AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Relatório
Escola Secundária
Dr. Manuel Gomes
de Almeida
ESPINHO
16 e 17 nov.
2011
Área Territorial de Inspeção
do Norte
1 – I NTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e
secundárias públicas, tendo-se cumprido o
primeiro ciclo de avaliação em junho de 2011.
ES C A LA D E AV AL I AÇ Ã O
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
Ní v e i s d e c l a s s i f i c a ç ã o d o s t r ê s d o m í n i o s
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do(a) Escola Secundária Dr.
Manuel Gomes de Almeida – Espinho, realizada
pela equipa de avaliação, na sequência da visita
efetuada entre 16 e 17 de novembro de 2011. As
conclusões decorrem da análise dos documentos
fundamentais da Escola, em especial da sua
autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A
escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos
em análise, em resultado de práticas organizacionais
eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
numa oportunidade de melhoria para a Escola,
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
constituindo este documento um instrumento de
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
reflexão e de debate. De facto, ao identificar
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório
pontos
fortes na generalidade dos campos em análise. A
oferece elementos para a construção ou o
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
aperfeiçoamento de planos de ação para a
melhoria e de desenvolvimento de cada escola,
em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O relatório da Escola apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2011-2012 está disponível na página da IGEC.
Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida – ESPINHO
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2 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida fica situada em Espinho e a sua origem remonta a
08-08-1956, com a criação da Escola Industrial e Comercial de Espinho, que passou a designar-se Escola
Secundária de Espinho, em 21-11-1979, até receber a designação atual, em 02-04-1987. A Escola foi
intervencionada pela Parque Escolar, com obras que terminaram em 2010, beneficiando de uma
profunda remodelação e modernização, embora seja muito referida pela comunidade educativa a falta de
um polivalente e de espaços cobertos para o convívio dos alunos em tempo de chuva, entre outros
constrangimentos estruturais.
De acordo com os dados do Perfil deste estabelecimento de ensino e os apresentados pela direção, a
população escolar, em 2011-2012, é constituída por 1423 alunos: 557 (22 turmas) do 3.º ciclo, incluindo
30 dos cursos de educação e formação (uma turma tipo 2 e uma turma tipo 3); 663 (25 turmas) dos
cursos científico-humanísticos do ensino secundário e 164 (11 turmas) dos cursos profissionais do ensino
secundário; 17 alunos dos cursos de educação e formação de adultos (em regime noturno) e 22 alunos de
um curso de especialização tecnológica dinamizado em parceria com a Universidade de Aveiro. Cerca de
96,2% dos discentes são de nacionalidade portuguesa. Têm computador com ligação à Internet cerca de
59,1% dos alunos do ensino básico e 74,6% do ensino secundário. No âmbito da Ação Social Escolar,
32,0% dos alunos do ensino básico e 30,2% do ensino secundário beneficiam dos auxílios económicos.
O corpo docente é constituído por 154 professores, dos quais 83,1% são do quadro da Escola, ou de zona
pedagógica. A experiência profissional é significativa, pois 82,5% leciona há 10 ou mais anos. O pessoal
não docente é constituído por 50 trabalhadores, dos quais, 31 assistentes operacionais, 9 assistentes
técnicos, um técnico superior e um chefe de serviços de administração escolar, quase todos com contrato
em funções públicas por tempo indeterminado e 65,1% têm 10 ou mais anos de serviço. A Escola dispõe
ainda de quatro tarefeiras e quatro trabalhadores ocasionais colocados pelo Centro de Emprego.
Relativamente às habilitações literárias conhecidas dos pais e encarregados de educação dos alunos do
ensino básico e secundário a percentagem com habilitação superior é respetivamente de 25,6% e 20,6%
e, com habilitação de nível secundário ou superior de 51,5% e 41,5%, respetivamente. Quanto às
profissões conhecidas, exercidas pelos pais e encarregados de educação, a sua distribuição mostra que
cerca de 44,0% dos pais e encarregados de educação dos alunos do ensino básico e de 42,8% do ensino
secundário têm profissões ao nível de técnico superior ou intermédio.
No ano letivo de 2010-2011, ano para o qual há referentes nacionais calculados, os valores das principais
variáveis de contexto da Escola (alunos sem Ação Social Escolar, profissões e habilitações dos encarregados
de educação e percentagem de alunos com computador em casa e ligação à Internet) situavam-se claramente
acima dos valores medianos nacionais no ensino básico, enquanto, no ensino secundário, oscilam em torno
destes valores de referência. A percentagem de professores do quadro também estava claramente acima da
mediana nacional, enquanto a percentagem de alunos portugueses se situava ligeiramente abaixo.
3- A VALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida – ESPINHO
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3.1 – R ESULTADOS
R ESULTADOS ACADÉMICOS
Em 2009-2010, considerando as variáveis de contexto económico, social e cultural, constata-se que a
taxa de conclusão do 9.º ano situa-se ligeiramente abaixo do valor esperado e a do 12.º ano em linha com
este valor. Os resultados obtidos nos exames nacionais do 9.º ano, a Língua Portuguesa e a Matemática,
situam-se respetivamente em linha e acima do valor esperado. Já no 12.º ano, na classificação final às
disciplinas de Português e Matemática, observam-se resultados, respetivamente, acima e em linha com
o valor esperado.
A análise dos resultados escolares realizada na sequência da Avaliação Externa da Escola, em fevereiro
de 2007, à semelhança do que se verifica atualmente, identificava valores elevados de taxas de
transição/conclusão e de resultados alcançados pelos discentes nos exames nacionais do 9.º ano e 12.º
ano. Considerando os dados da avaliação externa, no último triénio, dos alunos dos 9.º e 12.º anos de
escolaridade, a Português e a Matemática, verifica-se que os resultados alcançados acompanham a
evolução da tendência nacional, consolidando o seu posicionamento positivo face a esta. Relativamente
aos resultados nos exames de outras quatro disciplinas do ensino secundário, designadamente a
História, Desenho A, Biologia e Geologia e Física e Química verifica-se, em regra, uma tendência
ascendente na média das classificações. Deste modo, a Escola revela um desempenho consolidado ao
nível dos resultados académicos dos alunos do ensino básico regular e dos cursos científico-humanísticos
do ensino secundário. Quanto aos cursos profissionais, frequentados por cerca de 20% dos alunos do
ensino secundário, e de acordo com os dados cedidos pela direção, a taxa de conclusão destes cursos tem
vindo a diminuir, situando-se em, 2010-2011, em 52,5%.
As taxas de abandono escolar no ensino básico são inexpressivas. Já as taxas de anulação de matrícula
no ensino secundário, de acordo com dados fornecidos pela direção, são residuais nos cursos científicohumanísticos e mais expressivas nos cursos profissionais, registando um valor de 20% em 2010-2011. A
Escola não aprofundou a análise dos valores desta variável, nem dos seus fatores explicativos,
porquanto não foi relevado qualquer estudo evolutivo neste âmbito.
A monitorização e análise periódica dos resultados dos alunos, bem como a sua comparação com os
valores nacionais e concelhios são práticas consolidadas e participadas por parte dos órgãos de direção,
administração e gestão, estruturas de coordenação e supervisão pedagógica, bem como da equipa de
avaliação interna, permitindo a redefinição de estratégias que visam a promoção do sucesso dos alunos.
A Escola, decorrente destas práticas, identifica como fatores explicativos da consolidação dos resultados
positivos alcançados pelos alunos nas disciplinas sujeitas a exame nacional a estabilidade e experiência
do corpo docente, a estabilidade das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, a
continuidade das turmas e o apoio aos alunos. No entanto, o aprofundamento da análise dos resultados
dos alunos, quanto à qualidade do sucesso escolar e à taxa de conclusão dos módulos dos cursos
profissionais poderia concorrer para um conhecimento mais fino da realidade.
R ESULTADOS SOCIAIS
Os documentos estruturantes da ação educativa evidenciam, inequivocamente, a importância e
pertinência consagradas pela Escola aos valores do respeito pelos outros, da solidariedade, da
responsabilidade e do espírito crítico que contribuem decisivamente para o desenvolvimento pessoal e
social dos alunos e de uma educação para e na cidadania. A participação dos discentes nos órgãos de
direção, gestão e administração e nos conselhos de turma, na assembleia de delegados, nos projetos de
cariz cívico, ambiental e nas atividades programadas pela Associação de Estudantes promovem a sua
auscultação e corresponsabilização em vivências promotoras de uma cidadania ativa.
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O comportamento disciplinado dos alunos e o bom relacionamento entre todos os elementos da
comunidade escolar baseado no respeito pelos direitos e deveres de cada um, bem como a existência de
um projeto que integra as ações no âmbito comportamental e cívico dos discentes (PROCIV) concorrem
para a existência de um bom ambiente educativo, evidenciado nos questionários de satisfação realizados
aos elementos da comunidade escolar.
Os bons resultados dos alunos nos exames nacionais ao longo dos últimos anos, a diversificação da
oferta educativa e formativa para jovens, a adesão a concursos e projetos nacionais, assim como a
distinção dos discentes que procuram a excelência, promovem a valorização do saber e a satisfação da
comunidade educativa relativamente ao impacto das aprendizagens. No ano transato, e com o intuito de
aferir e validar o real valor deste impacto no percurso educativo e formativo dos alunos, após a
conclusão dos seus cursos, foi implementado um mecanismo de monitorização dos percursos de vida dos
alunos dos cursos profissionais. Contudo, a sua abrangência é ainda reduzida, pois não incorpora dados
sobre os alunos que terminaram os cursos científico-humanísticos.
R ECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
É inequívoca a satisfação dos alunos, pais/encarregados de educação e trabalhadores com a qualidade da
ação educativa da Escola, designadamente ao nível de desempenho escolar dos alunos, da segurança e
do ambiente de trabalho, expressa no predomínio das opções de concordância evidenciado nas respostas
aos questionários e nas opiniões recolhidas nas entrevistas realizadas. Esta perceção é ainda
corroborada pelos representantes do poder local, que sublinham a importância da qualidade do serviço
educativo prestado pela Escola para a população do concelho.
Nos campos em análise predominam os pontos fortes, fruto de práticas organizacionais generalizadas e
eficazes, pelo que, apesar de alguns aspetos menos conseguidos, a ação da Escola tem um impacto
consistente na melhoria dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Tais
fundamentos justificam a atribuição neste domínio da classificação de MUITO BOM
3.2 – P RESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
P LANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
A Escola concretiza a articulação curricular essencialmente ao nível dos conselhos de turma. Este
procedimento, que se tem revelado adequado e que corresponde a uma estratégia institucionalmente
definida, é iniciado ao nível do departamento e depois aprofundado em reuniões de grupo disciplinar e
de professores de ano. De acordo com esta estratégia, e com o intuito de a potenciar, a qualidade do
ensino e o reforço do trabalho cooperativo entre os professores constituem áreas de intervenção
definidas para 2011-2012, na adenda ao projeto educativo. Estes procedimentos são reconhecidos como
importantes para os bons resultados escolares e para a muito boa representação social que existe da
Escola.
A articulação ocorre também ao nível do plano anual de atividades onde, a partir de propostas dos
grupos disciplinares, são identificados conteúdos comuns, posteriormente trabalhados no âmbito de
outras disciplinas e com a participação de outros docentes. Para este trabalho cooperativo e de
articulação, a Escola dispõe de uma tarde livre para todos os docentes, para além dos outros momentos
que possam existir nos diversos horários, e de locais adequados e confortáveis.
Os projetos curriculares de turma (PCT) são iniciados no princípio do ano letivo, a partir do
conhecimento que é sistematizado do ano anterior, da avaliação diagnóstica realizada no início do ano e
da caraterização da turma. Depois, ao longo do ano, estas informações iniciais vão sendo aprofundadas e
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o PCT vai sendo enriquecido com decisões de atividades a desenvolver e de estratégias a seguir, face aos
efeitos que vão ocorrendo e que vão sendo avaliados. Reconhecendo que este procedimento tem gerado
muito bons resultados, a Escola tem como meta melhorá-lo, embora consciente de que a articulação
entre conteúdos das diversas disciplinas, aspeto menos bem conseguido, é muitas vezes dificultada pela
organização dos diversos programas.
P RÁTICAS DE ENSINO
A atenção aos alunos e às possibilidades que potenciem aprendizagens de qualidade, assim como a
procura de uma contínua melhoria da ação educativa, constituem uma marca da Escola. Este desejo de
que os alunos sejam conhecidos nas suas potencialidades e competências e nas suas dificuldades é
facilitado pelo facto de a Escola ter como critério dar continuidade, ao longo do ciclo de escolaridade, à
constituição das turmas e das equipas pedagógicas. A distribuição do cargo de diretor/a de turma é outro
aspeto a que a direção dá grande atenção. Apoiado neste cuidado organizacional, a Escola cria condições
adequadas à implementação de aprendizagens e de formações que têm por base o rigor e a exigência. As
salas de estudo, bastante frequentadas, especialmente no ensino secundário, constituem outro recurso
que a Escola mobiliza para apoio aos alunos.
Os alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente estão devidamente
identificados e apoiados, embora existam recursos humanos limitados. Esta limitação não tem, no
entanto, impedido decisões ágeis e intervenções adequadas. A intervenção articulada da Escola com o
representante do Ministério da Educação e Ciência na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens tem
também permitido, em devido tempo, intervir nas poucas situações que têm ocorrido, e que se
circunscrevem aos cursos profissionalizantes.
As metodologias ativas e experimentais integram o processo de ensino aprendizagem, não obstante a
escassez de material e equipamento laboratorial limitar a ação dos docentes em algumas áreas das
ciências. Ao mesmo tempo, e para experiências de recursos mais exigentes, a Escola tem recorrido a
visitas de estudo a laboratórios de centros de investigação. Já a existência de um curso de artes no
ensino secundário, as opções no ensino básico de oficinas de teatro multimédia e dança, a existência de
um grupo de teatro frequentado por ex-alunos que participa nas festas e comemorações
institucionalmente organizadas, promovem a valorização da dimensão artística no processo de ensino
dos alunos. A divulgação dos trabalhos dos discentes é muito escassa, dada a fragilidade das paredes e a
ausência de espaços construídos para este fim, factos comunicados, em tempo oportuno, à Parque
Escolar.
A página da Escola, a plataforma Moodle, a criação de endereços de mail em algumas turmas e a
utilização muito frequente dos quadros interativos são recursos que promovem a utilização generalizada
das tecnologias da informação e comunicação como prática de ensino, facilitadores da comunicação entre
professores e alunos e promotores de novas opções didáticas e pedagógicas.
O acompanhamento da prática letiva em sala de aula, apesar de acontecer pontualmente no âmbito das
assessorias e do processo de avaliação de desempenho, não é indicado como um mecanismo estruturado,
intencional e consequente de supervisão do trabalho dos professores. Deste modo, a monitorização e
supervisão da ação educativa ocorre indiretamente, através de contactos informais entre docentes e nos
momentos de planificação, operacionalização e avaliação da atividade pedagógica.
M ONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
A Escola reflete sobre os critérios de avaliação e define-os de acordo com o nível de escolaridade e a
especificidade das disciplinas. São também evidentes e adequados os argumentos que fundamentam
esses critérios, que são devidamente divulgados, conhecidos e aceites pela comunidade escolar.
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A análise do cumprimento dos programas e dos resultados escolares dos alunos, a avaliação periódica
das medidas inscritas nos projetos curriculares de turma, bem como a avaliação do sucesso dos planos
aplicados aos discentes que necessitam de apoio, concretizadas fundamentalmente em sede de conselhos
de turma e de disciplina, constituem-se como medidas efetivas e consolidadas de monitorização interna
do desenvolvimento do currículo e da eficácia das medidas de apoio educativo.
O trabalho partilhado de elaboração de matrizes e instrumentos de avaliação comuns em algumas
disciplinas, a utilização de instrumentos de monitorização dos critérios de avaliação e a comparação dos
resultados escolares com os obtidos na avaliação externa são fatores que concorrem para garantir a
confiança na avaliação interna.
O abandono escolar é inexistente, fruto de um trabalho atento de todos os elementos da comunidade
escolar, de uma ação célere na identificação de potenciais casos problemáticos por parte dos diretores de
turma e dos Serviços de Psicologia e Orientação, bem como do ambiente de segurança e clima relacional
vividos na Escola. A taxa de anulação de matrícula no ensino secundário, pouco expressiva nos cursos
científico-humanísticos, apresenta valores mais elevados nos cursos profissionais, justificados pela
diversidade da proveniência dos alunos, pelas suas próprias características e pela saída para o mercado
de trabalho. No entanto, a não existência de uma monitorização sistemática desta variável pode impedir
um conhecimento rigoroso desta situação.
A ação da Escola tem produzido um impacto consistente na melhoria das aprendizagens dos alunos e
nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise,
em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição neste
domínio da classificação MUITO BOM.
3.3 – L IDERANÇA E GESTÃO ESCOLAR
L IDERANÇA
Prevalece a incerteza sobre a possível reorganização da rede escolar, que levou à não reformulação do
projeto educativo traçado para o triénio de 2008-2009 a 2010-2011. Os objetivos e as metas
(quantificáveis e avaliáveis) traçadas mantêm-se, ainda que não tenham sido monitorizadas,
continuando a existir uma forte determinação em pugnar pela qualidade do ensino, combater a
indisciplina, incentivar a participação de toda a comunidade e a responsabilização de todos os setores e
estruturas na melhoria do funcionamento da Escola. Tem havido uma abertura progressiva da Escola ao
exterior e, apesar das limitações da rede informática, existem atualmente condições internas e externas
para melhorar a divulgação de iniciativas, atividades e projetos e aumentar a interação com o meio
envolvente.
O diretor repartiu funções pelos seus mais diretos colaboradores, responsabiliza e motiva as estruturas
intermédias concedendo-lhes a autonomia necessária. Supervisiona e acompanha o funcionamento de
toda a organização escolar e atende às diferentes solicitações da comunidade educativa. Existe uma boa
colaboração institucional entre os diferentes órgãos de direção, administração e gestão. De realçar a
participação empenhada dos representantes dos pais/encarregados de educação no conselho pedagógico
e no conselho geral, bem como a disponibilidade manifestada para colaborar na melhoria do
funcionamento da organização escolar.
A Escola tem aderido a diversos projetos nacionais e internacionais, sendo criteriosa a escolha dos
mesmos e a seleção de atividades de acordo com os objetivos do projeto educativo. Salienta-se, entre
outros, a implementação dos seguintes projetos inovadores: PROCIV, com vista a combater e prevenir a
disciplina de forma articulada com outros projetos e áreas curriculares não disciplinares; DÁ+, projeto
que fomenta a integração e acompanhamento dos alunos do 7.º ano pelos alunos do 12.º ano.
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Os inquéritos realizados à comunidade educativa revelam que a Escola é percecionada como um local
seguro. O bom ambiente educativo e os bons resultados alcançados continuam a exercer um forte poder
de atração dos alunos, que se estende para além do próprio concelho.
G ESTÃO
Existe alguma frustração na comunidade escolar pela forma como foram projetados e concebidos alguns
espaços escolares. Além dos que já foram referidos, a cantina não foi dimensionada para o número de
refeições que serve diariamente, o arquivo é insuficiente para a totalidade do acervo documental,
existem espaços pouco funcionais, escassez de expositores para os trabalhos dos alunos, as salas são
pouco ventiladas e muito quentes no verão e alguns materiais utilizados não são de boa qualidade, no
dizer dos diferentes atores da comunidade escolar. Para minimizar alguns destes constrangimentos a
Escola mobiliza a comunidade educativa e instituições e entidades externas.
A Escola faz uma gestão eficaz dos recursos disponíveis. Os laboratórios, modernos e funcionais
carecem da renovação de materiais e equipamento, sendo uma das prioridades da Escola na afetação
das verbas disponíveis.
Existem critérios explícitos para a distribuição de serviço, elaboração de horários e constituição de
turmas, sendo de relevar a constituição e manutenção das equipas pedagógicas, sempre que possível, e o
critério da continuidade funcional de modo a compatibilizar a eficiência dos serviços com a satisfação
dos trabalhadores. O diretor conhece bem as competências profissionais do pessoal docente e não
docente, que tem em conta na distribuição do serviço, bem como a formação profissional acrescida dos
mesmos. Rentabiliza os recursos humanos e promove o seu desenvolvimento profissional, organizando
formação interna, nomeadamente no âmbito das tecnologias da comunicação e informação. É realizado
regularmente um levantamento das necessidades de formação a que o organismo regional responsável
pela organização da mesma procura dar resposta.
A comunicação interna funciona facilmente, pelas formas tradicionais e com recurso à plataforma
Moodle, cujo desempenho está aquém do esperado, à página da web da Escola, que é regularmente
atualizada, e ao correio eletrónico, sendo também de salientar, pela inovação, a criação do projeto
ESMGA.TV, via web, e o jornal escolar NOTA 20.
A UTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
Os processos de autoavaliação implementados, na sequência da avaliação externa da Escola, realizada
em 2007, apesar de muito centrados nos resultados escolares e nas atividades desenvolvidas,
abrangeram o funcionamento dos serviços (2008-2009) e das estruturas intermédias (2009-2010), com o
objetivo de identificar pontos fortes, pontos fracos e apresentar propostas de melhoria, registando-se
alguns progressos a nível da articulação curricular.
Após a eleição do atual diretor foi criada uma equipa coordenadora do processo de autoavaliação
(PROAV), em continuidade com as equipas anteriores, apenas constituída por docentes. Continuaram a
ser analisados os resultados escolares, quantitativa e qualitativamente, bem como as atividades
desenvolvidas. Produziram-se imensos instrumentos de trabalho e avaliaram-se as lideranças de topo
(2010-2011).
A avaliação dos serviços e das lideranças referidas baseou-se essencialmente em questionários de
satisfação, a que a comunidade escolar aderiu em número pouco significativo, e decorreu em ciclos de
dois anos, sem a consequente reavaliação. Este trabalho denota pouco impacto e pouca visibilidade da
equipa de autoavaliação, que precisa de encontrar forma de envolver mais a comunidade escolar, para
que a autoavaliação seja encarada como condição importante para o desenvolvimento de processos de
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melhoria do funcionamento da Escola e sustentação dos resultados já alcançados, não esquecendo
também a monitorização das metas traçadas no projeto educativo.
Prevalecem os pontos fortes na maioria dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes, que têm produzido impacto na melhoria das aprendizagens, consolidação dos
resultados e diversificação dos percursos escolares dos alunos, pelo que a classificação deste domínio é
de BOM.
4 – P ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:

Os resultados consistentes alcançados nos últimos anos nos exames nacionais do 9.º ano e 12.º
ano de escolaridade, às disciplinas de Matemática e Português;

A identificação da comunidade educativa com a Escola, evidenciada nos elevados níveis de
satisfação sobre a sua ação educativa;

As dinâmicas potenciadoras da articulação e da sequencialidade das aprendizagens;

O trabalho articulado da comunidade escolar e as medidas proativas e eficazes no combate ao
abandono escolar;

A colaboração institucional e o empenho dos pais na melhoria do funcionamento da organização
escolar;

A gestão dos recursos humanos, procurando compatibilizar as competências profissionais com a
eficiência dos serviços, a qualidade do ensino e a dinamização de alguma formação interna.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços
para a melhoria são as seguintes:

As taxas de conclusão dos cursos profissionais;

Os processos de supervisão e acompanhamento da prática letiva;

A monitorização regular das metas traçadas no cumprimento dos objetivos do projeto educativo;

O alargamento da equipa de autoavaliação a outros elementos da comunidade educativa, de
forma a dar-lhe maior visibilidade, reconhecimento e autonomia.
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