas. A
terceira sessão apresentará as formas de tratamento para usuários de substâncias psicoativas.
Por sua vez, a quarta sessão enfatizará a família e sua importância no processo de tratamento
clínico dos usuários de substâncias psicoativas, com averiguações das consequências da
dependência química na esfera familiar e as dificuldades enfrentadas durante o tratamento do
dependente químico. Essa última fase ainda expõe os principais resultados com as
considerações finais.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O uso e abuso de substâncias psicoativas na atualidade é considerado um grave
problema de saúde pública. Discutir a dependência química, hoje, exige uma reflexão a
respeito do surgimento dos primeiros periódicos científicos, assim como dos posteriores
resultados das pesquisas científicas. A partir de tal ponderação, é possível afirmar que os
periódicos tornaram-se uma indispensável fonte de publicação da produção científica, bem
como os livros e artigos, considerando-se os modelos que contribuem para a compreensão do
fenômeno no momento atual e das estratégias de intervenção estabelecidas.
Sendo assim, o trabalho que se apresenta é fruto de uma revisão bibliográfica, cuja
base de dados foi extraída da biblioteca eletrônica da Scientific Eletronic Library Online
(SciELO), da qual foram selecionados vinte e um artigos periódicos e doze artigos extraídos
de dois CDs distribuídos nos dois últimos Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais
(CBAS) - 2010 e 2013.
7
Os artigos foram selecionados por meio de pesquisa por palavras-chaves referentes ao
objetivo proposto: drogas, substâncias psicoativas, dependência química e codependência. No
processo de análise, procedeu-se à categorização temática, à comparação e à avaliação do
material levantado quanto à sua contribuição para a realização do trabalho. A avaliação dos
resultados foi desenvolvida com base na literatura sobre o assunto.
Foram selecionados textos on-line disponíveis com abordagem nas relações familiares
com dependentes químicos durante o tratamento, as consequências da dependência química
no convívio familiar, bem como as descrições das dificuldades enfrentadas pelos familiares no
tratamento da dependência e as especificidades da abordagem terapêutica para essa
população.
Outros critérios de inclusão foram: publicações, Leis e Legislações da política para
atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas pelo Ministério da Saúde,
considerando as especificidades culturais da família brasileira diante da problemática da
dependência química.
Os artigos foram publicados em periódicos relacionados à área de Psiquiatria,
Psicologia e Ciências da Saúde. Os doze artigos apresentados nos dois últimos CBAS,
referentes aos anos de 2010 e 2013 apontam uma preocupação nacional pela ausência de
tratamento aos familiares de dependentes de substâncias psicoativas.
Foram analisados artigos publicados no sítio www.scielo.br e outros disponíveis em
mídias relativas ao Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), dos anos de 2010 e
2013, conforme quadro a seguir:
TÍTULO DO ARTIGO
AUTORES
PUBLICAÇÃO
Vínculos entre crianças em situação Karolly Kerol de Sousa e João Luiz Psicologia: Ciência e Profissão.
de acolhimento institucional e
Leitão Paravidini
visitantes da instituição
(codependência)
Avaliando a motivação para
mudança em dependentes de
cocaína.
Mylene Magrinelli Orsi e
Margareth da Silva Oliveira
Estudos de Psicologia, Vol. 19 nº 3
Campinas – SP.
Metáforas e dependência química.
José Baus.
Estudos de Psicologia, Vol. 19 nº 3
Campinas – SP.
Psicodinâmica do adolescente
envolvido com drogas.
Felix Kessler.
Revista de Psiquiatria do RS, Vol.
25.
Repercussões do Fechamento da
Unidade de Desintoxicação do
Hospital Psiquiátrico São Pedro RS.
Renato Brasil Araújo.
Revista de Psiquiatria do RS, Vol.
25.
Práticas educativas parentais: a
percepção de adolescentes com e
sem dependência química.
Carla Zart Broecker e Graciela
Inchausti de Jou
Psico-USF, V.12 nº 2
O processo saúde-doença e a
dependência química: interfaces e
evolução.
Elisângela Maria Machado Pratta e
Manoel Antonio dos Santos
Psicologia: Teoria e Pesquisa, V.25
nº 2.
Validade incremental do Zulliger e
do Pfister no contexto da
toxicomania.
Renata da Rocha Campos Franco e
Anna Elisa de Villemor – Amaral.
Psico-USF, V.17 nº 1.
8
Processamento implícito e
dependência química: teoria,
avaliação e perspectivas.
Ana Carolina Peuker, Fernanda
Machado Lopes, Carolina Batista
Menezes e Silvia Mendes Cunha.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, V.29
nº 1.
Significados das práticas corporais
no tratamento da dependência
química
Giuliano Gomes de Assis Pimentel, Interface, Comunicação, Saúde,
Edna Regina Netto de Oliveira e
Educação, Vol.12 nº 24.
Aparecida Paulina Pastor.
Caracterização das internações de
dependentes químicos em Unidade
de Internação Psiquiátrica do
Hospital Geral.
Fernando Sérgio Pereira de Sousa e Ciência & Saúde Coletiva, Vol.15
Eliany Nazaré Oliveira.
nº 3.
Expressão da codependência em
Leila Memória Paiva Moraes,
familiares de dependentes químicos Violante Augusta Batista.
REME - Revista Mineira de
Enfermagem.
Dependência química e trabalho:
uso funcional e disfuncional de
drogas nos contextos laborais.
Maria Elizabeth Antunes Lima.
Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, V.35 nº 122.
Qualidade de vida e desesperança
em familiares de dependente
químicos.
Antonio Teuberto Aragão,
Elizabete Milagres e Neliana Buzi.
Psico USF nº 14.
Craving e dependência química:
conceito, avaliação e tratamento.
Renato Brasil Araújo.
Jornal Brasileiro de Psiquiatria,
Vol.57 nº 1.
O impacto dos transtornos do uso e
abuso do álcool na convivência
familiar.
Francisco Arnaldo Nunes de
Miranda, Clélia Albino Simpso,
Dulcian Medeiros de Azevedo e
Shirley da Silva Costa
Susana M. Sastre Seadi e
Margareth da Silva Oliveira.
Revista Eletrônica de Enfermagem
v.08 nº 2 p.222
A terapia multifamiliar no
tratamento da dependência
química: um estudo retrospectivo
de seis anos.
Psic. Clin. RJ, v.21 nº 2 p.369
Cuidadoras de pacientes alcoolistas Elizama Cabral Vasconcelos dos
no município de Santos – SP.
Santos e Denise Martin
REBEN – Revista Brasileira de
Enfermagem.
Assistência ao familiar cuidador em Jurema Ribeiro Luiz Gonçalves e
convívio com o alcoolista, por meio Sueli Aparecia Frari Galera.
da técnica de solução de problemas.
Revista Latino-Americana de
Enfermagem.
Funcionamento de famílias com
membros dependentes de
substâncias psicoativas.
Psicol. Argum.
Anaídes Pimentel da Silva Orth e
Carmem Leontina Ojeda Ocampo
Moré.
Uso de drogas ilícitas e
Octavio Muniz da Costa Vargens,
perspectivas críticas de familiares e Bruna Brands.
pessoas próximas na cidade do Rio
de Janeiro- Zona Norte, Brasil.
Revista Latino-Americana de
Enfermagem
9
XIII CBAS - Lutas Sociais e o Exercício Profissional no Contexto da Crise do Capital:
Mediações e a Consolidação do Projeto Ético Político Profissional - 2010
ARTIGOS – CBAS
AUTORES
Drogas uma Problemática para a Ressocialização.
Rosangela dos Santos Rossi.
Revisão Crítica da Política Pública Brasileira sobre
Drogas (2003 a 2009).
Rita de Cássia Cavalcante Lima.
Tráfico de drogas adolescentes ameaçados de morte no
Rio de Janeiro.
Fórum de saúde mental e a questão do uso indevido de
drogas:um pouco de demandas, pautas e debates.
Fábio do Nascimento Simas.
Família e Dependência Química: Atendimento do
Serviço de Atenção aos Dependentes Químicos.
Cláudia Lemos Gomes Barros, Diego Souza
Aguiar, Renata Santos Guedes, Julieta Emília
Barbosa Moraes, Luana Machado dos Santos e
Valdenice Pereira dos Santos.
Francielly Adão Nascimento e Maria Lúvia
Teixeira Garcia.
XIV CBAS – Impactos da Crise do Capital nas Políticas Sociais e no Trabalho da
Assistência Social – 2013
ARTIGOS – CBAS
AUTORES
Dependência de drogas no contexto das famílias:
interfaces com as políticas públicas intersetoriais.
Daniela Cristina Soares Goulart
Ana Cristina Nassif Soares.
Reflexões sobre a Violência de Gênero no Ambiente
Familiar.
Jamile Fernanda Conceição de Oliveira, Jessiane de
Brito Sousa, Jeseane dos Santos Santana.
Famílias em Situação de Vulnerabilidades e Risco
Social, Associadas ao uso de Drogas no SUAS.
Regina Célia de Souza Beretta.
A prática da Assistência Social e o Conservadorismo
na Cena Contemporânea.
Amanda Eufrásio.
O Serviço Social no Centro de Atenção Integral à
Saúde de Santa Rita do Passo Quatro - SP.
Roberta da Silva Santos, Márcia Cristina Negregiol
Biazolli, Sônia Regina Gobi, Marionildo Arbonelli.
Saúde Mental, Drogas e Direitos Humanos.
Marco José de Oliveira Duarte.
A Importância da Prevenção ao Uso de Drogas no
Ambiente Escolar.
Ana Cristina de Oliveira, Chirlene Oliveira de Jesus
Pereira.
3. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL
A presença das drogas tem acompanhado a própria evolução humana. A arqueologia
aponta o uso de substâncias psicoativas há aproximadamente dez mil anos, e existem
evidências históricas de uso cultural há cinco mil anos, WIKIPEDIA (2014). À medida que o
ser humano passou a dominar o uso das plantas que eram usadas na alimentação e também na
medicina, percebeu que o efeito de certas substâncias presentes nelas ocasionavam efeitos
mentais e passaram a considerá-las como “plantas divinas”, devido ao seu poder alucinógeno.
Segundo LESSA (1998), a história do uso de substâncias psicoativas está presente na
sociedade, não importando a raça ou a cultura do povo. As drogas eram utilizadas na
10
antiguidade em cerimônias e rituais, onde se obtinham prazer, diversão e experiências
místicas.
De acordo com MOTT (1986), a maconha (cannabis), também conhecida como
marijuana, diamba, liamba, entre outros, originária da Ásia Central e Ocidental já era
conhecida na Índia, China e Egito tanto pelos seus efeitos medicinais, quanto pelo seu
emprego na manufatura têxtil, em função de ter fibras longas e flexíveis e, segundo ZUARDI
(2006), essa droga era usada com medicamento para várias doenças desde 2.700 antes de
Cristo.
A coca é o nome popular de uma planta que tem cerca de 250 espécies em todo o
mundo, reverenciada e usada pelos povos da região andina em várias cerimônias religiosas,
ritos funerais e mágicos e o seu efeito no organismo humano é o de abolir a fadiga, a dor e a
fome. Dessas duzentas e cinquenta espécies, apenas duas contém a cocaína: Erytroxylumcoca
e Erytroxylumnovogranatensis. Segundo MOMM (2011), a cocaína foi sintetizada em 1857
pelo alemão Albert Niemman, que publicou sua descoberta em 1860.
De acordo com GONTIJO, BITTENCOURT e LOURENÇO (2006), os efeitos no
organismo humano do ópio já são conhecidos há mais de 4.000 anos. Extraído de uma planta
herbácea chamada papoula, o ópio tem efeitos calmantes, soníferos e anestésicos. Para a
época, a extração de seu sumo era complexa, sendo habitual que os antigos comessem a flor
inteira. Foi usado pelos sumérios através de infusão para curar doenças; tempos mais tarde, os
assírios e os babilônios também extraíam o suco leitoso de seus frutos para fabricarem
remédios. Hipócrates descreveu seus efeitos medicinais contra algumas enfermidades.
Para PRATTA (2009), os conceitos de saúde e doença, e o uso de substâncias
psicoativas sofrem influência do contexto histórico, cultural e social, estando presentes na
evolução humana ao longo dos tempos. Porém, o uso de substâncias psicoativas é antigo, mas
foi a partir do século XX que surgiram os primeiros indícios de proibições. Antes, contudo, os
estudos científicos eram inexistentes e a utilização das drogas não representava uma ameaça à
sociedade.
Atualmente, os efeitos do álcool e de outras drogas são popularmente conhecidos e o
aumento do consumo dessas substâncias psicoativas, seja lícito ou ilícito, tem se constituído
em questão social que precisa ser enfrentada pela sociedade.
3.1. SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
As drogas psicoativas são substâncias químicas que agem principalmente no sistema
nervoso central, alterando a função cerebral, mudando temporariamente sua percepção, seu
humor, seu comportamento e a sua consciência.
Para a OMS, (2001), droga é toda a substância que, introduzida no organismo por
qualquer via de administração, produz alterações no funcionamento normal do Sistema
Nervoso Central (SNC).
De acordo com NICASTRI, (2010, p. 14), as drogas psicotrópicas, também conhecidas
como substâncias psicoativas, são aquelas utilizadas para alterar o funcionamento cerebral
causando modificações no estado mental, no psiquismo, alterando o estado da mente,
proporcionando experiências de prazer ou desprazer capazes de levar parte de seus usuários
ao uso contínuo e à dependência.
O indivíduo sofre alteração na maneira de sentir, pensar e agir, mas os efeitos não são
os mesmos em todas as pessoas, pois há a diversidade de características individuais físicas e
biológicas de cada um. Os efeitos das drogas dependem de especificidades do usuário, como
estado emocional, as expectativas do uso e o ambiente que será efetuado o consumo.
11
Para NICASTRI (2010), do ponto de vista cientifico as drogas podem ser classificadas
em depressoras, estimulantes ou perturbadoras:

Depressoras: são aquelas que têm a capacidade de diminuir a atividade do
cérebro, tendo propriedades analgésicas, levando seus usuários a apresentarem movimentos
lentos, com diminuição da atenção e da atividade motora. Dentre elas, podemos destacar o
álcool, os barbitúricos, os inalantes/solventes, ansiolíticos e os opiáceos.

Estimulantes: são aquelas que aumentam a atividade cerebral e que trazem
como consequência um estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos
psíquicos. Entre elas estão à cocaína, o crack, as anfetaminas, a cafeína e a nicotina.

Perturbadoras: são aquelas cujo efeito principal é provocar alterações no
funcionamento cerebral, resultando em vários fenômenos psíquicos anormais e causando
delírios e alucinações. Dentre elas, podemos destacar a maconha, a mescalina, psilocibina
(cogumelo), LSD, Ayahuasca (o “chá” do Santo Daime), o ecstasy e os anticonérgicos.
3.2. O ABUSO E O USO NOCIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
A dependência química é caracterizada por uma condição física e psicológica, causada
pelo consumo constante de substâncias psicoativas que leva seus usuários a prejuízos e
sofrimentos significativos.
A Organização Mundial de Saúde - OMS (2001) considera que a dependência química
deve ser tratada simultaneamente como uma doença médica crônica e como um problema
social. Não existe uma causa única, sendo reflexo de vários fatores que alteram e prejudicam a
estrutura funcional da pessoa usuária em seus aspectos físico, emocional, psíquico e social.
Na atualidade, é perceptível o aumento do consumo de drogas ilícitas. Em todo Brasil,
nos últimos anos, ficou marcada a trágica constatação de que o Crack se infiltrou na
sociedade, deixando de ser uma droga consumida apenas pela classe baixa ou por moradores
em situação de rua, avançando também em direção às classes média e alta e mostrando a
dimensão da sua capacidade de gerar dependência em seus usuários. Situação que alertou o
governo brasileiro, fazendo-o editar o Decreto nº 7.179, de 20/05/2010, que instituiu o Plano
Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras drogas, com o objetivo de mobilizar a
sociedade civil de maneira a conter essa ameaça social e tentar minimizar as consequências
causadas por aquisição fácil, dado que deriva de baixo custo.
De acordo com MARRA (2012), o termo Crack vem da língua inglesa e significa
“quebrar”, “partir-se”; deriva também do som emitido quando algo se quebra. Ironicamente,
se o termo origina de algo que se desfaz, o seu consumo também provoca o rompimento, a
destruição como uma bomba que detona, porém de forma lenta e devastadora.
PRATTA (2009) vem descrevendo o problema do uso nocivo das drogas como um
fenômeno de massa e como uma questão de saúde pública. Ainda de acordo como autor, a
abordagem para a dependência química passa por um modelo psicossocial, em que é
necessário discutir não só as questões orgânicas e psicológicas, mas também os aspectos
sociais, políticos, econômicos, legais e culturais que estão ligados ao fenômeno.
3.3. ATADO À PESSOA “PROBLEMA”
Codependência é um termo da área de saúde usado para se referir a pessoas,
geralmente familiares ou pessoas próximas, fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa
com séria dependência física e/ou psicológica de uma substância, como álcool ou drogas
12
ilícitas ou com um comportamento problemático e destrutivo, como jogo patológico ou
um transtorno de personalidade. WIKIPEDIA (2014).
De acordo com BALLONE (2008), o conceito de codependência foi se definindo nas
décadas de 70 e 80, caracterizando-se pela necessidade de controle do familiar dos
dependentes, normalmente o cônjuge ou companheira (o), que se atrelam emocionalmente,
tentando assumir e assim interferindo na vida do dependente, gerenciando seus horários,
preocupando-se com as questões de higiene, alimentação e vestuário, além de avocar para si
as responsabilidades, de maneira a aumentar os comportamentos irresponsáveis dos
dependentes.
O excesso de preocupação apresentada pelo codependente manifesta-se de maneira
emocional, social e física, caracterizando-se como patológica a condição de se viver em
função dos constantes problemas que o outro apresenta em seu cotidiano, comprometendo
também a sua própria relação com outras pessoas, assim como a sua saúde, e alterando, ainda,
o seu estilo de vida.
Os codependentes apresentam dificuldades em se reconhecerem nessa situação.
Assim, passam a viver em função do dependente, abdicando de sua própria vida e não
conseguem controlar sua obsessão.
Para SOUZA (2003), a codependência é a necessidade imperiosa em controlar coisas,
pessoas, circunstâncias, comportamentos na expectativa de controlar suas próprias emoções.
O autor considera que tudo começa com o fato de nos encontrarmos ligados a outra pessoa
seja através do amor ou obrigação em ajudar alguém que esteja enfrentando uma doença física
ou emocional. E como consequência da doença, se autodestrói ou desiste de viver e precisa,
aparentemente, de apoio e cuidado constante. O codependente acredita que pode mudar o
outro. Seus relacionamentos são criados para transformar os outros.
Para ZAMPIERI (2004), a codependência é um comportamento aprendido, do qual o
indivíduo precisa se livrar. Em muitos casos, isso significa romper um relacionamento
patológico, o que é muito difícil para o codependente. A codependência pode levar também a
outras situações agravantes, como depressão, suicídio, doenças psicossomáticas, entre outros
transtornos.
De acordo com BALLONE (2008), é necessário oferecer suporte terapêutico a essas
pessoas, orientando-os a adotarem comportamentos mais saudáveis. O primeiro passo
geralmente é a aceitação do problema. O tratamento pode envolver psicoterapia, grupos de
autoajuda, terapia familiar e em alguns casos o uso de medicamentos antidepressivos e
ansiolíticos.
O codependente passa a apresentar, no seu cotidiano, sinais característicos e que
geralmente funcionam como mecanismo de defesa. Pode apresentar dificuldades para o
estabelecimento e manutenção de relações; outra característica percebida é o perfeccionismo,
achando que dessa forma poderá moldar o comportamento do dependente. Normalmente
sente-se também envergonhando, com baixa autoestima, ansiedade, dores crônicas, num
evidente sinal de somatização, angústia e depressão.
NERY (2010) considera que ser codependente significa deixar o comportamento de
outra(s) pessoa(s) nos afetarem muito e por tempo prolongado, tornando-nos seres obcecados
em controlar o comportamento dessa(s) outra pessoa(s). Seja quem for, o centro da definição
e da recuperação não está no outro, por mais que o codependente assim acredite, mas sim nele
próprio.
O que se percebe realmente na codependência são questões relacionadas ao vínculo
que o codependente estabelece com os dependentes químicos, em uma simbiose, em que se
notam os exageros e a superproteção. Para BLEGER (1978), nesse tipo de relação
(simbiótica), aquilo que a pessoa não consegue aceitar em si mesma é depositado no outro.
É na família que se materializa o problema da dependência química e da
13
codependência. São as famílias que sofrem os efeitos nefastos causados pelo uso e abuso
nocivo de substâncias psicoativas. E, ao perceber essas questões, também como caso de
saúde, problema médico e doença, constata-se que as drogas não escolhem os seus usuários.
Hoje, no Brasil, elas estão nos lares de todas as classes sociais, o que se diferenciam, talvez,
sejam as substâncias utilizadas. Mas, seguramente, são as famílias carentes que encontram as
maiores dificuldades no enfrentamento desse problema, às vezes pelo simples
desconhecimento da política e, mais concretamente, pela falta de recursos financeiros para o
tratamento.
4. A QUESTÃO DAS DROGAS NO BRASIL
4.1. A ATUAL LEGISLAÇÃO BRASILEIRA REFERENTE ÀS DROGAS
A atual Política Nacional sobre Drogas visa à prevenção, ao tratamento, à recuperação,
à reinserção social, à redução de danos sociais e à saúde, à redução de oferta – repressão e
estudos, a pesquisas e avaliações. A Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006, instituiu o Sistema
Nacional de Políticas Públicas na área e ainda faz parte do conjunto de legislação:

Decreto nº 5.912/2006, que regulamenta a Lei nº 11.343.

Lei nº 9.099/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Decreto nº 6.117/2007, que aprova a Política sobre o Álcool e dispõe sobre
medidas de redução do uso indevido de álcool associado à violência e à criminalidade;

Lei nº 11.705/2008, que altera a Leis 9.503/1997 e Lei 9.294/1996 para inibir o
consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor.

Decreto nº 6.488/2008, que regulamenta o Código Trânsito Brasileiro,
disciplinando a margem de tolerância de álcool no sangue equivalente para efeito de crime de
trânsito.
No ano de 2003, o Ministério da Saúde instituiu a política de atenção integral aos
usuários de álcool e outras drogas, ressaltando a importância do núcleo familiar como foco de
intervenção.
A Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras
Drogas de 2003 faz recomendações básicas para ações na área de saúde mental:

promover assistência em nível de cuidados primários;

disponibilizar medicamentos de uso essencial em saúde mental;

promover cuidados comunitários

educar a população;

envolver comunidades, famílias e usuários;

estabelecer políticas, programas e legislação específicos;

desenvolver recursos humanos;

atuar de forma integrada com outros setores;

monitorar a saúde mental da comunidade; e

apoiar mais pesquisas.
A Constituição Federal de 1988 foi a grande conquista da instituição da Seguridade
Social, formada pelas políticas sociais setoriais da área de saúde, da previdência e da
assistência social, que determina os princípios de:


rurais.
Universalização da cobertura e do atendimento.
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
14

Seletividade e distribuição na prestação dos benefícios e serviços,
irredutibilidade do valor dos benefícios.

Equidade na forma de participação do custeio, diversidade da base de
financiamento, caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa ativa da
sociedade no controle das ações do Estado.
A implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela rede pública de saúde amplia
sua importância no sistema de proteção social com a obrigatoriedade da cobertura universal
dos serviços de prevenção e de tratamento dos problemas de saúde, fazendo-se cumprir na Lei
8.080/90 e na Lei 8.142/90.
O Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/336 de 19 de fevereiro de 2002,
definindo normas e diretrizes para o atendimento a pacientes com transtornos decorrentes do
uso da dependência de substâncias psicoativas no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS ad,
cuja estrutura mantém algumas particularidades, tais como: manutenção de dois leitos para
desintoxicação e repouso e capacidade de atendimento de quarenta pacientes por dia.
Outra ação importante do Ministério da Saúde é o Controle de Entorpecentes e
Substâncias que produzem dependência física ou psíquica e dependência química (BRASIL,
MS, 2003). Trata-se de atividades de controle das drogas lícitas utilizadas em medicina. Essa
competência cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por força da Lei nº
9.782/99, cuja função principal é proteger e promover a saúde do conjunto da população
brasileira, garantindo a segurança sanitária de produtos e de serviços, conforme está explícito
na Lei nº 8.080/90.
5. O TRATAMENTO DO USUÁRIO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
DE BONI e KESSLER (2010), mencionam que as primeiras abordagens terapêuticas
para tratamento de dependentes químicos surgiram no século XIX, embora exista relato de
alcoolismo desde a antiguidade. A autora informa que indivíduos usuários de substâncias
psicoativas compõem grupos heterogêneos e, portanto necessitam de tratamento diferenciado,
e para isso é preciso que seja observado vários aspectos, de ordem biológica, psicológica e
social.
Ainda de acordo com DE BONI (2010), atualmente existem vários tipos de
tratamento, mas em todos eles, devem ser considerados alguns fatores e a motivação para
mudança é essencial.
Para PROCHASKA e DICLEMENTE (1983), existem seis estágios de mudança que
não precisam ser necessariamente sequenciais, mas que todo usuário de substâncias
psicoativas vão passar por elas diversas vezes durante o tratamento:
Estágio da pré-contemplação: o individuo não percebe os prejuízos relacionados ao
uso de substâncias psicoativas e não demonstra interesse em parar de usar;
Estágio de contemplação: o usuário percebe os problemas relacionados ao uso, mas
não toma nenhuma atitude com relação à abstinência;
Estágio de preparação: o usuário faz o uso de substâncias psicoativas, porém já fez
tentativa de parar de usar por vinte e quatro horas;
Estágio de ação: o usuário conseguiu parar completamente com o uso nos últimos seis
meses;
Estágio de manutenção: o usuário está em abstinência há mais de seis meses; e
Estágio de recaída: o usuário voltou a utilizar substâncias psicoativas.
A indicação de tratamento para a dependência química deve começar por avaliação
médica ou psiquiátrica, observando se o usuário apresenta estados psicóticos graves com
sinais de ideias suicidas ou homicidas, debilitação ou abstinência grave; dificuldade para
15
cessar o uso de drogas e necessidade de interromper um situação externa que reforça o uso de
substâncias psicoativas.
O objetivo final da maioria dos tratamentos é o abandono do uso e abuso de drogas e
para isso é necessário alcançar um nível de participação e motivação do usuário de
substâncias psicoativas para que se mantenha em tratamento a médio e longo prazos,
propondo três objetivos principais a serem seguidos: abstinência, melhoria da qualidade de
vida e prevenção de recaídas.
O tipo de tratamento vai depender da gravidade do uso e de recursos disponíveis para
o encaminhamento. Eles devem ser indicados conforme critérios previamente estabelecidos, e
em alguns casos necessitando de abordagens complementares. Na sequencia apresentamos os
principais modelos de tratamento ou de estratégias que vem sendo utilizadas atualmente:

Desintoxicação
A desintoxicação pode ser realizada em três níveis: tratamento ambulatorial,
internação domiciliar e internação hospitalar.
Os objetivos da desintoxicação são: Alívio dos sintomas existentes; prevenção do
agravamento do quadro (convulsões) e vinculação e engajamento do usuário no tratamento.

Grupos de Autoajuda
Os grupos de autoajuda são muito populares e costumam ser bem sucedidos, com
programação dos Doze Passos e Amor Exigente, empregados pelos Alcoólicos Anônimos
(AA) e Narcóticos Anônimos (NA). Esses programas servem de apoio ao dependente
químico; os referidos grupos são gratuitos e amplamente disponíveis em todo Brasil.

Comunidades Terapêuticas
As Comunidades Terapêuticas são unidades para tratamento de dependência química
que possuem as mais variadas orientações teóricas e, em geral, se utilizam da filosofia:
disciplina, trabalho e oração. Localizam-se, em sua grande maioria, na zona rural ou em áreas
afastadas dos centros das cidades, tendo cunho religioso e oferecendo internações com tempo
variado, podendo chegar a nove meses.
SABINO E CAZENAVE (2005) definem as comunidades terapêuticas como uma
forma de tratamento residencial, sendo local onde o dependente químico encontra ajuda para
o seu amadurecimento pessoal, o que vem a favorecer sua reinserção social.

Tratamentos Farmacológicos
O tratamento farmacológico funciona com a prescrição de medicamentos, por
profissionais da área médica, tanto em hospitalizações, para tratar sintomas de intoxicação e
abstinência, quanto no tratamento ambulatorial; Tratamento antitabagismo (adesivo de
nicotina) substituir o efeito da substância e outros medicamentos.

Tratamentos Psicossociais
Os tratamentos psicossociais são os mais utilizados, estando disponíveis em diversos
níveis do sistema de saúde: postos de saúde, Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e
Drogas, clínicas particulares e hospitais em geral.
Algumas técnicas utilizadas são entrevista motivacional, aconselhamento, intervenção
16
breve, terapia cognitivo-comportamental e prevenção de recaída, terapia de grupo e redução
de danos.

Entrevista Motivacional
A técnica de entrevista motivacional constitui de um estilo que evita o confronto direto
e promove o questionamento e o aconselhamento, visando a estimular a mudança de
comportamento, priorizando a autonomia do usuário em tomar decisões e é baseada em cinco
princípios básicos: Expressar empatia; desenvolver discrepância; evitar discussões; fluir com
a resistência e estimular a autoeficácia.

Aconselhamento
Na dependência química o aconselhamento é a intervenção psicossocial mais
amplamente utilizada, ela contribui para uma evolução positiva do tratamento. Consiste no
apoio, proporcionando estrutura, monitoração, acompanhamento da conduta e encorajamento
da abstinência. Proporcionam também, serviços de encaminhamento para emprego, serviços
médicos e auxilia em questões legais. O aconselhamento é individual e pode ser aplicado por
qualquer profissional adequado treinado.

Intervenção Breve
Intervenção breve possui um formato claro e simples, é uma técnica mais estruturada
que o aconselhamento, produz bons resultados com uma ou até quatro sessões e pode ser
utilizada por qualquer profissional capacitado. Ela começa estabelecendo metas para alcançar
a abstinência ou a moderação do consumo da droga.

Terapia Cognitivo-Comportamental e Prevenção de Recaída
A abordagem da terapia cognitivo-comportamental é básica em reconhecer, evitar e
criar habilidades para enfrentamento das situações de risco, as seções seguem uma estrutura
padronizada, com o objetivo de prevenir a recaída e treinar as habilidades e estratégias,
promovendo amplas modificações no estilo de vida do usuário.

Terapia de Grupo
A terapia de grupo é uma alternativa para atender um maior número de pessoas, em
um menor tempo, e com um custo mais baixo. O desenvolvimento da técnica é viável e
efetivo, o tratamento em grupo de dependentes de álcool e outras drogas vêm ocupando um
amplo espaço, mas o seu estudo ainda é restrito.

Redução de Danos
As estratégias de redução de danos são utilizadas com a finalidade de prevenir ou
reduzir as consequências negativas associadas a comportamentos com o uso de substancias
psicoativas. Constituem ações que diminuem os danos provocados pelo uso e abuso das
drogas, mesmo quando os usuários não pretendem ou não conseguem parar.
Antigamente, havia poucas opções de tratamento (internação, grupo de autoajuda, e
encaminhamento a especialistas).
De acordo com a SENAD (2010), para o tratamento contra a dependência química é
17
necessário primeiramente que o usuário de substâncias psicoativas passe por uma avaliação
criteriosa, na qual será identificada qual ou quais substâncias psicoativas estão sendo
utilizados e o seu respectivo tipo de consumo, seja experimental, recreacional, abusivo ou
dependência. Verifica-se, ainda, o histórico familiar e o perfil psicossocial do indivíduo,
assim como é observado se o usuário tem alguma morbidade clínica ou psiquiátrica.
Para a SENAD (2010):
Essa avaliação individualizada indicará o tipo de tratamento mais adequado para
cada caso, como, por exemplo, se será necessária internação ou não. Os casos que
demandam internação são aqueles que apresentam as respectivas condições médicas
ou psiquiátricas: estados psicoativos graves; pensamentos suicidas ou homicidas;
estado de grave debilitação ou de abstinência grave; complicações orgânicas devidas
ao uso ou a ausência; dificuldades no abandono do vício; ausência de adequado
apoio psicossocial; urgência em interromper o uso das substâncias devido a
situações externas. A desintoxicação é realizada de acordo com o nível de
complexidade do caso, sendo numa ordem crescente, apresentada em três níveis:
ambulatorial; internação domiciliar ou internação hospitalar, incluindo o uso de
medicamentos de maneira a aliviar os sintomas. A desintoxicação visa
principalmente ao alívio dos sintomas, a prevenção do agravamento do quadro,
como convulsões, e proporciona ainda que o usuário se insira em algum tipo de
tratamento. (SENAD 2010, p. 183)
Para ORTH (2005), o diagnóstico de dependência química é baseado em sinais e
sintomas, com critérios claros e que permitem verificar a existência de diversos graus de
dependência. Certamente, sem o tratamento adequado, a dependência tende a piorar, levando
o usuário a uma destruição gradativa, atingindo a sua vida pessoal, familiar, social e
profissional.
Dentre os tratamentos oferecidos para a dependência química, destaca-se o CAPS:

CAPS
O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) compõe-se de
unidades de atendimento em saúde mental, que atendem a pessoas com problemas causados
pelo uso e abuso de substâncias psicoativas. Essas unidades são mantidas pelo Sistema Único
de Saúde - SUS e têm como objetivo o acolhimento de pessoas com problema com álcool e
outras drogas, estimulando também a integração com a sociedade e seus familiares. É um
serviço ambulatorial, em que o usuário não fica internado. Oferecem atendimento individual,
em grupos, atendimento em oficinas terapêuticas, visitas e atendimentos domiciliares,
atendimento a família, dentre outras.
6. A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
6.1. A FAMÍLIA
Segundo MICHAELIS (2010), a família é definida como um conjunto de pessoas que
possui grau de parentesco entre si e vive na mesma casa, formando um lar.
Nesse sentido, MIOTO (1997) conceitua família como:
[...] um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de
tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços
consanguíneos. Ele tem como tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus
18
membros, e se encontra dialeticamente articulado com a estrutura social na qual está
inserido. (MIOTO, 1997, p. 120).
Na atualidade, o modelo de família mudou e, dentre as principais mudanças, se situam:
a diminuição do seu tamanho, sendo cada vez mais comum famílias com poucos membros; a
diversificação dos arranjos domésticos com uma grande diversidade de formatos que não
passam, necessariamente, pelo modelo tradicional (homem-provedor/mulheres esposa-mãedona de casa), com a mulher assumindo um papel central no sustento familiar; a dissolução
frequente dos laços familiares, bem como as possibilidades do recasamento, o que estabelece
uma dinâmica de relações familiares mais complexas e que repercutem nos padrões de
parentesco tradicional.
A instituição familiar é considerada o principal espaço de socialização, na qual os
indivíduos podem encontrar refúgio, mas também muitas das vezes é o local onde surgem os
conflitos e violências, muitas, atualmente em decorrência do uso e abuso de substâncias
psicoativas.
A concepção de família vai além da união estável entre o homem e a mulher, pois é
uma instituição em constante mudança, sendo necessário, portanto, quando da formulação de
políticas públicas de saúde, verificar quais são os inúmeros desafios que permeiam a vida da
família contemporânea, pois vários são os seus arranjos atualmente.
Nos últimos trina anos, muitos pesquisadores reconheceram a importância das famílias
durante o tratamento de um familiar seu, usuário de sustâncias psicoativas, confirmando que a
participação proporciona um tratamento mais eficaz.
De acordo com STANHOPE (1999), a família protege a saúde dos seus membros,
dando apoio e respostas às necessidades básicas em situação de doença, dado que desenvolve
um sistema de valores, crenças e atitudes em relação ao problema.
Procurando compreender os fatores que dão motivação ao paciente a comprometer-se
com o tratamento e, consequentemente, com a mudança de comportamento, ZWEBEN (2001)
chegou à conclusão de que entre os dependentes do álcool socialmente estáveis aqueles cujos
cônjuges estavam envolvidos no processo de tratamento tinham mais probabilidade de se
permanecerem sóbrios.
6.2. AS CONSEQUÊNCIAS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO ÂMBITO FAMILIAR
Os problemas relacionados ao uso abusivo de álcool e outras drogas elevam o risco e
comprometem a saúde, não apenas do usuário/dependente, mas para toda a família. Isso
compromete a saúde dos familiares envolvidos, independente da classe social, fazendo com
que as relações fiquem fragilizadas e necessitem de intervenções terapêuticas. O crescimento
do uso de substâncias psicoativas, nas últimas décadas, tem sido constantemente objeto de
pesquisas e de estudos epidemiológicos, o que contribui, dessa forma, na mensuração dos
custos sociais do uso das drogas.
O reflexo desse problema representa uma série de ameaças à saúde de indivíduos,
familiares, comunidades e população em geral. Isso incide na maior parte dos acidentes de
trânsito, acidentes de trabalho, violência doméstica e influi no crescimento da criminalidade. A
dependência química não compromete apenas o dependente químico, mas também reflete e
adoece toda a família que é exposta e convive diariamente com o problema, comprometendo o
diálogo, abalando, assim os laços de afetividade familiar.
E em relação à violência doméstica, estudo realizado por BROOKOFF & cols., (1997)
revela que 92% dos episódios de violência doméstica têm o uso de substâncias psicoativas
como seu motivador. Para ZILBERMAN (2005), a violência doméstica e o abuso de
19
substâncias psicoativas são comuns em pacientes atendidos no sistema de saúde de baixa
complexidade.
O reconhecimento de que a família também está inserida no processo de adoecimento
pelo uso contínuo de drogas por um membro e que a origem do problema pode estar dentro de
casa é algo que muitos familiares relutam em admitir, o que causa o distanciamento e
compromete a relação familiar. As famílias, em grande parte, relutam em aceitar a
necessidade de buscar tratamento para o seu dependente e, assim, se isolam no silêncio. E,
muitas vezes, só recorrem ao tratamento, quando o problema já se instalou ou trouxe algum
prejuízo maior, como financeiro, abandono do emprego, destruição dos laços afetivos e a
própria questão emocional.
Os problemas emocionais e financeiros abalam psicologicamente a família de um
usuário, seu relacionamento e convívio e, dessa forma, os vínculos afetivos ficam
fragilizados. Um usuário de substância psicoativa pode produzir diversos prejuízos, entre os
quais, roubos, desentendimentos e agressões, acarretando sofrimento e complicações para
aquele arranjo familiar. A partir do momento em que o usuário e a família reconhecem a
importância do tratamento e que todos já estão adoecidos, essa percepção requer que família e
usuário sejam tratados.
6.3. AS DIFICULDADES ENFRENTADAS
TRATAMENTO DO DEPENDENTE QUÍMICO.
PELA
FAMÍLIA
DURANTE
O
Os familiares são peças fundamentais no processo de tratamento do dependente
químico. Incidido o primeiro estágio que é o da não aceitação, a família passa a ter maior
consciência de que grande parte dos problemas, desarmonia, quebra de laços familiares e
dificuldade na comunicação, em especial sobre o assunto, surgem do reflexo da dependência
química de algum ente familiar.
A partir do conhecimento do problema e da aceitação como doença, a família se torna
uma aliada eficiente para a reabilitação, seja por meio de medicação, comunidade terapêutica
ou grupos de apoio. Vale ressaltar que essa base familiar favorece a adesão do usuário ao
tratamento e ao serviço de saúde.
É muito comum que esses integrantes familiares, principalmente mães, esposas e
filhas enfrentem situações de angústia, conflitos, receios, dúvidas e medos. Dessa maneira,
compreende-se que a inclusão da família no tratamento de dependentes químicos requer uma
atenção especial. É necessário investir tanto em relação ao atendimento individualizado
quanto na criação de grupos que possibilitem a troca de vivências, experiências e maiores
informações para uma melhor compreensão da dependência química.
Dessa forma, as mudanças presenciadas na sociedade em âmbito econômico, social e
cultural são diretamente refletidas na família, ou seja, toda transformação sentida na
sociedade afeta as relações intrafamiliares e a própria estrutura familiar.
De acordo com BALLONE (2008), esse impacto tem quatro estágios progressivos: o
mecanismo de negação, ou dá não aceitação, quando as pessoas não admitem ou têm medo de
falar: a regra é não falar do assunto, mantendo a ilusão de que as drogas e álcool não estão
causando problemas na família; o das mentiras e cumplicidades, em que as pessoas instauram
um clima de segredo familiar; na terceira fase, da desorganização, as famílias assumem
responsabilidades de atos que não são seus e, assim, o dependente químico perde a
oportunidade de perceber as consequências do abuso de álcool e drogas, instaurando uma
inversão de papéis; por último, o estágio da exaustão emocional, quando surgem graves
distúrbios de comportamento e de saúde na família.
Recente levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
20
Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas (IPAD), o II Levantamento Nacional de Álcool e
Drogas - LENAD (2112), revelou que 66% das mulheres entrevistadas eram as responsáveis
pelo tratamento do dependente de substâncias psicoativas, além de serem a maioria dos
entrevistados; 80% dessas mulheres sofrem forte impacto negativo, ficando sobrecarregadas
por terem de cuidar do dependente e ainda serem responsáveis pela família.
Esse levantamento apontou que familiares de dependentes químicos apresentam mais
sintomas físicos e psicológicos que a média da população, e que são as mães que mais
apresentam esses sintomas. Apontou, ainda, que estas famílias se apresentam em situação de
vulnerabilidade e com possibilidade de desenvolverem problemas de saúde.
O II LENAD mostra um cenário assustador. De acordo com essa pesquisa, cerca de
5% da população brasileira é formada por dependentes de álcool, maconha, cocaína e crack, o
que a representa mais de 8 milhões de pessoas. Por estimativa, se cada domicílio for composto
por quatro pessoas, isso resultaria em pelo menos 28 milhões de brasileiros que convivem
hoje, no país, com um dependente químico. A referida pesquisa demonstra evidências
consistentes do impacto causado aos familiares de usuários de substâncias psicoativas,
principalmente, naqueles mais próximos que, na sua maioria, são as mulheres. As mães são
responsáveis pelo tratamento e, também, são consideradas chefes de família, sobrecarregandose de atribuições que deveriam ser comuns a outros membros da casa.
O impacto nas finanças também é bem relevante. O estudo detectou que o custo com o
tratamento afetou drasticamente o orçamento familiar; em 58% dos casos, o tratamento foi
pago, exclusivamente, pela família. Um dos fatores apresentados em relação ao tratamento é o
aspecto financeiro, pois as famílias, muitas vezes, têm dificuldade de chegar à unidade de
saúde por não disporem de dinheiro sequer para pagar a passagem.
Observa-se que, em sua grande maioria, apesar de o codependente adoecer junto com
o usuário, os tratamentos oferecidos nas instituições são apenas para os dependentes
químicos, excluindo muitas vezes o contexto familiar e social em que esse está inserido.
Portanto, compreende-se que é imprescindível que a família também seja cuidada, tratada,
amparada e orientada para uma evolução gradual do dependente e de quem o ampara.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de adoecimento vivenciado pelos familiares resulta em codependência das
pessoas envolvidas. Embora pouco estudado, o sofrimento causado pela dependência química,
no ambiente familiar, é devastador em vários aspectos, podendo ser físico, financeiro e nas
relações interpessoais e sociais, levando esses familiares a um estado de tensão, estresses,
preocupação, autoestima baixa, estigma, raiva e culpa, entre outros.
O estudo evidencia a importância de tratamento tanto para o familiar quanto para os
usuários, uma vez que todos estão adoecidos. Para a efetivação desse processo, a participação
e interferência do Assistente Social torna-se essencial, uma vez que os profissionais dessa
área partem das necessidades de cada dependente químico para trabalhar a sua reintegração
na sociedade. Isso vem ao encontro do disposto no Art. 4º da Lei n º 8.662, de 7 de Junho de
1993, relativa à profissão do Assistente Social:
Constituem competências do Assistente Social:
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à
população;
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de
identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;
21
Dessa forma, o Assistente Social, conjuntamente com outros profissionais, busca
compreender o indivíduo na sua dimensão humana e social, orientando-o no enfrentamento de
diferentes questões para, assim, diminuir as mazelas sociais a que todos possam estar sujeitos,
a exemplo, a dependência química e a codependência da família.
22
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Maria Léia Gonçalves Dias - Universidade Católica de Brasília