IMRE LAKATOS
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EE “Dom José de Camargo Barros” – Indaiatuba, disciplina de Filosofia – “TRABALHO
DE FILOSOFIA DO 3º BIMESTRE DE 2007”
Lakatos teve um percurso filosófico
invulgar. Morreu em 1974 com pouco mais de 50
anos, e tinha já cerca de quarenta anos quando
iniciou as investigações que o tornaram conhecido.
Karl Popper foi quem mais influenciou essas
investigações. "Mais do que ninguém", declara
Lakatos, "ele mudou a minha vida. Tinha quase
quarenta anos quando entrei no campo magnético do
seu pensamento. A sua filosofia ajudou-me a fazer a
ruptura final com a visão hegeliana do mundo, que eu
defendera durante cerca de vinte anos". Na década de
intensa atividade que precedeu a sua morte, Lakatos
não chegou a publicar qualquer livro, mas muitos dos
seus artigos foram postumamente reunidos em três
volumes. O primeiro,Proofs and Refutations,
apresenta-nos um diálogo delicioso sobre a lógica da
descoberta matemática. Os outros volumes receberam
o título convencional de Philosophical Papers, e é de
um deles que provêm os ensaios traduzidos agora
para português.
Quando tentam compreender o método científico, os filósofos desenvolvem
diversas concepções da racionalidade científica e interpretam a história da ciência de acordo
com essas concepções. Filosofias da ciência diferentes produzem assim reconstruções
racionais diferentes para a história da ciência. Mas em que diferem essas reconstruções?
Será que alguma delas é superior às restantes? Imre Lakatos ocupou-se seriamente destas
questões. Examinou com acuidade as filosofias da ciência mais influentes e propôs a
metodologia dos programas de investigação, uma tentativa original de proporcionar uma
melhor reconstrução racional da história da ciência. Essa tentativa estrutura os ensaios
reunidos em "História da ciência e suas Reconstruções Racionais". Com este livro, as Edições
70 dão a conhecer ao público português a obra de Lakatos, um dos filósofos da ciência mais
marcantes deste século.
Esquema da Teoria de Lakatos
O ensaio introdutório ocupa-se
do problema da demarcação entre ciência
genuína e pseudociência. A resposta de
Popper para este problema diz-nos que as
teorias científicas distinguem-se das
pseudocientíficas em virtude de serem
refutáveis, e que a atitude científica consiste
em submeter as teorias a testes cruciais que
visam refutá-las ou falsificá-las. Lakatos, no
entanto, considera ingénuo o
falsificacionismo de Popper, alegando que
este não está de acordo com o
comportamento dos cientistas. Quando
rejeitam uma teoria, os cientistas não o
fazem apenas porque os fatos a contradizem.
Perante dados empíricos adversos, não
hesitam em invocar hipóteses auxiliares para
salvar as teorias. Vêem esses dados não
como refutações das suas conjecturas, mas
como simples anomalias que não requerem
uma solução imediata. Os testes cruciais de
que Popper fala são assim ficções
historicamente infundadas; os relatos desses
testes são forjados muito depois de as
teorias terem sido abandonadas.
Como alternativa ao falsificacionismo, Lakatos sugere que para resolver o problema da
demarcação é melhor pensar não em teorias ou conjecturas isoladas, mas em unidades mais
abrangentes, pois a ciência não é simplesmente ensaio e erro, uma série de conjecturas e
refutações. Lakatos designa essas unidades por programas de investigação. A questão torna-se
assim a de saber o que é um programa de investigação e o que torna científico um desses
programas.
Investigação Científica
No segundo ensaio, que
intitula o livro, Lakatos explora em
profundidade as relações entre a
filosofia e a história da ciência,
acabando por apresentar a sua própria
metodologia filosófica como um
programa de investigação
historiográfico. Para além de
desenvolver a crítica ao
falsificacionismo, Lakatos examina as
metodologias indutivista e
convencionalista. Enquanto os
indutivistas destacam na história da
ciência a realização de generalizações
a partir de proposições bem
comprovadas, os convencionalistas
valorizam antes a descoberta de
sistemas de classificação novos e mais
simples. Para Lakatos, no entanto, os
grandes momentos da história da
ciência resultam de programas de
investigação progressivos. Mas o que
é afinal um programa de investigação?
No terceiro ensaio, onde Lakatos
mostra como as diversas filosofias da
ciência reconstroem a revolução
copernicana, encontramos a resposta
mais elaborada para esta questão.
Um programa de investigação consiste numa série de teorias em desenvolvimento. Essas
teorias giram em torno de um centro firme constituído pelas proposições fundamentais do programa,
que dão origem a inúmeros problemas e são consideradas irrefutáveis. A heurística do programa
proporciona meios para resolver esses problemas, e a sua cintura protetora de hipóteses auxiliares
protege o núcleo firme. Quando as modificações teóricas conduzem a previsões bem sucedidas de
fatos novos, o programa é progressivo, mas se essas modificações forem apenas manobras ad hoc,
então o programa torna-se degenerativo. Lakatos defende que, entre as metodologias disponíveis, só
a dos programas de investigação permite considerar racional a revolução copernicana, sendo esse o
seu grande mérito em relação às metodologias rivais.
Algumas Obras que Fizeram
Parte de Sua História
Imre Lakatos foi um dos mais
importantes filósofos de sua
época. Mesmo não sendo muito
conhecido suas idéias refletem
até os dias atuais.
Viveu cerca de uns 50 anos,
mas foi depois que já tinha uns
40 que começou a fazer
investigações que o deixou
conhecido. Um de seus estudos
mais importantes foi explorar
em profundidade as relações
entre a filosofia e a história da
ciência, acabando por
apresentar a sua própria
metodologia filosófica.
BIBLIOGRAFIA
http://www.geocities.com/revistaintelecto/lakatos.html
http://weblogs.madrimasd.org/universo/archive/2007/05/05.aspx
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=IMRE+LAKATOS&gbv=2
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http://weblogs.madrimasd.org/images/weblogs_madrimasd_org/universo/159/o_Busqueda%20Imre
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http://weblogs.madrimasd.org/images/weblogs_madrimasd_org/universo/159/o_frac1.gif
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