Herbário Ilídio Botelho Gonçalves
siaram
sentir e interpretar
o ambiente dos Açores
http://siaram.azores.gov.pt
A
conservação, manutenção e estudo da biodiversidade é um dos aspetos mais
importantes nos dias que correm. Quanto maior a quantidade de informação
reunida relativamente às espécies de flora, sejam as suas características morfológicas
ou genéticas, as regiões por onde se encontram distribuídas, ou mesmo as condições ideais
para a sua propagação, todas participam para o estudo e conservação dos ecossistemas e para
melhor compreender o comportamento e evolução das espécies de acordo com a evolução
e comportamento dos fatores bióticos (principalmente as plantas invasoras e a intervenção
humana) e abióticos (entenda-se, principalmente, as alterações edafo-climáticas).
Os herbários constituem uma base de dados fiável da diversidade e dos padrões de
distribuição das espécies de flora do mundo. De uma forma geral, esta informação encontrase normalmente disponível para diferentes comunidades, sejam elas científica, escolar,
agrícola ou mesmo para o público em geral.
Desta forma, os herbários apresentam-se como um importante instrumento para o estudo
da Sistemática (ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e a relacionar
diferentes espécies entre si), contribuindo de forma indubitável para o estudo da ecologia,
da botânica, da etnobotânica, da farmacologia, da biogeografia entre outras áreas. Podem
ainda servir como um depósito de material para estudo genético ou mesmo para análise de
tecidos a nível microscópico. Os herbários, normalmente organizados de forma sistemática,
permitem ainda uma fácil identificação de espécies duvidosas recolhidas no campo.
O Herbário do Jardim Botânico do Faial reúne, assim, a maior parte das espécies
endémicas dos Açores, bem como alguns exemplares das espécies nativas da região,
nomeadamente algumas das aromáticas e medicinais tradicionalmente utilizadas na cozinha
e curas antigas. Encontram-se, também, herborizadas, algumas espécies das principais
plantas exóticas invasoras.
O nome do Herbário deste jardim foi dado em memória de Ilídio Botelho Gonçalves,
Engenheiro Silvicultor e Arquiteto Paisagista, pelo Instituto Superior de Agronomia, que
deu um forte contributo para o estudo da flora Açoriana, tendo recolhido mais de quatro mil
espécimenes na região, e que se encontram hoje no Herbário João de Carvalho Vasconcelos
(Instituto Superior de Agronomia), e descritos na “Nova Flora de Portugal” e na “Flora
Europaea”. No topo da montanha da ilha do Pico colheu uma nova espécie da família das
Poaceae, cujo nome científico foi dado em sua honra, a Agrostis reuteri ssp. botelhoi. Entre
1962 e 1973, foi diretor dos Serviços Florestais da Horta e em 1973 assumiu a direção dos
Serviços Florestais de Angra do Heroísmo. Lecionou, ainda, na Universidade dos Açores, na
ilha Terceira, a cadeira de botânica no Curso de Produção Florestal.
Texto Nuno Rodrigues
Parque Natural do Faial
Fotos Paulo Henrique Silva/SRAM
Actualizado em Dezembro 2011
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