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EXAME 15.08.2003 [imprimir]
Economia
Caminhamos para o mundo IP, afirma Silvio Meira
Leia a seguir a participação do presidente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do
Recife, Silvio Meira, no EXAME Fórum - "O Futuro das Telecomunicações".
Silvio Meira: Talvez valha a pena começar falando que uma das coisas que mais dizemos
em sala de aula: tudo é possível no papel. Estamos falando talvez do futuro das economias
como um todo, da brasileira em particular, e de qual o componente de telecomunicações
nessa economia. Na realidade, qual o componente de conexão digitalizada. Para mim, um
componente que tem necessariamente a ver com o componente computacional e com a
componente de comunicação. Eu exageraria um pouco e também diria com uma componente
de controle dessas economias, de controle no sentido eletrônico, de controle no sentido
computacional, de controlar dispositivos em geral. Eu queria expandir um pouco mais a
discussão de comunicação, computação e controle nas economias, para não falar somente de
coisas que usamos, telefones que temos, máquinas conectadas à rede de uma forma ou de
outra. A construção dessas infra-estruturas, que vem acontecendo há bem mais de uma
década, desde o Unix, desde o protocolo Internet, desde os primeiros sistemas celulares na
década de 70, no Japão e na Europa, é de fato a construção da infra-estrutura de convergência
digital. É muito mais, na minha opinião, do que simplesmente duas palavras bonitas.
O último secretário executivo da União Internacional de Telecomunicações (UIT) propôs no
discurso de despedida dele, não sei se brincando, a troca do nome International
Telecommunications Union para International Internet Union. E muita gente levou na
brincadeira na época, mas muita gente dentro da própria UIT levou a coisa a sério. É óbvio
que estamos caminhando para um mundo completamente IP. O que significa um mundo
completamente IP? Significa um mundo de comunicação profícua e pervasiva, disponível
para todo mundo em todos os lugares, e o tempo todo, e também altamente interativo. Não se
trata pura e simplesmente dizer que meu telefone funciona em qualquer lugar. Mas é um
mundo em que viveremos a partir de duas singularidades que começaram a acontecer nas
economias desenvolvidas há algum tempo. A primeira é a que se chama singularidade de
Moore, a singularidade dos PCs, a idéia de que estamos começando a viver numa geração,
numa economia em que cada um tem um computador à sua disposição. Não é mais um
computador compartilhado por muita gente. Na realidade, hoje cada pessoa tem mais de uma
máquina à sua disposição, quando se leva em conta, por exemplo, que um celular de hoje é
muito mais potente que um computador de vinte anos atrás. A outra é obviamente a
singularidade das conexões. É o fato de eu passar a ter um endereço IP ou vários endereços
IP atribuídos a mim, como pessoa física, fixa ou móvel, ou ainda mais como pessoa jurídica.
A singularidade dos processadores conectados cria de fato a possibilidade de a gente começar
a vir a administrar um universo em que teremos na Terra dezenas de bilhões de endereços IP
simultâneos. Se a gente olhar para o plano de metas da operadora japonesa DoCoMo, talvez
uma das operações mais agitadas de telefonia móvel que existe no planeta, eles assumem que
vão ter alguma coisa como 360 milhões de endereços, 360 milhões de dispositivos celulares
em 2010. Desses, apenas um terço, ou 120 milhões, seriam celulares nas mãos de pessoas.
Eles assumem, por exemplo, que haverá 100 milhões de celulares em automóveis. Não que
por acaso um carro queira falar com alguém. Ele não quer fazer uma ligação para casa, para
outro carro que ficou na garagem, porque está com saudade do carro que ficou na garagem.
Mas é óbvio que a gente pode pensar imediatamente que, se você tiver um sistema de
transmissão de dados, que não precisa nem ser de alta velocidade, o carro poderia mandar
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dados da sua operação para a fábrica, que eventualmente poderia ligar para o celular do dono
e dizer: Olha, se você não trocar o óleo, você vai perder a garantia . Ou uma mensagem
poderia vir para o painel do carro: Pare no próximo posto e troque o óleo, senão vou parar o
carro, porque o motor vai falhar . Isso funcionaria muito bem, por exemplo, com a minha
mulher. Ela trocaria o óleo, e o motores falharia com menos freqüência. Nesse cenário da
DoCoMo, você tem endereços IP até em coleira de cachorro. E é apropriado que haja, porque
o estresse de perder um cachorro é muito grande. Se você tiver localização em cima disso,
ainda por cima eu saberia exatamente onde meu cachorro está. Se eu botar um pouquinho
mais de controle, eu posso mandar um comando e paralisar o cachorro onde ele está, para que
não saia de lá e eu consiga pegá-lo.
Nesse universo em que processadores se conectam e exercem funções de controle, que não é
o universo necessariamente clássico das comunicações que temos hoje, eles servem para a
gente melhorar a forma de fazer negócio e para aumentar a eficiência da economia. Vamos
pensar, na construção do futuro das telecomunicações no Brasil de uma forma eficiente, sem
esperar que os outros façam primeiro, para a gente fazer aqui como segunda ou terceira
geração e, conseqüentemente, perdermos competitividade como economia, como país. É
como se a gente tivesse de fazer com que fosse desregulamentado o que está e passasse a
regulamentar o que não está. Como o Wi-Fi, por exemplo (o protocolo 802.11b), que
também é capital intensivo, para que os agentes econômicos, para que os investidores sintam
a necessidade keynesiana de investir lá., porque você teria um conjunto de regras do jogo
mais ou menos assegurado para quem investir seus bilhões, por exemplo, em tecnologias IP
conectadas em qualquer lugar. Então, a tensão do futuro é como desregulamentar algumas
coisas que funcionam muito bem hoje, mas não vão funcionar daqui dez anos ou quinze, e
como regulamentar de uma forma mais apropriada coisas que funcionam hoje, mas que não
têm o impacto econômico que poderiam ou talvez devessem ter na economia brasileira, sem
destruir os dois. Esse é o desafio dos reguladores e o desafio político.
Na minha opinião, a única forma de começar a fazer isso é experimentar. O Brasil é muito
ruim de experimentação. A gente tem uma história trágica de deixar passar oportunidades de
experimentar e de perder mercados um após o outro, por pura incerteza da nossa capacidade
de conseguir fazer as coisas como a Embraer faz ou como a Embrapa faz. Se a gente não
tivesse experimentado nas coisas que a Embrapa experimentou há 20, 30, 50 anos,
provavelmente estaríamos importando coisas que hoje estamos exportando. Do ponto de
vista tecnológico, com raríssimas exceções, entre as quais incluo a Embraer, como disse um
ex-presidente da República, somos caipiras, sempre fomos caipiras . Precisamos ter um
pouco mais de confiança para investir na possibilidade de que possamos liderar algumas
coisas. Não todas, ninguém vai querer concorrer com os Estados Unidos. Aliás, um dos
nossos erros é achar que nossa competição óbvia é com os EUA, quando, por exemplo, a
Finlândia por não ter achado isso há 20, 30 anos atrás virou um líder mundial de mobilidade.
Para ter uma indústria de classe mundial do ponto de vista de serviços de telecomunicações, a
gente poderia pensar um pouco mais alto e ter planos de classe mundial. O Brasil é um dos
poucos países que pode se arvorar a isso. Se você fizer um cruzamento de área nacional, de
área de terra disponível, um cruzamento da geografia com a população, com o PIB, o Brasil
está junto de muito poucos países. Está na classe da China, dos Estados Unidos, da União
Européia toda combinada. Mas está muito à frente de Canadá ou Austrália, que são muito
pouco extensos para fazer o tipo de experimento que a gente precisaria fazer para criar a
possibilidade de que, no futuro, sejamos um pouco mais competitivos na industria de
telecomunicações. Não só nos serviços de telecomunicações para consumo interno, mas na
indústria em si. Para isso, é preciso ter planos, parar de reclamar do passado, do que nós não
fizemos. É preciso ter planos a partir de uma visão compartilhada que envolva a indústria, o
pessoal que faz serviços de infra-estrutura e operação para as operadoras, os centros de
pesquisas, as universidades e, principalmente, o capital.
Duas semanas atrás passei a ser membro do conselho consultivo da Financiadora de Estudos
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e Projetos. É um Conselho que tem 36 pessoas e não tem nenhum representante dos
investidores. É até bem distribuído entre governo, academia e empresários, com a
participação acima do normal da academia para o meu gosto, apesar de eu ser acadêmico,
mas não tem ninguém que queira investir naquele negócio lá. Isso provavelmente significa
que, depois de a gente ter combinado o jogo todinho, vamos ter de repetir aquela célebre
frase do Garrincha para o Feola: combinamos com os russos ou não? Usando a alegoria
keynesiana do ex-ministro Mendonça de Barros, assumindo que as operadoras, pelas regras
normais a que estão impostas e pelas dificuldades de concorrência internacional e nacional,
não vão investir em grandes projetos para o futuro, porque não investem em grandes projetos
para o futuro no longo prazo, 10, 15, 20, 25 anos em nenhum lugar no mundo, é papel do
poder público criar as condições, ou fazer com que as condições existentes, como Funtel e o
Fust, se tornem realmente operacionais para a gente ter planos de mais longo prazo, para a
gente criar a possibilidade de que algumas coisas que existem hoje na economia, sejam no
futuro realmente um diferencial competitivo do Brasil. Não que a gente vá de repente criar
uma nova Ericsson, uma nova Nokia ou uma Motorola. Mas pode ser que, na cadeia de valor
desses gigantes, haja coisas que podemos fazer melhor do que todo mundo. Meu centro no
Recife faz jogos e software para rodar nos celulares da Motorola. Até há bem pouco tempo,
nenhum deles rodava no Brasil. A maior parte rodava na China e na Europa. Então, não só
neste lugar que conheço de perto, mas em muitos outros lugares no Brasil temos competência
para fazer isso. Precisamos ter planos de gente grande. Precisamos parar de pensar como um
país que não pode ou que não fez, ou que deixou de fazer por causa disso ou daquilo, e passar
a ter planos arrojados e arriscados. Para isso, no meu entendimento, a infra-estrutura legal
criada para a universalização e o desenvolvimento dos serviços de telecomunicação no Brasil
precisa ser modificada. É preciso transformá-la em algo muito mais ágil, para criar a
possibilidade de desenvolvimento econômico integrado ao setor de telecomunicações, não só
de crescimento da base instalada de celulares, do número de linhas de banda larga
disponíveis e assim por diante.
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11/03/2006
Carlos Daniel Romanzini
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revista > 231 > junho/2005 > reportagem de capa [[email protected]]
sábado, 11 de março de 2006 by R 16:50
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231-01 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Jornada sem fios
_____
As tecnologias wireless estão mudando a forma como as pessoas vivem, trabalham e se divertem
_____
POR DéBORA FORTES
Sobral, interior do Ceará. São pouco mais de 9 da manhã quando 14 garotos se revezam na frente de sete
computadores. Nos monitores, não há espaço para games irados. Com idades entre 14 e 21 anos, os meninos estão
ali para aprender informática, uma das atividades da oficina-escola local. Alguns deles nunca tinham freqüentado
nenhum colégio antes.
Santos, litoral de São Paulo. Às 8h15 da noite, Camila Martins Russo, analista de planejamento da Motorola, desce
de um ônibus fretado. No trajeto de quase duas horas entre o escritório, na cidade de São Paulo, e sua casa, os emails e as planilhas são companheiros freqüentes. Assim como o notebook que ela carrega e da rede celular 2,5G
que às vezes usa.
Rodovia Nova Dutra, Rio de Janeiro. Às 10 da noite, um médico está chegando a um pedágio. Não há nenhuma
movimentação de procura de moedas ou dinheiro trocado. Quando o carro se aproxima das cabines, a catraca se
abre automaticamente. E o valor será debitado na próxima fatura do cartão de crédito.
Nas três situações acima há um protagonista em comum, que trafega por aí de forma invisível. Seja para levar a
internet a dois dos PCs da oficina-escola de Sobral e ao notebook dentro de um ônibus, seja para liberar as catracas
do pedágio, várias siglas sem fio trabalham incansavelmente. Pode ser por Wi-Fi, rede celular, Bluetooth, rádio, RFID
(Tecnologia de identificação por radiofreqüência. É usada nas etiquetas inteligentes) — ou até uma combinação
delas. Pelo ar, dados críticos de um centro de terapia intensiva convivem com o som que chega sem fios às caixinhas
traseiras de um home theater, sem preconceitos.
Hoje, é nas empresas que a onda sem fio está trazendo algumas das mu danças de comportamento mais visíveis.
No escritório, a rede! Wi-Fi r ompe as barreiras do trabalho com hora e lugar marcados. Na fábrica, o RFID pode
controlar milimetricamente cada etapa da entrada e saída de produtos. E, na rua, os vendedores consultam a posição
atualizada dos estoques pela telinha do handheld. Algumas empresas no Brasil já aderem até a conceitos como o
VoWi-Fi (Voice over Wi-Fi) (Designam a transmissão de aplicações de voz em redes sem fio) e o VoWLAN (Voice
over Wireless Local Area Network), trafegando as ligações de telefone pela rede sem fio. De acordo com uma
pesquisa do instituto Gartner, até 2009 cerca de 80% das empresas usarão recursos de voz sobre WLANs.
Quem anda pelo escritório da companhia de software SAS Institute, em São Paulo, pode pensar, num primeiro
instante, que os telefones foram simplesmente abolidos. Os aparelhos tradicionais só sobreviveram na recepção, na
copa e nas salas de reunião. Desde o fim de março, os 90 funcionários da subsidiária pa ulista acessam as ligações
por meio de soft- fones, instalados em seus notebooks e desktops, usando um fone de ouvido integrado ao
microfone. Voz e dados circulam juntos por uma rede Wi-Fi 802.11g, já preparada para 802.11x, com um link de 2
Mbps. Os notebooks podem trafegar online por qualquer um dos mil metros quadrados do escritório. “Ganhamos
produtividade. Estamos sempre móveis, mesmo dentro da empresa”, afirma Milton Isidro, diretor-geral do SAS para a
região Sul da América Latina. O investimento para levar o VoWi-Fi aos escritórios de São Paulo, Rio e Brasília foi de
quase 200 mil dólares, e a empresa espera uma redução entre 30% e 50% no valor das contas de telefone. De
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quebra, a voz sobre IP também reforçou o arsenal de ferramentas dos adeptos do trabalho remoto. “As pessoas têm
todo o seu ambiente dentro do notebook e podem acessá-lo por meio da VPN de qualquer lugar”, afirma Isidro.
Para quem vive longe do escritório, o home office se tornou uma das faces mais assí! duas da jornada remota. Mas
está longe de ser a única. O cenário pode ser um hotspot, o escritório de um cliente e — por que não? — um ônibus.
É exatamente o caso da analista de planejamento da Motorola Camila Martins Russo, de 25 anos. Como mora em
Santos e pega ônibus fretado, ela precisa sair da empresa pontualmente às 6 da tarde. Por isso, várias vezes por
semana leva o notebook e, no caminho, responde aos e-mails, analisa planilhas eletrônicas e, eventualmente, acessa
informações corporativas no banco de dados e no sistema de BI, usando uma conexão CDMA 1x da Vivo. “Assim,
consigo sair no meu horário e ao mesmo tempo manter o trabalho em dia”, afirma. Quando não consegue se
concentrar em alguma tarefa específica, Camila apela para um tipo de fio — no caso, o dos fones de ouvido de seu
iPod.
Fora do home office, o escritório remoto nem sempre está restrito aos domínios dos notebooks. Cresce, em todo o
mundo, o uso de apl icações baseadas em PDAs e em smartphones — e não só na área de automação de vendas. O
Itaú BBA decidiu equipar cerca de 30 funcionários com o BlackBerry — o telefone inteligente criado pela canadense
RIM que virou um fenômeno no mundo, com mais de 3 milhões de usuários, vendido aqui pela TIM. A maioria desses
profissionais trabalha na área de banco de investimentos e precisa ficar superantenada. A grande sacada do
BlackBerry está justamente em se manter sincronizado com o servidor de e-mails da empresa. O gerente-geral de
tecnologia do banco, Francisco Manuel Ruas Pereira Coelho, trocou o celular por um BlackBerry há pouco mais de
um mês e passou a monitorar a distância os e-mails. “Mas só respondo pelo aparelho se for um texto curto. Os
longos deixo para depois, não é prático”, diz.
Enquanto as aplicações corporativas chegam com voracidade aos telefones inteligentes, outra frente ganha espaço
nos celulares convenc ionais. É o vídeo, e não apenas para gravar a balada de quin! ta-feira à noite com a galera
mas também para monitorar ambientes remotamente. A Vivo, por exemplo, já oferece no Brasil uma solução do
gênero — a Olho Vivo. Está trabalhando e quer saber como anda seu filho, que está no apartamento com a babá?
Primeiro, instala-se um software da operadora no computador de casa e liga-se a webcam. No celular, outra
aplicação permite acompanhar o streaming de vídeo em tempo real — desde que, é claro, o aparelho esteja
preparado para essa tecnologia.
As imagens também estão chegando à praia do Push to Talk over Cellular, o PoC. É o chamado PTV (Push to View)
(Voltado para empresas, o sistema leva ao celular as funções dos aparelhos de rádio). “Com esse recurso, se você
estiver falando por push to talk, basta apertar um botão para mandar uma foto para a sua equipe”, diz José Geraldo
Alves de Almeida, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Motorola. “No futuro, isso também acontecerá
co m o vídeo”, afirma.
• A rede está no celular
• Wi-Fi entre quatro paredes
• Fios debaixo do tapete?
• Na estrada, sem carteira
• Com que tecnologia sem fio eu vou?
• O Wi-Fi confere os preços
• Impressoras com RFID
• Do campo para o vestiário
• Vem aí o Triple Play
• Empresas desplugadas
• E-mail no topo
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231-02 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
A rede está no celular
Enquanto novas opções de serviço não param de ganhar a telinha do celular, a rede que está por trás delas também
vai passando por upgrades. No CDMA, capitaneado pela Vivo, a maior parte dos dados trafega hoje no ritmo do
CDMA 1x, que alcança nominalmente até 144 Kbps. Desde outubro do ano passado, a operadora também passou a
oferecer, em algumas cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, a tecnologia EV-DO (Tecnologia
de transmissão de dados em celulares CDMA, com velocidade de até 3,1 Mbps), que alcança velocidades bem mais
altas. Na versão mais recente, o release A, pode-se chegar nominalmente a 3,1 Mbps no download e 1,2 Mbps no
upload.
Do lado do GSM, por sua vez, a TIM segue principalmente com o padrão GPRS, com velocidades de até 115 Kbps,
disponível para mais de 2 mil cidades. Parte do país — mais exatamente 370 cidades — também tem a opção de
trafe gar dados pelo EDGE (Um dos padrões de transmissão de dados em celulares GSM. Chega a 384 Kbps
nominais) a até 384 Kbps nominais. Na Europa, a operadora já segue o passo do UMTS (Universal Mobile
Telecommunications System), uma tecnologia projetada para oferecer velocidades entre 384 Kbps e 2 Mbps.
A Claro é outra operadora brasileira que investe com força no GSM. Além do GPRS em toda a rede, trabalha com
EDGE em cerca de 500 cidades. “Isso significa, na prática, um upgrade de velocidade de cerca de 25 Kbps a 35
Kbps para algo entre 100 Kbps e 120 Kbps”, diz Marco Quatorze, diretor de serviços da Claro. Segundo ele, a
tecnologia vem, inclusive, sendo usada por alguns clientes como alternativa de acesso em cidades do interior onde o
ADSL ou o cabo não chegam.
É também mirando, entre outras coisas, os lugares onde a banda larga não chega que uma sigla de cinc o letras vem
fazendo um tremendo barulho em todo o mundo — e! mesmo n o Brasil. O WiMAX (Worldwide Interoperability for
Microwave Access) (O 802.16 é voltado para redes sem fio capazes de cobrir longas distâncias), também conhecido
como 802.16, trabalha hoje principalmente nas freqüências de 3,5 GHz e 5,8 GHz e foi projetado para um alcance de
50 quilômetros, com uma velocidade nominal de 75 Mbps. Diferentemente do Wi-Fi, a tecnologia não depende de
campo de visada, ou seja, não exige que uma antena esteja voltada para a outra. A Intel anunciou em abril seu
primeiro chip WiMAX, o PRO/Wireless 5116. “Nossa expectativa é que os equipamentos com essa tecnologia
cheguem ao mercado até o fim do ano”, diz Ronaldo Miranda, diretor de marketing e vendas da Intel para a América
Latina. A empresa também vem fazendo alguns pilotos no Brasil com uma tecnologia pré-WiMAX, baseada em
OFDM — um deles tem como parceiro a Telefônica (veja outras iniciativas na página 24).
Num primeiro momento, a tendê ncia é que o WiMAX seja usado principalmente como uma alternativa para os cabos,
na praia das operadoras. “O WiMAX não tem o objetivo de substituir o Wi-Fi na questão da conexão de
equipamentos. E sim de levar o provedor de serviços até a sua casa. Ficar passando cabos pela cidade é muito
caro”, diz Miranda. Mas nas versões futuras, a idéia é que o 802.16 também possa trafegar dados em movimento, em
carros e trens, por exemplo, numa concorrência mais direta com as redes celulares. E em que hora usar Wi-Fi,
WiMAX ou celular? “O que determinará a tecnologia que cada pessoa vai escolher são o preço e a qualidade do
serviço”, afirma Benedito Fayan, diretor de novos negócios para empresas da Telefônica.
É justamente para levar a banda larga a locais onde não há cabos que a prefeitura de Sobral, no interior do Ceará,
implantou uma solução pré-WiMAX, com o sistema Canopy, da Motorola, usando a freqüência de 5,8 GHz (confir a
avaliação do INFOLAB na página 112). “Há três pontos de ac! esso par a atender nossos escritórios e secretarias
remotos, que ficam a distâncias de até 5 quilômetros”, diz Lourival Gerardo da Silva Júnior, projetista de redes do ICI
(Instituto de Comunicação e Informática) da prefeitura de Sobral. O projeto começou como piloto, feito pela própria
Motorola, há cerca de dois anos e meio. “Temos um relevo com muitas serras, o que dificulta a questão da visada”,
afirma Silva Júnior. A rede sem fio chega ainda a dois dos sete computadores da oficina-escola, um projeto criado
para levar atividades práticas aos jovens de baixa renda. Entre elas estão marcenaria, carpintaria, reciclagem de
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papel, artes e até informática. Hoje, cerca de 100 jovens de Sobral estão participando da oficina. A rede sem fio
também deverá se ligar em breve aos 50 computadores da biblioteca municipal. O WiMAX entrou em ação até
mesmo numa etapa do Circuito Brasileiro de Skate, que ocorreu em Sobral. Foi a infra-estrutura usada para enviar
imagens e dados de pontuação.
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231-03 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Wi-Fi entre quatro paredes
Paralelamente, a tecnologia Wi-Fi expande seus limites e invade as prateleiras de lojas em todo o mundo. E toma
formas variadas. Os fabricantes de produtos de rede não querem turbinar o faturamento apenas com pontos de
acesso e placas sem fio. “Neste ano, vamos anunciar câmeras IP e firewalls. Também estamos desenvolvendo
telefones VoIP com Wi-Fi”, afirma Tony Tsao, presidente da divisão internacional da taiwanesa D-Link. Agora, a
ordem na empresa é investir principalmente na tecnologia g e em sua versão turbinada, o g+, com velocidade
nominal de 108 Mbps. As fábricas pararam de produzir equipamentos 802.11b desde o fim do ano passado.
A tecnologia 802.11a, por sua vez, continua a ter espaço na linha de produtos dos fabricantes em áreas com alta
densidade sem fio — como é o caso de auditórios e eventos. Mas essa tecnologia pode estar com os dias contados.
Os laboratórios do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) trabalham na especificação do 802.11n
(Padrão sem fio que está sendo especificado e trafega na freqüência de 5 GHz) que, como o 802.11a, trafega pela
faixa dos 5 GHz, com velocidades que passam dos 100 Mbps . “A tendência é que o n acabe matando a versão a e
que as placas sejam dualband, com g e n”, afirma Mauricio Gaudencio, gerente de desenvolvimento de negócios da
Cisco para a América Latina. Aliás, não é mera coincidência que esse seja o mesmo caminho que esteja percorrendo
as tecnologias b e g. Segundo o Gartner, o 802.11b deve desaparecer do mapa até 2009.
Vários fabricantes de notebook já investem em equipamentos dualband — e até triband. Na subsidiária brasileira da
Lenovo — a fabricante chinesa que comprou a divisão de computação pessoal da IBM —, os portáteis saem da linha
de produção preparados para as tecnologias a, b e g. “Hoje, 70% das nossas vendas de notebooks são de modelos
com wireless”, diz Flávio! Haddad, gerente-geral da Lenovo Brasil. No software, a investida wireless da empresa está
principalmente no conjunto de ferramentas ThinkVantage, parte delas voltada à conexão sem fio e à segurança, uma
área crítica. Segundo o instituto de pesquisa Jupiter, apenas 63% dos usuários habilitam o protocolo de segurança
WEP e 20% trabalham com o WAP (veja mais protocolos na página 106).
Também é no software que está um dos esforços dos pesquisadores da LinkSys, spin-off da Cisco para o mercado
doméstico e de SMB. A meta da equipe é desenvolver programas de instalação que sejam cada vez mais amigáveis
para os leigos — e sem driblar as configurações de segurança. “Para ser massiva, uma tecnologia deve ser como
tomate. Sem casca”, diz Carlos de Vries Schuarzberg, diretor de vendas da LinkSys para a América Latina. No
hardware, uma das novidades da LinkSys que deverá chegar ao mercado brasileiro ainda neste ano são os telefones
Wi- Fi. Também há espaço para o entretenimento, área em que a empresa já oferece media centers. “Queremos
fazer cada vez mais equipamentos para conectar a sala das pessoas”, afirma o diretor.
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231-04 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Fios debaixo do tapete?
Enquanto as empresas de redes começam a se infiltrar na seara do entretenimento, os fabricantes de
eletroeletrônicos também colocam suas linhas sem fio nas lojas. “A entrada do Wi-Fi nos produtos de consumo é
uma tendência irreversível”, diz Karen Hanley, diretora de marketing da americana Wi-Fi Alliance, associação que
reúne mais de 200 fabricantes. Um dos principais alvos hoje são os sistemas de home theater — e os irritantes cabos
das caixas traseiras que precisam atravessar toda a sala.
No Brasil, Sony e LG estão entre as marcas que já vendem modelos sem fio. Mas ainda em 2005 muita coisa vem
por aí. A Samsung prepara para o segundo semestre o anúncio de um home theater com Bluetooth e porta USB, com
preço estimado em 2 800 reais. A LG, por sua vez, planeja para este mês a estréia no país de um modelo com caixas
acústicas em formato de torre, com potência de 700 watt s e conexão por Bluetooth. O equipamento será compatível
com DivX, e virá com porta USB. O preço deve ficar em torno de 4 mil reais. Em 2006, o corte de fios da LG vai se
expandir: deve chegar às outras caixas de som — mas os cabos ainda sobreviverão nas tomadas.
A rede elétrica, aliás, é uma das possibilidades que os laboratórios brasileiros da Philips estudam para as conexões
de seus home theaters, paralelamente ao Bluetooth e ao infravermelho. Na Europa, por sua vez, a Philips investe na
tecnologia de Connected Planet, desenvolvendo dispositivos para conectar os eletroeletrônicos, independentemente
de suas marcas, à rede sem fio. “Para o usuário, será irrelevante saber onde está sua mídia ou seu conteúdo. Pode
ser no disco rígido, na internet, no DVD. Tanto faz”, afirma Walter Duran, diretor do laboratório da Philips da
Amazônia.
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231-05 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Na estrada, sem carteira
Fora do universo dos notebooks, eletroeletrônicos e dos celulares, outra tecnologia anda disputando as freqüências
de rádio no Brasil — o RFID (Radio Frequency Identification). É por meio das chamadas etiquetas inteligentes, as
tags, que os carros podem passar hoje pelos pedágios no sistema Sem Parar, e debitar os valores automaticamente
no cartão de débito ou de crédito. O sistema já é usado em cerca de 150 postos de pedágio e também chegou aos
estacionamentos do aeroporto de Congonhas e dos shoppings Villa-Lobos e Morumbi, em São Paulo. No total, cerca
de 280 antenas — na freqüência de 5,8 GHz em São Paulo e de 926 MHz no Rio — capturam os dados das 500 mil
etiquetas inteligentes que circulam por aí. São 10 milhões de passagens por mês.
A lógica por trás da tecnologia do Sem Parar é a seguinte: quando o carro está a cerca de 7 metros da antena, o
sistema identifica o us uário pela etiqueta fixada no vidro dianteiro. Então, confere as informações no banco de
dados, processa o débito e libera a passagem na catraca automaticamente. Os clientes pagam uma taxa de adesão
e uma mensalidade. No fim do mês, recebem uma fatura com todas as transações. O sistema Sem Parar não
pretende ficar restrito a pedágios e estacionamentos. “Dá para englobar tudo o que você faz no carro, por exemplo,
os pagamentos no posto de gasolina ou no drive-thru”, afirma Cesar Monterosso, diretor de operações do Sem Parar.
O varejo, principalmente os supermercados, é a área onde o RFID vem fazendo mais barulho. Imagine controlar toda
a entrada e saída de produtos — da fábrica às lojas — com as etiquetas inteligentes. Mundialmente, um dos maiores
evangelistas da tecnologia é a rede americana Wal-Mart. Por aqui, quem capitaneia as etiquetas inteligentes nesse
segmento é o grupo Pão de Açúcar. Em fevereiro, a rede con cluiu um piloto abrangendo centros de distribuição dos
super! mercados e de dois de seus fornecedores — a Gillette e a Procter&Gamble. O projeto também foi tocado em
parceria com a Accenture e a Chep, empresa especializada em paletes, os suportes de madeira que carregam as
caixas cheias de produtos. No teste, mil paletes com etiquetas inteligentes circularam entre os centros de distribuição
dos fornecedores e do Pão de Açúcar, com 25 produtos da Gillette e fraldas da Procter.
Assim como acontece com as antenas de Wi-Fi, o teste apontou algumas barreiras à implantação do RFID nos
centros de distribuição. “Um dos aprendizados foi a interferência do metal e do vidro”, diz Ney Santos, diretor de
tecnologia do Pão de Açúcar. Superadas as questões técnicas, o RFID conseguiu reduzir o manuseio de produtos e
deu mais velocidade às operações de entrada e saída. No entanto, ainda não há previsão de quando a solução será
implantada.
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Carlos Daniel Romanzini
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sábado, 11 de março de 2006 by R 16:55
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231-06 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Com que tecnologia sem fio eu vou?
Ao mesmo tempo que as frenéticas siglas do mundo sem fio disputam os espectros de freqüência, um cenário de
convergência se desenha com o uso de tecnologias híbridas. Isso mesmo: as siglas começam a se combinar entre si.
O celular é hoje um dos principais alvos dessa tendência. O aparelhinho, que já ganhou a companhia do Bluetooth,
da câmera fotográfica, da filmadora e do MP3 player, também está na mira do VoIP e do Wi-Fi. Fabricantes de todo o
mundo trabalham na integração das redes de telefonia fixa com as celulares. Assim, você pode falar pelo celular
quando está na rua e, ao encontrar o sinal de banda larga sem fio, passa a trafegar a conversa por IP, de forma mais
econômica. “No início do segundo semestre, planejamos começar a fazer testes no Brasil com alguma operadora”,
diz José Geraldo Alves de Almeida, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Motorola.
A Samsung é outra empresa que embarcou na convergência. “Estamos trabalhando com a Coréia em aparelhos com
Wi-Fi. Isso já é uma solicitação das operadoras brasileiras”, diz Oswaldo Mello, diretor de telecomunicações da
Samsung. A Nokia, por sua vez, vende aqui o Communicator 9500, celular GSM com GPRS, EDGE e 802.11b (veja
mais na página 36). Até o fim do ano deve chegar às lojas o N91, compatível com redes 802.11 b e g. O aparelho
tem câmera fotográfica de 2 megapixel, MP3 player e vem com 4 GB de armazenamento.
Se o Wi-Fi ganha espaço nos aparelhos de telefone, as redes celulares, por sua vez, também começam a conquistar
seu lugar dentro dos notebooks. A Sony acabou de anunciar nos Estados Unidos o Vaio VGN-T350P, laptop que vem
com rede EDGE nativa, além de Bluetooth e Wi-Fi. Nessa combinação de siglas, o chip é um forte candidato para
cuidar da convergência de redes. A Intel anunciou que planeja incluir recursos d e telefonia celular e de VoIP em suas
plataformas para noteb! ooks em cerca de dois anos. A iniciativa faz parte do programa batizado pela empresa de
Radio Free. “Um dia, vamos chegar a um chip em que você pode se conectar com qualquer tipo de rádio”, diz
Ronaldo Miranda, da Intel. Segundo ele, essa combinação já foi testada em laboratório, mas deve demorar de quatro
a cinco anos para chegar ao mercado e ficar economicamente viável. “O que é caro é desenvolver um circuito tão
denso numa pastilha de silício”, diz. Haja densidade para suportar tantas siglas ao mesmo tempo.
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sábado, 11 de março de 2006 by R 16:57
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231-07 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
O Wi-Fi confere os preços
Não é apenas nos hotspots, montados em parceria com a Telefônica, que o Wi-Fi dá as caras nos supermercados do
grupo Pão de Açúcar. Em 70 das 560 lojas, as siglas 802.11b e g entraram no dia-a-dia dos funcionários. Nesses
locais, a conferência de preços das etiquetas afixadas nas prateleiras é feita por meio de coletores Wi-Fi. Com o
dispositivo na mão, o funcionário vai checando os valores de cada produto pelo código de barras. Se algo não bate
com o banco de dados do supermercado, ele imprime na hora uma nova etiqueta — a impressora fica presa em seu
cinto.
“No início de 2004, decidimos que toda loja nova já deve abrir com Wi-Fi. Nas antigas, faremos a atualização aos
poucos”, afirma Ney Santos, diretor de tecnologia do Pão de Açúcar. Em alguns dos supermercados da rede, o Wi-Fi
também ganha a companhia de Pocket PCs na área de retaguarda. Quando o operador de caixa pr ecisa de troco,
por exemplo, o funcionário da retaguarda recebe a solicitação pelo handheld e traz a solução na hora. No sistema
convencional, o funcionário vê uma luz acesa no caixa, vai averiguar pessoalmente o que está acontecendo e só
então busca o troco — enquanto o cliente fica esperando no caixa.
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sábado, 11 de março de 2006 by R 17:00
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231-08 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Impressoras com RFID
Ainda este ano, as impressoras fabricadas pela HP no país podem começar a sair da fábrica da Flextronics, em
Sorocaba, com etiquetas inteligentes. Desde 2003, a subsidiária brasileira da HP vem estudando o RFID, depois de
ser escolhida para sediar o piloto mundial da companhia. O teste simulou o fornecimento de peças para impressoras
e também envolveu as linhas de produção e localização (onde os equipamentos são adaptados para cada país). O
ambiente foi a própria fábrica da Flextronics, responsável pela produção de 1,2 milhão de impressoras e
multifuncionais por ano.
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O objetivo da HP é implementar no país o sistema de RFID — da própria fábrica ao centro de distribuição — ainda
em 2005, num investimento estimado em 2 milhões de dólares. “Há operações na fábrica que demandam horas de
trabalho. Com o RFID, a nossa movimentação passa a ser instantânea”, diz Marcelo Panalini, gerente de
desenvolvimento de estratégias de supply chain. Segundo ele, com esse projeto, a diminuição nos estoques de
equipamentos poderá chegar a 17%. Mais do que o uso da tecnologia, o piloto também vai virar um laboratório para
que a HP simule os ambientes de seus próprios clientes e ofereça soluções de RFID.
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sábado, 11 de março de 2006 by R 17:07
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231-09 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Do campo para o vestiário
Nem Wi-Fi nem rede celular. Foi um memory key de 2 GB o meio de transmissão escolhido pela equipe técnica do
Botafogo para levar as imagens captadas em campo, durante as partidas de futebol, direto para o vestiário. Desde o
início do ano, o time carioca recrutou a TI para ajudar a definir as táticas da equipe e corrigir eventuais erros. O vídeo
é o principal componente. Durante o primeiro tempo do jogo, três ou quatro filmadoras, ligadas a um PC, captam
imagens de várias áreas do campo.
Por rádio, os auxiliares que controlam as câmeras se comunicam com o técnico Paulo César Gusmão para definir as
imagens das três ou quatro jogadas que serão mostradas a todo o time, durante intervalo. As cenas já seguem
editadas para o memory key e vão direto ao vestiário, onde há uma infra-estrutura composta de notebook, projetor e
telão. “No intervalo, tomo as decisões. O vídeo é muito útil, por exemplo, para ver o espaço que estamos cedendo em
campo”, diz Gusmão. Usando as imagens, o técnico fala com o time e faz as correções necessárias. O software por
trás da solução é o Smit, que já era usado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. O Wi-Fi, entretanto, ainda não está
nos planos do Botafogo. Por enquanto, só os teclados e mouses são mesmo sem fio.
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sábado, 11 de março de 2006 by R 17:08
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231-10 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Vem aí o Triple Play
Mais um termo entrou para o dicionário da convergência de redes. É o Triple Play, que reúne, pela rede IP, não
apenas dados e voz mas também vídeo — por exemplo, o da TV por assinatura. Nos serviços, abrem-se muitas
possibilidades. Imagine poder programar a gravação de um filme — e fazer isso num disco remoto. Ou conferir na
tela da tevê o número de quem está chamando você por telefone. Por aqui, a Telefônica é uma das empresas que
está estudando o Triple Play — na Espanha, já oferece TV por ADSL há quatro anos. “Até julho devemos começar os
testes de Triple Play no Brasil. A idéia é ir para o mercado no próximo ano, antes da Copa do Mundo”, diz Marcio
Fabbris, diretor de novos negócios da Telefônica. A TVA é outra empresa que colocou o Triple Play no radar. “O
WiMAX vai abrir várias possibilidades de novos produtos”, diz Leila Loria, superintendente da TVA.
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sábado, 11 de março de 2006 by R 16:48
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232-01 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
O novo mundo da TV
_____
Chegou a hora de levar essa mídia a sério. A internet pode mudar até o próprio conceito de assistir televisão
_____
Nunca tive vergonha de ter sido “criado” pela televisão. Nasci com a TV, cresci com ela, trabalhei nela. Hoje sei que
vivo uma era de transformações radicais na história da caixinha mágica. A revista Newsweek publicou recentemente
uma grande matéria sobre essas mudanças. Algumas delas já estão acontecendo, outras estão muito próximas. O
artigo fala sobre três tipos de transformações revolucionárias. A primeira é o DVR (também conhecido como TiVo) —
um aparelho que grava num grande disco rígido o que você quiser, sem preocupação com horários, e ainda corta os
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intervalos comerciais. A segunda revolução é a TV para celular, que já está em plena atividade no Brasil.
A terceira revolução? TV pela internet, claro. Ela já existe faz tempo, desde que inventaram a tecnologia do
streaming. Hoje é possível viajar pelo mundo u sando programas como o WMP e o Real Player. Mas quem se
aventurou nessa estrada sabe o que encontrar. Uma emissora oficial do Irã, uma TV local de Cochabamba, na
Bolívia, um canal musical obscuro da Itália, as emissoras educativas americanas. São exóticas, mas marginais.
Agora, chegou a hora de levar essa mídia a sério. As grandes produtoras e redes estão se mexendo. Se não se
mexerem, acontecerá a síndrome de Napster — as pessoas vão trocar arquivos de vídeo como fazem com arquivos
de MP3. Criou-se o IPTV (protocolo de televisão pela internet), seguindo basicamente o mesmo principio que
possibilitou o Skype. Segundo a matéria da Newsweek, Bill Gates já ordenou prioridade para o IPTV na próxima
versão do Windows.
A TV por internet não vai necess ariamente estar à disposição no mesmo computador onde você t! rabalha. Em
resumo, você poderá ligar sua TV a uma antena, um cabo, um satélite... ou à internet. Será uma quarta opção, com
muitas vantagens sobre os sistemas normais. Pela internet, você assiste TV e interage com ela. Compra os produtos
anunciados online, abre janelas, acompanha resultados do futebol sem perder o filme.
Mas o próprio conceito de “assistir televisão” pode mudar inteiramente na internet. Nela, você não precisa
necessariamente assistir um canal, com seus programas e intervalos. Na rede, você visita um gigantesco arquivo de
programas, escolhe o que vai querer e inicia o download. Monta seu canal. Assiste o que quiser, como quiser, quando
quiser. Como numa locadora ou num supermercado. Esse serviço ainda é precário, mas já existe. Geralmente, o
usuário paga uma taxa mensal e pode se servir. Tudo dentro da lei.
Outra vantagem? Já aconteceu com o rádio: é a libertação geográfica. Como internet tem em quase todo o lugar, em
qualquer parte você pode captar sua estação local e, no seu local, estão todas as tevês do mundo. Claro que isso
tudo é um processo, e certas mudanças poderão demorar mais que outras. Mas já começaram e acabarão chegando
aqui.
O outro lado dessa revolução eu experimentei outro dia. Passei um fim de semana com uma handycam de última
geração da Sony. Ela grava no escuro, tem formato widescreen, registra sons em seis canais e grava direto em DVD.
Custa menos de 5 mil reais. Junte essa câmera a um programa de edição num computador potente. Pronto, você
tem uma mini estação de TV na mão.
Teremos, enfim, pelo jeito, muito mais! gente a ssistindo a muito mais opções de televisão. Televisão essa, por sua
vez, produzida por muito mais gente. Uma reação em cadeia. Tudo se multiplica. Quem assiste, quem faz, o que se
assiste. “Democratização” é uma palavra fraca e incompleta para descrever o que vem por aí.
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sábado, 11 de março de 2006 by R 16:45
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232-02 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Wi-Fi na floresta
_____
Como comunidades do Pará que não têm luz nem telefone estão acessando a Internet em banda larga
_____
POR ROSA SPOSITO
Quando deu seu primeiro clique num PC, Edielson Rodrigues, hoje com 17 anos, ficou nervoso, com medo de
quebrar alguma coisa. Ele não só nunca tinha visto um computador como não conhecia energia elétrica nem telefone
— facilidades que ainda não chegaram à distante comunidade de Maguari, na beira do rio Tapajós, no Pará, onde
mora com os pais e seis irmãos. Isso aconteceu há um ano e meio e Maguari já não está mais tão isolada — apesar
de ficar a quase sete horas de barco de Santarém. Agora, pelo computador, seus moradores têm acesso à internet,
usam o e-mail, o Messenger e até o Skype para se comunicar e assistem a filmes em DVD no micro.
A comunidade é uma das beneficiadas pelo projeto de implantação de telecentros na região do Tapajós, em plena
Amazônia, que vem sendo executado pela Rits (Rede de Informações para o Terceiro Setor). “A idéia é promover a
inclusão digital das populações ribeirinhas que não têm estradas, luz elétrica ou telefonia, e usam o rio Tapajós como
principal meio de comunicação”, diz Paulo Lima, diretor executivo da Rits. A organização aliou-se à ONG Saúde e
Alegria, que hoje atua em 143 comunidades da Amazônia.
Como levar a internet a locais sem energia elétrica nem telefone? Primeiro, a Rits conseguiu duas antenas de
satélite, pelo programa Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão). Depois, instalou a infraestrutura para o uso de energia fotovoltaica — basicamente painéis solares e baterias. Aí chegaram os Pentium 4,
com DVD player e um pacote de software livre. O sistema operacional é o Sacix, versão do Linux desenvolvida pela
Rits com a prefeitura de São Paulo, e o pacote de escritório, o OpenOffice.
Duas comunidades foram escolhidas para o piloto: Maguari e Suruacá. Cada uma g anhou um telecentro, com três
PCs ligados em rede. A iniciat! iva atra iu moradores de outras comunidades, e a Rits decidiu expandir o projeto. Só
que o Gesac não tinha mais antenas de satélite disponíveis. A saída foi usar o Wi-Fi para espalhar o sinal. Um teste
feito com um barco equipado com um notebook conectado por 802.11g mostrou que a tecnologia seria eficiente na
propagação do sinal ao longo do rio — o que não acontece na floresta. O barco cruzou o Tapajós, sem perder a
comunicação, a até quase 20 quilômetros da antena. “Colocamos uma torre Wi-Fi ao lado de cada antena Gesac e
antenas receptoras em cada comunidade”, diz Lima. Com isso, mais três comunidades tiveram acesso à internet.
Edielson Rodrigues perdeu o medo e hoje trabalha como monitor no telecentro de Maguari. “Ensino moradores da
comunidade. Usamos o PC para fazer pesquisas escolares e, principalmente, na comunicação”, diz. Neste mês, os
moradores de Maguari conhecerão um aparelho de telefone. A Rits vai colocar um em teste — de voz sobre IP, é
claro.
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232-03 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Clique Final
POR LUCIANA BENATTI
E-mail no memory key
Quem acessa a internet em computadores públicos fica sujeito a digitar senhas em máquinas pouco confiáveis,
certo? Por 180 reais, o mandic:mak, da Mandic, promete resolver o problema. E cumpre. Seu princípio é simples: um
navegador e um leitor de e-mails rodam direto de um memory key, evitando deixar rastros no PC do cibercafé. O
grande mérito da invenção não está no produto, mas no software utilizado: as versões portáteis do Thunderbird e do
Firefox. O mandic:mak nada mais é do que um chaveirinho de 128 MB que já traz os programas — mas falta uma
proteção contra apagamento acidental. Os donos de um memory key podem bancar a idéia por conta própria. E de
graça. O pacote de software, com 23 MB de memória, pode ser baixado no www.mandic.com.br.
Perdido em Sampa?
O tradicional guia de ruas ganhou uma versão eletrônica. O CD-ROM Ruas São Paulo 2005, do Guia Quatro Rodas,
ajuda a destrinchar as vias da capital e de 25 cidades da Grande São Paulo. Um roteirizador indica o melhor caminho
e mostra a distância a ser percorrida. Se encontrar o ícone de uma câmera, clique para ver imagens aéreas. Custa
59,99 reais.
Conta a distância
Você nunca está em casa quando alguém vai medir a luz? Uma tecnologia desenvolvida pela Eletropaulo e a CDHU
dispensa a leitura no local. Na medição a distân cia, que está em teste num conjunto habitacional da CDHU na !
Mooca, e m São Paulo, a conta é aferida eletronicamente, e os dados criptografados são enviados a uma central pela
própria rede elétrica. Os moradores podem conferir o consumo em tempo real por meio de displays nos
apartamentos.
Cadê o carro?
Visados pelos ladrões, os carros da linha Golf serão monitorados por satélite e rede de telefonia celular. Via web, o
dono poderá acompanhar sua localização em todo o país. A novidade é gratuita por um ano, no Rio e em São Paulo,
para qualquer modelo zero quilômetro. Com garantia de fábrica, o rastreador é instalado nas concessionárias
Volkswagen. E dá um alívio no bolso. Em consulta feita pela INFO, o desconto no seguro em função do localizador foi
de 35%.
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Revolução à vista - Portal EXAME - Negócios Economia Marketing Finanças Carreira Tecnologia
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EXAME 21.09.2005 [imprimir]
tecnologia
Revolução à vista
Novas tecnologias de transmissão de dados sem fio, como o WiMax, surgem como desafio às
operadoras
Por Flávio de Carvalho Serpa
Em meados do ano passado, a prefeitura da Filadélfia, na costa leste americana, traçou um
plano ambicioso -- cobrir os 350 quilômetros quadrados da cidade com uma rede de internet
sem fio. O projeto previa que o 1,5 milhão de moradores da cidade teria acesso de banda
larga de qualquer ponto da cidade a partir de 2006. Com investimento de apenas 10 milhões
de dólares, que se pagaria em quatro anos, a Filadélfia seria o primeiro município do mundo
a universalizar a internet rá pida sem fio. Mas o plano naufragou. As operadoras de telefonia
e de TV a cabo, que vendem serviços de acesso em banda larga em redes próprias, não
queriam essa competição. Protestaram e conseguiram uma vitória importante, na forma de
uma lei estadual que determina que elas sejam as responsáveis pela construção e operação da
tal rede municipal.
Trata-se de um exemplo claro do impacto que as novas tecnologias de transmissão de dados
sem fio terão no negócio da telefonia na próxima década. O plano da Filadélfia era utilizar o
sistema Wi-Fi, que tem alcance curto (cerca de 100 metros) e exigiria a instalação de mais de
2 500 antenas retransmissoras. San Francisco, a cidade mais avançada do mundo em internet
sem fio, conta com cerca de 450 hotspots, como são conhecidos os pontos de acesso. No
Brasil, estima-se que existam 390 hotspots. Tecnologias nascentes, como o padrão WiMax,
oferecem cobertura muito maior -- uma única antena pode cobrir um raio de até 50
quilômetros -- e utilizam uma parte do espectro que não é regulamentada. Operadoras de
telefonia fixa e celular, que investiram bilhões na construção de suas redes e que, no caso das
celulares, pagaram caro pelo direito de ocupar as ondas do ar, agora se vêem diante de um
novo competidor.
"O WiMax é a plataforma da próxima geração de expansão da internet, conectando o
próximo bilhão de usuários", diz Scott Richardson, diretor mundial da divisão wireless da
Intel. Os primeiros aparelhos a funcionar em redes WiMax estão passando por homologação.
Além disso, hoje, ainda não existe a opção da mobilidade -- não é possível manter o laptop
conectado enquanto se anda num táxi, por exemplo. Os defensores da tecnologia, entre os
quais a maior é a gigante Intel, esperam que em 2007 essas questões estejam resolvidas. Será
possível, então, competir diretamente com as redes celulares de nova geração, que também
oferecem banda larga sem fio. E a briga não será somente na transmissão de dados. Com a
internet rápida, é possível fazer telefonemas com a tecnologia de voz sobre IP, roubando a
principal fonte de receita das operadoras móveis.
A promessa é grande, mas ainda há um longo caminho a trilhar. A consultoria Forrester
Research estima que o impacto do WiMax só será sentido no final desta década. Mas as
operadoras que já lançaram serviços de terceira geração, ou 3G, especialmente na Europa,
estão atentas às novidades. Não se confirmaram as expectativas de velocidade e qualidade na
internet banda larga prometidas pelo celular 3G. Muitas empresas procuram agora
alternativas de menor custo e maior atratividade para os consumidores. A americana Flarion
criou um sistema que é a base dos acessos sem fio em regiões remotas da Finlândia. A
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Revolução à vista - Portal EXAME - Negócios Economia Marketing Finanças Carreira Tecnologia
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Qualcomm, empresa que desenvolveu o sistema CDMA, base das redes celulares de terceira
geração, adquiriu a Flarion em agosto por 600 milhões de dólares. Outra tecnologia, da
IPWireless, foi escolhida pela operadora T-Mobile para a implantação de uma rede na
República Checa. É provável que não exista um padrão vencedor. Cada um tem usos e
exigências especí ficos -- com relação ao espectro disponível, por exemplo --, portanto
haverá espaço para tecnologias concorrentes. Mas é certo que a banda larga sem fio veio para
ficar, especialmente quando se leva em conta o custo de instalação de novas redes fixas e a
demanda em regiões remotas. "O ser humano corta o cordão umbilical logo ao nascer", diz
Ronaldo Miranda, diretor de mobilidade digital e comunicações da Intel para a América
Latina. "Ninguém quer ficar preso."
O que vem por aí
Conheça as principais novas tecnologias de transmissão de dados sem fio
WiMax
Evolução da tecnologia Wi-Fi, mas com alcance muito maior. Um único ponto de transmissão pode cobrir um
raio de até 50 quilômetros. É um padrão aberto e apoiado pela Intel. Mas ainda não há produtos disponíveis
no mercado, e inicialmente os usuários não poderão se locomover
Flash-OFDM
Tecnologia desenvolvida pela Flarion, empresa recentemente comprada pela Qualcomm, criadora do sistema
celular CDMA. Já utilizada na Finlândia, espera-se que a tecnologia seja incorporada às redes celulares da
Qualcomm. Oferece conexão para usuários em movimento
IPWireless
Utilizada em países como República Checa, Alemanha e Nova Zelândia, trata-se de um padrão de banda larga
sem fio que permite deslocamentos dos usuários. Por enquanto o uso está restrito a países que já têm
operadoras celulares de terceira geração a tecnologia funciona combinada com as redes celulares
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EXAME 21.09.2005 [imprimir]
tecnologia
Todos contra todos
Empresas de TV paga vendem telefone, e telefônicas vendem TV paga -- a guerra dos cabos
começou
Por Sérgio Teixeira Jr.
A um custo estimado de 4 bilhões de dólares, a operadora fixa americana SBC lançou o
projeto Lightspeed. A idéia é transformar a tradicional companhia telefônica num novo tipo
de empresa de telecomunicações, capaz de oferecer, além das chamadas de voz, serviços de
internet e TV paga. O movimento é bastante compreensível. Concorrentes das telefônicas
aparecem de todos os lados. O Google já oferece um serviço de voz pela internet, a Microsoft
deve fazê-lo em breve, e o site de leilões eBay pagou 2,6 bilhões de dólares pela Skype,
maior empresa de telefonia pela rede do mundo. Mas a maior competição vem das próprias
TVs a cabo. Com pacotes de vídeo, internet de alta velocidade e telefonia IP -- tudo cobrado
em uma única conta, na estratégia que ficou conhecida como triple play --, as empresas de
TV paga deixaram as telefônicas americanas acuadas. A guerra dos cabos começou.
Esse novo cenário de competição ainda é muito incipiente. Só em mercados mais
desenvolvidos, como nos Estados Unidos e em alguns países europeus e asiáticos, a
concorrência direta entre telefônicas e operadoras de TV começa a tomar forma. Mas não
existem mais dúvidas de que, graças à tecnologia da internet, todos os serviços de
comunicação podem ser oferecidos numa única infra-estrutura física. Não é necessário ter
uma rede de circuitos comutados para oferecer telefonia nem uma rede de cabos para vender
televisão por assinatura. O plano da SBC é permitir que seus fios de cobre sejam capazes de
trafegar dados a uma velocidade altíssima, muito superior às atuais conexões de banda larga,
para oferecer o que já se chama de IPTV, ou televisão por meio do protocolo de internet. A
transição apresenta um desafio técnico importante. Como a SBC, a Verizon, outra operadora
americana, também está implantando novas redes de fibra óptica. No Reino Unido, a British
Telecom está melhorando a qualidade dos fios de cobre. Ainda há dúvidas sobre a
capacidade de transmissão de dados nessas linhas.
De onde virá a receita
A nova operadora ganhará dinheiro não apenas com voz. Veja de onde sairão suas receitas dentro
de alguns anos (% das receitas com os novos serviços)
Videoconferência
23%
Vídeo sob demanda
22%
Gravador digital de vídeo
15%
Serviços de internet
13%
TV interativa
7%
Jogos online
4%
*Os 16% restantes vêm dos repasses das operadoras de telefonia celular.
Fonte: estimativa da Siemens para a Europa
Mesmo que todos os obstáculos técnicos sejam superados, há outras questões igualmente
importantes a resolver. Em primeiro lugar, as companhias telefônicas precisam obter
permissão das autoridades reguladoras para oferecer vídeo. Depois, precisam negociar a
programação de TVs e filmes com emissoras e estúdios, que, em muitos casos, têm relações
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próximas com os distribuidores de TV por assinatura. As telefônicas também terão de
aprender a empacotar e a vender vídeo, algo que suas concorrentes do cabo fazem desde o
primeiro dia de vida. Por fim, há o risco de que os clientes simplesmente usem as conexões
de ótima qualidade para fazer seus telefonemas pela internet -- com o Skype, por exemplo -ou para receber conteúdo disponível gratuitamente em sites da internet ou em redes de
compartilhamento de arquivos.
No Brasil, a nova competição ainda vai demorar para ter o mesmo impacto. Enquanto nos
Estados Unidos as TVs a cabo têm 80% dos assinantes de internet de banda larga, aqui as
telefônicas predominam. Além disso, a base de assinantes de TV a cabo no país é muito
pequena -- cerca de 3,8 milhões de pessoas -- e as redes de satélite não têm condições de
oferecer acesso à internet. "Hoje, para as empresas de TV paga, a voz sobre IP é mais uma
arma para atrair clientes", diz Virgilio Amaral, diretor de tecnologia da TVA, empresa do
Grupo Abril, que edita EXAME. O TVA Voz, serviço de telefonia IP lançado em junho,
conta com menos de 1 000 clientes. A NET, maior empresa de TV a cabo do país que tem
entre seus sócios a mexicana Telmex, ain da não tem planos para o lançamento de seu
serviço de telefonia.
As telefônicas também estão em compasso de espera, mas já fazem seus preparativos. A
Telemar tem 40 funcionários no Rio de Janeiro, mais meia dúzia em Belo Horizonte,
participando de uma experiência piloto. A empresa negocia acordos com provedores de
conteúdo para TV e estuda a estratégia de lançamento do serviço. "Queremos ampliar o
mercado de TV paga do Brasil, que não cresce há dez anos. Acreditamos que não é por falta
de demanda", diz Gilberto Sotto Maior Júnior, gerente de novos produtos da Telemar. Na
Telefônica, os testes devem começar ainda neste ano e já há conversas com estúdios de
Hollywood para montar o catálogo de filmes que possam ser vendidos sob demanda. A
empresa poderá aproveitar a experiência técnica da matriz, na Espanha, que oferece IPTV
desde o ano passado. Mas lá os números ainda são modestos: apenas 50 000 assinantes para
os serviços de vídeo. "Praticamente toda a população espanhola tem TV paga, então a
concorrência é bem maior", diz Marcio Fabri, diretor de novos negócios da Telefônica.
Outro desafio será a questão regulatória. A Anatel não se pronuncia oficialmente sobre o
assunto e ainda não foi consultada sobre nenhum caso concreto. Os operadores de telefonia
fixa afirmam que já estão autorizados a oferecer o serviço de TV por uma licença de
comunicação multimídia concedida pela Anatel. Os limites dessa autorização, no entanto,
não estão bem delimitados. Enquanto as telefônicas dizem que podem fornecer o serviço,
pois estão apenas transmitindo conteúdo, as TVs pagas temem uma invasão no seu mercado
consumidor. "É certo que haverá ainda muita discussão sobre o assunto", diz Marcela
Waksman Ejnisman, advogada especialista em telecomunicações.
Com reportagem de Malu Gaspar
http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0852/tecnologia/m0062160.html?printable=true 11/03/2006
Carlos Daniel Romanzini
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revista > 234 > setembro/2005 > zoom [[email protected]]
sábado, 11 de março de 2006 by R 12:57
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234-00 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Perdido? Achou!
_____
As tecnologias de localização se alastram pelos celulares, carros e até animais de estimação
_____
POR DéBORA FORTES
O cenário é o interior do Brasil, com cidades como Aruanã, em Goiás, Jalapão, no Tocantins, e São Félix do
Araguaia, no Mato Grosso. Num percurso de mais de 4 mil quilômetros que passa por trilhas e estradas em quatro
estados e no Distrito Federal, cerca de 220 pilotos disputaram em agosto a 13a edição do Rally dos Sertões. Nos dez
dias de prova, os carros, motos e caminhões dos competidores tiveram a companhia da lama e de uma parafernália
de aplicações de GPS. “É o instrumento mais confiável no carro numa situação de erro de percurso”, afirma o carioca
Guilherme Spinelli — o Guiga —, 32 anos, piloto da Mitsubishi na categoria Protótipo. No esporte desde os 18 anos,
ele começou a usar o GPS em 2000. “Antes, não tínhamos como indicar à equipe nossa localização exata quando
nos perdíamos. Era algo como: estou perto de uma montanha.”
Nas provas deste ano, a localização via satélite não ficou restrita ao painel do carro para orientar os pilotos. A
organização do rali, a Dunas Race, empregou a tecnologia num sistema que ajuda a fiscalizar se as equipes
realmente cumpriram o trajeto e se não ultrapassaram a velocidade máxima de 150 quilômetros por hora. O
aparelho, não coincidentemente chamado Spy, é instalado na parte externa do carro e armazena as informações da
prova. No fim do dia, elas são transferidas para o banco de dados da Dunas por Bluetooth. O GPS começou a ser
usado no Rally dos Sertões há nove anos. “Com essa ferramenta, conseguimos baixar o resgate aéreo nas provas de
50 minutos para algo entre 15 e 20”, diz Marcos Ermírio de Moraes, diretor-geral da Dunas.
Não só na turma dos esportes radicais mas também nos objetos do cotidiano, como relógios, celulares, carros, PDAs
e na tela do micro com ferramentas como o Google Earth, as tecnologias de localização vivem hoje um momento de
tremenda efervescência. Projetado inicialmente para uso ! militar, o sistema de posicionamento global já chegou até a
coleira dos animais de estimação. Desde abril, a empresa paulista FindMe oferece um serviço de rastreamento que
combina o uso de satélites com a rede celular GMS/GPRS para encontrar cãezinhos perdidos por aí. São 1 000 reais
na adesão e uma mensalidade de 50 reais. Em breve, o mesmo sistema deverá ser empregado para localizar
notebooks roubados. “A tecnologia de satélite está se massificando. A tendência é ficar cada vez mais barata”, afirma
Marcelo Knörich Zuffo, professor e coordenador do grupo de pesquisas em meios eletrônicos interativos da Escola
Politécnica da USP.
O primeiro satélite de GPS entrou em órbita em 1978 e foi liberado para uso civil em 1980. Atualmente, o sistema é
formado por uma constelação de 24 satélites, mantidos pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Em 1998,
os europeus decidiram desenvolver um outro sistema de navegação — o chamad o Galileo —, que será composto de
30 satélites. Para definir a latitude e a longitude de um ponto, é preciso que o dispositivo usado capte pelo menos três
satélites. Com base na triangulação entre eles, entram em ação algoritmos para calcular a posição. Por questões de
segurança, apenas os sistemas militares alcançam precisão de milímetros. Nos outros casos, fica-se em torno de 30
ou 40 metros.
Nem sempre o GPS é a tecnologia que está por trás da localização. Estações radiobase de celulares e até antenas
de radiofreqüência fazem parte da artilharia usada pelas empresas de rastreamento, com foco principalmente em
aplicações de segurança de veículos. A israelense Ituran, por exemplo, fez um site survey e instalou na cidade de
1
São Paulo 80 antenas próprias de radiofreqüência que operam a 900 MHz. Elas monitoram atualmente 110 mil
clientes — 80% deles carros de passeio. “Com isso, driblamos as áreas de sombra de satélit es e celulares. Já
conseguimos localizar até um carro roubad! o que es tava escondido num subsolo”, diz Fábio Nonis, gerente técnico
da Ituran. Para monitorar um carro, o custo do sistema é de 750 reais, mais uma mensalidade que começa em 35
reais, dependendo da modalidade de serviços escolhida.
É a tecnologia da Ituran que também está por trás do projeto Anjos da Cidade. Por meio de sistemas instalados
dentro de cerca de 500 táxis de São Paulo, os motoristas informam a ocorrência de buracos, faróis quebrados,
assaltos e congestionamentos. Basta apertar um botão no aparelho e a posição do local é identificada pelas antenas
da Ituran. Em um ano, foram reportadas mais de 43 mil ocorrências à CET (Companhia de Engenharia e Tráfego).
GPS DIRETO DA CONCESSIONÁRIA
Há quatro meses, a Volkswagen começou a levar a tecnologia de rastreamento para a linha Golf — que tem preços
de seguro nas alturas, por ser muito visada pelos ladrões. Os modelos zero-quilômetro saem da concessionária com
um sistema desenvolvido pela mineira Crown Telecom com módulos da Motorola. A tecnologia combina o uso de
GPS com GPRS. “A tendência é integrar novas informações do motorista a esse tipo de sistema, por exemplo, sua
ficha médica”, diz José Antônio Pereira Júnior, presidente da Crown Telecom.
A tecnologia de monitoramento de carros também é usada em aparelhos menores, talhados para o rastreamento de
pessoas — e que podem ser carregados no bolso. É o caso da Sascar, empresa da holding curitibana Negresco, que
desenvolveu aqui no país um rastreador que pesa 50 gramas e usa a rede GSM/GPRS. O aparelho tem microfone
para escuta, botão de emergência e sensor de impacto — capaz de identificar, por exemplo, a queda de um idoso.
Do outro lado do micro, quem tem o login e a senha do sistema pode dar uma de grande! irmão e acompanhar
detalhadamente o trajeto de quem usa o aparelho. Operadoras como a Vivo e a Nextel também já levaram os
serviços de localização pessoal para dentro dos celulares (veja matéria na pág. 69). Alguns dispositivos podem estar
até no próprio corpo. “Há tecnologias de localização mais invasivas, como é o caso do chip implantado sob a pele”,
diz Luciana Berenstein, gerente de soluções da Siemens.
O GLOBO NA TELA DO MICRO
É na internet, porém, que as tecnologias de localização e os serviços geográficos fazem um dos movimentos mais
impressionantes. Basta olhar a nova leva de ferramentas que está disponível para qualquer um na web (veja matéria
na pág. 66), conduzidas por empresas do porte da Microsoft, Google e Yahoo!. O conteúdo vai se integrando cada
vez mais : mapas, fotos, rotas, informa ções típicas de páginas amarelas. E vem mais por aí. “A tecnologia de
buscadores ainda está na infância”, afirma Oswaldo Barbosa de Oliveira, diretor da MSN para o Brasil e América do
Sul. Celulares e handhelds serão uma peça importante nesse cenário. “Você poderá tirar uma foto do código de
barras de um produto e traçar um comparativo de preços nas lojas da sua região. A inovação está apenas
começando”, diz.
A Intel, por sua vez, testa em seus laboratórios nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade da Califórnia
em Berkeley, uma tecnologia batizada de poeira inteligente. Num chip minúsculo — em torno de 5 milímetros
quadrados — estão integrados sensores que permitem fazer a localização de coisas ou pessoas, algo bem mais
evoluído que as etiquetas inteligentes que vemos hoje. As aplicações são amplas. “Alguns exemplos são monitorar o
meio ambiente ou pessoas mais idosas”, diz Max Leite, diretor de programas de tecnologia da Intel para a América
Latina. No Brasil, as! pesquis as nessa área também dão as caras. Um dos exemplos é a USP. Nos laboratórios da
Poli, um projeto estuda aplicações que ajudem a polícia a identificar crimes quase que instantaneamente. “O GPS é
uma tecnologia fundamental para chegar lá”, diz o professor Zuffo. Lembrou-se das cenas do filme Minority Report?
Quando se fala no futuro das tecnologias de localização, a imaginação é mesmo o limite.
• O PDA é o co-piloto?
• Você está no mapa
• O celular é o GPS
• Frota controlada
2
Carlos Daniel Romanzini
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revista > 235 > outubro/2005 > zap! [[email protected]]
sábado, 11 de março de 2006 by R 12:54
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235-00 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
O poder das redes mesh
_____
Bolada nos anos 70, essa tecnologia finalmente começa a sair dos laboratórios para as ruas
_____
POR ANDRé CARDOZO
O trânsito não anda e a programação das rádios FM está chata? Que tal ouvir a playlist do carro vizinho? Essa é a
proposta do projeto Roadcasting (http://roadcasting.org), que pretende utilizar redes mesh para transformar carros em
emissores e receptores de música. Ainda em fase experimental, o projeto da universidade americana de Carnegie
Mellon pretende transformar cada rádio de automóvel numa emissora.
O Roadcasting é apenas um sinal de que as redes mesh estão prestes a sair dos laboratórios e ganhar de vez as
ruas. Ao contrário de redes sem fio convencionais, centralizadas num ponto de acesso, as redes mesh são baseadas
numa arquitetura wireless distribuída. Cada nó da rede, que pode ser um PC, notebook, palmtop ou outro
equipamento, funciona também como ponto de acesso. Dessa forma, se um dos nós da rede sai do alcance ou é
desligado, o tráfego é automaticamente desviado para os nós restantes. O processo leva o nome de hopping — (
Método de transmissão em que os dados “pulam” de um ponto a outro, até chegar ao destino) os pacotes de
informação são roteados de hop para hop — e pode moldar o futuro das redes. Falta resolver, no entanto, o principal
entrave das redes mesh: a inconstância das conexões sem fio.
Na vanguarda dessa tecnologia estão empresas ainda pouco conhecidas, como Ember (comandada por Bob
Metcalfe, o pai da Ethernet), Firetide, Tropos e PacketHop. Entre os nomes tradicionais das telecomunicações, a
Motorola aparece com destaque. No fim do ano passado, ela comprou a MeshNetworks, empresa especializada em
redes mesh, e já possui soluções desse tipo. A Siemens é outra gigante do setor que está de olho nas redes mesh.
Em setembro deste ano, a empresa alemã fez um investimento na Tropos.
Um dos projetos de rede mesh mai! s ambici osos é o da cidade de Filadélfia, Estados Unidos. Ela pretende ser a
primeira metrópole a implementar uma rede mesh em toda a área do município. O plano foi anunciado em setembro
do ano passado e, até o fim deste ano, deve começar a implantação da infra-estrutura. Falta apenas definir a
empresa que comandará o projeto. Earthlink e HP são as candidatas.
3
Carlos Daniel Romanzini
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237-01 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
A era das redes
_____
Veja as tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas vivem, trabalham e se divertem
_____
POR DéBORA FORTES
31 de outubro: o Google sai à caça de programadores para desenvolver novos recursos para o pacote de escritório
OpenOffice, com a intenção de lançá-lo na internet como um serviço online.
1º de novembro: Bill Gates anuncia uma virada da Microsoft, com o Windows Live e o Office Live. A ordem é
integrar tudo à internet.
As duas cenas acima fazem parte de uma guinada monumental: a migração de tudo que se move no computador
para a rede. Tente pensar no que você faz hoje com um micro sem qualquer tipo de conexão à internet. Praticamente
nada, certo? E-mail, VoIP, peer-to-peer, busca de informações, pagamentos bancários, comparação de preços e
compras em lojas online... Até mesmo os progra mas que ainda continuavam imunes à febre dos serviços da internet
estão caindo na rede — o Office e o OpenOffice, por exemplo. “Migrar aplicativos para a internet é uma tendência
irreversível. Cada vez mais o seu trabalho é o que você sabe e não onde você está”, diz Mauricio Gaudencio, gerente
de desenvolvimento de negócios da Cisco.
Redes IP, redes wireless, redes Gigabit. No mundo das redes, sobra pouco do passado. É justamente nas empresas
que o processo de migração está mais nítido. “A ordem é concentrar tudo o que o funcionário precisa na web. Isso
muda radicalmente a forma como as empresas operam”, afirma a professora Tereza Cristina Carvalho, diretora do
LARC, o Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores da Poli/USP. Veja o caso da GM, uma das empresas
que já vivem sob o mantra da tecnologia IP. Lá, os sistemas de voz sobre IP substituíram 100% dos telefones
convencionais — seja na forma de softfones instalados no micro, seja na de aparelhos IP. “Quem trabalha! remotam
ente, consegue acessar todo o seu ambiente a distância, inclusive seu ramal”, diz Claudio Martins, diretor de TI da
GM para a região Mercosul.
Não é apenas no campo dos aplicativos que a montadora espelha a nova geração de redes. A empresa também se
movimenta com desenvoltura pelo universo sem fio. As redes Wi-Fi cobrem tanto os escritórios da sede da GM, em
São Caetano, na Grande São Paulo, como o chão de fábrica. “Na manufatura também usamos a tecnologia de RFID
para rastrear as peças dos carros”, afirma Luís Moraes, gerente de planejamento e operações de telecom da GM.
Vem aí o 802.11n
Wi-Fi, RFID, WiMAX, MIMO (Tecnologia de rede sem fio que emprega várias antenas para transmitir dados), mesh
(São redes descentralizadas, capazes de se autoconfigurar). A lista de tecnologias que disputam a transmissão de
sinais sem fio não pára de ganhar adeptos — e siglas. De longe, a mais disseminada entre os usuários continua
sendo a família 802.11, especialmente a dobradinha de letras b/g. Segundo projeções da empresa americana
Pyramid Research, o Wi-Fi já é usado mundialmente por 120 milhões de pessoas. Mas dentro dos laboratórios de
pesquisa, ele ainda encontra duas barreiras sérias: a velocidade e, principalmente, seu alcance limitado. É aí que
entra um dos novos nomes do momento: o MIMO (sigla de Multiple Input, Multiple Output). A sacada da tecnologia
4
está em aumentar a performance das redes g, tanto na velocidade como no alcance. Como isso funciona? O MIMO
trabalha com várias antenas, o que permite enviar diversos pacotes de dados simultaneamente. Numa analogia, é
como abrir novas pistas numa estrada.
No estágio atual a tecnologia MIMO ainda não está padronizada. Mas ela já entra, de forma proprietária, apeli! dada
de G turbinada, em equipamentos de fabricantes como LinkSys, D-Link, Nortel e TRENDnet — os chamados pré-n. O
IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) (Organização internacional responsável pelos padrões de
engenharia elétrica) trabalha neste momento na padronização da tecnologia MIMO, que terá o nome oficial de
802.11n (Nome dado ao futuro padrão da tecnologia MIMO. A freqüência usada é a de 2,4 GHZ) e projeta
velocidades nominais de 250 Mbps.
Também é em busca de áreas de cobertura maiores e mais velocidade nas transmissões sem fio que outra
tecnologia virou alvo dos laboratórios de pesquisa dos fabricantes: o WiMAX (Worldwide Interoperability for
Microwave Access). A idéia do primeiro protocolo que está sendo especificado — o 802.16d — é cobrir distâncias de
50 quilômetros quadrados a uma velocidade nominal de 75 Mbps. Pilotos têm sido realizados em todo o mundo —
inclusive em várias partes do Brasil , da cidade de São Paulo à mineira Ouro Preto — com equipamentos chamados
de pré Wi-MAX.
WiMAX à coreana
Paralelamente às especificações do 802.16d, outra tecnologia da mesma safra ganha vida. É o 802.16e, que traz um
importante componente à rede: acessa dados em movimento — até mesmo dentro de um trem a 150 quilômetros por
hora. Enquanto a Intel capitaneia as pesquisas do lado ocidental do globo, duas empresas coreanas conhecidíssimas
por aqui comandam os laboratórios orientais. A LG e a Samsung se transformaram também em nomes em alta no
mundo das redes e lideram as iniciativas do que se chamou na Coréia de WiBRO (Wireless Broadband) (Nascida na
indústria coreana de telecom, acessa dados em movimento) . E se articularam para ganhar espaço do lado de cá. A
LG formou uma joint-venture com a N ortel — batizada, por enquanto, de LG-Nortel — centrada nos ! equipame ntos
para desenvolvimento de infra-estrutura de redes.
A Samsung cavou um espaço no território brasileiro. É a empresa que vai fornecer a estrutura para as redes WiMAX
que a operadora de tevê a cabo e banda larga TVA prepara para o próximo ano. “Decidimos ir direto para o 802.16e
por causa de suas características de mobilidade”, diz Leila Loria, superintendente da TVA. Será o fim dos cabos?
Não exatamente. “Vamos manter a banda larga fixa, mas com o WiMAX poderemos chegar a lugares que não
alcançávamos”, afirma Leila. A operadora analisa a criação de pacotes de banda larga fixa e móvel. A primeira cidade
a estrear o serviço será São Paulo. Os técnicos da TVA e da Samsung estão fazendo o mapeamento da cidade para
estudar a distribuição das antenas. Os pilotos começam em julho de 2006 e a previsão é que o serviço deve estrear
comercialmente em novembro.
No ent anto, não é o WiMAX que neste momento soma mais vitórias na briga para transformar cidades em
megahotspots. Da Filadélfia, nos Estados Unidos, à Taipei, em Taiwan, os pontos de acesso começam a rodar sob o
ritmo da tecnologia mesh, com redes que se configuram de acordo com a demanda. “Usa-se um intermediário como
ponto de passagem para o outro”, diz Antonio Carlos Bordeaux, diretor de inovação do CPqD (Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações) — leia matéria sobre mesh na pág. 49.
Não é só no universo WAN (Wide Area Network), as redes de longa distância, que se trava um embate entre
diferentes tecnologias sem fio. Elas também brigam por um espaço entre as quatro paredes da sua casa, num
território chamado de PAN (Personal Area Network). À lista já conhecida — Wi-Fi, ZigBee (Padrão de transmissão
para curtas distâncias. Consome pouca bateria), Bluetooth — soma-se mais uma sigla: o UWB (Ultra Wideband)
(Voltada para as redes PAN, tem alcance de cerca de 10 metro! s), o 80 2.15.3. Com alcance de cerca de 10 metros,
essa tecnologia tem o objetivo de trazer para a rede os vários dispositivos da casa, principalmente a turma do
entretenimento, com tevês, DVDs e companhia. “O UWB é como o Bluetooth, plug-and-play. Reconhece os
dispositivos e já funciona”, afirma Ronaldo Miranda, diretor de Digital Mobility e Comunicação da Intel. Se tudo
funcionar assim, poderá ser um belo embate com o Wi-Fi — uma tecnologia que em nada lembra a expressão plugand-play.
_____
Posso levar um amigo?
A proliferação de redes sem fio nas empresas, casas e espaços abertos está trazendo uma nova polêmica para os
adm inistradores de rede. Qual a política para os visitantes sem comprometer a segurança? Nessa área, um novo
conceito começa a ganhar espaço: o de confiança. Isso mesmo: a entrada na rede está atrelada à confiança que se
tem naquela pessoa. “No LARC, usamos o conceito de conhecimento da pessoa. É como alguém que leva um amigo
a uma festa”, diz a professora Tereza Cristina Carvalho, diretora do LARC, o Laboratório de Arquitetura e Redes de
Computadores da Poli/USP. “Estamos transferindo o conceito de confiança da vida real para a rede”, afirma.
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• O mesh faz a rede
• O roteador não é mais aquele...
• Wi-Fi na ponta da língua
• Sem fio com muito gás
• Gigabit nos cabos!
• Trabalho remoto com segurança
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revista > 237 > dezembro/2005 > reportagem de capa
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sábado, 11 de março de 2006 by R 18:06
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237-02 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
O mesh faz a rede
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Do laptop de 100 dólares às metrópoles sem fio, a onda é criar redes que se autoconfiguram
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POR DéBORA FORTES
O desfile de arranha-céus pelas ruas não é o único ponto em comum entre as paisagens da taiwanesa Taipei e da
americana Filadélfia. As duas são também exemplos de cidades que estão exterminando fios do cenário e se
transformando em megahotspots com o uso de redes mesh. Com a tecnologia mesh, em princípio, cada nó da rede
pode rotear pacotes de informação, num processo conhecido como hopping. De hop em hop, se constrói a rede. Se
um nó cai, o tráfego é automaticamente desviado para os outros nós. Em Taipei, a instalação começou em 2004 e
envolve nada menos de 10 mil pontos de acesso mesh, cobrindo 90% da cidade, numa área de 272 quilômetros
quadrados. Na Filadélfia, a idéia é levar o acesso sem fio a todos os seus 217 quilômetros quadrados até o fim de
2006, num investimento estimado em 10 milhões de dólares. Tamanha infra-estrutura não mira apenas notebooks e
handhelds que passeiam por aí. Tanto na Filadélfia como em Taipei, o me sh também é a base de ambiciosos
projetos de informatização de serviços públicos e até de inclusão social.
As duas cidades estão longe de ser exemplos isolados do uso de mesh. Na catástrofe causada pelo furacão Katrina,
a tecnologia logo entrou em ação nas operações de emergência em New Orleans e será a base de uma rede que vai
conectar as escolas da região. O MIT já se rendeu ao mesh e hoje é um de seus grandes propagadores. Por anos, o
instituto estudou em seus laboratórios o conceito de redes virais, considerado como uma das origens da tecnologia.
Atualmente, não apenas tem uma rede mesh cobrindo o seu campus como a elegeu para o projeto do laptop de 100
dólares, evangelizado por Nicholas Negroponte (veja quadro abaixo).
Mesh está longe de ser um conceito novo. Ele reinventa uma velha conhecida no mundo das redes, a arquitetura adhoc (Permitem que equip amentos sem fio se comuniquem sem nenhum ponto de acesso). O! objetiv o é criar redes
descentralizadas que não dependem de um ponto central e que são capazes de se autoconfigurar de acordo com a
demanda. A inteligência está nos algoritmos. É justamente isso que permite que caso um dos nós caia, a rede siga
6
seu caminho pelos outros nós que estão conectados — um equipamento funciona como um ponto de passagem para
outro. As configurações são instantâneas e, além disso, permitem alcançar áreas maiores em comparação com os
hotspots tradicionais. “O Wi-Fi tem muitas vantagens, mas um defeito é a área de cobertura pequena. O mesh
multiplica o alcance por três”, diz Rodrigo Abreu, presidente da Nortel do Brasil. Na prática, passa-se de algo entre
100 e 150 metros de cobertura para cerca de 400.
Hoje, a maioria dos grandes fornecedores de produtos de rede pensa — ou espera — que o mesh vai se embrenhar
nos domínios dos pontos de acesso, de forma transparente para o usuário que está na ponta do P C, do notebook ou
de qualquer outro dispositivo wireless. Mas não há consenso sobre isso. Diferentemente de tecnologias como o Wi-Fi
e o WiMAX, o mesh ainda corre por fora do processo de padronização. Isso quer dizer que cada fabricante trabalha
com soluções proprietárias. O conceito de ter o ponto de acesso funcionando como o núcleo da tecnologia mesh, por
exemplo, é questionado pela Motorola, uma das protagonistas mais importantes dessa história. A empresa trabalha
com dispositivos que embutem o mesh nativamente, dispensando a presença de pontos de acesso. “É como se cada
um dos pontos de rede fosse um roteador”, diz Bruno Nowak, gerente de desenvolvimento de novos negócios da
Motorola. Nessa acepção, a tecnologia mesh assume uma face revolucionária, de enorme impacto no mundo das
redes.
A solução mesh da Motorola teve origem numa aquisição feita há um ano, a MeshNetworks, e vem sendo usada
principalmente em aplic ações públicas de missão crítica, formando redes fechadas. A! cidade de Cocoa Beach, na
Flórida, é um dos locais que escolheram os dispositivos mesh para criar uma rede específica para viaturas de polícia
e dar acesso a bancos de dados criminais em tempo real. “Um bombeiro, por exemplo, não pode depender da rede
pública ou dos celulares. Eles congestionam justamente em momentos críticos”, diz Nowak. Em outubro, a Motorola
fez uma demonstração de mesh em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Na barra da tijuca
No Brasil, Telemar, Vex e Nortel são outras empresas que colocaram pilotos de mesh no ar. Uma das experiências
do trio foi realizada neste ano, na região de escritórios do Centro Empresarial, em São Paulo. “O teste nos mostrou
que a tecnologia funcionou bem para aplicações externas. Mas, dentro dos prédios, o sinal era limitado”, diz Gilberto
Sotto Mayor, gerente de novos produtos da Telemar. A Vex, por sua vez, prepara a instalação de redes mesh em 20
cidades brasileiras, em locais em que o ADSL e o cabo são restritos. A Barra da Tijuca, no Rio, e Cotia e Alphaville,
em São Paulo, estão nos planos.
Ao mesmo tempo em que o mesh vive um momento de tremendo entusiasmo nos quatro cantos do globo, tem um
desafio da mesma altura pela frente: a padronização. O IEEE está discutindo um padrão para evitar que cada
fabricante siga num caminho distinto. E batizou a tecnologia com mais uma sigla, é claro: 802.11s. A idéia é que ela
seja padronizada até o início de 2007. Se o número de adeptos continuar aumentando no mesmo ritmo, talvez seja
tarde demais.
_____
O mesh da inclusão
O projeto do laptop de 100 dólares pretende usar redes mesh para conexão à Internet
Eric Costa
Uma das iniciativas mais grandiosas para o uso de redes mesh é o laptop de 100 dólares. O projeto, criado por
Nicholas Negroponte, fundador do celebrado Media Lab, do MIT, visa distribuir gratuitamente milhões de laptops
entre crianças e adolescentes carentes do mundo inteiro. As máquinas teriam uma configuração bastante enxuta,
sem HD e com um mínimo de memória flash, e uma telinha LCD de 7 polegadas. Mas seriam capazes de funcionar
mesmo em regiões afastadas, até sem infra-estrutura elétrica. Na ausência de tomadas, o laptop poderia ser
alimentado rodando uma manivela. As redes mesh entram no projeto como uma forma de permitir a conexão nessas
áreas remotas. Um laptop só precisaria conectar-se a outro, montando uma linha que iria até a conexão efetiva à
internet. Para essa conexão, seria usado um link por celular, segundo Negroponte, que afirmou, em apresentação
recente no Brasil, já estar em contato com operadoras GSM para fornecer um link de alta velocidade a ser
compartilhado pelos laptops. Entre os percalços existentes para a concretização do projeto, estão as dificuldades
para chegar a protótipos que custem apenas os 100 dólares prometidos, a exigência de compra prévia de milhões de
unidades em países de Terceiro mundo e o funcionamento efetivo das conexões pela rede celular, ainda um tanto
lentas e caras para transmissão de dados nos países pobres.
_____
< b>A dama do mesh
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Dianah Neff, CIO da Filadélfia, conta como será a rede sem fio da cidade
Quanto custa montar uma rede mesh, hoje?
Nas contas do governo da Filadélfia, nenhum centavo. No projeto capitaneado por Dianah Neff, CIO da cidade, a
instalação e o investimento em infra-estrutura — cerca de 10 milhões de dólares — vão sair do bolso do provedor de
banda larga Earthlink, que cobrará pelo acesso. Confira, a seguir, trechos da entrevista que Dianah concedeu à
INFO.
Por que vocês decidiram usar mesh?
De início, não definimos a tecnologia. Colocamos num documento o que precisávamos e deixamos que os próprios
fornecedores bolassem as propostas. O mesh venceu por sua habilidade de se autoconfigurar e se auto-rotear. E
reduz o número de pontos de acesso se comparado ao Wi-Fi.
O mesh ainda é baseado em soluções proprietárias. Vocês vão usar as de que fornecedor?
Entre as propostas apresentadas, escolhemos a da EarthLink. Eles usarão dispositivos mesh da Tropos e
equipamentos Canopy, da Motorola. A rede terá 4 mil nós.
Quanto os moradores vão pagar pelo acesso?
Cerca de 20 dólares por mês, i! ncluindo tanto o acesso dentro de casa como o externo. Teremos uma modalidade
de 10 dólares para famílias de baixa renda. Devemos começar com 60 mil usuários e chegar a 160 mil em cinco
anos.
Houve pressão das operadoras contra o projeto?
Sim, em novembro de 2004 as empresas de telecom e de cabo conseguiram que o estado da Pensilvânia aprovasse
uma lei para proibir a participação do governo local. Mas conseguimos entrar com um recurso.
O que você diria para a cidades que ainda não começaram a se preparar para a era digital?
Numa economia global e baseada no conhecimento, a tecnologia sem fio será um ingrediente fundamen tal para o
sucesso de uma cidade.
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Carlos Daniel Romanzini
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sábado, 11 de março de 2006 by R 17:36
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237-03 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
O roteador não é mais aquele...
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É muito mais... Virou leão de chácara e já posa de substituto do PABX convencional
_____
POR CARLOS CHERNIJ
Enquanto não se vivia sob o domínio total do IP, era moleza definir o que um roteador fazia: mandava pacotes de
dados de uma rede para outra. Hoje, até os modems ADSL já são roteadores com firewall embutido e ponto de
acesso sem fio. No mundo corporativo, as mudanças foram mais profundas. Possuir portas para telefones IP e
conexão direta com a rede telefônica analógica, dispensando o PABX comum, é a mais nova exigência para qualquer
roteador de respeito. Adicionando ainda um HD, alguns roteadores já podem também fornecer serviços de secretária
eletrônica. No caso de empresas pequenas e médias, dá para resolver uma montanha de serviços com um único
aparelho.
As grandes empresas também estão ganhando recursos VoIP à altura. “Já temos clientes que, ao projetar novas
instalações físicas, partem para projetos de telefonia 100% IP”, diz Antônio Mariano, gerente de consultores da 3Com
brasileira. Nesses casos, os roteadores contam com interfaces para novos aparelhos de PABX construídos
especificamente para VoIP, que permitem uma enorme gama de serviços. “Numa rede baseada em VoIP, o ramal
telefônico deixa de ser físico e se torna lógico. Você pode se autenticar em qualquer ramal ou softfone, dentro da
empresa ou em qualquer lugar do mundo via VPN, e o PABX em conjunto com o roteador se encarregam de
completar suas ligações”, diz Mariano. Essa dupla também trabalha na hora de determinar a melhor rota — leia-se a
mais barata — para as ligações. Dependendo da quantidade de locais físicos diferentes interligados no sistema, ele
pode ser capaz de encaminhar as ligações via rede até o ponto onde fique mais barata a ligação normal até o
destino.
Fora, intrusos!
Toda essa o nda de novos serviços começou com a preocupação mais importa! nte e an tiga das empresas:
segurança. “Além do crescimento dos mais diversos ataques via web, houve uma grande movimentação com a
entrada em vigor da lei Sarbanes-Oxley nos EUA, e suas exigências de transparência, depois dos escândalos
contábeis da Enron e da WorldCom”, diz José Carlos Scheidt, country manager da Enterasys no Brasil. Para ele, a
necessidade de transmitir informações financeiras pelas redes corporativas e públicas aumentou as exigências de
segurança das corporações, motivando projetos de roteadores robustos.
E já que o roteador é o porteiro da rede da empresa, nada mais natural que fosse promovido a leão de chácara. A
primeira arma a ser incorporada foi o firewall — função hoje tão comum quanto indispensável. Também é comum
encontrar roteadores com servidores de VPN embutidos. E alguns modelos incluem um sistema de proteção contra
intrusos (IPS). Esse módulo analisa o tráfego legal da rede — aquele que é permi tido pelo firewall — atrás de
padrões anormais de trânsito de informações. Por meio de um processo de aprendizado, o IPS pode se tornar capaz
de defender a rede de ataques ainda não conhecidos.
Antigamente, eram necessárias várias caixas, cabos e espaços em racks para montar uma boa estrutura de
roteamento e segurança. Hoje, se juntam diversas funções num só aparelho, e o poder de fogo do hardware teve que
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acompanhar. Os roteadores atuais têm quase cinco vezes mais poder de processamento e memória do que a
geração anterior. Mas o preço não aumentou no mesmo ritmo, tendo se mantido semelhante ao das gerações
anteriores em muitos casos. Sai mais barato manter uma única linha de montagem de um roteador multifuncional do
que diversas linhas para aparelhos mais específicos.
Os roteadores multifuncionais ainda não substituem os aparelhos de grande capacidade empre gados na infraestrutura das corporações e provedoras de con! exões. N essas instalações, o tráfego de dados atinge escalas
gigantescas, exigindo equipamentos dedicados apenas ao roteamento. Mas há um mercado enorme de roteadores
multifuncionais tanto nas pequenas e médias empresas como em departamentos e filiais de grandes corporações.
Esse é o grupo que mais se beneficiou com as novas gerações tudo-em-um. Muitos aparelhos recentes para
pequenas redes testados pelo INFOLAB trazem mais de uma porta WAN e funções de gerenciamento da qualidade
de serviço. Isso permite reforçar a conexão com vários links externos combinados e garantir que cada protocolo de
comunicação tenha largura de banda suficiente para um bom funcionamento. Outros produtos incorporam pontos de
acesso wireless. Eles não são a melhor solução para grandes escritórios, mas resolvem perfeitamente as
necessidades de empresas menores. “Esses recursos antes só estavam disponíveis em grandes e caros
equipamentos corporativos, e hoje já se tornaram bem mais acessíveis”, diz Carlos Borges , engenheiro de sistemas
da Cisco.
Com a crescente onda da virtualização, onde a aplicação ou recurso de rede pode estar em qualquer lugar dentro ou
fora da empresa, os roteadores devem seguir como o coração da conectividade de negócios de todos os tamanhos.
“O foco da evolução está na conectividade com novos dispositivos, como os telefones VoIP e muitos outros que
devem surgir”, diz Scheidt. “Há dez anos, as redes das empresas tinham mais de um usuário para cada estação.
Hoje, cada usuário tem mais de um dispositivo conectado, e a tendência é que isso continue crescendo”, afirma
Mariano. O crescimento de aplicações críticas em tempo real também está forçando as redes a atingirem o máximo
em termos de desempenho e confiabilidade. E tudo isso passa pelo roteador.
Carlos Daniel Romanzini
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revista > 237 > dezembro/2005 > reportagem de capa
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sábado, 11 de março de 2006 by R 17:37
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237-04 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Wi-Fi na ponta da língua
_____
Mate aquelas dúvidas paralisantes na hora de montar (ou rearranjar) uma rede sem fio
_____
POR ERIC COSTA
Montar uma rede sem fio é fácil — nos manuais. Na vida real, hardwares de marcas diferentes podem brigar entre si,
interferências bizarras como as de aquários, plantas e fornos de microondas podem tornar as redes instáveis,
programas indispensáveis podem ser barrados ou boicotados pelo roteador. Isso para não falar nos imbróglios de
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segurança — ninguém está a fim de deixar o sinal vazar e bancar a banda larga de vizinhos folgados, certo? Veja, a
seguir, perguntas e respostas que tentam endereçar as questões mais importantes das redes nos pequenos
escritórios.
Compensa comprar um roteador de rede 802.11b, da geração anterior do Wi-Fi, para aproveitar os preços
mais baixos desses equipamentos?
Depende. Caso você já possua um dispositivo 802.11b (com o um palmtop) que estará sempre em uso, pode
compensar. A razão é que a rede estará constantemente limitada pela velocidade da conexão do tipo b. Nesse
contexto, dinheiro empregado em equipamentos 802.11g, mais rápidos e mais caros, é dinheiro jogado fora. Mas é
preciso que o roteador b realmente custe muito mais em conta, para valer a pena. Se a diferença for pequena, é
melhor pensar mais a longo prazo e partir direto para um roteador 802.11g.
Vale a pena esperar pelo WiMAX?
Não vamos dizer que é melhor esperar sentado, mas quem precisa de uma rede sem fio já deve pensar em outra
opção. Apesar de alguns projetos de WiMAX já estarem funcionando no Brasil, as primeiras iniciativas previstas para
acesso doméstico ou de pequenas empresas estão previstas para o final de 2006. É o caso, por exemplo , do
provedor de banda larga Ajato, da TVA, com a Samsung, q! ue deve entrar em operações no segundo semestre do
ano que vem.
Como configurar o roteador Wi-Fi para o eMule e BitTorrent?
Apesar de os dois funcionarem em uma rede Wi-Fi sem ajustes extras, a taxa de transferência de ambos fica
reduzida, pois o roteador barra conexões diretas entre uma máquina interna e outra externa à rede. Para resolver o
problema, existem, basicamente, duas abordagens. A primeira é ajustar o roteador para permitir o tráfego de um
aplicativo específico. A vantagem desse ajuste é que o firewall só deixa passar o tráfego quando o programa está
sendo executado. No entanto, essa solução nem sempre funciona bem, exigindo, em alguns casos, alguns reinícios
do eMule ou BitTorrent para que o roteador identifique corretamente que o aplicativo requereu a conexão. Esse ajuste
por aplicativo é normalmente chamado de port triggering nas páginas de configuração do roteador. Será preciso
indicar as faixas de portas TCP/IP usadas pelo programa. No caso do eMule, crie duas entradas, uma para a porta
4662 e outra para a porta 4672. Como são portas individuais e não faixas, use o mesmo número para o início e final
do intervalo, nos dois casos. Já no caso do BitTorrent, cada programa compatível com o protocolo usa uma porta
diferente. No BitComet, por exemplo, o número é aleatório e pode ser descoberto acessando o menu Opções e
escolhendo o item Opções. A porta TCP/IP fica no campo Escolher Porta.
A outra opção de ajuste é redirecionar, de forma fixa, o tráfego de uma porta TCP/IP para uma máquina. Esse
método não traz os problemas de detecção do port triggering. Em compensação, exige uma máquina fixa para o uso
do eMule ou BitTorrent, além de manter o “furo” no firewall mesmo quando esses programas não estão ro dando.
Esse ajuste fixo é chamado, nos roteadores, de port f! orwardin g ou virtual server. Nesse caso, será preciso digitar
na página de configuração do roteador, além das portas TCP/IP usadas, o endereço IP da máquina fixa na qual ficará
rodando o programa de P2P.
Como configurar o roteador para ter acesso remoto a uma máquina por VNC (Virtual Network Computing)?
As configurações são semelhantes às para o eMule e o BitTorrent, usando o modo port forwarding (ou virtual server),
que redireciona o tráfego de uma porta TCP/IP para uma máquina específica. A diferença é o número da porta, que
passa a ser 5900, além do endereço IP interno, que será o da máquina rodando o servidor VNC. Para acessar o
micro, é preciso saber o endereço IP externo do roteador. Esse dado fica, na maioria dos modelos, na página de
status. Daí, basta digitar esse IP no cliente VNC (rodado re motamente) para acessar a máquina.
Meu endereço IP é dinâmico. Como acessar minha máquina remotamente?
A maneira mais prática é usar um serviço de DNS dinâmico. Ele oferece um nome fixo, que aponta sempre para o
endereço IP da máquina, mesmo que este mude. Entre os serviços mais conhecidos estão o DynDNS
(www.dyndns.com) e o TZO (www.tzo.com). Para usá-los, é preciso criar login e senha, além de escolher o nome fixo
para a máquina (por exemplo, meupcpessoal.dyndns. com). Para acessar sua máquina, basta usar esse nome em
vez do endereço IP. Para automatizar a atualização dos dados no serviço quando o IP muda, é necessário usar um
programinha, como o DynSite (www.info.abril.com.br/download/4335.shtml). Mas muitos roteado res Wi-Fi atuais já
são compatíveis com serviços de DNS dinâ! mico. No s modelos da Linksys, por exemplo, esse recurso costuma ficar
no menu Setup, pela opção DDNS. Nos da D-Link, na aba Tools e seção Misc. Já nos da TRENDnet, na aba Tools e
seção Dynamic DNS. Daí, basta entrar com os dados de login, senha e nome escolhidos para que o roteador atualize
o IP no serviço de DNS dinâmico automaticamente.
WEP de 64 bits não é suficiente para proteger a rede, certo?
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Certíssimo. Já existem técnicas para quebrar fácil e rapidamente a chave de uma rede com criptografia WEP de 64
bits. Se o WEP for inevitável, por questões de compatibilidade, tente usar a versão de 128 bits, além de escolher uma
chave mais complicada, evitando usar uma única letra ou seqüências repetidas de letras. Dessa forma, o processo
de quebrar a chave fica, pelo menos, mais longo.
Existe alguma forma prática para mandar MP3 para o som da sala ou do quarto?
Sim, existem alguns aparelhos específicos para esse fim, como o SoundBlaster Wireless Music, da Creative, e o
WMA11b, da Linksys. Um dos mais legais é o AirPort Express, da Apple. Ele é pequeno e prático, mandando
músicas do computador usando uma conexão sem fio do tipo 802.11b ou 802.11g. Basta plugar o AirPort na tomada
mais próxima do aparelho de som e conectar um cabo do tipo P2-P2 entre os dois. O AirPort ainda serve para
acessar a rede Wi-Fi com um micro ou laptop, tendo uma saída do tipo Ethernet.
A criptografia diminui a velocidade da rede?
Atual mente, a diminuição é quase imperceptível. Nos primeiros rot! eadores Wi-Fi, a diferença de velocidade era
razoável quando era ligada a criptografia, diminuindo a velocidade de transmissão em cerca de 10%. Com a evolução
do hardware e tecnologias de transmissão, acaba tendo menos sentido ainda deixar uma rede desprotegida. Nas
medições do INFOLAB, não houve diferença perceptível entre a transmissão de um arquivo de 10 MB com
criptografia WPA ligada e sem criptografia alguma (usando um roteador WRT54G, da Linksys).
Se minha rede está configurada para WPA, dispositivos com WEP podem conectar?
Até o momento, não há essa previsão nos roteadores. Ao configurar a criptografia da rede para WPA, os dispositivos
que somente são compatíveis com WEP não vão conseguir conectar-se à rede. Por sorte, praticamente todas as
placas de rede, palmtops e outros aparelhos com Wi-Fi saem de fábrica atualmente já compatíveis com WPA. No
entanto, quem tem um dispositivo que só encare WEP terá de manter essa criptografia na rede Wi-Fi. Nesse caso,
escolha 128 bits para o tamanho da chave criptográfica e capriche na senha usada.
Como conecto um videogame à minha rede sem fio?
Existem produtos específicos para esse fim, incluindo o WGA54G, da Linksys, e o Wi-Fi Game Adapter, da Sysdata.
Quem não conseguir encontrar um produto especializado pode usar um dispositivo Wi-Fi denominado bridge, que
funciona de forma semelhante, tendo somente uma entrada Ethernet, sem precisar de conexões extras, como PCI ou
USB, que não existem nos videogames. Antes de usar o bridge com o videogame, será preciso conectá-lo a um
micro e fazer os ajustes para que ele reconheça a rede Wi-Fi.
!
Um cartão Compact Flash Wi-Fi funciona num leitor de cartões USB?
Não. Os dispositivos de leitura de cartões de memória servem, em princípio, apenas para esse fim, não identificando
outros tipos de hardware que usem o mesmo formato. Para usar um cartão Compact Flash Wi-Fi, é preciso ter uma
conexão completa para esse formato, num notebook, ou usando uma placa PCI apropriada.
Faz sentido investir num roteador com tecnologias proprietárias para aumento de velocidade?
Depende. Entre as várias tecnologias proprietárias para turbinar as redes Wi-Fi, existe um ponto em comum: é
preciso, em regra, ter todos os dispositivos da mesma marca para aproveitar a velocidade extra. Assim, para quem
vai montar uma rede Wi-Fi do zero, pode ser uma vantagem investir nessas tecnologias proprietárias. Quem já tem
dispositivos Wi-Fi e não quer trocar tudo vai encontrar poucas vantagens em um roteador com tecnologias
proprietárias.
Meu roteador e placa Wi-Fi são compatíveis com redes a, b e g. Posso usar as três ao mesmo tempo para
aumentar a velocidade?
Não. Apesar de a idéia ser tentadora, o hardware e drivers desses dispositivos de rede não prevêem essa
possibilidade de conexão. Em teoria, não é impossível implementar esse recurso, já que, nas placas e roteadores,
são usados rádios diferentes para as freqüências distintas de transmissão das três conexões. Até o momento, no
entanto, não há anúncio de produto que traga essa opção de conexão.
Q ual a vantagem de ter um roteador com tecnologia MIMO?
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Os roteadores com MIMO podem ter sinal até oito vezes mais forte do que os sem essa tecnologia. Além de diminuir
a possibilidade de queda na conexão, esse reforço na transmissão pode aumentar a velocidade de transmissão. Nos
testes do INFOLAB, um roteador com MIMO (o MIMO TEW-611BRP, da TrendNET) teve um dos melhores
desempenhos em transmissão sem fio já atingidos em produtos Wi-Fi testados, com 25,2 Mbps efetivos.
Uma rede Wi-Fi com 108 Mbps tem desempenho melhor ou pior do que uma cabeada com 100 Mbps?
A rede Wi-Fi fica bem para trás. Apesar das vantagens inegáveis de uma rede sem fio (sendo a principal delas, claro,
a mobilidade), mesmo os padrões anabolizados de 802.11g, co m 108 Mbps nominais, não chegam perto das redes
cabeadas de 100 Mbps em velocidade de transmissão. Na verdade, apesar de a velocidade nominal de alguns
produtos MIMO ser o dobro da velocidade padrão do 802.11g (54 Mbps), o desempenho efetivo costuma ser cerca de
35% melhor do que o de uma rede 802.11g normal. Para ter uma idéia, o melhor desempenho em Wi-Fi até o
momento entre os produtos testados no INFOLAB é de 28 Mbps (para o roteador WRT54GX, da Linksys). Uma rede
cabeada de 100 Mbps nominais chega a ter até 80 Mbps efetivos, atingindo, em uma transferência grande, uma
média de 50 Mbps.
Como medir a velocidade de uma rede Wi-Fi?
Um método bem simples é medir o tempo de transferência de um arquivo de tamanho razoável, com 10 MB ou mais,
entre duas máquinas. Outra opção que oferece mais info rmações é o programa Ixia Qcheck (
www.info.abril.com.br/download/2177.shtml), que é usado nos testes do INFOLAB. É preciso instalá-lo em duas
máquinas da rede Wi-Fi e usar a opção TCP Throughput para fazer o teste. Essa opção fornece a taxa de
transferência efetiva da rede, em Mbps.
Quais os principais elementos que atrapalham o sinal de uma rede Wi-Fi?
Para começar, muitos telefones sem fio usam a mesma freqüência (2,4 GHz) das redes 802.11b e 802.11g. Além
disso, microondas são notórios destruidores de sinal. Por fim, grandes volumes de água (aquários e bebedouros, por
exemplo) também costumam interferir no sinal. Em relação ao microondas e à água, é recomendável evitar que eles
fiquem entre o roteador e um dispositivo que irá acessar a rede Wi-Fi.
Como escolher um telefone sem fio que não interfira com a rede Wi-Fi?
Para quem já tem um aparelho que usa freqüência de 2,4 GHz, é interessante mexer no canal de transmissão do
telefone ou do roteador, caso a rede esteja dando problemas. Quem for adquirir um telefone sem fio após a
instalação da rede deve preferir modelos com freqüência de 900 MHz ou 5,8 GHz, que são diferentes das usadas em
redes b e g.
É possível controlar, pelo roteador, quantos bytes foram transferidos por mês?
Existem alguns programas que lêem diretamente os dados armazenados pelo roteador, calculando o tráfego de
dados diário, semanal ou mensal. O PRTG Traffic Grapher (w ww.info.abril.com.br/download/4336.shtml) é um deles.
Para que ele funcione, no entanto, é preciso ligar, no roteador, a opção SNMP. Esse ajuste faz com que o programa
consiga baixar os dados de tráfego.
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Carlos Daniel Romanzini
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revista > 237 > dezembro/2005 > reportagem de capa
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237-05 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Sem fio com muito gás
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Ganhe mais velocidade com uma rede sem fio usando tecnologia MIMO
_____
POR ERIC COSTA
Os roteadores Wi-Fi com tecnologia MIMO (Multiple-Input Multiple-Output) são os campeões de velocidade nos
testes do INFOLAB. Já mostraram desempenho 50% superior até mesmo a sistemas proprietários de outros
fabricantes para aumentar a velocidade das redes 802.11g. Isto quer dizer uma velocidade efetiva de cerca de 25
Mbps. Então, que tal montar uma rede com essa velocidade toda? Esse tutorial mostra como configurar uma rede
com perfil doméstico, de três pontos, usando a tecnologia MIMO, desde o roteador até um notebook, passando pela
instalação de dois micros. Os dois desk- tops são ambos Pentium 4 de 1,8 GHz, com 512 MB de memória, e o
notebook, um Pentium III 700 MHz, com 256 MB de memória. O roteador escolhido foi o TEW-611BRP, da
TRENDnet, com quatro portas para conexões por cabo e indicado para até oito máquinas no total. Para garantir a
velocidade máxima de transmissão em uma rede Wi-Fi, é preciso usar componentes da mesma marca. Assim,
optamos por placas PCI do tipo TEW-602PI para os dois desktops e um adaptador PC Card TEW-601PC para o
notebook. Veja, a seguir, como montar e configurar o roteador, os micros e o notebook para funcionarem em rede.
Roteador
1. Conexão inicial
O primeiro item a ser configurado é o roteador TEW-611BRP, da TRENDnet. Para isso, vamos precisar de um cabo
de rede, pois os primeiros ajustes devem ser feitos com o roteador conectado fisicamente a um dos micros. Faça a
conexão do PC com o roteador. No roteador, use a entrada Ethernet denominada LAN1. Depois, ligue o roteador,
plugando sua fonte na tomada e o conector de força nele. Para o primeiro acesso à configuração d o TEW-611BR,
abra um browser e acesse o endereço http://192.! 168.0.1. Será mostrada a página de login para as configurações do
roteador. Como não criamos ou alteramos nenhum usuário, selecione em User Name o item admin, e depois clique
em Log In.
2. Ajustes básicos
Para começar a configuração do roteador, devemos definir a faixa de endereços IP que será distribuída na rede. Em
outras palavras, o número de máquinas que estará conectado. Para isso, clique no atalho DHCP na parte esquerda
da página. Na página seguinte, marque a opção Enable DHCP Server. Na seção DHCP Settings, digite em DHCP IP
Address Range a faixa de IPs a ser usada na rede. A faixa deve ter uma quantidade de endereços igual aos
computadores que serão usados. Por exemplo, como nossa rede terá três PCs, então a faixa de 10 a 12 resolve, pois
engloba três endereços diferentes (10, 11 e 12). Os IPs recebi dos pelas máquinas começarão sempre com
192.168.0, sendo o último número determinado pela faixa escolhida para os endereços da rede. Exemplo:
192.168.0.10.
3. Rede Wi-Fi
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O próximo passo é fazer os ajustes da rede Wi-Fi. Para acessá-los, clique no atalho Wireless, do lado esquerdo da
página inicial de configuração do roteador. A seguir, troque a identificação da rede Wi-Fi (conhecida como SSID) para
um outro nome. Certifique-se de que o campo Transmission Rate está com a opção Best (Automatic) selecionada.
Além disso, o campo 802.11 Mode deve indicar 802.11g Only. Depois selecione, no campo Super G Mode, o item
Super G With Dynamic Turbo. Com isso, o desempenho da rede será sempre o melhor possível. Clique em Save
Settings para gravar as alterações na configuração. Finalmente, pressione o botão Reboot The Device para reiniciar o
roteador.
4. Segurança
Na mesma página de configuração dos protocolos da rede Wi-Fi, devemos ajustar a segurança da rede. Para isso,
na seção Wireless Security Mode, mude o item em Security Mode para WPA-Personal. Para nossa rede não é prático
usar o ajuste WPA-Enterprise, pois este exige um micro sempre ligado para a função de servidor de autenticação.
Conclua a configuração da segurança digitando uma senha (com tamanho entre oito e 63 letras), que será
compartilhada nas máquinas da rede no campo Pre-Shared Key. Procure usar letras e números na senha, assim
como evitar repetições de padrões. No topo da página, clique em Save Settings para gravar as alterações para a rede
Wi-Fi. Depois, pressione o botão Reboot The Device para reiniciar o roteador.
5. Internet
Com nossa rede Wi-Fi protegida, é hora de conectá-la à internet. Para isso, clique no link WAN, na parte esquerda da
página. A conexão usada nesse tutorial fornece um endereço IP externo por DHCP, portanto selecione a opção
DHCP, no campo Modes. Desmarque o item Use These DNS Servers para que os servidores de DNS sejam também
adquiridos pelo DHCP. Clique em Save Settings e depois em Reboot The Device para completar os ajustes.
6. Finalização
O roteador já está configurado e pronto para compartilhar a internet e outros recursos das máquinas com segurança
WPA. Para terminar, vamos definir uma senha para o usuário admin. Para isso, clique na aba Tools e depois no link
Admin. Na seção Admin Password, digite duas vezes a senha desejada. Pressione o botão Save Setting! s e depo is
Reboot The Device para finalizar a configuração. Remova o cabo de rede do roteador e da máquina que usamos para
configurá-lo.
Micros
1. Instalação da placa
Será preciso, claro, abrir cada micro e conectar a placa PCI TEW-602PI neles. Tome as devidas precauções contra
eletricidade estática, tocando em uma superfície metálica aterrada, como uma torneira por exemplo. Encaixe a placa,
parafuse-a ao gabinete e feche tudo. Ligue o micro. O Windows detectará o novo hardware instalado. Insira o CD de
instalação que veio com a TEW-602PI e clique em Avançar. Após a instalação do driver, pressione o botão Concluir.
A seguir, vamos instalar o utilitário de detecção de rede da placa. Para isso, execute, no CD de instalação, o arquivo
Setup.exe. Clique em Install Utility. Depois, clique seguidamente em Next, até que seja concluída a instalação,
quando será preciso pressionar o botão Finish.
2. Configuração da rede
Execute o utilitário de detecção de rede da placa, que fica no menu Iniciar na seção TRENDware Wireless Network
Adapter, com o título 802.11g Wireless Client Utility. Na janela do programa, clique em SiteSurvey para detectar as
redes Wi-Fi acessíveis. Localize na lista a rede que configuramos acima, pelo SSID que foi digitado. Clique no item
correspondente à rede e depois em Add To Profile. O programa avisa a existência de criptografia na rede. Clique em
OK e, na janela seguinte, tecle um nome para essa conexão Wi-Fi, além de escolher Infrastructure no item Network
Mode. Pr essione Next e, na tela seguinte, marque o item TKIP no camp! o Encryp tion Method. Em Security Mode
escolha WPA-PSK/WPA2-PSK. Digite, em PSK Passphrase, a senha escolhida quando foi configurado o roteador.
Pressione Next e mantenha marcado apenas o item 802.11g, clicando em Next novamente. Por fim, marque a opção
Apply This Profile Now e clique em Save. A conexão será iniciada automaticamente. Agora, repita os procedimentos
dessa parte do tutorial para o outro micro.
3. Compartilhamento de arquivos e impressora
Para compartilhar uma pasta, clique nela com o botão direito do mouse e selecione a opção Compartilhamento e
Segurança. Clique no link Se Entende os Riscos de Segurança Mas Deseja Compartilhar os Arquivos Sem Executar
o Assistente. Marque a opção Apenas Ativar o Compartilhamento de Arquivos e pressione o botão OK. Agora clique
em Compartilhar Esta Pasta na Rede, digite um nome descritivo em Compartilhamento (usaremos o texto
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Documentos neste tutorial) e pressione o botão OK. Para compartilhar a impressora, acesse o Painel de Controle e
clique em Impressoras e Aparelhos de Fax. A janela que aparece mostra a lista de impressoras instaladas no
computador. Comece clicando na que será compartilhada com o botão direito do mouse. Depois, selecione o item de
menu Compartilhamento. Na janela seguinte, marque a opção Compartilhar Esta Impressora e clique em OK para
finalizar o processo de configuração do compartilhamento da impressora.
Notebook
1. Conexão do cartão e drivers
Comece a instalação da placa TEW-601PC conectando-a em um slot PC Card livre do notebook. O Windows
detectará o dispositivo. Insira! o CD de instalação da TEW-601PC no leitor do notebook e clique em Avançar. Espere
a instalação do driver e, depois, clique em Concluir. A seguir, para instalar o utilitário de detecção de redes, execute o
programa Setup.exe no diretório raiz do CD de instalação. Clique no botão Install Utility e, depois, vá pressionando
em Next até a última tela. Clique em Finish para terminar a instalação.
2. Detecção da rede
Execute o utilitário da TRENDnet que foi instalado. Na janela principal, clique em SiteSurvey para detectarmos as
redes disponíveis. Clique no item que indica a rede que configuramos acima (identificado pelo SSID digitado) e
depois em Add To Profile. Uma caixa de mensagem avisará que a rede usa criptografia WPA. Clique em OK para ir
para a janela de configuração da conexão. Depois, digite um nome para a conexão, selecione Infrastructure em
Network Mode e pressione Next. Na tela seguinte, indique TKIP no campo Encryption Method, assim como WPAPSK/WPA2-PSK no campo Security Mode. Digite, em PSK Passphrase, a senha escolhida ao configurar o roteador.
Clique em Next, marque apenas o item 802.11g e pressione Next novamente. Por fim, marque a opção Apply This
Profile Now e clique em Save. Pronto, o notebook está conectado à rede.
A rede deste tutorial atingiu 25 Mbps usando o utilitário Qcheck (www.info.abril.com.br/download/2177.shtml), com o
teste TCP Throughput feito entre o notebook e o micro desktop.
Você vai precisar de
•
Um roteador WRT54GX, da TRENDnet ! <
•
Duas placas de rede TEW-603PI, da TRENDnet
•
Uma placa PC Card TEW-601PC, da TRENDnet
•
Grau de dificuldade - 6,0
•
Tempo de instalação - 01:00
•
Preço - $ 2 602 reais
/p>
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237-06 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Gigabit nos cabos!
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Uma receita de rede capaz de transferir arquivos em alta velocidade
_____
POR ERIC COSTA
A tecnologia Gigabit não é uma novidade — há anos se pode transmitir dados a 1 000 megabits por segundo, dez
vezes mais rapidamente que numa rede Fast Ethernet. Mas só agora começam a ficar populares os dispositivos de
rede nesse padrão. Como muitas placas-mãe já trazem uma conexão Gigabit, passa a valer a pena investir um pouco
para ter velocidade extrema nas transferências de arquivos. Nesse tutorial, vamos mostrar como montar uma rede
Gigabit desde as conexões até a configuração do compartilhamento de arquivos.
Usamos um servidor SUSE Linux 10.0 (um Pentium 4 de 3,2 Ghz com 1 GB de memória) e três micros na rede (os
três Pentium 4 de 1,8 GHz, com 512 MB de memória), também com Linux, distribuição Ubuntu 5.10, a versão do
pingüim mais amigável que o INFOLAB já testou. É um perfil bastante apropriado para uma rede de trabalho baseada
em Linux.
A placa-mãe do servidor, a P5GD2 Deluxe, da Asus, já trazia um chip Gigabit Ethernet embutido. Ainda incluímos
uma placa mais simples (3Com 3C595), para cuidar da conexão do servidor à internet, que não exige velocidades
grandes de transferência. O servidor vai compartilhar a internet entre as máquinas da rede. Incluímos na rede a
impressora HP Deskjet 970cxi, ligada ao servidor por um cabo USB, também para ser compartilhada pelos PCs.
Utilizamos um switch DGS-1008D, da D-Link, para até oito máquinas.
Os três micros usaram placas PCI Gigabit Ethernet DGE-530T, também da D-Link. As versões usadas do SUSE e do
Ubuntu já eram compatíveis com as placas de rede escolhidas. Pronto? Então vamos montar nossa rede em poucos
passos.
1. Conexões físicas
Para começar, deve! mos cone ctar os micros ao switch. Essa operação é bem simples, bastando plugar em cada
micro um cabo ligando sua placa de rede Gigabit ao switch. Lembre-se que, no caso do nosso servidor, a placa
Gigabit é embutida na placa-mãe, enquanto nos outros computadores ela fica em um slot PCI separado. No servidor,
conecte a placa da 3Com à internet usando outro cabo de rede. Depois disso, ligue o switch à tomada usando sua
fonte.
2. Configurações de rede
Para começar, devemos ajustar a rede no servidor. Para isso, abra o menu de aplicativos do SUSE (clicando no
canto inferior esquerdo da tela) e acesse o item Centro de Controle. Este aplicativo será usado em todos os ajustes
de rede no servidor. Clique, então, em módulos do YAST. A seguir, selecione o item Dispositivos de Rede e clique em
Placa de Rede. Será necessário digitar a senha do Administrador (ela é criada durante a instalação do SUSE) para
acessar a configuração da rede. Esse procedimento, aliás, será necessário em praticamente todas as configurações.
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Depois, será exibida uma lista de placas de rede detectadas. Clique na Marvell Gigabit Ethernet Controller e depois
no botão Editar. Na janela seguinte marque o item Configuração de Endereço Estático, digite o endereço 192.168.1.1
em Endereço IP e pressione o botão Próximo. Clique, então, no item 3Com 3C595 e depois em Editar. Marque a
opção Configuração de Endereço Automática e pressione o botão Próximo duas vezes.
3. Servidor DHCP
Clique no botão Voltar, no lado esquerdo da janela Centro de Controle, e depois em Serviços de Rede. Selecione o
item Servidor DHCP. Na lista de placas de rede , que é mostrada a seguir, clique em Marvell Gigabit Etherne! t
Contro ller e depois no botão Adicionar. Marque também a opção Abrir Firewall para Interfaces Selecionadas e
pressione o botão Próximo. Digite, em seguida, apenas um texto descritivo da rede em Nome de Domínio, que será
usado para identificá-la para as máquinas que se conectarem ao servidor, clicando em Próximo depois disso.
4. Compartilhamento de arquivos
Clique, no lado esquerdo da tela, em Servidor do Samba. O programa vem com o SUSE e é automaticamente
instalado junto com ele. Marque a interface de rede com o endereço IP fixo 192.168.1.1 (que aponta para a rede
interna). Clique em OK e na tela seguinte marque, na seção Início do Serviço, o item Durante a Inicialização. Depois,
selecione a opção Abrir Porta no Firewall. Passe à aba Identidade e digite um nome descritivo para os
compartilhamentos e m Samba para a rede local. Clique em Encerrar. Depois, vá à aba Compartilhamentos e
pressione o botão Adicionar. Digite um nome curto para a pasta compartilhada. Marque, em Tipo de
Compartilhamento, a opção Diretório. Clique em Browse e escolha a pasta desejada. Clique em OK.
5. Impressora para todos
Quando terminamos os ajustes de compartilhamento de arquivo, as pastas disponíveis para a rede ficam visíveis em
uma lista. Nessa mesma tela clique em Adicionar. Digite um nome curto para impressora (como seu modelo, por
exemplo), assim como uma descrição mais longa. Marque, em Tipo de Compartilhamento, a opção Impressora.
Clique em OK para confirmar a configuração.
6. Ajuste dos clientes
É hora de ajustar os micros com Ubuntu para conectar-se à rede. Para isso, vá ao menu Sistema, escolha o item
Administração e depois Rede. Selecione a placa de rede na janela que aparece e clique no botão Propriedades.
Marque o item Habilitar Essa Conexão e, em Configuração, escolha DHCP. Clique em OK duas vezes. Para instalar a
impressora da rede, acesse novamente o menu Sistema e o item Administração, escolhendo desta vez a opção
Impressoras. Dê um clique duplo em Nova Impressora. A seguir, marque o item Impressora de Rede e, à direita
dessa opção, escolha o item Impressora Windows. Sim, é esse mesmo o nome dado pelo Ubuntu para o
compartilhamento usando o Samba. O servidor deve aparecer automaticamente no campo Máquina. Selecione-o. A
impressora fica disponível, com o nome que foi designado na configuração do Samba. Digite um nome de usuário
cadastrado no SUSE e sua senha, clicando em Frente, a seguir. Escolha na tela seguinte o fabricante e modelo da
impressora ( em nosso caso, a HP, sendo o modelo Deskjet 970C). Clique, então, em Aplicar, para finalizar a
configuração. Para acessar a pasta compartilhada vá ao menu Locais e escolha o item Conectar ao Servidor.
Selecione, em Tipos de Serviço, o item Compartilhamento do Windows. Em Servidor, digite o endereço IP do servidor
(ou seja, 192.168.1.1). Em pasta, digite o nome do compartilhamento (Documentos, seguindo nosso exemplo). Já em
nome de usuário, digite um usuário cadastrado no servidor e em Nome de Domínio, o apelido que foi digitado para o
servidor samba. Finalmente, tecle um nome para identificar a pasta compartilhada. Clique, então, em Conectar e
pronto. Agora, repita esse passo para todos os outros micros rodando Ubuntu.
Você vai precisar de
•
Um switch Gigabit Ethernet DGS-1008D, da D-Link
•
Três placas de rede DGE-530T, da D-Link
•
Quatro cabos de rede
•
Grau de dificuldade - 7,0
•
Tempo de instalação - 02:00
•
Preço - $ 870 reais
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Carlos Daniel Romanzini
De:
Enviado em:
Para:
Assunto:
revista > 237 > dezembro/2005 > zap! [[email protected]]
sábado, 11 de março de 2006 by R 12:40
[email protected]
237-08 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
Veredicto pela web
_____
Como os presídios estão usando a teleaudiência para fazer julgamentos a distância
_____
POR FRANçOISE TERZIAN
De um lado, o juiz e os advogados. Do outro, a quilômetros de distância, o acusado. Desde agosto, quando um preso
do CDP I (Centro de Detenção Provisória) da cidade de Osasco precisa prestar um depoimento no Fórum da Barra
Funda, em São Paulo, ele tem apenas de sair da cela e andar alguns metros. Numa sala com equipamentos de
videoconferência Tandberg, duas telas de 29 polegadas, a teleconferência tem início. A comunicação é feita por
frame relay, com infra da Telefonica. O preso fala, os advogados perguntam e o juiz pode até dar o veredicto.
Só no CDP I de Osasco há 1 450 detentos à espera do julgamento. “Cerca de 60 teleaudiências ocorrem aqui por
mês, o que evita o risco de fuga do preso e a necessidade de uma escolta policial”, diz Amauri Tomaz, diretor técnico
de departamento do CDP I de Osasco. Além disso, a teleaudiência vem permitindo acelerar os processos crimi nais
mais comuns, que não necessitam de júri popular.
No estado de São Paulo, seis unidades prisionais — Guarulhos, Osasco, Belém, Pinheiros, Parelheiros e no presídio
de segurança máxima Presidente Bernardes — e seis salas de audiência (no Fórum da Barra Funda) fazem
teleaudiências. Os estados de Pernambuco e Santa Catarina também usam o recurso.
Para a teleaudiência funcionar bem, o juiz precisa ver o réu com exatidão e vice-versa. O “olho no olho” fica por conta
das câmeras estrategicamente posicionadas para captar o rosto do preso e enxergar sua fisionomia. Se o advogado
quiser manter um contato privado com o cliente durante a audiência, há um canal de voz digital. No fórum, também
entra em ação um servidor de streaming para captar os sinais de áudio e vídeo, digitalizá-los e armazenar tudo em
dois DVDs. Uma cópia vai para o processo e a outra segue para a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados
do Estado de! São Pau lo), responsável pelo sistema.
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Carlos Daniel Romanzini
De:
Enviado em:
Para:
Assunto:
revista > 238 > janeiro/2006 [[email protected]]
sábado, 11 de março de 2006 by R 12:35
[email protected]
238-00 A Era das Redes: Tecnologias que estão mudando a forma como as pessoas
vivem, trabalham e se divertem.
ERP em alto-mar
_____
A família Schürmann vai levar um sistema de gestão a bordo em sua próxima expedição
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POR CIBELE GANDOLPHO
Um novo tripulante vai fazer parte da próxima viagem da família Schürmann programada para 2007 no barco Aysso:
a dobradinha ERP e CRM. Os navegadores deram duas voltas ao mundo nos últimos 20 anos e rodaram 130 mil
quilômetros. O sistema de gestão deve facilitar o fluxo de informações entre os tripulantes e as atividades em terra.
Instalado em um datacenter que a família acessa via satélite, permitirá que os tripulantes acessem as informações
remotamente, em qualquer lugar do planeta.
Nas viagens, a família conheceu muita gente. Mas parte dos contatos foi sendo perdida com o tempo. “Comecei a
pensar na instalação do CRM para que pudéssemos registrar todos os contatos realizados em várias partes do
mundo”, diz David Schürmann, um dos filhos do casal Vilfredo e Heloísa, responsável por boa parte das atividades
terrestres do Grupo Schürmann. O local da próxima expedição da família ainda é mantido em sigilo.
O sistema de ERP está em fase de implementação, com previsão de término para o segundo trimestre deste ano.
David Schürmann optou por uma solução híbrida, vinda de várias empresas da área. Uma delas está desenvolvendo
o ERP sob medida para as necessidades da família. “Poderemos acessar os dados em qualquer dispositivo de
acesso, seja um notebook, seja um palmtop, seja um celular”, diz. Hoje, do barco, os Schürmann fazem pesquisas,
baixam cartas náuticas, verificam o clima, mandam fotos e e-mails e controlam todos os negócios da família a partir
de três notebooks com cartão GPRS/EDGE. O Wi-Fi, por sua vez, dá as caras na sala de comunicação do Aysso.
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Caminhamos para o mundo IP, afirma Silvio Meira