EDA – SOGEO, São Miguel, Açores
Central Geotérmica da Ribeira Grande
A Central Geotérmica da Ribeira Grande, do fabricante Ormat, possui
actualmente uma capacidade de geração de 13 MW tendo sido instalada em
duas fases: em 1994, a Fase A constituída por dois grupos turbo-geradores
duplos (2 x 2,5 MW); a Fase B, em 1998, em que foi instalada uma potência
adicional com mais dois grupos turbo-geradores (2 x 4 MW). O equipamento
electromecânico instalado inclui os sistemas auxiliares, transformadores,
disjuntores, grupo Diesel de emergência, sistema de combate a incêndio e a
linha de interligação à rede de transporte.
A tecnologia do equipamento de produção é baseada num sistema binário,
segundo o ciclo de Rankine, usando um fluido orgânico intermédio (normal pentano). Esta tecnologia de conversão de calor em energia eléctrica supõe
um processo de transferência de calor que se desenvolve em três níveis: o
primeiro nível é a transferência de calor remanescente do vapor expandido na
turbina (fluido intermédio), o segundo da água (brine) e o último do vapor
geotérmico.
O sistema de funcionamento da central pode ser descrito da
seguinte forma:
• O fluido geotérmico bifásico, proveniente dos poços, entra primeiro no
separador, que separa a fase líquida (brine) do vapor saturado e gases não
condensáveis (NCG).
• O vapor geotérmico, depois de separado entra no vaporizador, sendo uma
pequena percentagem expelida para a atmosfera conjuntamente com gases
não condensáveis, através duma válvula de descarga;
• Em resultado da transferência de energia calorífica para o fluido intermédio,
ocorre a condensação do vapor geotérmico que é conduzido para a entrada do
pré-aquecedor juntando-se ao brine, participando na transferência de calor
entre a fase líquida e o fluido intermédio;
• O fluido intermédio no nível mais elevado de entalpia, sob a forma de vapor, é
dirigido para a turbina onde se expande accionando a turbina acoplada ao
alternador;
• O fluido intermédio é condensado por arrefecimento a ar, através dos
aerocondensadores que funcionam como a fonte fria, após ter permutado calor
no recuperador com o próprio fluido de trabalho no início de um novo ciclo.
Esquema de funcionamento da Central Geotérmica da
Ribeira Grande
No ciclo, o fluido orgânico funciona em circuito fechado, nunca entrando em contacto
directo com o fluido geotérmico ou com a atmosfera. O fluido geotérmico, após o préaquecedor, é conduzido numa linha de descarga para uma caixa em betão, que por sua
vez está ligada por uma conduta ao poço de reinjecção CL4, onde é reinjectado.
Grupos Geradores (2 turbinas + 1 alternador)
Turbinas
Fase A
Fase B
Turbinas
Duplas independentes
Duplas em série (alta e baixa
pressão)
Velocidade
3.600 rpm
1.500 rpm
Potência
líquida
2 x 2,5 MW
2 X 4,0 MW
Pressão
12,1 bar.g
13,0 bar.g
Temperatura
135 ºC
138,4 ºC
Alternador
Fase A
Fase B
Potência
3.625 kVA
5.625 kVA
Tensão
10.000 V
10.000 V
Velocidade
1.500 rpm
1.500 rpm
Eficiência
96%, a 2.900 kW
96%, a 4.500 kW
Classe
isolamento
F
F
Central Geotérmica do Pico Vermelho
• A primeira central geotérmica a ser instalada nos Açores: 1980
• Instalada como um projecto-piloto de confirmação do potencial geotérmico da
zona, dispondo por isso de características próprias para esse tipo de utilização
experimental, de que se destaca a sua forma compacta e o facto de ser
facilmente transportável para outro local.
• Fabricante: Mitsubishi Heavy Industries (Japão).
• Utiliza o sistema clássico convencional de produção: uma turbina de vapor
Curtis de escape directo para a atmosfera, acoplada a um gerador síncrono
que opera a 3000 rpm.
• De acordo com as suas características de projecto, a turbina desenvolve uma
potência nominal de 3 MW quando fornecido um caudal de vapor de 56,5 ton/h
à pressão de 5,0 kg/cm2.
• Todavia, as condições de funcionamento previstas em projecto nunca foram
verificadas, dado que à central foi apenas ligado o poço PV1 que fornece um
caudal de vapor de 20 ton/h à pressão de 5 kg/cm 2, a que corresponde uma
potência eléctrica de 850 kW.