8 de Março de 2014 | edição 713
Pérola Negra é bicampeã do carnaval de Paraíso
Com samba-enredo em homenagem à região Nordeste, escola de samba conquistou e encantou o público e jurados
Por Ralph Diniz
Pelo segundo ano consecutivo, o Grêmio Recreativo
Escola de Samba Mocidade
Independente Pérola Negra
conquistou o primeiro lugar
no carnaval entre as agremiações paraisenses. Essa é
a 14ª vez que a escola (maior
campeã de todos os tempos)
conquista o troféu.
O samba-enredo campeão do carnaval paraisense
“Uai cabra da peste; eu vou
viajar e conhecer o Nordeste”, encantou o público e os
jurados. Segundo o diretor da
escola, Carlos Alberto Gonçalves (o Carlinhos), a escolha do tema se deu após um
concurso. Depois de definido, os carnavalescos criaram
o enredo e, depois, o enviaram para o Rio de Janeiro
para a criação da música.
A apuração que consagrou a Pérola Negra como
bicampeã aconteceu na tarde de quarta-feira (4), na Câmara Municipal. A escola
obteve 87 pontos na somatória geral e foi seguida pela
Mocidade Alegre (84,9 pontos), Minas de Ouro (82,8) e
Unidos do Alto (70,6). Moci-
dade Alegre e Unidos do Alto
perderam pontos por não levarem o número mínimo de
componentes nos dias em que
se apresentaram.
Os desfiles carnavalescos
em São Sebastião do Paraíso
aconteceram entre os dias 1º
e 3 de março, na praça
Comendador José Honório
(matriz). De acordo com a
organização do evento, apenas a primeira noite de desfiles foi avaliada pelos jurados
dos nove quesitos (Alegorias
e Adereços; Bateria; Carros
Alegóricos; Comissão de
Frente; Conjunto e Evolução;
Enredo; Fantasias; Mestre
Sala e Porta Bandeira; e
Samba-Enredo).
Carlinhos declara sentiu o
público mais envolvido com
as escolas de samba do que
nos anos anteriores. “Achei
que o povo participou mais
esse ano, deve ser porque não
tivemos carnaval no ano passado. As pessoas estavam
mais alegres, descontraídas.
Notei que tinha mais alegria”,
comenta.
O diretor também elogia a
organização do evento e a
forma com que a Associação
Folclórica das Escolas de
Samba de São Sebastião do
Paraíso realizou o julgamento das agremiações. “Gostei
da forma de julgamento, de
apenas uma noite e com nove
jurados, um em cada quesito.
A comissão foi perfeita, pois,
nas outras noites, as escolas
puderam interagir com o público. O Departamento de Cultura não nos ‘deixou na mão’.
Foi muito interessante”.
Mesmo com a disputa
acirrada entre as concorrentes, Carlinhos confessa que a
escola entrou na “avenida”
com a confiança de quem, em
33 anos, sempre ocupou os
primeiros lugares na classificação final. Ele divide o mérito da conquista com os demais integrantes da Pérola
Negra. “O título é consequência do trabalho de todos”,
completa.
A CAMPEÃ
Fundada em 5 de janeiro
de 1981 na antiga casa da
mãe de Carlinhos, na rua Capitão José Aureliano, na Pra-
ça Nossa Senhora da
Aparecida, a Pérola Negra
conseguiu a proeza de conquistar os carnavais dos seus
três primeiros anos de desfile. Seu primeiro carnavalesco foi o fotógrafo Waldemar
Francisco de Paula.
A escola também é conhecida como a mais inovadora do carnaval paraisense.
Na década de 1980, a
agremiação foi a primeira a
criar a ala das baianas com
idosas e, também, usar biquí-
nis “fio dental” em suas passistas. “Também fomos os
primeiros a colocar o som de
cavaquinhos no samba-enredo e a usar coreografias em
comissão de frente. Todos os
mestres de bateria e os carnavalescos da cidade tiveram
uma história de aprendizado
na Pérola Negra”, lembra o
diretor. E nesse ano, a história não foi diferente: “Fomos
os primeiros a levar uma alegoria na comissão de frente”,
complementa.
Entre os destaques da escola de samba está a portabandeira Sueli Pimenta Gonçalves, que, em 30 anos de
Pérola, conquistou o seu 11º
título de campeã do carnaval
de Paraíso. No entanto,
Carlinhos afirma que nenhum
troféu ou outro marco no carnaval paraisense pode se
comparar à emoção de ter
Luci Maldi (carnavalesca da
Escola de Samba Minas de
Ouro, falecida em 2012) fazendo a abertura do enredo
da Pérola Negra em 2009.
“Ela dizia sempre que ‘aquele não passa pela Pérola Negra não sabe o que é um verdadeiro samba e eu vou desfilar lá’”, conclui.
Jornal do Sudoeste
página 2
por Gérson Peres Batista
Torneio na França reúne
cerca de 600 enxadristas
site oficial
Foto do salão de jogos do 30º Open de Cappelle-la-Grande, na França
Termina neste sábado (8/3) a 30ª edição
do Aberto Internacional de Xadrez de
Cappelle-la-Grande, na França.
A tradicional competição europeia reúne
em 2014 exatos 596 jogadores (de 43 países),
dentre eles o mestre internacional paraisense
Evandro Amorim Barbosa.
Após oito rodadas, o MI Evandro Barbosa
segue com excelente performance no torneio
com três vitórias, quatro empates e apenas uma
derrota. Faltando somente uma rodada para o
final, Barbosa ocupa a 68ª posição. O evento
em Capelle-la-Grande começou em 1/3.
ROCHEFORT
De 22 a 28 de fevereiro o paraisense
Evandro Amorim Barbosa brilhou em terras
francesas!
O jovem mestre internacional, de 21 anos
de idade, saiu invicto no 13º Aberto de
Xadrez de Rochefort, que contou com 50
participantes.
Barbosa terminou em 3º lugar, com 6,5
pontos nas nove rodadas da prova.
Foram quatro vitórias e cinco empates.
GRAZ
Antes de passar à França, o MI Evandro
Barbosa esteve na Áustria, onde também
disputou torneio. No Aberto de Xadrez de
Graz (segunda maior cidade da Áustria), que
aconteceu de 14 a 21 de de fevereiro, o
paraisense termi-nou em 15º lugar entre os
88 participantes do Grupo A, representando
28 países. Evandro ganhou quatro partidas,
empatou uma e perdeu três.
PARTIDA
A seguir animada partida entre os
grandes mestres Vasiukov e Spassky, que
viria a ser campeão mundial em 1969.
Depois de uma intensa luta na abertura
e no meio-jogo, chega-se a um tranquilo final
de peões empatado.
Brancas: Evgeni Vasiukov
Pretas: Boris Spassky
Tbilisi -1959
1.e4 Cf6 2.e5 Cd5 3.c4 Cb6 4.c5 Cd5
5.Bc4 e6 6.Cc3 d6 7.Cxd5 exd5 8.Bxd5 c6
9.Bxf7+ Rxf7 10.cxd6 De8 11.Df3+ Rg8
12.De3 Be6 13.Ce2 Cd7 14.0-0 Cxe5
15.Dxe5 Bc4 16.Dxe8 Txe8 17.d3 Bxd3
18.Td1 Bxe2 19.d7 Td8 20.Bg5 Bxd1
21.Txd1 Be7 22.Bxe7 Rf7 23.Bxd8 Txd8
24.f4 Re7 25.Rf2 Txd7 26.Txd7+ Rxd7
27.Re3 Re6 28.Re4 g6 29.b4 h5 30.g3 Rf6
31.h3 Re6 32.g4 b6 33.Rd4 Rf6 34.a4 Re6
35.Re4 Rd6 36.a5 Re6 ½-½
e-mail: [email protected]
SERGIO MAGALHÃES
Até a Williams é favorita
A única certeza da pré-temporada da Fórmula 1 são os problemas da Renault. De resto
tudo é possível, até apontar a Williams, quem
diria, como favorita. Felipe Massa fechou os
testes no Bahrein com o melhor tempo,
1min33s258, só para efeito de comparação, a
pole position do ano passado na pista de Sakhir
foi de Nico Rosberg, com a Mercedes em
1min32s330 e que mostra a evolução dos carros deste ano carregados de mudanças
tecnológicas. No fechamento da primeira bateria, em Jerez de la Frontera, Kevin
Magnussen, da McLaren, foi o mais rápido com
1min23s276. Como a pista espanhola não faz
parte do calendário da Fórmula 1, a única referência era os testes de pré-temporada do ano
passado que também teve Felipe Massa de
Ferrari como o mais rápido, 1min17s879. A
comparação é interessante. Dada as devidas
proporções de época e condições climáticas,
em janeiro os novos carros de 2014 estavam
5s397 mais lentos que os de 2013. Oito dias
de pista depois a diferença em relação ao ano
passado que tinha regulamento estável ante o
complexo deste campeonato é de menos de
um segundo (0s928)!
Para se ter uma ideia do tamanho da
encrenca que as equipes estão enfrentando
com o motor turbo, sistemas de reaproveitamento de energia cinética e calorífica, câmbio de 8 marchas, freios eletrônicos, tanque
de combustível com capacidade reduzida e
mudanças na aerodinâmica pode ser notada na
quilometragem percorrida nos mesmos 12 dias
de testes coletivos de 2013 e 2014. Ano passado as 11 equipes percorreram 49.942 km de
testes contra 36.974 km este ano. A razão dos
quase 13 mil quilômetros a menos é as várias
quebras de motor e outros componentes.
Ninguém passou incólume, nem a
Mercedes, apontada como a grande favorita.
A equipe alemã empurrada por seus próprios
motores foi a que mais andou 4.732 km, a
Williams, também com os propulsores
Mercedes chegou perto, 4.645 km. As duas
foram as que menos enfrentaram problemas
mecânicos.
A lógica desta pré-temporada não foi a velocidade e sim a confiabilidade de cada carro. Por isso é coerente apontar Mercedes e
Williams como favoritas a vencer o GP da
Austrália que abre o campeonato no próximo
final de semana. Terminar os preparativos
como a mais rápida dá uma moral a mais,
mas não é este o fato que coloca a Williams
como principal rival da Mercedes e sim a
confiabilidade do FW36 tanto nas mãos de
Felipe Massa como nas de Valtteri Bottas.
Para não repetir o pífio campeonato do ano
passado, a Williams investiu em contra-tações;
Divulgação
A Wlliams apresentou nesta semana a nova
pintura de seus carros com as cores da
centenária marca de bebidas italiana,
Martini. Já é disparada a mais bonita do ano
destaque para Massa, Pat Symonds que
assina o projeto do novo carro, e Rod
Smedley que trabalhava como engenheiro
de Massa na Ferrari. Trocou os motores
Renault pelos Mercedes e fechou com novos patrocinadores – o principal é a centenária marca de bebidas Martini –, ganhou o
apoio do Banco do Brasil com a contratação
de Felipe Nasr como piloto reserva e ainda
firmou acordo de parceria técnica com a
Petrobras que fornecerá combustíveis e lubrificantes para a equipe a partir de 2015.
A Mercedes leva vantagem pelo bom
carro que tem, pela qualidade de sua dupla
de pilotos, Lewis Hamilton e Nico Rosberg,
e por correr com seu próprio motor, disparado o melhor da pré-temporada. Mas a boa
impressão deixada por Massa e Bottas
coloca a Williams em boa posição neste
início de campeonato.
Ferrari e McLaren correm por fora, Force India e Sauber vão brigar por pontos, mas
na outra ponta da tabela o drama da Red
Bull é grande. Helmult Marko, consultor do
time austríaco, disse que o campeonato
começa dois meses antes da hora para a
Red Bull. Esse é o atraso no cronograma
do modelo RB10 que nasceu errado. Tão
errado que Sebastian Vettel falou que sua
equipe só pontua em Melbourne se metade do grid abandonar. Isso se eles também
não quebrarem, marca registrada dos
tetracampeões nesta pré-temporada. A Red
Bull só não andou menos que a Lotus que
enfrentou vários problemas e a Marussia.
Até a Caterham que segundo Kamui
Kobayashi é mais lenta que os carros da
GP2 acumulou mais quilometragem. Os times empurrados pelos motores Renault
(Red Bull, Lotus, Toro Rosso e Caterham)
estão em maus lençóis.
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
8 de Março de 2014
Campanha da Fraternidade
aborda o “Tráfico Humano”
Divulgação
Por Roberto Nogueira
A celebração da Missa de
Imposição das Cinzas, na quarta-feira,5, marcou a abertura da
Campanha da Fraternidade de
2014. Nas 84 paróquias da
Diocese de Guaxupé foram realizadas celebrações e enfatizadas reflexões sobre o tema deste ano que aborda a Fraternidade e o Tráfico Humano. A
data também marca o início do
período da quaresma, considerado um tempo de conversão
onde é proposta uma mudança
de vida com base na passagem
de Jesus pela terra.
A Campanha da Fraternidade surgiu durante o desenvolvimento do Concílio Vaticano II realizado entre os anos
de 1962 a 1965. A cada ano,
desde 1964, a Igreja no Brasil
propõe a todos os cristãos, a
Campanha da Fraternidade
(CF). Essa campanha desenvolve-se mais intensamente
durante a Quaresma, mas aos
poucos, seu tema vai sendo
refletido e engajado dentro da
vida da Igreja durante todo o
ano. É sempre um tema bem
concreto através do qual, os
fiéis são convidados a reconsiderar e, sobretudo, as atitudes para com o próximo, dando dimensão concreta à conversão pessoal e à das comunidades de Igreja. Neste ano a
campanha tem como tema
“Fraternidade e tráfico humano” e o lema “Para a liberdade
que Cristo nos libertou”.
Em São Sebastião do Paraíso o início do período da quaresma foi celebrado nas quatro
paróquias da cidade, com a celebração da Missa das Cinzas.
Em algumas das igrejas foram
dois horários de celebrações,
sendo pela manhã às 8h e depois às 19h. Também nesta data
a igreja recomenda a prática do
jejum e abstinência de carne,
situação que também é observada na Sexta-feira da Paixão.
Na missa da noite, na quarta-feira, na Matriz de Nossa
Senhora do Sion, o padre Benedito Donizete Vieira fez
durante a homilia relatos sobre
a importância da Campanha da
Fraternidade. Ele enfatizou que
o trabalho existe desde 1964 e
que a cada ano propõe um debate sobre um tema diferente.
“Hoje, a pessoa se transforma
facilmente em objeto de consumo, o que lhe torna escrava
de sim mesma e há várias outras situações que precisam ser
observadas”. Ele defendeu que
a comunidade procure se inteirar da situação para conhecer
a realidade, que leia sobre os
documentos disponibilizados
pela igreja.
Esclareceu que o tráfico
humano pode ocorrer através
da exploração sexual e também
pelo trabalho, a comercialização de órgãos e a venda de
pessoas propriamente dita.
“Esta é uma situação que ocorre não só nos lugares distantes, mas também faz parte da
nossa realidade, nas nossas cidades, na região, no Brasil e no
mundo inteiro”, descreveu.
Além do tráfico de drogas, de
armas o também chamado tráfico humano é umas das formas de violência que está sendo combatida pela igreja. “A
Cartaz da Campanha da Fraternidade apresenta
temática sobre liberdade humana em 2014
proposta é de identificar e denunciar esta situação que é um
atentado contra a dignidade
humana, é contra a vida, a liberdade e o direito de qualquer
pessoa”, observou.
Nos últimos dois anos o bispo da diocese, Dom José Lanza
Neto realizou visitas pastorais
no setor Paraíso especialmente para falar com a imprensa
sobre os temas da campanha
da Fraternidade. Em 2012, o
tema debatido foi “Fraternidade
e Saúde Pública”. Já no ano
passado a igreja ampliou a reflexão sobre o tema “Fraternidade e Juventude”, assunto
que coincidiu com a realização
da JMJ (Jornada Mundial da
Juventude), evento que contou
com a presença do Papa Francisco e reuniu dezenas de
paraisenses junto com mais de
quatro milhões de pessoas que
participaram do evento.
ENTENDA O
SIGNIFICADO
DO CARTAZ:
1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a
crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração
dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua
gente.
2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano,
criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte
superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano,
que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem
e desumanizam a sociedade.
3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a
vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa
esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz
para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a
todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1),
especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas
pelas mãos na parte inferior.
4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em
situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do
tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento
com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas
mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014).
Jornal do Sudoeste
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
8 de Março de 2014
página 3
Flávio Rodrigues Vieira
“A beleza tem prazo de validade”
Esta frase dita pelo entrevistado desta
semana marca boa parte de sua
trajetória profissional. Há mais de 25
anos ele atua no “mundo miss”,
orientando, coordenando e promovendo
moças e rapazes, crianças e adultos, aqui
em Paraíso e fora, para a conquista da
tão sonhada faixa de pessoa “mais bela”.
Para ele, não basta ter uma “carinha
bonita”, mas também outros valores que
formam um conjunto. Casado e pai de
dois filhos, conheça a seguir um pouco
do também estilista Flávio Vieira, um
nome que se tornou referência, uma
história que ele construiu com
determinação, passo a passo.
Onde você nasceu e como foi a sua infância e
convivência com seus pais? Tem irmãos? Como é
sua família hoje?
Eu nasci em Furnas, na época distrito de Alpinópolis.
Vim para Paraíso muito pequeno, aos 4 anos de idade.
Meu pai era militar e a gente vivia muito na base das
transferências. Éramos quatro irmãos. Eu sou o caçula.
Meu irmão mais velho faleceu, e isto foi uma grande
tragédia em nossa família. Agora ficou eu, a Solange e o
Fábio. Meu pai faleceu já faz uns 20 anos, e quando ele
era vivo, tínhamos uma convivência muito boa. Ele me
ensinou as coisas corretas. Fez muita falta, porque a
presença de um pai dentro de casa é essencial. Minha
mãe foi a base de tudo para gente, ela foi mãe e pai ao
mesmo tempo, deu conta do recado, ficou viúva muito
jovem, é uma mulher muito bonita, linda. Uma mulher
que abriu mão da juventude e da vida dela para cuidar da
gente. Passamos uma fase difícil com a perda de meu
irmão. Estamos tentando entender e seguir a vida...
Minha mãe é minha referência e minha família a base de
tudo. Acredito que nós, como filhos, demos muito
orgulho aos nossos pais, porque seguimos o que eles
nos ensinaram. Hoje eu sou casado com a Paula e tenho
dois filhos, um casal, o Thor, com 8 anos e a Luma, com
dois. Minha família não é muito grande e meus filhos são
bastante ligados aos avós e os tios também. Minha
esposa e meus filhos são a base da minha felicidade! Eu
fico perguntando muito para Deus se eu mereço, porque
a vida foi muito grata comigo...
E sua adolescência? Boas recordações?
Muitas. Eu fui um cara de muitas baladas, do tipo sair de
quinta a domingo. Adorava e adoro o carnaval. Só que eu
sempre participei de tudo duma forma limitada, não fui
uma pessoa de muitos amigos, mas, os poucos que eu
tinha, eu curtia muito. Eu não conheci a droga e nem o
lado ruim da noite, só o lado bom e que me deu prazer de
estar ali. Hoje estou com 42 anos e há 20 anos era
diferente, a gente se divertia com um pouco mais de
segurança. Eu fui para grandes festas e eventos e depois,
ao mexer com concursos de miss, a minha profissão
também me proporcionou muito isso.
Onde você estudou e se formou? Guarda lembranças
desta época?
Sim, guardo muitas lembranças. Comecei a estudar no
Noraldino Lima, depois fui para o (ginásio) Clóvis
Salgado e terminei meus estudos no Ditão (Escola
Benedito Ferreira Calafiori). Eu não fiz uma faculdade e
abri mão dos meus estudos para ir atrás de algo que, na
época, era interessante para mim. Eu trabalhava em uma
empresa e tinha um horário bem apertado. Eu não podia
abrir mão do meu emprego, porque era a minha renda
naquele momento. Então, optei por abrir mão dos
estudos. Hoje eu poderia estar formado em algo que eu
goste, mas eu não reclamo e nem questiono. A profissão
que eu escolhi me deu a oportunidade de mostrar o meu
talento, a minha capacidade e eu fui construindo a minha
vida em cima disso, também.
Seu primeiro emprego foi onde? E depois? Onde
mais você trabalhou?
Meu primeiro emprego foi nas Carrocerias Mambrini,
onde fiquei por 25 anos, registrado. Trabalhava numa
oficina e, às vezes, as pessoas me olham e acham que eu
sou maquiador, cabeleireiro, mas lá eu fazia serviço de
marcenaria, de pintura, algo bem pesado. Bem ou mal eu
me estabilizei lá, até chegar o momento de entrar num
acordo com a empresa e me demitir para cuidar mais de
mim e dos meus projetos. Foi nessa época que eu perdi
meu irmão... Eu sou estilista, eu desenho, crio as minhas
roupas de couro, visto meninas em mais de 20 cidades
da região para concursos de rainha de peão. Minhas
produções hoje concorrem com Barretos. Isso tem me
dado retorno, porque eu alugo os vestidos e as fantasias.
E como e quando surgiu em você o interesse em
realizar/promover concurso de miss?
Ah... Isso é a minha vida e eu fico até muito emocionado
quando falo nisso. Eu levei e levo isto muito a sério em
minha vida e tenho boas recordações de quando tudo
começou e de tudo que já passei para chegar onde estou.
Desde pequeno eu acompanhava os concursos de Miss
Brasil no programa do Sílvio Santos, e me encantava.
Ficava vislumbrado! Já tentei largar e parar de mexer
com concursos, mas é algo muito forte dentro de mim,
apesar de ser uma profissão muito cruel. Eu sou
apaixonado por isso, gosto de lidar com pessoas, gosto
de ver a realização do concurso, a emoção. Não é apenas
uma faixa escrita com o nome de um município. Atrás
disso tem muita coisa! Tem toda uma preparação, todo
um sonho, tem algo muito especial em cima disso e que
somente quem ama é que dá valor. Eu comecei em 1987,
no Coronel José Cândido, fazendo um concurso para
eleger a Miss da escola. Naquela época as pessoas não
davam muita credibilidade. Ganhou uma moça muito
bonita, Daniela Gonçalves e que, depois, foi até rainha
da escola de samba Minas de Ouro. Dali, nunca mais
parei. Fui a Passos obter orientações com a Terezinha
Saragô Spósito, minha amiguíssima até hoje, e que
coordena os concursos por lá. Ela foi me encaminhando,
me abrindo as portas... Na época, também, tinha o
colunista social Nicolau Neto (já falecido), do jornal
Estado de Minas e que fazia a cobertura desses eventos.
Aprendi muito com ele.
Quais os principais concursos que já participou e
promoveu? Quais os pontos positivos e negativos de
se atuar neste ramo?
O carro-chefe aqui em São Sebastião do Paraíso é o
concurso “Miss Paraíso”. Antes a escolhida era por
indicação. Hoje a coordenação faz o concurso e eu não
tenho dificuldade nenhuma em arrumar candidatas. As
dificuldades são outras... Eu não sou muito de lamentar
a falta de apoio, ou falta isso e aquilo porque, para mim,
o mais importante de tudo, é você realizar o evento. E eu
consigo fazer e não quero parar! Tem anos que é bom,
outros nem tanto, mas são concursos que me deram a
oportunidade de chegar até o Miss Minas Gerais, levando
candidatas aqui da cidade e da região. Conheci artistas,
Miss Brasil, misses de outros estados. Para mim e para
o meu currículo, foi bárbaro. São muitas pessoas ligadas
a este tipo de evento, coordenadores que a gente fica
conhecendo e os assuntos não se restringem apenas a
concurso de miss, mas também se discute sonhos,
oportunidades e dificuldades... Já estive em Santa
Catarina participando de concurso, levando candidatas
de Paraíso. Pontos negativos? Eu encontro mais aqui na
cidade, com pessoas que veem o seu sucesso e criam
dificuldades; meninas que sonham em participar, mas a
família não move uma palha para ajudar ou o namorado
não deixa; outros, os pais acham que suas filhas são
muito novas. Só que eles se esquecem de que, para ser
Entrevista concedida a Adriano Rosa
miss, tem que ser nova; chega numa certa idade, a pessoa
já não está mais interessante para o concurso. E muitas
dessas meninas e rapazes se esquecem de um importante
detalhe: a beleza tem prazo de validade! Isso é passageiro.
Quem ganhar, vai reinar um ano, dois, depois passa a
faixa para outro vencedor e já fica de escanteio; a pessoa
terá que seguir outro caminho na vida, porque aquele já
foi, passou... Surgem outras belezas... E ser miss é bem
mais fácil do que ser modelo, ir para São Paulo, encarar
uma agência e ser mal tratada. O gasto é maior, dormem
e comem mal. É uma ou outra que dá sorte como modelo
e, atrás disso, tem muito investimento financeiro.
Diferente de ser miss, porque no concurso, as regras são
claras. Se a menina será bem sucedida ou não, depende
da coordenação e da própria candidata.
O apoio do poder público é importante? E quando
ele não vem? Como você faz?
Não é importante... É superimportante (risos). Só que,
repito, eu não posso me lamentar. Se eu ficar me
lamentando porque não tive apoio, eu vou abrir mão de
algo que eu gosto. Eu passo a proposta, faço os eventos,
o regulamento chega, a gente passa para o poder público
nos ceder um carro para levar a candidata até a cidade
onde será o evento, ou pagar a taxa de inscrição ou o
vestido para a miss... Se o apoio não vem, o que eu
posso fazer? Nada é perfeito... Eu cheguei num ponto
em minha vida de não ficar vislumbrado com nada neste
aspecto. Toda ajuda é bem vinda, só que eu não vou
deixar, nunca, minha miss, eleita num concurso meu,
colocar uma faixa e ficar numa feira, numa praça ou na
esquina de avenidas movimentadas pedindo dinheiro para
as pessoas, igual eu vi aqui tempos atrás. Então, se tem
que ser feito, se eu vou levar uma miss para representar
a cidade num evento maior, e eu não tenho de onde tirar
este recurso, eu faço meus eventos e tiro daí o dinheiro.
Hoje a Miss Paraíso atual tem na cabeça uma coroa que
vale R$ 2 mil, feita pela coordenação. As faixas de minhas
misses são profissionais, compradas onde se faz a faixa
da Miss Brasil. Tudo o que eu puder investir no meu
concurso, eu invisto. E o custo que as minhas candidatas
têm para participar de evento meu é mínimo. Se os pais
e os rapazes soubessem a importância de um concurso
de miss e mister, eles investiriam. O fato de a cidade ser
interiorana auxilia um pouco na mentalidade das pessoas,
mas eu já fui jurado de concursos em Juiz de Fora, Poços
de Caldas e a qualidade dos eventos deles em termos de
candidatas e produção são péssimas, e são cidades bem
maiores que Paraíso. Infelizmente, para muitas pessoas,
o concurso de miss é considerado brega e fora de moda,
as pessoas não querem gastar dinheiro com isso. Só que
uma coisa não atrapalha a outra. A pessoa pode estudar,
trabalhar e, também, participar de um concurso, ainda
mais se ela tiver condições físicas.
Qual a sensação quando uma candidata ou candidato
apoiada (o) por você vence um concurso de miss e
quando ela/ele perde? Com o quê é mais fácil lidar:
o gosto da vitória ou da derrota?
Sem dúvida, com a vitória. Ela é bárbara e o entusiasmo
é outro. A candidata que a gente leva para fora é porque
achamos que ela tem condições de competir de igual
para igual com as demais. Só que nós, também, não temos
noção do que vamos encontrar lá fora, não é? Tem
candidatas, às vezes, que são e estão mais preparadas,
são mais experientes, mais bem apoiadas financeiramente.
Tudo isso conta. Hoje, além de vestir a candidata local,
eu sempre visto seis, sete moças de outras cidades que
me procuram. Quando acontece de perder, eu já tive
todo tipo de reação. Rapazes que, simplesmente, voltam
para casa emburrados, mãe de criança dizendo que foi
injusto o resultado, ou que houve roubo por parte dos
jurados. Eu tento contornar a situação. Tenho um lema
comigo: aquilo é uma competição e depois que se anuncia
o eleito no microfone, não adianta chiar ou reclamar, não
é verdade? Se o jurado teve mau gosto, se a segunda
colocada era mais ou menos bonita, não há mais o que se
fazer. Eu oriento as candidatas a saberem ganhar e perder,
mesmo que a reação ou o resultado me decepcione um
pouco também.
Para você, quais são os principais requisitos para
uma pessoa (mulher e homem) participar de um
concurso de miss? Existe muito “apadrinhamento”
ou fraude neste tipo de evento? Em outras palavras:
ganha quem a pessoa que está promovendo o
concurso quer?
Olha, vou ser muito franco com você. A pessoa que
promove o concurso tem o poder, sim, de fazer ganhar
quem ela quer. Tanto eu, como qualquer outro
coordenador, podemos fazer isso, mas eu jamais fiz e
farei isso. Muitas das vezes nos concursos, as pessoas
que ganharam não eram as minhas preferidas, mas se foi
a escolha dos jurados, eu respeito e incentivo da mesma
maneira, mesmo se eu não tiver um retorno com aquele
investimento e se a família da menina que ganhou não
apoie tanto como aquela que, entre aspas, eu gostaria
que ganhasse. Eu convido um grupo de jurados e os
oriento a elegerem uma miss. E, a mulher ou o homem
ensaiando, é bem diferente quando não se ensaia. Mesmo
assim, chega no dia, uma acerta na produção, outra não;
umas preparam mais o corpo, outras não. As mães
pensam que somos babás das candidatas, e não é por aí.
A coordenação não tem essa função. Isso é papel de cada
uma das candidatas, porque no concurso, vai vencer a
melhor, e que pode não ser a mais bonita, mas a que
melhor se apresenta. A gente dá orientações a respeito
de cabelo, cintura, peso, maquiagem, vestimentas. Umas
concordam e seguem; outras teimosas, não, e fazem do
jeito delas. Para o homem é mais fácil ganhar um concurso
quando ele percebe isso. Quando ele não percebe e entra
tímido, inseguro ou nervoso na passarela, ele se dá mal.
A mulher já é mais segura e demonstra isso. E quando ela
fica em 2º ou 3º lugar, ela quer voltar e competir de novo.
O homem não. Pelo menos os nossos aqui, não (risos).
O mundo globalizado de hoje faz muito culto ao
corpo. A beleza vem em 1º lugar, deixando de lado a
essência, o interior da pessoa para segundo ou
último plano. Como você analisa esta inversão de
valores? A beleza põe mesa?
A beleza é todo um conjunto. E muitas das candidatas a
miss acham apenas que ter um rostinho bonito é essencial.
No primeiro obstáculo em que a “carinha bonita” é
barrada, ela não pode esquecer que há outros valores que
ela precisa ter também, como saber falar em público,
completar frases, discorrer sobre temas, saber se portar,
até para participar de competições onde o nível de
conhecimento das candidatas é maior, sabem até falar
outras línguas... De uns tempos para cá eu tenho ficado
mais celetista com as candidatas a Miss Paraíso, até
para elas terem consciência de como é difícil e complicado
participar de um concurso. Não me importo se me
chamam de enjoado. Como eu organizo, eu coloco regras,
senão entra qualquer pessoa, e não é por aí... Quem vai
assistir, quer ver gente bonita, bem vestida, que tenha
desenvoltura na passarela e tenha conhecimentos. Não é
só ter “carinha bonita”... Outro ponto interessante é a
concorrência entre as próprias candidatas, quando uma
observa a outra. Isso dá a essência do negócio e faz o
concurso crescer.
E a questão do preconceito neste tipo de evento,
Flávio? Como é?
O preconceito é uma palavra tão baixa e tão pequena... A
divulgação do meu trabalho, das minhas modelos, eu
faço pela rede social, no Facebook. Ali eu demonstro o
nível de pessoas com as quais eu trabalho. Não é questão
financeira, de a pessoa ter mais ou menos dinheiro, mas
eu mexo com muitas famílias. Eu tenho que ter respeito
e consideração por elas porque é tudo um reflexo a mim.
Não posso ter deslizes... Os meus eventos, bons ou nem
tanto, são feitos com amor e carinho, com ou sem o
apoio do poder público. A passarela é minha, a coroa e o
manto também, o coreógrafo e o professor de passarela
sou eu. Eu tenho consciência disso e não gosto de fazer
eventos mais ou menos. Já passei dessa fase. Há uns
quatro meses soltaram na rede social que eu era
preconceituoso e não apoiava eventos com candidatas
plus size (gordinhas). Eu apenas disse, na época, que
concurso de miss não é instituição de caridade. Eu levo
isso ao pé da letra e digo que realmente não é! Instituições
de caridade são outros segmentos. O meu concurso é de
beleza. Já fiz infantil, da terceira idade, country, feminino,
masculino, quero fazer o Miss Gay, só que o plus size
não é interessante para mim no momento. Nada contra a
realização deles, só que não é a minha praia. Eu acompanho
e não quero que alguém vá lá fora representar a cidade
em que eu moro e estar mal vestida, não saber andar e
servir de chacota para outras pessoas. Aí soltaram no
Face que eu era contra e as pessoas caíram matando em
cima de mim, da minha família, da minha imagem, me
ofenderam, falando coisas sem saber... Quem começou
tudo isso é uma pessoa totalmente, Se a Prefeitura ou as
empresas não querem apoiar, então vamos fazer um chá
beneficente, algo mais digno, convidando as mulheres da
sociedade do nosso município, ou fazer um jantar para
arrecadar fundos. Para mim, concurso de miss tem que
estar voltado ao lado social. Eu tenho um trabalho
respeitado e bem visto pelas pessoas. Minhas candidatas
são lindas, maravilhosas e muito bem tratadas. Por elas,
eu brigo! (risos).
Flávio, e sua paixão por Carnaval? Surgiu quando?
Em quais escolas você participou, por que não
participa mais e como avalia hoje os desfiles
carnavalescos no geral, aqui e fora?
Ah, eu participei tanto e amo o Carnaval. Ajudava muito
a Edméia Malaguti nas fantasias da rainha do Carnaval.
A gente fazia o carro lá no Clóvis Salgado. Depois fui
mestre sala da Pérola Negra, da Unidos do Alto, destaque,
passista. Era a minha paixão! Sou descendente de negro.
Via e ouvia aquele batuque e desde pequeno sou
envolvido e tinha que desfilar. Hoje voltou o Carnaval
aqui em Paraíso, muita coisa tem que ser melhorada, as
autoridades tem que pegar firme. Cada escola este ano
ganhou R$ 30 mil... O Miss Paraíso não ganha nem R$
3,00... É uma verba boa que se investe e que dá para
apresentar à comunidade um belo e luxuoso espetáculo.
As agremiações já têm o grosso comprado: as plumas,
os boás, os carros já estão com as ferragens prontas, as
baterias já tem os equipamentos. Só precisa usar a
criatividade e inovar. Este ano me convidaram para fazer
parte da Minas de Ouro. Eu nunca estive muito ligado a
eles e adorei. Achei o Dudu um artista divino, monta um
costeiro como ninguém, a Cely muito gente fina. Eu
queria ficar nos bastidores e no fim, acabei desfilando e
passando na avenida. Não resisti! As outras escolas
também estavam muito boas, só que eu acho que tudo
pode ser melhorado...
Um concurso de miss não deixa de ser um evento
cultural, concorda? De que forma você avalia a
cultura hoje em nossa cidade?
Concordo com você e a Cultura em São Sebastião do
Paraíso deveria ser apoiada em todos os sentidos: teatro,
Carnaval, Congada, concurso de miss... Tudo pode ser
valorizado! Eu acho um erro, por exemplo, não
convidarem a Miss Paraíso para participar de eventos
como o Carnaval. E eu dei até uma bronca nela. Ao invés
de ficar aqui, ela foi passar os dias de folia fora. Ela tinha
obrigação de sair em uma escola de samba, como destaque.
Uma coisa puxa a outra, sabe? Tem que mostrar trabalho
e o poder público precisa apoiar, desenvolver projetos
de teatro, de moda, de passarela. Tem muita gente
talentosa na cidade e que precisa aparecer. Os próprios
gays mesmo, lindíssimos, deram um show no carnaval,
dançando mais que a mulherada... Tem que fazer um
concurso de fantasia e outro para eleger a Rainha e o Rei
Momo do Carnaval. Hoje eles são indicados pela
Associação, são pessoas talentosas, estavam belíssimos,
mas isso cabe a cada escola fazer sua indicação. Depois
se faz um evento de escolha dessas pessoas até mesmo
para movimentar a cidade, dividir a renda, chamar o
público. Eu acho que dá um “auê” maior, entende?
O que você gosta de fazer nas suas horas de folga?
(risos). O problema é eu ter horas de folga. Eu fico voltado
mais para o meu ateliê, fazendo as roupas. Mas hoje,
dedico um tempo maior para os meus filhos. Minha
esposa trabalha e, na parte da manhã, quem cuida, dá
banho, vai para o fogão, faz comida e leva para a escola
sou eu.
O que gosta de comer, beber, ouvir, tipo de filmes e
ver na televisão?
Apesar de muitas tragédias, eu amo jornal. Sou noveleiro,
mas não acompanho todas as tramas. Adoro massas,
uma lasanha. Não sou muito chegado em carne. De bebida,
só socialmente, mas curto mais a água. Música, é o samba.
Filmes, de ação.
Este ano teremos eleições no Brasil. O que você
espera dos candidatos e dos eleitores? Já pensou
em se envolver com política?
Eu já fui candidato a vereador há muitos anos. Eu era
muito jovem, foi uma experiência boa, mas não é minha
praia. Gosto de acompanhar o que se passa pelo País, o
desenvolvimento, as mobilizações. Eu espero que as
pessoas se conscientizem na hora de votar. Tudo é
mudança e vale a pena mudar. Ela te dá uma luz no fim
do túnel. Se não está bom daquele jeito, vale a pena
correr o risco da mudança. Eu penso dessa forma.
Quais são as suas principais qualidades e defeitos?
Eu sou ariano. Logo, eu me acho prepotente, autoritário,
mandão. Eu tomo a liderança de uma situação que, às
vezes, nem minha é. Quando eu me vejo, eu estou
dominando a situação. Isso é coisa do Flávio... Tenho
tentado me controlar. Não consigo mandar ninguém fazer
nada para mim. Tento ser muito correto, não passar a
perna em ninguém e não iludir ninguém, porque nesse
mundo de concursos, há muita ilusão... Eu não prometo
nada. O meu trabalho é apenas uma sementinha. Vamos
ver até onde ela vai... Sou muito amoroso, me apego
demais às pessoas, amo as minhas misses como se fossem
minhas amigas, gente da minha família, pego intimidade
com mãe, com pai, acabo tendo liberdade para falar as
coisas e, às vezes por isso, eu me decepciono.
Dinheiro, saúde, sabedoria e amigos. Qual a ordem
destas palavras em sua vida e por quê?
A saúde em primeiro. Faz um mês eu tive um problema de
saúde, uma úlcera, estou me cuidando, tomei muitos
remédios, tive que me afastar um pouco das minhas
atividades. Isso me jogou no chão, me deixou abalado e
me assustou um pouco! Não tenho mais 20 anos e passei
a me cuidar mais... Em 2º vem a sabedoria, porque toda
pessoa sábia tem muitas portas abertas e eu aprendi muito
nesse mundo miss, me abriu um leque. Não viajei para o
exterior e nem fiz faculdade, mas consegui trilhar por
alguns caminhos que a sabedoria me deu esta oportunidade.
Em seguida os amigos, são muito importantes. Eu não
tenho uma vida social. Ela é muito resumida à família e ao
mundo miss. Muitas pessoas me auxiliaram nesta cidade,
diziam para eu não desistir, porque meus eventos eram
bons. Isso me dava forças, pois eu via que eram pessoas
que admiravam o meu trabalho, mesmo não tendo nenhum
interesse. O dinheiro é consequência. Todo mundo quer
viver bem, ter conforto, uma casa, um lar, e isso você
consegue trabalhando honestamente. Eu só tenho que
agradecer a Deus, de joelhos.
Como é sua relação com Deus?
Eu sou católico, mas procurei uma ajuda na Doutrina
Espírita, sabe. Estava precisando devido a tudo o que
aconteceu na minha vida e na de minha família. Isto me
refletiu agora, principalmente com a morte de meu irmão.
Eu que me sentia muito para cima, estava me sentindo a
pior pessoa do mundo. Eu consegui ajuda, me apeguei
mais ainda em Deus, trabalhando meu espírito para ser
uma pessoa mais tranquila, ser mais maleável, tocar o
barco para frente, porque ainda tenho dois filhos para
criar, né (risos).
Se hoje fosse o seu último dia de vida, você estaria
pronto para partir ou pediria mais um tempo?
Eu pediria mais um tempo... Agora não... É minha
obrigação deixar o Thor e a Luma, meus filhos, adultos e
pessoas de bem. Esta é uma responsabilidade que meus
pais me passaram. Então eu peço muito a Deus para me
dar saúde, força e carinho a fim de que eu possa cumprir
esta missão. Eu dou apoio e não induzo, mas, se os meus
filhos seguirem o mundo miss, eu vou ficar muito feliz,
porque eu conheço este mundo, com eles ganhando ou
perdendo. Mil vezes eles neste caminho do que usando
drogas, um caminho perigoso e sem volta...
O que você espera encontrar do outro lado da vida?
O meu irmão e meu pai... Só... Acho que só... (emocionase). Aproveito para agradecer ao Jornal do Sudoeste,
ao Nelsinho, à minha família que eu amo demais, à minha
esposa e filhos. Cada ser humano tem a sua história e a
minha foi escrita de forma muito legal. Curti muito a
minha história e tenho certeza que ela será muito longa.
Quero ainda passar muito nervoso em concurso. Quero
entrar dentro da minha casa e viver bem, com
tranquilidade, com gato, cachorro, quero curtir muito
estes momentos, porque sei que tudo é muito passageiro.
Agradeço muito a Deus por todas as pessoas que
passaram pela minha vida. Às vezes eu paro, minha
mente vai lá ao passado e eu vejo quantas pessoas foram
importantes para mim... Edméia Malaguti, Waldemar
Francisco, as escolas de samba, os ex-prefeitos, as exsecretárias. Até o lado negativo foi bom. Me fez crescer.
Hoje o nome “Flávio Vieira” se tornou forte, e de uma
maneira simples, passo a passo. Eu não precisei derrubar,
criticar ou fazer mal a ninguém. Quantas pessoas surgiram
nesta cidade fazendo desfiles e só eu sobrevivi até agora...
Isso é um talento e não é para qualquer um. Não é fácil!
O Donizetti Silva e o Valdeir Lima, que sempre estão
comigo nas apresentações, me perguntam: “como eu dou
conta?”. Eu não sei de onde vem a minha força, mas
continuo ensinando as meninas a desfilarem e elas
aprendem e mudam comigo! O que passou, passou... As
coisas e pessoas que me fizeram mal... Eu não tenho
mágoa e nem raiva. Às vezes ficamos chateados naquele
momento, mas passa... Tenho tantas coisas para me
preocupar, que certos comentários são irrelevantes...
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São Sebastião do Paraíso-MG e Região - 8 de Março de 2014
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JUSTIÇA
AMARRADOS
Está virando moda as pessoas
fazerem justiça com as próprias
mãos, no país. As imagens de
ladrões espancados e amarrados
em postes, nas periferias das
grandes cidades, já assustaram.
Agora está tão comum que nem
notícia de jornal é mais. As cenas
de barbárie, de pessoas surrando
bandidos e os amarrando em
postes, não atemorizam pelo efeito
Renato Zouain
sanguinário causado, mas por seu
significado. Representam a completa falta de credibilidade
do povo na polícia e na justiça. Cidadãos comuns, muitos
deles de bem e religiosos, cansaram de esperar pela solução
estatal, pela justiça governamental e pelas forças públicas,
e estão calejados com a impunidade. Não acreditam mais
que as nossas leis irão resolver o problema de insegurança
e violência urbana, porque veem todos os dias ladrões a
solta e sem sequer serem incomodados pela polícia que,
quando os prende, os vê libertados logo em seguida por
força de uma legislação questionável. Na verdade, todas
as nossas leis penais e processuais penais, que tratam do
crime e do criminoso, são voltadas para as garantias e
liberdades individuais, e não para a manutenção da ordem
e do bem estar social e coletivo. A bagunça começa aí. Se
em 1940 (época do Código Penal em vigor) éramos um
país ainda rural e sem conflitos sociais onde essas regras
bucólicas funcionavam, hoje estamos em guerra e, para
cuidar dela, precisamos de armas mais poderosas. Para
males extremos, remédios amargos. Porque se a doença
fica incurável, pra quê hospital e médico?
ABSURDOS JURÍDICOS
Acho absurdo que um sujeito detido e conduzido em
flagrante por um crime seja solto pela própria polícia que
o prendeu. E é isso que a lei manda, por mais estúpida que
seja a regra que permite a soltura imediata do suspeito nos
casos de crimes “menos graves” (sic), dentre eles aqueles
delitos punidos com penas até quatro anos de reclusão e
que sejam afiançáveis e não sejam hediondos. Oitenta por
cento do Código Penal, amigo leitor, cabe nesse balaio! É
por isso que o cidadão vê o ladrão entrando e saindo rápido
das delegacias de polícia, às vezes dispensado mais cedo
que sua vítima. Quer sensação de impunidade maior que
essa? Conheci um dono de supermercado no leste mineiro
que foi assaltado. O bandido levou-lhe dinheiro e uma arma
com o registro vencido. O delegado tomou conhecimento,
não achou o ladrão, mas autuou a vítima por posse ilegal
de arma de fogo. O que esse comerciante, que paga
impostos e confiou na polícia ao prestar queixa, sai
pensando? Se é para legislar pensando no efeito das leis
perante a opinião pública, o que é o que o Congresso
Nacional mais tem feito, podemos começar por aí, criando
mecanismos jurídicos que tranquilizem a sociedade ao invés
de alarmá-la, que ponham medo em bandidos e não em
gente de bem.
SUGESTÕES E SOLUÇÕES
Todo suspeito detido pela polícia e acusado de um crime
deveria ser imediatamente apresentado a um juiz instrutor.
É assim nos Estados Unidos e em diversos países europeus.
Se a Polícia Civil possui por função exclusiva a investigação
criminal, não tem que prender ou soltar. Seu papel é auxiliar
na administração da justiça apurando delitos. Deveria haver
audiências judiciais e imediatas logo após as prisões dos
suspeitos. Ali, no nascedouro, se daria uma decisão
libertando ou decretando prisão, afiançando ou soltando
sem pagamento de fiança. Da maneira como é em nosso
país, vezes sem conta o magistrado instrutor só conhece o
réu trancafiado meses depois do crime. E sabe deste delito
só quando vira processo, às vezes inútil. Concede liberdade
provisória a um cidadão que não a merece, embasandose somente em um auto de prisão em flagrante
desacompanhado de qualquer outro documento ou
informação. Ou arbitra fiança em determinado montante
sem conhecer o tamanho do prejuízo da vítima ou do salário
e do patrimônio do criminoso. Impossível administrar justiça
dessa maneira, e aí é claro que o Poder Judiciário vira o
gargalo, o patinho feio, a raiz de todos os males do sistema.
Isso tem que acabar. Os juízes devem ser mais protagonistas
do processo e menos espectadores passivos, como vêm
sendo por décadas. E as leis tem que ajudar nessa
transformação. Ou isso, ou continuaremos assistindo inertes
a linchamentos, permaneceremos de olhos arregalados
vendo a população insatisfeita tomando para si a tarefa de
fazer justiça com as próprias mãos, o que redunda em
ações que enterram o Estado em um caixão, junto com a
pouca credibilidade que ainda tem.
As aparências
enganam
Vocês já devem ter lido a
história do Romualdo, de Artur
Azevedo. Trata-se daquele contínuo alto, gordo, ereto, com
aquelas opulentas suíças brancas a emoldurar-lhe a cara.
Mais parecia uma figura da família imperial. Romualdo não
ignorava o respeito que infundia ao pessoal da repartição
onde trabalhava, abusava da
respeitabilidade de suas barbas.
Quando o ministro o viu pela
primeira vez, impressionaramno aquelas barba, e indagou a
quem pertenciam. Quando lhe
responderam que o Romualdo
era um simples contínuo, imediatamente ordenou que ele fosse servir em seu gabinete.
Achou-o decorativo. Romualdo calado era um juiz, falando, um papagaio. É incrível
como a estória no decorrer do
tempo se repete e assemelha.
Senão vejamos: no início de
minha vida profissional trabalhei em uma cidade no interior
do Paraná, onde o delegado
municipal era respeitado por
todos por suas qualidades. Apesar de ser alto e forte, apenas
não lhe era favorável sua
impostação de voz, extremamente fina. Em contrapartida
havia um senhor, morador da
mesma cidade, de baixa estatura, apelidado de “treme-terra”, como se diz, com um verdadeiro vozeirão.
Dizem que o delegado o
convidou para servir em seu
gabinete. O serviço consistia
apenas em dar voz de prisão,
ou seja, duas pancadas dadas
na mesa pelo delegado correspondia ao “treme-terra” dizer a ladrões e arruaceiros: você
está preso. Uma pancada na
mesa significava, esteja solto.
Segundo fofoqueiros da
época, com isso configurava
mais configurava mais autoridade ao senhor delegado. Com
aquelas suíças brancas do
Romualdo e o vozeirão do “treme-terra”, quem poderia supor
que as aparências enganam.
Sebastião Pimenta Filho –
MEMBRO DA APC.
Lions
Rua José Osias de Sillos, 590 Fone: (35) 9119-5751
“Nós servimos há 40 anos em São Sebastião do Paraíso”
HOMENAGEM
CL. VASCO DRAZIO GIL
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
8 de Março de 2014
ORAÇÃO AOS
SOLITÁRIOS
(*) Ely Vieitez Lisboa
Senhor! Veja como vamos sós, pelos caminhos,
pelas ruas, nas casas, nos empregos, nos carros.
A solidão é profunda e amarga, dolorida e falaz.
Vem com as sombras, aumenta na escuridão,
sufoca nas madrugadas,
quando a alma parece exilar.
De quem os surdos soluços?
Da alma que se vai,
triste melodia do coração que chora?
A vida é tão breve, Senhor,
os homens tão insensatos, tão mal informados.
Os passos se desencontram,
as mãos não se acasalam,
separam-se lábios que nunca se juntaram.
A névoa envolve a cidade.
É a bruma dos sonhos desfeitos,
das desilusões, dos amores prematuramente mortos,
mal nascidos?
A solidão machuca, Senhor!
É tão amargo, Senhor,
braços feitos para o nada,
mãos que acariciam o vazio,
palavras perdidas de ternura estéril.
A solidão gera a angústia, Senhor.
E com ela o estômago preso,
a garganta seca,
o grito estrangulado.
A solidão dói, Senhor!
E o Homem não aprende.
Tudo é tão simples,
lógico, certo, seqüente.
Ensinam as flores, os pássaros,
as plantas, os animais.
Mas ELE procura, titubeia esmiúça,
tenta, compara, vacila
idealiza, regride, volta, reincide.
Mostre-nos portas e caminhos, Senhor!
Dê-nos alento na procura.
Não permita que sonhemos
só com o inatingível.
Deixe-nos ver o fruto mais próximo,
sentir seu gosto,
não partir atrás de árvores estranhas,
de copas tão altas.
Tire de nossos sentidos perfumes jamais sentidos,
o doce tato de peles nunca tocadas,
a imagem de olhos
que só vivem de afagos.
A vida é áspera, Senhor!
O caminho é duro e árido.
E nós, os SOLITÁRIOS, somos tantos...
Peço-lhe por mim, por ele, por ela, por todos:
Trance nossas estradas, Senhor,
abrande os corações crespos de sofrimento,
rasgue sorrisos nos lábios crestados de amargura
umedeça os olhos secos de lágrimas,
dirija nossos passos para o ENCONTRO.
Faça que nossas mãos, em mágica,
aprendam a se unirem palma a palma,
para que conversem, se entendam se amem,
e com elas, os corpos, as almas.
A SOLIDÃO é cruel, Senhor!
Livre-nos dela.
Na tarde de terça feira, dia 04 de fevereiro, de 2014, deixou
o nosso convívio e foi ao encontro de Deus, para engrandecer
ainda mais a constelação celeste. Aqui entre nós deixou-nos o
exemplo de humildade, caráter, respeito ao próximo e
principalmente de um ser temente a Deus.
Um exemplar pai de família, que traçou ao lado da esposa
Glória, um caminho reto, para que seus filhos seguissem,
assim como o fazem.
Nós, companheiros Leões, sentiremos uma profunda falta
do Amigo CL VASCO, mas também guardaremos lembranças
de seu convívio onde tivemos a sorte de pertencer. Na última
festiva em que esteve junto a nós, ficamos fortemente
emocionados quando Gloria, cantou “Como é grande o meu
amor por você”, dedicando ao esposo Vasco.
À nossa companheira Glória e filhos, só nos resta dizer o
orgulho que sentimos de vocês, pois nosso companheiro,
partiu, e levou na bagagem a experiência de ter vivido amor
verdadeiro na vida familiar, ao qual presenciamos de perto!!
O LIONS CLUBE de São Sebastião do Paraíso, não perde
um companheiro, pois onde estiver, sei que estará intercedendo
a Deus, pelo nosso trabalho leonístico ao qual pertenceu por
quase 30 anos!!!
Aos familiares, nossos respeitos e contem sempre conosco !!!
C. ROBERTO,
Presidente Lions Clube São Sebastião do Paraíso.
AGRADECIMENTO
Renato Zupo, Juiz de Direito na comarca de Araxá
Cristo Alegria realizado pelos católicos durante o carnaval
Os organizadores do Cristo Alegria, o verdadeiro Carnaval de Jesus realizado pela Renovação
Carismática Católica, Setor Paraíso agradecem a
todas as pessoas que participaram e ajudaram na
organização do evento realizado nos dias 1º, 2, 3 e
4 de março de 2014, na quadra poliesportiva do
Colégio Paula Frassinetti.
Um agradecimento especial às irmãs que gentilmente cederam o espaço, aos padres Vander de
Souza Carmo, Rodrigo Costa Papi, Monsenhor
Enoque Donizetti de Oliveira. que participaram das
celebrações. Fica o registro de agradecimento aos
coordenadores de Grupo de Oração, Pastoral da
juventude, Ministério de Música, intercessores e servos pela imensa colaboração.
Deus lhes pague.
(*)Ely Vieitez Lisboa é escritora, poetisa e crítica literária.
E-mail: [email protected]
Carnaval
2014
O Carnaval, esta nobre e
tradicional festa que traça
suas origens à Grécia e à Roma Antigas, sempre foi um
grande ícone de São Sebastião do Paraíso e do Brasil,
como um todo. Eu, que mais
do que viver, participei diretamente da criação desse festival em seus anos de maior
brilho, e testemunhei também, com muito pesar, o seu
vertiginoso declínio e queda
com o passar dos anos, conforme a prefeitura destinava
cada vez menos verbas a esse
símbolo da cultura paraisense.
No entanto, neste ano de
2014, fiquei realmente espantada com o que, impossibilitada de andar, tive de ver
por fotos e com o que minha
filha, que assistiu pessoalmente ao desfile, me relatou:
uma festa bonita, repleta de
criatividade e exuberância,
algo tão diferente da sombra
que se esgueirava, tímida e
pálida, pela Praça Comen-
dador José Honório nos anos
passados.
Eu, que vivi os anos da glória carnavalesca de São Sebastião do Paraíso, me senti
extremamente feliz e esperançosa com o último desfile.
É realmente reconfortante
ver que Paraíso está recuperando seu esplendor passado
e, em nome de todos os que já
dançaram, enfeitaram carros
alegóricos, desfilaram nos mais
variados blocos, em suma, em
nome de todos os que já festejaram o Carnaval em seus anos
dourados, parabenizo a criatividade e a audácia das grandes
idealizado-ras da festa de 2014,
Cinira e Sinara, bem como ao
Sr. Prefeito, Rêmolo Aloise, que,
entendendo a importância da
cultura da cidade, destinou recursos suficientes para que o
Carnaval desse seu primeiro
passo rumo à graça e à glória
de outrora. Que este seja o primeiro de muitos grandiosos
ainda por vir.
Dimeia Malaguti
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
8 de Março de 2014
Jornal do Sudoeste
página 7
Aniversariantes
Neste sábado, dia 8, o médico Dr. João de Almeida Paula Jr.
Em Maringá a paraisense Isabela Neto Piccirillo. Dia 10 Alcione
(Original Chopp) Dia 11, William Marfório Mendes. Dia 12 Dra
Sandra de Carvalho, Rosilena Grillo (RG Cerimonial).
Pretende casar em 2015?
Os noivos que pretendem se casar em 2015, precisam correr
atrás das contratações para que possam escolher os
profissionais que melhor atendam suas expectativas. Alguns
meses como Abril, Setembro e Outubro são mais concorridos
e a partir de novembro passam a disputar agenda com as
confraternizações empresariais e formaturas. Definido o
número de convidados, o local da cerimônia e da recepção
deve ser reservado o mais breve possível. Após, passar para a
contratação dos profissionais que atendem apenas um evento
por dia: cerimonialista, fotógrafos, cinegrafistas e músicos. Os
bons profissionais estarão prontos para todos os
esclarecimentos necessários sobre seus serviços e sobre o
contrato a ser formalizado, devendo este ser estudado
criteriosamente, constando tudo o que for combinado. Para
que o casamento seja conforme sonharam é preciso contratar
os serviços de acordo com o sonho e o bolso, lembrando que
nem sempre o mais caro é o melhor e o de custo abaixo do
mercado pode ser uma decepção. Buscar referências é
primordial. Tempo hábil é garantia e contratos bem elaborados
é garantia de sucesso
Ralph Diniz, repórter do Jornal do Sudoeste
inaugura idade nova no dia 14. Parabéns.
Márcia Lemos
O prezado amigo Joel Henrique, responsável
pela coluna Joel da Balada, neste Sudoeste,
muda de idade neste domingo, dia 9.
A equipe “JS” o cumprimenta.
Momentos inesquecíveis requerem cuidados especiais...
Conte com nossos serviços para o sucesso de seu evento.
RG Eventos Assessoria e Cerimonial
A coluna antecipa
cumprimentos ao Deputado
Carlos Melles, secretário de
estado de Transportes e
Obras Públicas do Estado de
Minas Gerais, que muda de
idade nesta terça, dia 11.
AÇÃO ENTRE
AMIGOS
O deputado Geraldo Thadeu veio a Paraíso para rever amigos e familiares. Assistiu o desfile carnavalesco
e entregou troféu ao responsável pelo bloco Boi Bumbá, Creginaldo Damázio dos Santos, o Paraíba.
Homenagem
Sãosinha
Em prol da família da pequena
Maria Vitória, que foi diagnosticada
com leucemia e encontra-se em tratamento na Santa Casa de Passos.
Vários amigos estão empenhados
na promoção desta ação beneficente com a realização de um almoço
que será realizado no dia 27 de abril
a partir das 12 horas, no Salão Social da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Sion, ao preço de R$ 10,00.
Também haverá um sorteio de prêmios, com o custo de R$ 1,00 a
cartela. Os ingressos podem ser adquiridos através do telefone 99020939 com Cleide. Colabore!
Uma festa em grande estilo
e criatividade realizada às cinco da tarde do dia 17 de fevereiro no Buffet Evelina, preparada com a sensibilidade artística de Gisele Machado com a
participação de seu esposo,
comemorou o aniversário de
sua mãe, Ruth Machado e também a sua ida para Brasília, onde
vai residir junto de suas filhas,
Christina, Lucila, Gisele e
Carla, genros e netos.
Na chegada os amigos foram fotografados individualmente com a aniversariante,
numa demonstração de carinho
de Ruth, para com as pessoas
que ela quer bem.
Durante a festa as fotografias foram entregues aos amigos, ficando o original para ela
que guardou carinhosamente.
Pintora sensível, quis presentear os amigos com uma
tela pintada por ela. Formouse um bingo, e a ganhadora fi-
cou muito feliz com a belíssima
tela. O cardápio assinado por
Evelina, próprio para a tarde,
finíssimo, chás de diversos aromas e sabores, sucos de frutos, refrigerantes, tortas, mousses, doces e finalmente café
colonial.
O parabéns a você foi cantado e a aniversariante apagou
a velinha do grande bolo comemorativo. O pastor presbiteriano Edmar Eurípedes Vicente
discursou felicitando-a em
nome dos membros da igreja,
em grande parte ali presentes,
falando sobre sua personalidade gentil e carismática. Foi
abraçada pelo pastor e sua esposa Denise Vicente.
As acadêmicas da Academia
Paraisense de Cultura, Eliana
Mumic Ferreira, Míriam Lauria, Dirce Brigagão Alcântara,
Conceição Borges Ferreira, foram levar a Ruth um abraço
carinhoso, pois seu esposo, Dr.
Harley Silva Machado, foi em
vida, acadêmico atuante, sobressaindo-se pela sua inteligência, cultura e valor moral.
A poetisa Eliana Mumic
Ferreira declamou seu belíssimo “Poema à Vida”. Foi uma
tarde de homenagens, abraços
e pedidos a Ruth, para que em
Brasília traga sempre Paraíso
em seu coração.
Poema à Vida
Eliana Mumic Ferreira
Se vale a pena viver?
A existência é um sonho
às vezes doce e tão belo
e, às vezes, nos faz sofrer.
É como águas de um rio,
correndo, sem descansar,
vencendo seus desafios,
seguindo em busca do mar.
Contempla em torno de ti
as noites de lua inteira
e, quando o dia desperta,
sente a paz do amanhecer.
Vê como a terra é bonita
quando a semente germina,
e como o vento se move
nas folhas, a estremecer.
Em ciclos que se sucedem
a natureza se agita
renascendo a cada dia
com seu jeito de menina.
Aproveita, pois, a luz
do dia que te foi dado,
olha as estrelas, no céu,
vê a beleza dos prados
e recebe o dom da vida
como um presente de Deus.
Esquece aquela ferida,
de mágoas, sem cicatriz,
quem perdoa se liberta
para amar e ser feliz.
Conserva no coração
a fé, o amor, a esperança,
vê as flores, sente o vento,
o céu, as nuvens, as águas
e abraça a felicidade
agora, neste momento.
Nossa existência é um sonho,
Um sonho breve e dourado:
vive teu sonho e não deixa
que acabe sem ser sonhado.
Jornal do Sudoeste
página 8
Psicoletrando
Você se ac
ha uma
acha
pessoa decidida?
Josimara Neves,
psicóloga e escritora
(CRP-04/37147)
Marília Neves,
professora e escritora
Contato:
[email protected]
De vestido ou de saia? Rosa ou roxo? Hoje ou
amanhã? Como decidir?
Tem gente que abre a geladeira e paralisa, como
se estivesse esperando que um iogurte saltasse em
suas mãos e dissesse: “— Devora-me!”
Seria muito mais fácil para os indecisos se os
próprios alimentos tivessem iniciativa e se jogassem
no prato, pois assim, não teriam que decidir nada.
Pessoas indecisas olham para dentro do guardaroupa e enxergam um labirinto sem saída, tornando o
hábito de se vestir num martírio. Outras, diante de um
cardápio, demoram mais tempo olhando para ele do
que saboreando a comida posta à mesa.
Pessoas indecisas:
• carregam em si a marca da insegurança, da
inatividade, da dúvida, do medo de ousar, de tentar,
de avançar, de dar a cara à tapa e tomar a
iniciativa;
• apresentam dificuldade de hierarquizar o que
é mais importante para cada situação, em cada
momento;
• perdem muito tempo pensando e apresentam
dificuldade no que tange à execução;
• costumam ser mais vagarosas quando é
necessário fazer uma escolha rápida;
• podem se tornar dependentes de opiniões
alheias;
• sofrem por serem assim;
• tendem a ser medrosas;
• possuem pouca confiança em si mesmas, têm
a atenção muito voltada para si, em alguns casos;
• podem se autoboicotar;
• têm grande propensão a arrepender-se do que
fazem;
• analisam o problema comumente pelo lado
negativo;
• justificam as escolhas pelo medo de errar;
• devem se autoperceber melhor a fim de não
se tornarem vítimas do próprio destino;
• tendem a resistir às mudanças.
Observando essas características, percebemos
que existem diversas perdas que ocorrem em
detrimento da indecisão. Perder tempo, na atual
conjuntura, significa muito. Por isso, para melhorar
aspectos intrínsecos que contribuem para a indecisão,
é importante que a própria pessoa reconheça as
perdas ao invés de lucrar por ser indecisa, afinal,
aqueles que possuem lucros secundários por serem
assim dificilmente optarão por mudar, uma vez que é
mais trabalhoso.
Quem reconhece que é indeciso e sofre com isso
deve saber que a atitude de ter decisão é fruto de
uma construção, ou seja, depende de aprendizagem
social da pessoa. Sendo assim, tal aspecto pode ser
treinado e, gradativamente, aperfeiçoado.
Adquirir segurança interna, autoconfiança e
autopercepção é fundamental para romper
com os grilhões mentais que bloqueiam a
mente, impedindo-a de ir além e de decidir
o que é melhor para si mesmo.
Josimara Neves
Quando desejamos intensamente algo,
traçamos uma diretriz psíquica que favorece
a concretização das nossas metas. Por
isso, é imprescindível discernir sobre qual
caminho se almeja palmilhar.
Marília Neves
São Sebastião do Paraíso-MG e Região
8 de Março de 2014
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