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CORREIO DO POVO
Sábado, 25 de junho de 2005
LIVROS
LANÇAMENTOS
Descubra como
os caminhos do
seu carma podem
ser desviados
DOUTRINA — O problema do carma, analisado em sua diversidade
e universalidade, é o tema de
Thierry Guinot em “O carma ou a
causalidade projetiva” (Diffusion
Rosicrucienne”). O autor trata primeiro do histórico da doutrina do
carma e depois aborda o homem
frente ao carma e investiga se os
caminhos do carma podem ou não
ser desviados.
DIÁRIO — Dividido em datas, ao
modo de um diário, “Cinemitologias” (Atrito Art Editorial), de Ademir Assunção, traz poemas em prosa em diálogo com símbolos indígenas. O livro tem um clima onírico transmutado em
linguagem escrita. A obra procura resgatar climas e imagens
de sonhos, ligando-os com símbolos de culturas antigas.
RETRATO — Obra de Arnaldo Angeli, Rê Bordosa talvez seja
o mais completo retrato psicológico e social da mulher urbana de sua época, dividida entre a crise dos 30 anos, o eterno
desafio de se relacionar com o sexo oposto e a liberdade sexual que a satisfez na década anterior. “Rê Bordosa - Vida e
obra da porraloca” é uma publicação da Devir Livraria Ltda.,
primeiro volume de uma coleção de obras com a famosa personagem dos quadrinhos brasileiros.
M ENSAGEM — Lee Lawson é a autora de “Mensagens do
infinito – Encontros de amor e superação no pós-vida” (Nova
Era/Record), com prefácio de Clarissa Pinkola Estes, autora
de “Mulheres que correm como lobos”. O tema básico do livro
é a comunicação com os mortos.
FATOS — A idéia básica de “Do
futuro – Fatos, reflexões, estratégias” (editora da Unisinos), de Antonio Pasquali, é conscientizar os
leitores para a necessidade de repensar o problema do meio ambiente a partir de categorias filosóficas, culturais e políticas.
ALMA — O objetivo principal de
“A alma imortal – Uma visão mística e antropológica” (editora AGE),
de Enio Freitas, é despertar entre
os espiritualistas, esoteristas e
ocultistas, magos, portadores de dons ou de talentos especiais, a vontade e o gosto pela formidável aventura que
esperam e que querem progredir nos caminhos da evolução.
O autor exalta aspectos da imaterialidade, tendo como ponto
principal a origem da alma, uma característica humana.
HISTÓRIA — Para o antropólogo Peter Fry, brasileiro naturalizado e responsável pela criação do Departamento de Antropologia da Unicamp, as relações raciais no Brasil têm características distintas do resto do mundo. Características que
moldam de formas diferentes o preconceito e tudo que gira
em torno dele. No livro “A persistência da raça”, publicação
da editora Civilização Brasileira, ele interpreta os dois modelos de colonialismo adotados no Brasil, suas seqüelas, e fala
da dor e da delícia de ser o que somos, focalizando um dos temas mais candentes do mundo moderno: o racismo persistente. O livro traz 11 ensaios sobre o tema, alguns já esgotados em suas versões originais.
POLÍTICA — Christian Dunker e José Luiz Aidar Prado organizaram os textos que formam o livro “Zizek crítico – Política
e psicanálise na era do multiculturalismo”, da Hacker Editores. Slavoj Zizek construiu em sua obra
uma reflexão sobre a lógica cultural do capitalismo globalizador, incluindo temas como a desintegração dos Estados socialistas do
Leste Europeu, questões religiosas
da contemporaneidade e os últimos episódios político-sociais de
nossa época, como a Guerra do
Golfo e o 11 de setembro. Os artigos dão ao leitor uma panorama
geral sobre sua obra.
Voragem criativa e criação de entidades são as características da obra de
Ana Hatherly na antologia “A idade da
escrita e outros poemas”, da coleção
Ponte Velha, coordenada por Carlos
Nejar para a Iluminuras. Floriano Martins apresenta o livro. Duas vezes ganhador do Prêmio Jabuti, Domingos
Pellegrini apresenta sua primeira antologia poética em “Gaiola aberta” (Bertrand Brasil). São 150 sonetos, que
mantêm a estrutura clássica e centenária, exibindo recortes do cotidiano
do autor nascido em Londrina, Paraná.
Segundo Pellegrini, a obra foi escrita ao
longo de 40 anos. Pela mesma editora,
confira “Elegia de agosto e outros poemas”, de Ruy Espinheira Filho, com
prólogo de Ivan Junqueira e epílogo de
Miguel Sanches Neto. Em versos livres
e sonetos, o escritor cria um mundo de
sentimentos ternos e melancólicos sobre lembranças e sonhos.
Marina Colassanti volta à poesia em
“Fino sangue” (Record). Descobertas do
cotidiano, questões feministas e paixão
por viagens e lugares são temas da autora, que vira, com sua poesia, os temas de cabeça para baixo. “Venho de
um país obscuro e outros poemas”
(Bertrand Brasil), de Miguel Sanches
V
Por Tiaraju Brockstedt
Neto, é o primeiro volume a recolher a
principal produção poética do autor
paranaense. Trabalha a idéia de que o
sofrimento é caminho obrigatório para
se chegar à arte, que é um meio essencial de sobrevivência para o poeta.
Publicação da Martins Fontes,
“Fantasias”, de Flávio de Carvalho, teve
por base os desenhos feitos pelo autor,
em 1953, para os figurinos do balé “A
cangaceira”; foram criados poemas que
buscam refletir a magia dos personagens. Antonio Arnoni Prado organizou
“Alvarenga Peixoto”, para a coleção
“Melhores poemas” da Global Editora.
José da Silva Alvarenga foi um dos
poucos mineiros, além de Tiradentes, a
incluir o povo no projeto libertário da
revolta por meio de sua obra.
“Chão de vento” (Geração Editorial)
traz o trabalho de Flora Figueiredo, rara voz feminina no gênero com destaque nacional. Este é seu sexto livro
com poesias românticas, doces, picantes, apaixonadas, contestadoras, cúmplices, sedutoras, sensuais e irreverentes. “Memorabilia” (ed. Libretos), de
Susana Vernieri, permite ao leitor percorrer, com a autora, 20 anos de versos
com temas variados, como amor, silêncio, comunicação e emoção.
Verve poética em busca da
visceralidade da escrita
DESLUMBRE & CRUELDADE ADOLESCENTES
O deslumbre e a crueldade do mundinho cool dos adolescentes
privilegiados na Nova Iorque contemporânea ganharam cor com o
texto ágil e divertido de Cecily von Ziegesar, cuja obra, em dois volumes, foi lançada no Brasil pela Record. “Gossip girl” pode ser encarado como uma espécie de “Sex and the city teen”. A série começa
com “Gossip girl – As delícias da fofoca”, que traz glamour, escândalos, fofocas e o que há de mais cool entre a juventude dourada da
“Big apple”. O segundo volume, “Gossip girl – Você sabe que me
ama”, mostra seus personagens às voltas com entrevistas para universidades, sem deixar de lado as fofocas e as intrigas. Os principais
personagens são Blair Waldorf, seu namorado, Nate, a ex-melhor
amiga, Serena van der Woodsen, a desconcertante Vanessa, o intelectual Dan Humphrey, sua irmã Jenny. Dupla aventura literária para
os fãs de “Segundas intenções”, “The O. C.” ou “Gilmore girls”
Recheado de referências cultas e citações,
o quinto romance do semiólogo e ficcionista
italiano Umberto Eco, “A misteriosa chama da
rainha Loana” (Record), foi autodenominado
como “um romance ilustrado”. O autor de “O
nome da rosa”, “O pêndulo de Foulcaut”, “A
ilha do dia anterior” e “Baudolino” se rende
agora às referências da cultura pop de sua infância e ao imaginário da Itália fascista. O título do livro se refere a uma história em quadrinhos de Cino e Franco, popular nos anos 40,
quando o protagonista, Giambattista Bodoni,
conhecido como Yambo, era menino. Personagens com Mandrake, Fantasma, Mickey
Mouse, Pateta, Minnie e Clarabela se mistu-
NÃO
DEIXE DE LER
ram à história junto com canções populares
italianas, selos e capas de livros de aventuras,
com destaque para a obra de Emilio Salgari,
um dos favoritos de Eco. Na trama, Yambo
acorda um dia e percebe que perdeu a memória. Não sabe onde está, como se chama,
quem é sua mulher (ou marido?), se é casado
ou não, quem são (se é que existem) seus filhos. Enfim, ele só se lembra de Waterloo, de
como se dirige um automóvel e como se escova os dentes. Sua memória semântica permaneceu, pois sabe tudo o que leu sobre Napoleão ou Júlio César e pode citar trechos inteiros da “Divina Comédia”. Só não tem mais sua
memória afetiva que constituiu sua história.
ESTANTE
Confira alguns dos lançamentos da
editora gaúcha Sulina:
COMUNICAÇÃO — Sérgio Caparelli,
Muniz Sodré e Sebastião Squirra foram os organizadores dos vários textos que compõem o “Livro da Compós
XIII – 2004 – A comunicação revisitada”. A obra partiu de uma
premissa interessante, a
de que, de tempos em tempos, o campo da comunicação parece voltar-se sobre
si mesmo, numa espécie
de balanço teórico-metodológico. Os artigos do livro
alimentam essa e várias
outras discussões ou reflexões sobre o amplo painel
que pode ser deduzido do
tema, com base no último
congresso anual.
CONJUNÇÃO — “O mistério da conjunção – Ensaios sobre comunicação,
corpo e socialidade”, de Michel Maffesoli, consegue, ao mesmo tempo, sintetizar as idéias recorrentes do grande
sociólogo francês da pós-modernidade e também avançar na sua perspectiva teórica desbravadora.
Seu tema primordial é o papel da socialidade e do lúdico em nossas sociedades.
trata-se de um livro irônico,
erudito, simples e, ao mesmo tempo, muito inspirado.
Segundo Maffesoli, a vida é
feita de jogo, de encenação,
de muita astúcia, de ousadia
e, é claro, daquela série
sem fim de “insignificantes”
acontecimentos que percorrem nosso dia-a-dia.
COMPUTAÇÃO
— “Janelas do
ciberespaço –
Comunicação e
cibercultura”,
com organização de André
Lemos e Marcos
Palácios, é um
dos grandes títulos da editora
gaúcha. De maneira profunda e
didática, o livro
apresenta aos leitores um amplo panorama da cibercultura. Entre os aspectos enfocados desse tema, estão
as convergências entre as telecomunicações e a informática, a cena crescente da música eletrônica, cidades digitais e a febre do comércio eletrônico.
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