Gilmar Machado
Prefeito Municipal de Uberlândia
Conselho Municipal de Saúde – Mesa Diretora
José Veridiano de Oliveira
Presidente – Representante dos Usuários
Almir Fernando Loureiro Fontes
Secretário Municipal de Saúde
Eliane Cristina de Silva Ferreira
Vice-Presidente Representante dos Usuários
Almir Fernando Loureiro Fontes
1º Secretário – Representante da Gestão
Sebastião Elias da Silveira
Diretor Presidente da Fundasus
Nivaldo Venâncio
2º Secretário – Representante de Usuários
ELABORAÇÃO
Dario Rodrigues dos Passos
Assessor Municipal de Saúde
Rogério Zeidan
Assessor Jurídico
Jorge Alexandre Araújo
Assessor de Comunicação em Saúde
Elson de Oliveira Felice
Coordenador da Ouvidoria do SUS
Júlia Ione Vieira Araújo
Coordenadora do Núcleo de Avaliação de Contratos de Gestão
José Ricardo Bertoldo
Diretor Administrativo
Luzia Helena Afonso Pinto
Diretora Financeira
Welington Muniz Ribeiro
Diretor de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde
Dayana Ferreira da Fonseca
Diretora de Planejamento e Informação em Saúde
Maria das Graças Soares Buissa
Diretora de Controle, Regulação e Avaliação Municipal
Nilton Pereira Júnior
Diretor de Rede de Atenção Integral à Saúde
Rosuíta Fratari Bonito
Diretora de Vigilância em Saúde
Conselheiros de Saúde:
José Veridiano de Oliveira
Presidente – Representante dos Usuários
Augusto Ângelo de Freitas
Representante dos Usuários
Carlos Andrade de Oliveira
Representante dos Usuários
Cléber José da Silva Suzigan
Representante dos Trabalhadores de Saúde
Eduardo Araújo Souza
Representante dos Usuários
Eliane Cristina de Silva Ferreira
Representante dos Usuários
Luiz Humberto Cabral
Representante dos Usuários
Marcos Erlam Santos
Representante dos Usuários
Sirlete Conceição da Silva Garcia
Representante dos Trabalhadores de Saúde
Sonilda Silveira da Silva
Representante dos Trabalhadores de Saúde
Tânia Lúcia dos Santos
Representante dos Usuários
Vera Maria de Oliveira
Representante dos Usuários
PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO
Núcleo Municipal de Auditoria do SUS
Núcleo de Assistência Farmacêutica
Wildes Canuto Arantes
Representante dos Usuários
CONSOLIDAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO
Diretoria de Planejamento e Informação em Saúde
E-mail: [email protected]
EQUIPE:
Dayana Ferreira da Fonseca
Anália Spirandelli Rodrigues Costa
André Vitorino Vieira
Bárbara de Oliveira Ferraz Ferreira
Fernanda Naves Dias
Isadora de Medeiros Machado
Ivanilda Reis de Almeida
Mirna de Melo Macedo
Mizant Couto de Andrade Santana
Raquel Maria de Matos
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AACD – Associação de Assistência a Criança Deficiente
AB – Atenção Básica
ACS – Agente Comunitário de Saúde
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
BDI – Banco de Dados Integrados
CADSUS WEB - Cadastro Nacional de Usuários do Sistema Único de Saúde
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial
CAPS-AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas
CEMEN – Centro de Medicina Nuclear
CEP – Código de Endereçamento Postal
CER – Centro Especializado em Reabilitação
CEREST – Centro Regional de Saúde do Trabalhador de Uberlândia
CID-10 – Classificação Internacional de Doenças
CMSU – Conselho Municipal de Saúde de Uberlândia
CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
CNS – Conselho Nacional de Saúde
COAP - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
COMAD – Conselho Municipal de Antidrogas
CTCR – Centro de Tratamento de Cálculo Renal
DATASUS – Departamento de Informática do SUS
DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DF- Distrito Federal
DGPES – Diretoria de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde
DIU – DIU Saúde Diagnostico Integral de Uberlândia
DMAE - Departamento Municipal de Água e Esgoto
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis
EC 29 – Emenda Constitucional nº 29
EJA – Ensino de Jovens e Adultos
ESF – Equipe de Saúde da Família
FJP – Fundação João Pinheiro
FNS – Fundo Nacional de Saúde
FUNDASUS – Fundação Saúde do Município de Uberlândia
GM/MS – Gabinete do Ministro/Ministério da Saúde
GO – Ginecologia e Obstetrícia
HC – Hospital de Clínicas
HC-UFU – Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia
HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana
HOBC – Hospital de Olhos do Brasil Central
IAM – Infarto Agudo do Miocárdio
IBGE – Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IES – Instituto de Ensino Superior
ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos
IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
ISO-OLHOS – Instituto de Saúde Ocular
LC – Lei Complementar
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros
LITU - Laboratório de Imunologia e Transplantes de Uberlândia Ltda
LOA – Lei Orçamentária Anual
MG – Minas Gerais
MIF – Mulheres em Idade Fértil
MS – Ministério da Saúde
NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família
OS – Organização Social
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PAS – Programação Anual de Saúde
PDR – Plano Diretor de Regionalização
PECS – Plano de Emprego, Carreira e Salários.
PMS – Plano Municipal de Saúde
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPA – Plano Plurianual
PPI – Programação Pactuada e Integrada
RAG – Relatório Anual de Saúde
RAPS - Rede de Atenção Psicossocial
RAS – Rede de Atenção à Saúde
REMUME – Relação Municipal de Medicamentos Essenciais
RENAME – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
RIPSA - Rede Interagencial de Informações para a Saúde
RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentária
SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SES – Secretaria Estadual de Saúde
SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica
SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidade
SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
SIOPS – Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde
SISREG - Sistema Nacional de Regulação
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
SP – São Paulo
SUS – Sistema Único em Saúde
SVO – Serviço de Verificação de Óbito
TAV – Teste de Acuidade Visual
TCU - Tribunal de Contas da União
TI – Tecnologia de Informação
UA – Unidade de Acolhimento
UAI – Unidade de Atendimento Integrado
UBS – Unidade Básica de Saúde
UBSF – Unidade Básica de Saúde da Família
UFU – Universidade Federal de Uberlândia
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UPA – Unidade de Pronto Atendimento
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
VE – Vigilância Epidemiológica
SUMÁRIO
1. ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO ..................................................................................... 10
1.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................................................................................ 10
1.2. EXTENSÃO E ÁREA DO MUNICÍPIO............................................................................................ 10
1.3. DISTÂNCIA ENTRE OS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES .................................................................. 10
1.4. MALHA RODOVIÁRIA ................................................................................................................... 10
1.5. POPULAÇÃO .................................................................................................................................... 11
1.6. DENSIDADE DEMOGRÁFICA ....................................................................................................... 13
1.6.1. ESTRUTURA ETÁRIA ............................................................................................................. 13
1.6.2. HABITANTES POR Km² .......................................................................................................... 14
1.6.3. CRESCIMENTO POPULACIONAL ......................................................................................... 14
1.6.4 CRESCIMENTO URBANO........................................................................................................14
1.6.5. ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO, PROPORÇÃO DE IDOSOS NA POPULAÇÃO E
RAZÃO DE DEPENDÊNCIA. ............................................................................................................ 18
1.6.6. EXPECTATIVA DE VIDA ........................................................................................................ 18
1.7. EDUCAÇÃO ...................................................................................................................................... 19
1.7.1 REDE DE ENSINO ....................................................................................................................19
1.7.2. TAXA DE ANALFABETISMO ................................................................................................ 20
1.8. RENDA .............................................................................................................................................. 21
1.9. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ............................................................................. 21
1.10. HABITAÇÃO................................................................................................................................... 22
1.11. ESTRUTURA SANITÁRIA. ........................................................................................................... 22
1.12. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE E
SERVIÇOS. .. 22
2. RECURSOS HUMANOS ....................................................................................................................... 26
3. A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA FUNDASUS NA ORGANIZAÇÃO E
ESTRUTURAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS DO SUS EM UBERLÂNDIA E
SEU REFLEXO REGIONAL .................................................................................................................... 28
3.1. FUNDASUS E OS EQUIPAMENTOS DE SAÚDE GERENCIADOS ............................................ 35
3.2. ÓRGÃOS DE DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ............................................................................. 37
4. O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO ................................................................................................ 38
4.1. A REGIÃO AMPLIADA DE SAÚDE TRIÂNGULO DO NORTE ................................................. 39
5. CONDIÇÕES DE SAÚDE: MORTALIDADE E NATALIDADE ..................................................... 43
5.1. MORTALIDADE ............................................................................................................................... 43
5.2. NATALIDADE .................................................................................................................................. 48
6. ANÁLISE DO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS EM UBERLÂNDIA ...................... 50
6.1. DOS PROGRAMAS À REDE DE PRODUÇÃO DE SAÚDE ......................................................... 50
7. VIGILÂNCIA EM SAÚDE .................................................................................................................... 59
7.1. PROMOÇÃO DA SAÚDE ................................................................................................................ 59
7.2. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................................................................................................. 60
7.3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA .............................................................................................................. 61
7.4. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E A SAÚDE DO TRABALHADOR ................................................. 62
8. ANÁLISE DA GESTÃO EM SAÚDE................................................................................................... 62
8.1. PLANEJAMENTO............................................................................................................................. 62
8.2. FINANCIAMENTO ........................................................................................................................... 65
8.3. GESTÃO DE PESSOAS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE .................................................................... 69
8.4. OUVIDORIA .................................................................................................................................... 73
8.5. COMUNICAÇÃO EM SAÚDE ......................................................................................................... 73
8.6. INFRAESTRUTURA DE APOIO LOGÍSTICA ............................................................................... 74
8.6.1. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................................................ 74
8.6.2. OS SISTEMAS DE TRANSPORTE EM SAÚDE ..................................................................... 76
8.7. PARTICIPAÇÃO SOCIAL ................................................................................................................ 77
9. DIRETRIZES DO PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE....................................................................... 80
ATENÇÃO BÁSICA COMO PROMOÇÃO À CIDADANIA ....................................................................81
UBERLÂNDIA SORRIDENTE ...................................................................................................................83
ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E POLÍTICAS ESTRATÉGICAS EM SAÚDE ........................................84
ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA E HOSPITALAR ...................................................87
VIGILÂNCIA E PROTEÇÃO EM SAÚDE ................................................................................................89
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA, GESTÃO, INOVAÇÃO E LOGÍSITCA EM SAÚDE....................91
MODELO DE GESTÃO ............................................................................................................................94
DESAFIOS ...................................................................................................................................................96
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 98
APRESENTAÇÃO
O Plano Municipal de Saúde aqui apresentado é produto de uma construção democrática e
participativa, que mobilizou diferentes segmentos da gestão, do trabalho e dos usuários do SUS
Uberlândia, comprometidos com a superação dos limites históricos e dos desafios que produzem
desigualdades sociais e iniquidades na atenção à saúde em nosso município.
Este Plano orientará a gestão municipal no quadriênio 2014-2017, na consolidação de uma
Política Municipal de Saúde com foco nas pessoas, buscando a satisfação dos usuários e suas
necessidades de saúde e a melhoria de sua qualidade de vida. Esta política promoverá o acesso com
qualidade e em tempo oportuno às ações e serviços de saúde, visando o fortalecimento do Sistema
Único de Saúde (SUS) no município de Uberlândia.
Nessa direção, o desafio colocado para o gestor Municipal do SUS consiste em propor por meio
deste instrumento, uma política transversal, integrada e intersetorial, que faça dialogar as diversas
áreas do setor sanitário, os outros demais setores do Governo, os setores privado e não governamental
e a sociedade, compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da
população em que todos sejam partícipes no cuidado com a saúde.
Propomos a construção de uma Rede de Atenção à Saúde nos territórios sanitários que identifica
a necessidade de saúde da população e presta assistência contínua e integral, por meio dos projetos e
programas preconizados pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais,
fortalecendo os pontos de atenção dessa rede. O fortalecimento da Atenção Básica, por meio de ações,
busca resultados concretos na melhoria dos indicadores de saúde, na qualidade e na resolubilidade da
assistência em saúde.
O presente Plano aborda a análise situacional do município, o processo de criação da
FUNDASUS, o processo de regionalização, as condições de saúde, a vigilância em saúde, a análise da
gestão em saúde, as diretrizes, os indicadores e as metas a serem alcançados que contribuirão para que
o objetivo de aprimoramento e fortalecimento do SUS em nosso município seja atingido.
O processo de elaboração do Plano Municipal de Saúde 2014-2017 contemplou ampla discussão
técnica e política sobre prioridades e desafios assegurando o diálogo e respeitando a participação
social. A construção desta proposta do PMS constitui, então, o eixo norteador da Secretaria Municipal
de Saúde, no qual expressa as políticas e os compromissos assumidos no período de quatro anos.
Configura-se como ferramenta para a execução, monitoramento, avaliação e gestão do sistema de
saúde, visando o acesso universal, de qualidade, em tempo oportuno, contribuindo para a melhoria das
condições de saúde, para a redução das iniquidades e para a promoção da qualidade de vida da
população.
Almir Fernando Loureiro Fontes
Secretário Municipal de Saúde
9
1. ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO
1.1. CARACTERIZAÇÃO
O município de Uberlândia foi fundado em 31 de agosto de 1.888. Está localizado no
Estado de Minas Gerais, na Região Ampliada de Saúde do Triângulo Norte. Uberlândia
possui 4 distritos (Cruzeiro dos Peixotos, Martinésia, Miraporanga e Tapuirama) e subdividese em 5 setores sanitários: Norte, Sul, Oeste, Leste e Central.
1.2. EXTENSÃO E ÁREA DO MUNICÍPIO
Uberlândia possui uma extensão territorial de aproximadamente 4.115,82 Km², sendo
que a área de maior extensão é a rural, com cerca de 3.896,82 Km², correspondendo a 94,67%
da extensão do município. A área urbana, por sua vez, possui cerca de 219 Km², equivalente a
5,23% da área total do município.
1.3. DISTÂNCIA ENTRE OS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES
O município de Uberlândia tem como municípios limítrofes: Araguari (37,7 Km),
Indianópolis (62,3 Km), Monte Alegre de Minas (70,4 Km), Prata (84,5 Km), Tupaciguara
(70,1Km), Uberaba (105 km) e Veríssimo (145 km).
1.4. MALHA RODOVIÁRIA
Uberlândia é servida por 4 rodovias federais importantes para as regiões Sudeste,
Centro-Oeste e Norte. Essa condição permite que a cidade seja considerada ponto de
passagem e de contato para os diversos centros comerciais e consumidores do país. São
elas:
 BR-050: Tem início em Brasília (DF) chegando até a cidade de Santos (SP). É uma
rodovia que apresenta grande circulação de veículos, ligando a capital do país à maior
metrópole brasileira, São Paulo.
 BR-365: Rodovia federal que faz a ligação entre as regiões Nordeste e Centro-oeste.
Essa rodovia liga Uberlândia a Montes Claros.
 BR-455: Tem seu início em Uberlândia e termina na cidade de Planura (MG), onde
inicia a BR-364.
 BR-497: Rodovia que liga as cidades de Uberlândia e Carneirinho (MG).
Além da malha rodoviária, o município conta com uma estrada de ferro administrada pela
Ferrovia Centro- Atlântica, que corta o Triângulo Mineiro interligando o Estado de São Paulo
ao Estado de Goiás, na direção norte-sul.
10
1.5. POPULAÇÃO
A população de Uberlândia em 2010, segundo dados do IBGE, correspondia a 604.013
habitantes, sendo que desse total, 2,77% residem na zona rural, correspondente a 16.745
habitantes. Conforme a Figura 1 abaixo, atualmente, o município está subdivido em 4 distritos
(Cruzeiro dos Peixotos (24 km), Martinésia (32 km), Miraporanga (50 km) e Tapuirama (38
km)) e 5 setores sanitários, conforme mencionado no item 1.1 deste Plano.
É importante ressaltar que a população considerada neste PMS se refere ao ano de
2010, a última registrada e divulgada pelo IBGE até a data de elaboração deste documento.
11
Figura 1: População segundo setores sanitários 2010
12
1.6. DENSIDADE DEMOGRÁFICA
A estimativa da população para 2013, segundo o IBGE é de 646.673 habitantes, 7,06% a mais
que no ano de 2010. Na tabela 1 verificam-se as características de cor/raça da população residente.
Tabela 1 - Porcentagem populacional segundo cor/raça:
COR/RAÇA
PORCENTAGEM
Branca
Negra
Parda
Amarela
Indígena
Total
55.8%
8.4%
34.5%
1.1%
0.2%
100%
Fonte: IBGE – 2010.
1.6.1. ESTRUTURA ETÁRIA
Observando a estrutura etária de Uberlândia de 2000 e 2010, percebe-se alterações típicas do
processo de transição demográfica, caracterizada pelo envelhecimento populacional.
Os gráficos 1 e 2 mostram a distribuição da população em 2000 e 2010, estratificada por
idade e sexo. No gráfico 2, que se refere ao ano de 2010 observa-se uma redução em sua base,
reflexo da diminuição da natalidade e o gradativo aumento da população intermediária e idosa,
sendo que entre esses se verifica o aumento da proporção de pessoas do sexo feminino, em razão
da menor mortalidade entre as mulheres.
A transição demográfica em curso tem forte impacto sobre as demandas sociais, entre as
quais, os serviços de saúde diferenciados, cujo conhecimento é fundamental para o planejamento
da atenção e da promoção da saúde, pois, o efeito dessas mudanças ocorre com o aumento
relevante das doenças não transmissíveis, sobretudo as crônico-degenerativas.
Gráfico 1: Estratificação Populacional, 2000.
Fonte: IBGE 2000
Gráfico 2: Estratificação Populacional, 2010.
Fonte: IBGE 2010
13
1.6.2. HABITANTES POR Km²
De acordo com os dados da Tabela 2 abaixo, houve um acréscimo de 473,4 pessoas por km²
na área urbana e na área rural o acréscimo foi de 1,2 pessoas por Km² entre o período de 2000 a
2010.
Tabela 2 - Densidade demográfica segundo área, superfície e número de habitantes por km².
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
Habitantes/Km²
Área
Superfície Km²
2000
2010
Urbana
219
2.232,8
2.706,2
Rural
3.896
3,1
4,3
TOTAL
4.115
121,7
146,7
Fonte: IBGE – 2000/2010.
1.6.3. CRESCIMENTO POPULACIONAL
Segundo o censo de 2010, a população na área urbana do município é de 587.267 habitantes,
comparando com a população de 2000 que foi de 488.982 habitantes, o crescimento populacional
foi de 20,1% em 2010, ou seja, 98.285 habitantes na área urbana. Na área rural, a porcentagem de
crescimento foi de 36,9% resultando num aumento de 4.513 habitantes em 2010, conforme dados
da Tabela 3.
Tabela 3 - Crescimento da População em Uberlândia de 2000 a 2010
CRESCIMENTO POPULACIONAL EM 10 ANOS
Área
2000
2010
(%)
Urbana
488.982
587.267
20,1%
Rural
12.232
16.745
36,9%
TOTAL
501.214
604.013
20,5%
Fonte: IBGE − 2000/2010.
1.6.4. CRESCIMENTO URBANO
No Brasil, entre as décadas de 1940 e 1980 observou-se um dos maiores movimentos
migratórios de sua história. Pressionadas pela expansão das fronteiras agrícolas e pela
14
mecanização das lavouras, milhares de famílias deixaram o campo em direção às cidades em
busca de oportunidades de emprego. No Brasil, como na maioria dos países subdesenvolvidos,
bastaram poucas décadas para as cidades alcançarem cifras de centenas de milhares, e até milhões
de habitantes. Este crescimento acelerado da população urbana tem causado problemas na
infraestrutura de algumas cidades cuja velocidade de crescimento e transformação ultrapassa sua
capacidade de reorganização.
Apesar do crescimento das cidades ser um fenômeno mundial, ele apresenta-se cada vez
mais como um dos principais desafios às equipes de planejamento que lutam para garantir que o
crescimento não signifique queda da qualidade dos serviços públicos ofertados à população.
No Brasil, embora o movimento de êxodo rural tenha diminuído a partir da década de 1990,
novos movimentos migratórios como a migração intermunicipal foram identificados por
pesquisadores como Carvalho (1985), Martine (1984) e Rigotti (1999) apud (CUNHA, 2005). Tais
movimentos combinados com o crescimento vegetativo têm provocado o crescimento de algumas
cidades para índices muito maiores que os padrões observados nacionalmente.
O rápido crescimento populacional das cidades, sobretudo as cidades médias tem como
consequência imediata a pressão por moradia. Esta pressão se manifesta especialmente no
adensamento de áreas urbanizadas, e no crescimento da malha urbana rumo à periferia, o que
ocorre através da implantação de novos loteamentos e a construção de conjuntos habitacionais.
(ANDRADE e SERRA, 1998).
Muito já foi discutido sobre os impactos que este crescimento e adensamento urbano
provocam sobre a infraestrutura das cidades, principalmente quando nos referimos às redes de
transporte, ao tamanho das vias e sistemas de abastecimento de água, à coleta de esgoto e
drenagem pluvial, considerados ainda os principais elementos a serem analisados nas etapas de
planejamento urbano.
Entretanto, o crescimento urbano gera consequências a um conjunto bem maior de serviços
amplamente utilizados pela população, entre eles a necessidade da ampliação das redes de
atendimento social muitas vezes proposta nas etapas de planejamento urbano como serviços saúde,
educação e lazer.
Na proposta de trabalho para a 1ª Conferência Nacional em Saúde Ambiental, podemos
verificar a seguinte afirmação:
Em relação ao Brasil, país que apresenta ampla diversidade ambiental, cultural,
étnica e fortes contrastes econômicos, as situações de saúde e suas relações com o
15
meio ambiente devem ser analisadas a partir de seus territórios, considerando as
características das populações e os possíveis cenários de desenvolvimento, sejam
eles na cidade, no campo ou na floresta. A busca de soluções para este quadro
diversificado requer a formulação e gestão de políticas públicas interdisciplinares,
integradas, intersetoriais, participativas e territorializadas (BRASIL. Ministério
da Saúde, 2010).
Com base nesse documento, os órgãos gestores devem articular-se na busca de um
planejamento mais assertivo que contemple as necessidades da população, observando seu perfil e
diversidade.
Neste sentido o planejamento de serviços de apoio social como educação, lazer e saúde são
muitas vezes analisados tardiamente, em fases posteriores do planejamento obrigando os
profissionais das áreas de educação e saúde a adaptar seus planos às estruturas em implantação ou
já implantadas. Tais adaptações normalmente requerem novas intervenções que, além de deixar a
população instalada com serviços muitas vezes deficientes, exigem recursos nem sempre
disponíveis pelo poder público, sobretudo por não terem sido mensuradas nas fases de
planejamento.
O município de Uberlândia é um exemplo de pólo regional de atração migratória
apresentando nas últimas décadas um dos maiores índices de crescimento populacional do Estado
de Minas Gerais. Além do registro da maior taxa de crescimento (Cf. Tabela 3) entre os
municípios da região, Uberlândia deteve também o maior crescimento absoluto de população no
período, registrando aumento de aproximadamente 102.799 mil habitantes em apenas 10 anos o
que classifica a cidade como a segunda maior do estado em crescimento populacional, atrás
apenas da capital Belo Horizonte.
Consequência direta deste crescimento foi o aumento da pressão por habitação que gerou
além do adensamento populacional das áreas já urbanizadas, a rápida expansão da malha urbana
da cidade principalmente em direção às regiões sul e oeste, aumentando consideravelmente nessas
regiões a necessidade de ampliação e qualificação de serviços de saúde, entre outros.
Com o lançamento do Programa Federal de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007
somado ao Programa Minha Casa Minha Vida lançado também pelo Governo Federal no ano de
2009 e, ainda, aos incentivos feitos ao ramo da construção civil nos últimos anos, observa-se o
crescimento considerável da malha urbana uberlandense.
Em relação aos serviços de atendimento em saúde, além do redimensionamento da
capacidade de atendimento nas regiões já urbanizadas, eles requerem a construção de novos
16
equipamentos públicos nas novas áreas.
Neste sentido, é importante que a implantação de serviços como saúde, educação e lazer
sejam incluídos efetivamente aos processos discutidos e mensurados durante as fases de
planejamento de maneira a se evitar que a implantação destes serviços seja feita somente depois
que a área já tenha sido urbanizada e ocupada.
Pensar no território requer pensar também nos diferentes interesses e relações de poder.
Por um lado temos uma população que sofre com o déficit habitacional, de outro, temos o poder
público que procura cumprir com suas responsabilidades sociais e o capital privado interessado
em lucrar com as vantagens que a economia oferece.
O documento gerado na 13ª Conferencia Nacional de Saúde Brasileira traz importantes
diretrizes que contribuem para essa discussão. O Eixo II artigo 47 coloca que:
O Ministério da Saúde deve com urgência mapear os empreendimentos previstos
pelo PAC nos territórios de intervenção e indicar situações de risco e
vulnerabilidades sociais, ambientais, institucionais e de conhecimento,
promovendo estratégias e ações para sua superação, garantindo a estrutura, nos
três níveis de governo, para atender integralmente a saúde dos trabalhadores e das
populações que sofram o impacto desses empreendimentos produtivos ou dessas
obras de infraestrutura (BRASIL. Ministério da Saúde, 2008, p. 136).
Uma forma de buscar minimizar o problema foi apontada com a aprovação da Lei
Complementar Municipal nº 506 de 2009 que dispõe ao poder público municipal a possibilidade
de exigir dos empreendedores de novos loteamentos a implantação total ou parcial dos
equipamentos sociais que atendam adequadamente a demanda da população que futuramente
ocupará estas áreas, desonerando o poder público municipal dos custos de construção destes
equipamentos e garantindo que os novos loteamentos sejam entregues não só com a chamada
infraestrutura básica, mas com os equipamentos assistenciais já implantados, principalmente no
que concerne à educação e saúde, cabendo ao poder público fazer valer a referida Lei.
No setor saúde, no que diz respeito ao planejamento para implantação de novas Equipes de
Saúde da Família, uma medida que consideramos necessária é a previsão de novos loteamentos e a
estimativa da nova população residente. Neste caso, não é suficiente seguir o número de
população cadastrada no Sistema de Informação da Atenção Básica, é fundamental fazer o
levantamento dos novos empreendimentos, da nova população e a previsão de entrega dos novos
loteamentos. Necessário ainda mapear e registrar esse crescimento para que essa estimativa seja
contemplada na Programação Anual de Saúde do Município, para que assim, possam ser feitas as
análises orçamentárias e estruturais necessárias à implantação dos equipamentos públicos de
17
saúde.
1.6.5. ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO, PROPORÇÃO DE IDOSOS NA
POPULAÇÃO E RAZÃO DE DEPENDÊNCIA.
O índice de envelhecimento de uma população representa o número de pessoas com idade
de 601 anos ou mais em relação a cada 100 pessoas menores de 15 anos, enquanto a proporção de
pessoas idosas na população representa o número de pessoas com 60 anos ou mais de idade em
relação ao total da população. Ambos vêm apresentando tendências ascendentes, refletindo o
ritmo de crescimento da população idosa em Uberlândia, conforme apresentado na Tabela 4.
A razão de dependência representa a proporção do segmento etário da população definido
como economicamente dependente, os menores de 15 anos e os de 60 ou mais anos de idade, e o
segmento etário potencialmente produtivo, entre 15 e 59 anos de idade. Conforme quadro abaixo,
observa-se gradativo declínio da razão de dependência, que está relacionado ao processo de
transição demográfica.
Tabela 4 - População por faixa etária, Índice de Envelhecimento, Proporção de Idosos na
População, Razão de Dependência de Uberlândia nos anos de 2009 e 2010.
FAIXA ETÁRIA
2009
2010
Menor 15 anos
141.655
125.589
15 a 59 anos
434.853
416.750
60 anos e mais
57.841
61.674
Total da População
487.218
604.013
Índice de Envelhecimento
40,8
49.1
Proporção de Idosos na População
9,1
10.2
Razão de Dependência
45,9
44.5
Fonte: IBGE - Estratificação populacional por idade e sexo pelo MS/SE/DATASUS - 2010.
1.6.6. EXPECTATIVA DE VIDA
A expectativa de vida do brasileiro aumentou quase 4 anos em uma década e chegou ao
patamar de 74 anos e 29 dias no ano de 2012, segundo os dados de mortalidade 2011 divulgadas
pelo IBGE. Essa maior longevidade da nação, revelada pelo Instituto, não foi diferente em
1
É comum que, para o cálculo deste indicador, sejam consideradas idosas as pessoas de 65 e mais anos. No entanto, para
manter a coerência com os demais indicadores e para a Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994),
utiliza-se aqui o parâmetro de 60 e mais anos.
18
Uberlândia e a representatividade de pessoas com 75 anos ou mais aumentou de 1,68% para
2,57% na composição da população local no mesmo período.
Segundo o IBGE a expectativa de vida entre as mulheres aumentou de 77,4 anos para 77,7
anos, crescimento inferior ao obtido entre os homens.
Em relação ao ano 2000, o aumento na expectativa de vida foi maior entre os homens,
mesmo com as mulheres ainda vivendo consideravelmente mais. O ganho em mais de uma década
na esperança de vida ao nascer foi de 3,8 anos para o sexo masculino e de 3,4 anos para o sexo
feminino. (IBGE 2011).
1.7. EDUCAÇÃO
1.7.1. REDE DE ENSINO
Segundo os dados abaixo, no ano de 2011 em Uberlândia, o número de escolas municipais
era de 107, sendo que passaram pela Educação Infantil 13.835 alunos, no Ensino Fundamental
35.413 alunos e no Ensino Especial 1.318 alunos.
O município possui ainda 68 escolas estaduais, 03 federais e 136 escolas particulares. Na
Educação Infantil, a rede particular teve a frequência de 6.975 alunos. Já no Ensino Fundamental,
31.687 alunos frequentaram escolas estaduais, 676 em escolas federais e 11.174 nas escolas da
rede particular. Quanto ao Ensino Médio, a oferta é maior nas escolas estaduais, sendo que
somente em 2011 essas escolas atenderam 20.5877 alunos. (BDI-2012)
A partir dos dados do Banco de Dados Integrado (BDI) do município de Uberlândia, é
possível destacar algumas escolas municipais que participaram do Ensino de Jovens e Adultos
(EJA), contando com 1.963 alunos. A Educação de Jovens e Adultos tem como objetivo promover
a escolarização daqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de concluir o ensino
fundamental e ensino médio na idade apropriada. Em Uberlândia a maior oferta está na rede
estadual (6.809 alunos) e em seguida da rede municipal.
Tabela 5 - Rede de ensino em Uberlândia em 2011
Municipal
107
REDE DE ENSINO EM UBERLÂNDIA / ESCOLAS
Estadual
Federal
68
3
Particular
136
Fonte: Banco de Dados Integrado do Município de Uberlândia – 2012.
19
Tabela 6 - Capacidade Geral da Rede de Ensino em Uberlândia segundo Modalidade e número de
alunos.
QUANTIDADE DE ALUNOS POR MODALIDADE DE ENSINO E TIPO DE ESCOLA
Modalidade
Municipal
Alunos
Estadual
Educação Infantil
13.835
0
Ensino Fundamental
35.413
31.687
Ensino Médio
0
20.577
Ensino Especial
1.318
552
Jovens e Adultos
1.963
6.809
Profissional
0
258
Total de alunos
52.529
59.883
Fonte: Banco de Dados Integrado do Município de Uberlândia - 2012.
Federal
Particular
150
676
631
18
59
502
2036
6.975
11.174
8.572
243
1.092
4.008
32.064
Em relação ao Ensino Rural no ano de 2011, contávamos com 13 escolas rurais e com um
total de 3.745 alunos, sendo 224 alunos no Ensino Infantil, 3.329 no Ensino Fundamental e 129
alunos no Ensino de Jovens e Adultos.
Tabela 7 - Número de alunos no ensino rural segundo modalidade de ensino.
Ano
Nº de
Escolas
Ensino
Infantil
Ensino
Fundamental
2007
13
155
4.664
Ensino de
Jovens e
Adultos
217
2008
13
223
3.694
244
4.161
2009
13
207
3.419
207
3.833
2010
12
171
3.361
168
3.712
2011
13
224
3.329
129
3.745
TOTAL
5.036
Fonte: Secretaria Municipal de Educação – 2012.
1.7.2. TAXA DE ANALFABETISMO
Uberlândia tem aproximadamente 17,9 mil pessoas analfabetas, segundo o Censo 2010 do
IBGE. Dos 478.424 habitantes com mais de 15 anos, 3,8% (17.924) não sabem ler e escrever. O
índice de analfabetismo em Uberlândia é inferior à meta de 6,7% preconizada pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) para 2015.
20
De acordo com o IBGE 2010, entre a população com mais de 15 anos de idade, que é o
recorte de faixa etária considerada ideal pelos especialistas para analisar a taxa de analfabetismo,
9,6% da população declarou-se analfabeta no país, maior que a taxa verificada em Minas Gerais,
de 7,66% no mesmo período.
Já em Uberlândia, segundo o mesmo instituto, o número de analfabetos é de 18.660
pessoas e o índice de analfabetismo é de 5,04%, abaixo dos índices estadual e nacional. Vale
ressaltar que houve um aumento no contingente populacional de Uberlândia na faixa etária de 15
anos ou mais de acordo com o referido censo. Segundo especialistas em análises demográficas e
em dados sobre educação, a comparação entre os dados do censo de 2010 com o censo de 2000
não deve ser realizada, porque houve aumento no contingente populacional de Uberlândia na faixa
etária de 15 anos ou mais neste período de 10 anos. Em 2000, eram 370.152 nessa faixa etária, já
em 2010, eram 478.424 pessoas apontadas no censo com mais de 15 anos. (BDI-2012)
1.8. RENDA
Com uma renda média mensal per capita de R$ 865,00, o município de Uberlândia está em
4º lugar do ranking estadual. Os dados apresentados pelo IBGE, referentes ao Censo 2010,
apontam que a média uberlandense é 35% superior à média estadual (R$ 641,00) e 30% maior que
a média nacional (R$ 668,00).
No Censo de 2000, a renda média per capita de Uberlândia era de R$ 924,18. Levando em
consideração o salário mínimo de R$ 136,00 no início da década, os uberlandenses recebiam em
média 6,8 salários mínimos.
Em 2010, com o salário mínimo correspondente a R$ 510,00 a renda média de Uberlândia
corresponde a 1,7 salários mínimos. O estudo do IBGE também mostra as diferenças das rendas
médias mensais entre os sexos, cor ou raça. No comparativo entre os sexos, leva-se em
consideração a renda média mensal das pessoas maiores de 10 anos residentes em domicílios
particulares permanentes. Os homens ganham 51,2% a mais que as mulheres. Em média, a renda
mensal masculina é de R$ 1.652,00 enquanto a feminina é de R$ 1.092,00. No estado mineiro, os
homens recebem 44% a mais que as mulheres, em torno de R$ 1.282,00 para homens e R$ 891,00
para mulheres.
1.9. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Uberlândia aumentou de
0,702 em 2000, para 0,789 em 2010, e apresenta taxa maior que a de Minas Gerais e a do Brasil,
que registram 0,731 e 0,727, respectivamente. O aumento de 12,39% em 10 anos fez a cidade se
21
manter com alto desenvolvimento humano e subir da 4ª para a 3ª colocação de melhor Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Estado, atrás de Nova Lima (0,813) e Belo
Horizonte (0,810). No ranking nacional, Uberlândia ganhou 45 posições, passando da 116ª para a
71ª posição. Os dados são da pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e da Fundação João Pinheiro
(FJP).
1.10. HABITAÇÃO
De acordo com censo do IBGE 2010, a quantidade de domicílios próprios em Uberlândia é
de 122.314 imóveis. Esse número representa 62,6% de pessoas que são proprietárias dos seus
imóveis. Também é importante destacar que a situação de habitações que possuem infraestrutura
completa (água, luz e esgoto) está no patamar superior a 96%.
1.11. ESTRUTURA SANITÁRIA.
Em relação ao saneamento básico Uberlândia conta com 100% de água tratada e 99% de
tratamento de esgoto no perímetro urbano. De acordo com dados do Departamento Municipal de
Água e Esgoto – DMAE, cerca de 6.288 moradores de Uberlândia ainda não têm acesso à rede de
esgoto. O número representa menos de 1% da população total da cidade.
1.12. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA REDE MUNICIPAL DE SAÚDE E
SERVIÇOS.
O Modelo de Atenção é um sistema lógico que organiza o funcionamento das Redes de
Atenção à Saúde, articulando, de forma singular, as relações entre os componentes da rede e as
intervenções sanitárias. Em Uberlândia as ações são definidas em função da análise situacional
considerando os perfis demográficos, epidemiológicos e os determinantes sociais da saúde. Ao se
reconhecer as características das condições de saúde e as condições sociais dos usuários, a
singularidade do cuidado prestado precisa estar organizada para responder de forma qualificada
aos problemas identificados. Para isso, é necessário o fortalecimento de estratégias de cuidado que
integre todas as esferas de atenção. A Secretaria Municipal de Uberlândia possui uma rede pública
de serviços assistenciais abrangente do ponto de vista geográfico, com atuação significativa no
coletivo e no individual, no preventivo e no curativo, apresentando ações de serviços públicos em
todos os níveis de complexidade.
As ações do Sistema Único de Saúde no município são predominantemente realizadas pelos
pontos de atenção da Rede Municipal de Saúde, que busca em suas estratégias a Atenção Básica
22
como ordenadora desta Rede. O cidadão é atendido por meio da divisão de áreas de abrangência
com responsabilidade definida por unidade de saúde.
As unidades estão regionalizadas em setores sanitários (Centro, Leste, Norte, Oeste e Sul) e
possuem no total 48 Equipes de Saúde da Família (ESF) distribuídas em 44 Unidades Básicas de
Saúde da Família (UBSFs) entre rurais e urbanas e mais 2 Unidades de Apoio à Saúde na zona
rural. Com este número de ESF tem-se uma cobertura populacional assistida de 27%,
correspondente a cerca de 176.344 pessoas e 48.984 famílias. O município possui também 8
Unidades Básicas de Saúde (UBSs) convencionais, responsáveis pela cobertura de 26% da
população, assistindo aproximadamente 159.110 pessoas. (Sistemas de Informação - SMS)
Compondo o conjunto de equipamentos de saúde que integram os setores sanitários, estão as
8 Unidades de Atendimento Integrado (UAIs), responsáveis pela cobertura do atendimento de
38,42% da população.
Nas UBSFs, em sua maioria, são oferecidos os seguintes serviços de saúde: atendimento
ambulatorial nas áreas de Medicina de Família e Comunidade, Pediatria, Ginecologia,
Odontologia, Psicologia, Serviço Social e atendimento de enfermagem.
Os serviços prestados pelas UAIs são: pronto atendimento em Clínica Médica, Pediatria,
Traumatologia, atendimento ambulatorial de atenção primária de sua área de abrangência, assim
como o atendimento de várias especialidades tais como, Ortopedia e Traumatologia, Psiquiatria,
Urologia, Gastroenterologia, Otorrinolaringologia, Endocrinologia, Dermatologia, Cardiologia,
Angiologia,
Nefrologia,
Neurologia,
Fisioterapia,
Farmácia,
Odontologia,
Nutrição,
Fonoaudiologia e Serviço Social. Também são realizados exames de apoio diagnóstico de imagem
e laboratório, dentre outros. Existem, ainda, os leitos para observação, sala de emergência e sala
para pequenas intervenções cirúrgicas ambulatoriais.
Em janeiro de 2011 iniciou-se o atendimento no Hospital e Maternidade Municipal Dr.
Odelmo Leão Carneiro, integrando a Rede de Atenção à Saúde do município, sendo o acesso
regulado pela Central de Regulação Municipal. Atualmente este Hospital conta com 265 leitos,
com média de 1000 pacientes atendidos por mês e suas principais especialidades são: Clínica
Médica, Clínica Cirúrgica, Clínica Obstétrica, UTI (Adulto e Neonatal) e Cuidados
Intermediários.
O município conta, também, com 5 Centros de Atenção Psicossocial – CAPS (divididos em
CAPS adultos, CAPS AD e CAPS Infantil), 1 Centro de Convivência e Cultura e 4 outras
unidades de atendimento especializado: o Ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis e
23
AIDS, o Centro de Atenção ao Diabético do Tipo I, o Ambulatório de Oftalmologia e o Centro de
Reabilitação Física.
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), também integra a
Rede de Atenção no Município. O HC é um hospital de referência macrorregional em serviços de
alta densidade tecnológica, desenvolvendo ainda, ações de média densidade tecnológica e outras
em atenção básica. Mantém atendimento de urgência/emergência 24 horas em pronto-socorro. O
Hospital de Clínicas conta atualmente com 526 leitos, disponibilizando 100% de sua capacidade
de leitos hospitalares, serviços ambulatoriais e de pronto socorro para o SUS.
Importante ressaltar a Vigilância em Saúde do município de Uberlândia que busca organizar
suas ações de maneira integrada com a Rede de Assistência, com ênfase na Atenção Básica de
forma a atuar no âmbito de proteção contra danos, riscos, agravos e determinantes dos problemas
de saúde que afetam a população. Na formulação destas ações, visa promover a prevenção e
intervenção adequadas considerando os níveis de complexidade que cada ação demanda e engloba
de Promoção à Saúde, Vigilâncias Epidemiológica, Sanitária e Ambiental.
Abaixo segue o mapa com a composição da Rede Municipal em Saúde de Uberlândia.
24
Figura 2 - Rede de Atenção à Saúde de Uberlândia
25
Completam a Rede de Atenção os hospitais privados contratados, onde são realizadas
cirurgias cardíacas, cirurgia geral e em trauma-ortopedia, internações clínicas e UTI. Atualmente
são os seguintes serviços privados contratados no Município:

Hospitais: Hospital Santa Catarina, Hospital Santa Marta, Clinica Infantil Dom Bosco;

Clínicas de diálise: Instituto de Nefrologia, Instituto do Rim e Nefrologia do Triângulo;

Clínicas de exames de alta densidade tecnológica: Centro de Tratamento Cálculo Renal -
CTCR, Centro de Medicina Nuclear – CEMEN; Clínicas Oftalmológicas: ISO OLHOS - Instituto
de Saúde Ocular, Hospital de Olhos do Brasil Central - HOBC, Oftalmo Clínica;

Laboratórios de análise clínica e anatomia patológica: Laboratório Central, Laboratório de
Patologia Clínica Eduardo Maurício, Laboratório de Anátomo Patologia Vichow, DIU e CHEKUP;

Laboratórios de Histoimunocompatibilidade (transplante renal e medula óssea): LITU e
Biogenetics;

Clínicas de fisioterapia, saúde mental e outros: Consultórios Reunidos de Ortopedia,
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, Associação de Assistência a Criança
Deficiente – AACD, Clinica Jesus de Nazaré e Medcor.
2 - RECURSOS HUMANOS
Conforme Tabela 8, nota-se que dos 8.034 profissionais que prestam serviços para o município na área da
saúde, 32,97% possuem vínculo do tipo emprego público; 24,55% têm vínculo estatutário; 11,52% não
possuem categoria específica; 3,01% com vinculação celetista; 0,60% contratados por tempo determinado e
0,21% cargos comissionados.
Tabela 8: Quantidade de profissionais por vínculo empregatício
TIPO
Cargo comissionado
Celetista
Contrato por prazo determinado
Emprego público
Estatutário
Sem tipo
Autônomos
Total
QUANTIDADE
17
242
49
2.649
1.973
926
2.178
8034
Fonte: CNES - 2013.
26
Em relação às demais categorias, 27,1% dos profissionais são autônomos. Nesta última
categoria incluíam os profissionais em que suas contratações foram mediadas por um agente
contratante e não pela própria instituição de saúde.
27
28
3. A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA FUNDASUS NA ORGANIZAÇÃO E
ESTRUTURAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS DO SUS EM UBERLÂNDIA
E SEU REFLEXO REGIONAL
O desenho da descentralização no Brasil impulsionou um duplo movimento de
democratização, representado pela transferência de competências e recursos à esfera local e pelo
compartilhamento decisório com a sociedade civil organizada. Como resultado, o conjunto de
atores formalmente habilitados a influenciar a formulação de estratégias, a elaboração de políticas
e programas e a gestão de ações e serviços de saúde foram significativamente ampliadas, assim
como foram institucionalizadas instâncias e processos de participação e negociação.
Quando se fez a análise (2012) da situação da atenção à saúde em Uberlândia e verificou-se
a existência de vários fatores relacionados às questões de organização do sistema local de saúde,
apontava como nó crítico a baixa capacidade de resposta da governança do modelo de atenção à
saúde vigente que fomentava a segmentação dos serviços prestados à população sem a
preocupação com a integração entre os mesmos.
 A fragmentação do processo de decisão;
 A pouca comunicabilidade entre as coordenações;
 A deficiência na integração e complementaridade intrassetorial;
 A relação intersetorial com baixa capacidade de integração e inter-relação com os resultados
institucionais;
 Pouco estímulo à participação popular;
 O baixo compromisso com a qualidade e racionalidade dos gastos.
O problema da pouca capacidade de governança pode estar associado, também, à deficiência na
transparência da Gestão e na ineficiência dos benefícios diretos da saúde à população dificultando
a participação popular e o controle social.
Um outro fator extremamente importante era a precarização nas relações de trabalho que se
encontrava fora do controle da gestão e dependia basicamente de três instituições privadas, as
Organizações Sociais (OS), além da pouca valorização dos servidores efetivos.
Nesse sentido é preciso considerar e compreender a importância de se qualificar o processo
de governança da saúde em Uberlândia, propiciando a integração do processo de decisão
melhorando a comunicação entre as coordenações e superando a fragmentação da organização
institucional, com impacto nos resultados institucionais na busca da eficácia, eficiência, qualidade
29
e maior controle social como parâmetros de sucesso da organização, utilizando dos indicadores
epidemiológicos, de gestão e ambientais para análise dos resultados propostos no plano de saúde.
Neste Governo, a gestão do trabalho adquiriu grande importância e relevância com a
implantação da Mesa Permanente de Negociação. Ao reconhecer que a saúde se faz com gente
(gestores, trabalhadores e profissionais de saúde), determinou que a gestão do trabalho em saúde
tivesse como foco a valorização do trabalhador da saúde e a qualidade dos serviços de saúde
prestados à população.
Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcançados pelo SUS nos últimos
anos, torna-se cada vez mais evidente a dificuldade em superar a intensa fragmentação das ações e
serviços de saúde e qualificar a gestão do cuidado no contexto atual.
O modelo de atenção à saúde vigente fundamentado nas ações curativas, centrado no
cuidado médico e estruturado com ações e serviços de saúde dimensionados a partir da oferta,
tem-se mostrado insuficiente para dar conta dos desafios sanitários atuais e, insustentável para os
enfrentamentos futuros.
Consequentemente, a organização da atenção e da gestão do SUS em Uberlândia ainda se
caracteriza por intensa fragmentação de serviços, programas, ações e práticas clínicas
demonstrado por:
 Lacunas assistenciais importantes;
 Financiamento público insuficiente, fragmentado e baixa eficiência no emprego dos recursos,
com redução da capacidade do sistema de prover integralidade da atenção à saúde;
 Configuração inadequada de modelos de atenção, marcada pela incoerência entre a oferta de
serviços e a necessidade de atenção, não conseguindo acompanhar a tendência de declínio dos
problemas agudos e de ascensão das condições crônicas;
 Fragilidade na gestão do trabalho com o grave problema de precarização e carência de
profissionais em número e alinhamento com a política pública; e,
 Pouca inserção da Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano dos serviços de atenção,
especialmente na Atenção Básica (AB).
Portanto diversos desafios, antigos e novos, compõem a fronteira de consolidação
institucional do SUS em Uberlândia, exigindo não só o aperfeiçoamento das competências
técnicas e gerenciais, mas também o enfrentamento de dilemas políticos estruturantes.
Assim na elaboração do programa de governo do prefeito Gilmar Machado recolheu-se
contribuições dos diversos segmentos que foram considerados como também os princípios que
30
regem este campo político, elementos do diagnóstico da realidade, uma avaliação das questões
estruturais que explicam o presente momento de inadequação do SUS a seus objetivos e por fim,
os compromissos, propostas e caminhos que doravante se estabelecem com a certeza de superação
desta realidade.
Portanto, em Uberlândia estão sendo adotadas medidas para que a gestão municipal do SUS
possa avançar na superação dos desafios hoje apresentados, como a relação com outras políticas
sociais, o acesso e a utilização de serviços especializados, a ampliação da equidade tanto no acesso
quanto na qualidade dos serviços, a regulação contratual e gerencial sobre o setor complementar, o
fortalecimento do controle social e a construção de bases consistentes de planejamento a partir das
necessidades da população, entre outros.
A complexidade é uma característica marcante na gestão dos serviços de saúde. Múltiplos
elementos compõem o sistema de saúde e os seus objetivos carregam contradições intrínsecas,
fazendo do seu equilíbrio um difícil exercício a exigir, muitas vezes, escolhas árduas entre a
eficiência ou a satisfação do usuário, qualidade ou ampliação do acesso. Uma diversidade de
forças e fatores atua sobre seus vários componentes, em uma rede de múltiplas relações que
terminam por imprimir à condução do sistema uma complexidade singular.
A gestão dos serviços de saúde exige bem mais que vontade política e senso comum - requer
uma sólida base de conhecimentos e permanente atualização. Nos últimos anos, em vários países,
os sistemas de saúde vêm sofrendo mudanças no modelo assistencial, de gestão e organizacional,
com avanços importantes.
Sejam quais forem as estratégias a serem adotadas, alguns desafios se apresentam como
prioridade considerando atual configuração institucional do SUS no município. Devem ser
buscadas ações consistentes que realmente sejam capazes de resolver os desafios e dilemas ora
apresentados.
Faz parte dos princípios do Programa de Governo para a Saúde:
1. O Modelo de Gestão é o SUS e está sendo organizado tendo como porta de entrada do sistema
de saúde a Atenção Primária, sem prejuízo da integralidade;
2. Promoção da Saúde: assegurando a interação com outros setores da administração e da
sociedade, promovendo o desenvolvimento de ambientes saudáveis, a democratização do
conhecimento e a regularidade dos serviços oferecidos na Rede de Atenção à Saúde;
31
3. A Gestão Municipal da Saúde é pública, colegiada, permanente, profissionalizada e dinâmica,
para que as ações estabelecidas gerem eficácia aos serviços, equidade na distribuição e
qualidade de vida à população;
4. A administração Municipal se responsabiliza pela saúde da população de Uberlândia
promovendo a resolução dos seus problemas sem prejuízo da solidariedade regional;
5. Incentivar transformações do processo de formação, geração de conhecimentos e prestação de
serviços à população, para abordagem integral do processo saúde-doença;
6. Implementar a política de educação permanente como estratégia de qualificação dos
trabalhadores da saúde no âmbito municipal e apoio à região.
Pontos importantes que estão sendo considerados na Gestão da Saúde em Uberlândia:
1. A gestão do SUS em Uberlândia está pautada por um processo democrático participativo;
2. A gestão está organizada em forma colegiada tendo como foco as decisões coletivas a serem
implementadas pelo gestor municipal;
3. Busca uma forma de participação dos movimentos populares que fará o diálogo entre a gestão
pública e a comunidade (população), independente para evitar o risco de cooptação pelo
poder público.
O projeto “SUS em Movimento” desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde já
representa o início da construção de um processo mais democratizante da participação popular,
oportunizando a construção de uma Uberlândia Educadora como um dos princípios do Programa
de Governo.
Para avançar nas respostas aos desafios apresentados foi criada e implantada a Fundação
Saúde do Município de Uberlândia – FUNDASUS prevista no Programa de Governo.
A FUNDASUS criada através da Lei nº 558 em 05 de março de 2013, como uma opção do
governo municipal de Uberlândia, tem como objetivos qualificar a gestão dos serviços de saúde
prestados à população por intermédio de sua rede de atenção à saúde, possibilitando que a
Secretaria Municipal de Saúde assuma, de fato, a gestão efetiva do Sistema Único de Saúde – SUS
em Uberlândia e diminuindo a precarização das relações de trabalho existente até então na rede de
atenção à saúde.
A FUNDASUS representa, portanto, um marco regulatório extremamente importante no
processo de gestão do SUS no município de Uberlândia. Ela dá o direcionamento da retomada da
gestão da Rede de Atenção à Saúde (RAS) para a gestão pública, qualidade e racionalidade aos
32
gastos públicos em saúde, organização e estruturação da RAS de acordo com a legislação do SUS
e para a aproximação do controle social. Exercer a gestão do SUS no âmbito municipal representa:
 Organizar e executar as ações de saúde no município.
 Planejar, organizar, controlar e avaliar os serviços de saúde públicos e privados.
 Executar os serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, vigilância
ambiental e saúde do trabalhador.
 Gerenciar a política de Recursos Humanos.
 Gerenciar a política de financiamento em âmbito local.
 Ampliar e consolidar a participação da população no sentido de efetivar e qualificar o
controle social.
Portanto a FUNDASUS é uma ferramenta estratégia que veio com o objetivo de restabelecer
a responsabilidade do SUS com a população de Uberlândia. A relevância da gestão pública para a
vida das pessoas é absoluta e a saúde, uma questão central para o atual governo.
Está em elaboração no âmbito da FUNDASUS o seu Plano de Emprego, Carreira e Salários
(PECS) com intuito de estruturar a carreira dos seus trabalhadores e ter um instrumento de gestão
capaz de ser aplicável para a transformação das relações entre gestão e trabalhador. Este Plano
busca valorizar os profissionais e transformar a gestão do trabalho em saúde no município de
Uberlândia.
Com a responsabilidade da gestão da saúde ser reassumida pela Secretaria Municipal, pois a
FUNDASUS passa a gerenciar mais de 75% dos equipamentos de saúde, foi possível viabilizar o
“SUS em Movimento” que tem como um dos objetivos aproximar a gestão da comunidade,
facilitando a participação popular e com esta ação estratégica propiciar ao cidadão maior
conhecimento da gestão e dos Conselhos Locais, Distritais e Municipal de saúde e
consequentemente dar início ao processo de maior qualificação do controle social.
Portanto, foi estratégico eleger como uma das prioridades da gestão o enfrentamento da
questão da terceirização dos serviços da saúde em detrimento à organização da rede pública de
saúde, pois a FUNDASUS representa um marco regulatório extremamente importante no processo
de gestão do SUS no município de Uberlândia.
O modelo de atenção à saúde contempla a promoção à saúde, proteção à saúde, prevenção
de enfermidades e acidentes, assistência e reabilitação. Está sendo organizado a partir da Atenção
Básica (AB), como porta de entrada do sistema de saúde, média e alta complexidade e o
33
atendimento de urgência e emergência. A Atenção Básica está sendo organizada com base em
territórios sanitários tendo como unidades de produção as Unidades Básicas de Saúde da Família
(UBSFs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) incorporando a população do território rural,
integradas ao restante da rede, ou seja, média e alta complexidade e ações de vigilância em saúde.
É nesse sentido que foi criada a FUNDASUS como uma das estratégias no campo das
políticas públicas, comprometida com a garantia de oferecer acesso equânime ao conjunto de
ações e serviços de saúde, a organização do Sistema em rede possibilita a construção de vínculos
de solidariedade e cooperação. Nesse processo, o desenvolvimento da Rede de Atenção à Saúde é
reafirmado como estratégia de reestruturação do sistema de saúde, tanto no que se refere a sua
organização, quanto na qualidade e impacto da atenção prestada, e representa o acúmulo e o
aperfeiçoamento da política de saúde com aprofundamento de ações efetivas para a consolidação
do SUS como política pública voltada para a garantia de direitos constitucionais de cidadania.
No entanto, com a demanda crescente, com o envelhecimento da população, com a
variabilidade de condutas, a agregação crescente de novas tecnologias em saúde, sem o
proporcional aumento de receita e de fonte de financiamento para o setor Saúde, faz-se necessário
e urgente repensar a o modelo assistencial da forma que ele se apresenta ainda hoje, a gestão e a
organização do sistema de serviços de saúde em Uberlândia, tarefa política da Secretária
Municipal a ser operacionalizada pela FUNDASUS.
Para assegurar resolubilidade na rede de atenção não é preciso inventar uma nova roda, basta
aplicar os fundamentos estabelecidos na portaria do Ministério da Saúde nº 4.279 de 2010
adequando-os à realidade do setor saúde da população do município de Uberlândia e é isto que se
está fazendo por intermédio da FUNDASUS, ou seja:

Superar os desafios e avançar na qualificação da atenção e da gestão em saúde requer forte
decisão do gestor municipal do SUS em Uberlândia, enquanto protagonistas do processo
instituidor e organizador do sistema de saúde. Como descrito na Portaria nº 4.279 de 30 de
dezembro de 2010 do Ministério da Saúde, essa decisão envolve aspectos técnicos, éticos,
culturais, mas, principalmente, implica no cumprimento do pacto político cooperativo entre as
instâncias de gestão do Sistema, expresso por uma "associação fina da técnica e da política", para
garantir os investimentos e recursos necessários à mudança.

A organização da RAS exige a definição da região de saúde, que implica na definição dos seus
limites geográficos e sua população e no estabelecimento do rol de ações e serviços que serão
ofertados nesta região de saúde. As competências e responsabilidades dos pontos de atenção no
34
cuidado integral estão correlacionadas com abrangência de base populacional, acessibilidade e
escala para conformação de serviços.

Uma das soluções está, portanto, em inovar o processo de organização do sistema de saúde,
redirecionando suas ações e serviços no desenvolvimento da RAS para produzir impacto positivo
nos indicadores de saúde da população.

Inovar representa a elaboração de estratégias e desenvolvimento de ações voltadas para o
cumprimento dos princípios e diretrizes do SUS como os estabelecidos pela constituição e pelo
arcabouço jurídico do SUS. Não se pode ter medo de procurar novas alternativas que permitam
implementar esses princípios desde que sejam tratados com seriedade, responsabilidade e
compromisso social. É o mínimo que se exige de um governo coerente com a democratização do
poder, participação social e direito do cidadão.
Dessa forma foi fundamental repensar a gestão da saúde em Uberlândia com a criação e
implantação da FUNDASUS para o enfrentamento da questão da terceirização dos serviços da
saúde em detrimento da organização da gestão da rede pública. Ou seja:
O ponto de partida de todo plano ou programa de mudança pressupõe que a
realidade atual seja inaceitável. Essa insatisfação com o existente impõe para as
pessoas o compromisso de transformar o presente e convertê-lo em um futuro
melhor para todos (CORRÊA e SENA, 2009, p. 10).
3.1. FUNDASUS E OS EQUIPAMENTOS DE SAÚDE GERENCIADOS
A FUNDASUS é uma fundação pública dotada de personalidade jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob nº 18.286.498/0001-66, situada à Avenida Nicomedes Alves dos
Santos, nº 727, bairro Altamira, CEP 38400-170, sem fins lucrativos, de interesse coletivo e
utilidade pública, com autonomia gerencial, patrimonial, orçamentária e financeira; com quadro de
pessoal próprio e prazo de duração indeterminado.
Tem como responsabilidade a administração e gerenciamento da prestação de serviços
públicos de saúde em consonância com as diretrizes traçadas pela Secretaria Municipal de Saúde,
pelo Plano Municipal de Saúde, como também pelas diretrizes gerais do Sistema Único de Saúde;
podendo desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvimento científico e
tecnológico em saúde e a formação de pessoas na área da saúde, revertendo em benefícios da
qualidade da assistência que é ofertada à população.
Orientada pela sua finalidade, a FUNDASUS adota em seu estatuto os seguintes objetivos:
35
I – administrar e gerir unidades de atenção básica, ambulatorial, hospitalares, de pronto
atendimento, e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, no âmbito do SUS;
II – desenvolver e prestar serviços de ensino, pesquisa e extensão e à formação de pessoas no
campo da saúde, mediante as condições que forem fixadas em seu estatuto social, notadamente
estudos para a criação da Faculdade Municipal de Saúde;
III – apoiar a execução de planos estratégicos de ação desenvolvidos no âmbito do Sistema Único
de Saúde;
IV – gerar conhecimento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas no âmbito de atuação do
Sistema Único de Saúde;
V – prestar serviços de apoio ao processo de gestão da rede municipal de saúde, com
implementação de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e qualitativos
para o estabelecimento de metas, com especial atenção à humanização na prestação de serviços do
SUS;
VI – atuar de forma integrada com a rede regional de saúde, podendo firmar convênios, contratos,
pactos e atuar de forma consorciada, desde que compatíveis com o contrato organizativo de ação
pública de saúde, previsto no inciso II, do artigo 2º, do Decreto Federal nº 7.508, de 28 de junho
de 2011.
A Fundação iniciou suas atividades em agosto de 2013, para tanto foram realizadas
contratações de funcionários de várias áreas por meio de processo seletivo, com o intuito de
manter o atendimento à população e suprir a demanda da rede, que juntamente com a Secretaria
Municipal de Saúde gerencia os equipamentos de saúde dos setores Central, Norte, Leste, Oeste.
São eles:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
UAI Luizote
UAI Martins
UAI Morumbi
UAI Planalto
UAI Roosevelt
UAI Tibery
UBSF Aclimação
UBSF Alvorada
UBSF Bom Jesus I e II
UBSF Canaã I, II, III e IV
UBSF Cruzeiro dos Peixotos
UBSF Dom Almir
UBSF Ipanema I e II
27. UBSF São José
28. UBSF São Lucas.
29. UBSF Taiaman I e II
30. UBSF Tapuirama
31. UBS Brasil
32. UBS Custódio Pereira
33. UBS Dona Zulmira
34. UBS Guarani
35. UBS Nossa Sra. Das Graças
36. UBS Patrimônio
37. UBS Santa Rosa
38. UBS Tocantins
39. CAPS Oeste
36
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
UBSF Jardim Brasília I, II e III
UBSF Jardim Célia I e II
UBSF Jardim das Palmeiras I, II e III
UBSF Jardim Europa
UBSF Joana Darc
UBSF Mansour I e II
UBSF Maravilha
UBSF Maria Resende
UBSF Minas Gerais
UBSF Martinésia
UBSF Miraporanga
UBSF Morada Nova.
UBSF Morumbi I, II, III, IV e V
40. CAPS Norte
41. CAPS Leste
42. CAPS I
43. CAPS AD
44. Centro de Convivência e Cultura
45. Centro de Saúde Escola Jaraguá
46. Unidade de Apoio Sobradinho
47. Unidade de Apoio Tenda do Moreno
48. Centro de Atenção ao Diabético
49. Ambulatório de Oftalmologia
50. Ambulatório de Doenças Sexualmente
Transmissíveis e AIDS
51. Centro de Reabilitação Física
3.2. ÓRGÃOS DE DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
A FUNDASUS possui um Conselho Curador que é o órgão superior de direção, fiscalização
e controle da mesma. Tem caráter deliberativo, com mandato de dois anos, sendo permitida a
recondução dos seus membros. Este Conselho é composto pelos seguintes membros:
 01 membro - Secretário Municipal de Administração;
 01 membro indicado pelo Secretário Municipal de Governo;
 01 membro indicado pela Procuradoria-Geral do Município;
 01 membro indicado pelo Secretário Municipal de Saúde;
 01 membro eleito pelos servidores da FUNDASUS
 01 membro eleito pelos usuários do Sistema Único de Saúde do município de UberlândiaMG e ratificado pelo Conselho Municipal de Saúde.
Subordinada ao Conselho Curador, a Diretoria Executiva é o órgão responsável pela
administração da FUNDASUS. Ela é composta por quatro diretores, todos com mandato de quatro
anos sendo permitida a recondução de seus membros por igual período. A Diretoria Executiva é
composta de:
 01 Diretor Presidente;
 01 Diretor Administrativo;
 01 Diretor da Rede de Atenção à Saúde;
 01 Diretor de Formação e Qualificação de Pessoas.
Também faz parte da estrutura organizacional da FUNDASUS o Conselho Fiscal que é o
órgão de controle interno, responsável pela fiscalização da gerência econômico-financeira da
37
FUNDASUS. Este Conselho é formado por três membros titulares e suplentes, com mandato de
dois anos sendo permitida a recondução dos seus membros. A sua composição é:
 01 representante indicado pela Secretaria Municipal de Saúde;
 01 representante eleito pelos servidores da FUNDASUS;
 01 representante indicado pelo Conselho Municipal de Saúde.
Como órgão de assessoramento, aconselhamento e apoio às ações da FUNDASUS, o
Conselho Consultivo é integrado por 14 membros com seus respectivos suplentes, todos com
mandato de 02 anos sendo possível a recondução de seus membros por igual período. A
composição deste Conselho se dá por:
 01 representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho;
 01 representante da Secretaria Municipal de Educação;
 01 representante da Secretaria Municipal de Saúde;
 01 representante da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte;
 01 representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;
 01 representante da Secretaria Municipal de Cultura;
 01 representante dos prestadores de serviços de saúde;
 02 representantes dos profissionais de saúde;
 05 representantes dos usuários dos conselhos distritais de saúde eleitos pelos seus
respectivos conselhos.
4. O PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO
A regionalização da saúde, presente na Constituição Federal de 1988, como princípio
organizativo pressupõe a mobilização e participação ativa de todos os gestores envolvidos. Com o
Pacto pela Saúde de 2006, aprimorado pela regulamentação da Lei nº 8.080/1990 por meio do
decreto Presidencial nº 7.508/2011, bem como pela Lei Federal nº 12.466/2011 e Lei
Complementar nº 141/2012, a organização do processo de descentralização, através da
regionalização, ganha novos contornos ao estabelecer o pressuposto de gestão compartilhada da
rede de atenção para sua efetivação.
O planejamento regional integrado pressupõe que cada ente federado realize o seu
planejamento, por meio da participação do Conselho Municipal de Saúde, considerando as
especificidades do seu território para além dos limites territoriais das cidades; as necessidades de
saúde da população, que sempre serão expressas nos municípios, nunca no Estado ou na União; a
definição de prioridades, diretrizes, objetivos e metas a serem alcançadas mediante ações e
38
serviços programadas e definidas pelos conselhos municipais de saúde, a conformação,
modelagem e organização das redes de atenção à saúde, contribuindo para melhoria da qualidade
da resposta do SUS impactando na condição de saúde da população.
O Decreto nº 7.508 conceitua a Rede de Atenção à Saúde como um conjunto de ações e
serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a
integralidade da assistência à saúde. Direcionando para as nossas regiões de saúde
(Uberlândia/Araguari, Patrocínio/Monte Carmelo e Ituiutaba), é fundamental que o processo de
planejamento regional seja integrado, verificando as prioridades, a governabilidade (que é a
capacidade de obtenção de consensos sobre as estratégias ou a fraqueza diante da não obtenção
que originará a demanda a outra esfera pela decisão) e a responsabilização (prestação de contas – a
ser atribuída no COAP).
4.1. A REGIÃO AMPLIADA DE SAÚDE TRIÂNGULO DO NORTE
O Estado de Minas Gerais é subdivido em 13 Regiões Ampliadas de Saúde, compostas por
77 Regiões de Saúde. O município de Uberlândia está localizado na Região Ampliada de Saúde
Triângulo do Norte, com uma população de aproximadamente 1.190.043 habitantes (TCU 2011).
Entre as 13 Regiões Ampliadas de Saúde mineiras, a Região do Triângulo do Norte está na 6ª
posição entre as mais populosas, correspondendo a 6% do total da população do Estado. É
composta por 27 municípios e subdividida em 3 Regiões de Saúde: a Região de Ituiutaba,
composta por 09 municípios2 com cerca de 185.166 habitantes; a Região de Saúde
Uberlândia/Araguari, composta por 09 municípios3 com aproximadamente 820.693 habitantes e,
por fim, a Região de Saúde Patrocínio/Monte Carmelo, também composta por 09 municípios4 com
cerca de 184.184 habitantes. Abaixo seguem mapas (Figura 3 e 4) que apresenta as 13 Regiões
Ampliadas de Saúde e as 77 Regiões de Saúde de Minas Gerais.
2
Cachoeira Dourada, Campina Verde, Canápolis, Capinópolis, Centralina, Gurinhatã, Ipiaçu, Ituiutaba e Santa
Vitória.
3
Araguari, Araporã, Cascalho Rico, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Nova Ponte, Prata, Tupaciguara e
Uberlândia.
4
Abadia dos Dourados, Coromandel, Estrela do Sul, Grupiara, Iraí de Minas, Monte Carmelo, Patrocínio e Romaria.
39
Figura 3 - 13 Regiões Ampliadas de Saúde de Minas Gerais
Fonte: PDR/2012
Figura 4 - 77 Regiões de Saúde de Minas Gerais
Fonte: PDR/2012
40
Dos municípios que compõem a Região Ampliada de Saúde Triângulo do Norte, 16 deles
possuem menos de 15 mil habitantes, correspondendo a 59,25% do total das cidades desta Região
Ampliada de Saúde (TCU 2011). O município de Uberlândia é pólo da Região Ampliada de Saúde
e também da Região de Saúde Uberlândia/Araguari; o município de Ituiutaba é pólo da Região de
Saúde Ituiutaba; os municípios de Patrocínio e Monte Carmelo são pólos da Região de Saúde
Patrocínio/Monte Carmelo e o município de Araguari é pólo da Região de Saúde
Uberlândia/Araguari.
A população da Região Ampliada de Saúde Triângulo do Norte (1.190.043) é composta por
50,38% do sexo feminino e 49,62% do sexo masculino. Deste total, 6,43% são crianças menores
de 5 anos (76.537) e 11,52% compõem a população de idosos (137.068). (IBGE 2011).
A Região Ampliada Triângulo do Norte pertence à mesorregião geográfica do Triângulo
Mineiro e Alto Paranaíba, sua área total corresponde a 42.783,7 km2, com densidade demográfica
de 27,4 Hab/Km² (SES/MG). A população flutuante nesta macrorregião é expressiva, com
características distintas em cada Região de Saúde.
O mapa (Figura 5) a seguir representa a divisão territorial das regiões de saúde que
compõem a Região Ampliada Triângulo do Norte:
Figura 5 - Região Ampliada Triângulo do Norte
PATROCÍNIO/
MONTE CARMELO
ITUIUTABA
UBERLÂNDIA/ARAGUARI
Fonte: PDR 2011
41
A Rede de Atenção à Saúde da Região Ampliada Triângulo do Norte é composta por 2.067
estabelecimentos de saúde, destes 516 estabelecimentos de saúde que prestam atendimento ao
SUS cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Na Região
Ampliada Triângulo do Norte estão cadastradas 197 Unidades Básicas de Saúde, 167 Equipes de
Saúde da Família e 72 Equipes de Saúde Bucal, destas, 51 da Modalidade I e 21 da Modalidade II
(DATASUS, 2013).
A Região conta ainda com 2.415 leitos gerais, considerando estabelecimentos públicos e
privados, e deste total, 1.683 (70%) são disponibilizados aos usuários do SUS (DATASUS, 2013).
No total, somam-se 20 hospitais privados, 09 hospitais filantrópicos e 07 públicos, dentre estes
hospitais, dois possuem maternidades de Risco Habitual: o Hospital São José, do Município de
Ituiutaba, e a Santa Casa de Misericórdia Nossa Senhora do Patrocínio, da cidade de Patrocínio. A
Região Ampliada de Saúde conta também com a Santa Casa de Misericórdia de Araguari com
maternidade de Alto Risco de Atenção Secundária, localizada na cidade de Araguari e com o
Hospital das Clínicas de Uberlândia (HC/UFU) que realiza atendimento de atenção terciária com
maternidade de Alto Risco.
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia é um Hospital de Ensino, o
único da região ampliada, que se destaca pela maior infraestrutura e complexidade em comparação
aos demais das regiões. Este hospital dispõe de 526 leitos dos quais 61 leitos são de UTI, sendo
referência macrorregional para atendimento de atenção secundária e terciária à saúde
(MINISTERIO DA SAÚDE).
A Região Ampliada conta também com o Hospital e Maternidade Municipal Dr. Odelmo
Leão Carneiro, com 265 leitos gerais e, destes, 78 são de UTI. Este hospital ainda não está
operando com sua capacidade máxima, pois vários serviços tanto de média quanto de alta
complexidade estão em fase de credenciamento. O total de Leitos Complementares (UTI)
cadastrados da Região Ampliada Triângulo do Norte somam 431 leitos e destes 265 são
disponibilizados para atendimento ao SUS (DATASUS/CNES 2013).
Diante do cenário exposto acima, é fundamental que no processo do planejamento regional,
as nossas regiões de saúde se orientam no sentido de planejar quais são as necessidades de saúde
das suas populações, orientando os gestores quanto às intervenções prioritárias no seu território.
Unidos os municípios, passam a constituir uma região de saúde para organizar, planejar e executar
de maneira compartilhada os serviços de saúde.
42
5. CONDIÇÕES DE SAÚDE: MORTALIDADE E NATALIDADE
5.1. MORTALIDADE
O processo de adoecimento e morte dos indivíduos de uma população refletem as
condições sociais – socioeconômicas, sociopolíticos, socioculturais e psicossociais; e as condições
ambientais – genéticas e multifatoriais. Portanto estas condições devem ser analisadas
considerando um período histórico e seus enfrentamentos também devem ser considerados com
políticas públicas consistentes e duradouras.
A Secretaria Municipal de Saúde optou por trabalhar com dados que nos deem o caminho
tecnicamente correto na solução das principais causas de adoecimento e morte da população de
Uberlândia.
Para proceder a esta avaliação, foram utilizados os dados dos últimos 3 anos conforme
tabela abaixo. As principais causas de morte em Uberlândia seguem o padrão nacional e tem como
1ª causa as Doenças do Aparelho Circulatório, seguida pelas Neoplasias e em 3º lugar estão as
Causas Externas.
Tabela 9 - Número de óbitos segundo a CID10, de 2009 a 2011, em Uberlândia – MG
Número de óbitos segundo a CID10, de 2009 a 2011, em Uberlândia - MG
2009 2010 2011
Causa (Cap. CID10)
221
225
184
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias
520
608
607
II. Neoplasias (tumores)
11
14
18
III. Doenças sangue órgãos hemat e transtimunitár
74
100
107
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
18
32
24
V.Transtornos mentais e comportamentais
68
111
92
VI. Doenças do sistema nervoso
0
1
0
VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastóide
784
925
952
IX. Doenças do aparelho circulatório
367
406
371
X. Doenças do aparelho respiratório
169
191
211
XI. Doenças do aparelho digestivo
2
9
11
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo
23
23
22
XIII. Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo
49
84
97
XIV. Doenças do aparelho geniturinário
0
4
4
XV. Gravidez parto e puerpério
112
101
91
XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal
37
32
40
XVII. Malformações congênitas, deformidades e anomalias
cromossômicas
213
197
138
XVIII. Sintomas, sinais e achados anormais no exame clínico e
laboratorial
401
446
464
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
3.069 3.509 3.433
Total
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
43
Desde o início da década de 2000, o governo federal vem criando e implementando
políticas públicas que sejam eficazes na redução destes 2 agravos mais contemporâneos da
atualidade, as Doenças e Agravos Crônicos Não Transmissíveis, aí incluídos os acidentes e as
violências, que compõem as Causas Externas
E neste sentido, a Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia pretende desenvolver
ações que promovam e incentivem a adoção de comportamentos e de ambientes saudáveis, faça o
monitoramento da ocorrência destes agravos, consolide a atendimento pré-hospitalar, preste
assistência interdisciplinar e intersetorial às vítimas dos acidentes e das violências, estruture o
atendimento voltado à recuperação e à reabilitação, capacite recursos humanos e apóie o
desenvolvimento de estudos e pesquisas, faça parcerias com outras Secretarias no sentido de
potencializar as ações.
Considerando a Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Melitus, ordenar a rede básica
de saúde tendo como centralidade a Atenção Primária, que garante a longitudinalidade e o vínculo,
especialmente importante nestas condições crônicas. As mortes de indivíduos acima de 60 anos
mantêm o mesmo padrão das outras faixas etárias, conforme Tabela a seguir.
Tabela 10 - Número de óbitos, segundo a CID-10, no grupo etário acima de 60 anos, de 2009
a 2011, em Uberlândia – MG
Número de óbitos, segundo a CID-10, no grupo etário acima de 60 anos, de 2009 a 2011, em
Uberlândia - MG
2009
2010
2011
Causa (Cap. CID-10)
221
225
184
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias
520
608
607
II. Neoplasias (tumores)
11
14
18
III. Doenças sangue órgãos hemat e transtimunitár
74
100
107
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
18
32
24
V.Transtornos mentais e comportamentais
68
111
92
VI. Doenças do sistema nervoso
0
1
0
VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide
784
925
952
IX. Doenças do aparelho circulatório
367
406
371
X. Doenças do aparelho respiratório
169
191
211
XI. Doenças do aparelho digestivo
2
9
11
XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo
23
23
22
XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo
49
84
97
XIV. Doenças do aparelho geniturinário
0
4
4
XV. Gravidez parto e puerpério
112
101
91
XVI. Algumas afec originadas no período perinatal
37
32
40
XVII. Malf. congênitas, deform. e anomalias cromossômicas
213
197
138
XVIII. Sintomas, sinais e achados anorm. no ex. clínico e lab.
44
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
Total
401
3.069
446
3.509
464
3.433
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
No que se refere à mortalidade infantil, conforme Tabela 11, continuam sendo maioria as
afecções originadas no período perinatal cuja diminuição será um desafio nestes próximos 4 anos,
em especial as mortes em menores de 27 dias, onde se concentram o maior número de óbitos e têm
como principais causas os problemas congênitos e maternos e as complicações durante a gestação
e o parto, ligadas a fatores biológicos e assistenciais de difícil e muito lenta redução, chamadas de
causas endógenas.
Tabela 11- Número de óbitos em menores de 1 ano, segundo a CID 10, de 2009 a 2011,
Uberlândia – MG
Número de óbitos em menores de 1 ano, segundo a CID 10, de 2009 a 2011, em Uberlândia –
MG.
2009 2010 2011
Causa (Cap. CID10)
1
4
1
I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias
0
2
1
II. Neoplasias (tumores)
0
1
0
III. Doenças sangue órgãos hemat e transtimunitár
0
0
1
IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas
3
2
1
VI. Doenças do sistema nervoso
0
2
1
IX. Doenças do aparelho circulatório
3
5
0
X. Doenças do aparelho respiratório
1
0
0
XI. Doenças do aparelho digestivo
1
0
0
XIV. Doenças do aparelho geniturinário
70
49
51
XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal
30
27
33
XVII. Malf. congênitas, deform. e anomalias cromossômicas
1
1
1
XVIII. Sintomas, sinais e achados anorm. no ex. clínico e lab.
1
2
1
XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
111
95
91
Total
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
As mortes de crianças acima de 27 dias refletem dos riscos sociais e ambientais, à
organização dos serviços de saúde e às condições de vida, chamadas de causas exógenas (Cf.
tabela 12).
45
TABELA 12 – Número de óbitos em menores de 1 ano, segundo idade, de 2009 a 2011 em
Uberlândia.
Número de óbitos em menores de 1 ano, segundo idade, de 2009 a 2011 em Uberlândia - MG
< 7ds
07 a 27ds
28ds a<1 ano
Ano
70
16
25
2009
48
22
25
2010
56
16
19
2011
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
As mortes de mulheres em idade fértil podem ser maternas ou não. Quando são maternas,
indicam a qualidade da atenção à saúde das mulheres e são influenciadas pela condição de pobreza
e mostra as iniquidades sociais.
Tabela 13 - Número de óbitos de mulher em idade fértil e por causa materna investigados,
de 2009 a 2011, Uberlândia – MG.
Número de óbitos por causas externas, segundo sexo, de 2009 a 2011, em Uberlândia – MG
Ano
2009
2010
Masculino
334
353
Feminino
67
93
2011
369
95
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
Mortes em adolescentes, conforme tabela abaixo sempre refletem as iniquidades sociais a
que são submetidas às populações, e nesta década as mais frequentes são os acidentes e as
violências.
Tabela 14 - Número de óbitos em adolescentes, de 2009 a 2011, Uberlândia – MG
Número de óbitos em adolescentes, de 2009 a 2011, em Uberlândia - MG
10-14ª
15-19a
Ano
18
58
2009
13
46
2010
14
50
2011
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
46
O número de óbitos por causas externas, segundo os dados da tabela 15, é maior entre 15 e
49 anos, idade onde os acidentes e as violências se apresentam de forma importante em
Uberlândia e no restante do país, causando questões econômicas por se tratar de população
economicamente ativa.
Tabela 15 - Número de óbitos por causas externas, segundo faixa etária, de 2009 a 2011,
Uberlândia – MG
Número de óbitos por causas externas, segundo faixa etária, de 2009 a 2011, em
Uberlândia - MG
2009
2010
2011
Faixa Etária
1
2
1
< 01a
1
2
5
01-04a
2
4
2
05-09a
9
9
5
10-14a
48
35
37
15-19a
105
109
113
20-29a
72
97
104
30-39a
70
54
61
40-49a
26
47
42
50-59a
24
34
33
60-69a
23
34
25
70-79a
20
19
36
80 e+
401
446
464
Total
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
Nota-se na tabela 16 que o maior número de óbitos por causa externa corresponde aos
homens. Isto ocorre devido a maior exposição dos mesmos às condições que desencadeiam estas
mortes.
Estas causas devem ser conhecidas para que com políticas de recuperação da saúde, estes
eventos possam acontecer com mais frequência numa população cada vez mais envelhecida.
47
Tabela 16 - Número de óbitos por causas externas, segundo sexo, de 2009 a 2011, em
Uberlândia – MG
Número de óbitos por causas externas, segundo sexo, de 2009 a 2011, em Uberlândia – MG
Ano
2009
2010
2011
Masculino
334
353
369
Feminino
67
93
95
Fonte: SIM - Sistema de Informação de Mortalidade
Nota: Dados obtidos em 19/11/13
5.2. NATALIDADE
Os nascimentos que acontecem numa população juntamente com as pessoas que se
mudaram para o município em questão, mostram o grau de crescimento, quando destes se excluem
os óbitos e os moradores que se mudaram para outras localidades.
Crianças que nascem de mães adolescentes podem nascer prematuras, com baixo peso,
portanto correm mais risco de não sobreviver.
Mães adolescentes têm menor escolaridade e pertencem na maioria das vezes a classes
sociais menos favorecidas.
Tabela 17 - Número de filhos de mães adolescentes, segundo o ano de nascimento, de 2009 a
2011, Uberlândia – MG
Número de filhos de mães adolescentes, segundo o ano de nascimento, de 2009 a 2011,
Uberlândia - MG
Total
Ano do Nascimento
1.339
2009
1.236
2010
1.204
2011
Fonte: DATASUS
Dados obtidos em: 19/11/13
Tabela 18- Número de Nascidos vivos, por duração da gestação, segundo ano de nascimento,
Uberlândia – MG
Número de Nascidos vivos, por duração da gestação, segundo ano de nascimento,
Uberlândia - MG
Ignorado Menos 22
22
28
32
37
42
N
Ano do
a 27
a 31
a 36
a 41
e+
Inf
Nascimento
Total
48
2009
2010
2011
3
1
1
11
12
6
44
41
50
86
51
80
717
636
700
7.461
7.656
7.608
15
12
109
1
0
2
8.338
8.409
8.556
Fonte: DATASUS
Dados em:19/11/13
Tabela 19 - Número de Nascidos vivos, por peso ao nascer, segundo ano de nascimento,
Uberlândia – MG
Número de Nascidos vivos, por peso ao nascer, segundo ano de nascimento, Uberlândia –
MG
101 - 500
501 - 999
Ano do Nascimento
0
17
2009
1
17
2010
0
21
2011
Fonte: SINASC
Dados em: 19/11/13
A idade gestacional e o peso das crianças no nascimento pode indicar a possibilidade de
sobrevivência das crianças e neste item, a grande maioria das crianças nascidas em Uberlândia,
nascem com a idade gestacional recomendada e também com o peso esperado, indicando que o
número de mortes em menores de 1 ano é decrescente nos últimos anos e todos os esforços devem
ser feitos no sentido de que estes números sempre diminuam.
Tabela 20 - Número de Nascidos vivos por tipo de parto, segundo ano de nascimento,
Uberlândia - MG
Número de Nascidos vivos por tipo de parto, segundo ano de nascimento,
Uberlândia - MG
Vaginal
Cesário
Ano do Nascimento
908
7.430
2009
998
7.411
2010
1.273
7.283
2011
Total
8.338
8.409
8.556
Fonte: SINASC
Dados obtidos em: 19/11/13
Com estes dados, fica claro que devemos desenvolver ações e atividades que valorizem o
parto normal como a maioria dos países desenvolvidos.
49
Tabela 21 - Taxa de natalidade, segundo ano, Uberlândia - MG
Ano
2009
2010
2011
Taxa de natalidade, segundo ano, Uberlândia - MG
NV
População
8.338
614.885
8.426
604.013
8.593
611.904
Taxa
13,5
14
14
Fonte: DATASUS
Dados obtidos em 19/11/13.
A Taxa de Natalidade apresentada por Uberlândia nestes 3 anos reflete ainda um
crescimento populacional mantido por nascimentos.
6. ANÁLISE DO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS EM UBERLÂNDIA
6.1. DOS PROGRAMAS À REDE DE PRODUÇÃO DE SAÚDE
O principal objetivo dos Sistemas de Saúde em todo mundo é a redução da mortalidade e
melhoria dos padrões de qualidade de vida das pessoas. Ampliar acesso aos serviços de saúde com
qualidade e humanização deve ser obrigação e dever de todo gestor, trabalhador e instâncias do
controle social do SUS em todo o Brasil.
Em Uberlândia, nosso principal desafio para a efetivação do direito universal à saúde como
princípio de cidadania é a superação de um sistema de serviços de saúde fragmentado,
desarticulado, pouco resolutivo, centrado em profissionais e procedimentos voltados às condições
e eventos agudos (urgência e emergência), centrado no médico e no hospital, desvalorizando a
Atenção Básica e as equipes multiprofissionais.
Objetivamos a virada transformadora dessa lógica dominante, construindo uma verdadeira
Rede de Produção de Saúde, que tenha o cidadão como centro do cuidado, das políticas e das
ações de saúde, coordenada pela Atenção Básica, articulada com os demais níveis de atenção do
sistema por dispositivos que superem o ineficiente modelo da referência e contrarreferência, como
apoio institucional e matricial, telessaúde, regulação e educação permanente.
A efetivação de uma Rede de Produção de Saúde (integral, equânime, universal, resolutiva,
humanizada e intersetorial) não se dá apenas com a soma de programas e ações pontuais e
específicas. Ao contrário, é necessária a superação do modelo do sanitarismo-campanhista,
organizado em programas verticais e hierarquizados, voltados para grandes ações massificadas e
pontuais (campanhas sanitárias).
50
A Rede de Produção de Saúde articula o conjunto de ações e estratégias específicas em um
território vivo, respeitando e se moldando aos aspectos culturais, sociais, históricos, econômicos,
políticos e ambientais, materializando as ofertas assistenciais da saúde pública não apenas em um
local pré-determinado (Unidade Básica de Saúde, UAI ou Hospital, por exemplo), mas nos
espaços onde as pessoas vivem. Nas escolas, nos parques, nas praças, nas ruas, nos templos
religiosos, nas associações, nos sindicatos, nos movimentos sociais e nos domicílios.
Em outras palavras, a Rede de Atenção à Saúde constitui-se em um conjunto de ações e
serviços de saúde, organizada em pontos de atenção, linhas de cuidado, fluxos e protocolos
assistenciais, com diversos mecanismos e instrumentos de gestão, como a regulação, a auditoria, a
avaliação e o controle assistencial. Entretanto, a Rede de Produção de Saúde amplia a Rede de
Atenção, incorporando a Vigilância e a Promoção em Saúde, e principalmente, as políticas e
estratégias intersetoriais, articulando a Política Pública de Saúde com as demais políticas públicas,
seja sociais (educação, cultura, desenvolvimento social, habitação), seja econômicas (trabalho,
emprego, renda, desenvolvimento industrial e comercial) e ambientais (meio ambiente,
saneamento, planejamento urbano).
A construção dessa Rede de Produção de Saúde passa pela priorização da Atenção Básica
como efetiva coordenadora do cuidado e ordenadora de toda a Rede de Atenção.
Porém uma Atenção Básica que busque aumentar o grau de autonomia do usuário com
relação à sua saúde, que amplie o campo de atuação para além da doença, que se considere
responsável pela integralidade do cuidado a todas as pessoas de seu território, seja os eventos e
condições agudas, seja o acompanhamento longitudinal das condições crônicas da população.
Uma Atenção Básica que seja resolutiva deve cuidar e resolver pelo menos 85% das necessidades
de saúde das pessoas de determinado território.
Os problemas de saúde que demandam atendimento na Atenção Básica são em geral pouco
estruturados, estão relacionados com o modo de viver das comunidades e não respondem
favoravelmente à oferta de “consultas médicas - exames de apoio diagnóstico – medicamentos”.
Para enfrentar e resolver estes problemas, as equipes devem trabalhar de maneira interdisciplinar,
utilizando conhecimentos dos vários núcleos profissionais para, por meio de uma clínica ampliada,
criar um campo compartilhado de “saber fazer” que contribua para melhorar o quadro de
morbimortalidade e a qualidade de vida da população.
Para isso, é necessária a qualificação profissional, estrutura física adequada, acesso a
exames, procedimentos e medicamentos mais complexos e apoio de especialistas, tanto a
51
distância, quanto presencial. Sendo assim, nosso maior desafio é a superação da cultura
institucional de Uberlândia de reduzido investimento em unidades e equipes de Atenção Básica,
historicamente constituída de um modelo heterogêneo, composto pela Estratégia de Saúde da
Família, com uma baixíssima cobertura de equipes e nos últimos anos inseridas em casas
alugadas sem estrutura adequada, incluindo equipamentos e insumos, com uma limitada carteira
de serviços assistenciais, predominando a atenção programática, intercalada com uma atenção à
demanda espontânea em um modelo de pronto-atendimento.
Paralelo à Estratégia Saúde da Família, responsável por apenas 22% da população
uberlandense, construiu-se um modelo de Atenção Básica tradicional, representado pelas 9
Unidades Básicas de Saúde, responsáveis por ¼ do município, que se organizam mesclando
elementos da Saúde da Família com uma prática clínica tipicamente ambulatorial. A outra metade
do território de Uberlândia é coberta pelas UAI, que constituem uma Atenção Básica
precarizada,
desconsiderando
a
territorialização,
o
vínculo,
o
trabalho
em
equipe
multiprofissional, o trabalho do Agente Comunitário de Saúde, fragmentando o cuidado médico
(Clínica, GO e Pediatria), mesclando a atenção ambulatorial especializada com o modelo do
Pronto Atendimento.
Para que a Atenção Básica seja a porta de entrada preferencial e mais qualificada ao Sistema
de Saúde, serão necessárias profundas mudanças em sua estrutura física, em seus processos de
trabalho, em mecanismos de gestão da clínica e na ampliação da oferta assistencial de ações e
serviços. Implica em formar profissionais, por intermédio de processos de educação permanente,
para mudar radicalmente sua forma de trabalhar, bem como demonstrar e contar com o apoio dos
usuários, no sentido de que compreendam que esta mudança é fundamental para melhorar suas
condições de saúde.
Esta formação voltada para o cuidado integral e ampliado pressupõe formar as equipes para
reorganizarem suas atividades priorizando as situações de saúde mais frequentes e de maior
gravidade, bem como um olhar diferenciado para os grupos de maior vulnerabilidade.
Cada unidade deverá ser capaz de detectar os principais problemas de saúde do território e
criar ofertas que deem conta de responder a estes problemas. Estas ofertas devem incluir a busca
de autonomia dos sujeitos para lidarem com seus processos de adoecimento, superando a
dependência da consulta médica e dos medicamentos, utilizados muitas vezes como “muleta” para
as dificuldades inerentes ao modo de viver contemporâneo.
52
A atenção às condições e eventos crônicos, aos idosos, às famílias vítimas de violência, às
crianças com problemas respiratórios crônicos agravados pelas moradias precárias e pela
contaminação ambiental, aos adolescentes obesos e às adolescentes grávidas, aos usuários de
crack, álcool e outras drogas, exige outra forma de trabalhar e as equipes precisam ser formadas e
apoiadas para estas mudanças.
Outra mudança de paradigma no SUS Uberlândia consiste na inversão da lógica de
priorização das demandas específicas das especialidades em detrimento da universalidade da
Atenção Básica. Atualmente as equipes da AB se esforçam para se adequarem às orientações,
normas e fluxos dos programas e áreas técnicas, distorcendo o papel de coordenação da AB.
Buscaremos estratégias para criação de dispositivos e arranjos organizacionais para que todos os
níveis de atenção e áreas técnicas apoiem a qualificação do cuidado e o fortalecimento da AB.
A atuação de profissionais especialistas, em conjunto com as equipes de Saúde da Família e
da Atenção Básica poderá contribuir para a prevenção e controle das doenças e agravos mais
frequentes no município. Este deslocamento de profissionais com suas experiências e saberes para
AB e o compartilhamento da responsabilidade pela atenção à saúde das famílias deverão ser um
dos eixos estruturantes no modelo de atenção que está em construção em Uberlândia. A principal
ação nesse sentindo será a qualificação das atuais tutorias, necessárias, mas insuficientes e que
trabalham isoladamente, em Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), que são equipes
multiprofissionais de especialistas que articulam ações e serviços da atenção especializada com a
AB, seja com apoio matricial, educação permanente, consultas individualizas e conjuntas, grupos
e teleconsultoria.
O saber técnico especializado continuará sendo valorizado e fundamental para a atenção
integral à saúde. Entretanto estará articulado entre si e com todos os níveis de atenção no SUS,
como a Atenção Básica, a Atenção Ambulatorial e Hospitalar e a Urgência e Emergência.
Operarão na lógica do apoio institucional à gestão da clínica dos pontos de atenção e no apoio à
gestão do sistema de saúde.
Neste sentido, entendemos que a regulação do acesso ao Sistema de Saúde começa na
Atenção Básica, sendo essencial que os técnicos da Regulação apoiem as ESF no encaminhamento
dos usuários para os demais níveis de atenção. A Regulação não deve ser uma atividade
administrativa distanciada dos serviços assistenciais, apenas recebendo solicitações e organizando
agenda de consultas especializadas e exames de apoio diagnóstico. A qualificação do processo de
regulação do acesso exige que os profissionais da Regulação participem do dia a dia da AB, com
objetivo de compreender os processos de trabalho das equipes e contribuir para qualificação dos
53
encaminhamentos, buscando sempre dispositivos que possam melhorar a eficácia das referências e
contra referências.
O conceito sobre Regulação em saúde e a sua prática nem sempre são compreendidos
claramente pelos usuários e trabalhadores dos serviços de saúde. Muitos atribuem à Regulação a
responsabilidade exclusiva pelo acesso aos diversos níveis de atenção, através de um fluxo
contínuo. Tal fluxo depende não só da Regulação, mas de diversos outros atores da rede de
atenção à saúde.
A Política Nacional de Regulação em Saúde conceitua a regulação segundo sua ação sobre
sistemas de saúde (Regulação sobre Sistemas), sobre a produção direta das ações e serviços de
saúde (Regulação da Atenção à Saúde) e sobre o acesso dos usuários a estes serviços (Regulação
do Acesso ou Regulação Assistencial). Tais ações articuladas efetivam a universalidade e
equidade do acesso, a resolubilidade e integralidade do cuidado, enfim, ações meio que ajudam a
criar as condições para uma atenção à saúde pautada pelas necessidades e direitos de usuários
cidadãos.
O objetivo da Regulação Assistencial é a disponibilização de alternativa assistencial
adequada à necessidade do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada.
A Regulação do Acesso tem como objetos a organização, controle, gerenciamento e
priorização do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do SUS, a qual é viabilizada através da
Atenção Básica organizada e resolutiva; de mecanismos de referência e contrarreferência; de
encaminhamentos responsáveis e adequados (PDR e PPI) aos demais níveis de assistência,
segundo os fluxos de referência desenhados; do estabelecimento de Protocolos Assistenciais
(clínicos e operacionais); da implementação do Complexo Regulador:
 Central de Regulação Médica de Urgência e Emergência.
 Central de Leitos (ainda não viabilizada no município).
 Central de Regulação de Consultas, Exames Especializados e Cirurgias Eletivas.
 Central de Regulação de Alta Complexidade.
Ao discriminar os campos de atuação da regulação segundo distintos sujeitos, objetos, ações
e finalidades, há maior clareza na integração da regulação com a Política da Atenção à Saúde, ou
seja, uma política de regulação pautada pelo cuidado integral, estabelecendo que as solicitações
sejam padronizadas em contratos de compromisso com os prestadores (contratualização); que as
ações da regulação, realizadas de forma eficiente e ágil, garantam a referência para a consulta,
54
terapia ou exame de um nível de atenção ao outro, e assegurado o local, o profissional e o horário
de atendimento, assim como o leito, na medida da complexidade/emergência do problema de
saúde e da complexidade tecnológica da resposta exigida; que todos os procedimentos executados
sejam monitorados quanto à adequação, necessidade de procedimentos complementares,
realização, qualidade e o justo custeio.
O trabalho da regulação e sua efetividade estão condicionados à integração com diversas
áreas da gestão: sistemas informatizados, ações de controle, avaliação, auditoria, planejamento,
programação, informações de saúde, ouvidoria, vigilância em saúde, controle social, bases
cadastrais qualificadas e comunicação efetiva com o usuário.
Desta forma, para que as ações de regulação promovam impacto na melhoria da atenção e
tragam para a gestão pública em saúde o controle do acesso aos serviços ofertados, é necessário
que todos os atores envolvidos na Rede de Atenção à Saúde conheçam e responsabilizem pela sua
parte dentro do processo.
Essa gestão tem como compromisso a qualificação da atenção à saúde da mulher e da
criança. Os principais objetivos são a implementação das diretrizes baseadas na organização e
desenvolvimento da “Rede Cegonha” – estratégia nacional de qualificação da atenção obstétrica e
infantil –, por intermédio de um conjunto amplo de medidas voltadas a garantir: (i) acolhimento,
ampliação do acesso e qualidade do pré-natal; (ii) vinculação da gestante à unidade de referência e
ao transporte seguro; (iii) boas práticas, humanização e segurança na atenção ao parto e
nascimento; (iv) atenção à saúde das crianças, com qualidade e resolubilidade; e (v) ampliação do
acesso ao planejamento reprodutivo. Nesse esforço, será considerada a integralidade da mulher,
tendo em conta as necessidades respectivas no seu ciclo de vida, assim como a sua realidade social
e territorial, seja na cidade ou no campo, em todo território do município de Uberlândia.
A estruturação dessa rede de atenção envolverá ações no âmbito da Atenção Básica –
planejamento familiar, pré-natal, puerpério, atendimento integral à saúde da criança – e no âmbito
da Atenção Especializada (pré-natal da gestante de risco, atenção ao parto e ao nascimento,
atenção ao recém-nascido de risco, urgências e emergências, mulheres em situações especiais).
A qualificação desse modelo de atenção à gravidez, parto/nascimento, aborto e puerpério
preconizado pela “Rede Cegonha” será desenvolvido na perspectiva da promoção da saúde, nos
princípios da humanização e práticas baseadas em evidências científicas, na defesa dos direitos
humanos e na adequação de ações para inclusão de mulheres, crianças e adolescentes vulneráveis.
55
Nesse contexto, estarão inseridos o fortalecimento e a ampliação da rede de prevenção e
controle do câncer de mama e do colo do útero, ações de promoção e garantia da atenção à saúde
integral de crianças e adolescentes.
Buscaremos também o fortalecimento, ampliação e qualificação da Rede de Atenção integral
às mulheres, crianças e adolescentes em situação de violências e sofrimento psicossocial.
Igualmente, serão incluídos o acesso e a qualificação de medidas especializadas em saúde no
atendimento a crianças e adolescentes – e suas famílias –, em especial vítimas de violência sexual,
inseridos no sistema socioeducativo e nos serviços de acolhimento, ameaçados de morte, em
situação de rua, além de usuários de álcool e drogas.
Uma Rede de Atenção à Saúde resolutiva e acolhedora precisa de serviços qualificados de
atenção às urgências e emergências, tanto pré-hospitalar quanto hospitalar. Uberlândia tem hoje
como base principal o Pronto Atendimento das 8 Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) e o
Pronto-socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Conta com
estruturas de retaguarda como o Hospital Municipal, CAPS, Hospital Santa Catarina, Hospital
Santa Marta, Hospital Dom Bosco, além de Hospitais da rede particular conveniados. Com mais
de 50.000 atendimentos por mês somente nas UAIs, há grandes desafios a serem superados nessa
área.
Integrar de forma eficaz o pronto atendimento com os hospitais de retaguarda,
atendendo cada cidadão no local onde tenha recursos para solução do problema de forma
integral. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem atuando em reformulações contratuais,
adequando os serviços oferecidos por cada prestador para atender às necessidades da população.
Reduzir o número de usuários que necessitam ser atendidos com urgência. Nesse
aspecto, o fortalecimento da Atenção Básica, com ampliação da cobertura, e melhoria no
atendimento ambulatorial são peças fundamentais.
Melhorar a qualidade do atendimento ao usuário que procura o serviço. A Secretaria
Municipal de Saúde instituiu o curso de educação permanente dos profissionais de saúde,
abordando assuntos técnicos, administrativos e trabalhando a humanização do atendimento. Outro
aspecto importante, com reflexo positivo para o usuário, é a valorização do profissional de saúde,
tendo como ferramenta a criação do plano de cargos e salários. O reconhecimento do trabalho do
profissional impacta na melhoria do atendimento.
Melhorar o acesso do usuário à atenção hospitalar, nos casos indicados. O
fortalecimento da Regulação é fundamental para esse desafio. A regulação é o principal ponto de
56
apoio na realização de transferências de usuários e considera critérios clínicos atrelados a
capacidade de resolução de cada leito de retaguarda para realizar as transferências.
Reestruturar o pronto atendimento com unidades voltadas para essa finalidade. A
construção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) atende esse desafio. São unidades
voltadas para atender urgências e emergências, com dimensionamento, estrutura e equipamentos
adequados para esse tipo de atendimento. Estão em construção duas unidades e a terceira com
previsão para início em 2014. Ressaltamos a importância de unidades com finalidades específicas,
pois apresentam como resultado a melhora na qualidade do atendimento.
Implantar Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Esse serviço contará
com ambulâncias de suporte básico e avançado para deslocamentos de pacientes. Proporcionará à
população transporte e atendimento de qualidade com agilidade e será peça fundamental na
formação da Rede Municipal de Atenção às Urgências.
Atualmente, todos os pontos de atenção da Rede de Saúde acolhem e cuidam de usuários
com algum sofrimento mental, desde os mais comuns aos mais graves. As estratégias de
qualificação da Rede de Atenção à Saúde devem considerar a integralidade como fio condutor
dessa Rede. Os usuários com sofrimento mental não são (ou não deveriam ser) exclusividade dos
serviços de saúde mental. Os profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado a esses usuários
não são apenas psicólogos ou psiquiatras. Todos os níveis de atenção deverão estar preparados,
sensibilizados e abertos às necessidades de saúde de qualquer pessoa em sofrimento mental em
Uberlândia.
A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na Lei 10.216 busca consolidar um modelo de
atenção aberto e de base comunitária. A partir desta perspectiva sustenta-se a garantia da
circulação de pessoas com sofrimento psíquico decorrentes de transtornos mentais e/ou uso
prejudicial de álcool e outras drogas pelos diversos serviços, comunidade e cidade.
A partir de 2011, com a portaria 3.088, o Ministério da Saúde instituiu a Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS) como prioritária no sentido de criação, ampliação e articulação de seus
recursos. Diante disso, a RAPS, integrando o SUS, estabelece pontos de atenção para pessoas
com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de álcool e outras drogas, em
diversos níveis de complexidade: Atenção Básica, Atenção Psicossocial estratégica, urgência e
emergência,
atenção
em
caráter
residencial
transitório,
atenção
hospitalar,
desinstitucionalização e reabilitação psicossocial.
57
No município de Uberlândia, a Rede de Atenção Psicossocial se estrutura a partir dos
diversos níveis de atenção preconizados e visa implementar e ampliar os dispositivos e estratégias
de cuidado, fortalecendo a noção de rede e de integralidade. Na Atenção Básica o serviço se
organiza através das estratégias de matriciamento e tutoria contando com referências técnicas no
campo da psicologia e psiquiatria. Mesmo nas Unidades Básicas de Saúde e nas Unidades de
Atendimento Integrado onde não é possível contar com todos os recursos e tecnologias da
Estratégia de Saúde da Família, o foco em Saúde Mental é o da atenção integral ao sujeito,
compartilhado com toda a equipe de saúde.
Em relação às unidades especializadas o município conta com 01 CAPS III adulto, 01
CAPSAD III, 02 CAPS II adulto, 01 CAPS Infância e Adolescência e 01 CAPS ad II, este último
sob a gerência da Universidade Federal de Uberlândia. Estas unidades mantem-se em constante
articulação com a Atenção Básica buscando incessantemente a continuidade do cuidado ofertado e
o compartilhamento do mesmo. O município conta também com 01 Centro de Convivência e
Cultura que busca promover e potencializar ações de inserção social.
A atenção em urgência e emergência é realizada com a retaguarda no Pronto Socorro de
Psiquiatria do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente, está sendo
consolidada a capacitação de profissionais que atuam nos Pronto Atendimento das UAIs para que
estas unidades também sejam referência na urgência e emergência em Saúde Mental.
O Hospital de Clínicas da UFU também é retaguarda com leitos de internação em hospital
geral, para casos que necessitam desta modalidade de atenção. Consideramos essencial a
implantação de leitos de Saúde Mental em hospitais gerais, no nosso caso, o HC/UFU e o Hospital
Municipal.
Um dos elementos fundamentais para a consolidação da Rede Municipal de Atenção à
Saúde é a Assistência Farmacêutica, pois além de garantir a qualificação das ações que já vêm
sendo desenvolvidas, haverá investimentos na promoção do uso racional de medicamentos, uma
vez que a mudança de modelo assistencial, nos moldes que se está propondo, pressupõe rever o
papel dos medicamentos na vida dos usuários e a qualidade das prescrições feitas pelos médicos.
A atualização da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME), com base na
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), a agilização dos processos de
compras de medicamentos, o abastecimento adequado das unidades, a atuação dos farmacêuticos
na Atenção Básica e demais equipamentos de saúde, o acompanhamento no domicílio dos agentes
comunitários de saúde (ACSs) em relação à utilização adequada dos medicamentos prescritos são
58
medidas que devem ser aprimoradas e deve fazer parte da estratégia voltada para a promoção do
uso racional de medicamentos, e que irá exigir formação dos médicos para que as prescrições
sejam feitas com base em evidências clínicas e protocolos do SUS e não com base na propaganda
farmacêutica.
7. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A Vigilância em Saúde tem como principal diretriz a redução dos riscos para doenças e
agravos à saúde da população por meio das ações de promoção, proteção e prevenção da saúde.
Neste sentido é influenciada pelo desenvolvimento econômico, tecnológico e social dos
países e no caso específico do Brasil também pela implantação do Sistema Único de Saúde – SUS
– a partir de 1988 e que vem contribuindo de forma substantiva para o fortalecimento da rede
básica de saúde, integrando as atividades de controle e prevenção das doenças e agravos, seja com
ações de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental e de Saúde do
Trabalhador, bem como e mais recentemente com ações de Promoção da Saúde.
Grande contribuição também tem sido o aperfeiçoamento dos sistemas de informação de
interesse da saúde, como SIM, SINASC, SINAN, RIPSA, estruturando e tornando mais sensível e
ágil as ações de VE, ampliando a abrangência com a inclusão das violências e dos acidentes, e das
doenças crônicas não transmissíveis, destacando a vigilância dos fatores de risco; bem como o
fortalecimento da área regulatória de produtos e serviços, ampliando as garantias do cidadão.
As ações contidas nos serviços da Vigilância e Proteção à Saúde são consideradas
prioridades, para a gestão municipal e não devem ser executadas por meio de atividades isoladas,
sob o risco de não se constituírem numa rede de vigilância, sem articulação e apoio a rede básica
de serviços.
7.1. PROMOÇÃO DA SAÚDE
A Promoção da Saúde deverá ser composta por 4 áreas: Vigilância Nutricional; Academia
da Saúde; Vigilância das Doenças e Agravos Não Transmissíveis, incluindo aí os Acidentes e as
Violências; e Estímulo a Cultura da Paz e Combate à Violência. Está havendo, por parte da Gestão
Municipal um grande esforço no sentido de implantar e/ou implementar e/ou reorganizar as ações
de Promoção da Saúde.
O Programa Pratique Saúde, vinculado à Atenção Básica, oferece atividades físicas
supervisionadas e orientadas por profissionais da Educação Física tanto na prevenção, quanto na
promoção, e no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis tais como Diabetes Mellitos,
59
Hipertensão arterial, dislipidemias, obesidade e outras; além de estimular a população em geral à
prática regular de atividades físicas para melhorar sua qualidade de vida escolhendo hábitos mais
saudáveis.
A necessidade de se investir esforços para apoiar os fumantes a deixar de fumar é cada vez
mais evidente. É crescente o número de fumantes que procuram esse apoio, estimulados por um
contexto social cada vez mais desfavorável ao consumo do tabaco. Com o objetivo de prevenir a
iniciação no consumo de derivados do tabaco entre crianças e adolescentes e, ainda estimular o
abandono do fumo entre os já dependentes, formou-se comissão, composta por profissionais
capacitados, nas Unidades de Saúde para oferecer o atendimento às pessoas interessadas no
tratamento.
Já as atividades do Programa de Vigilância Nutricional são desenvolvidas de acordo com a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição, por meio de atendimento clínico, grupos educativos,
oficinas e palestras, que acontecem nas Unidades de Saúde da rede, além de pesquisas em parceria
com as Instituições de Ensino Superior (IES) e também acompanhamento dos beneficiários do
Programa Bolsa Família.
O Programa de Educação em Saúde , que tem por finalidade ampliar as ações de promoção e
educação em saúde, prevenção de doenças e agravos, e vigilância em saúde dos estudantes da rede
pública de ensino infantil, fundamental e seus familiares. Priorizamos 4 macros ações que são
essenciais a serem executadas nas escolas: TAV (Teste de Acuidade Visual); Educação Sexual e
Reprodutiva - implantação da caderneta de saúde do (a) adolescente; Avaliação do Perfil
Nutricional (pesar e medir) e Atualização e Controle do Calendário Vacinal.
7.2. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
A lei orgânica da Saúde conceitua Vigilância Epidemiológica como “um conjunto de ações
que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.”
Define-se Vigilância Epidemiológica por meio de uma tríade: INFORMAÇÃO – DECISÃO
– AÇÃO.
A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem apresentado mudanças
significativas, sendo divididas em três grandes tendências:

Tendência ao Declínio: Ex.: Varíola, Poliomielite, Sarampo;
60

Quadro de Persistência: Ex.: Hepatites Virais principalmente as B e C,
Tuberculose;

Doenças Transmissíveis Emergentes e Reemergentes: Ex.: AIDS, Cólera,
Dengue, Influenza.
A Vigilância Epidemiológica do município de Uberlândia subdivide-se nas seguintes áreas:
Tuberculose, Hanseníase, Doenças Sexualmente Transmissíveis, AIDS e Hepatites Virais, Centro
de Controle de Zoonoses, Dengue, Laboratório de Animais Peçonhentos e Quirópteros,
Laboratório de Entomologia, Laboratório de Sorologia, Imunização, Serviço de Verificação de
Óbitos (SVO) e Vigilância Epidemiológica.
7.3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Vigilância Sanitária integra a área da Vigilância em saúde e em suas origens constituiu a
configuração mais antiga da Saúde Pública e atualmente é sua face mais complexa. Conforma um
campo singular de articulações complexas entre o domínio econômico, o jurídico político e o
médico-sanitário.
A Vigilância Sanitária de Uberlândia desenvolve ações em 5 áreas distintas, a saber:
 Vigilância Sanitária de Alimentos: Identificação de situações de risco à saúde em
decorrência do consumo, através da regulamentação, inspeção, e liberação de
Alvarás em estabelecimentos industriais, comerciais e transporte de alimentos.
 Vigilância de Estabelecimentos de Saúde e de Interesse à Saúde: Identificação
de risco em atividades que prestam serviços de atendimento à saúde públicas ou
privadas, como Clínicas, Consultórios, Hospitais, Bancos de Sangue, ILPI,
Comunidades Terapêuticas, etc., bem como salões de beleza, estética, tatuagem e
congêneres, através da regulamentação, inspeção e liberação de Alvarás.
 Vigilância Sanitária de produtos químicos de interesse á saúde: Identificação de
situações de risco à saúde em decorrência ao consumo e uso de medicamentos,
saneantes e domissanitários, cosméticos, além de óticas, laboratórios de análises
clínicas e congêneres, através da regulamentação, inspeção, e liberação de Alvarás
em estabelecimentos industriais, comerciais e transporte de produtos.
 Laboratório de Controle de Qualidade em Saúde: O Laboratório de Controle de
Qualidade em Saúde de Uberlândia tem como objetivo realizar análise de
61
alimentos e água consumidos pela população do Município, participando desta
forma do controle sanitário executado pela Vigilância Sanitária. São realizadas
análises microbiológicas, físico-químicas e microscópicas de alimentos, água e
outros produtos de interesse da saúde pública.
 Setor de Análise de Projetos: Avaliação e análise de projetos arquitetônicos com
parecer técnico onde são desenvolvidas atividades de interesse à saúde, elencados
nos itens anteriores.
7.4. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E A SAÚDE DO TRABALHADOR
A Vigilância Ambiental constitui a área da Vigilância em Saúde que considera os efeitos do
meio ambiente sobre a saúde dos indivíduos com a associação das condições do meio,
identificando e caracterizando os fatores de risco. Ações de Vigilância do Ar, da Água para
consumo humano, do Solo e do Som, bem como políticas de Saneamento, de Abastecimento de
Água, de Esgotamento Sanitário, de Gestão de Resíduos Sólidos, a Drenagem de águas pluviais, a
Gestão Ambiental e a Educação Ambiental são de interesse e de competência deste serviço.
O Centro Regional de Saúde do Trabalhador de Uberlândia (CEREST), habilitado em junho
de 2004 e inaugurado em setembro de 2005, tem por atribuições capacitar a rede de serviços de
saúde, apoiar as investigações de maior complexidade, assessorar a realização de convênios de
cooperação técnica, subsidiar a formulação de políticas públicas, apoiar a estruturação da
assistência de média e alta complexidade para atender aos acidentes de trabalho e agravos contidos
na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho e aos agravos relacionados ao trabalho de
notificação compulsória citados na Portaria GM/MS nº 104 de 25 de janeiro de 2011.
8. ANÁLISE DA GESTÃO EM SAÚDE
8.1. PLANEJAMENTO
O planejamento é um instrumento de gestão que permite definir e orientar as políticas de
saúde, facilitar a tomada de decisões, distribuir mais racionalmente os recursos existentes por meio
do estabelecimento de prioridades, ampliar a margem de eficiência e eficácia no desempenho das
ações e organizar as atividades de maneira equitativa.
Entendemos o planejamento como dispositivo que contribui com a mobilização e a ação de
coletivos, seja nos espaços de gestão, seja nos espaços de atenção à saúde e no controle social.
Incorporamos também os diversos instrumentos de planejamento do SUS na formação de
62
compromissos e na pactuação de objetivos e resultados definidos coletivamente, aumentando o
grau de responsabilização e democratização dos processos assistenciais e de gestão.
O planejamento da Secretaria Municipal de Saúde tem sua expressão concreta no processo
de formulação, monitoramento e avaliação dos instrumentos básicos do SUS (PMS, PAS e RAG),
guiado pelo sistema de planejamento proposto pelo Ministério da Saúde (PlanejaSUS) que destaca
as responsabilidades comuns aos entes federados no planejamento, utilizando como referência o
Pacto pela Saúde (BRASIL, 2006). Estas responsabilidades são: (1) “formular, gerenciar,
implementar e avaliar o processo permanente de planejamento participativo e integrado, de base
local e ascendente, orientado por problemas e necessidades em saúde, construindo nesse processo
o plano de saúde e submetendo-o à aprovação do Conselho de Saúde correspondente”; (2)
“formular, no plano de saúde, a política de atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais
voltadas para a promoção da saúde”; (3) “elaborar Relatório Anual de Gestão, a ser apresentado e
submetido à aprovação do Conselho de Saúde correspondente”.
Para esses três pontos destacam-se na esfera municipal, respectivamente: (a) a retomada do
planejamento nos setores da gestão centralizada da SMS, ambos orientados pelas Programações
Anuais de Saúde (PAS) e pelas necessidades de saúde inscritas como indicadores acompanhados
nos relatórios de gestão; (b) a elaboração de planos setoriais e suas interfaces intersetoriais para
todas as áreas da política de saúde, com vistas a convergir no Plano Municipal de Saúde (PMS) e
na agenda política municipal; (c) acompanhamento e elaboração dos relatórios de gestão em
cogestão com todas as coordenações e com ampliação da divulgação interna e externa, seguindo as
legislações vigentes e as resoluções municipais.
Figura 6 - Integração dos instrumentos de planejamento do SUS
63
Além do exposto, cabe destacar que o planejamento da SMS tem como iniciativa a
elaboração de planos estratégicos, como:
 Apoio na estruturação de áreas ainda não constituídas ou aquelas em construção.
 Apoio às áreas finalísticas da SMS na operacionalização de seus respectivos
processos de planejamento.
 Apoio na execução orçamentária e financeira e na construção do planejamento
orçamentário (LDO, LOA e PPA).
 Articulação e apoio na construção dos instrumentos de gestão do SUS (PMS, PAS e
RAG).
 Articulação e apoio na elaboração das linhas de cuidado e fluxos assistenciais.
 Articulação e apoio na organização de processos e serviços da SMS.
 Articulação e apoio aos diversos setores para implementação de Portarias e
Resoluções.
 Articulação interferativa para consolidação de projetos e captação de recursos.
 Apoio na estruturação da territorialização e da regionalização voltados ao
planejamento do SUS.
O planejamento deve ser fortalecido, e para tanto se destaca três características preconizadas
pela gestão municipal de saúde:
- a corresponsabilização: setores desenvolvem seu plano e metas de trabalho,
diagnosticando seus processos críticos e propondo estratégias, metas e respectivas ações, ao
encontro do diagnóstico e dos planos estratégicos da SMS;
- a gestão compartilhada ou cogestão: com o planejamento da SMS monitorado e avaliado
por gestores, usuários, trabalhadores e prestadores do SUS;
- espaços permanentes de gestão colaborativa: canais permanentes para a participação no
planejamento e na avaliação do SUS;
Considera-se que, mesmo com os significativos resultados já obtidos, ainda são grandes os
desafios a enfrentar rumo à institucionalização do planejamento, entendida como a apropriação e
exercício pleno do processo de planejamento por parte de gestores e de profissionais do SUS. É
imprescindível que o planejamento assuma sua função estratégica na condução do SUS municipal,
assim como seja conhecido na sua implementação. O monitoramento e a avaliação, componentes
integrantes do processo de planejamento, assim como a incorporação do uso de instrumentos
64
como o Plano Municipal e o Relatório de Gestão representam desafios consideráveis na efetivação
da gestão.
8.2. FINANCIAMENTO
Por financiamento em saúde, compreende-se o aporte de recursos financeiros para
viabilidade das Ações e Serviços Públicos de Saúde, implementados pelos Estados, Municípios e
Distrito Federal com recursos próprios da União, Estados e Municípios e de outras fontes
suplementares de financiamento, todos devidamente contemplados no orçamento da seguridade
social. Cada esfera governamental deve assegurar o aporte regular de recursos ao respectivo fundo
de saúde de acordo com a Emenda Constitucional nº 29, de 2000.
As transferências, regulares ou eventuais, da União para estados, municípios e Distrito
Federal estão condicionadas à contrapartida destes níveis de governo, em conformidade com as
normas legais vigentes (Lei de Diretrizes Orçamentárias e outras). Esses repasses ocorrem por
meio de transferências ‘fundo a fundo’, realizadas pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS)
diretamente para os Estados, Distrito Federal e Municípios, ou pelo Fundo Estadual de Saúde aos
municípios, de forma regular e automática, propiciando que gestores estaduais e municipais
contem com recursos previamente pactuados, no devido tempo, para o cumprimento de sua
Programação de Ações e Serviços de Saúde.
Seguindo a Emenda Constitucional nº 29, Uberlândia aplica no mínimo 15% em saúde. Na
tabela e gráfico a seguir, evidencia a aplicação em saúde dos últimos 5 anos.
Tabela 22 – Participação das despesas com ações e serviços públicos de saúde na receita de
impostos líquida e transferências constitucionais e legais - limite constitucional – Esfera
Municipal
Participação das despesas com ações e serviços públicos de saúde na
receita de impostos líquida e transferências constitucionais e legais limite constitucional> =15%
PARTICIPAÇÃO
AO ANO (%)
2008
2009
2010
2011
2012
24,90
25,99
27,34
26,47
26,52
65
Gráfico 8: Participação das despesas com ações e serviços públicos de saúde na receita de
impostos líquida e transferências constitucionais e legais - limite constitucional – Esfera
Municipal
Na análise per capita, a despesa total com saúde em R$/ habitantes em 2010 no município
de Uberlândia foi de R$ 426,38, em 2011 correspondente a R$ 549,95, em 2012, as despesas
chegaram a R$ 619,46/habitante/ano, apresentando aumento nas despesas total com saúde na
mesma proporção da aplicação dos recursos municipais para a área. (SIOPS/DATASUS/MS).
O recurso disponível para execução das ações em saúde no ano de 2013 foi de R$
409.672.000,00. Até a coleta dos dados para elaboração deste Plano, este valor total foi atualizado
para R$ 487.178.275,26, considerando a necessidade de créditos especiais e de suplementação no
orçamento. Para o exercício de 2014, está previsto um orçamento no valor de R$ 471.598.314,00,
sendo, R$ 255.200.000,00 de recursos próprios e R$ 216.398.314,00 de recursos vinculados. O
valor referente aos recursos a serem destinados para saúde no exercício de 2014 é passível de
alteração considerando que até a data da elaboração do PMS, a LOA 2014 e o PPA 2014-2017
aguardam aprovação do Poder Legislativo.
Considerando os dados apresentados pelo Sistema de Informação sobre Orçamento Público
em Saúde (SIOPS), o percentual aplicado para o SUS por esfera de gestão no ano de 2012 foi de
12,03% pelo Estado de Minas Gerais e 26,52% pelo Município, cumprindo o disposto na EC 29,
aplicando acima do percentual mínimo exigido para Esfera Municipal (15%).
66
Tabela 23 – Participação das despesas com ações e serviços públicos de saúde na receita de
impostos líquida e transferências constitucionais e legais - limite constitucional – Esfera
Estadual
Participação das despesas com ações e serviços públicos de saúde na receita de PARTICIPAÇÃO
impostos líquida e transferências constitucionais e legais - limite AO ANO (%)
constitucional> = 12%
12,19
2008
14,67
2009
13,30
2010
12,29
2011
12,03
2012
Gráfico 9 - Participação das despesas com ações e serviços públicos de saúde na receita de
impostos líquida e transferências constitucionais e legais - limite constitucional – Esfera
Estadual
Com a publicação da Lei Complementar nº 141 de 13 de Janeiro de 2012, que regulamenta o
§ 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados
anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de
saúde fica claro os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de
fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 esferas de governo.
Além de discutir o quantitativo de recursos disponibilizados para a saúde, é importante
também discutir a qualidade e as possibilidades de aplicação para a execução das políticas da área.
Neste ponto, o Ministério da Saúde disponibiliza recursos por meio de blocos de financiamento e
projetos estratégicos de áreas definidas como prioritárias que devem ser executados em nível local
e regional.
67
A existência de recursos disponíveis nas 3 esferas de gestão do SUS também acompanha os
desafios para a sua utilização plena. Neste quesito, destaca- se o formato da disponibilidade dos
recursos a partir de blocos de financiamento do Ministério da Saúde e seus projetos prioritários,
bem como as regras para uso dos recursos estaduais e municipais, considerando os sistemas
orçamentários e financeiros de ambos.
Os blocos de financiamento instituídos pela Portaria GM/MS 698/2006, não são fatores de
dificuldades para a aplicação, uma vez que os recursos de cada Bloco de Financiamento devem ser
aplicados, exclusivamente, nas ações e serviços de saúde relacionados ao Bloco (art. 6º), que tem
esfera ampla (p. ex. Atenção Básica). Entretanto, o excesso de burocracia e fragmentação do
recurso por áreas muitas vezes dificultam a execução com a rapidez que a gestão pública requer
para aplicação dos recursos de transferências (recursos vinculados). Isto leva ao engessamento dos
recursos orçamentários, em alguns casos gerando saldos orçamentários e financeiros fundamentais
para a execução da Política Municipal de Saúde.
Apesar da edição das novas regras para a prestação de contas de recursos da saúde (Lei
Complementar 141/2012 e Resolução CNS 459/2012), ainda há muito que ser feito no sentido de
garantir a qualidade do gasto público com saúde para que a assistência seja prestada de maneira
integral e eficiente. Os dados transmitidos nos sistemas de informação disponíveis para consulta
pública ainda geram dúvidas para a população, principalmente pela complexidade com que estes
são tratados e sistematizados.
Importante ainda ressaltar neste aspecto, a discussão constante e necessária sobre a
utilização de recursos públicos, cuja finalidade ainda causa divergência, referente à classificação
da despesa com ações e serviços públicos serem ou não vinculados à saúde. O advento da LC nº
141/2012 vem colaborar também neste aspecto.
Neste sentido, União, Estado e Município devem adequar seus sistemas de financiamento
para garantir a articulação PPA e PMS e, por conseguinte, viabilizar o alinhamento entre a Lei
Orçamentária Anual (LOA) e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com a PAS, em obediência à
legislação vigente.
Na elaboração destes instrumentos, para iniciar o processo orçamentário é preciso definir
programas (ou ações estratégicas) que busquem soluções dos problemas identificados, a partir de
diagnósticos realizados. Cada programa constitui-se em uma das formas de expressão da política
de saúde, cujo objetivo é produzir uma mudança na situação atual. O programa contém objetivos,
68
metas (objetivos quantificados) e indicadores que permitem acompanhar, controlar e avaliar a sua
execução.
A elaboração e condução do PPA e do PMS devem ser realizadas de maneira articulada e
conjunta, evitando a fragmentação dos objetivos, diretrizes e metas estabelecidas, além dos
recursos disponíveis. Para que isso ocorra efetivamente a gestão enfrenta algumas dificuldades: 1)
de compreensão, de atuação e articulação entre as áreas técnicas e as áreas meio (apoio técnicoadministrativo), de forma a contribuir na execução financeira conforme as regras vigentes e os
limites orçamentários e; 2) de transparência para a sociedade e para o controle social no SUS,
onde os meios de divulgações podem auxiliar na compreensão da sociedade sobre o planejamento
integrado de ações e financiamento.
Diante do exposto, a elaboração do PMS 2014-2017 está sendo direcionada para convergir
com a elaboração do PPA do Município, com a LOA e LDO. Assim, definidas as prioridades
dentro destes instrumentos de planejamento, serão identificados os recursos necessários para
viabilizá-las e suas fontes de financiamento, que podem ter origem Municipal, Estadual e Federal,
bem como com vistas a cumprir o disposto na Lei Complementar 141/12.
Por fim, os desafios do financiamento do SUS municipal para o quadriênio 2014-2017
envolvem o alcance de maior eficácia na aplicação dos recursos disponíveis, com estratégias que
visam a disseminar o conhecimento sobre essa área do SUS para toda a SMS e sua relação com o
planejamento das ações em saúde. Para isso, há a necessidade de fortalecer a área de captação de
recursos e de elaboração de projetos para o recebimento de recursos, de forma integrada às áreas
técnicas e setores com necessidades comuns, bem como de fortalecer a estrutura da equipe de
financiamento e orçamento para tais atribuições e demandas.
De forma a cumprir com estes desafios, os objetivos estratégicos relacionados à
sustentabilidade do SUS municipal são: 1) Promover o equilíbrio da receita e das despesas
atendendo às necessidades da população; 2) Implementar modelo de gestão que contribua para a
sustentabilidade econômico-financeira e; 3) Estruturar o sistema de custos.
8.3. GESTÃO DE PESSOAS E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
A Diretoria de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde
de Uberlândia tem por finalidade estabelecer e propor políticas voltadas para o recrutamento,
seleção, desenvolvimento, capacitação, preparação, formação e educação permanente, à avaliação
do mérito, aos direitos e deveres, aos registros e controles funcionais de pessoal e dispor de
diretrizes gerais que ordenem as relações de trabalho no SUS dos servidores e colaboradores
69
parceiros contratados e conveniados pela Secretaria Municipal de Saúde, que atuam na rede de
atenção do Sistema Único de Saúde (SUS). Atua em conformidade com as normas jurídicas
básicas e com os objetivos e critérios da Política Nacional de Gestão do Trabalho e Educação em
Saúde, para o SUS. Elabora e promove ações estratégicas e integradas de Educação em Saúde no
Município, bem como a produção de informações sobre estas ações de educação, promoção,
prevenção e recuperação em saúde desenvolvidas pelo Município e coordena os processos de
estágios, residências e projetos de pesquisa da SMS e colabora na produção do conhecimento, a
partir do Núcleo de Divulgação em Saúde, do acervo de vídeos e da gestão documental da SMS.
A Diretoria de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde é composta pela seguinte estrutura:
de Centro de Educação Permanente; Centro de Educação em Saúde, contendo Núcleo de
Estágios e Pesquisas; Núcleo de Redes de Educação em Saúde; Biblioteca e Videoteca; e Núcleo
de Divulgação em Saúde, de acordo com o Decreto Nº 13.814, de 10 de dezembro 2012, que
dispõe sobre a organização da Secretaria Municipal de Saúde.
O Centro de Educação Permanente tem por finalidade articular estratégias de formação de
Recursos Humanos e das políticas de recrutamento, seleção, preparação, educação permanente e
continuada de pessoal para o Sistema Único de Saúde em Uberlândia.
O Centro de Educação em Saúde tem como finalidades principais elaborar e promover ações
estratégicas e integradas de Educação em Saúde no Município, bem como a produção de
informações e conhecimento sobre estas ações de educação, promoção, prevenção e recuperação
em saúde, desenvolvidas pelo Município. Também tem como responsabilidade a coordenação dos
processos de estágios, residências e projetos de pesquisa da SMS e colaboração na produção do
conhecimento, a partir do Núcleo de Divulgação em Saúde, do acervo de vídeos e da gestão
documental da SMS.
O Núcleo de Estágios e Pesquisas tem como finalidade principal coordenar, planejar e
implementar as ações na área de estágio e projetos de pesquisa em sintonia com as diretrizes
traçadas pela Secretaria Municipal de Saúde. Este Núcleo responsabiliza-se pela categoria de
estágios obrigatórios que visam a preparação para o trabalho produtivo do estudante e caracterizase pela integração ao itinerário formativo do mesmo, tendo como pré-requisito fazer parte do
projeto pedagógico de determinado curso para aprovação e obtenção da titulação. Além disso,
coordena e autoriza a área de pesquisas de graduação e pós-graduação desenvolvidas em
diferentes temas no campo da SMS, em consonância com o SUS.
70
O Núcleo de Redes de Educação em Saúde tem como finalidade principal a formulação e
execução das políticas relativas ao desenvolvimento profissional. Suas atividades englobam o
apoio às instâncias de preparação de profissionais da área da saúde e a busca da integração dos
setores da SMS, da Educação e outros setores afins para o fortalecimento educação em saúde no
município, no interesse do SUS e para a adequação da formação profissional às necessidades da
saúde da população.
O setor de Biblioteca e Videoteca tem como finalidade principal a formulação e execução
das políticas relativas às funções de prover a infraestrutura documental e promover a disseminação
da informação em prol do desenvolvimento da educação em saúde, da ciência e da cultura. Além
disso, objetiva monitorar títulos em fitas de vídeo, títulos bibliográficos, revistas, cartilhas,
folders, periódicos e cartazes, todos ligados à área da Saúde, oferecendo também importante apoio
didático-pedagógico para a população que acessa estes serviços da SMS.
O Núcleo de Divulgação em Saúde tem por finalidades principais a produção de material
promocional, informativo e educativo em saúde e realizar a assessoria de imprensa da SMS.
Coordena a produção de informações estratégicas sobre a situação de saúde do Município e
compatibiliza a programação que se destina essencialmente ao seu público interno, auxiliando na
condução do fluxo de informações de forma organizada entre os canais comunicantes: Gabinete,
Diretorias, Assessorias, Coordenações, Administrativos, Agentes de Saúde e por meio destes o
público externo.
O Centro de Recursos Humanos tem por finalidade a administração dos servidores da SMS
que atuam na rede de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS). O Centro de Recursos Humanos
é também responsável por articular, conjuntamente com o Centro de Educação Permanente
estratégias de formação de Recursos Humanos e das políticas de recrutamento, seleção,
preparação, educação permanente e continuada de pessoal para o Sistema Único de Saúde em
Uberlândia.
A Diretoria tem como missão em Recursos Humanos a recuperação do papel real da gestão
de pessoas, não apenas o cumprimento de papel apenas burocrático, que acompanha folha de
ponto, solicitações de férias e demissões. O papel da DGPES é definir o perfil necessário de
profissionais qualificados para atender a necessidade da gestão da saúde em Uberlândia a fim de
atender a Rede de Atenção à Saúde (RAS) e com bons serviços oferecidos a população. Tem como
meta a gestão competente dos recursos humanos, portanto, recuperar o papel estratégico no pensar
e executar políticas de contratação de profissional segundo as necessidades reais e focadas em
resolver problemas considerados estratégicos após avaliação de dados epidemiológicos e gerais da
71
população. Apontar saídas para a precarização dos contratos de trabalho e valorizar o trabalho
humano em todas as suas dimensões. Recuperar a satisfação em trabalhar com a coisa pública, que
o trabalhador/servidor esteja integrado e motivado com e para a realização das políticas públicas.
Portanto, recuperar o papel estratégico no pensar e executar políticas de contratação de
profissional segundo as necessidades reais e focadas em resolver problemas considerados
estratégicos após avaliação de dados epidemiológicos e gerais da população.
Em relação ao Centro de Educação Permanente este tem como papel formular e implementar
políticas de educação permanente, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e com o
Ministério da Saúde, com vistas a compor recursos humanos na saúde capazes de solucionar os
problemas da população na sua dinâmica atual, de forma que os trabalhadores da saúde
incorporem em sua formação os valores, as atitudes e as competências do modelo de atenção
universal, fundamentado na qualidade e na equidade. Implantar e implementar o Projeto de
Residência Médica e Multiprofissional do Município e sua inserção na rede com formação de
recursos humanos na área da saúde qualificados e sensíveis à realidade do SUS, com visão crítica
e capazes de propor soluções para os problemas no cenário do SUS. A meta de se criar programas
de residência médica no hospital municipal e um programa de residência uniprofissional a partir
de 2014, com reestruturação do Núcleo na DGPES ampliado com Recursos Humanos que possam
se interessar para elaborar e executar o projeto, Preceptores com formação adequada na rede
(médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, dentistas,
enfermeiros, educadores físicos)
Estabelecer o Projeto Censo para investigar dados sobre os recursos humanos com objetivos
de conhecer dados relevantes sobre os recursos humanos que trabalham na rede municipal de
saúde (efetivos e terceirizados), pois a Secretaria de Municipal de Saúde não concentra
informações estratégicas sobre os trabalhadores que oferecem os seus serviços aos usuários do
sistema. Ela não conhece dados sobre gênero, há quanto tempo contribuem com alguma
instituição previdenciária, sua especialização, ou mesmo quantos são, onde estão de fato
trabalhando e usar ferramentas tecnológicas para evitar retrabalho: com o uso de tablets e
smartphones para a coleta de dados, com formulários inseridos online e que geram planilhas e
relatórios automaticamente; realizar parceria com o núcleo de Saúde Ambiental da Geografia da
UFU.
Criar o Projeto de Observatório da Saúde com objetivos de conhecer as realidades; focalizar
as políticas públicas de saúde com planejamento em dados colhidos do município, para tomada de
72
decisões racionais na aplicação de recursos financeiros para prevenir, tratar e recuperar a saúde da
população, integrar informações e oferecer diagnósticos dinâmicos sobre a saúde da população.
8.4. OUVIDORIA
A Ouvidoria do SUS Municipal é um canal democrático de estímulo à participação social,
disseminação de informações em saúde e de mediação entre o cidadão e os gestores do SUS.
O acesso pode ser por meio do Disque Ouvidoria 08009401480 ou pelos telefones 34-32563819,
34-3256-3818,
34-3256-3808
e
34-3256-3809,
ou
via
correio
eletrônico
[email protected] e através do portal da prefeitura – fale governo ou via caixas de
ouvidoria em todas Unidades de Atendimento Integrado – UAIs e Unidades Básicas de Saúde da
Família (UBSFs), no distrito Sul. Pretende-se no quadriênio 2014-2017 estender a implantação das
caixas de ouvidoria em todas as Unidades da Rede. O acesso também pode ser feito pessoalmente,
na Secretaria Municipal de Saúde- Anexo II, Av. Ortízio Borges, 196- Bairro Santa Mônica.
O Disque Ouvidoria funciona para dúvidas, reclamações, sugestões e elogios, além de
solicitações e informações sobre saúde, doenças, medicamentos ou sobre campanhas da Secretaria
Municipal de Saúde que podem ser registrados e obtidos utilizando o serviço.
As ligações podem ser feitas, gratuitamente, de telefones fixos, públicos ou celulares, de
qualquer local. De segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, tele atendentes recebem as demandas dos
usuários do Sistema Único de Saúde. Fora desse horário e aos sábados, domingos e feriados, o
atendimento é eletrônico.
A Ouvidoria tem como objetivo implementar políticas de estímulo à participação de
usuários e entidades da sociedade no processo de avaliação dos serviços prestados pelo SUS em
Uberlândia, para subsidiar a formulação de políticas de gestão do SUS.
Para o cumprimento de sua competência a Ouvidoria instituiu a realização das realizações de
estudos e pesquisas visando à produção do conhecimento, no campo da Ouvidoria em saúde, para
subsidiar a formulação de políticas de gestão do SUS em Uberlândia.
8.5. COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
A assessoria de comunicação em saúde, no ano de 2013, consolidou o seu relacionamento
com a imprensa produzindo pautas positivas que aproximam a população da gestão municipal em
saúde. O contato diário com os veículos de comunicação possibilitou o incentivo às ações de
promoção e educação com temas que influenciam a população a prevenir doenças. A assessoria
73
também mantém atenção aos apontamentos diários feitos por ouvintes e espectadores da imprensa,
fortalecendo o relacionamento destes com a rede municipal de saúde.
A elaboração e implementação de fluxos para realização de eventos possibilitou a
construção de mensagens que estimulam comportamentos saudáveis para população. As
produções de materiais alusivos às campanhas e ações desenvolvidas consolidaram o
compromisso que a gestão tem em promover a educação em saúde. É imprescindível investir na
qualificação destas produções com aquisição de equipamentos que facilitam e aperfeiçoam a
elaboração de eventos, como a produção de materiais de divulgação. Ajustes como a utilização das
redes sociais oficiais da Prefeitura Municipal de Uberlândia, para divulgação das ações realizadas
pela Secretaria Municipal de Saúde são necessários para aproximação da secretaria com a
população.
Para o fortalecimento do processo de comunicação interna na rede municipal de saúde,
planeja-se a implantação de projeto do canal de TV interna nas unidades de saúde que inclui o
estabelecimento do processo de comunicação interna na secretaria. É importante estimular a
utilização dos instrumentos de comunicação já consolidados e institucionalizados pela Secretaria
Municipal de Saúde, potencializando-os, como por exemplo, o Boletim Epidemiológico; e
promover a produção de conteúdo específico para a intranet e estabelecendo a agilidade e eficácia
na comunicação interna.
Entre todos os desafios estabelecidos, está o de promover permanente a campanha de valorização
do SUS em Uberlândia consolidando suas políticas nos serviços de saúde e englobando a
universalização do atendimento à população.
8.6. INFRAESTRUTURA DE APOIO LOGÍSTICA
8.6.1. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Para fortalecer e qualificar a Tecnologia de Informação (TI) da SMS, no quadriênio 20142017 foi constituída uma equipe com a missão de conduzir a unificação, modernização e
informatização da Rede de Saúde de Uberlândia. A equipe tem a responsabilidade de planejar,
executar, controlar e avaliar as etapas e processos de implantação do Projeto de Modernização da
Gestão de Saúde.
Os sistemas logísticos constituem soluções em saúde, em geral fortemente assentadas em
tecnologias de informação, que propiciam uma organização racional dos fluxos e contrafluxos de
pessoas, produtos e informações ao longo da Atenção Básica, dos pontos de atenção à saúde e dos
sistemas de apoio das redes de atenção. Os principais sistemas logísticos das redes de atenção à
74
saúde são os cartões de identificação dos usuários, os sistemas e acesso regulado à atenção à
saúde, os prontuários clínicos e os sistemas de transportes sanitários.
O cartão SUS é o instrumento que permite alocar um número de identidade único a cada
pessoa que utiliza o sistema de atenção à saúde.
O cartão permite a identificação inequívoca de seu portador em quaisquer pontos de
atenção à saúde ou sistemas de apoio das redes de atenção à saúde, em todo o território de
abrangência das redes.
Em Uberlândia foi implantado o Cartão Municipal de Saúde. Este é um cartão magnético
utilizado em equipamentos desenvolvidos especificamente para a identificação do usuário no
sistema, com funções de captar, armazenar e transmitir os dados sobre os atendimentos realizados.
Essa infraestrutura é composta pelos equipamentos terminais, instalados nas unidades de saúde. Já
foram cadastrados e impressos 365.894 Cartões SUS pelo próprio sistema do Município até
setembro de 2011. Após essa data, os cartões não foram mais impressos pelo município, mas, é
feito por meio do CADSUS WEB o registro do paciente que não possui o cartão e este tem seu
número copiado para o sistema do município.
Outro instrumento utilizado no apoio logístico é o Prontuário Eletrônico do Paciente, que é
um conjunto de dados de saúde, armazenados em meio eletrônico e agregados pelo identificador
unívoco da pessoa usuária. Idealmente esse conjunto de dados deveria representar o registro dos
eventos relacionados à saúde da pessoa, do nascimento até a morte.
Em 2013 a SMS conquistou grande avanço na padronização da estrutura tecnológica das unidades
com a implantação do Sistema de Informação e-SUS AB, disponibilizado gratuitamente pelo
Ministério da Saúde que deverá substituir o SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica).
A versão inicial do software desta modalidade com prontuário eletrônico, o e-SUS/AB PEC,
possui ferramentas para cadastro dos indivíduos no território, gestão da agenda dos profissionais,
acolhimento à demanda espontânea, atendimento individual e registro de atividades coletivas. A
versão seguinte do sistema já prevê inclusão de outras funcionalidades como abordagem familiar,
controle de imunização, prontuário de saúde bucal, gestão da lista de espera de encaminhamentos,
gestão do cuidado a doenças crônicas, além de integração com Telessaúde e geração de relatórios
dinâmicos. Também será possível monitorar pacientes faltosos e realizar controle de
medicamentos e exames pelo computador.
A partir de 2014 a gestão municipal implantará 3 subprojetos de implantação de sistemas.
São eles: 1) e-SUS Hospitalar, que será utilizado nas Unidades de Atendimento Integrados
(UAIS), nas UPAs e no Hospital Municipal; 2) e-SAMU, para gerenciamento do serviço de
urgência e emergência e; 3) SISREG, para gerenciamento da regulação de saúde do município.
75
Todos estes projetos de sistemas estão baseado na estratégia de unificação das informações de
saúde.
O objetivo é que a equipe da SMS possa dar continuidade à permanente necessidade de
inovar, unificar informações e simplificar os processos de saúde, com alternativas tecnológicas
que agreguem valor na atenção aos cidadãos e na maior eficiência do uso dos recursos públicos.
8.6.2. OS SISTEMAS DE TRANSPORTE EM SAÚDE
Os sistemas de transporte em saúde têm como objetivo estruturar os fluxos e contrafluxos de
pessoas e produtos nas redes de atenção à saúde. Esses sistemas devem transportar as pessoas
usuárias em busca de atenção à saúde, mas, também, garantir o apoio logístico das equipes de
saúde.
Os sistemas de transporte em saúde são soluções logísticas transversais para toda rede de
atenção à saúde, imprescindíveis para o acesso aos pontos de atenção e aos sistemas de apoio
diagnóstico e terapêutico, para o transporte de usuários do SUS, transporte de material biológico
(por ex.: teste de toxoplasmose), hemocomponente e hemoderivados e das equipes de saúde.
O subsistema de transporte em saúde de pessoas pode ser dividido em dois módulos: o
módulo do transporte de urgência e emergência e o módulo do transporte eletivo.
O módulo do transporte de urgência e emergência lida com eventos clínicos não conhecidos
a priori e apresenta como variáveis, principalmente os riscos classificados por meio de sinais de
alerta, e o tempo de deslocamento até a unidade de atenção própria em função desses riscos.
Contamos com serviços da Central de Ambulância que disponibilizam 7 ambulâncias no setor de
transporte para atendimento as Unidades de Atenção Básica e população, que podem ser
solicitadas pelo telefone: 192. Nas 8 Unidades de Atendimento Integrado (UAI) é disponibilizada
uma ambulância 24 horas, para cada uma, sendo que na UAI Martins conta com duas ambulâncias
por ser esta unidade de saúde referência da saúde materno-infantil.
Nos distritos de Tapuirama e Cruzeiro dos Peixotos/Martinésia é disponibilizada uma
ambulância para Tapuirama e uma que atende Cruzeiro dos Peixotos e também Martinésia.
Já o módulo do transporte eletivo envolve-se com eventos conhecidos e programáveis, tendo
como variável-chave o acesso oportuno, seguro e confortável aos serviços previamente agendados.
Atualmente é realizado o transporte de pacientes de atendimento ao portador de hanseníase, pé
diabético e aos renais crônicos.
76
O setor de transporte também atende as solicitações de serviços dos profissionais de saúde
para o deslocamento dos mesmos na execução de suas atividades na rede municipal de saúde.
8.7. PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Com os avanços obtidos com a Constituição de 1988 houve a intensificação da participação
da sociedade civil na gestão das políticas públicas. Os Conselhos Municipais, como as
conferências municipais de saúde e os fóruns representam um espaço privilegiado para a
participação popular na elaboração, implementação e fiscalização das ações governamentais, além
de permitirem o fortalecimento da relação Estado e sociedade
Os conselhos têm como base a participação social, a democracia, a universalização dos
direitos e a ampliação da cidadania. Entretanto para que esse mecanismo funcione efetivamente
como órgão de controle social é preciso que a sociedade civil seja atuante, conhecedora de suas
atribuições e se imponha diante das situações que exijam sua intervenção.
Dessa forma, foi instituída a Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1.990, que dispõe sobre a
participação da comunidade na gestão do SUS, e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros.
Atualmente podemos considerar como um avanço das conquistas a regulamentação da Lei
Federal nº 8080 de 19 de setembro de 1990 com edição do Decreto Presidencial nº 7508 de 28 de
junho de 2011, bem como a edição e publicação da Lei Complementar nº 141de 13 de janeiro de
2012 que regulamentou a Emenda Constitucional nº 29/2000. A LC nº 141/2012 tem missão
importante no fortalecimento do papel do controle social e suas responsabilidades junto à gestão
pública e ainda na definição de diretrizes que garantam a participação popular na construção e
aprovação dos instrumentos de planejamento do SUS (PMS, PPA, RAG), reiterando a importância
da transparência na aplicação dos recursos públicos e definindo as regras para sua fiscalização.
Um mecanismo de interesse da população no município de Uberlândia foi à instituição do
Código Municipal de Saúde, criado por meio da Lei Municipal nº 10.715 de 21 de março de 2011.
Esta Lei estabelece normas de ordem pública e de interesse social para promoção, defesa e
recuperação da saúde, nos termos da Constituição da República, da Constituição do Estado de
Minas Gerais, da Lei Orgânica da Saúde e da Lei Orgânica do Município e dispõe sobre a
organização, a prestação, a regulação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde
em Uberlândia. Além de expressar a participação da sociedade na área da saúde, esta Lei
Municipal dispõe sobre a função do Conselho Municipal de Saúde nas atividades da gestão
municipal, bem como nos aspectos econômico e financeiro do fundo municipal de saúde. Por isso
77
a responsabilidade compartilhada entre Conselho Municipal de Saúde e o Gestor, requer o
estabelecimento de um diálogo permanente entre as partes, sendo condição imprescindível para
alcançarmos o SUS que queremos e dá certo.
Assim o controle social revela-se como um complemento indispensável ao controle
institucional, exercido pelos órgãos fiscalizadores. Para que os cidadãos possam desempenhá-los
de maneira eficaz, é necessário que sejam mobilizados e recebam orientações sobre como
fiscalizar os gastos públicos.
Para tornar possível o controle social, é necessário que os representantes da sociedade
tenham uma opinião clara sobre a política pública a ser discutida, quais devem ser as suas
prioridades e o que ela precisa ter ou fazer para garantir os direitos da comunidade e suprir suas
demandas. É necessário que os representantes da sociedade conheçam seus direitos e os espaços
de participação em que podem atuar, assim como, o funcionamento das políticas para que possam
intervir com mais qualidade, apropriando-se dos termos utilizados, regras que se deve cumprir, o
funcionamento da burocracia e os prazos que o poder público precisa cumprir a legislação.
A sociedade também tem o papel importante de acompanhar as ações governamentais para
que sejam garantidos os mecanismos de controle social previstos em lei, bem como o acesso às
informações necessárias para efetivar o controle social.
Assim, a participação do Conselho Municipal de Saúde em debate com suas representações,
dialogando com a Secretaria Municipal de Saúde e realizando o controle social garante que as
políticas públicas possam atender, de fato, às necessidades prioritárias da população, para a
melhoria dos níveis de oferta e de qualidade dos serviços e fiscalização a aplicação dos recursos
públicos.
A Lei n.º 8.142/90, resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde, foi o marco
legal, de criação dos Conselhos e as Conferências de Saúde como espaços vitais para o exercício
do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Conselho Municipal de Saúde de Uberlândia (CMSU) é instância máxima de deliberação
do Sistema Único de Saúde no município, de caráter permanente e deliberativo, tem como missão
a deliberação, fiscalização, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas de saúde.
O CMSU é um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde composto por
representantes de entidades e movimentos representativos de usuários, entidades representativas
de trabalhadores da área da saúde, governo e prestadores de serviços de saúde, sendo o seu
78
Presidente eleito entre os membros do Conselho. Além deste órgão há no Município a organização
dos Conselhos Locais e Distritais de Saúde, com a competência de órgãos consultivos.
É competência do Conselho Municipal de Saúde, dentre outras, aprovar o orçamento da
saúde assim como, acompanhar a sua execução orçamentária. Também cabe ao pleno do CMSU a
responsabilidade de aprovar a cada quatro anos o Plano Municipal de Saúde, o Plano Plurianual, o
Relatório Anual de Gestão, a Programação Anual de Saúde, dentre outros documentos de
planejamento, monitoramento e avaliação de serviços do SUS.
No município de Uberlândia o CMSU realiza suas reuniões ordinárias na última quarta-feira
de cada mês, ordinariamente e extraordinariamente quando convocado.
Quanto às conferências de saúde estas são espaços democráticos de construção da política de
Saúde, que devem ocorrer a cada quatro anos, sendo previsto neste quadriênio de 2014-2017 a
realização da 7ª Conferência Municipal de Saúde.
79
DIRETRIZES DO PLANO MUNICPAL SAÚDE
80
ATENÇÃO BÁSICA COMO PROMOÇÃO À CIDADANIA
Diretriz: Garantir acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo
adequado ao atendimento das necessidades de saúde, mediante aprimoramento da Política da
Atenção Básica.
ESTRATÉGIAS
Atenção Primária à Saúde como porta de entrada e ordenadora da Rede de Saúde.
Priorização da Estratégia Saúde da Família como modelo de Atenção à Saúde.
Ampliação do modelo da clínica diversificando as possibilidades de cuidado à população.
Implementar as diretrizes das Práticas Integrativas e Complementares no modelo de
atenção à saúde.
Aproximação da Atenção Básica com as Políticas Estratégias assistenciais, com Vigilância
em Saúde e áreas de apoio e logística.
Implantação de um modelo de gestão horizontal com foco na construção coletiva.
Promoção da qualificação profissional com foco em resultados.
RESPOSTA SOCIAL
 Ampliar o número de equipes de saúde da família respeitando a população adscrita conforme
preconizado pelo Ministério da Saúde e priorizando a implementação das equipes em áreas de
vazio assistencial e de maior vulnerabilidade.
 Construir, reformar e/ou ampliar Unidades Básicas de Saúde, tanto na área urbana quanto na
área rural, de forma a garantir infraestrutura adequada e de qualidade.
 Adquirir, repor e manter equipamentos e materiais permanentes para Unidades Básicas de
Saúde.
 Implantar e implementar o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF).
 Implantar Academias de Saúde, com foco em promoção à saúde e prevenção de agravos.
 Reorganizar a Atenção das Unidades Básicas de Saúde tradicionais e Unidades de
Atendimento Integrado com a parametrização das equipes e implantação da Estratégia de
Agentes Comunitários de Saúde.
 Implantar o Centro de Referência das Práticas Integrativas e Complementares e inserir tais
práticas na Atenção Primária à Saúde.
 Oferecer o cuidado à população de rua por meio da ampliação e manutenção do Consultório
na Rua.
 Fortalecer as ações Programa Melhor em Casa (serviço de atenção domiciliar) articulada
com a rede de atenção à saúde.
 Aumentar a cobertura do Programa de Saúde Escolar conforme a ampliação da Estratégia
Saúde da Família.
 Realizar ciclos de debates permanentes entre a Atenção Básica e as Políticas Estratégias
assistenciais, Vigilância em Saúde e áreas de apoio e logística.
 Fortalecer o apoio institucional às equipes das Unidades Básicas de Saúde, empoderando os
81
profissionais e realizando planejamento conjunto das ações da atenção básica.
 Promover a educação permanente dos profissionais, voltada para as necessidades do serviço
e com foco no resultado e oferecer cursos introdutórios para os profissionais que ingressam na
atenção primária à saúde.
 Implantar o Telessaúde na Rede de Atenção à Saúde.
 Apresentar para os Conselhos Locais, relatório periódico de execução de atividades das
unidades de saúde.
INDICADORES E METAS
INDICADOR
Cobertura populacional estimada pelas
Equipes de Atenção Básica
Cobertura populacional estimada pelas
Equipes Básicas de Saúde Bucal
Proporção de internações por condições
sensíveis à Atenção Básica
Média da ação coletiva de escovação
dental supervisionada.
Índice
Recente
2014
2015
2016
2017
27%
37%
48%
52%
54%
18%
25%
30%
30%
30%
10,23%
10,1%
9,8%
9,5%
9%
1,4
2,16
2,59
2,62
2,70
82
UBERLÂNDIA SORRIDENTE
Diretriz: Fortalecer e aprimorar a rede de assistência em saúde bucal com a expansão e
adequação das ações para implantação plena do Programa Brasil Sorridente no município.
ESTRATÉGIAS
Ampliar e divulgar o acesso da população aos pontos de atenção à saúde bucal.
Ampliar as ações da Saúde Bucal na Atenção Básica.
Qualificar e ampliar o atendimento odontológico em ambiente hospitalar para portadores de
necessidades especiais.
Promover integração e alinhamento da Saúde Bucal com os demais pontos da Rede de
Atenção à Saúde.
RESPOSTA SOCIAL
 Ampliar o número de Equipes de Saúde Bucal na Atenção Básica, articuladas com a
Estratégia Saúde da Família.
 Fomentar a implantação de serviço de atendimento móvel odontológico na zona rural do
município.
 Reestruturar e ampliar o programa de saúde escolar, articulado com as Redes de Atenção à
Saúde.
 Reestruturar, qualificar, ampliar e construir Centros de Especialidades Odontológicas.
 Reestruturar e fortalecer o Programa Fissurado Lábio Palatal.
 Fortalecer e readequar o serviço de urgência e emergência odontológica na Rede de Atenção
à Saúde.
 Implantar o laboratório regional de prótese dentária.
 Credenciar novos pontos de atenção aos portadores de necessidade especial.
INDICADORES E METAS
INDICADOR
Cobertura populacional da assistência
em saúde bucal dos Centros de
Especialidade Odontológica
Proporção de exodontia em relação aos
procedimentos.
Índice
Recente
2014
2015
2016
2017
28%
28,00%
65,86%
86,73%
100%
8,5
8
7,5
7,0
6,5
83
ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E POLÍTICAS ESTRATÉGICAS EM SAÚDE
Diretriz: Aprimorar a rede de atenção às urgências, com expansão e adequação dos
equipamentos de saúde e fortalecer as políticas estratégicas promovendo a universalidade, a
equidade e humanização, com qualidade na assistência prestada.
ESTRATÉGIAS
Promover a qualificação dos vários pontos de atenção com o foco no modelo de cuidado às
doenças crônicas.
Articulação das políticas estratégicas com todos os níveis de atenção da rede.
Unificação e descentralização dos pontos de regulação com foco na implantação do
complexo regulador.
Promover o fortalecimento da cooperação regional.
Ampliar e qualificar a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS.
Ampliar e qualificar a rede de atenção materno-infantil com objetivo de reduzir índices de
mortalidade desta população.
Fortalecimento da rede de atenção integral à pessoa idosa, à pessoa com deficiência e a
reabilitação.
Implementação, ampliação e qualificação da Rede de Urgência e Emergência.
Apoiar a estruturação da FUNDASUS e instrumentalizar para a qualificação,
operacionalização e profissionalização da Rede de Atenção à Saúde.
RESPOSTA SOCIAL
 Implantar Centro de Referência às Condições Crônicas.
 Implantar o autocuidado apoiado na rede.
 Implementar as diretrizes de cuidado às doenças crônicas nas linhas guias.
 Ampliar e fortalecer os grupos que favoreçam mudanças de hábitos.
 Criar serviço de gerenciamento de doenças crônicas.
 Radicalizar os processos de formação e educação permanente e oferecer apoio sistemático
das áreas estratégicas aos níveis de atenção da rede.
 Incorporar as linhas-guias e implantar/implementar protocolos em todos os pontos de
atenção da rede.
 Compor comissão para formular, avaliar e acompanhar protocolos através de indicadores de
qualidade e de assistência.
 Implantar e qualificar núcleos de regulação em todas as UAIS e Hospitais.
 Elaborar/implantar/qualificar fluxos e critérios de encaminhamentos para especialidades,
procedimentos e exames.
 Capacitar os pontos/ profissionais da rede para encaminhamentos em tempo oportuno.
 Monitorar e gerenciar os protocolos, fluxos e funcionamento da regulação através da
comissão instituída para este fim.
84
 Adequar o sistema de informação às necessidades da regulação.
 Implantar o E-SUS e SISREG III.
 Implementar a Junta Reguladora da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.
 Reorganizar a Central de Leitos na busca do controle total dos leitos hospitalares dos leitos
municipais.
 Implantar censo diário de leitos hospitalares no município.
 Articular com os órgãos de gestão regional o planejamento conjunto para a resolutividade
das questões de saúde apresentadas.
 Ampliar aproximação com os consórcios intermunicipais de saúde.
 Aproximar as áreas técnicas das instâncias de gestão e pactuação.
 Consolidar as diretrizes da Política Nacional de Atenção Psicossocial em todos os pontos
elencados na RAPS municipal.
 Ampliar a rede com construção e criação de 01 unidade de acolhimento infanto-juvenil, 02
unidades de acolhimento adulto, 01 CAPS AD III, qualificação dos CAPSII em III (totalizando
3 CAPS III).
 Acompanhar a ampliação da atenção primária ofertando matriciamento em saúde mental
com a disposição atual de 1 profissional de saúde mental para cada 02 Equipes de Saúde da
Família.
 Garantir as ações de redução de danos nas áreas de maior vulnerabilidade.
 Criar leitos de saúde mental no Hospital Municipal.
 Fortalecer a articulação e regulação dos prestadores.
 Controlar e regular os fluxos de encaminhamentos para as comunidades terapêuticas.
 Realizar diagnóstico para a criação de residências terapêuticas.
 Fortalecer a articulação com o Hospital de Clínicas estreitando a gestão de caso e a lógica da
linha de cuidado.
 Implantar prontuário eletrônico em todos os CAPS e UAs (Unidades de Acolhimento).
 Criar o Centro de Referência Materno-Infantil.
 Ampliar e qualificar o apoio diagnóstico.
 Promover e fortalecer o apoio matricial em todos os pontos de atenção.
 Ampliar a estrutura e serviços do Hospital Municipal conforme preconizado pela Rede
Cegonha.
 Instituir porta de entrada de urgência e emergência em obstetrícia no Hospital Municipal.
 Implantar de forma efetiva as ações de humanização da gestação, nascimento, do parto e
puerpério.
 Manter e ampliar as ações de promoção do aleitamento materno.
 Priorizar a gestão de caso para as gestantes e crianças das famílias de maior vulnerabilidade
social e risco pessoal.
 Implementar ações comunitárias voltadas para as adolescentes com foco na gravidez
precoce.
 Realizar ação conjunta entre saúde materno infantil e saúde mental, no cuidado voltado para
a intervenção precoce na relação mãe-bebê /primeira infância.
 Reestruturar a rede para organizar o cuidado voltado às vítimas de violência.
 Criar o Centro Integrado de Atenção ao Idoso e Reabilitação Física.
 Construção/implantação do Centro Especializado em Reabilitação - CER Tipo II, que
atenderá as deficiências: Física e Intelectual.
 Capacitar os profissionais da rede para atendimento ao idoso.
 Formar cuidadores de idosos para atuarem na rede.
 Apoio matricial de geriatria e gerontologia às equipes de saúde da família e atenção básica.
 Desenvolver apoio e educação permanente aos profissionais em todos os pontos da rede para
trabalhar com lógica de cuidados paliativos.
85
 Garantir acesso e implementar a caderneta de saúde da pessoa idosa em toda a rede.
 Implementar o projeto de prevenção de quedas.
 Garantir assistência em saúde nas ILPIs (Instituição de Longa Permanência para Idosos).
 Definir o perfil e fluxos assistenciais das pessoas com deficiências na rede de atenção.
 Implementar a Rede de Cuidado da Pessoa com Deficiência.
 Estabelecer fluxos e protocolos assistenciais nos diferentes níveis de atenção.
 Participar da implantação do complexo regulador regional.
 Construir/implantação de 03 Unidades de Pronto Atendimento – UPA Tipo III.
 Implantar o SAMU Regional.
 Promover educação permanente em urgência e emergência com implementação de
protocolos em toda rede.
 Redefinir o papel e o perfil de cada porta de entrada na rede de urgência e emergência.
 Definir o papel da Atenção Primária na rede de urgência e emergência.
 Fortalecer a atuação do Melhor em Casa na rede de urgência e emergência.
 Fortalecer a articulação da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) na rede de urgência e
emergência.
 Redefinir a vocação dos leitos hospitalares de retaguarda da rede de urgência e emergência.
 Implementar ações e políticas voltadas para as populações de maior vulnerabilidade (saúde
da população negra, saúde da população do campo e da floresta, saúde da população cigana,
saúde da população LGBT, saúde da população em situação de rua, saúde da população
indígena, saúde dos privados de liberdade), promovendo a equidade.
INDICADORES E METAS
INDICADOR
Proporção de acesso hospitalar dos
óbitos por acidente
Proporção de óbitos nas internações por
infarto agudo do miocárdio (IAM)
Cobertura populacional de Unidade de
Pronto Atendimento (UPA)
Proporção de nascidos vivos de mães
com 7 ou mais consultas de pré-natal
Razão de exames citopatológicos do colo
do útero em mulheres de 25 a 64 anos e a
população da mesma faixa etária
Razão de exames de mamografia de
rastreamento realizados em mulheres de
50 a 69 anos e população da mesma faixa
etária.
Taxa de mortalidade infantil
Número de óbitos maternos
determinado período e local
residência
Proporção de parto normal
Cobertura de centros
psicossocial (CAPS)
de
em
de
atenção
Índice
Recente
2014
2015
2016
2017
63%
65%
67%
69%
70%
20%
19%
18%
17%
16%
0%
66%
100%
100%
100%
83,29%
85%
86%
87%
88%
0,65
0,67
0,69
0,70
0,72
0,50
0,55
0,60
0,62
0,64
8,6
8,5
8
7,5
7,5
3
2
2
2
1
18%
20%
22%
23%
24%
0,73
0,9
1,16
1,16
1,16
86
ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA E HOSPITALAR
Diretriz: Garantir o acesso da população a serviços de qualidade, com equidade e em tempo
adequado ao atendimento das necessidades de saúde, mediante aprimoramento da política da
atenção especializada e hospitalar.
ESTRATÉGIAS
Redução das perdas primárias e secundárias nas consultas e procedimentos agendados.
Promoção de ações com foco na desospitalização.
Redefinição do papel e perfil das Unidades de Atendimento Integrado.
Implantação de modelo de gestão para construção de contratos assistenciais com foco em
resultados quantitativos e qualitativos.
Sistematização das demandas prioritárias.
Fortalecimento, qualificação e redefinição das ações de Regulação, Controle e Avaliação.
Reestruturação e fortalecimento da função de auditoria e supervisão hospitalar.
Fortalecer a articulação com o judiciário e Ministério Público.
RESPOSTA SOCIAL
 Qualificar as filas pela Atenção Primária e pelas áreas técnicas.
 Realizar a busca ativa dos pacientes perdidos ou não confirmados.
 Capacitar os profissionais responsáveis pelos encaminhamentos/agendamentos para a
atenção especializada.
 Unificar o sistema de agendamento de maneira a facilitar o acesso e a resolutividade dos
procedimentos especializados e consultas.
 Promover campanhas de conscientização junto à população quanto à importância do
compromisso agendado.
 Criar equipes de referência de especialidades para Atenção Básica, considerando a
territorialização.
 Criar comissões de desospitalização.
 Estabelecer critérios técnicos para desospitalizar o paciente.
 Instituir altas hospitalares referenciadas, programadas e pactuadas com a rede.
 Criar Centro de Especialidade Clínica a partir da redefinição do papel das unidades.
 Adequar o número de profissionais de saúde da rede ou buscar complementação na rede
privada para atender à necessidade populacional.
 Redimensionar as especialidades e/ou exames na Rede Municipal de Saúde, com foco na
parametrização proposta pela Portaria nº 1101/2002, levando em consideração o perfil
epidemiológico.
 Implantar Centro de Diagnóstico com foco na ampliação e qualificação do serviço prestado.
 Redefinir cotas para decisão de unificação ou regionalização de consultas/exames.
87
 Adequar os contratos assistenciais às necessidades da população.
 Estabelecer metas e indicadores conforme as políticas da SMS.
 Priorizar, através de critérios clínicos a realização de consultas/exames, bem como vincular o
exame ao retorno do paciente em tempo adequado.
 Redimensionar a equipe da central de marcação para gerenciamento das priorizações.
 Ampliar e qualificar das equipes de regulação, controle e avaliação.
 Monitorar a programação e a execução da PPI/MG (Programação Pactuada Integrada) do
município e dos municípios referenciados.
 Ampliar as equipes de auditoria e redefinição do papel do auditor no sistema.
 Aumentar a capacidade de realizar auditorias clínicas/assistenciais e não apenas
administrativas.
 Utilizar o resultado das auditorias para redefinir as políticas estratégicas.
 Apresentar e pactuar as linhas de cuidado e protocolos clínicos e fluxos.
 Fornecer apoio técnico da SMS aos órgãos do Poder Judiciário para tomada de decisão.
INDICADORES E METAS
INDICADOR
Razão de procedimentos ambulatoriais de
média complexidade e população residente.
Razão de internações clínico-cirúrgicas de
média complexidade e população residente.
Índice
Recente
2014
2015
2016
2017
1,5
2,5
2,5
2,5
2,5
2,81
4,3
4,3
4,3
4,3
88
VIGILÂNCIA E PROTEÇÃO EM SAÚDE
Diretriz: Reduzir os riscos e agravos à saúde da população por meio das ações de
promoção, prevenção e proteção da saúde.
ESTRATÉGIAS
Reestruturação dos serviços da Vigilância em Saúde, considerando a Atenção Primária como
ordenadora do Sistema de Saúde, com vistas à mudança do modelo de atenção.
Fortalecimento da Política Municipal de Saúde do Trabalhador.
Qualificação das ações das Vigilâncias.
Utilização das informações consolidadas pelas Vigilâncias no direcionamento e
aperfeiçoamento das ações em saúde.
Fortalecimento de ações intersetoriais com as secretarias afins, Universidade Federal de
Uberlândia e outros parceiros.
Articulação e integração das ações da Vigilância com a Rede de Atenção à Saúde.
RESPOSTA SOCIAL
 Construir bancos de dados e informações através de notificações que possam ser utilizados
para o planejamento e direcionamento das ações assistenciais.
 Qualificar as equipes técnicas e estruturar os serviços com equipamentos e insumos de
qualidade.
 Reestruturar o Centro Regional de Saúde do Trabalhador, incluindo reforma da estrutura
física e o fortalecimento e ampliação das ações.
 Reestruturar a Vigilância Sanitária, incluindo reforma da estrutura física.
 Reestruturação e manutenção do Serviço de Verificação de Óbitos.
 Implantar os programas Vigiar e Vigisolo e fortalecer o programa Vigiagua.
 Realizar atividades de educação em saúde utilizando equipamentos sociais da área.
 Intensificar e qualificar as ações de vigilância em saúde, com foco na promoção à saúde e
prevenção de doenças e agravos mais frequentes na população.
 Articular e integrar as ações da Vigilância com a Rede de Atenção à Saúde.
 Qualificar e ampliar as ações de Segurança Alimentar e Nutricional.
 Ampliar as ações de mobilização social no combate à dengue e outras zoonoses.
 Implantar a vigilância de doenças e agravos não transmissíveis.
 Ampliar e fortalecer as ações do Programa Nacional de HIV/AIDS e outras DSTs.
 Instituir apoio matricial em Vigilância em Saúde aos pontos de atenção da rede.
89
INDICADORES E METAS
INDICADOR
Cobertura
de
acompanhamento
das
condicionalidades de saúde do Programa
Bolsa Família
Número de unidades de saúde com serviço de
notificação de violência doméstica, sexual e
outras violências implantado.
Proporção de óbitos infantis e fetais
investigados.
Proporção de óbitos maternos investigados.
Proporção de óbitos de mulheres em idade
fértil (MIF) investigados.
Taxa de mortalidade prematura (<70 anos)
pelo conjunto das 4 principais DCNT
(Doenças do aparelho circulatório, câncer,
diabetes e doenças respiratórias crônicas).
Proporção de vacinas do Calendário Básico de
Vacinação da Criança com coberturas
vacinais alcançadas.
Proporção de cura de casos novos de
tuberculose pulmonar bacilífera.
Proporção de exame anti-HIV realizados
entre os casos novos de tuberculose.
Proporção de registro de óbitos com causa
básica definida.
Proporção de casos de doenças de notificação
compulsória imediata (DNCI) encerradas em
até 60 dias após notificação.
Proporção de casos de doenças ou agravos
relacionados ao trabalho notificados.
Proporção de casos de doença de notificação
compulsória encerrados oportunamente
Percentual de municípios que executam as
ações de vigilância sanitária consideradas
necessárias a todos os municípios.
Avaliação
dos
projetos
arquitetônicos
protocolados
Atendimento de denúncias relacionadas à
Vigilância Sanitária
Número de casos novos de AIDS em menores
de 5 anos.
Proporção de cura de casos novos de
hanseníase diagnosticados nos anos das
coortes.
Proporção de contatos intradomiciliares de
casos novos de hanseníase examinados.
Número absoluto de óbitos por leishmaniose
visceral.
Proporção de cães vacinados na campanha de
vacinação antirrábica canina.
Número absoluto de óbitos por dengue.
Proporção de imóveis visitados em pelo menos
4 ciclos de visitas domiciliares para controle
da dengue.
Proporção de análises realizadas em amostras
de água para consumo humano quanto aos
parâmetros coliformes totais, cloro residual
livre e turbidez.
Índice
Recente
2014
2015
2016
89
90
92
93
8
16
24
32
98
98,2
98,5
99
99
100
100
100
100
100
85,2
95
98
99
99,5
224,8
225
220
215
210
10
80
85
88
90
/
80
85
87
89
65,06
85
90
92
94
97,2
98
98,5
99
99,5
97,2
98
99
99,2
99,5
546
975
1005
1500
2000
0,999
0,9995
0,9998
1
1
80
100
100
100
100
90%
91%
92%
93%
95%
100%
100%
100%
100%
100%
2
2
2
2
1
84
90
90
92
95
84,62
99
99
99,2
99,5
0
0
0
0
0
78,98
79
80
82
85
3
2
1
1
1
66,7
70
75
80
82
12
17
22
24
26
2017
94
40
90
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA, GESTÃO, INOVAÇÃO E LOGÍSTICA
EM SAÚDE
Diretriz: Garantir o acesso a medicamentos essenciais e excepcionais de qualidade,
promovendo seu uso racional e dar suporte e condições ideais às atividades da Secretaria,
contribuindo para qualificação e humanização do serviço prestado.
ESTRATÉGIAS
Assistência Farmacêutica
Institucionalização da Assistência Farmacêutica no modelo de atenção à saúde.
Ampliação dos pontos de dispensação de medicamentos na Rede Municipal de Saúde.
Estruturação, organização, qualificação e sistematização dos serviços prestados pela
Assistência Farmacêutica.
Implantação de instrumentos de monitoramento, controle e avaliação das ações de
Assistência Farmacêutica.
Revisão e implementação da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME).
Oficialização e publicização da REMUME para população, para prescritores e Rede
Municipal de Saúde.
Garantia da qualidade no armazenamento e transporte dos medicamentos dispensados.
Promoção da adesão dos prescritores à REMUME.
Qualificação das prescrições.
Promoção da racionalidade na utilização de medicamentos.
Notificação de eventos adversos a medicamentos na Rede Municipal de Saúde no Sistema
Estadual e Nacional de Farmacovigilância.
Gestão, Inovação e Logística em Saúde
Promoção, articulação e qualificação da comunicação em saúde interna e externa.
Modernização do processo de acesso à informação institucional.
Promoção da educação permanente com foco na valorização e profissionalização da
assistência e da gestão.
Participação e apoio no processo de formação de profissionais na área de saúde.
Implementação das diretrizes da Política Nacional de Humanização na Rede de Atenção à
Saúde.
Unificação dos sistemas de informação utilizados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Articulação intersetorial entre Tecnologia da Informação e demais áreas de atuação da SMS.
Articulação interfederativa com foco na implantação de novas tecnologias.
Alinhamento e qualificação da relação entre a área de apoio e logística e demais áreas da
SMS.
Articulação, alinhamento e qualificação da relação entre área de apoio, logística e
planejamento da SMS e demais áreas afins da Prefeitura Municipal.
Reestruturação dos processos de trabalho com foco na responsabilização, na
desburocratização e na gestão por resultados.
Otimização e qualificação dos processos administrativos com foco na resolutividade e
91
eficiência.
Racionalização na utilização de recursos orçamentários e financeiros disponíveis na SMS,
através do planejamento do consumo de produtos e serviços, bem como a ampliação da fonte
de recursos e utilização eficiente dos destinados à saúde pública.
Articulação da SMS com demais Secretarias da Prefeitura Municipal para alinhamento dos
processos de organização interna com foco na operacionalização do Sistema Único de Saúde.
RESPOSTA SOCIAL
Assistência Farmacêutica
 Dispor de farmacêutico para a execução e a organização da assistência farmacêutica.
 Elaborar protocolos de Atenção Farmacêutica e Manuais de Boas Práticas de Assistência
Farmacêutica.
 Adequar a infraestrutura do Centro de Abastecimento Farmacêutico.
 Garantir a qualidade no armazenamento e transporte dos medicamentos dispensados.
 Promover a adesão dos prescritores à REMUME.
 Qualificar as prescrições
 Padronizar os medicamentos conforme perfil epidemiológico e base científica atual.
 Oferecer suporte à prescrição habilitada baseada em princípios científicos.
 Analisar o registro do medicamento no Ministério da Saúde e Certificado de Boas Práticas
por linha de Produção para a forma farmacêutica em questão, emitida pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA).
 Promover a educação em saúde quanto ao uso racional de medicamentos.
 Implantar a Farmácia Verde.
 Implantar Projeto Farmácia de Minas.
 Implantar o controle de estoques com a dispensação por meio da leitura de código de barras.
 Apoiar a consolidação das Práticas Integrativas e Complementares.
 Implantar a Comissão de Farmacoterapêutica.
Gestão, Inovação e Logística em Saúde
 Implementar sistemas operacionais e aplicativos padronizados com base de informação
unificada.
 Formação e educação permanente de dirigentes e técnicos da SMS quanto aos sistemas
operacionais e aplicativos implantados.
 Quanto aos sistemas operacionais e aplicativos implantados.
 Disponibilizar informações específicas das SMS através de uma intranet.
 Implantar e implementar página de internet com informações específicas do Controle Social.
 Implantar e implementar o Sistema “Ação Saúde” com foco no planejamento, controle,
monitoramento e avaliação das ações administrativas e operacionais da gestão.
 Implantar sistemas de informação gratuitos disponibilizados pelo Governo Federal e/o
Estadual.
 Implantar o Observatório da Saúde no município unificando e integrando informações da
Rede de Atenção à Saúde com a Vigilância em Saúde, Gestão de Pessoas, Administrativo e
Financeiro.
 Criar informativos de comunicação áudio/visual, digital e/ou impressa com foco na
divulgação de informações à população e à mídia.
 Realizar processos de capacitação com foco nas atribuições referente ao cargo do servidor.
92
 Realizar processos de capacitação para formação político-técnica sobre o SUS.
 Oferecer por intermédio da Escola de Governo cursos de pós-graduação (lato senso e stricto
senso) para servidores.
 Revisar em parceria com as instituições de ensino os planos de estágios aplicados na Rede
Municipal de Saúde.
 Elaborar e implantar as novas regras de realização de estágios, pesquisa e residência na Rede
Municipal de Saúde.
 Implantar o pagamento de gratificação para os servidores preceptores na Rede Municipal de
Saúde.
 Oferecer cursos de formação e qualificação de preceptores em parceria com a Escola de
Governo e instituições de ensino superior da área de saúde.
 Implantar na Rede Municipal de Saúde inovações técnicas e tecnológicas apontadas nos
resultados de pesquisas realizadas e analisadas.
 Promover fóruns de debates sobre as pesquisas realizadas na Rede Municipal de Saúde.
 Implantar e implementar as residências na Rede Municipal de Saúde.
 Redimensionar a força de trabalho de todos setores da Secretaria Municipal de Saúde.
 Elaborar e implementar organograma e a definição de papéis.
 Reestruturar a avaliação de desempenho dos servidores em conformidade com novo plano de
cargos, carreiras e salários.
 Implementar e fortalecer ações com foco na humanização.
 Elaborar e divulgar fluxos e protocolos com foco na desburocratização e resolutividade dos
processos de trabalho da SMS.
 Fomentar a participação das demais Secretarias nas discussões inerentes à operacionalização
do SUS Municipal.
 Promover melhorias na estrutura física, equipamentos e mobiliários do Conselho Municipal
de Saúde.
INDICADORES E METAS
INDICADOR
Número de reclamações inerentes à
assistência farmacêutica registradas na
Ouvidora do SUS Municipal
Número de pontos de dispensação de
medicamentos
Número de reclamações registradas na
Ouvidoria do SUS Municipal
Índice
Recente
2014
2015
2016
2017
728
582
465
372
298
22
32
41
49
52
2113
1584
1188
891
668
93
MODELO DE GESTÃO
Diretriz: Fortalecer e qualificar o Sistema Único de Saúde, através do aprimoramento das
relações interfederativas, da valorização da participação e controle social e na
implementação de estratégias com centralidade na garantia do acesso e com foco em
resultados.
ESTRATÉGIAS
Qualificação do Conselho Municipal de Saúde e ampliação da participação popular.
Implementação de uma cultura voltada para a Ouvidoria como instrumento de gestão,
articulado às instâncias de controle social e adequação dos sistemas de informação.
Fortalecimento da relação interfederativa.
Aperfeiçoamento dos dispositivos para apoio institucional aos níveis de atenção à saúde.
Implantação de um modelo de gestão horizontalizada e descentralizada sob a condução do
planejamento.
Acompanhamento, avaliação e controle interno da gestão do SUS com foco em resultados.
Desenvolvimento institucional da gestão orçamentária, financeira e contábil do Fundo
Municipal de Saúde.
Consolidar a FUNDASUS como estratégia técnica-política e instrumento operacional da
retomada da gestão pública das unidades e trabalhadores de saúde terceirizados.
Consolidar a qualificação dos contratos de gestão com organizações sociais, buscando maior
publicidade, transparência, profissionalismo e controle sobre resultados e metas quantitativas e
qualitativas.
RESPOSTA SOCIAL
 Atualizar a legislação do Conselho Municipal de Saúde.
 Instrumentalizar o Conselho Municipal de Saúde com foco na disseminação da comunicação
em saúde.
 Promover melhorias na estrutura física, equipamentos e mobiliários do Conselho Municipal
de Saúde.
 Capacitar os Conselheiros Municipais, Distritais e Locais de Saúde considerando a
programação proposta pelo Conselho Municipal de Saúde.
 Realizar em parceria com o Conselho Municipal de Saúde e outras entidades organizadas da
sociedade civil fóruns sobre o papel do controle social na saúde.
 Ampliar e qualificar os Conselhos Locais de Saúde.
 Realizar a 7ª Conferência Municipal de Saúde.
 Representação do Conselho Municipal de Saúde no Conselho Regional de Saúde.
 Redescutir o papel do COMAD em relação à Secretaria Municipal de Saúde.
 Monitorar as demandas recebidas pelo sistema de ouvidoria, de modo a consolidá-las e
transformá-las em indicadores quantitativos e qualitativos aplicados à discussão da gestão dos
pontos de atenção à saúde e disponíveis ao público em geral.
94
 Coordenar a realização de pesquisa sobre a satisfação dos usuários.
 Modernizar e ampliar os pontos de comunicação com a Ouvidoria do SUS Municipal.
 Implantar a Ouvidoria Regional com foco em resultados discutidos na Região de Saúde.
 Acompanhar, monitorar e avaliar a operacionalização dos Consórcios vinculados à Saúde.
 Fortalecer e qualificar a participação da gestão nas Comissões Intergestoras Bipartite e
Regional e nos Colegiados de Gestão.
 Alinhar-se ao direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas,
propiciando transparência e democratização das ações de governo, fortalecendo as ações de
controle social.
 Fortalecer a Comissão Técnica de Saúde com foco no aperfeiçoamento das relações com o
Poder Jucidiário.
 Implantar ações voltadas ao desenvolvimento institucional e à modernização administrativa.
 Criar e implantar parâmetro de avaliação de qualidade da gestão municipal.
INDICADORES E METAS
Índice
Recente
2014
2015
2016
2017
Número de reclamações registradas na
Ouvidoria do SUS Municipal.
2113
1584
1188
891
668
Número de Conselhos de Saúde Locais
implantados.
7
3
4
4
4
INDICADOR
95
96
O objetivo de fortalecer e qualificar o Sistema Único de Saúde no município de Uberlândia,
como uma Rede de Saúde que reconheça e respeite a Atenção Primária como ordenadora da rede
de atenção à saúde e coordenadora do cuidado, encontra muitos desafios a serem superados.
Tratamos de um sistema em implementação progressiva e de um plano em construção permanente.
Entre os desafios apontados para execução deste plano podemos citar a baixa cobertura
pelas equipes de saúde da família e saúde bucal, a insuficiência de infraestrutura adequada, o
baixo adensamento tecnológico, a baixa profissionalização da assistência e da gestão; a
insuficiente incorporação de diretrizes clínicas na prática cotidiana, a fragmentação do processo de
educação permanente, as deficiências do processo de trabalho, como consequência da precarização
de vínculos, a fragilidade dos planos de carreira; carência de equipes multiprofissionais e a
insuficiência da função coordenadora dos fluxos de pessoas e informações nas redes de atenção à
saúde, provocando a fragilidade operacional no modelo de atenção.
Esta proposta de implementar em Uberlândia um modelo de atenção que seja efetivamente
estruturado em rede, ampliando acesso, qualificando e humanizando a assistência, facilitando a
utilização dos serviços de saúde por meio da aproximação do usuário com o sistema, fazendo
deste o centro do cuidado, é um desafio reconhecido e encontrado em toda gestão pública de
saúde.
Para a implantação de um novo modelo assistencial, há exigências de adequações
estruturais e organizativas para atuação da equipe, que passam pela capacidade de
desburocratização e descentralização dos processos, além de uma trajetória de expansão e
qualificação a seguir. O desafio de gerir um sistema pouco legitimado pela sociedade que
apresenta fragilidades nos campos de atuação e se torna ainda maior em um governo democráticopopular, que tem como premissa a gestão participativa envolvendo usuários, trabalhadores,
prestadores e gestores do SUS, e que se insere em um cenário de subfinanciamento nacional do
SUS.
Promover a saúde, viabilizando ao cidadão ferramentas para que ele possa conhecer e lidar
com o risco e as vulnerabilidades inerentes ao seu território, de forma a mobilizá-lo para o cuidado
de si mesmo, da sua família e sua comunidade, também é um desafio que deve ser superado. Em
paralelo, é importante buscar a necessidade da superação da equivocada visão dicotômica
arraigada nos profissionais de saúde, que polariza a clínica curativa e a prática preventiva,
construindo um novo modelo de clínica ampliada.
Apontar com tranquilidade e transparência os desafios, as insuficiências e os impasses
ainda vividos à luz da conjuntura do município e do SUS, permite a elaboração de estratégias e
ações claras, com foco em resultados que venham refletir na assistência qualificada e integral à
saúde da população, o principal propósito deste Plano Municipal de Saúde.
97
REFERÊNCIAS
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Crescimento Populacional Urbano Brasileiro. Texto para discussão nº 554 – IPEA, Rio de
Janeiro, 1998.
BRASIL. Constituição Federal, de 1988. Titulo VIII - Da Ordem Social, Capitulo II - Seção II Da
Saúde - Artigos 196; 197; 198 (Parágrafo único - EC 29).
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Acesso em 27/07/2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde - Departamento de Atenção
Básica. Programa Saúde da Família. Revista de Saúde Pública. vol. 34 n.3 São Paulo.
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BRASIL. Ministério da Saúde. SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica. Informações
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Regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão. Diário Oficial da
União da República Federativa do Brasil. Brasília, 01 abril de 1998.
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http://www.opas.org.br/observatorio/arquivos. Acesso em 27/07/2013.
BRASIL.
Ministério
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Sobre
o
SUS.
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CUNHA, J. M. P. Migração e Urbanização no Brasil: alguns desafios metodológicos para
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27/07/2013.
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STARFIELD, Bárbara. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde em serviços
e tecnologias. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.
UBERLÂNDIA. Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde. Saúde Informativo.
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2004.
UBERLÂNDIA. Diretoria de Informação e Comunicação em Saúde. Saúde Informativo.
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UBERLÂNDIA. Prefeitura Municipal de Uberlândia. Disponível em: www.uberlandia.mg.org.br.
Acesso em 27/07/2012.
98
99
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