Petrópolis
Rio de Janeiro
Abril 2011
Distribuição Gratuita
Nº 24
Confira a
Programação Cultural
Palácio
Itaboraí
Abre suas portas
à visitação
turística
Tesouros
da Arquitetura
Pórtico Museu
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Entrevista
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Prof. Maurício
Vicente Ferreira Jr.
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A Revista da Cultura e do Turismo
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PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi
FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Charles Rossi
JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)
TEXTOS: Isabela Lisboa e Eliane Maciel
GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack
DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma
CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201
Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares
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Fotos: Museu Imperial
esgatando a beleza da entrada do Palácio que o
abriga, o Museu Imperial restaurou seu pórtico de
pedra, um dos poucos representantes no Brasil
do estilo Paladiano.
Este elemento de grande importância para o conjunto
arquitetônico do Museu foi construído na primeira metade do
século XIX, e faz parte de uma tradição em cantaria que
encontra representantes em várias partes do país.
Nas mais antigas e nobres edificações brasileiras, a pedra
era aplicada nas alvenarias e na decoração das fachadas e
interiores. Quanto maior a riqueza ornamental em pedra,
mais importante e imponente era a edificação. A escolha do
tipo de rocha a ser utilizada variava conforme o serviço a ser
executado e a região. No caso do pórtico do Palácio Imperial,
residência de verão de D. Pedro II e sua família, o material
escolhido foi o granito.
Constituído por uma estrutura em abóbada, o pórtico tem
apoiado sobre ele um terraço (ou varanda) guarnecido por
balaustradas, intercaladas com pedestais encimados por
jarrões em mármore. Os arcos que compõem o conjunto são
ladeados por pilastras de inspiração jônica, o que remete ao
gosto neoclássico predominante naquela época.
Petrópolis
O restauro demandou de mão de obra especializada
habilitada a trabalhar com granito. A empresa responsável foi
a Atelier Histórica Arquitetura e Restauração, a mesma que
trabalhou nos restauros do Theatro Municipal do Rio de
Janeiro, da Casa França-Brasil e da Casa Daros.
A intervenção contou com aprovação do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A anuência
desse órgão é importante para garantir que a conservação
seja feita de forma correta e sem prejuízo para a estrutura.
O restauro – primeiro a ser realizado desde a fundação do
Museu há 68 anos - levou cinco meses. Durante este período,
profissionais trabalharam em cada detalhe, resgatando a
beleza original do Pórtico.
A preservação deste bem histórico, bem como outros em
andamento em Petrópolis, comprova o cuidado e a
preocupação da cidade com a guarda do seu patrimônio.
Afinal, estes tesouros tão importantes não só para a Cidade
Imperial, mas para todo o país que encontra aqui, muito de
sua própria história.
A Revista da Cultura e do Turismo
05
Foto: Isabela Lisboa
A segunda edição do Prêmio Guerra-Peixe de Cultura ocorreu no dia
18 de março e levou mais de 500 pessoas ao Theatro D. Pedro, que
prestigiaram os grandes destaques da cultura em 2010.
Os indicados, que concorreram a estatueta em bronze artístico criada
pelo escultor petropolitano Sérgio Cestari, foram divididos em 11
categorias.
Confira o nome dos vencedores: Música: Dudu King; Teatro: En'Canta
Noel; Dança: Lael Rocha; Artes Visuais: Roberto Franco Valente;
Literatura: Fernando Py; Coral: Coral Municipal de Petrópolis;
Comunicação: Caderno Lazer Tribuna de Petrópolis; Produção
Cultural: Dell'Arte; Audiovisual: Geórgia Guerra Peixe e Categoria
Especial: Banda 1º de setembro.
Na categoria Notório Reconhecimento, o Prêmio homenageou o
cartunista Lan, que contou com uma encenação bem humorada de
uma de suas charges, com a participação do ator Nathan Cardoso, o
cantor Robson Axé e as passistas Andresa Glicério e Jane Maria.
Fotos: Isabela Lisboa
Prêmio Maestro-Guerra Peixe
Busto Maestro Guerra-Peixe
Maior expoente petropolitano na área da música, o Maestro GuerraPeixe recebeu mais uma justa homenagem. Além do grande prêmio da
cultura que leva seu nome, o compositor ganhou um busto em bronze
confeccionado pelo artista plástico Sérgio Cestari. O descerramento do
busto aconteceu no dia 18 de março, data em que o maestro completaria
97 anos. A obra foi instalada em frente à Praça dos Expedicionários, bem
próxima ao Theatro D. Pedro num local que, a partir de agora, também
passa a se chamar Espaço Maestro Guerra-Peixe.
Foto: Isabela Lisboa
Petrópolis – Cidade dos Corais
Em comemoração ao Dia Nacional da Cultura, a Cia. Teatral
Língua de Trapo apresenta no dia 5 de novembro o seu
mais novo espetáculo, Tukutuka nu Brasil, às 19 horas na
Praça Dom Pedro. A peça conta de forma satírica fatos dos
últimos cinquenta anos de história do nosso país, que
contribuíram para a enorme “mistura cultural” na qual o
Brasil se transformou. Na peça, os personagens desfiam
suas memórias e nelas a plateia recorda a vida do brasileiro
desde a década de 60. Com direção de Iara Rocha, e
Raphael Teixeira e Paulo Marcos de Carvalho no elenco.
06
Petrópolis
Através de um projeto inédito – parceria do
segmento de Canto Coral com a Secretaria de
Educação – serão criados aproximadamente 40
corais nas escolas públicas do município. A
iniciativa atenderá cerca de seis mil alunos e
atenderá a lei federal, que delibera sobre o ensino
de música obrigatório, no primeiro segmento do
ensino fundamental. Com um aumento de quase
200% do número de corais, esta iniciativa
aproximará ainda mais a cidade de Petrópolis do
título oficial de "Cidade dos Corais". A coordenação
geral do projeto é do maestro Leonardo Randolfo,
representante do segmento de canto coral e viceFotos:Cultura.
Isabela Lisboa
presidente do Conselho Municipal de
A Revista da Cultura e do Turismo
Fotos: Isabela Lisboa
Brilha Petrópolis
Petrópolis em Serenata
comemora seu 10° Aniversário
Fotos: Divulgação
A pedido da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis foi criado, em
2001, o projeto Petrópolis em Serenata, que leva a boa música brasileira aos
bairros, distritos e comunidades de Petrópolis. Em 10 anos de existência o
projeto contabilizou 181 serenatas onde foram apresentadas 3.490 melodias
do nosso cancioneiro. Ao comemorar seu 10° aniversário, o projeto continua
determinado a preservar e resgatar a boa música. Parabéns aos músicos,
poetas e seresteiros a todos que contribuem para levar a boa musica a todos.
Foto: Divulgação
Petrópolis celebrou, no dia 16 de março, seus 168 anos em grande
estilo. O evento Brilha Petrópolis levou mais de 10 mil pessoas ao
Parque de Exposições de Itaipava. As apresentações da Orquestra
Sinfônica, do Coro e do Ballet do Theatro Municipal do Rio de
Janeiro e o show com a cantora Maria Rita, encantaram a todos.
As mestres de cerimônia foram a bailarina Ana Botafogo e a atriz
Fiorella Mattheis. Trechos das óperas Carmen, de Bizet e La
Traviatta, de Verdi foram alguns dos sucessos relembrados pela
orquestra e o coro comandados pelo maestro Silvio Viegas. O ballet
apresentou o espetáculo “Nascimento Novo”, do coreógrafo David
Parsons, interpretando canções de Milton Nascimento. E para
finalizar o dia, a cantora Maria Rita embalou o público com seus
maiores sucessos.
O evento contou com o patrocínio do Governo do Estado e da
AMBEV, com promoção da Globo Rio e da Intertv.
Petrópolis ganhará
museu de Stefan Zweig
Petrópolis tem o que comemorar. A Casa Stefan Zweig, nunca antes aberta ao
público, será transformada em museu - um Memorial do Exílio - destinado a
divulgar as obras do autor austríaco.
A reforma da casa, localizada no bairro Valparaíso foi iniciada há cinco meses
e as obras estão orçadas em R$ 600 mil. A previsão para conclusão está
prevista para fevereiro de 2012, quando a morte de Zweig completa 70 anos.
Para viabilizar o início das obras, o programa de conservação da cultura do
governo alemão doou 62 mil euros, mais de R$ 140 mil à entidade cultural de
direito privado, sem fins lucrativos, Casa Stefan Zweig.
O escritor Stefan Zweig e sua segunda mulher, Lotte Altmann, escolheram o
Brasil como refúgio às atrocidades do nazismo que eram cometidas na
Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
Petrópolis
A Revista da Cultura e do Turismo
07
Texto: Eliane Maciel e Isabela Lisboa l Fotos: Isabela Lisboa e Arquivo Histórico
m 1892, o arquiteto e construtor italiano Antonio Januzzi, construía no bairro Valparaíso, sua residência de
verão. Com inspiração palaciana e estilo eclético, a construção utilizou um sistema pouco comum no Brasil,
com paredes autoportantes de alvenaria e madeira. O conjunto foi coberto por um telhado de quatro águas e
telhas de cerâmica francesa. Foi assim que nasceu o Palácio Itaboraí, ainda hoje uma das mais imponentes
pérolas da rica arquitetura petropolitana.
A ornamentação e a disposição da planta mostram a clara inspiração na estética da Renascença italiana. O conjunto tem dois
pavimentos: o superior, com o pé-direito bem alto - que, na época, era a garantia de tardes frescas, dentro de casa – e o
inferior, como um porão elevado, que provavelmente abrigou as áreas de serviço da suntuosa residência. A planta baixa do
bloco destinado aos salões e às varandas, com sua rigorosa simetria e os acessos axiais, remete às construções do arquiteto
Andrea Palladio.
A partir de 1894, o Palácio foi sede do Colégio Americano, que lá permaneceu até 1920. Mais tarde, abrigou a primeira
Faculdade de Direito da cidade. Em 1938, o conjunto arquitetônico foi incorporado como patrimônio federal para se
transformar em residência de verão dos governadores do Estado do Rio de Janeiro. A partir de então, o prédio e o entorno
passam por intervenções, com a aquisição de terrenos laterais e a construção de imóveis auxiliares, num processo de
modernização não planejado que se repetiu, em 1944 e na década de 1950. Neste período, diversos banheiros, paredes e
decorações foram acrescentados, em especial no interior do Palácio, ferindo sua simetria original. Por fim, para evitar maiores
descaracterizações, o prédio foi tombado em 1982 pelo IPHAN - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
08
Petrópolis
A Revista da Cultura e do Turismo
Até 1998, o Palácio Itaboraí abrigou órgãos estaduais. Mas a
ocupação logo se revelou inadequada para um prédio com
clara vocação residencial e de recepção: e a necessidade de
conservação se tornou imperiosa.
Cedido à Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ, o imóvel
recebeu em 1999, uma equipe do Departamento de
Patrimônio Histórico (DPH) que realizou a primeira visita
técnica para levantamento das condições do prédio. Na época
foram feitas diversas inspeções que detectaram graves
problemas de infiltrações e deterioração.
Desta forma, um cuidadoso projeto de restauro foi
desenvolvido. Entretanto, apenas em 2002, a FIOCRUZ
recebe a chancela da Lei Rouanet e a aprovação do projeto
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN) e pelo Ministério da Cultura (MinC).
A captação de recursos ocorreu a partir de 2006 e a Petrobras
financiou R$ 2 milhões na primeira fase das obras de
restauração e a FIOCRUZ, na segunda fase, investiu R$ 1,2
milhão.
Com previsão de inauguração na segunda quinzena de abril, a
ocupação do palacete, dos anexos e das áreas não edificadas
terão uso múltiplo e flexível dos espaços. Uma pequena parte
interna ficará destinada à divulgação de sua própria história –
projeto, construção e utilização no tempo. No Itaboraí
funcionará, ainda, um centro multimídia, com internet e
recursos de áudio e vídeo. As salas maiores foram
transformadas em galerias para exposições e auditório.
Equipados com recursos de recepção de imagens e som
acoplados ao centro multimídia, os salões poderão abrigar
Petrópolis
vídeoconferências, exposições científicas e culturais,
recepções e outros eventos. Já as áreas externas passaram
por um tratamento paisagístico para recuperar seu estado
original e serão destinadas ao uso pela população em geral,
inclusive, portadores de necessidades especiais, que terão
acesso através de rampas e elevador panorâmico.
Um café também funcionará no local, tornando o ambiente
ainda mais acolhedor aos seus visitantes.
Com a abertura, o palácio abrigará o projeto "Fórum Itaboraí:
Política, Ciência e Cultura na Saúde", que tem, entre seus
principais objetivos: uma usina de reflexão (think tank) para a
formulação de ideias que permitam resolver problemas e
desafios críticos na área da saúde e da inserção social. O
marco de fundo do Fórum será a discussão das
desigualdades sociais e econômicas como principal
determinante da saúde e doença da população. Para este
objetivo, o Fórum pretende reunir por períodos de dois a três
dias cientistas, gestores intelectuais e cidadãos brasileiros e
estrangeiros para debater e produzir documentos relativos
aos temas selecionados.
A médio prazo, o projeto visa estabelecer uma mini-escola de
formação de quadros técnicos para os gestores municipais de
Petrópolis e da Região Serrana, no Anexo do Palácio. E
receber o Conselho Deliberativo da FIOCRUZ e de outras
unidades gestoras e cientificas da instituição para a realização
de reuniões de gestão e de discussão cientifica.
O Palácio Itaboraí também ficará aberto à visitação gratuita,
tornando-se mais um importante atrativo turístico para
Petrópolis.
A Revista da Cultura e do Turismo
09
Residência de veraneio de muitos que buscam a
tranquilidade e as belezas da Mata Atlântica, o distrito de
Itaipava é, sem dúvida, um dos roteiros mais charmosos da
Serra Carioca.
Refúgio de celebridades e muito procurado pela alta
sociedade, artistas e esportistas famosos, Itaipava é um dos
destinos mais bonitos da região serrana, cercado de áreas
de preservação ambiental, como a Serra dos Órgãos, além
de ser um verdadeiro paraíso gastronômico para os amantes
da boa mesa.
Seu clima agradável e a grande oferta de restaurantes e
bares requintados – que formam o Vale dos Gourmets – o
distrito mais famoso de Petrópolis vem atraindo, nos últimos
anos, turistas que contam com serviços e atendimento
hoteleiro da mais alta qualidade.
De olho neste mercado, o Granja Brasil Resort, um dos
maiores complexos de lazer e gastronomia, localizado no
centro de Itaipava, inaugurou em janeiro deste ano o Clarion
Hotel, bandeira luxo da rede Atlantica Hotels International,
maior administradora multimarcas de capital privado da
América do Sul.
Seguindo o conceito de hotel boutique, o Granja Brasil
Resort – Clarion Hotel é o único hotel cinco estrelas
localizado no coração de Itaipava (em uma área de mais de
420 mil metros quadrados), atendendo os mais exigentes
Texto: Isabela Lisboa
Fotos: Bia Galvão e Isabela Lisboa
clientes que buscam, aqui, atendimento de alto nível.
Com 37 amplos apartamentos, o hotel oferece toda a
sofisticação e comodidade para quem deseja desfrutar
de momentos inesquecíveis na serra ou mesmo
promover encontros de negócios.
O Hotel destaca-se, ainda, por seu atendimento
personalizado. Todos os hóspedes são tratados pelo
nome por todos os funcionários – do manobrista ao
gerente.
Considerado um dos melhores resorts da região
serrana, oferece: TVs de LCD a cabo, Wi-Fi nos
apartamentos e áreas sociais, elegante restaurante,
piscina, sauna a vapor e seca, fitness center, business
center (com salas para 14, 30 e 120 lugares), spa,
quadras de futebol, tênis e poliesportiva, espaço para
eventos e conta ainda com serviços de lavanderia e
equipe de recreação para as crianças, além de
segurança 24 horas.
Granja Brasil Resort - Clarion Hotel
Estrada União e Indústria, nº 9.153, Centro - Itaipava
Fone: (24) 2222-5155
Site: www.granjabrasil.com.br
Reservas: [email protected]
10
Petrópolis
A Revista da Cultura e do Turismo
Texto: Isabela Lisboa l Fotos: Reprodução
erço de grandes nomes da música, das artes e da
literatura, como Maestro Guerra-Peixe, Ernani
Aguiar, Raul de Leoni, entre outros, Petrópolis
também tem entre seus filhos o único ganhador
brasileiro do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, Peter
Brian Medawar.
Apesar de seus estudos nas áreas de zoologia e anatomia,
Medawar concentrou-se nos transplantes de tecidos vivos,
que haviam dado um grande salto, em 1949, com a
publicação de um trabalho imunológico de Frank Burnet,
notável pesquisador australiano e parceiro de trabalho de
Medawar.
Infelizmente, ainda hoje, muitos desconhecem a história
deste ilustre professor e pesquisador que, ao ganhar o
prêmio em 1960, o recebeu como cidadão britânico.
A consagração chegou através desta parceria. Os dois
receberam o Prêmio Nobel pelas descobertas em
“Tolerância Imunológica Adquirida”, pesquisas baseadas na
cultura dos tecidos, na regeneração dos nervos periféricos e
na análise matemática das mudanças dos organismos, que
ocorriam durante o processo. Suas
pesquisas foram muito importantes
para o desenvolvimento dos
transplantes de tecido.
O fato se explica: filho de mãe britânica e pai libanês,
Medawar nasceu em 1915, no Hospital Santa Teresa. Viveu
até sua juventude em Petrópolis,
sempre se destacando nos
estudos. Aos 14 anos, a família,
ao reconhecer o talento do filho,
o envia para estudar na
Inglaterra. Sua genialidade o
levou, alguns anos depois, a
ingressar na Universidade de
Oxford onde, em 1932, se
bacharelou em zoologia pelo
Magdalen College, renomado
centro científico.
Ele permaneceu trabalhando na
instituição, onde se interessou
por biologia relacionada à
medicina. Desenvolveu ali trabalhos científicos tornando-se
o mais jovem em sua área em Cambridge. Foi nessa época
que Medawar teria que retornar ao Brasil para prestar o
serviço militar obrigatório.
Entretanto, decidido a não suspender suas pesquisas, pede
ao pai que tente isentá-lo dessa obrigação sem perder a
cidadania brasileira. Seu pai faz um apelo ao ministro da
aeronáutica, Salgado Filho, que nega o pedido. Sem outra
saída, o jovem pesquisador torna-se cidadão britânico.
Peter Brian Medawar faleceu em
1987 e levou consigo a mágoa de
nunca ter recebido nenhuma
homenagem de sua terra natal.
Pois, durante toda sua vida, sentiuse mais brasileiro do que britânico.
O reconhecimento veio, mais tarde,
graças ao empenho de pessoas
como a jornalista Daura Rezende,
que após minucioso levantamento
de documentos obteve, em 2003, o
reconhecimento de Medawar como brasileiro e
petropolitano pela direção do Prêmio Nobel, em Estocolmo.
Outro grande reconhecimento veio através da Somerj
(Sociedade Médica do Estado do Rio de Janeiro) que
instituiu a Medalha Peter Brian Medawar – a mais alta
condecoração da associação - para reconhecer
profissionais e instituições da área médica.
Na Inglaterra teve destacada carreira acadêmica como
pesquisador e professor, passando por renomadas
universidades como Birmingham e London University.
Petrópolis
A Revista da Cultura e do Turismo
11
11
Concedida a: Eliane Maciel l Fotos: Museu Imperial e Arquivo Pessoal
Foto: Alexandre Peixoto
Maurício Vicente Ferreira Jr., petropolitano, casado e pai de dois
filhos, graduou-se em História pela UFRJ em 1983 e, atualmente,
é professor desta cadeira na Universidade Católica de Petrópolis
e de Cultura Brasileira, na Universidade Estácio de Sá. Mas, onde
quer que vá, ele é conhecido, principalmente, como o “Professor
Maurício, do Museu Imperial”. A dedicação à instituição na qual
ingressou como estagiário – passando depois a funcionário do
setor de pesquisa, chefe do setor de museologia e, desde 2008, a
diretor – é a tônica desta entrevista que demonstra que a “paixão à
primeira vista” pela história do século XIX e pelo próprio Museu
não diminuiu nem um pouco, nestes quase 28 anos de trabalho
intenso: ao contrário. Uma dedicação que explica porque, em
pleno séc. XXI, o Museu Imperial continua mais vivo do que
nunca: e cheio de novas histórias para contar.
12
Petrópolis
A Revista da Cultura e do Turismo
RP – O Museu Imperial é um dos mais
visitados do Brasil e reconhecido pela
vasta gama de atividades que oferece.
A que se deve este poder de encantar
os visitantes?
MF – Nos últimos 20 anos, os museus têm
ampliado suas funções e se transformado
cada vez mais em Centros Culturais que
buscam oferecer atividades e serviços
diferenciados, sempre com o objetivo de
divulgar seus acervos históricos e
artísticos. Hoje, são muitas as formas de
levar o público a entrar em contato com o
que temos para mostrar, passando por
teatralizações, sonorização, ou seja:
estratégias diversas para atrair, inclusive,
aqueles que não costumam vir a museus.
Então, o que fizemos foi ampliar e
profissionalizar estas oportunidades. O
Sarau Imperial, por exemplo, depois de ter
passado por uma licitação e contratação
de equipe especializada, tornou-se uma
atividade contínua para todo o público,
que pode vir ao Museu, assisti-lo e, mais
tarde, participar do Som & Luz. Isso leva o
visitante a permanecer mais tempo,
desfrutando de outras experiências que
favorecem a inclusão.
RP - Existe uma preocupação contínua
em comunicar mais e melhor o que
existe no Museu Imperial, não é
mesmo?
MF – Sem dúvida. São exemplos as
atualizações diárias no Twitter e no
Facebook; as visitas mediadas por
monitores, serviços agendados
oferecidos às escolas e que receberam
em 2010, cerca de 70 mil estudantes. Esta
última atividade, por exemplo, enriquece
muito a experiência do estudante no
Museu, porque vir aqui não é apenas um
passeio: é uma experiência pedagógica
que pode ampliar o senso de cidadania,
na medida em que ninguém preserva ou
valoriza aquilo que não conhece. Outro
destaque é o Portal, que tem uma
visitação extraordinária – chegando a
2.500 visitantes, simultaneamente – e que
permite o acesso até mesmo daqueles
que, por alguma razão, não podem vir ao
Museu Imperial. Para tanto, são
fundamentais as iniciativas como as
exposições virtuais e o projeto DAME, de
digitalização, que já está na segunda fase
e pretende que as informações de todo o
nosso acervo estejam disponíveis, na
internet, dentro de 10 ou 12 anos.
RP – Nos últimos meses, o Museu
Imperial vem se destacando no cenário
cultural, por diversas inserções
internacionais muito importantes. O
senhor poderia falar um pouco sobre
este momento especial vivido pela
instituição?
MF – Acho que o ícone deste momento é a
premiação “Memória do Mundo”, da
Unesco, que ganhamos em 2010, pelo
trabalho de apreciação do conjunto de
documentos, cadernetas, programas e
anotações de viagem acumuladas pelo
Imperador Pedro II, que ao longo da vida
visitou dezenas de países. Este
testemunho se torna ainda mais relevante
e interessante porque o Imperador D.
Pedro II tinha interlocutores em todo
mundo – pessoas com as quais se
correspondia e que visitava quando
e s t a v a n o e x t e r i o r. E e s t e s
correspondentes formavam a nata da
intelectualidade no século XIX: nomes
É uma
experiência pedagógica
que pode ampliar o senso
de cidadania, na medida
em que ninguém preserva
ou valoriza aquilo que
não conhece. xxx
Prof. Maurício na Praça Vermelha - Rússia
Independência Latino Americana,
promovido pela Academia de Ciências da
Rússia e a grande assembleia do
Conselho Internacional de Museus que se
reuniu este ano em Xangai, na China.
Para se ter uma ideia da relevância desta
instituição, ele possui cerca de 22 mil
associados em todo o mundo, e 171
comitês. Na China, éramos cerca de 8 mil
delegados e tive a oportunidade de
apresentar, em meu comitê - de Museus
de Cidades – a relação umbilical que o
Museu Imperial têm com Petrópolis, já
que o projeto do palácio, aqui, é anterior à
ideia de formação da cidade: e, por isso, a
necessidade que temos de estar cada vez
mais próximos e unidos à Petrópolis.
RP – E os próximos passos?
como Vitor Hugo, Alexandre Herculano,
Grandbell e Richard Wagner, por
exemplo. No caso de Wagner, ele até
mesmo contribuiu para a construção do
teatro de Wagner, e esteve na sua
inauguração em 1876. Assim, o que ele
nos legou são relatos extremamente
interessantes de uma pessoa com
conhecimento e capacidade para fazer
comentários pertinentes a respeito deste
mundo do século XIX que ele vivenciou
tão intensamente. Além deste momento
tão significativo, aconteceram quatro
congressos internacionais relevantes
para a troca de experiências e divulgação
do acervo do Museu Imperial: o Encontro
Latino Americano e Caribenho de
Patrimônio, em Cuba; o Encontro Sul
Americano de Pedagogia da História, na
Ve n e z u e l a ; u m c o n g r e s s o e m
Comemoração ao Bicentenário de
Petrópolis
MF – Acabamos de lançar o Guia de
Visitação, com o patrocínio da Família
Imperial, que está sendo entregue a todos
os visitantes e que terá, em breve, uma
versão em inglês. Também concluímos a
restauração do pórtico de entrada e
estamos finalizando o restauro da Casa
de Cláudio e Souza, na Praça da
Liberdade. Pretendemos que este local
continue a abrigar as instituições
petropolitanas que tradicionalmente a
ocuparam, mas também agregar um
projeto de ocupação que contemple o
resgate da figura histórica e da obra de
Cláudio e Souza, que foi um dos principais
dramaturgos do início do séc. XIX, além
de doador de objetos de sua coleção ao
Museu Imperial. Assim, nossa proposta é
integrar a Casa à efervescência cultural
que a cidade vive, hoje, dialogando ainda
mais com a população e com a sociedade
como um todo.
A Revista da Cultura e do Turismo
13
O
Disseminando cultura há séculos
Texto e fotos: Isabela Lisboa
riginalmente, os almanaques eram publicações anuais que
reuniam calendário com datas dos principais acontecimentos
astronômicos (como solstícios, eclipses e fases lunares), com previsões
astrológicas e reportagens sobre assuntos como recreação, humor,
ciência e literatura.
Há controvérsias quanto à origem do termo, entretanto, acredita-se que
ele surgiu do árabe, al manakh que significa: a conta.
Inesgotável fonte de pesquisa e conhecimento, importantes e raros
almanaques dos séculos XIX e XX estão disponíveis na seção de obras
raras da Biblioteca Municipal Gabriela Mistral. São coleções
cuidadosamente preservadas que registravam os costumes da época.
Entre elas, destaca-se a coleção completa do Almanak Laemmert dos
irmãos Eduard e Heinrich Laemmert, um dos mais antigos e
representativos do Brasil. Foi um dos mais completos anuários
comerciais do Rio de Janeiro e sua primeira edição foi publicada em 1844.
O Almanaque Brasileiro Garnier, de Benjamin Franklin de Ramiz Galvão,
também fez história. Publicado entre 1903 e 1906, era direcionado ao
público “urbano” do Rio de Janeiro e São Paulo. Entre seus leitores
estavam funcionários públicos, profissionais liberais, estudantes,
comerciantes e importantes nomes da literatura brasileira como Sílvio
Romero, Araripe Júnior, Graça Aranha, João Ribeiro, José Veríssimo,
entre outros.
Já o Almanach D'o Pensamento Scientifico, Astrologico, Philosophico e
Literário, rico em gravuras, foi editado em São Paulo pela Empresa
Typographica Editora “O Pensamento”. Não poderia faltar ainda as
coleções do Almanaque de Petrópolis e Almanaque Santo Antônio, da
Editora Vozes.
Entre as coleções europeias, o Almanaque do Porto, publicação ilustrada
portuguesa, pode ser considerado um importante registro de usos,
costumes e a vida social da época. Trazia curiosidades, anedotas,
14
Petrópolis
horóscopos, provérbios e pequenas biografias. Seus volumes são
raros. A Biblioteca possui os anos de 1948 a 1958.
Há ainda publicações curiosas como o Almanach Eu Sei Tudo, do
início do séc. XX e o Almanaque de Gotha, da Alemanha (séc. XVII).
O primeiro, uma revista “Super Interessante” da época, primava
pelas ilustrações e fotografias, instaurando definitivamente o uso
de imagens e dando à leitura, um ritmo mais descontraído. Já o de
Gotha, publicado pela primeira vez em 1763 e editado na forma de
livro de bolso, se tornou referência para nobres que queriam saber
qual a dinastia mais apropriada para um casamento, e só deixou de
ser publicado em 1944, quando Gotha caiu nas mãos dos
comunistas.
Com o passar dos anos, os almanaques ganharam um novo
formato, com informações mais específicas. Hoje encontramos
títulos como, por exemplo, Almanaque do Fusca, Almanaque da
Jovem Guarda... Todos disponíveis na Biblioteca Gabriela Mistral.
E sempre se mantendo atualizada, a biblioteca adquiriu,
recentemente, o Almanaque Brasil de Cultura Popular, um dos
selecionados para o edital de Periódicos de Conteúdo Mais Cultura.
Venha até a Biblioteca Gabriela Mistral e conheça estes e os mais
de 340 almanaques existentes no acervo.
A Revista da Cultura e do Turismo
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