Limites, Regras e
Disciplina: os ingredientes
da relação afetiva
PSICOPEDAGOGA
ADRIANA LOPES DAS NEVES
O leite alimenta o corpo. O afeto, a alma.
Criança sem alimento fica desnutrida.
Criança sem afeto entra em depressão
HISTÓRIA
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Regra pode ser um conjunto de leis formais
de prescrições e proibições, que expõem os
principais requisitos quanto à atitude do
indivíduo em uma sociedade.
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Assim como o planejamento de ações
futuras, as regras também são essenciais
para as crianças. Elas estão na fase de fazer
a distinção entre certo e errado, bem e mal.
Nesse sentido, precisam de diretrizes nítidas
entre o que é bom, é certo, e o que é mal e
errado, mesmo que mais tarde isso venha a
ser questionado. Os limites devem ser
deixados bem claros.

Disciplina é uma palavra que tem a mesma
etimologia da palavra "discípulo", que
significa "aquele que segue".
Significa instruir, educar treinar, dando idéia de
modelagem total de caráter.
. Disciplinar é diferente de castigar, que
geralmente implica infligir dor física ou privar a
criança de alguma coisa.
. Parte da tarefa de educar consiste em saber
dizer "não".
. É importante que os pais, de um modo geral,
concordem a respeito dos limites a serem
impostos.
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Tente não demonstrar culpa se precisar
dizer-lhe "não"

O conceito moderno de disciplina é um
processo de ensino e aprendizado em que
pais e filhos funcionam respectivamente
como mestres e discípulos. Os pais precisam
se conscientizar de seu papel, a palavrachave é comunicação emocional

Ouvir não é somente escutar as palavras e,
sim, é entender o que elas querem dizer e o
que está por trás delas.

Os pais, quando necessário, devem reprimir
as ações incompatíveis, mas não os desejos
e emoções, que devem tentar compreender.

Segundo pesquisas, aquelas que apanham
regularmente tornam-se reprimidas e tímidas,
parecem estar sempre esperando apanhar e
são mais vulneráveis a "gozações" de outras
crianças e adultos.
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As crianças sabem, intuitivamente, que a
brincadeira é um tipo de relacionamento em
que um depende do outro. Para continuar a
brincar é necessário que aceitem, nessa
experiência de sociedade que elas mesmas
criaram uma série de regras.
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Se as crianças aceitam os limites intrínsecos
à convivência em uma brincadeira, é porque
sabem que não podem brincar fazendo tudo o
que têm vontade.
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A maioria dos comportamentos infantis é
aprendida por meio de imitação, da
experimentação e da invenção.
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É preciso lembrar que uma criança, quando
faz algo pela primeira vez, sempre olha em
volta para ver se agradou alguém. Se
agradou, repete o comportamento, pois
entende que agrado é aprovação, e ela não
tem condições de avaliar a adequação do
seu gesto.
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Apesar de ser fisicamente mais fortes, os
pais que não reagem à quebra de limites dos
filhos acabam permitindo que estes, muito
mais fracos, os maltratem, invertendo a
ordem natural de que o mais fraco deve
respeitar o mais forte.
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A força dos pais está em transmitir aos filhos
a diferença entre o que é aceitável ou não,
adequado ou não, entre o que é essencial e
supérfluo, e assim por diante.
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É importante estabelecer limites bem
cedo e de maneira bastante clara.

CONFLITO DE 3 GERAÇÕES
A primeira geração educou seus filhos de
maneira patriarcal, com autoridade
vertical – o pai no ápice e os filhos na
base. Na tentativa de proporcionar a eles
o que nunca tiveram, os pais da segunda
geração acabaram caindo no extremo
oposto da primeira: a permissividade.
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Esses jovens da 3ª geração ficaram
sem noção de padrões de
comportamento e limites, formando
uma geração de “príncipes” e
“princesas” com mais direitos que
deveres, mais liberdade que
responsabilidade, mais “receber” que
“dar” ou “retribuir”.
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Os pais precisam encontrar um jeito, seja
como for, de dar atenção para o filho no
momento em que ele pedir. Não adianta
enche-lo de atenções quando ele não quer.
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Os filhos sentem-se amados pelo interesse
que os pais demonstram mesmo não
estando com eles o dia inteiro. E seguros
quando os pais tomam atitudes repreensivas
ou aprovativas, porque nelas encontram
referências.
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Para viver em sociedade, o ser
humano não necessita apenas de
inteligência. Precisa viver segundo a
ética, participando ativamente das
regras de convivência e encarando o
egoísmo, por exemplo, como uma
deficiência funcional social.
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Algumas dicas para que a parceria
família/escola cresça ainda mais.
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Readquirir a prática do diálogo
Ajudar os filhos a terem uma postura crítica
diante dos meios de comunicação.
consumismo, contra-valores, exploração da
sexualidade, mentiras do sistema, precisam
ser refletidos e discutidos constantemente.
Não acobertar os erros dos filhos.
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Acreditar nas possibilidades do filho.
Desenvolver em casa a pedagogia da
participação. Distribuir tarefas, atribuir
responsabilidades desde pequenos.
Mantenham-se à margem.
Sugira uma alternativa.
Seja seriamente consistente.
Controle as emoções.
Ofereça opções.
- Não se sentir inferiorizado ou culpado por ter
conflitos na família. O importante é saber
enfrentar os conflitos e as contradições.
- Não se sentir culpado por ficar pouco tempo
com o filho, por ter que trabalhar muito para
sustentar a casa. O importante é a qualidade
do tempo que se fica com o filho.
- Acentue o positivo.
-Em relação aos limites
- Superar a oscilação entre a permissividade
(tudo pode) e o autoritarismo (nada pode)
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Estabelecer e cumprir limites. Regras e
normas na convivência familiar.
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Dizer NÃO e o porquê.
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Pensar bem antes de ditar uma norma ou
impor uma sanção para não precisar voltar
atrás.
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Incentivar a participar de jogos com regras,
onde os limites, as esperas, as frustrações, a
tolerância vão se colocando naturalmente e a
criança ou o jovem vão aprendendo a se
relacionar com esses sentimentos .
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Superar o condicionamento na base do esforçorecompensa. Essa forma pode gerar dependência,
não desenvolvendo a autonomia.
Falar a verdade para o filho.
Sejam firmes.
Desaprove a conduta, não a criança.
Explique o porquê.
Em relação à Escola
- A família deve valorizar a escola e o estudo.
- Estimular o gosto pelo conhecimento.
- Acompanhar a vida escolar do filho.
- Não comparar o desempenho de um filho com
outro.
-
Participar da vida da Escola.
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No caso de dúvida ou conflito em relação a
atitudes da escola, procurar esclarecer com
quem de direito na própria escola, antes de
fazer comentários depreciativos com o filho.
-
Se ficarmos atentos a estes pontos, com
certeza estaremos formando indivíduos
CONSCIENTES, AUTOCONFIANTES,
CRÍTICOS, SOLIDÁRIOS E REALIZADOS.
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