Informativo Técnico
Engenharia de Aplicação
Outubro de 2003 – Nº 10
Lubrificação e Refrigeração em Operações com
Ferramentas Abrasivas
No processo de retificação, 90% da energia produzida é liberada
na forma de calor. O calor gerado pela operação poderá causar na
peça retificada, problemas de acabamento, variação dimensional,
alterações na dureza e desgaste prematuro da ferramenta
abrasiva.
Para minimizar estes problemas, é essencial a utilização dos
fluidos de corte durante a operação de retificação.
Portanto, os fluídos de corte devem atender a três funções
essenciais:
•
•
•
Lubrificar
Refrigerar
Lavar
Ø Refrigeração : Tem como finalidade reduzir o calor gerado na operação, evitando o desgaste
prematuro do abrasivo e alterações nas propriedades da peça.
Ø Lubrificação : Boa lubrificação significa a redução do atrito entre a peça e a ferramenta abrasiva,
melhor acabamento, maiores velocidades de corte e maior produção.
Ø Lavagem : A função da lavagem é remover da área de corte da ferramenta abrasiva os resíduos
provenientes do processo de retificação, evitando desta forma um “empastamento na ferramenta”.
Os fluídos de corte podem ser classificados como :
1. Óleos integrais ou minerais : Podem ser de origem animal, vegetal ou derivado de petróleo,
possuem baixo custo, alto poder de lubrificação, reduz o atrito durante a operação, porém tem
baixo poder de refrigeração.
2. Óleo solúvel : É um óleo integral com adição de aditivos ( 10% a 30% ) como enxofre, cloretos,
fósforo, entre outros. Proporcionam boa ação refrigerante e lubrificante, e também baixo custo.
3. Semi-sintéticos : É uma combinação de fluídos sintéticos com até 40% de óleo mineral. Tem
bom poder de refrigeração e lubrificação.
4. Sintéticos : É um fluído 100% sintético (não possuem óleo mineral), possuem alto poder de
refrigeração e médio poder de lubrificação, proporcionam vida longa ao sistema (sem descarte).
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Os fluidos de corte também deverão atender a outras exigências, tais como:
Ø
Ø
Ø
Ø
Ø
Baixa geração de espuma;
Fácil descarte;
Não agredir o meio ambiente;
Não dissolver a pintura ou corroer partes da máquina;
Não agredir a saúde e garantir a segurança do operador;
Durante a retificação, no ponto de contato entre a peça e a ferramenta abrasiva, poderá ocorrer a
formação de um colchão de ar (figura 1). Isto acontece graças ao deslocamento de ar gerado pela
velocidade periférica do rebolo, em contato com o fluído refrigerante. A formação deste colchão de ar
dificulta a refrigeração nesta área, podendo ocasionar problemas de queima na peça e desgaste
excessivo da ferramenta abrasiva.
Para resolver este problema, recomenda-se uma relação entre a velocidade periférica do rebolo e a
pressão ideal a ser utilizada na saída do bico refrigerante, suficiente para romper esta camada de ar,
garantindo a penetração do refrigerante na área de contato peça / ferramenta abrasiva (figura 2).
Colchão de ar
Pressão
Peça
Bo
Peça
Falta de refrigeração
Rebolo
Rebolo
Fig. 1 ( Pressão inadequada )
Fig. 2 ( Pressão correta )
A tabela abaixo mostra referências de pressão a serem utilizadas, para diferentes velocidades :
Velocidade Periférica
30 m/s
45 m/s
60 m/s
Pressão
4 bar
5 bar
6 bar
A vazão pode ser determinada aplicando-se a seguinte regra universal:
4 l / mm da altura do rebolo / min, ou seja,...
Quatro litros de refrigerante para cada milímetro da altura do rebolo em contato com a peça-obra,
durante a retificação, por minuto.
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ITN 010 - Lubrificaçao Padrao