CONCURSOS PÚBLICOS BACEN
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1. Recursos Materiais e Patrimoniais.
1.1 Definição de Recursos Materiais.
Recursos Materiais são todos os itens indispensáveis
para manter uma organização em funcionamento ou para
o exercício de uma atividade (materiais, itens físicos
complementares, máquinas, veículos e equipamentos em
geral).
1.1.1 Conceito de Gestão de Materiais
Gestão de materiais é o conjunto de operações
associadas ao fluxo de materiais e informações, desde o
local de aquisição de um material até a sua utilização
como matéria-prima ou como um item de consumo final.
1.2 Objetivos da Gestão de Recursos Materiais.
A gestão de recursos materiais deve assegurar o
abastecimento contínuo de itens essenciais para o
funcionamento eficaz de uma organização, de acordo
com as especificações requeridas, em prazos
determinados, com o menor custo de aquisição
disponível e viável.
1.3 Atribuições da Gestão de materiais
1.3.1 Relacionadas com compras:
Rotinas operacionais de compras.
Execução das ordens de compra (O.C)
Pesquisa e cadastramento de fornecedores.
Avaliação de fornecedores.
Formalização de contratos de fornecimento.
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Patrimônio é um conjunto de bens, valores, direitos e
obrigações de uma pessoa ou organização pública ou
privada.
Bens patrimoniais abrangem instalações, prédios,
terrenos, equipamentos e veículos das organizações.
1.4.1 Objetivos da Gestão de Recursos Patrimoniais.
A gestão dos recursos patrimoniais envolve: a
identificação dos fornecedores, aquisição e recebimento
de bens patrimoniais, e coordenação da conservação,
manutenção e alienação de bens.
1.5 Conceito de Logística
Logística é a parte do processo da cadeia de
suprimentos que planeja, executa e controla o fluxo e
estocagem de bens, serviços e informações relacionadas,
do ponto de origem ao ponto de consumo, visando a
atender aos requisitos dos consumidores. (Conselho de
Gerenciamento de Logística – CLM).
A evolução da logística empresarial teve início na
década de 1980 com as exigências decorrentes da
globalização, da mudança na estrutura da economia
mundial e do desenvolvimento tecnológico.
1.5.1 Elementos básicos da Logística
1.3.2 Relacionadas com armazenagem:
Recebimentos de materiais e controles qualitativos e
quantitativos.
Estocagem física.
Conservação e segurança dos materiais.
1.3.3 Relacionadas com a movimentação:
Dimensionamento e plano de utilização de equipamentos
de movimentação: empilhadeiras, pallet’s, carrinhos,
esteiras, containers e outros equipamentos para
movimentação de materiais.
Atendimento de requisições de materiais.
Alienação (venda de materiais e equipamentos).
1.3.4 Relacionadas com o planejamento:
Planejamento das necessidades O que comprar. Quanto
comprar. Quando comprar.
Previsão dos estoques Quanto estocar. Tempo de
duração e validade dos estoques. Níveis de estoques de
reserva/segurança.
Ciclo de giro dos estoques.
Estudos e acompanhamento: Sazonalidade, métodos
matemáticos e estatísticos e análise ABC.
1.3.5 Relacionadas com o controle:
Inventário físico periódico.
Inventário financeiro periódico.
1.3.6 Atribuições complementares:
Normas Técnicas dos Materiais.
Acompanhamento de Preços.
Cadastramento de materiais (Identificação, classificação,
codificação, catalogação, padronização, normatização).
1.4 Definição de Recursos Patrimoniais.
Recursos Patrimoniais são recursos físicos
disposição de organizações públicas ou privadas.
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à
1.5.2 Indicadores logísticos
O processo logístico precisa ser planejado e
comparado e para isso utiliza indicadores.
Os indicadores são obtidos a partir do estudo dos
objetivos operacionais. Um conjunto de seis
indicadores permite esta análise.
Os indicadores são: Resposta Rápida, Variância,
Estoque Mínimo, Consolidação da Movimentação,
Qualidade e Apoio ao Ciclo de Vida.
Resposta Rápida é a habilidade da organização em
satisfazer as exigências dos clientes em tempo hábil. O
Nível de serviço ao cliente é determinado pela relação da
rapidez com o fator custo.
Variância é resultado de qualquer acontecimento
inesperado que perturbe o desempenho do sistema. Um
dos objetivos do gestor em logística é diminuir ou eliminar
as causas das variações temporais em seus processos.
Estoque Mínimo é o total de investimento distribuído
em todo o sistema logístico em estoques. Outra
característica a ser observada pelo operador logístico é a
necessidade de se reduzir custos pela diminuição dos
estoques até o ponto mínimo definido pelo nível de
serviço estipulado.
Consolidação da Movimentação é uma forma de
reduzir o custo dos transportes. Dentro da definição do
nível de serviço a ser oferecido existe a possibilidade da
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consolidação de cargas como fator de economia ou do
aproveitamento do retorno em vazio.
Qualidade é a adequação às normas, às
especificações e adequado ao uso e ao preço.
Apoio ao Ciclo de Vida é expresso pela capacidade
de retirada do produto de circulação pela organização,
isto contribui para a economia com estoques.
Outro ponto importante são os processos de logística
reversa nos quais produtos ou embalagens retornam a
origem para processamento ou reaproveitamento.
1.5.3 Gestão de Materiais no Contexto Logístico
As fases do fluxo de materiais no contexto logístico
são:
Suprimento físico de recursos materiais na relação
fornecedor/instituição compradora.
Fluxo físico e movimentação de materiais no
ambiente de produção/transformação/utilização.
Fluxo de materiais na forma de produtos acabados
pronto para a utilização ou comercialização.
É responsabilidade da função Logística o
desenvolvimento de ações que integrem esses fluxos
visando uma situação favorável de custos, prazos e
qualidade.
1.6 Cadeia de Suprimento.
1.6.1 Conceito de Cadeia de suprimento
Uma Cadeia de Suprimento engloba todos os
estágios, direta ou indiretamente, no atendimento de
um pedido de um cliente. A cadeia de suprimento
inclui
fornecedores,
fabricantes,
distribuidores,
almoxarifados ou depósitos e clientes ou usuários.
A cadeia de suprimentos (Supply Chain) é constituída
pelo conjunto de organizações que mantém relações
mútuas do início ao final da cadeia logística, criando valor
na forma de produtos e serviços, desde os fornecedores
até os consumidores finais.
A cadeia de Suprimentos - Supply Chain Management
(SCM) é a integração dos processos industriais e
comerciais, partindo do consumidor final e indo até os
fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e
informações que agregam valor para o cliente.
1.6.2 Objetivo da cadeia de suprimento
O objetivo de uma cadeia de suprimento é
maximizar o valor global gerado. O valor gerado por
uma cadeia de suprimento é a diferença entre valor do
produto final para o cliente e o esforço realizado pela
cadeia de suprimento para atender ao seu pedido.
Para a maioria das cadeias de suprimentos
comerciais, o valor estará fortemente ligado ao lucro
da cadeia de suprimento, que é a diferença entre
receita gerada pelo cliente e o custo total no decorrer
da cadeia de suprimento.
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2. Nível de serviço – Atendimento, pontualidade e
flexibilidade.
Serviço é uma ação ou desempenho que uma parte
pode oferecer a outra, essencialmente intangível, e que
não resulta na posse de nada. Sua produção pode ou
não estar relacionada a um produto físico. (Kotler, 1991).
A característica principal do conceito é a execução do
serviço com a finalidade de “alguém executar uma ação
para oferecer a outra pessoa”.
Portanto, só será um serviço, sob o ponto de vista
operacional, a ação que resulte no atendimento de
alguém.
O serviço básico envolve a disponibilidade: a
capacidade de ter produtos em estoque no momento
desejado pelo cliente; o desempenho operacional: a
velocidade, consistência, flexibilidade; planos de
contingência em caso de falhas e de sua recuperação; e
a confiabilidade derivada do conceito qualitativo sobre o
posicionamento de suas entregas.
O Serviço ao usuário é impulsionado pelo contínuo
aumento das expectativas desses usuários.
O aumento das expectativas é provocado pelas
organizações públicas ou privadas, concorrentes entre si
ou não, que oferecem serviços com mais atributos
seguidamente e realimentam o mercado consumidor
resultando em tempos de ciclo menores e indices de
disponibilidade cada vez maiores conforma a figura
abaixo.
O atendimento ao pedido perfeito é o limite no qual a
disponibilidade é máxima (100%) e o tempo de ciclo é
mínimo tendendo a zero (entrega instantânea).
O atendimento do pedido perfeito é derivado dos
conceitos da qualidade largamente implantados desde a
década de 1980 e ultrapassa o serviço básico.
As organizações que buscam o atendimento do
pedido perfeito tendem a se tornar fornecedores
preferenciais, necessitam de um forte apoio informacional
e consequente levam a um custo de atendimento mais
elevado.
O serviço básico de atendimento ao usuário tem
como característica o atendimento amplo, envolvendo o
maior número possível de beneficiários e é medido em
termos de: Disponibilidade, Desempenho Operacional e
Confiabilidade.
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A disponibilidade é a capacidade de atendimento
imediato, conforme a necessidade dos usuários. É feita a
partir de um estoque corretamente dimensionado. O
tamanho desse estoque é determinado a partir da
estimativa de consumo do material acrescida de uma
reserva de segurança.
A disponibilidade depende da estrutura de rede
logística: número e localização de depósitos e da
estratégia para a entrega do produto.
O desempenho operacional também é medido em
termos de: Velocidade, Consistência, Confiabilidade,
Falhas e Recuperação.
Velocidade é o tempo decorrido entre o pedido e o
recebimento e relaciona-se com o interesse e
necessidades do usuário.
A consistência é a capacidade da organização
logísitica de manter as entregas em um regime constante.
Isto também deve ser medido pela perspectiva do
usuário.
A percepção qualitativa que os beneficiários tem dos
serviços prestados formam o conceito de confiabilidade:
informações antecipadas fornecidas aos usuários com
previsão firme de entrega da carga reforçam esse
conceito.
3. Ética na administração de materiais.
Agir de forma correta na defesa dos interesses
organizacionais, ser honesto, respeitar os usuários, ser
cumpridor das leis e saber valorizar as pessoas são
princípios cada vez mais valorizados.
Manter-se ético, diante das situações do dia-a-dia é
atitude esperada de cada indivíduo.
3.1. Conceito de Ética
Ética é a parte da Filosofia que estuda os valores
morais e os princípios ideais da conduta humana.
Abrange o conjunto de princípios morais (ligados ao
comportamento individual) que devem ser respeitados no
exercício de uma profissão, ou de uma determinada
função na sociedade.
O surgimento do conceito e da necessidade de seu
estudo está associado à necessidade de se estabelecer
limites nos desejos e ambições individuais, dirigindoos para uma relação equilibrada com as
necessidades sociais.
3.2 Conceito de Cidadania
Cidadania é o ato do exercício, individual ou coletivo,
dos direitos civis e políticos de um Estado.
Ao exercer a cidadania um indivíduo ou um grupo de
indivíduos precisa ser ético, isto é, precisa respeitar o
conjunto de princípios morais que se referem a uma
profissão ou a uma determinada função social.
3.3 Conceito de Ética profissional
Ética profissional é o conjunto de princípios morais
que devem ser respeitados no exercício de uma
profissão, ou de uma determinada função na sociedade.
Sua abrangência envolve a convivência de um
profissional com seus colegas de profissão, com outros
colegas de trabalho, com seus clientes, fornecedores e
demais instituições e com as pessoas que integram a sua
rede de contatos profissionais.
No atual ambiente profissional brasileiro observase uma busca contínua da maioria das categorias
profissionais por revisão dos valores morais utilizados na
atividade diária.
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Esse comportamento reflete uma preocupação de
cada uma das categorias face às constantes
demonstrações de ausência de comportamento
profissional ético e de descumprimento das leis e dos
princípios éticos nas áreas políticas, sociais e
econômicas.
3.4 Valores éticos em Administração de Materiais.
• Direcionamento de ações para o atendimento das
expectativas dos usuários.
• Busca permanente de excelência na qualidade de
serviços.
• Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da
instituição e da sociedade.
• As pessoas devem ser tratadas com ética, justiça,
respeito, cortesia, igualdade e dignidade.
• Absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público,
pela sociedade e pelo meio ambiente.
• Prestação de informações corretas e cumprimento
dos prazos assumidos.
• No exercício profissional, os interesses da instituição
devem se colocar em 1º lugar em detrimento de
interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma
a resguardar a lisura das atividades.
• Não manter qualquer relacionamento ou prática
desleal de comportamento que resulte em conflito de
interesses e que estejam em desacordo com os mais
altos padrões éticos.
• Não praticar atos que fragilizem a imagem da
instituição e comprometam o seu corpo funcional.
• Não assumir atitudes que privilegiem fornecedores e
prestadores de serviços, sob qualquer pretexto.
• Não solicitar doações, contribuições de bens
materiais ou valores a parceiros comerciais ou
institucionais em nome da instituição, sob qualquer
pretexto.
• Manter-se comprometido com a uniformidade de
procedimentos e com o mais elevado padrão ético no
exercício de suas atribuições profissionais.
• Ter compromisso permanente com o cumprimento
das leis, das normas e dos regulamentos internos e
externos que regem a Instituição.
• Prestar orientações e informações corretas aos
usuários para que possam tomar decisões conscientes.
• Preservar o sigilo e a segurança das informações.
• As relações profissionais devem se pautar no
princípio da transparência e na adoção de critérios
técnicos.
• Prestar contas das atividades, dos recursos sob sua
gestão e manter a integridade dos controles
administrativos sob sua responsabilidade.
• Oferecer tratamento equânime na disponibilidade de
informações claras e tempestivas aos usuários, parceiros
comerciais e fornecedores, no estrito cumprimento dos
normativos a que esteja subordinado.
• Zelar pela proteção do patrimônio público sob sua
guarda, com a adequada utilização das informações, dos
bens, equipamentos e demais recursos colocados à sua
disposição para desempenho eficaz de suas atividades.
4. Função Suprimento:
4.1 Conceitos
A Função Suprimento compreende o conjunto de
atividades desenvolvidas para garantir um fluxo contínuo
de materiais
Para assegurar um fluxo contínuo e uniforme é
necessário que os materiais estejam à disposição no
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lugar conveniente, no momento oportuno, em quantidade
suficiente e na qualidade esperada.
Para isso a administração de estoques tem de
registrar e controlar os seguintes dados dos materiais
estocados:
• Quantidade do material que entra.
• Quantidade do material que sai.
• Época mais apropriada, preço e quantidade mais
conveniente para a compra de determinado material.
• Ritmo de entrada (suprimento) e saída (consumo) do
material.
Os administradores de estoques precisam responder
às seguintes questões:
Existem fornecedores com entrega rápida e confiável?
Grandes quantidades reduzem o preço de compra?
Qual o volume de consumo esperado para cada período?
A entrega aos usuários é imediata ou programada?
Uma gestão de suprimentos eficaz gera as seguintes
vantagens:
• Reduz o excesso de compras, diminuindo a
imobilização de recursos financeiros.
• Evita a estocagem em níveis desnecessários.
• Fornece elementos para o acompanhamento dos
custos com materiais.
• Avalia e acompanha a rotação dos estoques por item
cadastrado.
• Controla o fluxo e a qualidade dos materiais.
4.2 Métodos de Previsão de Demanda
Previsão é um processo metodológico para a
determinação de dados futuros baseado em modelos
estatísticos, matemáticos ou subjetivos apoiados em uma
metodologia de trabalho clara e previamente definida.
A escolha do método a ser adotado para a previsão
de demanda depende da natureza do produto e de vários
fatores, tais como disponibilidade de dados históricos,
horizonte de previsão a longo, médio ou curto, precisão
necessária, orçamento disponível e padrão dos dados
existentes: horizontal, sazonal, cíclico ou tendências.
Os métodos de previsão podem ser quantitativos ou
qualitativos.
A previsão qualitativa é subjetiva.
A previsão quantitativa é determinada a partir de
cálculos matemáticos.
Na previsão quantitativa dois tipos básicos de
modelos são usados: modelos de séries temporais e
modelos causais.
4.2.1 Séries Temporais
Uma série de tempo é uma seqüência de
observações históricas sobre uma variável de interesse.
As análises de séries temporais têm quatro
componentes:
Tendência: é a direção a longa distância da série,
incluindo qualquer quantidade constante de demanda nos
dados.
Variação sazonal: são flutuações regulares que se
repetem em períodos quase sempre coincidindo com o
calendário anual, mensal ou semanal.
Variação cíclica: definida somente em séries que
transpõem vários anos. Um ciclo pode ser definido como
uma oscilação de longo-prazo sobre a linha de tendência
durante um período de pelo menos três períodos
completos.
Variação aleatória: as variações deste tipo são sem uma
causa específica e sem um padrão; são tratadas como
erros aleatórios.
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4.2.2 Sazonalidade
Sazonalidade é um conjunto de movimentos ou
flutuações com período igual ou inferior a um ano,
sistemáticos, mas não necessariamente regulares, que
ocorrem numa série temporal.
A sazonalidade é o resultado de causas naturais,
econômicas, sociais e institucionais.
Existem dois objetivos principais no ajuste de séries
temporais para variação sazonal: o estudo da
sazonalidade propriamente dita e a remoção da
sazonalidade da série para depois estudá-la em seus
demais aspectos.
Nesse último está implícita a idéia de que a existência
de movimentos sazonais afeta o reconhecimento e a
interpretação de importantes movimentos não-sazonais
numa série
4.3 Reposições de estoques: estoque de segurança e
sistema ponto de pedido.
4.3.1 Níveis de estoques
Em gestão de estoques busca-se sempre uma
quantidade ótima de estocagem, capaz de minimizar os
custos para obtenção e manutenção dos materiais
estocados, mas garantindo o fluxo de atendimento de
forma contínua e uniforme.
Existem dois sistemas de reposição de estoques: o
sistema de reposição contínua e o sistema de reposição
periódica, outros sistemas podem ser estabelecidos,
considerando algumas das características destes
sistemas e são denominados sistemas mistos.
4.3.2 Sistema de reposição contínua
O sistema de reposição contínua denominado
também de sistema do estoque mínimo ou sistema do
ponto de reposição, funciona da seguinte maneira:
estabelece-se um nível de estoque, R, e quando o
estoque do material alcança esse valor é emitida uma
ordem de compra para a reposição do estoque na
quantidade, Q, fixa ao longo do tempo, recomeçando o
ciclo.
4.3.3 Ponto de reposição
O ponto de pedido ocorre quando é necessário fazer
uma nova compra para que o estoque não se reduza a
níveis inferiores ao estoque de segurança.
4.3.4 Estoque mínimo
É a quantidade mínima de um item que visa atender
à demanda até a chegada do próximo suprimento.
Fórmula para o cálculo do ponto de reposição:
Consumo médio diário X Tempo de cobertura
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4.3.5 Cálculo do Tempo de cobertura
O tempo de cobertura é o prazo que o material leva
para ser reposto e envolve as seguintes variáveis:
Prazo de entrega do pedido: É o tempo compreendido
entre o momento que se faz o pedido e a chegada do
material.
Prazo de disponibilização ao uso: é o tempo que
decorre entre a chegada do material e sua
disponibilização para uso.
Margem de segurança: é o espaço de tempo necessário
para cobrir eventuais atrasos nos prazos acima.
Exemplo:
Consumo médio mensal: 300 unidades.
Prazo de entrega do pedido: 10 dias.
Prazo de disponibilização para uso: 1 dia.
Margem de segurança: 3 dias.
Substituindo os valores na fórmula:
Ponto de reposição = 10 unidades/dia x 14 dias= 140
unidades.
Quando a demanda e o tempo de reposição são
variáveis, o cálculo do ponto R
(Ponto de
Reposição) é:
R = demanda média no período de reposição +
estoque de segurança
A expressão utilizada é:
R=DxL +E
em que:
D = demanda média
L = tempo médio de reposição
Es = estoque de segurança
4.3.6 Rotação de estoques
R.E = Consumo mensal : Estoque mínimo
R. E. = 300 : 140 = 2,14 vezes no mês.
30 dias : 2,14 = 14 dias
360 dias : 14 dias = 26 vezes ao ano.
A relação estoque/consumo (rotação) é o grande
indicador da existência de uma eficiente política de
administração de estoques.
Estoques dimensionados para menos podem gerar
faltas para reposições de itens. Níveis de estoque muito
alto, podem causar pressões financeiras.
4.4 Tipos de estoques
Existem quatro tipos de estoques:
• Estoques de segurança,
• Estoques intermediários ou de ciclo,
• Estoques de produtos acabados e
• Estoques de canal.
O estoque de segurança é a quantidade de itens
que protege a instituição contra a falta de materiais.
Serve para diminuir a incerteza do abastecimento
que ocorre na cadeia produtiva (logística) e pode ser
significativamente oneroso para a organização.
Os estoques intermediários (Estoque de
produtos em processo) ocorrem no meio do
processo produtivo ou de atendimento e são
decorrentes dos descompassos que ocorrem como:
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falhas em equipamentos, falta de qualidade na
matéria prima, absenteísmo e outras causas que
ocorrem na função produção ou na função
atendimento.
Estoques de ciclo ocorrem quando se utiliza as
mesmas máquinas e os mesmos processos para
diversas atividades. Pense numa padaria: nela
existem equipamentos de uso comum: um conjunto de
batedeiras e fornos que processam todos os tipos de
pães. Enquanto uma nova fornada é preparada, ela
terá de ser suficientemente grande para suportar a
demanda por todo o período até que se possa repetir
a nova fornada do primeiro tipo de massa, fechando
um ciclo. Normalmente este tipo de estoque é
planejado.
Estoques de produtos acabados ocorrem
principalmente quando é adotada política de produção
constante, como no caso da indústria de chocolates
no período que antecede a Páscoa. Estoques de
produtos acabados podem significar pronta resposta
de atendimento aos pedidos dos clientes e, portanto
boas vendas. Excesso de estoques de produtos
acabados pode significar prejuízos assim como a falta
de estoques significa a perda de uma venda.
O estoque de canal (estoque em trânsito)
aparece somente quando os tempos gastos nos
transportes de entregas são significativos. Imagine um
fabricante de motores que exporta toda a sua
produção para outro país. O transporte marítimo
apresenta como característica a baixa velocidade,
sendo comum períodos de viagens de até 10
semanas. Quando o tempo gasto no trânsito é muito
pequeno este tipo de estoque não é considerado.
4.4.1 Modelo gráfico para representação dos
estoques e dos pedidos
Para se entender o funcionamento da função
compras e dos estoques se utiliza um modelo gráfico
dado pela figura a seguir.
Alguns pontos são destacados na figura com o objetivo
de melhor compreender a representação do modelo
proposto.
Para entender o modelo é preciso se definir alguns
parâmetros iniciais. O cruzamento dos eixos tempo e
nível de estoque é o ponto de partida da análise, t0.
No instante de tempo t0 o estoque é reabastecido e vai
da quantidade inicial 0 (zero) até a quantidade final Q.
A partir do ponto Q gradativamente e de forma igual
ocorrerá a demanda D. Assim a cada período a
quantidade Q será diminuida do valor da demanda D, de
tal forma que após um determinado período o estoque
chegará no valor 0 (zero).
Neste ponto novamente ocorrerá o reabastecimento e
o estoque volta ao seu ponto de origem Q. O ciclo se
repete inefinidamente.
Observando a figura é possível identificar um
triangulo de lados Q e Q/D e a hipotenusa que une os
pontos extremos fechando o triangulo.
Por se tratar de uma figura linear e regular é possível
determinar visualmente o ponto Q/2 que corresponde ao
ponto médio de estoque.
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• Ter condições de pagamentos adaptados às
necessidades do comprador
• Atender às necessidades e anseios do cliente ou
usuário.
4.4.2 Modelo gráfico sobre o ponto de compra
No modelo gráfico a seguir é possível analisar o ponto de
compra, ou quando comprar.
Observe e analise que para uma demanda anual de 1200
itens se poderia comprar três (3) vezes ao ano ou ainda
doze (12) vezes. Ambas as escolhas levam aos valores
necessários.
4.5 Compras e contratações: princípios, modalidades
e tipos de licitação
4.5.1 Gestão de Compras
Os estoques trazem ao gestor algumas preocupações
como: Quanto pedir? Quando pedir? Como controlar o
sistema?
Os processos de administração de compras fazem
parte do SC (supply chain ou cadeia de suprimento) e por
extensão, integram-se aos processos de logística,
cabendo aos administradores de compras, além de
comprar, as funções de:
• Dimensionamento da quantidade e qualidade dos
fornecedores (explorando inclusive as alternativas de
contratação de fornecedores internacionais),
• Contratação de compras programadas,
• Formalização de parcerias e terceirizações com
fornecedores exclusivos e prestadores de serviços em
geral.
4.5.2 Conceito de comprar
Comprar significa procurar, adquirir e providenciar a
entrega e recebimento de materiais, mercadorias,
suprimentos e equipamentos para a manutenção,
expansão ou funcionamento de uma organização.
Tudo o que é comprado precisa conter as seguintes
características:
• Ter especificação de qualidade.
• Ser entregue no prazo pedido e na quantidade
comprada.
• Ter um preço justo.
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4.5.3 Objetivos da atividade compras
Administrar compras compreende o atendimento
dos seguintes objetivos:
• Ter informações sobre a programação do volume de
consumo, para ser utilizado no planejamento das
compras.
• Manter-se em contínuo contato com fornecedores
tradicionais e fornecedores potenciais, conhecendo suas
linhas de produtos, seus preços e suas condições de
pagamento.
• Avaliar juntamente com a área de Finanças as
dotações orçamentárias para compras.
• Eliminar erros na elaboração dos pedidos.
• Manter um estoque pequeno e bem controlado.
• Comprar o material certo para atender as
necessidades específicas de cada usuário.
• Comprar o material que além das especificações
técnicas solicitadas ofereça a melhor combinação de
preço, prazo de pagamento e prazo de entrega.
4.5.4 A importância da existência de uma política de
compras.
Normalmente a aquisição de materiais representa um
dos valores mais elevados nos itens que compõem a
estrutura de despesas de uma organização.
Portanto ao realizar compras, é necessária a
existência de normas claramente definidas, para evitar
que o entusiasmo ou a improvisação de hoje venha a se
transformar em problemas para o futuro.
Além da compra existe também a necessidade de se
cadastrar fornecedores, estabelecer uma linha de
comunicação e em alguns casos desenvolver o
fornecedor que se encontra em nível tecnológico inferior
ao da organização compradora.
Outra questão é o processo interno para a efetiva
colocação do pedido junto ao fornecedor. É preciso
autorização para determinados tipos de gastos, muitas
vezes regidos por valor limite.
Um comprador pode ter autorização para efetuar
compras de até certo valor. A partir deste valor é
necessário um poder maior de autorização como por
exemplo do gerente do departamento de compras ou em
casos de valores mais elevados até mesmo a autorização
da diretoria.
É preciso estabelecer padrões no ato de comprar
para que se possa rastrear e auditar.
Compras efetuadas por órgãos públicos devem
obedecer a legislação pertinente. As compras efetuadas
por empresas privadas tendem a ser mais simples e
menos burocráticas do que as compras públicas.
Porém seria errado pensar que as compras públicas
são mais simples do as utilizadas por empresas privadas.
Um exemplo é o processo de leilão reverso
desenvolvido nas compras dos órgão públicos e adotada
pelas organizações privadas com muito sucesso.
No processo de leilão reverso é estabelecido um
valor máximo que se aceita pagar pelo bem ou serviço e
a partir deste valor os fornecedores oferecem cotações
com preços cada vez menores até que se atinge uma
proposta de fornecimento que não é mais superada por
nenhum fornecedor concorrente.
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4.5.5 A estrutura de um processo de compras
A atividade de compras precisa ser estruturada a
partir das seguintes definições:
• Quem é o responsável pelas compras (unidade ou
pessoas)?
• Para quem comprar?
• O que comprar?
• De quem comprar?
• Quando comprar?
• Quanto comprar?
• Que preço pagar?
• Como deve ser feita a compra?
• Como acompanhar a operação de compras?
4.5.6 O Lote Econômico de Compras
Duas questões fundamentais ocorrem com estoques
além de saber o que comprar. É preciso saber quando
comprar e quanto comprar. Saber quando comprar vai
depender das necessidades de distribuição e consumo,
dos fornecedores e dos objetivos de desempenho
estabelecidos entre a organização e seu fornecedor.
Saber quanto comprar é muito importante, pois
significa que parte considerável dos recursos financeiros
será investida nesta atividade.
Existe uma forma de se calcular esta questão. É o
Lote Econômico de Compras - LEC.
São três os componentes do cálculo do lote
econômico.
O primeiro componente se chama demanda e é
representada pela estimativa de consumo no período de
um ano. O LEC é calculado sobre um grande período,
normalmente um ano.
O segundo componente é o chamado Ce: custo de
manutenção de estoque.
Este custo representa a
quantidade de dinheiro gasta para se manter um item em
estoque pelo período de um ano.
Devem ser considerados os custos de seguro, os
custos de armazenagem, da área da manutenção desta
área, o custo das pessoas que trabalham no estoque, os
gastos com energia, segurança, limpeza, proteções
contra sinistros e demais custos associados com a idéia
da manutenção dos estoques.
O terceiro fator é chamado Cp, custo do pedido. A
estrutura de compras tem um custo: funcionários que
trabalham em compras, desde o comprador até o
gerente; custo da estrutura, móveis, sistemas de
computadores, ar condicionado, segurança, limpeza,
cantina e refeitório, custo das assinaturas e do tempo das
pessoas e outros custos associados à atividade. Então,
emitir um pedido tem um custo e é significativo.
A fórmula para o LEC é:
Exemplo
Para uma determinada condição imagine que a sua
organização consome 250 metros de fio de cobre por
mês. Que o custo de cada pedido é de R$ 30,00 e que o
custo de manutenção dos estoques é de 10% do custo do
material. Cada metro de fio de cobre custa R$ 1,50.
Calcule o LEC?
Aplicando a fórmula: A demanda (consumo) D é de 250
metros por mês e como o ano tem 12 meses a demanda
é de 3000 metros por ano. O custo de pedido já é dado
no problema de forma direta.
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Aplicando a fórmula mostra que o LEC deve ser igual a
1.095,45 metros
4.5.7 Acompanhamento da operação de compras
A operação de compras compreende os seguintes
passos:
• Análise da estrutura e da capacidade técnica dos
fornecedores.
• Pesquisa das condições oferecidas.
• Formalização do pedido.
• Acompanhamento da viabilização do pedido até sua
entrega.
• Controle do cumprimento das especificações do
pedido ao receber o material.
• Liberação do pagamento do fornecedor.
Considerando o início da atividade como uma forma
de necessidade da área solicitante é emitido a
requisição de produtos ou serviços; o departamento
de compras recebe a requisição e efetua uma cotação
de preços junto aos fornecedores do item desejado.
Os fornecedores por sua vez irão responder ao
processo de cotação de preços. As respostas são
encaminhadas ao departamento de compras que
seleciona o(s) fornecedor(es). Caso haja dúvidas quanto
a determinados itens como elementos substitutos ou
alterativos, a área compras deve apresentar ao solicitante
as informações recebidas para a definição da melhor
alternativa.
Depois da concordância do solicitante é emitido um
pedido de compras e dirigido ao fornecedor escolhido
por critérios objetivos.
O fornecedor entrega o bem ou serviço solicitado e
este é encaminhado ao requisitante para a aprovaçãodo
pedido.
Efetuado o recebimento a área de compras é
informada para atualizar os registros do fornecedor para
que se possa efetuar os procedimentos de garantia se for
o caso, e de pagamentos.
4.5.8 Cuidados no processo de compra
• Descontos oferecidos pelos fornecedores para
compras em grandes quantidades. Compras em grandes
quantidades podem gerar pressões sobre a capacidade
de pagamento.
• Exigência de quantidade mínima de unidades para
atender um pedido, e esta quantidade está acima das
necessidades. Em alguns casos é preferível comprar de
atacadistas ou distribuidores, mesmo que o preço seja
maior.
• Fixação de um sistema de acompanhamento dos
pedidos pendentes. E se for o caso pressão sobre o
fornecedor para acelerar a entrega.
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• Compras que agrupam as necessidades de várias
agências ou filiais aumentam o poder de barganha do
comprador.
• Considerar se o custo do transporte influencia ou não
no preço final. Em alguns casos a distância do fornecedor
compromete o custo final.
• Na maioria das vezes várias entregas parceladas são
melhores do que poucas entregas de grande porte.
• As compras, embora importantes, dependem da
disponibilidade de recursos.
4.5.9 Características de um bom fornecedor
As variáveis que definem a escolha de um fornecedor
ou de uma proposta específica são: Rapidez,
Confiabilidade, Flexibilidade, Qualidade e Custos.
Uma das formas de se diminuir o tamanho dos
estoques é eliminar a incerteza do reabastecimento a
partir do aumento na confiabilidade da entrega do
fornecedor.
Outra forma é aumentando a rapidez da entrega, mas
isto também pode significar aumento de custos.
Se o fornecedor é flexível na entrega esse também é
um ponto que permite ganhos.
Os custos devem ser observados não de forma
pontual e isolada como custo por unidade comprada mas
se deve enxergar o custo total, que envolve todas as
perdas decorrentes da falta de flexibilidade, da falta de
confiabilidade, da falta de qualidade, da baixa rapidez.
Para não haver riscos é conveniente a manutenção
de um cadastro de fornecedores organizado por linha de
produtos, e que registre as ocorrências favoráveis e
desfavoráveis nos processos de compra anteriores.
O cadastro de fornecedores deve conter informações
de todos os fornecedores existentes para cada produto
ou mercadoria.
Na escolha dos fornecedores para cada pedido devese considerar também:
• Capacidade de produção e cumprimento das
quantidades e datas de entrega.
• Capacidade de cumprir as especificações técnicas
negociadas.
• Capacidade de cumprir garantias através de sua rede
de assistência técnica.
4.5.10 Sistemas Informatizados de controle de
Compras
A função compras e as ações de controle de estoques
necessitam de ferramentas de apoio e suporte da
informática.
É comum encontrar nas organizações situações de
compras que correspondem a dezenas, centenas,
milhares de itens. Além da grande quantidade de itens
diferentes também existe uma grande quantidade de
fornecedores.
Sem um apoio informacional é difícil controlar as
compras e os estoques.
É preciso que o sistema de compras esteja
interligado com as demais funções da organização como
por exemplo o sistema de controle da produção, o
sistema de controle financeiro, o sistema de controle
gerencial da organização. É preciso que esses sistemas
“conversem entre si” em tempo real.
Com a atual tecnologia é possível executar a análise
diária dos controles de compras, das necessidades da
produção, do acompanhamento dos pedidos junto aos
fornecedores.
Os sistemas permitem que acessos externos sejam
liberados para que os fornecedores tenham acesso on-
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line aos pedidos por meio de senhas. Isto garante uma
diminuição do uso de formulários e dos erros cometidos
na leitura e na redigitação nas diversas etapas dos
processos.
A autorização eletrônica, que corresponde a
assinatura nas solicitações e nos pedidos de compras,
também facilita a andamento e a velocidade com que a
compra é efetuada.
4.5.11 Compras no setor público
Nos órgãos públicos as compras são regidas por
normas legais. A lei mais importante é a Lei
8.666/1993, detalhada por normas e portarias que
ajustam os valores relativos às diversas modalidades
de licitações.
Licitação é um processo normativo legal que é
seguido obrigatoriamente por órgãos da administração
direta da União, estados e Municípios, empresas
públicas e autarquias na compra, contratação de
serviços, obras e serviços de engenharia.
Estão sujeitos à regra de licitar, prevista na Lei nº
8.666/1993,
além
dos
órgãos
integrantes
da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias,
as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades da economia mista e demais entidades
controladas direta e indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
4.5.12 Modalidades de Licitação
Modalidade de licitação é a forma específica de
conduzir o procedimento licitatório, a partir de critérios
definidos em lei.
O valor estimado para contratação é o principal fator
para escolha da modalidade de licitação, exceto quando
se trata de pregão, que não está limitado a valores.
CONCORRÊNCIA
Modalidade da qual podem participar quaisquer
interessados que na fase de habilitação preliminar
comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução do objeto da licitação.
TOMADA DE PREÇOS
Modalidade realizada entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a
necessária qualificação.
CONVITE
Modalidade realizada entre interessados do ramo de
que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados
em número mínimo de três pela Administração.
O convite é a modalidade de licitação mais simples. A
Administração escolhe quem quer convidar, entre os
possíveis interessados, cadastrados ou não. A divulgação
deve ser feita mediante afixação de cópia do convite em
quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em
lugar de ampla divulgação.
No convite é possível a participação de interessados
que não tenham sido formalmente convidados, mas que
sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados
no órgão ou entidade licitadora ou no Sistema de
Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF.
Esses interessados devem solicitar o convite com
antecedência de até 24 horas da apresentação das
propostas.
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No convite para que a contratação seja possível, são
necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é,
que atendam a todas as exigências do ato convocatório.
Não é suficiente a obtenção de três propostas. É preciso
que as três sejam válidas. Caso isso não ocorra, a
Administração deve repetir o convite e convidar mais um
interessado, enquanto existirem cadastrados não
convidados nas últimas licitações, ressalvadas as
hipóteses de limitação de mercado ou manifesto
desinteresse dos convidados, circunstâncias estas que
devem ser justificadas no processo de licitação.
Para alcançar o maior número possível de
interessados no objeto licitado e evitar a repetição do
procedimento, muitos órgãos ou entidades vêm utilizando
a publicação do convite na imprensa oficial e em jornal de
grande circulação, além da distribuição direta aos
fornecedores do ramo.
A publicação na imprensa e em jornal de grande
circulação confere ao convite divulgação idêntica à da
concorrência e à tomada de preços e afasta a
discricionariedade do agente público.
PREGÃO
É a modalidade licitação em que disputa pelo
fornecimento de bens e serviços comuns é feita em
sessão pública. Os licitantes apresentam suas propostas
de preço por escrito e por lances verbais,
independentemente do valor estimado da contratação.
Ao contrário do que ocorre em outras modalidades,
no Pregão a escolha da proposta é feita antes da análise
da documentação, razão maior de sua celeridade.
A modalidade pregão foi instituída pela Medida
Provisória 2.026, de 4 de maio de 2000, convertida na Lei
nº 10.520, de 2002, regulamentada pelo Decreto 3.555,
de 2000.
O pregão é modalidade alternativa ao convite, tomada
de preços e concorrência para contratação de bens e
serviços comuns. Não é obrigatória, mas deve ser
prioritária e é aplicável a qualquer valor estimado de
contratação.
PREGÃO ELETRÔNICO
A modalidade licitatória pregão eletrônico utilizada
pelos orgãos públicos para realizar contratos
administrativos
de
bens
e
serviços
comuns,
independentemente do valor, foi criada através da lei
federal 10.520/2002.
O fornecedor interessado deve cadastrar-se via
internet no órgão solicitante. O fornecedor recebe então
uma senha, que permite o acesso à opção para
certificação da empresa. Após a confirmação da
certificação, o fornecedor está habilitado a participar dos
pregões referentes àquele órgão.
O pregão ocorre como um leilão ao contrário, no qual
ganha o fornecedor que propuser o menor preço pelo
mercadoria ou serviço. Normalmente, a identidade dos
autores dos lances não é revelada aos demais
concorrentes.
Em seguida, verifica-se a habilitação da empresa
vencedora. Se ela não estiver perfeitamente habilitada, a
habilitação da segunda colocada é verificada. Ao final da
sessão, os proponentes podem manifestar a intenção de
interpor recursos, com prazo determinado. Finalmente, a
contratação é efetuada após a decisão dos recursos
interpostos.
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4.5.13 Escolha da modalidade de Licitação
A escolha das modalidades concorrência, tomada de
preços, e convite é definida pelos seguintes limites:
• Concorrência: Obras e serviços de engenharia
acima de R$ 1.500.000,00. Compras e outros serviços
acima de R$ 650.000,00.
• Tomada de Preços: Obras e serviços de engenharia
acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00.
• Convite: Obras e serviços de engenharia acima de
R$ 15.000,00 até R$ 150.000,00. Compras e outros
serviços acima de R$ 8.000,00 até R$ 80.000,00.
Quando couber convite, a Administração pode utilizar
a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
Quando se tratar de bens e serviços que não sejam de
engenharia, a Administração pode optar pelo pregão.
4.6 Terminologias comerciais INCOTERMS –
International Commercial Terms
INCOTERMS são terminologias comerciais (Trade
Terms) geralmente utilizadas em transações com
materiais e produtos na área de gestão de materiais e
compras, utilizados internacionalmente e também
entre empresas brasileiras.
4.6.1 Preço F.O.B. – Free on board
Indica um preço de mercadoria colocada no
veículo de transporte (navio, aeronave, caminhão,
etc.) no local de embarque; Neste caso as despesas
relativas a fretes e seguros até o porto de
desembarque são de responsabilidade do comprador.
4.6.2 Preço C.I.F. – Cost insurance freight.
Indica que o fornecedor já incluiu no preço da
mercadoria as despesas com frete e com a cobertura
do seguro, do ponto de origem da mercadoria e entre
o porto de embarque até o porto de desembarque.
4.6.3 Preço F.A.S - Free alongside ship.
Livre ao costado - preço a costado – preço
colocado ao lado do veículo de transporte; Indica o
preço da mercadoria sem os valores da cobertura de
frete e seguro, que são de responsabilidade do
comprador (igual preço F.O.B.). Ao fornecedor cabe o
direito de determinar o local onde a mercadoria será
colocada à disposição para o embarque, sendo de sua
responsabilidade o transporte e o seguro até o local
especificado.
4.6.4 Transações comerciais nacionais
1. F.O B. / Fábrica ou depósito - Mercadoria a ser
retirada na fábrica ou depósito do fornecedor.
2. C.I.F. / Fábrica ou Depósito - Mercadoria
entregue no destino final, indicado pelo comprador,
com despesas de frete e seguro pagas pelo
fornecedor.
5. Função Armazenagem
5.1 Conceito de Armazenagem
Armazenagem é a denominação genérica e ampla
que inclui todas as atividades em um local destinado à
guarda temporária e à distribuição de materiais
(depósitos, almoxarifados, centros de distribuição e
outros).
Compreende os cuidados para os diferentes tipos de
materiais ou componentes, visando usufruir ao máximo o
espaço físico disponível, tempo permitido de estoque,
tipos de embalagem e vários outros fatores.
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A armazenagem torna-se necessária quando por
alguma razão é preciso guardar um material ou
componente até a sua utilização. Os estoques agem
então como “amortecedores entre a oferta e a demanda”.
A manutenção dos estoques pode atingir de um a
dois terços dos custos logísticos, o que a torna uma
atividade-chave em gestão de materiais.
Enquanto o transporte adiciona valor de “lugar” ao
produto, o estoque agrega valor de “tempo”.
Para agregar esse valor, o estoque deve ser
posicionado ao alcance dos usuários.
5.2 Classificação e Codificação dos materiais
Um sistema de classificação e codificação de
materiais é fundamental para que existam procedimentos
de armazenagem adequados, um controle eficiente dos
estoques e uma operacionalização correta do
almoxarifado.
Classificar um material significa agrupá-lo segundo
sua forma, dimensão, peso, tipo e uso; isso compreende
ordená-lo segundo critérios adotados, agrupando-os de
acordo com as suas semelhanças.
Classificar os bens dentro de suas peculiaridades e
funções tem como finalidade facilitar o processo de
posteriormente dar-lhes um código que os identifique
quanto aos seus tipos, usos, finalidades, datas de
aquisição, propriedades e seqüência de aquisição.
Com a codificação do bem se cria um registro do seu
histórico, tais como preço inicial, localização, vida útil
esperada, valor depreciado, valor residual, manutenção
realizada e previsão de sua substituição.
A classificação dos itens é composta de diversas
etapas: catalogação, simplificação, especificação,
normalização e padronização rumo à codificação de
todos os materiais que compõem o estoque da empresa.
Catalogação: significa o arrolamento de todos os itens
existentes de modo a não omitir nenhum deles.
Vantagens da Catalogação :
A catalogação proporciona uma idéia geral da coleção;
Facilita a consulta por parte dos usuários;
Facilita a aquisição de materiais;
Possibilita a conferência;
Evita duplicidade de codificação;
Simplificação : significa a redução da grande
diversidade de itens empregados para uma mesma
finalidade. Quando duas ou mais peças podem ser
usadas para o mesmo fim, recomenda-se a escolha pelo
uso de uma delas;
Especificação: significa a descrição detalhada de um
item, como suas medidas, formato, tamanho, peso etc.
Quanto mais detalhada a especificação de um item,
menos dúvida se terá a respeito de sua composição e
características, mais fácil será a sua compra e inspeção
no recebimento.
Normalização : essa palavra deriva de normas, que são
as prescrições sobre o uso do material; portanto significa
a maneira pela qual o material deve ser utilizado em suas
diversas aplicações;
Padronização : significa estabelecer idênticos padrões
de peso, medidas e formatos para os materiais, de modo
que não existam muitas variações entre eles. Por
exemplo, a padronização evita que centenas de
parafusos diferentes entrem em estoque.
Vantagens da Padronização :
Possibilita a simplificação de materiais;
Facilita o processo de normalização de materiais;
Aumenta poder de negociação;
Reduz custos de aquisição e controle;
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Reduz possibilidade de erros na especificação;
Facilita a manutenção;
Possibilita melhor programação de compras;
Permite reutilização e permutabilidade
Assim a catalogação, a simplificação, a especificação,
a normalização e a padronização constituem os
diferentes passos rumo à codificação. A partir da
classificação pode-se codificar os materiais .
Codificar um material significa representar todas as
informações necessárias, suficientes e desejadas por
meio de números e/ou letras, com base na classificação
obtida do material.
A informatização inovou a identificação de materiais e
acelerou o processo.
A chave para a rápida identificação do produto, das
quantidades e fornecedor é o código de barras lineares
ou código de distribuição. Esse código pode ser lido com
leitores óticos (scanners) . Os fabricantes codificam esse
símbolo em seus produtos e o computador no depósito
decodifica a marca, convertendo-a em informação
utilizável para a operação dos sistemas de movimentação
interna, principalmente os automatizados.
5.3 Classificação ABC
A classificação ABC é um método de gerenciamento
de estoques que consiste em determinar prioridades para
inventariar itens estocados, mediante o estabelecimento
de três classes, designadas respectivamente por: A, B, C.
Os itens da classe A normalmente são poucos e
representam muito em termos financeiros.
A classe C é constituída por um grande número de
itens de baixo valor unitário.
Os itens da classe B são os intermediários entre as
classes A e C.
Para a determinação dos itens A, B, C, multiplica-se a
quantidade adquirida de cada item em um determinado
período, pelo seu valor unitário de aquisição.
Os itens A devem ser controlados com mais rigor. As
previsões de consumo devem ser feitas com a maior
exatidão possível e a movimentação desde o fornecedor
até a utilização deve ser programada e acompanhada
atentamente.
Os itens B podem ter um controle menos rigoroso.
Os itens da classe C podem ser controlados ainda
com menor rigor, porque eles não representam grandes
gastos.
É difícil estabelecer uma linha divisória entre as três
classes. Mas na maioria das instituições, a classe A é
formada por 20% dos estoques, a classe B entre 20% e
40% e o restante compõe a classe C.
O gráfico a seguir é um exemplo do método:
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A partir do primeiro valor verifica-se a soma
acumulada com o segundo valor em importância pelo
critério de valor de uso e assim sucessivamente.
Valor de uso é o resultado da multiplicação do valor
unitário do item em estoque pelo seu consumo anual.
Repetindo a mesma ação até o último item constrói-se
a curva ABC.
A curva é segmentada em três partes. A primeira
parte é chamada de A e corresponde ao somatório dos
valores acumulados que representam entre 60% e 80%
do valor total (eixo y), normalmente isso também
corresponde a 20% do total de itens analisados (eixo “x”).
O segundo segmento chamado de B corresponde em
média a 10% a 20% do somatório acumulado do valor de
uso e representa em média de 20% a 30% do total de
itens.
O último segmento chamado de C corresponde em
média a 10% a 15% do somatório acumulado do valor de
uso e representa em média 40% a 50% do número de
itens. Os limites não são fixos cabendo ao gestor
determiná-los conforme os recursos disponíveis.
Todos os itens do estoque devem estar
representados na curva, então a soma acumulada deve
ser igual a 100%. Caso isto não ocorra houve um erro na
determinação da curva.
5.4 Armazenagem de materiais: técnicas de
estocagem e movimentação de materiais
As técnicas de estocagem e movimentação de
materiais visam converter os elementos complexos e
inter-relacionados da organização das instalações físicas
em uma estrutura capaz de atingir os objetivos
operacionais.
No planejamento de instalações de armazenagem ou
estocagem começa-se com o planejamento dos blocos
para cada função ou área entre as unidades de
armazenamento, circulação, entrada e saída de
materiais.
Os princípios operacionais de armazenagem nos
depósitos são decorrentes: do projeto de rede, da
tecnologia de manuseio e do plano de estocagem.
O projeto da rede logística é elaborado tomando por
base caracterísiticas das instalações físicas e da
movimentação dos produtos como por exemplo construir
prédios de um pavimento para evitar elevar cargas
pesadas ou desajeitadas, disposição da entrada e saída
de forma que o percurso seja linear ou em forma de “U”.
Produtos de maior movimentação devem ficar nas
áreas mais próximas aos sistemas de movimentação,
produtos mais pesados na parte inferior e produtos mais
leves na parte superior, produtos de grandes dimensões
na parte inferior, produtos de pequenas dimensões na
parte superior.
Outros critérios devem ser levados em consideração
como custo do produto, cuidados de higiene, validade ou
fragilidade.
O projeto de um armazém deve ser elaborado
visando eliminar o duplo manuseio ou o excessivo
manuseio. Os pontos de gargalo também devem ser
exaustivamente estudados.
Gargalos podem se mover em função da
sazonalidade da demanda, isto significa que mesmo os
itens de grande consumo podem ficar em pontos
afastados se forem marcadamente sazonais frente a
outros itens de grande consumo e de distribuição mais
regular ao longo do ano.
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A estratégia de movimentação deve levar ao menor
número de operações possíveis de forma a diminuir a
interferência humana.
Alguns armazéns são robotizados, sem que haja
operação manual. Com o uso de robôs munidos de
leitores de posição e de códigos de barra e acesso por
tecnologia de comunicação móvel é possível que o
computador que controla a moviemntação de
determinado item distante milhares de quilômetros
informe ao computador que controla o armazém
(estoque) e esse ordene o movimento do robô até a
posição (coordenadas), o robô apanha o item (caixa
padronizada, quantidade padronizada) e o transporta até
a posição de saída.
Repetidas viagens permitem que os itens sejam
alocados em uma posição de saída (balança). A
domumentação legal é emitida. O sistema conhece as
informações do peso dos itens, multiplica pela quantidade
e compara o peso calculado na nota fiscal com o registro
da balança, sendo desnecessário a ação humana.
Agrupar os itens em containers padrão, pallets e
caixas facilita a operação no depósito e outras ações
frequentemente encontradas nos armazéns.
O plano de estocagem é efetuado em função das
característitcas físicas dos produtos tais como dimensão,
peso, densidade, valor e sazonalidade de abastecimento,
demanda dependente ou demanda independente. O
plano
de
estocagem
considera
também
as
caracterísiticas físicas do prédio do armazém.
O depósito deve ter sua localização estabelecida
visando favorecer o atendimento da demanda.
Um depósito em uma região urbana limita a
velocidade de transporte e o tipo do veículo.
O local do depósito também tem de considerar o tipo
de mão de obra a ser empregada e os serviços locais
necessários e disponíveis tais como bancos, comércio,
restaurantes, hospitais, postos policiais e postos de
combustível. Legislações municipais e estaduais também
podem ser restritivas e podem causar transtornos às
operações logísticas em especial para líquidos
inflamáveis, materiais tóxicos ou radioativos.
A correta utilização do espaço disponível demanda
estudo das cargas a armazenar, dos níveis de
armazenamento, das estruturas para armazenagem e
dos meios mecânicos a utilizar.
Indica-se a real ocupação do espaço por meio do
indicador "taxa de ocupação volumétrica", que leva em
consideração o espaço disponível versus o espaço
ocupado.
Alguns cuidados devem ser tomados durante o
projeto do layout de um almoxarifado, de forma que se
possa obter as seguintes condições: máxima utilização
do espaço; efetiva utilização dos recursos disponíveis
(mão de obra e equipamentos); pronto acesso a todos os
itens;
máxima proteção aos itens estocados; boa organização;
satisfação das necessidades dos clientes.
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados
os seguintes aspectos: itens a serem estocados (itens de
grande circulação, grande peso e volume); corredores
(facilidades de acesso); portas de acesso (altura,
largura);
prateleiras e estruturas (altura x peso); piso (resistência).
Dependendo das características do material, a
armazenagem pode dar-se em função dos seguintes
parâmetros: fragilidade; combustibilidade; volatilização;
oxidação; explosividade; intoxicação; radiação; corrosão;
volume; peso; forma.
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Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem
a regras que determinem o modo como os materiais
devem ser dispostos no Almoxarifado. Por essa razão
deve-se analisar em conjunto os parâmetros citados, para
depois decidir pelo tipo de arranjo físico mais
conveniente, selecionando a alternativa que melhor
atenda ao fluxo de materiais: armazenagem por tamanho:
esse critério permite bom aproveitamento do espaço;
armazenamento por freqüência: esse critério implica
armazenar próximo da saída do almoxarifado os
materiais que tenham maior freqüência de movimento;
armazenagem especial, no qual se destacam: os
ambientes climatizados; os produtos inflamáveis, que são
armazenados sob rígidas normas de segurança; os
produtos perecíveis (método FIFO);
Armazenagem em área externa: devido à sua
natureza, muitos materiais podem ser armazenados em
áreas externas, o que diminui os custos e amplia o
espaço interno para materiais que necessitam de
proteção em área coberta. Podem ser colocados nos
pátios externos os materiais a granel, tambores e
“containers” , peças fundidas e chapas metálicas.
Coberturas alternativas: não sendo possível a
expansão do almoxarifado, a solução é a utilização de
galpões plásticos, que dispensam fundações, permitindo
a armazenagem a um menor custo.
Um depósito deve ter em seu projeto a previsão de
área para expansão. É comum se encontrar áreas de 3 a
5 vezes superiores a área construída inicialmente. Em
alguns casos é necessário um tipo de solo e de piso que
suporte grandes pesos como nas indústrias de base.
A principal função do armazém é proteger os produtos
até a sua movimentação. A movimentação de materiais
deve considerar as caracterísiticas físicas dos produtos, a
tecnologia disponível e seus beneficiários.
5.4.1 Lead Time
Lead Time é o tempo decorrido entre o inicio de uma
atividade e a sua concretização (ex.: O tempo entre a
emissão de um pedido e o recebimento da mercadoria
solicitada).
Tempo de ciclo: A redução dos tempos envolvidos no
processo de compra, movimentação e disponibilização de
materiais é importante para aumentar a flexibilidade da
atividades.
Utiliza-se o termo para o ciclo produtivo (Lead Time
de Produção), para o ciclo de pedido (Lead Time do
Pedido) e para o ciclo total da operação logística (Lead
Time de Ressuprimento) sendo entendido como o tempo
de compra mais o tempo de transporte.
O Lead Time Logístico ou Tempo de Ciclo Total ou
tempo de resposta é o tempo decorrido desde a emissão
de uma ordem de fornecimento (pedido) a um fornecedor
até o atendimento da requisição de materiais emitida pelo
cliente final (interno ou externo).
5.4.2 Centro de Distribuição
Centro de Distribuição (CD) é um armazém no qual
se realiza a gestão centralizada dos estoques de
materiais cujas atividades englobam o manuseio,
armazenagem e administração de materiais e
informações e, em alguns casos, colocação de
embalagem e rótulos, processamento de pedidos e
emissão de notas fiscais.
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5.4.3 Técnicas de estocagem
• Layout Posicional por posição fixa, ou por
localização fixa do material: usado para estocagens
com requisitos especiais de volume, peso ou segurança.
• Layout Funcional ou por processo: Agrupam-se
todos os materiais que se complementam entre si para
serem acessados no mesmo processo ou requisição.
Hospitais, escolas, armazéns, bancos e muitas outras
atividades são organizados por processo.
Na indústria, esse tipo de arranjo físico indica que
máquinas de uma mesma função são agrupadas em
departamentos funcionais e o produto caminha até a
máquina
Layout Linear: Os materiais são disponibilizados de
acordo com a seqüência de momentos de utilização.
5.4.4 Movimentação de materiais
Dependendo do tipo de empresa, do tipo de produto
ou serviço, e de outras características, a movimentação
de materiais pode atingir um custo de 15 a 70 % do custo
total da produção.
O estudo da movimentação de materiais deve levar
em consideração todas as características do processo
produtivo, já que faz parte inerente dele.
A movimentação pode ser horizontal ou vertical. É
horizontal quando a movimentação se dá em um espaço
plano e em um mesmo nível. É vertical quando a
empresa utiliza edifícios de vários andares ou níveis de
altura
A movimentação de materiais pode ser efetuado das
seguintes formas: manualmente; por meio de carrinhos
impulsionados manualmente; por meio de empilhadeiras;
por meio de paleteiras (tipo de empilhadeira limitada ao
manuseio horizontal); por meio de pontes rolantes; por
meio de guindastes; por meio de transportadores
contínuos; Ex.: correias transportadoras, esteiras
transportadoras.
5.4.5 Princípios básicos para a movimentação de
materiais
Para que um sistema de transporte interno seja
eficiente é preciso: obedecer ao fluxo do processo
produtivo e utilizar meios de movimentação que facilitem
esse fluxo; eliminar distâncias e eliminar ou reduzir todos
os transportes entre as operações; usar a força da
gravidade
sempre
que
possível;
minimizar
a
manipulação, preferindo meios mecânicos aos manuais;
considerar sempre a segurança do pessoal envolvido;
utilizar cargas unitárias sempre que possível; procurar a
utilização máxima do equipamento, evitando o transporte
vazio.
A necessidade de revisão parcial ou total do sistema
de movimentação de materiais ocorre quando: homens e
mulheres estão manipulando cargas, respectivamente,
acima de 30 kg e de 10 kg; materiais estão sendo
desviados do caminho mais direto e natural de sua
transformação no processo fabril, para fins de inspeção,
conferência etc.; pessoas estão abandonando seus
postos para efetuar operações de transporte;
cruzamentos freqüentes de trajetórias de materiais em
movimento.
5.5 Recebimento e localização dos materiais
5.5.1 Recebimento
As atividades de recebimento abrangem desde a
recepção do material na entrega pelo fornecedor até a
entrada nos estoques.
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A função de recebimento de materiais é módulo de
um sistema global integrado com as áreas de
contabilidade, compras e transportes e é caracterizada
como uma interface entre o atendimento do pedido pelo
fornecedor e os estoques físico e contábil.
O recebimento compreende quatro etapas: Entrada de
materiais;
Conferência
quantitativa;
Conferência
qualitativa; Regularização ou Cadastramento.
5.5.2 Localização dos materiais
O objetivo principal de um sistema de localização de
materiais é estabelecer os meios necessários para uma
rápida identificação e localização dos materiais.
Normalmente é utilizada uma simbologia (codificação)
alfanumérica que deve indicar precisamente o
posicionamento de cada material estocado , facilitando as
operações de movimentação e estocagem.
O almoxarife é o responsável pelo sistema de
localização de materiais e deverá possuir um esquema
do depósito com o arranjo físico dos espaços disponíveis
por área de estocagem.
Existem dois métodos básicos de endereçamento: o
sistema de endereços fixos e o sistema de endereços
variáveis.
Sistema de endereçamento fixo:
Nesse sistema existe uma localização específica para
cada produto. Caso não haja muitos produtos
armazenados, nenhum tipo de codificação formal será
necessária.
Caso a linha de produtos seja grande, deverá ser
utilizado um código alfanumérico para diminuir o tempo
de localização dos materiais.
Sistema de endereçamento variável:
Nesse sistema não existem locais fixos de
armazenagem, a não ser para itens de estocagem
especial. Os materiais vão ocupar os locais disponíveis
dentro do depósito.
O inconveniente desse sistema é o perfeito controle
que se deve ter da situação, para que não se corra o
risco de possuir material perdido em estoque, que
somente será descoberto ao acaso ou durante um
inventário.
Esse controle deverá ser feito por duas fichas, uma
ficha para controle do saldo por item e a outra para
controle do saldo por local de estoque.
Apesar de o sistema de endereços variáveis
possibilitar melhor utilização do espaço, pode resultar em
maiores percursos para montar um pedido, pois um único
item pode estar localizado em diversos pontos.
Esse método é mais popular em sistemas de
manuseio e armazenagem automatizados, que exigem
um mínimo de mão-de-obra.
Além disso, a localização e guarda dos materiais no
Almoxarifado obedece a cuidados especiais, que devem
ser definidos no sistema de instalação e no layout
adotado, proporcionando condições físicas que
preservem a qualidade dos materiais, objetivando a
ocupação plena do edifício e a ordenação da arrumação.
A localização e guarda compreende cinco etapas:
Verificação das condições de recebimento do material;
Identificação do material; Guarda na localização
adequada; Registro da localização física; Verificação
periódica das condições de proteção e armazenamento.
5.6 embalagens de proteção
A embalagem de proteção é parte do sistema
logístico e visa minimizar o custo de movimentação.
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A meta é minimizar o custo dos materiais de
embalagens, bem como reduzir o custo de danos,
desperdício e custo de execução das operações
logísticas.
A proteção é uma função valiosa porque o dano em
trânsito pode destruir todo o valor que foi agregado ao
produto.
Os assuntos de proteção incluem a medição dos
riscos de distribuição e condições ambientais, análise de
danos
e
responsabilidade
da
transportadora,
caracterização dos produtos e suas fragilidades e
desempenho da embalagem e teste de laboratório.
O tipo de proteção que uma embalagem pode
oferecer depende do valor do produto, bem como suas
características físicas e os riscos esperados no sistema
logístico.
Uma meta importante da embalagem é fornecer a
proteção necessária usando materiais de custo efetivo.
Consequentemente a relação pode ser conceituada
como:
Características do Produto + Riscos Logísticos =
Proteção da Embalagem.
São cinco os passos para um projeto de
acondicionamento para produtos frágeis, os quais foram
racionalizados para um processo geral para planejamento
da proteção da embalagem:
•
Definir
o
ambiente
(riscos
logísticos)
• Definir a fragilidade (características do produto)
• Realizar qualquer mudança necessária na produção
• Escolher a melhor embalagem para oferecer a proteção
necessária e fabricar um protótipo da embalagem e
• Testar o protótipo
As característica relevantes do produto são aquelas
que podem ser danificadas durante a movimentação.
Incluem a tendência de alimentos e outros produtos se
deteriorarem com o tempo devido a temperatura,
umidade ou contaminação de insetos; a tendência de
alguns produtos, atritarem com a vibração do veículo em
trânsito.
A vulnerabilidade de alguns componentes eletrônicos
à descarga eletrostática e a fragilidade dos produtos e
embalagens que podem quebrar quando caem durante
operações
de
movimentação
de
material.
Em alguns casos, como resultado do teste de
fragilidade, a decisão é tomada para fortalecer o produto
em vez de acrescentar material de amortecimento.
Os riscos de um sistema logístico dependem dos
tipos de transporte, estocagem e movimentação usados.
Por exemplo, o transporte com carga completa
geralmente provoca, menos danos do que o transporte
com carga incompleta, onde as embalagens são
manuseadas repetidamente durante as operações de
transporte de carga e tem muito mais chances de caírem
ou serem colocadas entre ou ao lado de cargas
potencialmente danosas.
O embarque ferroviário pode provocar danos devido a
troca e acoplagem de vagões. As características do
armazém determinam a altura de empilhamento e o
potencial para infestação de insetos e poeira. A
temperatura e a umidade relativa dependem das
características do clima por todo sistema logístico.
Quanto maior a probabilidade de o produto ser
danificado e maiores os riscos das operações do sistema
logísticos, ou mais alto o custo do dano, maior a
necessidade
de
proteção
da
embalagem.
Contudo, é importante observar que a quantidade de
proteção não está diretamente relacionada ao custo da
embalagem. Geralmente, é possível melhorar a proteção
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e reduzir o custo da embalagem ao mesmo tempo,
através do teste de desempenho de materiais e métodos
mais apropriados.
Em muitos casos, custa muito menos reduzir os
riscos do que "melhorar" a embalagem. Por exemplo, a
paletização pode reduzir os riscos logísticos já que
elimina a movimentação manual e estabiliza os produtos
durante o transporte.
Métodos alternativos de transporte (por exemplo,
equipamento especial, refrigeração e/ou transportadoras
dedicadas) podem reduzir os riscos de transporte.
Estruturas de estocagem em armazéns podem reduzir
as tensões de empilhamento e boas práticas sanitárias
durante a distribuição podem reduzir a necessidade de
embalagem para evitar contaminação de insetos, por
exemplo.
5.7 inventário físico e acurácia dos estoques
5.7.1 Inventário físico
Inventário físico é o instrumento de controle para a
verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e
depósitos, e dos equipamentos e materiais permanentes,
em uso em uma instituição e visa:
O ajuste dos dados escriturais de saldos e
movimentações dos estoques com o saldo físico real nas
instalações de armazenagem;
A análise do desempenho das atividades do
encarregado do almoxarifado através dos resultados
obtidos no levantamento físico;
O levantamento da situação dos materiais estocados
no tocante ao saneamento dos estoques;
O levantamento da situação dos equipamentos e
materiais permanentes em uso e das suas necessidades
de manutenção e reparos;
A constatação de que o bem móvel não é necessário
naquela unidade.
Os tipos de inventários físicos são:
Anual – destinado a comprovar a quantidade e o valor
dos bens patrimoniais do acervo de cada unidade
gestora, existente em 31 de dezembro de cada exercício
– constituído do inventário anterior e das variações
patrimoniais ocorridas durante o exercício;
Inicial – realizado quando da criação de uma unidade
gestora, para identificação e registro dos bens sob sua
responsabilidade;
De transferência de responsabilidade – realizado
quando da mudança do dirigente de uma unidade
gestora;
De extinção ou transformação – realizado quando da
extinção ou transformação da unidade gestora;
Eventual – realizado em qualquer época, por iniciativa do
dirigente da unidade gestora ou por iniciativa do órgão
fiscalizador.
O termo inventário físico já é bem conhecido, mas a
palavra acurácia não é de domínio comum. Quando se
fala em indicadores é preciso definir e separar os termos
inventário e acurácia.
Para entender acurácia pense em um alvo. Se uma
flexa é lançada contra o alvo e a flexa atinge o alvo
dizemos que houve um tiro de precisão. Quanto mais
próximo do centro do alvo mais preciso foi o disparo.
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Quanto mais afastado do centro do alvo menos
preciso.
A acurácia é a capacidade de repetir o tiro da mesma
forma sem que ocorram resultados diferentes.
Processos devem ser estabelecidos e previsíveis.
Processos acurados devem complementar processos
precisos!
O objetivo principal de um inventário é assegurar que
as quantidades existentes no almoxarifado estejam de
acordo com as listagens e os relatórios contábeis dos
estoques.
Número de itens corretos
Acurácia = ---------------------------------------------Número total de itens contabilizados
5.8 Avaliação financeira dos estoques
O controle e avaliação financeira dos estoques de
materiais permitem ao administrador uma visão clara
do volume de recursos financeiros aplicados em
materiais, por item, por grupos de materiais e por
unidade de consumo.
Permite também o cálculo do custo de aquisição e
manutenção de cada item, das quantidades estocadas
por item, do consumo médio e do giro (rotação) dos
estoques em períodos determinados.
5.8.1 Métodos de avaliação dos estoques
Os principais métodos de avaliação dos estoques
são:
Custo médio;
PEPS – Primeiro que entra primeiro que sai ou FIFO
(First in, firts out);
UEPS – Último que entra, primeiro que sai ou LIFO
(Last in, first out).
5.8.2 Avaliação pelo Custo médio
A avaliação pelo custo médio é o método mais
utilizado, em função:
Da simplicidade em utilizá-lo.
Da sua aceitação e permissão legal para uso como
demonstrativo para a Receita Federal.
Custo médio de um determinado material é o custo
de produção ou aquisição de uma unidade de um produto
ou serviço, obtido através do custo total de "n" itens,
dividido pela quantidade deles, em determinado período.
O Custo médio de cada item é atualizado sempre que
ocorre uma entrada no estoque. A fórmula para o cálculo
é a divisão do Saldo Financeiro pelo Saldo Físico:
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CM = SF / SQ
Onde:
CM = Custo Médio
SF = Saldo Financeiro
SQ = Saldo Físico
5.8.3 Avaliação pelo método PEPS ou FIFO.
A avaliação dos estoques por este método utiliza
como parâmetro a ordem cronológica de chegada de
cada lote de material.
A avaliação pelo método PEPS é utilizado em
períodos de deflação; o lucro é supervalorizado, o
estoque final é superavaliado e o Custo da Mercadoria
Vendida fica subavaliado.
5.8.4 Avaliação pelo método UEPS ou LIFO.
Por este método a avaliação de estoques utiliza
como parâmetro o valor do lote mais recente (O último
a chegar é o primeiro a sair).
Este método é indicado para a avaliação dos
estoques em períodos de inflação alta.
Ao utilizar este método a instituição supervaloriza
os custos de estocagem e por conseqüência os lucros
diminuem. O estoque final fica subavaliado porque é
valorizado pelos itens que estão contabilizados há
mais tempo.
5.8.5 Contagem Cíclica ou inventário cíclico
A contagem cíclica é uma técnica utilizada na
auditoria de acuracidade de estoques.
Efetua-se contagem cíclica com maior freqüência
para itens de valor elevado e fácil movimentação e com
menor freqüência para itens de baixo valor e difícil
movimentação.
5.8.6 Controle da vida de prateleira
Técnica de uso do sistema FIFO ou PEPS que visa
minimizar a obsolescência de estoque.
5.8.7 Outros Índices
Avaliação do Sistema Materiais
Na avaliação do Sistema Materiais visando
identificar e corrigir improdutividades são utilizados os
seguintes índices:
IUR (Índice de utilização de recursos): Capacidade
utilizada/ capacidade instalada X 100).
IET (Índice de entrega a tempo): Total de pedidos
entregue sem atrasos/ Total de pedidos)X 100.
IPP (Índice de pontualidade em pedidos
atendidos): Total de pedidos expedidos dentro do
prazo negociado/ Total de pedidos) X 100.
CPD (Custo da área de materiais por pedido
atendido): Custo total da área de materiais no
período/ número de pedidos atendidos no mesmo
período.
ANT (Antigiro ou taxa de cobertura do estoque
médio): Estoque médio/ Consumo no período.
5.9 Custos na função armazenagem.
O cálculo do custo de armazenagem é muito
importante. Sabe-se que a manutenção dos estoques
gera uma grande imobilização de capital, além de gerar
custos administrativos nem sempre visíveis nos relatórios
contábeis.
Para calcular o custo de armazenagem, pode-se
utilizar a seguinte expressão:
Custo de armazenagem = (Q/2) x T x P x I
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Onde: Q = quantidade de material em estoque no tempo
considerado
P = preço unitário do material
I = taxa de armazenamento, expressa geralmente em
termos de porcentagem do custo unitário.
T = tempo considerado de armazenagem
A taxa de armazenagem é representada pelo conjunto
das seguintes taxas: taxa de retorno de capital, taxa de
armazenamento físico, taxa de seguro, taxa de
transporte,
manuseio
e
distribuição,
taxa
de
obsolescência e outras taxas.
Os custos de movimentação de materiais são os
seguintes:
Equipamentos: capital investido em equipamentos;
Combustível utilizado: despesas com combustível ou
energia
para
alimentar
os
equipamentos
de
movimentação;
Pessoal para a operação dos equipamentos: motoristas
operadores de guindastes ou de elevadores, pessoal
auxiliar etc.
Manutenção
de
equipamentos:
despesas
com
manutenção e com oficinas de consertos, peças e
componentes de reposição e pessoal da oficina;
Perdas de material decorrentes de manuseio, de
acidentes na movimentação, quebras, estragos em
embalagens;
6. Função Administração Patrimonial.
6.1 O ativo imobilizado
O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens
e direitos necessários à manutenção das atividades da
instituição, podendo apresentar-se tanto na forma
tangível (edifícios, máquinas, etc.) como na forma
intangível (marcas, patentes, etc.). O Imobilizado
abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas
em bens locados ou arrendados.
São classificados ainda, no Imobilizado, os recursos
aplicados ou já destinados à aquisição de bens de
natureza tangível ou intangível, mesmo que ainda não em
operação, tais como construções em andamento,
importações em andamento, etc.
As inversões realizadas em bens de caráter
permanente, mas não destinadas ao uso nas operações,
deverão ser classificadas no grupo de investimentos,
enquanto não definida sua destinação.
6.2 Administração, contabilização e controle do ativo
imobilizado
A administração, contabilização e controle do ativo
imobilizado referem-se aos processos de aquisição,
entrada,
cadastramento,
inventário,
depreciação,
tombamento e baixa patrimonial.
Aquisição: Compreende o registro da data da aquisição,
identificação do fornecedor, número da nota, valor de
aquisição e responsável pela aquisição.
Entrada: Registro no cadastro de patrimônio e entrada
contábil no ativo imobilizado
As contas no grupo Imobilizado devem ser separadas
por espécie de ativo, segundo a sua natureza, para que
exista o controle do custo e da depreciação, amortização
ou exaustão relativas a cada bem da seguinte forma:
a) Imobilizado em operação: todos os bens já em
utilização na atividade objeto da instituição.
b) Imobilizado em andamento: todas as aplicações de
recursos de imobilizações, mas que ainda não estão
operando.
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Quando a instituição tiver diversas unidades físicas e
mesmo que a contabilidade seja centralizada, deverá
separar as contas por unidade, para efeitos de controle e
apropriação da depreciação, amortização ou exaustão
para fins de custeio.
A base de avaliação dos bens componentes do Ativo
Imobilizado é o seu custo de aquisição inclusive todos os
gastos relacionados com a aquisição dos bens e os
necessários para colocá-lo em local e condições de uso
no processo operacional da companhia.
No caso de compra, o custo compreende o preço de
aquisição e todos os gastos necessários para efetivar a
compra e instalar o bem, tais como: frete, seguro,
comissões, desembaraço aduaneiro, custos de instalação
e montagem, custos com escritura e outros serviços
legais e os impostos pagos, exceto quando gerarem
crédito fiscal.
Cadastramento: Dados de aquisição, classificação,
localização (escritório, setor, local), transferência de local,
histórico.
Inventário: Levantamento periódico, checagem física e
recadastramento de todo o patrimônio pertencente à
instituição.
6.3 Depreciação, tombamento e baixa patrimonial
6.3.1 Depreciação.
Depreciação é o procedimento pelo qual se registra
contabilmente a diminuição do valor de bens do ativo
imobilizado resultante do seu desgaste pelo uso, pela
ação da natureza, perecimento ou obsolescência.
A Instrução Normativa SRF 162/98, alterada pela
Instrução Normativa SRF 130/99, relacionou bens de
acordo com a NCM (Nomenclatura Comum do
MERCOSUL), e definiu seus respectivos prazos de vida
útil e taxas de depreciação, porém, é importante
considerar os seguintes fatores ao determinar a vida útil
econômica;
• Uso esperado do bem pela empresa, avaliado com a
capacidade de produção;
• Desgaste físico esperado, que depende de fatores
operacionais, tais como número de turnos que exigem a
sua utilização;
• Obsolescência tecnológica resultante de mudanças ou
de aperfeiçoamento na produção;
• Limites legais ou semelhantes sobre o uso do bem, tais
como datas de expiração de arrendamentos, por
exemplo.
6.3.2 Tombamento patrimonial
No serviço público o tombamento é um ato
administrativo realizado pelo Poder Público com o
objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de
legislação específica, bens de valor histórico, cultural,
arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a
população, impedindo que venham a ser destruídos ou
descaracterizados
6.3.3 Baixa patrimonial
Baixa Patrimonial é o procedimento de exclusão de
bens do Ativo Permanente de uma instituição. Ocorre por
venda do ativo imobilizado, perda, furto, obsolescência,
entre outros eventos, o que exige a baixa contábil no
ativo imobilizado.
Tratando-se de bens obsoletos, sucateados ou
totalmente depreciados, a baixa contábil deve ser
simultânea à baixa física do bem o que corresponde à
sua efetiva saída do patrimônio da empresa.
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No caso de alienação, havendo valor econômico
apurável, será incluído no cálculo da receita eventual ou
do valor efetivo da perda.
Tipos de Baixas
Por Consumo: baixa de bens patrimoniais que foram
descaracterizados da condição de uso permanente.
Por venda: procedimento para baixar um bem que será
vendido.
Por obsolescência: baixa de bens patrimoniais sem
condições de uso por ineficiência tecnológica.
Por avaria: baixa de bens patrimoniais, sem condições
de uso, avariados, em estado irrecuperável ou que o
orçamento para o seu conserto seja igual ou superior a
50% do seu valor de mercado.
Por doação: baixa de bens patrimoniais doados para
Entidades declaradas de Utilidade Pública, Órgãos ou
Entidades
da
Administração
Pública,
permitida
exclusivamente para fins e uso de interesse social, sem
fins lucrativos.
6.4 Administração e manutenção de imóveis e
prestação de serviços gerais
6.4.1 Administração e manutenção de imóveis
De acordo com a prática vigente e legislações
pertinentes, além do gestor de imóveis públicos, os
servidores públicos usuários são pessoalmente
responsáveis pelos bens imóveis, de qualquer espécie,
postos sob sua guarda.
As normas de guarda de bens imóveis deixam claras
ainda as seguintes responsabilidades:
Toda a movimentação de bens (troca de responsável,
mudança de local, solicitação de recolhimento,
transferência) deverá ser comunicada ao gestor
patrimonial da instituição.
O responsável deve providenciar a manutenção de
bens sob sua responsabilidade.
Quando do seu desligamento da Unidade, deve
entregar a Seção de Pessoal relação de bens sob a sua
guarda, solicitando providencias junto a Seção de
patrimônio.
Providenciar a lavratura do Boletim de Ocorrência
quando houver furto ou extravio de bens sob sua
responsabilidade.
Ter relação de bens sob sua guarda (Termo de
Responsabilidade).
6.4.2 Prestação de serviços gerais.
Prestação
de
Serviços
Gerais
compreende
administrar: segurança; transporte; limpeza; reprografia e
serviços gráficos; manutenção e reparo de equipamentos,
serviços de restaurantes e alimentação em geral, entre
outros específicos de cada instituição.
Nos últimos anos houve uma tendência de
terceirização dessas atividades, mas no âmbito do
serviço público federal, por pressão do Ministério Público,
ocorre atualmente o retorno dessas atividades ao quadro
de serviços executados diretamente pelas instituições.
6.5 Sistemas prediais:
corretiva e preditiva.
6.5.1 Conceitos
manutenções
preventiva,
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Manutenção Preventiva: É o procedimento previdente e
programado; corrige os defeitos antes que se manifestem
ou logo que comecem a se manifestar, para causar
danos menores.
Manutenção corretiva: É um procedimento de urgência
que ocorre depois que um defeito se manifesta.
Manutenção preditiva: É uma inspeção sistemática para
o acompanhamento das condições de um imóvel ou
equipamento. Quando ocorre a necessidade de uma
intervenção urgente, tem-se uma manutenção corretiva
planejada.
O termo associado à Manutenção preditiva é o de
PREDIZER. Esse é o grande objetivo da Manutenção
preditiva: Predizer (ou prevenir) as falhas nos
equipamentos ou sistemas através do acompanhamento
de diversos parâmetros, permitindo a operação contínua
pelo maior tempo possível.
A
Manutenção
preditiva
privilegia
a
DISPONIBILIDADE porque não realiza intervenções nos
equipamentos em operação.
Além disso, a intervenção só é decidida quando os
parâmetros
acompanhados
indicam
sua
real
necessidade, ao contrário da Manutenção Preventiva que
pressupõe a retirada do equipamento de operação
baseada no tempo de operação.
Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge
o limite previamente estabelecido, é tomada a decisão de
intervenção. Isto permite uma preparação prévia do
serviço, além de outras decisões alternativas
relacionadas com o funcionamento.
7. Função Documentação
7.1 Serviços de protocolo, distribuição, classificação
e arquivamento de documentos
Conceito de Protocolo: Órgão responsável pelo
recebimento,
registro,
movimentação,
controle,
expedição, e classificação de documentos de caráter
corrente.
Funções dos serviços de Protocolo: Receber os
documentos encaminhados. Encaminhar os documentos
de âmbito interno e externo. Padronizar os procedimentos
dos serviços de protocolos das unidades. Acompanhar o
fluxo da distribuição única de número de processo, bem
como da tramitação dos processos. Instituir mecanismos
de controle das correspondências da instituição.
Administrar despesas com postagens, bem como o
controle do fluxo das correspondências. Orientar os
profissionais que executam as atividades relacionadas ao
serviço de protocolo. Controlar a produção, trato, prazos
de guarda e formas de armazenamento da massa
documental por meio da aplicação de modernas técnicas
e recursos tecnológicos.
Conceito de Classificação: Atividade técnica destinada
a organizar a documentação de caráter corrente,
agrupando os documentos de acordo com características
comuns que apresentam no ato de sua criação, com a
sua finalidade a que se destina e a estrutura
administrativa da instituição.
Teoria das três idades: Teoria segundo a qual os
arquivos são correntes, intermediários ou permanentes
de acordo com a freqüência de uso por seus geradores e
a identificação de seus valores primário e secundário.
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Conceito de Codificação: Etapa que sucede a
classificação; é a tarefa de ler, interpretar, identificar o
assunto e atribuir a ele um código para arquivamento e
posterior recuperação.
Conceito de Ordenação/arquivamento: é a atividade de
organização dos documentos dentro das pastas,
fichários, arquivos...
7.1.1 Aplicação do Código de Classificação de
Documentos de Arquivo
A classificação é uma das atividades do processo de
gestão de documentos arquivísticos. Inclui procedimentos
e rotinas específicas que possibilitam maior eficiência e
agilidade no gerenciamento e controle das informações.
A classificação não pode ser implementada sem que seja
vinculada às atividades de recebimento, tramitação,
expedição, arquivamento e recuperação de documentos.
Dessa forma, para que o Código de Classificação
possa ser aplicado eficientemente, apresentam-se, a
seguir, as operações e rotinas para classificação e
arquivamento de documentos.
7.1.2 Operações para classificação e arquivamento de
documentos de arquivo
A classificação deve ser realizada por servidores
treinados, encarregados das atividades de recebimento,
registro, expedição, bem como do controle da tramitação
e arquivamento dos documentos, de acordo com as
seguintes operações:
a) ESTUDO: Consiste na leitura de cada documento,
para verificar sob que código deverá ser classificado e
quais as referências cruzadas que lhe corresponderão.
b) A referência cruzada é um mecanismo adotado
quando o conteúdo do documento se refere a dois ou
mais assuntos. Neste caso, o documento é arquivado na
pasta relativa ao assunto principal, registrando-se os
dados do documento em FOLHAS(s) DE REFERÊNCIA a
ser(em) arquivada(s) na(s) pasta(s) correspondente(s)
ao(s) assunto(s) secundário(s).
c) CODIFICAÇÃO: consiste na verificação do código
numérico atribuído ao assunto de que trata o documento,
utilizando-se de um ÍNDICE quando necessário.
7.2 Rotinas correspondentes às operações de
classificação
1. Receber o documento para registro e classificação;
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e
o(s) secundário(s) de acordo com seu conteúdo;
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de Classificação;
4. Anotar o código no canto superior direito da primeira
folha do documento e preencher a(s) folha(s) de
referência ou constituir processo, se for o caso.
OBS.: Quando o documento estiver acompanhado de
anexos, estes deverão receber o carimbo de registro e os
códigos correspondentes.
7.3 Tipos de protocolo
Os tipos de protocolo mais freqüentes são:
Memorando: correspondência interna utilizada para
encaminhar ou solicitar algo.
Ofício: correspondência entre autoridades de caráter
informativo ou solicitação ao dirigente máximo.
Requerimento: requere algo à autoridade competente.
Deverá obedecer à formalidade do protocolo quando
envolver petição para que se faça justiça ou se dê o que
a lei concede ou autoriza pedir.
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7.3.1 Terminologia básica
O trabalho de arquivo e protocolo tem sistemáticas
próprias e termos específicos que designam atos ou
tarefas.
Anexar: união definitiva a um processo.
Apensar: união temporária a um processo, mediante
determinação de uma autoridade competente.
Assunto: descrição sumária do assunto a ser objeto de
decisões e providências por meio da tramitação do
processo ou expediente.
Avaliação de documentos: identifica valores dos
documentos para definição de seus prazos de guarda e
de sua destinação.
Despacho: ordem de autoridade administrativa em caso
que lhe é submetida à apreciação. O despacho pode ser
favorável ou desfavorável à pretensão solicitada pelo
administrador, servidor público.
Distribuição: remessa do processo às Diretorias,
Gerências e/ou Coordenadorias para decisão sobre o
assunto.
Documento: toda informação registrada em um suporte
material suscetível de ser utilizado para consulta, estudo,
prova e pesquisa. São fontes: livros, revistas, jornais,
manuscrito, fotografia, selo, medalha, filme, disco e fita
magnética etc.
Documentos públicos: documentos de qualquer suporte
ou formato, produzidos e/ou recebidos por um órgão
governamental na condução de suas atividades.
Espécie: define a razão da natureza dos atos que lhes
deram origem quanto à forma de registro de fatos.
Tomando por base os atos administrativos mais comuns
em nossas estruturas de governo, temos:
a) Atos Normativos: são as regras e normas expedidas
por autoridades administrativas.
b) Atos Enunciativos: são os opinativos que esclarecem
os assuntos, visando a fundamentar uma solução.
c) Atos de Assentamento: são os configurados por
registros, consubstanciado assentamento sobre fatos ou
ocorrências.
d) Atos Comprobatórios: são os que comprovam
assentamentos, decisões etc.
e) Atos de Ajuste: são representados por acordos em que
a administração pública é parte.
f) Atos de Correspondência: objetivam a execução dos
atos normativos em sentido amplo, como aviso, ofício,
carta, memorando, mensagem, edital, intimação,
exposição de motivos, notificação, telegrama, telex,
telefax, alvará, circular.
Processo: é um conjunto de documentos que implica
responsabilidade técnica, financeira ou administrativa,
necessário ao esclarecimento de um mesmo assunto,
originado por um documento que, durante a sua
tramitação, vai sendo instruído por despachos ou por
anexações de outros documentos, com a finalidade de
análise, informações e decisões.
Protocolo central: unidade junto ao órgão ou entidade
encarregada dos procedimentos com relação às rotinas
de recebimento e expedição de documentos e de
correspondências.
Protocolo setorial ou registro: reprodução dos dados
do documento feita em sistema próprio, destinada a
controlar a movimentação da correspondência e do
processo e fornecer dados de suas características
fundamentais aos interessados.
Tramitação: movimentação do processo de uma unidade
a outra, interna ou externa, por meio de sistema próprio.
Gestão de Materiais
Apostila
Armazenamento: guarda de documentos em mobiliário
ou equipamentos próprios.
Arquivo: conjunto de documentos produzidos e/ou
recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter
público, entidades privadas e pessoas físicas em
decorrência do exercício de suas atividades, qualquer
que seja o suporte da informação.
Arquivo central: unidade responsável pelo controle dos
documentos acumulados pelos diversos setores e pelos
procedimentos técnicos a que devem ser submetidos.
Arquivo
corrente:
conjunto
de
documentos
estreitamente vinculados aos objetivos imediatos para os
quais foram produzidos ou recebidos no cumprimento de
atividade-fim e atividade-meio e que se conservam junto
aos órgãos produtores em razão de sua vigência e da
freqüência com que são por eles consultados.
Arquivo intermediário: conjunto de documentos
originários de arquivos correntes com uso pouco
frequente que aguardam destinação final.
Arquivo permanente: conjunto de documentos
custodiados em caráter definitivo em função de seu valor,
recolhidos dos arquivos correntes ou setoriais.
Avaliação de documentos: processo de análise que
permite a identificação dos valores dos documentos, para
fins de definição de seus prazos de guarda e de sua
destinação.
Ciclo vital dos documentos: sucessivas fases por que
passam os documentos da produção à guarda
permanente ou eliminação.
Classe: Cada divisão que compõe o sistema de
classificação.
Classificação: analisa, identifica e codifica o conteúdo
dos documentos em fase corrente, de acordo com as
diferentes funções e atividades da instituição, com o
objetivo de facilitar a sua captura, arquivamento,
recuperação e destinação.
Código: conjunto de símbolos, normalmente letras e/ou
números, que, mediante uma convenção, representam
dados.
Código de classificação: Sistema de código derivado de
um plano de classificação.
Conservação de documentos: procedimentos e
medidas destinadas a assegurar a proteção física dos
arquivos contra agentes de deterioração.
Data-limite: identificação cronológica em que são
mencionados os anos de início e término do período
abrangido pelos documentos de um processo, dossiê,
série, fundo ou coleção.
Digitalização: conversão de um documento em qualquer
suporte ou formato para o formato digital, por meio de
dispositivo apropriado, como scanner.
Documento
Arquivístico:
ação
registrada
independentemente da forma ou do suporte, produzida
ou recebida no decorrer das atividades de uma instituição
ou pessoa, dotada de organicidade, e que possui
elementos constitutivos suficientes para servir de provas
dessas atividades.
Documento ativo: cuja ação não foi encerrada.
Documento-base: referência formal para abertura de um
processo ou de um expediente.
Documento semi-ativo ou intermediário: cuja ação foi
encerrada.
Documento sigiloso: documento que requer medidas
especiais de acesso, podendo ser classificado como
“ultra-secreto”, “secreto”, “confidencial” e “reservado”, de
acordo com o grau de proteção que exige.
Sobre Termos Arquivísticos
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Estrutura de arquivamento: exibe a forma de
organização dos documentos/processos em níveis que
representam a estrutura física e conceitual do arquivo.
Gestão de documentos: conjunto de procedimentos e
operações técnicas referentes à sua produção,
tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou
recolhimento para a guarda permanente (Art. 3, Lei
8.159/91).
Guarda permanente: recolhe à guarda permanente
documentos de valor informativo/histórico.
Juntada de documento: anexa formalmente um
documento ou folha contendo informações e despachos a
um expediente ou processo, podendo ser providenciado
por qualquer órgão envolvido nas decisões.
Plano de classificação: esquema de distribuição de
documentos em classes, de acordo com métodos de
arquivamento específicos, geralmente adotada em
arquivos correntes.
Plano de classificação de documentos: classifica todo
e qualquer documento de arquivo.
Recolhimento: passagem para a guarda permanente de
documentos produzidos e acumulados, sendo o Arquivo
Central responsável pelo acesso, divulgação e publicação
de quaisquer documentos do acervo recolhido, vedado,
no entanto, o empréstimo de originais, exceto em casos
previstos em lei.
Sistema de arquivos: conjunto de arquivos da esfera
governamental ou de uma mesma entidade, pública ou
privada que, independentemente da posição que ocupam
nas respectivas estruturas administrativas, funcionam de
modo integrado e articulado na consecução de objetivos
técnicos comuns, visando à gestão documental, bem
como a preservação e o acesso ao patrimônio
documental público.
Tabela de temporalidade de documentos: determina
prazo para a transferência, recolhimento, eliminação e
reprodução de documentos.
7.4 Sigilo e proteção da documentação
Com o objetivo de conservar os documentos, para
que as informações que eles contenham possam ser
utilizadas por tempo indefinido, deve-se dar um
tratamento adequado aos documentos desde a sua
produção e ter cuidado ao manuseá-lo e arquivá-lo.
Uma informação perdida no passado acarretará em
gastos e perdas de tempo se outro administrador, no
presente, necessitar dessas informações.Menos recursos
humanos e materiais serão gastos se as informações estiverem organizadas e preservadas.
A Lei nº 8.159/1991, regulamentada pelo Decreto
4073/2002, dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados, estabelecendo as normas gerais de
sigilo e proteção de documentação no Setor Público.
Já o Decreto N.º4.553/2002 dispõe sobre a
salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e
do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal.
Nesse Decreto destacam-se os seguintes itens:
Art. 2.º São considerados originariamente sigilosos,
e serão como tal classificados, dados ou informações
cujo conhecimento irrestrito ou divulgação possa
acarretar qualquer risco à segurança da sociedade e do
Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da
inviolabilidade da intimidade da vida privada, da honra e
da imagem das pessoas.
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Apostila
Parágrafo único. O acesso a dados ou informações
sigilosos é restrito e condicionado à necessidade de
conhecer.
Art. 3.º A produção, manuseio, consulta,
transmissão, manutenção e guarda de dados ou
informações sigilosos observarão medidas especiais de
segurança.
Parágrafo único. Toda autoridade responsável pelo
trato de dados ou informações sigilosos providenciará
para que o pessoal sob suas ordens conheça
integralmente as medidas de segurança estabelecidas,
zelando pelo seu fiel cumprimento.
Art. 4.º Para os efeitos deste Decreto, são
estabelecidos os seguintes conceitos e definições:
I - autenticidade: asseveração de que o dado ou
informação são verdadeiros e fidedignos tanto na origem
quanto no destino;
II - classificação: atribuição, pela autoridade
competente, de grau de sigilo a dado, informação,
documento, material, área ou instalação;
III - comprometimento: perda de segurança resultante
do acesso não-autorizado;
IV - credencial de segurança: certificado, concedido por
autoridade competente, que habilita determinada pessoa
a ter acesso a dados ou informações em diferentes graus
de sigilo;
V - desclassificação: cancelamento, pela autoridade
competente ou pelo transcurso de prazo, da
classificação, tornando ostensivos dados ou informações;
VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou
acessibilidade de dados e informações;
VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados,
informações, área ou instalação considerados sigilosos
em decorrência de sua natureza ou conteúdo;
VIII - integridade: incolumidade de dados ou
informações na origem, no trânsito ou no destino;
IX - investigação para credenciamento: averiguação
sobre a existência dos requisitos indispensáveis para
concessão de credencial de segurança;
X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o
receptor de dados ou informações são legítimos e
fidedignos tanto na origem quanto no destino;
XI - marcação: aposição de marca assinalando o grau de
sigilo;
XII - medidas especiais de segurança: medidas
destinadas a garantir sigilo, inviolabilidade, integridade,
autenticidade, legitimidade e disponibilidade de dados e
informações sigilosos. Também objetivam prevenir,
detectar, anular e registrar ameaças reais ou potenciais a
esses dados e informações;
XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal,
inerente ao efetivo exercício de cargo, função, emprego
ou atividade, indispensável para que uma pessoa
possuidora de credencial de segurança, tenha acesso a
dados ou informações sigilosos;
XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso pode ser
franqueado;
XV - reclassificação: alteração, pela autoridade
competente, da classificação de dado, informação, área
ou instalação sigilosos;
XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a pessoas
credenciadas; proteção contra revelação não-autorizada;
XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter
excepcional, em área sigilosa.
7.5 Tabela de temporalidade.
A Tabela de temporalidade de documentos, aprovada
por autoridade competente, determina o prazo para a
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transferência, recolhimento, eliminação e reprodução de
documentos. É um instrumento que visa identificar o valor
dos documentos e atribuir-lhes prazo de guarda e
destinação final nas fases do arquivo.
7.5.1 Prazo de eliminação
Prazo fixado em Tabela de Temporalidade para
eliminação de documentos não considerados de valor
permanente.
7.5.2 Prazo de guarda ou Prazo de retenção
Prazo definido na Tabela de Temporalidade, ao fim
do qual a destinação é efetivada.
7.5.3 Período de retenção
Período de tempo, baseado em estimativas de uso,
em que os documentos devem ser mantidos nos arquivos
correntes, antes de serem transferidos para um arquivo
intermediário, ou em um arquivo intermediário, antes de
serem recolhidos ao arquivo permanente.
Gestão de Materiais
Apostila
Referências
AMBONI, N.; ANDRADE, R. O. A. TGA Teoria Geral da
Administração. São Paulo: M. Brooks do Brasil, 2006.
BROWN, Steven, et al. Administração da Produção e
Operações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
CORONATO, OSMAR. Logística Integrada. São Paulo:
Atlas, 2007.
MARTINS, Petrônio G., LAUGENI, Fernando P.
Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 2005.
MASIERO, Gilmar. Administração de Empresas. São
Paulo: Saraiva, 2007.
MATOS, Francisco Gomes. Ética na gestão
empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
MAXIMIANO, A. Introdução à administração. São
Paulo: Atlas, 2004.
PASSOS, Elizete. Ética nas organizações. São Paulo:
Atlas, 2007.
7.5.4 Lista de eliminação
Relação de documentos cuja eliminação foi autorizada.
7.5.5 Termo de eliminação
Instrumento que reúne informações sucintas sobre os
documento que, após terem cumprido o prazo de
guarda estabelecido na Tabela de Temporalidade, foram
eliminados.
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