TEXTO PARA DISCUSSÃO N° 469
ISAAC I. RUBIN E SUA HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
João Antonio de Paula
Hugo Eduardo A. da Gama Cerqueira
Abril de 2013
Ficha catalográfica
P324i
2013
Paula, João Antonio de.
Isaac I. Rubin e sua história do pensamento econômico / João
Antônio de Paula, Hugo Eduardo A. da Gama Cerqueira. - Belo
Horizonte : UFMG/CEDEPLAR, 2013.
16 p. : il. - (Texto para discussão, 469)
Inclui bibliografia.
1.Rubin, Isaak Illich 2.Marx, Karl, 1818-1883. 3.Economia História. 4.Economia marxista. I.Cerqueira, Hugo Eduardo A. da
Gama. II.Universidade Federal de Minas Gerais. Centro de
Desenvolvimento e Planejamento Regional. III.Título. IV.Série.
CDD: 330.15
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FACE/UFMG - JN 021/2013
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E PLANEJAMENTO REGIONAL
ISAAC I. RUBIN E SUA HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO*
João Antonio de Paula
Professor do Cedeplar, Universidade Federal de Minas Gerais (www.cedeplar.ufmg.br/jpaula/)
Hugo Eduardo A. da Gama Cerqueira
Professor do Cedeplar, Universidade Federal de Minas Gerais (www.cedeplar.ufmg.br/hugo/).
CEDEPLAR/FACE/UFMG
BELO HORIZONTE
2013
*
Esse texto foi escrito para servir de apresentação à edição brasileira do livro de Isaac Rubin, História do pensamento
econômica, cujo lançamento está previsto para acontecer em 2013, pela Editora da UFRJ. Os autores agradecem a Maria
Mello de Malta e ao saudoso Carlos Nelson Coutinho pelo convite para participarem desse projeto editorial. Agradecem
também o apoio do CNPq à pesquisa que orientou a elaboração do texto.
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 6
2. SOBRE ISAAC I. RUBIN .................................................................................................................................... 7
3. MARX E A HISTÓRIA CRÍTICA DAS TEORIAS DA MAIS VALIA ............................................................ 8
3. RUBIN E A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO ......................................................................... 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................... 16
Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
RESUMO
Esse texto apresenta o livro História do Pensamento Econômico, de Issac Rubin. Depois de
uma breve exposição sobre sua biografia, o texto discute as tentativas de Karl Marx de escrever uma
história crítica da economia política e, em conexão com esses esforços, analisa o sentido do esforço
teórico de Rubin em sua História do Pensamento Econômico.
Palavras-chave: Isaac Illich Rubin (1886-1937); Karl Marx (1818-1883); história do pensamento
econômico; crítica da economia política.
ABSTRACT
This paper presents Isaak Rubin’s History of Economic Thought. After a brief description of
his life and work, the paper discusses Karl Marx’s attempts to write a critical history of the political
economy and, in connection with this, the paper analyses the meaning of Rubin’s History of Economic
Thought.
Keywords: Isaak Illich Rubin (1886-1937); Karl Marx (1818-1883); history of economic thought;
critique of political economy.
Classificação JEL / JEL classification: B14; B24; B31.
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
1. INTRODUÇÃO
Sobre a pessoa e a obra de Isaac Illich Rubin incidiram alguns dos mais dramáticos e
expressivos acontecimentos do século XX. Século de extremos, como mostrou Eric Hobsbawm, que
ensejou entusiasmos, grandes e luminosas expectativas, também foi tempo de barbárie, de destruição,
de tragédias.
Rubin esteve ligado à extraordinária experiência da Revolução Russa, que tanto mobilizou
formidáveis energias coletivas no sentido da construção do mundo como liberdade, criatividade e
igualdade, quanto padeceu das deletérias consequências da imposição do regime stalinista e sua longa
vigência.
Rubin, sujeito e representante do melhor que a Revolução Russa aportou como renovação
cultural, foi uma das incontáveis vítimas da repressão stalinista. Tendo começado sua carreira política
entre os mencheviques, ele foi um dos grandes nomes do pensamento econômico marxista, um dos
mais criativos e consistentes intérpretes de Marx. Sua obra no campo específico da teoria do valor,
seus trabalhos no campo da história do pensamento econômico são pontos altos do pensamento
econômico do século XX, em qualquer latitude ou perspectiva.
Junto com Preobrazhensky, outra vítima do stalinismo, Rubin fez parte do processo
incrivelmente rico gerado pela Revolução Russa em seus primeiros anos nos campos artístico,
científico e cultural, em que se destacam nomes e correntes importantes nos campos das artes
plásticas, da música, do teatro, da dança, do cinema, da literatura e da teoria literária, da psicologia.
Rubin e seus colaboradores têm lugar singular no conjunto do pensamento econômico
marxista em momento particularmente criativo, que marcou o final do século XIX e início do século
XX. É o período em que se destacaram as intervenções de Lenin, Rosa Luxemburg, Leon Trotsky,
Nikolai Bukharin, Rudolf Hilferding, Otto Bauer, Henryk Grossman, Fritz Sternberg, entre outros, que
vão realizar o marxismo como arma analítica e instrumento programático e organizativo, abordando
questões cruciais como a formação do mercado interno para o capital em países periféricos, o
imperialismo, o capital financeiro, as crises econômicas capitalistas, as relações entre nações e as lutas
de classes, a construção do socialismo.
Não se esqueça que esse é também o momento da decisiva emergência do que se chamou
marxismo ocidental, que reúne os nomes expressivos de Antonio Gramsci, György Lukács, Karl
Korsch, Ernst Bloch, Walter Benjamin. Toda essa rica tradição, todos esses nomes, não esgotam o
muito de significativo que merece ser lembrado, como os nomes não canônicos de membros de
correntes como a dos “conselhistas”, Anton Pannekoek e Herman Gorter.
Insista-se na riqueza teórica e política do marxismo no período considerado para a justa
apreensão da grandeza da obra de Rubin. Seu trabalho tem tal acuidade, que só poucas vezes foi
alcançada no campo do pensamento econômico marxista. Com efeito, a obra de Rubin é das poucas
tentativas bem sucedidas de acrescentar, efetivamente, algo de novo ao central da teoria marxiana, que
é sua teoria do valor, que se desdobra, como sabemos, em uma teoria do capital como valor que se
autovaloriza, como exposição da forma de presentificação e desenvolvimento das categorias da crítica
da economia política.
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
2. SOBRE ISAAC I. RUBIN1
Nascido em 12 de junho de 1886, na cidade de Dvinsk – atualmente chamada de Daugavpils,
na Letônia –, Isaac Illich Rubin foi o primogênito de uma família de judeus abastados. Ingressou como
estudante na Universidade de São Petersburgo em 1906, graduando-se em Direito, em 1910. Durante
esse período, já se interessava por temas de economia política. Nos anos seguintes, mudou-se para
Moscou, conciliando o trabalho como advogado com estudos científicos que lhe renderam a
publicação de vários artigos sobre o direito civil. Nesse período, militou no Bund, uma organização de
trabalhadores judeus que se uniu ao Partido Social Democrata. Após a Revolução de 1917, colaborou
com os novos órgãos do governo soviético e passou a lecionar economia política em diferentes
instituições de ensino, como a Universidade de Moscou e o Instituto da Cátedra Vermelha. Nesse
período, iniciou sua colaboração com David Riazanov, que o incumbiu de traduzir textos econômicos
de Marx para o russo.
FIGURA 1
Issac Illich Rubin (1886-1937)
Em 1923, Rubin publicou a obra que lhe renderia prestígio e reconhecimento, os Ensaios
sobre a teoria do valor de Marx (Rubin, 1980). Acolhido favoravelmente por estudiosos e lideranças
políticas, como Bukharin, o livro lançou os fundamentos para uma releitura da teoria do valor em
novas bases, livres do dogmatismo e do mecanicismo que caracterizavam outras interpretações
1
As informações biográficas apresentadas nessa seção foram extraídas, em sua maioria, do artigo de Ljudmilla Vasina
(1994).
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
formuladas naquele período. A publicação desse volume coincidiu, no entanto, com a prisão de Rubin
e sua condenação a três anos de detenção por “atuação anti-soviética”. Durante esse período, e apesar
das condições desfavoráveis, ele conseguiu manter uma intensa atividade intelectual, trabalhando
como tradutor e escrevendo textos científicos, entre os quais uma versão revista e ampliada de seu
livro sobre a teoria do valor.
No final de 1926, Rubin foi contratado como colaborador do Instituto Marx Engels, dirigido
por Riazanov. Ali, assumiu a chefia do gabinete responsável pela edição das obras econômicas de
Marx, e prosseguiu com o trabalho de tradução de textos clássicos de economia política.
Paralelamente, escreveu textos em que aprofundou sua interpretação da teoria de Marx, como o artigo
sobre o trabalho abstrato publicado na revista Pod Znamenem Marksizma, em 1927, e seu livro sobre a
História do Pensamento Econômico (Rubin, 1978; 1979). Esse último, como era de feitio dos demais
trabalhos de Rubin, está longe de ser mero comentário dos escritos de Marx referentes ao tema, sendo
uma reelaboração abrangente e consistente. De fato, trata-se de uma síntese acabada das, pelo menos,
três tentativas de elaborar o que Marx chamou de “parte histórica”, ou “histórico crítica” de sua teoria
fundamental.
No final dos anos 1920, Rubin esteve no centro de uma acalorada controvérsia sobre questões
de economia política que, começando como um debate teórico conduzido de maneira relativamente
livre, acabou assumindo um tom dominado por acusações e incriminações de natureza política. Rubin
foi criticado por apoiar uma “abordagem idealista” e falsificadora da teoria econômica de Marx. Foi
atacado de maneira impiedosa na imprensa e forçado a renunciar à atividade docente. Em dezembro de
1930, Rubin foi acusado de participar de um Bureau Unificado dos Mencheviques e novamente detido.
Em março de 1931, depois de ser barbaramente torturado, foi condenado a cinco anos de prisão. Em
1937, foi novamente preso e, desta vez, acusado de participar de uma organização trotskista.
Condenado a pena máxima, foi executado em 27 de novembro do mesmo ano.
3. MARX E A HISTÓRIA CRÍTICA DAS TEORIAS DA MAIS VALIA
Falou-se aqui de três tentativas de Marx de elaboração da “história das doutrinas”. São elas: a
Introdução aos Fundamentos da Crítica da Economia Política (Grundrisse), escrita entre o final de
agosto de 1857 e meados de setembro de 1857; as partes A, B e C de Para a Crítica da Economia
Política, de 1859, a saber: “Apontamentos históricos para a análise da mercadoria”, “Teorias sobre a
unidade de medida do dinheiro”; e “Teorias sobre o meio de circulação e o dinheiro” (Marx, 1974); e,
finalmente, os cadernos VI a XV, escritos entre março de 1862 e dezembro de 1862, e que fazem parte
do chamado Manuscrito de 1861-1863, publicados entre 1905 e 1910, por Karl Kautsky, com o título
de Teorias da Mais Valia (Marx, 1974b).2
Quando Marx deu início à redação de sua Crítica da Economia Política, em 1857/1858,
chegava ao termo, assim ele o acreditava, uma longa temporada de estudos, iniciada em 1842/43,
momento em que em decorrência de sua atividade jornalística ele foi obrigado a se confrontar com os
“chamados interesses materiais”.
2
O conteúdo das Teorias da Mais Valia inclui também o texto do caderno XVIII e trechos isolados de outros cadernos
redigidos até julho de 1863.
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
Em 1857, no contexto de uma crise econômica de grandes proporções, Marx colocou para si a
tarefa de elaborar uma crítica que pudesse funcionar como uma arma do proletariado tanto contra as
consequências imediatas da crise, quanto contra a dominação capitalista em seu conjunto. Os
Fundamentos da Crítica da Economia Política – escritos entre 1857 e 1858, mas somente publicados
em 1939 e 1941, e chamados normalmente de Grundrisse – são a materialização sintética dos
principais resultados dos estudos de Marx sobre economia política. Incompletos que estivessem esses
estudos, eles já eram suficientemente potentes para autorizar ao seu autor a dar a público seus
resultados, o que será feito em primeiro lugar, em 1859, com Para a Crítica da Economia Política,
que reúne os capítulos sobre a mercadoria e o dinheiro (Marx, 1974).
Os planos de Marx, então, incluíam uma continuação do livro de 1859, que é o que ele se pôs
a fazer, entre 1861 e 1863, quando redigiu os cadernos I a V do Manuscrito de 1861-63, o capítulo
sobre o capital em geral, traduzido para o português por Leonardo Gomes de Deus e publicado pela
Autêntica Editora em 2010 (Marx, 2010).
Tanto a redação de Para a Crítica da Economia Política, quanto a do Manuscrito de 1861-63,
pressupõem a existência de uma chave analítica, de um ponto de vista teórico que permitiu ao seu
autor realizar a efetiva crítica da economia política, e que não se confunde com a operação
tradicionalmente associada à palavra “crítica”, que se contenta em ser paráfrase, comentário,
observação que, referindo-se a um objeto, só o aprende exteriormente, superficialmente. Com efeito,
para Marx, como para Hegel, o trabalho da crítica é uma operação de apropriação, de suprassunção,
em que se preservam do objeto seus conteúdos emancipatórios, ao mesmo tempo em que se descarta o
que no objeto está perfeitamente morto.
É por já se achar senhor do segredo do funcionamento do modo capitalista de produção, de
suas categorias e estruturas características, que Marx pode empreender a exposição de sua crítica da
economia política, cujo núcleo central é a descoberta do capital como valor que se autovaloriza pela
exploração da força de trabalho, pela extração e acumulação de mais valia.
É sabido que Marx tanto diferenciou o método de investigação do método da exposição,
quanto estabeleceu a anterioridade da investigação em seus inumeráveis caminhos. Apreendido o
conceito, desvelado o funcionamento, a estrutura e a dinâmica do real, tarefas da investigação,
caberiam aos procedimentos expositivos a ordenação dos conceitos, o sequenciamento das formas
necessárias de sua aparição, que devem obedecer, rigorosamente, à passagem do simples ao complexo,
da totalidade simples à totalidade complexa, do abstrato ao concreto, movimento que “não é senão a
maneira de proceder do pensamento para se apropriar do concreto, para reproduzi-lo como concreto
pensado” (Marx, 1974, p. 123).
A exposição é, então, a totalização do conceito apreendido e reproduzido pelo pensamento que
abre caminho para uma segunda operação fundamental, que é a apropriação crítica do conjunto do
pensamento sobre o objeto em questão, a economia política.
Marx, como já foi dito, elaborou, com distintos graus de abrangência e acabamento, pelo
menos três tentativas de “histórias críticas” da economia política. A primeira tentativa está no texto da
Introdução aos Grundrisse, de 1857. Ali, trata-se de apresentar em perspectiva metodológica, para
ficar com uma denominação kantiana, as condições de possibilidade da crítica da economia política,
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
isto é, em que a crítica da economia política se distingue e supera o melhor da tradição da economia
política clássica, o melhor, na verdade, do pensamento burguês em seu momento de auge. Assim, são
submetidos ao escrutínio do ponto de vista superior, instituído pela crítica da economia política,
grandes nomes do pensamento econômico burguês como Adam Smith e David Ricardo, mas também
Rousseau, o pensamento político, a jurisprudência, a historiografia, e a estética burguesas. Marx, em
1857, já se achava plenamente preparado para terçar armas com o melhor do pensamento burguês, em
procedimento que não se contentou em apontar equívocos e fragilidades teóricas pontuais, mas que se
colocou questionar as bases mesmas, metodológicas e conceituais, do pensamento burguês em seu
conjunto.
Das quatro partes em que se divide a Introdução de 1857, três remetem diretamente à
economia política. Nas duas primeiras, Marx toma a obra de John Stuart Mill – seus Princípios da
Economia Política, de 1848, tratado representativo da visão então dominante entre os economistas
políticos –, e a submete à crítica rigorosa a partir das descobertas que seus estudos lhe haviam
permitido. Para Marx, a obra de John Stuart Mill constituía-se em clara regressão ao que o pensamento
econômico burguês já havia alcançado. Marx refaz os termos da conceptualização de Stuart Mill
transfigurando dialeticamente os elementos produção, consumo, distribuição, troca (circulação) que,
em sua perspectiva, apresentam-se assim: “O resultado a que chegamos não é que a produção, a
distribuição, o intercâmbio, o consumo, são idênticos, mas que todos eles são elementos de uma
totalidade, diferenças dentro de uma unidade” (Marx, 1974, p. 121).
Marx critica John Stuart Mill como representante do pensamento econômico hegemônico em
sua época numa operação que tanto mostra o quanto a economia política havia regredido desde a
época de Ricardo e Sismondi, quanto mesmo a grande tradição da economia política clássica não fora
capaz de superar seus limites de classe, seus interesses objetivos, eternizando o que é histórico,
sacralizando o que é humano, individualizando o que é coletivo.
Na terceira parte da Introdução de 1857, Marx mostrou o avanço metodológico representado
pela substituição do método típico dos economistas do século XVII – Petty, Boisguillebert, que
partiam do “todo vivo” (a população, a nação, o Estado, vários Estados, etc.) para depois chegar às
determinações mais simples (divisão do trabalho, dinheiro, valor, etc.) – pelo método que caracteriza
os economistas dos séculos XVIII e XIX – Smith e Ricardo, que seguiram o caminho inverso, isto é,
das categorias simples às categorias complexas, concretas.
Contudo, mesmo esse “método cientificamente correto” não é suficiente, como tal, para servir
à crítica da economia política, que esta, para se realizar, tem que se apropriar e “superar”, suprassumir,
o método típico da economia política clássica, pela efetiva compreensão da centralidade do capital,
como totalidade: “o capital é a potência econômica da sociedade burguesa, que domina tudo. Deve
constituir o ponto inicial e o ponto final, deve ser desenvolvido antes da propriedade da terra.” (Marx,
1974, p. 128). Eis o caminho da exposição da crítica da economia política, caminho que vai se realizar
em O Capital.
Nos anos 1857/58, Marx elaborou um plano geral da crítica da economia política em seis
livros – I. Capital; II. Propriedade da terra; III. Trabalho assalariado; IV. Estado; V. Comércio
exterior; VI. Mercado mundial e as crises. O livro I, sobre o capital, teria quatro partes e uma
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introdução, que trataria da mercadoria e do dinheiro, seguindo-se: a) o capital em geral; b) a
concorrência entre capitais; c) o crédito; d) o capital acionário. A parte (a), relativa ao capital em geral,
seria dividida em três subpartes: 1) o processo de produção do capital; 2) o processo de circulação do
capital; 3) a unidade de ambos, o capital e o lucro. Por sua vez, a subparte sobre o processo de
produção do capital seria subdividida em cinco partes, a saber: 1) a conversão do dinheiro em capital;
2) a mais valia absoluta; 3) a mais valia relativa; 4) a combinação de ambas; 5) teorias sobre a mais
valia (Marx, 1987, vol. I, p. 10).
Desse plano de 1857/58, Marx redigiu a introdução ao livro I (Mercadoria e Dinheiro),
publicada com o título de Para a Crítica da Economia Política, em 1859. A parte relativa ao capital
em geral – o processo de produção do capital – foi publicada em dois momentos. Entre 1905 e 1910,
Kautsky publicou o referente às Teorias sobre a mais valia; entre 1976 e 1982, no âmbito da segunda
MEGA (Marx-Engels-Gesamtausgabe), foi publicado o conjunto do Manuscrito de 1861-63, que
inclui, além do capítulo referente ao capital em geral que seria a sequência do livro Para a crítica da
Economia Política, os outros materiais que foram usados por Engels para editar o livro III de O
Capital (De Deus, 2010).
De fato, nesse plano de 1857/58 a crítica da economia política dar-se-ia mediante a alternância
da exposição em que, num primeiro momento, é apresentado o objeto tal como Marx o elaborara
criticamente e, em seguida, a crítica das doutrinas econômicas sobre a mesma temática. Marx seguiu esse
procedimento tanto em Para a Crítica da Economia Política, nos capítulos sobre a mercadoria e o
dinheiro, quanto no capítulo sobre o capital em geral, que seria a continuação daquele volume, e que não
foi publicado pela decisiva razão da alteração do plano expositivo da crítica da economia política, que
Marx vai proceder entre 1865/66.
Ao escrever seus textos de “história crítica”, de “história das doutrinas”, Marx estava
realizando parte essencial de seu projeto teórico. Para se realizar integralmente, a crítica da economia
política tinha de ser também um ajuste de contas, em toda a linha, com o essencial do melhor da
tradição da economia política burguesa a partir do ponto de vista, do ponto arquimediano que Marx
estava convencido de ter desenvolvido, e que lhe permitiu, sem sonegar o valor dos vários grandes
economistas que lhe antecederam, superar o campo da economia política por suas estruturais e
insuperáveis limitações metodológicas, teóricas e ideológicas.
Marx ao elaborar sua “história das doutrinas” está refazendo, em seus termos, caminho
semelhante ao de Hegel que, a partir de 1805, ofereceu em Iena, Heidelberg e Berlim, cursos de
história da filosofia, que um grupo de seus alunos, liderados por Karl Ludwig Michelet, publicou sob a
forma de livro, em 1833, com o título de Lições sobre a História da Filosofia (Hegel, 2002). Os cursos
sobre a história da filosofia ministrados por Hegel, não por acaso, iniciaram-se em 1805, no momento
da elaboração da primeira grande exposição do sistema filosófico especificamente hegeliano, que vai
se concretizar em 1807 com a publicação da Fenomenologia do Espírito. Dizia o padre Henrique
Cláudio de Lima Vaz que Hegel amadureceu seu sistema durante os anos de 1801 e 1806, em Iena:
“no confronto com os grandes mestres do idealismo alemão, sobretudo Kant, Fichte e Schelling, Hegel
pretende fazer da Fenomenologia o pórtico grandioso desse sistema que se apresenta orgulhosamente
como Sistema da Ciência” (Vaz, 1992, p. 9).
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Insista-se na analogia. Hegel entre 1801 e 1806, no confronto com os grandes mestres do idealismo
alemão amadureceu seu sistema, elaborou algo que se constituiu numa “revolução filosófica”, a
Fenomenologia. É certo que depois o sistema vai assumir ainda maior amplitude com a Ciência da
Lógica, de 1812. Mas, desde 1805, Hegel já se achava preparado para lecionar a história da filosofia
em perspectiva crítica, isto é, a partir do entendimento que toma a própria história da filosofia como
problema filosófico, em que os problemas da história da filosofia são internalizados pela filosofia
mesma. É o que diz Hegel:
“Ver-se-á que a história da filosofia não se limita a expor os fatos externos, os acontecimentos
acidentais que formam o seu conteúdo, mas procura demonstrar como esse mesmo conteúdo,
embora pareça desenvolver-se historicamente, na realidade pertence à ciência da filosofia: a
história da filosofia é, também ela, científica, e converte-se, pelo que lhe é essencial, em
ciência da filosofia.” (Hegel, 1961, p. 43).
3. RUBIN E A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO
A História do Pensamento Econômico de Rubin, publicada em 1926, resulta de pesquisas e cursos
que seu autor ministrou ao longo dos anos 1920. Tomando como referência textos de Marx sobre o
pensamento econômico entre os séculos XVII e XIX, ela reconstitui a démarche da história crítica de
Marx.
Rubin – como mais tarde Roman Rosdolsky, com Gênese e Estrutura de “O Capital” de Karl
Marx, de 1968 (Rosdolsky, 2001) – é dos poucos autores que conseguiram, à guisa de interpretar o
texto de Marx, agregar-lhe novas camadas de significados. É o que se vê tanto no caso da teoria
marxista do valor, quanto no referente à história do pensamento econômico. Nos dois casos a leitura
de Rubin não se restringe à paráfrase, à elucidação de aspectos eventualmente obscuros do texto
marxiano. Os Ensaios sobre a teoria marxista do valor aportam um dado novo à compreensão dessa
temática pela decisiva ênfase que estabeleceram quanto à centralidade da teoria do fetichismo da
mercadoria como liame das relações sociais de produção e seus desdobramentos alienantes e
disruptivos, invalidando com isso as soluções que, de um modo ou outro, veem a teoria do valor
marxiana como uma variante da teoria ricardiana. De fato, ao tomar a mercadoria como ponto de
partida da exposição da crítica da economia política, ao enfatizar o papel do fetichismo da mercadoria
como fundamento geral e contraditório da sociabilidade capitalista, ao identificar e analisar uma
terceira dimensão da teoria do valor, a forma do valor, além das dimensões reconhecidas pela teoria
clássica do valor-trabalho, substância e medida do valor, Marx está definindo os termos de uma teoria
do valor que não se confunde com a teoria clássica do valor-trabalho, sendo-lhe superior seja porque
dá respostas mais permanentes quanto à substância e medida do valor, seja porque coloca uma questão
nova, a da forma do valor, cuja resposta permite à teoria marxiana afirmar o caráter especificamente
sócio-histórico das relações econômicas.
Os trabalhos de Rubin sobre teoria marxista do valor já seriam suficientes para colocá-lo entre
os grandes nomes do pensamento marxista. Mas sua contribuição foi além, sendo igualmente decisiva
sua obra referente à história do pensamento econômico, que inclui dois livros publicados em 1926:
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Isaac I. Rubin e sua História do Pensamento Econômico – CEDEPLAR/UFMG – TD 469 (2013)
Clássicos da economia política do século XVII até meados do século XIX [Klassiki Politicheskoi
Ekonomii ot XVII do Srediny XIX Veka], que é uma compilação de extratos de textos de economistas
clássicos e pré-clássicos; e Istoriya Ekonomicheskoi mysli, cuja tradução sai agora em português com
o título de História do Pensamento Econômico, numa iniciativa louvável dos professores Maria Malta
e Carlos Nelson Coutinho, e da Editora da UFRJ.
Os dois livros tiveram, de início, uma ampla acolhida. A História do Pensamento Econômico
mereceu uma segunda edição revista e ampliada em 1928, que serviu de base às reimpressões de 1929
e 1930. O livro foi também traduzido para o georgiano e o ucraniano. No entanto, sua publicação foi
interrompida após a prisão e condenação de Rubin, em 1931, sendo retomada apenas no final dos anos
1970, quando do lançamento de uma tradução em língua inglesa, feita por Donald Filtzer.
É provável que, ao compor sua obra, Rubin não tivesse acesso aos manuscritos que formam as
Teorias sobre a Mais Valia tal como Marx os redigiu. Afinal, a primeira edição da História do
Pensamento Econômico foi escrita durante o período em que seu autor esteve preso e, portanto, antes
de sua admissão no Instituto Marx-Engels.3 Desse modo, Rubin teve que valer-se da versão editada
por Kautsky entre 1905 a 1910, da qual havia uma tradução russa, editada em São Petersburgo, em
1923. Isso, porém, não foi obstáculo impeditivo para sua lúcida e criativa reelaboração da questão. De
fato, seu trabalho em História do Pensamento Econômico vai além do simples acompanhamento do
texto de Marx, sendo, efetivamente, uma história crítica do pensamento econômico clássico e préclássico, à luz das descobertas centrais da crítica da economia política, inovando em relação ao
realizado por Marx ao contextualizar, historicamente, as diversas etapas e correntes do pensamento
econômico burguês.
A edição das Teorias da Mais Valia feita por Kautsky, confrontada com o texto manuscrito de
Marx, é criticável, sobretudo, por ter alterado a sequência original da exposição, adotando um
esquema estritamente cronológico. Muito se criticou e se tem criticado Kautsky, com justas razões.
Tanto Lenin, quanto Rosa Luxemburg, quanto Trostsky atacaram-no duramente, seja no campo
teórico, seja no campo político. Tudo isso parece justificado. Contudo, no referente ao seu critério de
organização da edição de Teorias da Mais Valia, a contestação que se lhe pode fazer é que ele teria
tomado a liberdade de alterar a sequência do texto de Marx, decisão que não lhe cabia, para a qual não
estava autorizado – não por falta de autorização formal, quem poderia fazê-lo legitimamente? A
família de Marx? – mas, decisivamente, porque a interferência num texto como aquele, inacabado, não
preparado para edição, tem muito de arbitrariedade, que só se admite no caso da edição de Engels dos
livros II e III de O Capital pela quase perfeita sintonia entre os dois autores e pelo fato de Marx não
ter deixado um plano detalhado para a organização dos livros.
A crítica a Kautsky quanto à sua edição das Teorias da Mais Valia precisa, porém, ser
relativizada por pelo menos um bom motivo, que diz respeito ao fato do texto de Marx, escrito em
1862, não ter sido revisto, nem preparado para ser publicado. Se Marx o tivesse feito, qual teria sido
exatamente a sequência da exposição? Ninguém o pode saber. Uma hipótese, tão válida quanto qualquer
outra, que se apoie no conhecimento dos procedimentos teórico-metodológicos de Marx, pode defender
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Nessa época, Riazanov e seus colaboradores no Instituto já estavam envolvidos na busca e aquisição de originais (ou a
obtenção de cópias) das cartas e manuscritos de Marx e Engels, com vistas à publicação de uma edição crítica das obras
desses autores, a Marx Engels Gesamtausgabe (MEGA).
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que seria possível que ele voltasse a expor a matéria segundo o método seguido em Para a Crítica da
Economia Política, que foi, no caso das teorias da mercadoria e do dinheiro, basicamente, o critério
cronológico, o que daria razão à escolha de Kautsky.
Rubin organizou seu curso e redigiu seu livro sobre a História do Pensamento Econômico em
chave histórica, a chave adotada por Kautsky para a edição das Teorias da Mais Valia. No caso de
Kautsky, isso significou iniciar o livro com autores predecessores e contemporâneos dos fisiocratas,
em contraste com o manuscrito de Marx, que começa com a análise da obra de James Steuart. O
procedimento de Kautsky, na prática significou reordenar o material de tal modo que a primeira parte
do livro reuniu autores mercantilistas, pré-clássicos e fisiocratas, que no texto de Marx constavam dos
Apêndices do Caderno VI.
É essa, basicamente, a grande alteração que Kautsky introduziu em relação ao constante dos
cadernos VI a XV do Manuscrito de 1861-63. Foi a sequência expositiva de Kautsky, mas, também,
poderá ter sido o exemplo do próprio Marx ao estabelecer sequência cronológica na exposição das
teorias sobre a mercadoria e o dinheiro, em Para a Crítica da Economia Política, as referências nas
quais Rubin baseou-se para redigir sua História do Pensamento Econômico. O livro tem 40 capítulos,
distribuídos em seis partes, das quais a última, composta por apenas um capítulo, foi acrescentada na
segunda edição. São elas: I) O mercantilismo e seu declínio; II) Os fisiocratas; III) Adam Smith; IV)
David Ricardo; V) O declínio da Escola Clássica; VI) Conclusão: uma breve revisão do curso.
Concebido como um manual para uso no ensino superior, a leitura da História do Pensamento
Econômico deveria ser acompanhada do estudo das Teorias da Mais Valia e de textos dos autores
analisados ao longo da obra, como os que foram selecionados e reunidos por Rubin na compilação
Clássicos da economia política do século XVII até meados do século XIX.
Ao longo de sua História do Pensamento Econômico, Rubin buscou mostrar a forte interação
entre a evolução das ideias econômicas e a história econômica e das lutas de classes. Cada uma das
cinco partes principais que compõem o livro é aberta com uma contextualização histórica, que reitera a
lição de Marx quanto às determinações materiais da existência, dos símbolos e das formas de
consciência, determinações que rejeitam o reducionismo e unilateralismo. Diz Rubin no prefácio à
segunda edição de História do Pensamento Econômico:
“De um ponto de vista histórico, as ideias e doutrinas econômicas podem ser vistas como
estando entre as mais importantes e influentes formas de ideologia. A exemplo de outras
formas de ideologia, a evolução das ideias econômicas depende, diretamente, da evolução das
formas econômicas e da luta de classes. Ideias econômicas não nascem no vácuo.” (Rubin,
1979, p. 9).
Ao mesmo tempo em que expõe as raízes sociais que balizam a trajetória das ideias
econômicas, o livro examina a obra de cada autor buscando explicitar suas ideias como parte de um
sistema, de “uma totalidade orgânica de conceitos e proposições interconectados logicamente”. Para
Rubin, “é aqui que começa a mais importante de nossas tarefas – devemos revelar a conexão lógica
que mantém unidas as diferentes partes do sistema ou, ao contrário, identificar aquelas partes em que
tal conexão está ausente e o sistema contém contradições lógicas” (Rubin, 1979, p. 10).
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Como o próprio autor ressalta, é justamente a necessidade de conciliar essas duas exigências –
a análise do contexto do qual brotam as ideias e a exposição de seu sentido teórico – que torna
especialmente difícil a tarefa de escrever a história do pensamento econômico, dificuldade que é
enfrentada de maneira exemplar por Rubin. Por outro lado, o estudo da evolução histórica das ideias
econômicas é visto por ele como um meio de alcançar uma compreensão da economia política teórica
e, em especial, da teoria marxiana. O vasto e minucioso conhecimento que Marx alcançou do
pensamento econômico que o antecedeu foi fundamental para a elaboração de sua teoria, para a
construção da crítica da economia política.
Esperamos que a publicação dessa tradução da História do Pensamento Econômico sirva aos
leitores brasileiros e de outros países de língua portuguesa como um meio de estimular o estudo das
ideias dos economistas clássicos e de auxiliar na compreensão da crítica de Marx à economia política.
Confiamos, finalmente, que a publicação desse livro seja uma oportunidade homenagear a memória e
o trabalho de Isaac Rubin, retirando-o do esquecimento e do silêncio impostos em tempos sombrios
por seus algozes e adversários: que Rubin possa ser reconhecido com justiça por aqueles que vieram
depois.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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espírito, Trad. port., Petrópolis, Editora Vozes, 1992.
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