Governança e Gestão de Risco
Por Roberto Cintra Leite
Definição
Introdução
O processo de Gestão de Riscos Corporativos é uma
necessidade imperiosa no sistema de Governança
Corporativa, pois à medida que a alta administração
delega as atividades quotidianas aos gestores, os
Conselhos de sócios controladores, cada vez mais
se distanciam da administração das empresas.
Para que haja uma sinergia entre os executivos
e a alta administração, necessário se faz implantar
um adequado sistema de informações para alertar os
sócios controladores , diretores, acionistas, e os
Conselhos da alta administração, dos riscos
empresariais, inerentes a qualquer atividade
empreendedora.
Como
a
responsabilidade
financeira é solidária entre gestores e a alta
administração, é de extrema importância que a
empresa disponha de um sistema de coleta,
tratamento das informações que podem gerar
perdas.
Gestão de Riscos faz parte do Sistema de
Governança Corporativa e se trata de um exercício
de levantamento de probabilidades de eventos de
risco, com base em previsões qualitativas e/ou
cálculos estatísticos e econômicos quantitativos, com
maior possibilidade de ocorrência de perdas, com o
objetivo de reduzir (mitigar), transferir ou
compartilhar riscos de eventuais perdas corporativos
ou transformá-los em novas oportunidades de
negócios.
Conceito
A identificação dos riscos corporativos tem como
objetivo,
evitar
ou
prevenir
perdas
com
antecedência, permitindo instalar um processo de
modelagem de gestão de riscos calculados eficaz,
com base em um mapeamento de eventualidades no
ambiente onde a empresa atua, através de sistemas,
procedimentos, informação e comunicação.
Rua Guilherme Bannitz 126, 2º. Andar – 04532-060 – Itaim Bibi - São Paulo, BRASIL.
(55 11) 3060 8717
Vantagens e benefícios
A gestão de riscos permite a redução de taxas de
financiamento dos prêmios de seguro, a diminuição
dos custos de transações com fornecedores e
clientes, a atração de investidores e apoiadores,
geram o aumento da segurança às partes
relacionadas na prevenção de perdas, facilitam o
provisionamento de recursos para sua cobertura,
com o objetivo de garantir a continuidade dos
negócios e a perenidade da corporação ou da
empresa.
Competências
Compete ao Conselho Deliberativo, estabelecer
políticas para controlar o mapeamento de riscos e
identificar as probabilidades de perdas acontecerem,
bem como definir os custos e benefícios de
prevenção, e o impacto causado pela exposição aos
riscos, revisando periodicamente os critérios de
classificação e avaliação para uma competente
gestão de riscos.
Compete ao Comitê Executivo de Gestão de
Riscos efetuar o levantamento de cenários de risco,
identificação, mapeamento, classificação, avaliação,
correlação, definição as ações para mitigar os riscos
empresariais, bem como a sua sistematização,
comunicação, para apresentação ao Conselho de
Administração e, realizar o monitoramento dos
mesmos.
Analise de riscos
O processo de Gestão de Riscos se inicia pela
identificação dos riscos e mapeamento dos mesmos,
por unidade de negócios, levando em consideração
também às áreas de apoio tais como, TI, RH, MKT e
outras áreas correlatas.
A avaliação dos riscos se faz prevendo as
probabilidades de ocorrência de perdas e seu
impacto financeiro e na imagem da empresa.
A medição do impacto se faz, pelos cálculos
quantitativos do evento, quando da mensuração da
perda e serão devidamente classificados por ordem
de grandeza.
O sistema de prevenção de perdas deve ser
instalado em todos os níveis hierárquicos da
empresa, pois a responsabilidade de cada
colaborador em sua área de competência poderá
evitar a ocorrência de damos à empresa, desde que
monitorados
constantemente
e
de
forma
permanente.
A capacidade de reação imediata às perdas,
bem como a sua comunicação adequada ao
mercado, reduzem o impacto causado pelo evento.
Áreas de Riscos
Os riscos são sempre inter-relacionados e
geralmente incidem em cadeia, ou seja, um risco
leva a outro na seqüência, inclusive quando se
analisam
riscos
relacionados
aos
clientes
intermediários e finais, bem com aos fornecedores
de produtos e insumos, ou de prestadores de
serviços. Os riscos podem ser identificados
principalmente
nas
áreas
estratégicas
ou
institucionais
de
responsabilidade
da
alta
administração.
Os riscos operacionais serão identificados nas
áreas, Financeira, Comercial, de Recursos
Humanos, Tecnológicos, de TI e Jurídicos, sendo
que todos geram conseqüências financeiras e são de
responsabilidade dos gestores e do Comitê de
Gestão de Riscos Corporativos.
Conclusão
Por mais que o sistema de Governança Corporativa
esteja implantado, com seus órgãos de controle
instalados, a alta administração ficará a descoberto,
por ausência de informações e por mapeamento
insuficiente ou de ações imediatas para mitigá-los,
deixando uma grave lacuna na cadeia de
responsabilidades perante acionistas, colaboradores,
fornecedores, clientes, e o mercado em geral.
Prevenir é sempre melhor do que remediar, pois
é mais econômico e não geram desgaste de
imagem.
Roberto Cintra Leite - É consultor associado da TRINITY
INVESTIMENTOS. É associado da ABVCAP / SP e do IBGC / SP e
membro do sub-comitê de Gestão de Riscos. É Conselheiro da UCBEU
e membro do Conselho Fiscal do CIEE / SP.
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