Energia Nuclear:
Percepção de Risco
AMSA
Título:
Energia Nuclear: Percepção de risco.
Autores:
Afonso David N.º 19061 e Sara Carreira N.º 18952
Objectivo:
O objectivo do nosso trabalho é procurar compreender a percepção de risco existente em relação à
tecnologia Nuclear aplicada na produção Energética. Para identificar as razões principais deste problema
social procurámos estabelece, na pesquisa realizada, uma correspondência entre as bases científicas e as
crenças e sentimentos pessoais dos cidadãos.
Introdução:
A escolha do nosso tema terá em conta a crise energética actual e a consequente necessidade da utilização
da tecnologia nuclear como fonte alternativa.
Procuraremos compreender a credibilidade da percepção de risco geral face à energia nuclear, bem como os
problemas aliados a esta percepção.
Para obtermos conclusões concretas sobre o tema, vamos testar se a percepção de risco é baseada em
factos científicos ou apenas sociais.
Consideramos o nosso tema relevante, uma vez que se trata de uma polémica actual, com opiniões
divergentes não só a nível dos cidadãos como também a nível dos cientistas, ecologistas e organizações de
protecção do ambiente.
Metodologia:
Para a realização do nosso trabalho efectuámos buscas pela Internet em sites de revistas cientificas (como a
“science magazine”, a “new scientist” e a “nature”), em bases de dados da faculdade, (nomeadamente na “IST
web of knowledge”) e de publicações científicas de instituições.
Efectuámos a busca de documentação relacionada com o tema, inclusive publicações de revistas científicas
na biblioteca do IST.
Procurámos artigos mais ou menos recentes, no máximo com 3 anos, uma vez que se trata de um tema
actual.
Encontrámos 4 artigos sobre energia nuclear nas seguintes revistas: “science magazine”, “new scientist”,
“nature” e “tecnologias do Ambiente”. Destes 4 artigos de revistas apenas 1 se mostrou mais específico na
área dos problemas sociais do uso de energia nuclear, sendo os restantes muito ambíguos. Retirámos
também 2 artigos de publicações de institutos por parte de cientistas.
Grelha de Leitura 1
Ideias-Conteúdo
1 - Europeus mal informados sobre o problema dos resíduos
nucleares.
2 - Os Europeus do Norte segundo um inquérito são os que se
sentem melhor informados face à questão, sendo os Europeus
do Sul os que se sentem pior informados.
3 – A Esmagadora maioria dos Europeus receia os resíduos
nucleares.
4 – A maioria das pessoas é contra a Energia Nuclear sendo o
leste Europeu mais aberto e favorável a este tipo de Energia.
5 – A subida do preço do petróleo e o efeito de estufa
influenciam a opinião pública favoravelmente face à Energia
Nuclear.
6 – A credibilidade dos Europeus face aos Media e aos Governos
europeus está em franca queda.
7 – Influenciados pela opinião pública muitos governos começam
a abandonar o projecto nuclear sobretudo na Europa a 15.
8 – A associação representativa da indústria nuclear europeia
(FORATOM) defende que o resultado deste inquérito não é
baseado em dados científicos e é influenciado por factores
políticos e sociais.
9 – As Organizações ambientalistas são de opinião idêntica às
opiniões manifestadas no inquérito.
10 – Este inquérito é influenciado pela situação políticoeconómica bem como por factores ambientais como o efeito de
estufa, factores que vieram renovar o interesse pela energia
Nuclear.
Tópicos para a estrutura do texto
Projecto: Compreender a
posição dos Europeus face aos
resíduos Nucleares.
Factos: A maioria das pessoas
receia os resíduos nucleares e é
contra a Energia nuclear.
Consequência: os governos
alteram as suas políticas face ao
nuclear, influenciados pela
opinião pública, ainda que esta
tenha vindo gradualmente a
mudar, resultado da crise
petrolífera e do efeito de estufa.
Resultado: A indústria nuclear
desvaloriza a opinião negativa
face ao nuclear, os ambientalistas
concordam com os resultados do
inquérito.
Conclusão: O interesse pelo
nuclear renova-se, mantendo-se
polémico. A opinião das pessoas
revela-se influenciável.
Grelha de Leitura 2
Ideias-Conteúdo
1 – O aquecimento global é um dos maiores perigos para a
humanidade.
2 – O desaparecimento da calote glaciar e a consequente subida do
nível da água poderá inviabilizar a vida em muitas cidades costeiras.
3 – Não só os glaciares estão em perigo, o aumento da temperatura
afecta igualmente a floresta da Amazónia, especialistas avisam que o
pior está para vir e que os efeitos são já visíveis.
4 – O problema reside no pouco tempo que temos para inverter a
situação, o aquecimento global é um efeito que aumenta
exponencialmente.
5 – Uma população de 6 mil milhões de habitantes na terra exige
enorme dispêndio energético, nada comparado às necessidades de
há um século atrás. É necessário deixarmos de utilizar combustíveis
fósseis em prol de uma fonte alternativa de Energia.
6 – As Energias renováveis não se encontram ainda suficientemente
avançadas para uma produção energética em grande escala.
7 – Mesmo que actuemos agora convenientemente os danos
provocados no planeta irão levar décadas até serem ultrapassados.
8 – Apenas nós, humanos, temos o puder para inverter esta situação
e por motivos diversos, nomeadamente políticos, já ficámos na
ignorância demasiado tempo.
9 – O medo das pessoas face à energia nuclear não tem razão de
ser, está comprovado que esta é uma forma segura de Energia. O
verdadeiro problema reside no aquecimento global. Também os
ecologistas são contra o Nuclear.
10 – O aquecimento global necessita de medidas urgentes, é um
problema imediato. A única fonte energética segura e disponível
neste momento é o nuclear, e é a nossa única salvação.
Tópicos para a estrutura do texto
Projecto: Conhecer as soluções
para impedir o aquecimento global.
Factos: Toda a terra está em perigo
com o aquecimento global, os
efeitos são já visíveis e urge actuar.
Estamos perante uma crise
energética, com novas exigências
por parte de uma população em
crescimento e com a necessidade de
aplicação de novas tecnologias
limpas e eficientes.
Os danos causados no planeta são
da responsabilidade dos humanos e
só estes podem tentar inverter a
situação.
Conclusão: Apesar do medo e da
oposição das pessoas face ao
nuclear, esta é única fonte
Energética disponível para
travarmos a tempo o verdadeiro
problema do nosso planeta, o
aquecimento global.
Grelha de Leitura 3
Ideias-Conteúdo
1 – Há uma ausência do conhecimento do risco em relação à energia nuclear.
2 – O modo como os projectos nucleares são implementados dificulta a
aceitação dos seus riscos por parte da sociedade.
3 – Estudos efectuados mostram que a maioria do público avalia os riscos
mais por critérios subjectivos do que por standards científicos por várias
razões: possível acidente, complexidade da tecnologia e invisibilidade da
radioactividade entre outros.
4 – A percepção do risco influencia a aceitação social desse mesmo risco, por
exemplo, a exposição a radiações provenientes do sol excede a exposição a
centrais nucleares, que são tomadas como perigosas publicamente.
Tópicos para a estrutura do texto
Projecto: compreender a percepção de
risco da energia nuclear
Factos: a maioria do público avalia os
riscos não cientificamente mas
subjectivamente, sendo a percepção
desses mesmos riscos crucial para a
aceitação ou rejeição da situação em
análise.
5 – Estudos feitos pelo INSC em 98 revelam que a maioria das pessoas que se
preocupam com centrais nucleares são aquelas que não têm experiências
anteriores com energia nuclear mas poderão vir a ter no futuro; revelam
também que os moradores próximos de uma central sentem que nada têm a
ganhar em comparação com o resto da população, os benefícios da central
manifestam-se apenas nas empresas e nos utilizadores em geral, com preços
mais baixos da electricidade.
Estudos revelam que a
familiaridade/proximidade com a
problemática nuclear, nomeadamente o
conhecimento sobre o assunto, revelamse fundamentais para a aceitação dos
riscos envolvidos.
6 – Estudos feitos pelo mesmo instituto revelam também que a comunidade
pode tomar decisões baseadas na sua percepção do que é verdadeiro. Se a
percepção dos benefícios não ultrapassar a percepção dos riscos, a decisão
será negativa.
Derivada da falta de conhecimento, a
percepção do risco da Energia nuclear ao
ser superior à percepção dos Benefícios
que esta aparenta, leva a uma decisão
negativa a respeito do uso desta
tecnologia. Uma percepção de risco
elevada nem sempre corresponde a uma
percepção verdadeira.
7 – A falta do conhecimento e da percepção dos benefícios influencia na
percepção pública dos riscos da energia nuclear. Riscos aos quais estamos
expostos no quotidiano, como conduzir, parecem ser menores do que quando
nos expomos à energia nuclear, mesmo que cientificamente seja provado um
elevado n.º de mortes na estrada e poucos acidentes nucleares.
8 – Estudos recentes mostram que as percepções de risco formam uma parte
no processo de aceitação de uma proposta pública e o potencial de benefício
forma outra.
9 – Um estudo efectuado na Coreia revelou que a percepção dos benefícios é
mais influenciável na aceitação nacional e a percepção dos riscos é mais
influenciável na aceitação local.
Conclusão: No processo de aceitação de
uma tecnologia como a Nuclear, a
percepção de risco e a de benefício são
influenciáveis pelo conhecimento que as
populações têm do assunto e por
factores sociais como a proximidade
física de um risco, neste caso de uma
central.
Crise petrolífera e Aquecimento global
NÃO!
Resumo do Texto/Anexo 1:
Energia Nuclear?
•Maioria das pessoas
•Ecologistas
Governos
SIM!
•Indústria Energética
O texto pretende compreender a posição dos europeus face aos resíduos nucleares através de um inquérito.
Este estudo revela que apesar dos europeus do norte estarem melhor informados face ao problema que os
europeus do sul, a maioria das pessoas ainda receia e é contra a energia nuclear.
Perante esta realidade, os governos de alguns países começam a alterar as suas políticas face ao nuclear,
influenciados por uma opinião pública que, contraditoriamente, se mostrar cada vez mais vulnerável à crise
petrolífera e ao aumento do efeito de estufa.
Assim de um lado a indústria nuclear desvaloriza a opinião negativa das pessoas face à Energia Nuclear, do
outro lado os ambientalistas são a favor dos resultados do inquérito.
O interesse pela Energia Nuclear renova-se com a nova situação político-económica e mantém-se polémico,
sendo a opinião pública divergente e influenciável, no que toca ao assunto.
Aquecimento global
Energia Nuclear!
Solução?
Resumo do Texto/Anexo 2:
O texto que se segue refere a Energia Nuclear como uma solução para impedir o aquecimento global. A terra
está a aquecer a uma velocidade significativa, pelo que os efeitos já são visíveis e urge actuar.
Actualmente encontramo-nos num período de crise energética e a população mundial em crescimento
necessita da aplicação de novas tecnologias limpas e eficientes para a produção eléctrica; as energias
renováveis, assumamos, ainda não estão tecnologicamente avançadas o suficiente.
Os humanos são os principais responsáveis pelos danos causados no planeta e são os únicos capazes de
inverter esta situação, logo, apesar da inicial rejeição da hipótese nuclear, esta fonte energética deverá ser
tomada em conta para travar enquanto é tempo o problema do aquecimento global.
Percepção de risco
Resumo do Texto/Anexo 3:
Movida por:
Falta de conhecimento
Factores sociais:
Ex.: Proximidade física
Subjectiva
O artigo pretende compreender a percepção de risco que as pessoas têm da energia nuclear.
Estudos efectuados mostram que a maioria das pessoas avalia os riscos de um modo muito mais subjectivo do
que científico, sendo a percepção desses riscos indispensável para a aceitação ou rejeição da situação em
análise.
Os mesmos estudos realizados pelo INSC revelam que a proximidade com o problema nuclear e o
conhecimento sobre o assunto são fundamentais na aceitação dos riscos envolvidos. Assim, muito devido à
ausência de conhecimento sobre o assunto, quando a percepção do risco da Energia nuclear supera o potencial
dos seus benefícios, há 1 decisão negativa a respeito do uso desta tecnologia. No entanto, uma percepção de
risco elevada nem sempre corresponde a uma percepção verdadeira.
Concluindo, no processo de aceitação da Energia Nuclear, o conhecimento dos cidadãos sobre o assunto, bem
como factores sociais como a proximidade física de um risco, neste caso uma central, influenciam bastante na
percepção do risco e na do benefício.
Resumo/ dos textos:
O primeiro texto (Artigo 1), dá ênfase à posição dos europeus perante os resíduos nucleares.
Se por um lado os governos são influenciados pela opinião negativa dos cidadãos em relação à energia nuclear e os
ambientalistas apoiam esta opinião, por outro a indústria nuclear desvaloriza estes pontos de vista, permanecendo um
clima de polémica em torno desta questão na qual a escolha pública se revela influenciável.
Este excerto incide mais sobre o lado subjectivo da questão nuclear, aliado aos sentimentos e percepções imediatas
por parte de cidadãos comuns que influenciam nas decisões políticas. É por isso também importante referir o lado
mais científico da questão nuclear, daí a justificação para a escolha do nosso segundo excerto (Artigo 2).
Neste segundo excerto a energia nuclear aparece como uma possível solução perante a crise energética da
actualidade e o aumento constante do aquecimento global, procurando eliminar certos dogmas existentes face à
energia nuclear, com provas científicas e estatísticas reais.
No terceiro excerto (Artigo 3), procura-se compreender a percepção de risco em relação á energia nuclear, ajudando a
esclarecer o motivo pelo qual as opiniões divergem em relação ao tema.
Refere que no processo de aceitação da situação analisada a percepção de risco e de benefício depende do tipo de
avaliação feita pelo público (científica ou subjectiva), da familiaridade com a problemática nuclear, do conhecimento
sobre o assunto e da proximidade física em relação ao risco em questão (central nuclear).
Estes três artigos situam-nos na problemática Nuclear e abrem as portas à discussão na qual o nosso trabalho se
baseia: a percepção de risco das pessoas em relação à energia nuclear e os fenómenos por detrás desta percepção,
na nossa opinião, falsa.
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Energia Nuclear: Percepção de Risco