Interbio v.2 n.1 2008 - ISSN 1981-3775
49
LEVANTAMENTO DA MORTALIDADE EM HOSPITAL GERAL DE DOURADOS MS POR CAUSAS EXTERNAS ENVOLVENDO TRÂNSITO NO ANO DE 2006
LEVANTAMENTO OF MORTALITY IN GENERAL HOSPITAL OF DOURADOS-MS
CAUSES FOR EXTERNAL INVOLVING TRANSIT IN YEAR OF 2006
AREIAS, Marco Aurélio de Camargo; ARAUJO, Marcos Antonio Nunes; BORTOLANZA,
Diana Fabiula; SILVA, Priscila Quintanilha
Hospital Evangélico Dr. e Sra. Goldsby King
Introdução
O estudo da mortalidade é um
importante mecanismo para se conhecer
uma sociedade. O nível e o padrão, aliados
às causas de morte possibilitam a realização
de diversos diagnósticos sobre as condições
sociais e econômicas de um povo, bem
como revelam as demandas por políticas
públicas e sociais. Essas demandas vão
desde a reformulação no sistema público de
saúde ao direcionamento das verbas para as
áreas e grupos populacionais em situação de
risco, passando pelo estabelecimento de
campanhas educativas em relação à
prevenção de doenças, por exemplo. Ou
seja, conhecer a dinâmica da mortalidade
nos garante ações mais coordenadas e
eficientes, no sentido de reduzi-la e retardála (BARROS, 2001).
Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo
estudar a mortalidade por causas externas
envolvendo trânsito no ano de 2006 em um
hospital referencia em urgência e
emergência do município de Dourados-MS,
investigados o perfil das vítimas quanto a:
faixa etária, sexo, procedência e ainda
levantar os casos de TCE relacionados ao
acidentes de transito.
Materiais e métodos
Foram utilizados os dados secundários
da Comissão de Óbitos deste hospital,
respeitando-se a Resolução 196/96, os dados
tiveram sua origem na Declaração de Óbitos
de cada um dos eventos. Fizeram parte da
pesquisa todos os eventos de óbitos
acontecidos dentro do ano de 2006. A
pesquisa teve início após a autorização de
acesso as planilhas e relatórios por parte da
instituição.
Resultados e discussão
Ocorreu um total de 160 óbitos, destes
65 foram por causas externas, 40 % dos
casos de óbitos. A situação de saúde no
Brasil nos últimos anos vem apresentando
um crescimento da mortalidade por causas
externas, tal crescimento coloca o País em
rota inversa da maioria dos países das
Américas (BRASIL, 2001).
Destes 81% eram do sexo masculino
enquanto que 19% eram do sexo feminino.
Os homens são as principais vítimas da
violência e dos acidentes, contribuindo com
o maior número de mortos e de
traumatizados, este fato decorre devido a
maior exposição deste sexo as atividades de
risco, tais como trabalhos braçais, profissões
que utilizam motocicletas, entre outros
(BARROS, 2001).
Quanto a faixa etária, 6% estavam 0 e
14 anos, 33% entre 15 e 29 anos, 46% entre
30 e 59 anos e 15 % com idade acima de 60
anos. Portanto o maior índice de
mortalidade esta entre os jovens e os adultos
jovens. Várias publicações têm indicado que
a distribuição das vítimas segundo a causa
externa tem relação com a idade. Entre
adolescentes e jovens adultos predominam
os acidentes provocados envolvendo
motocicletas, provavelmente por esta faixa
AREIAS, M. A. C. et al.
Interbio v.2 n.1 2008 - ISSN 1981-3775
etária ser a mais adepta a este tipo de
transporte (DENATRAN, 2007).
Investigamos também a procedência
das vítimas e o estudo nos revelou que 50%
eram moradores do município de Dourados,
enquanto os outros 50% eram dos
municípios vizinhos.
Referente as causas de óbitos, as
mortes provocadas por acidentes de trânsito
representaram 59 % ou 38 dos casos. As
mortes decorrentes de acidentes de transito
no Brasil, ultrapassam 30.000 ao ano, no
Mato Grosso do Sul a taxa de acidentes de
transito foi de 32/100 mil habitantes em
2003. Com esse dados alarmantes, são
necessárias mudanças significativas para
reduzir esses índices (DENATRAN, 2007).
O número de mortes em pacientes com
TCE foi de 78% ou 51 dos casos
pesquisados. Vários estudos mostram que a
incidência de trauma crânio-encefálico é
bastante elevado em populações vítimas de
acidentes (KOIZUMI, 2001).
As maiores causas de acidentes
ocorridos foram provocados no transito,
principalmente por motocicletas, bem como
as principais causa de óbitos foram os TCEs,
logo, este fato deve-se a exposição destes
condutores aos traumas.
50
KOIZUMI, M. S. Morbimortalidade por
traumatismo crânio-encefálico no município
de São Paulo, 1997. Arq. Neuro-Psiquiatr.,
Mar. 2000, vol.58, no.1, p.81-89. ISSN
0004-282X.
BRASIL, Ministério da Saúde. Política
Nacional de Redução de Mortalidade por
Acidentes e Violências: Portaria MS/GM n°
737 de 16/5/01 publicada no DOU n°96
seção 1E de 18/05/2001 Ministério da
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
DENATRAN.
Impactos
sociais
e
econômicos dos acidentes de trânsito nas
rodovias brasileiras, 2007. Disponível em
<http://www.denatran.gov.br/> acesso 28 de
jun de 2007.
Conclusões
Assim conclui-se que a promoção e
gravidade dos acidentes procedem do
transito, então, para minimizar a situação faz
necessário um trabalho de prevenção de
acidentes com enfoque aos condutores de
motocicletas.
Referencias Bibliográficas
BARROS, M. D. A.; XIMENES, R.; LIMA,
M. L. C. Causa básica da morte por causas
externas: validação dos dados oficiais em
Recife, Pernambuco, Brasil. Rev Panam
Salud Publica/Pan Am J Public Health
9(2),
2001.
Disponível
em
<
http://www.paho.org/portuguese/dbi/es/05Barros.pdf > acesso em 07/08/2007.
AREIAS, M. A. C. et al.
Download

LEVANTAMENTO DA MORTALIDADE EM HOSPITAL GERAL DE