JAZZORES’13
Festival de Música
6, 8, 9 e 10 NOVEMBRO
Programa
JAZZORES’13
Festival de Música
6, 8, 9 e 10 NOVEMBRO
Programa
BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VILA DO PORTO
6 NOV 4ª FEIRA 21h30
M/3
Homburger/Guy Duo
TEATRO FAIALENSE
8 NOV 6ª FEIRA 21h30
M/3
Homburger/Guy Duo
TEATRO MICAELENSE
9 NOV SÁB 21h30
M/3
Ursula Oppens
10 NOV DOM 21h30
M/3
Homburger/Guy Duo
Não há contraste entre a natureza e a música. O homem é o meio através
do qual a natureza se expressa. A música nova é tanto o que aconteceu há
mil anos atrás, como a que acontece agora.
Queremos aprofundar as leis escondidas da natureza para vermos com
clareza o que acontece hoje. É esse o caminho da música nova.
A música pós-tonal não é atonal, é a música que emprega todas as notas de
uma oitava do piano, as brancas e as pretas. A conquista das doze notas, em
vez de sete.
O público quer ouvir o que lhe é familiar, mas também o que é desconhecido.
Davidsbundlertanze de Schumann é o conhecido.
Toda a música foi nova quando foi escrita. Muitas das peças que hoje
vemos como “composições” foram improvisações transcritas. Isto aconteceu
com Bach e mesmo Chopin. A música de Bach também foi nova na altura.
A música de Maya e Barry Guy contém os dois aspetos; a erudita e intuitiva
– Dionísio e Apolo – tem raízes na música barroca e na improvisação.
Elliott Carter foi muito influenciado pela música jazz, uma influência
integrada; não à superfície. No trabalho de Carter, o ritmo é dividido em
várias camadas independentes. Não há uma voz solitária, mas muitas. Há
um pulso, como no jazz, como compassos que se movem.
Os compositores sérios estão cercados de uma sociedade que insiste em
retribuição fácil, acessibilidade imediata. Há um ódio à cultura. A vida
espiritual enfrenta um abismo. Há distrações perturbantes e atrapalhadas
que advêm da escolha económica.
O interesse musical tornou-se comercializado, suavizado e o objetivo
primordial, a procura do sublime e da verdade, está a ser esquecido.
As salas de concertos são construídas para que o público possa ouvir o que
existe de melhor em circunstâncias acústicas favorecidas.
O festival deste ano mostra a música erudita e intuitiva, duas linguagens
musicais que, na realidade, são as mesmas.
Jazzores
URSULA OPPENS
A pianista Ursula Oppens - uma das primeiras artistas a compreender a
importância da presença nos repertórios, em medidas equivalentes, da
música tradicional e da contemporânea - conquistou um lugar singular nos
corações do seu público, da crítica e dos colegas. A sua brilhante
musicalidade, a compreensão misteriosa do argumento artístico do
compositor e o permanente estudo dos recursos do piano, colocaram-na no
grupo de músicos eleitos.
Devido ao seu compromisso permanente de integração da nova música nos
seus concertos, encomendou e estreou muitas composições, incluindo
trabalhos de Anthony Braxton, Elliott Carter, Anthony Davis, John
Harbison, Julius Hemphill, Tania Leon, György Ligeti, Witold Lutoslawski,
Conlon Nancarrow, Tobias Picker, Frederic Rzewski, Alvin Singleton, Joan
Tower, Lois V Vierk, Christian Wolff, Amnon Wolman e Charles Wuorinen.
Co-fundadora da Speculum Musicae, Ursula Oppens tem um extenso
catálogo de gravações e recebeu três nomeações Grammy: por Oppens plays
Carter; pela gravação vanguardista da obra de Frederic Rzewski, The People
United Will Never Be Defeated e por American Piano Music of Our Time,
uma compilação clássica de obras para piano de compositores americanos
do século XX, para a editora Music & Arts. A sua mais recente edição é
Winging It: Music of John Corigliano, na Cedille Records, aclamado pela
crítica.
No Jazzores’13, Ursula Oppens interpretará Davidsbündlertänze, de Robert
Schumann, e de Elliott Carter, Night Fantasies e Two Thoughts about the
Piano.
Não há contraste entre a natureza e a música. O homem é o meio
através do qual a natureza se expressa. A música nova é tanto o
que aconteceu há mil anos atrás, como o que acontece agora.
“Ao ler sobre compositores já falecidos sinto, muitas vezes, que foram
Queremos
aprofundar
as leis
escondidas
para vermos
extremamente
interessantes
na sua
música, masdanãonatureza
necessariamente
nas suas
comvidas.
clareza
o que
hoje.
É esse
caminho
música
nova.
Contudo,
foi acontece
o interesse de
Elliott
Carteroem
todos os da
aspetos
da vida
e da história que fez a sua música tão cheia de variedade e vitalidade.
A música pós-tonal não é atonal, é a música que emprega todas as
A individualidade
de cada
linha deas
música,
fossem
vozes de
mesmo
notas
de uma oitava
do piano,
brancas
e várias
as pretas.
A um
conquista
instrumento,
ou
diferentes
instrumentos,
completando-se
numa
obra
maior,
das doze notas, em vez de sete.
era uma expressão do seu interesse na complexidade da história humana. Era
como se quer
os instrumentos
fossem,
próprios, seres
desejo
O público
ouvir o que
lhe eles
é familiar,
mas sensíveis,
tambémcom
o que
é de
dese expressarem. A música de Elliott soltou as suas amarras.
sconhecido. Davidsbundlertanze de Schumann é o conhecido.
Da total ressonância pianística da abertura da Sonata para Piano aos acordes
Toda
a música
foi nova
quando
escrita.
peças
arpejados
do cravo
do Quarteto
parafoi
flauta,
oboé, Muitas
violoncelodas
e cravo,
dos que
hojefloreios
vemosdocomo
forampara
improvisações
transcritas.
Isto
terceiro“composições”
movimento da Sonata
Violoncelo e Piano
ao
aconteceu
com
Bach e Chopin.
A música
de Bach
virtuosismo
inquestionável
de Bariolage
e Cantenaire,
era também
como se osfoi nova
instrumentos se amotinassem e depois nos mostrassem as mais difíceis
na altura.
acrobacias possíveis: as harmonias, no Dueto para Violino e Piano, as
quintas de
perfeitas
paracontém
Violoncelo.
A música
MayadeeFigment
Barry II
Guy
os dois aspetos; a erudita
e intuitiva – Dionísio e Apolo – tem raízes na música barroca e na
Conhecer Elliott, beneficiar da sua sabedoria e inteligência foi ter um farol na
improvisação.
minha vida. A sua alegria nos amigos, em viajar, na leitura, e o seu interesse na
música dos outros são o exemplo que gostaria de seguir. Praticar a sua música
Elliott
Carter
foi feliz.
muito
influenciado
jazz,
uma
influência
sempre
me fez
Agora,
nestes mesespela
que música
se seguiram
à sua
morte,
tenho
integrada;
não
à
superfície.
No
trabalho
de
Carter,
o
ritmo
dividido
praticado quase sem parar – e a sua habilidade para gerar felicidade éé mais
em forte
várias
do camadas
que nunca.”independentes. Não há uma voz solitária, mas
muitas. Há um pulso, como no jazz, como compassos Ursula
que seOppens
movem.
Os Davidsbündlertänze,
compositores sérios estão
cercados
de uma sociedade que inOp.
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siste em retribuição fácil, acessibilidade imediata. Há um ódio à cultura. A vida espiritual enfrenta um abismo. Há distrações perturbantes
No seu diário de 1 de Julho de 1831, Schumann escreveu, “A partir de
e atrapalhadas que advêm da escolha económica.
agora, personagens completamente novas surgirão neste diário – dois dos
O interesse musical tornou-se comercializado, suavizado e o objetivo
meus melhores amigos, que nunca conheci - Florestan e Eusebius.” Mais
primordial, a procura do sublime e da verdade, está a ser esquecido.
de 20 anos depois, no prefácio das edições completas dos seus escritos sobre
a música e os músicos, Schumann explica: “Aqui deve mencionar-se uma
As salas de concertos e as salas de ópera são construídas para
outra sociedade, mais do que secreta, uma vez que nunca existiu exceto na
que o público possa ouvir o que existe de melhor em circunstâncias
imaginação do seu fundador: Davidsbündler. Tendo em conta a necessidade
acústicas favorecidas.
de dramatizar os diferentes pontos de vista através dos quais as obras de arte
podem ser discutidas, pareceu-me oportuno inventar personagens artísticas
O festival deste ano tem como pano de fundo a música erudita e
antitéticas às quais pudesse atribuir esses pontos de vista.”
Os mais importantes desses personagens eram Florestan and Eusebius…
Como um fio escarlate esta sociedade de Davidsbündler percorreu todo
o diário misturando “Verdade” e “Poesia” de forma humorística. O nome
Davidsbündler refere-se, claro, ao Rei David, como se torna evidente na
definição usada por Schumann num dos seus artigos. “Daviddites—isto é,
jovens e homens que destruirão os filisteus, os musicais e os outros.”
O facto de Schumann ter atribuído a Florestan e Eusebius não só aforismos
e críticas musicais, mas também composições, prova que ele sentia, em si
mesmo, as dualidades das suas personalidades como impulsos distintos da sua
própria natureza. Grosso modo, Eusebius é lírico e transbordante de
idealismo e sentimento, enquanto Florestan expressa um humor sardónico,
uma inteligência mordaz e, ocasionalmente, pessimismo na forma de sátira.
Tudo isso se torna evidente nas dezoito peças que integram este ciclo. Na
primeira edição de 1838, cada peça foi assinada “E.,” “F.,” ou “F. e E.”. S
chumann eliminou essas assinaturas e algumas considerações introdutórias na
edição revista de 1851, provavelmente porque sentiu que levariam os leitores a
pensar que esta não seria música absoluta. São, contudo, elementos fundamentais
na compreensão deste que será talvez o seu maior trabalho para piano.
Os primeiros dois compassos da peça introdutória de “F e E”, um floreio,
são indicados por Schumann como sendo um moto de C(lara) W(ieck).
Depois da introdução conjunta, Eusebius e Florestan apresentam-se
individualmente, um após o outro, e peças de Florestan e Eusebius
continuam a intercalar-se até à Nº 9, que é um prefácio “E agora Florestan
chegou ao fim e os seus lábios tremem de dor.” A segunda parte abre com três peças de Florestan. O Nº 13 é de “F. e E.” e
o Nº 14 é um curto lied com epílogo de Eusebius. Os Nºs 15, 16 e 17 são
esforços conjuntos, sendo que o Nº 16 evoca a introdução de Florestan e o
Nº 17 (“como se viesse de longe”) a do Eusebius, gradualmente evoluindo
para uma coda. Aqui, a peça poderia ter acabado, mas “quase desnecessariamente, Eusebius acrescentou o que aqui se segue – ainda que fosse nos seus
olhos que sempre se vissem as maiores alegrias.”
Colbert Artists Management, Inc.
www.colbertartists.com
HOMBURGER/GUY DUO
O CD Tales of Enchantment, de Maya Homburger e Barry Guy, editado
pela Intakt Records, é sublime. Ouve-se o dobrar do tempo e do espaço.
Enquanto alguns artistas penetram décadas com a sua inspiração, o Duo
atravessa séculos na sua música.
Um exemplo: “Veni Creator Spiritus” é um hino do século IX, que foi
também usado por Mahler na sua oitava sinfonia. O que Maya e Barry
alcançam é muito belo, uma ponte entre o passado e o futuro. A música
não é mais uma relíquia numa cápsula do tempo, mas viva e interpretada
livremente. A música do século XVII e mesmo dos séculos anteriores pode
misturar-se com a música contemporânea e com improvisação.
Jazzores
DUO Maya Homburger/Barry Guy
Maya Homburger violino barroco
Barry Guy contrabaixo de cinco cordas
Barry Guy é um compositor e contrabaixista inovador, cujacriatividade
nas áreas da improvisação do jazz, música de câmara e orquestra é o
resultado de um treino intenso e de uma elevação da música ao seu estado
mais puro.
Barry é o fundador e Director Artístico da London Jazz Composers
Orchestra e BGNO (Barry Guy New Orchestra). Os seus mais recentes
agrupamentos musicais foram: Evan Parker/Barry Guy Duo, o trio de piano
com Marilyn Crispell e Paul Lyton, o trio AURORA, com Agusti Fernadez
e Ramon Lopez e o novo Hexentrio com Paul Plimley e Lucas Niggli.
Maya Homburger nascida e educada na Suíça, mudou-se para
Inglaterra em 1986, para se juntar ao English Baroque Soloists de John
Eliot Gardiner.
Desde que conheceu o compositor e contrabaixista Barry Guy, tem
repartido a sua actividade entre a direção dos vários ensembles e a
administração e edição na CD MAYA Recordings, uma editora que se
especializa em música de câmara e recitais a solo, em especial das sonatas
de Bach.
A ideia de interpretar composições do período barroco no contexto da
improvisação livre e música nova foi a faísca para o Homburger/Guy Duo.
Juntos, Maya Homburger e Barry Guy têm dado concertos em muitos dos
maiores festivais de jazz, de música nova e de música barroca na Europa.
As gravações recentes incluem o CD do Duo, Ceremony (ECM) e
Dakryon (Maya Recordings). Bach/Guy trabalhos a solo (Maya
Recordings) e Folio (ECM), onde Maya aparece como violinista com
a Munich Chamber Orchestra.
www.barryguy.com ?????
BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VILA DO PORTO
ENTRADA LIVRE
TEATRO FAIALENSE
BILHETEIRA
2ª feira a 6ª feira 15h00 - 18h00
Dias de espetáculo 19h30 - 21h30
TEATRO MICAELENSE
BILHETEIRA
3ª feira a Sábado 14h00 - 19h00
Dias de espetáculo 16h30 - 21h30
Telf 296 308 350
e-mail [email protected]
PREÇO 10€
CARTÃO DE ESPECTADOR FREQUENTE
Desconto de 20% na compra do seu bilhete
Desconto de 50% a cada 3 espectáculos
Desconto de 20% na compra de produtos de merchandising
CARTÃO SATA IMAGINE
Por cada € 1 em compras no Teatro Micaelense
ganha 3 milhas de bónus
CARTÃO INTERJOVEM
Desconto de 50%
Aquisição de bilhetes através da
plataforma www.bilheteiraonline.pt
Sem título. 2013. Acrílico, carvão e tinta da china sobre papel. 112x72cm.
André Almeida e Sousa
andrealmeidaesousa.com
Nasceu a 08/08/1974 em S.Miguel, Açores
Vive e trabalha em Lisboa
1998 conclui curso da Rietveld Academie de Amesterdão
2001 conclui curso avançado do ar.co.
Expõe regularmente desde 2001.
Está representado, entre outras, na coleção Ariane De Rothschild
e no acervo ARTCA do Governo Regional dos Açores.
© Fotografia Carlota Costa Cabral
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