Revista Hot Pets
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Revista Hot Pets
Índice
Animais peçonhentos
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A segurança da moderna anestesia
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Sua história na Hot Pets
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Perguntas e Respostas
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Dragão-de-komodo
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Cavalo miniatura
13
Glaucoma
14
Tucano
17
Capa - Celso Cavallini
18
Leonardo da Vinci
21
Águia
22
10 dicas para quem prefere cães
24
10 dicas para quem prefere gatos
25
Ecologia
26
Hipertensão em cães e gatos
28
Úrsula, uma Chow Chow carinhosa
30
Siamês
33
Mal-estar em geral e coração
34
GAPA-MA
36
Bicho geográfico
39
A liberdade dos cães franceses
40
Fisioterapia
42
Rejeição de filhotes
43
Toxoplasmose
44
Você sabia?
47
Controlando seu aquário
48
Esquilo
50
Expediente
Diretor Geral - Damasio Deziderio
Editor - Luiz Octavio Pires Leal
Arte - Jéssica Leal
Capa - Celso Cavallini
Fotografia - Marise Toffani
Representante comercial - Sinergia
Consultoria e Comercialização Ltda.
Revisão - Flávia M. Alkmim
Edição - Dam Propaganda
Impressão - Ediouro Gráfica e Editora
Ltda.
C
Editorial
elso Cavallini é um exemplo de profissional
de sucesso na TV. Apresentador e protagonista de programas memoráveis, comandou
quatro programas e participou de 30 quadros na sua longa carreira. Chegado a uma aventura, já entrou em jaula
de leões, viajou de avião “do lado de fora” e sem paraquedas, mergulhou à noite com tubarões em pleno Pacífico e outras peripécias, sempre com o objetivo de levar ao telespectador, informação, divertimento e emoção.
A matéria de capa desta quinta edição da Hot Pets
conta sua história com a cadela Bora. A moderna anestesia é feita com toda segurança,
graças aos equipamentos de monitoração, aos recursos
da farmacologia e ao treinamento dos médicos veterinários anestesistas. O especialista Marcelo Aragão assina interessante matéria sobre esse assunto.
Matéria sobre cobras e outros animais venenosos,
feita no Instituto Vital Brazil, em Niterói, é outro destaque
desta edição. Ela esclarece muitas dúvidas e ensina o que
fazer em caso de acidente.
Seu cão ou gato tem pressão normal? Você já se
preocupou com isso? Conheça os malefícios causados pelas alterações da pressão arterial.
Úrsula é uma Chow Chow muito mansa, que adora
criança. Mas nem sempre é assim. É preciso estar atento
para as variações individuais do temperamento dos animais.
Fique sabendo a incrível história de vida da águia
americana; as características do gato siamês e curta as
curiosidades do fantástico mundo animal e vários outros
temas interessantes.
As manifestações de apoio via telefone, e-mail e
pessoais que estamos recebendo, indicam que estamos
no caminho certo, preenchendo uma lacuna que existia
nesse campo específico da informação. Mas, como sempre, estamos abertos às críticas e sugestões.
Luiz Octavio Pires Leal - editor
Tiragem - 20.000 exemplares
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Revista Hot Pets
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Especial
Animais venenosos:
como se prevenir contra acidentes
Texto: Luiz Octavio Pires Leal
Fotos: André Gustavo
S
egundo Claudio Machado, biólogo
Chefe da Divisão de Herpetologia do
Instituto Vital Brazil, animais peçonhentos são aqueles que possuem uma
substância tóxica produzida por glândulas
no seu corpo e que têm alguma estrutura
que permite a inoculação dessa toxina em
outro animal. No caso das serpentes são os
dentes inoculadores e no caso das aranhas
e escorpiões são as quelíceras. Os animais
venenosos também possuem uma substância tóxica, mas não possuem uma estrutura
inoculadora, como é o caso do sapo. Apesar
de existir essa diferença de conceito biologicamente falando, os termos “animal peçonhento” e “animal venenoso” são tratados
como sinônimos.
Com relação aos efeitos causados
pelo veneno na vítima, não faz diferença se
o animal é peçonhento ou venenoso, o que
influencia é o tipo e a quantidade de veneno,
o peso e as condições de saúde da vítima e o
modo como ela reage.
No caso dos humanos, quando acontece um acidente com um animal venenoso
ou peçonhento é importante, apesar de difícil, não entrar em pânico e procurar manter
a calma, porque a agitação provoca a aceleração dos batimentos cardíacos e consequentemente a disseminação mais rápida
do veneno. Embora seja importante, manter
a calma só não basta, é preciso saber como
agir, e segundo o IVB, sediado em Niterói e
especialista no assunto, é imprescindível que
o tratamento seja rápido e realizado por profissionais de saúde qualificados, em unidades de atendimento médico especializadas.
Segundo o IVB, atualmente no Brasil,
os escorpiões são os maiores causadores de
acidentes, seguidos das serpentes e depois
das aranhas.
Há tempo são divulgadas informações sobre as características erradamente
consideradas úteis para identificar as cobras venenosas. Essas características (cabeça
Aranha armadeira
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Revista Hot Pets
Apesar de não terem veneno, as seguintes cobras podem morder, principalmente quando pisadas ou se sentirem ameaçadas, causando inchaços, queimação, tétano e várias infecções, além de dor:
•
•
•
•
•
•
•
•
Cobra cascavel
triangular, cauda afinando rapidamente, formato da pupila e tamanho das escamas no
alto da cabeça) não são, obrigatoriamente,
válidas para saber se determinada cobra é
venenosa ou não. “A característica que deve
ser observada” – ressalta o IVB – “é a presença da fosseta loreal (orifício entre o olho
e a narina) existente em todas as serpentes
peçonhentas das Américas, com exceção
das corais verdadeiras”. Mas é praticamente
impossível para uma pessoa comum, principalmente numa hora de sufoco, examinar
a cobra para ver se ela tem um buraquinho
minúsculo entre os olhos e a narina.
Seguem algumas dicas sobre como
agir em caso de acidentes com alguns animais venenosos e peçonhentos:
Primeiro é bom saber quais são as cobras
venenosas mais comuns:
•
•
•
•
•
Cascavel
Coral Verdadeira
Jararaca
Jararacuçu
Surucucu Pico de Jaca
Caninana
Cobra Cipó
Cobra d´Água
Cobra Papagaio
Cobra Verde
Falsa Coral
Jiboia
Sucuri
A jiboia e a sucuri são cobras constritoras e a sucuri, que pode atingir quatro
metros de comprimento ou mais, representa
um perigo como animal de estimação, pois
facilmente pode enrolar-se no pescoço ou
tórax de uma criança ou mesmo de um adulto e apertar com uma força brutal, estraçalhando os ossos e matando por sufocação.
Apesar disso, a crença de que a sucuri pode
engolir um boi, segundo o IVB, é um mito,
pois não existe registro dessa prática.
As providências recomendadas pelos especialistas do Instituto Vital Brazil em caso
de acidente com cobra são:
1. Lavar o local da picada com água e sabão.
2. Manter o acidentado em repouso. Se a
picada for no braço ou na perna, essas
extremidades devem ficar levantadas.
3. Levar o acidentado, imediatamente, para
o posto de saúde ou hospital mais próximo.
4. Preferencialmente, matar e levar a cobra
junto com o acidentado ou faça a sua
descrição para o médico.
Revista Hot Pets
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NÃO amarrar ou fazer torniquete. O garrote
impede a circulação do sangue, piorando a
situação. Não colocar folhas, pó de café ou
quaisquer outras substâncias no local da picada, pois podem provocar infecção.
NÃO fazer cortes no local da picada, pois,
somados aos efeitos do veneno, podem produzir hemorragias e infecções.
NÃO dar para beber álcool ou querosene
etc., pois, além de não ajudar, podem produzir intoxicação.
Soros
Os diversos tipos de veneno podem
produzir, nos acidentados, diversos tipos de
problemas, como: hemorragia, paralisia e
morte (necrose) de diversas partes do corpo.
São os seguintes os tipos de soro produzidos pelo Instituto Vital Brazil e distribuídos
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RevistaHot
Revista
HotPets
Pets
pelos diversos postos de atendimento:
Antibotrópico – contra os venenos das jararacas, incluindo as jararacuçus, urutus, caiçaras e jararacas pintadas.
Anticrotálico – contra o veneno da cascavel.
Antielapídico – contra o veneno da cobra coral verdadeira.
Antilaquético – contra o veneno da surucucu.
Antibotrópico-Laquético – contra o veneno
das jararacas e surucucu.
Antibotrópico-Crotálico – contra o veneno
das jararacas e cascavel.
Antilatrodéctico – contra o veneno da aranha viúva-negra.
Antiloxoscélico – contra o veneno da aranha
marrom, que vive debaixo de pedras, cascas
de árvores, buracos e também nas residências.
Antiaracnídico – contra o veneno da aranha
armadeira, que vive em plantas com folhas
largas (bananeiras, por exemplo) em regiões
urbanas.
Antiescorpiônico – contra o veneno do escorpião amarelo, que vive embaixo de pedras, cascas de árvores e barrancos.
Para os casos de acidentes com a aranha caranguejeira e a lacraia não há necessidade de soro.
Medidas de proteção
Dentre as várias medidas de proteção
para evitar ser picado por um animal
venenoso, as seguintes merecem destaque:
• Usar botas de cano longo e roupa de
tecido resistente e grosso quando for
entrar em alguma mata.
• Muita atenção no lugar em que está
pisando.
• Atenção com as árvores – pode haver
uma cobra ou aranha por perto.
• Muita atenção ao remexer entulho e
pedras soltas. Use luvas grossas.
• Não entrar em matas desconhecidas a não
ser que seja absolutamente necessário.
• Atenção quando parar o carro num
acostamento. Pode haver cobra fugida
de queimada ou à procura de alimento.
• Combata os ratos, pois são alimentos de
cobra.
• Muita atenção ao entrar num imóvel
abandonado.
• Fique de olho ao deitar num gramado,
porque pode ter aranha.
Coral verdadeira
Atenção quando parar o
carro num acostamento.
Pode ter cobra fugida de
queimada ou à procura de
alimento.
Para cães e gatos, existem soros
especiais, aplicados por médicos veterinários.
Esses soros não são fabricados pelo Instituto
Vital Brazil.
Escorpiões
Revista Hot Pets
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Saúde
A segurança da moderna
anestesia
Dr. Marcelo Aragão
(anestesista veterinário)
A
descoberta da anestesia foi uma
das inovações clínicas que revolucionaram a cirurgia. A anestesia
com éter foi introduzida nos EUA, em 1846, e
com clorofórmio, no Reino Unido, em 1847.
A inalação dos vapores desses compostos
não apenas colocava as pessoas inconscientes, mas o seu uso significava que os pacientes se tornavam insensíveis à dor.
Na medicina veterinária, o primeiro relato foi feito por Edward Mayhew, em 1847,
no qual o autor descreve seus experimentos
em cães e gatos com inalação de éter. Desde
então, a anestesia sofreu uma grande e rápida evolução com a vinda de novos protocolos e técnicas provindas do uso em seres humanos e o desenvolvimento de técnicas específicas em animais. Com base no trinômio:
narcose, relaxamento muscular e analgesia
(perda da sensibilidade à dor), vários protocolos e técnicas são utilizadas como rotina,
com o objetivo de auxiliar a equipe cirúrgica
e o bem-estar do próprio animal, desde o
início dos procedimentos até o retorno póscirúrgico. Os procedimentos anestésicos se
tornaram bastante seguros, o que permitiu
a intervenção cirúrgica que antes era evitada
em pacientes de alto risco.
Quais são os tipos de anestesia?
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RevistaHot
Revista
HotPets
Pets
1) REGIONAL
• Local - Realizada com a infiltração do
anestésico em uma determinada área
do corpo, sem que ocorra bloqueio
de um nervo específico.
• Plexular – O anestésico é injetado em
um tronco de nervos. No caso de um
membro, por exemplo, o anestésico
é injetado na região axilar e todo o
membro fica anestesiado. • Espinhal - As substâncias anestésicas
são injetadas na coluna vertebral. A
injeção pode ocorrer diretamente no
líquor da membrana espinhal (este é
o tipo raquidiana) ou na região imediatamente anterior a membrana dura-máter (peridural). • Bloqueios de nervos periféricos - O
anestésico é administrado apenas ao
redor dos nervos referentes ao local
da cirurgia.
2) GERAL
Associação de vários fármacos combinados
que retiram a consciência, a dor e relaxam a
musculatura. Podem ser:
• Anestesia inalatória - fármacos inaláveis.
• Anestesia intravenosa - fármacos injetáveis.
• Anestesia balanceada - promovida
por dois ou mais agentes ou técnicas anestésicas distintas, como
por exemplo, anestesia intravenosa e
anestesia inalatória, utilizadas em um
mesmo procedimento anestésico.
A evolução dos medicamentos e a melhor avaliação dos pacientes, antes, durante
e depois da cirurgia, têm trazido maior segurança ao procedimento.
Além de excelentes fármacos disponíveis no mercado, a tecnologia nos favorece no monitoramento dos pacientes, com
o uso de monitores paramétricos que aferem: pressão arterial, saturação do oxigênio,
frequência cardíaca, entre outras. Isso não
impede que os acidentes anestésicos ainda
persistam em aparecer e caso não sejam corrigidos rapidamente o óbito do animal será
inevitável. Por este motivo é que a preparação do paciente e seu pré-operatório são de
grande importância para garantir o sucesso
da anestesia. Solicitar exames prévios é de
suma importância, para que as estratégias
sejam traçadas com antecipação.
Os recursos tecnológicos estão disponíveis, porém a formação qualificada e a dedicação do anestesista para com seu paciente são fundamentais.
Revista Hot Pets
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Oskar Sjostedt
Q
uando minha filha Alexandra a viu pela primeira
vez na vitrine de um pet shop, na Barra da Tijuca,
foi paixão pura. Lucia, Oskinha filho, Alexandra e eu
nunca tínhamos visto um ferret (furão) antes e era uma novidade para todas as pessoas que olhavam a loja.
Depois de muita insistência de minha filha, acabamos
comprando a Brigitte duas semanas depois. O que não sabíamos era que ela era selvagem e quando a soltamos na sala
de casa foi uma correria geral, pois ela queria morder todo
mundo. Foi um sufoco colocá-la na casinha dela.
A solução era andar de botas e aos poucos minha
esposa, Lucia, foi adestrando Brigitte, principalmente com
comida na boca e muito carinho, apesar das dentadas. Ela
passava a maior parte do tempo dormindo e como ficava
livre, tinha o hábito de se esconder e encontrá-la era uma
tarefa árdua. Seu lugar preferido era atrás do fogão.
Em dia de festa em casa, ela ficava sempre solta e
tinha a mania de chegar por trás das pessoas e morder o
calcanhar das moças, o que era uma gritaria só e muito engraçado.
Em um determinado momento, eu passei a dar mamão para Brigitte, que só comia na boca e em pequenos pedaços. Isto fez com que ela criasse uma afeição muito grande por mim e também começasse a dormir ao meu lado na
cama. Isto era bastante complicado, pois Brigitte era muito
pequena e eu tinha medo de acabar espremendo ela e lhe
causar algum dano físico.
De manhã, se eu não levantasse para lhe dar comida,
ela entrava embaixo do lençol e começava a seção de mordidas. Não satisfeita subia na cabeceira da cama, se apoiava na
parede e empurrava o despertador, telefone e o que tivesse
disponível em cima da minha cabeça. A situação era hilária.
Um dia Brigitte começou a ficar apática e a demonstrar sentir muita dor, ao levarmos para o veterinário, foi sugerido um possível câncer e existia, na época, um especialista em Sorocaba, no interior de São Paulo.
Não tivemos dúvida em embarcar Brigitte num voo
do Rio de Janeiro para lá. Passado algumas horas da sua
chegada e iniciada a cirurgia, veio a triste notícia de que
ela estava mesmo com câncer no fígado e sem chance de
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Revista Hot Pets
Alexandra Sjostedt
Sua história
na Hot Pets
sobrevivência. Depois de
muita conversa com o veterinário, optamos por não
sacrificá-la, pois tínhamos
a opção de prolongar a sua
vida com remédios e muito
carinho, pois ela tinha um
padrão de vida muito bom
e tranquilo em casa.
Dos dois meses de
vida que lhe foi dado, ela
durou mais de seis e um
dia ao chegar do trabalho,
Brigitte me pediu colo, ela
aparentava dor, coloquei
uma bolsa de água quente em sua barriga e ela foi
relaxando. Alguns minutos
depois, eu senti uma respirada mais profunda e foi
nesta hora que ela faleceu.
Todos estavam em casa e
não acreditavam no que
viam, foi o maior choque
para todos, uma choradeira
geral.
Brigitte foi cremada
e jogamos suas cinzas no
mar, em Cabo Frio. Ela faleceu aos 9 anos de idade,
em 2004 e foi uma perda
muito sentida.
Envie sua história para a
redação da Hot Pets:
[email protected]
Perguntas e Respostas
Venho tentando tratar uma pequena ferida no olho do meu
gato, com diversos colírios, mas
ele não melhora.
Uma hipótese é que seja uma úlcera na córnea. Consulte um veterinário oftalmologista.
Essa doença pode cegar.
Gato pode comer ração de cachorro?
Não. As rações para gatos contêm um aminoácido essencial (taurina) que não é encontrado na do cão. Há ainda muitas outras diferenças e uma das mais importantes refere-se
às condições necessárias para que os gatos
não tenham problemas renais, que são relativamente comuns nos felinos.
Meu cahorrinho de apenas 40
dias de idade está com a evacuação líquida e expelindo uns
“pedacinhos” que parecem
vermes, isso faz sentido? O
que devo fazer?
A maioria dos cães e dos gatos já nasce infectada por parasitos gastrintestinais. A transmissão é feita da mãe para os filhotes através da
placenta. Existem vermífugos eficientes e de
teor de intoxicação baixo.
Consulte um veterinário de pequenos animais
para diagnosticar o tipo de verme em questão
e receitar o vermífugo correto.
Meu gato tem uma ferida na cauda há mais de
seis meses. Já tentei diversas pomadas, mas a
ferida não cicatriza.
Provavelmente, trata-se de uma lesão crônica e contaminada. A terapia
indicada será cirúrgica, mas só o profissional poderá fazer uma avaliação definitiva e tratar.
Revista Hot Pets
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Curiosidades
Dragão-de-komodo
Luiz Octavio Pires Leal
A
pavorante, assustador, esquisito
e perigoso. Esses são alguns adjetivos que definem esse lagarto que mais parece um dinossauro de quase
quatro metros de comprimento e é também
chamado de crocodilo-da-terra.
Ele é um feroz carnívoro, cujo cardápio
inclui desde pequenos invertebrados até búfalos e cavalos, passando por veados, javalis
e seres humanos. Apavora os habitantes das
ilhas Komodo, Rinca, Gili Motang e Flores
que pertencem à Indonésia, país composto do maior arquipélago do mundo, com
13.667 ilhas das quais 6.000 são habitadas.
Sua boca, além de ter dentes impressionantes, é cheia de bactérias que contaminam
e matam suas presas. Essas bactérias vivem
em simbiose (associação com vantagens
para ambos os seres) com os dragões. Eles
dominam inteiramente o local onde vivem,
uma vez que nenhum outro animal se atreve
a enfrentá-los. São tão ferozes que comem
os próprios filhotes que, para se defenderem, escondem-se nas árvores.
Suas quatro patas têm cinco garras afiadas e são utilizadas para dilacerar as presas.
Eles as derrubam com a cauda e, em seguida,
mordem ferozmente. Quando a presa é muito grande e eles não conseguem matá-la a
dentadas, ela acaba morrendo por infecção
produzida pelas bactérias que vivem na boca
dos dragões.
O gosto desses lagartos enormes também é estranho. As partes da presa que mais
apreciam são a língua e as entranhas (intestinos, fígado etc.).
Assim como acontece com os outros
lagartos (e répteis, em geral) o dragão-dekomodo, usa a língua tanto para sentir o sa-
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Revista Hot Pets
bor, como o cheiro, e também para orientarse durante a noite. Graças à grande sensibilidade da sua língua, são capazes de localizar carcaças apodrecidas a até quase 10
quilômetros de distância, na dependência da
direção do vento. Suas narinas servem pra
respirar, mas não para cheirar.
O corpo é revestido de escamas duras e
resistentes, muitas das quais são verdadeiros
ossos e outras são providas de nervos sensoriais que transmitem a sensação de tato.
As plantas dos pés também são equipadas
com placas sensoriais. Eles enxergam bem
de dia e mal à noite. Para abrigar-se, cavam
buracos na terra.
Para beber, também são esquisitos. É
que eles não são capazes de sugar e o recurso é encher a boca d’água, levantar a cabeça
e deixar o líquido escorrer por gravidade.
Quando necessário, para alcançar a
presa, podem correr – em distâncias curtas
- atingindo 20 km/hora. E quando ela está
no alto, ficam de pé, apoiando-se na cauda.
O dragão-de-komodo, geralmente, é
monogâmico e a fêmea põe entre 15 e 30
ovos que são incubados durante 40 a 50
dias. Os lagartos já nascem prontos e vivem
até 50 anos.
Cavalo
Curiosidades
miniatura
N
ão confundir com pônei. O cavalo miniatura, também conhecido como cavalo Falabella, é
um equino de porte reduzido, com até 60
centímetros de altura, que pode ter várias
cores de pelagem. Seu nome vem da família
argentina, Falabella, que é a responsável pela
criação e desenvolvimento dessa raça, num
rancho localizado perto de Buenos Aires.
Ela foi formada através de cruzamentos
dos menores cavalos Shetland que foi possível encontrar, com a raça Puro Sangue Inglês
(PSI) de pequeno porte. A partir do produto obtido, os Falabella fizeram cruzamentos
endogâmicos (dentro da própria família dos
animais), sempre escolhendo os menores
exemplares, com o objetivo de conseguir
cavalos perfeitos e cada vez de menor tamanho.
A raça Shetland é uma das mais antigas
raças de cavalo de que se tem notícia. Teve
origem na Escandinávia, antes da Idade do
Bronze (antes do ano 3.300 a.C.) e os PSI são
os cavalos de corrida que todos conhecem.
Um dos menores exemplares conseguidos foi uma fêmea com apenas 51 centímetros de altura, nascida no estado norteamericano da Virgínia e que pesava pouco
mais de 13 quilos.
Eles não servem para montaria (diferentemente dos pôneis) e são criados como
animais de estimação.
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Saúde
Glaucoma
Dr. Jorge Pereira
(médico veterinário oftalmologista)
1. O que é glaucoma?
O glaucoma ou “hipertensão intraocular
maligna” ou ainda e mais modernamente,
“síndrome glaucomatosa” é um complexo
de eventos que destrói o tecido nervoso do
olho (células das diversas camadas da retina
e fibras do nervo óptico). Entre estes eventos, o mais importante fator para a perda
da visão é o aumento da pressão intraocular (PIO), que acontece devido a um desequilíbrio entre a produção e a drenagem do
líquido que circula dentro do olho e o mantém, digamos, “inflado, túrgido”.
Este desequilíbrio está sempre ligado à deficiência na drenagem do líquido e nunca em
um eventual aumento na produção do mesmo.
2. Quantos tipos existem?
Classificamos de forma geral os glaucomas
como: primários, secundários e congênitos,
no entanto existem várias classificações para
o glaucoma: quanto à instalação podemos
dizer que pode ser agudo ou crônico (insidioso e praticamente sem sintomas, somente notado por um proprietário quando o animal já está cego); quanto ao ângulo de drenagem, o ângulo em que a córnea faz com a
base da íris, por onde escoa o líquido, dizemos que ele pode ser de aberto, fechado ou
também mal formado (goniodisgenesias).
Ainda podemos ter, em casos de glaucomas
secundários, os ângulos obliterados (podendo ser comparado a uma peneira entupida).
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Obstruída devido à presença de debrís inflamatórios.
3. Como pode-se saber se seu cão ou gato
tem glaucoma?
A melhor forma seria saber se a raça do seu
animal de estimação faz parte da relação daquelas nas quais o glaucoma é uma doença
hereditária. Constatado que sim, periodicamente frequentar um veterinário oftalmologista para fazer uma checagem geral, que
inclui a avaliação da pressão intraocular.
4. Qual o tratamento clínico? Tem remédio?
Sim, existem tratamentos clínicos à base de
medicamentos que prometem reduzir a produção do líquido (humor aquoso), outros
que prometem melhorar a drenagem deste líquido, um terceiro grupo, de diuréticos,
que tende a desidratar as estruturas intraoculares e ainda análogos de prostaglandinas, que melhoram o escoamento por uma
via secundária e alternativa conhecida como
úveoescleral. Existe também, no nível da
pesquisa, uma proposta terapêutica para a
preservação do tecido nervoso, de forma a
postergar a instalação da cegueira definitiva,
tratamento este à base de drogas neuroprotetoras que hoje são utilizadas para o mal de
Parkson. Entretanto, não existe o tratamento
clínico ideal, que seria aquele que funcionaria em 100% dos casos e por toda a vida.
5. Qual a causa ou causas do glaucoma?
O glaucoma primário, tanto em seres humanos como em animais, é de natureza hereditária podendo apresentar complicadores
não genéticos. Os glaucomas secundários
(para os quais se consegue identificar um
fator desencadeante) podem ter natureza
traumática, inflamatória, tumores intraoculares, iatrogênica (principalmente em huma-
nos - glaucoma cortisônico), entre outras.
6. Existe alguma raça ou raças de cães e de
gatos com maior propensão ao glaucoma?
Cocker Spaniel, Poodle, Beagle, Chow Chow,
Bassett Hound, Dálmatas, Husky e muitos
Terriers. Entretanto, o glaucoma primário
tem sido visto em quase todas as raças de
cães.
Em gatos, a raça Siamês é a que apresenta maior propensão ao glaucoma primário,
entretanto, nesta espécie é mais comum
encontrarmos os glaucomas secundários,
normalmente resultados de sequelas de inflamações intraoculares, que normalmente
estão ligadas a doenças sistêmicas.
7. Quando e porque é indicado o tratamento
cirúrgico?
Quando o tratamento clínico falha. Como
disse anteriormente não existe o tratamento
clínico ideal, aquele que funciona em 100%
dos pacientes e por toda a vida. Então, nestes casos, parte-se para o tratamento cirúrgico. Este pode intencionar a preservação
da função visual e para o qual existem diferentes tipos de cirurgias, desde o implante
de válvulas até sofisticadas cirurgias a laser.
A cirurgia pode também ter a intenção de
eliminar apenas a dor, naqueles olhos em que
não há mais chance de recuperar a visão.
Há cirurgias um pouco menos sofisticadas e
ainda procedimentos para, além de eliminar
a dor, recuperar aspecto estético, quando o
olho ganha um aspecto repugnante, principalmente pelo tamanho que atingiu. Nestes
casos fazemos uma evisceração, que é a retirada de todo o conteúdo de dentro do olho,
seguida de um implante de uma prótese de
silicone. Trata-se de um procedimento extremamente sofisticado, para o qual mesmo
um médico veterinário generalista não saberia dizer que trata-se de uma prótese e não
de um olho normal.
8. De que consiste a cirurgia?
Consiste em criar uma via alternativa e artificial para facilitar a drenagem do líquido intraocular, o humor aquoso ou destruir parte
da estrutura de dentro do olho, responsável
pela produção deste líquido e desta forma
procurar equilibrar produção e drenagem ou
o implante de prótese, como citado acima.
O glaucoma é um complexo
de eventos que destrói o tecido
nervoso do olho
9. Como é feito o exame capaz de garantir a
precisão do diagnóstico?
No exame oftálmico geral, procedemos a oftalmoscopia direta e indireta com uma lente
de 90 dioptrias e o auxílio de uma lâmpada
de fenda, que nos permite visualizar de uma
forma muitíssimo detalhada, o aspecto da
cabeça do nervo óptico. Fazemos a tonometria que é a tomada da pressão intraocular,
Revista Hot Pets
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a paquimetria que é a medida da espessura
central da córnea e que nos proporciona a
possibilidade de obtermos além da PIO auferida, uma PIO corrigida, além de acompanhamento com eletroretinografia.
10. De que constam o pré e o pós-operatório?
O pré-operatório consta da avaliação geral
do risco cirúrgico e o clínico que dá assistência geral ao paciente é a pessoa que prioriza
os exames a serem pedidos. Basicamente um
hemograma completo com plaquetometria,
avaliação das funções hepática e renal e um
eletrocardiograma. Para o pós-operatório,
geralmente prescrevemos além do uso do
colar elizabethano, colírios à base de associações de antibióticos e anti-inflamatórios.
Monitoramos a PIO para avaliar a necessidade ou não da manutenção dos hipotensores
oculares por um período ainda.
11. O animal sofre? Como é a anestesia?
Além de não haver sofrimento para o animal,
uma vez que é imprescindível a anestesia
geral, hoje os protocolos de controle de dor
fazem parte do código de ética profissional,
o animal se recupera da anestesia aliviado
de um desconforto que, muitas vezes, era vivido há anos. Temos relatos de clientes que
dizem: “acreditava que o meu animal fosse
quietinho devido à idade, mas não, depois
da cirurgia (e mesmo naqueles casos onde
não há possibilidade de recuperar visão) ele
voltou a brincar e correr pela casa”.
12. O animal precisa ser internado? Se sim,
durante quanto tempo, em média?
Não, não há necessidade de internação, o
animal retorna a sua casa geralmente após
duas horas e meia.
Dr. Jorge Pereira
16
Revista Hot Pets
Animais em risco de extinção
Tucano
P
ertencente à família Ramphastidae, o tucano
tem origem nas florestas
tropicais da América Central
e do Sul e possui cerca de
41 espécies diferentes. No
Brasil, o tucano é encontrado no Pantanal, no Cerrado
e na Amazônia. Ele é um
animal onívoro, alimenta-se
de insetos, pequenos lagartos, lagartixas, ovos, filhotes
de outros pássaros e, principalmente, frutas e sementes. Seu sistema digestivo é
extremamente curto, o que
explica sua base alimentar, já
que as frutas são facilmente
digeridas e absorvidas pelo
trato gastrintestinal. Seu hábito alimentar é diurno, costuma descer ao solo para
aproveitar-se dos frutos que
estejam caídos.
Interessante é o fato
do tucano, diferente das demais aves, possuir dois dedos para frente e dois dedos
para trás, sendo assim muito mais fácil de se equilibrar
nos galhos das árvores. Com
um bico único no mundo,
grande e colorido, ganhou
admiradores por todos os
continentes. Apesar de gran-
de, forte e poderoso, o seu bico não é pesado, já que é formado por uma estrutura óssea alveolar, que o torna leve,
não tendo qualquer interferência no seu voo. Sua coloração
e seu tamanho ajudam também na hora do acasalamento,
atraindo as fêmeas.
É monogâmico territorialista. Não há dimorfismo sexual e a sexagem pode ser feita por análise de seu DNA. Sua
reprodução ocorre no final da primavera e a fêmea bota de
2 a 4 ovos em ninhos localizados no alto dos troncos das
árvores. O casal se reveza na tarefa de chocar os ovos, os
quais eclodem entre 16 e 20 dias. Ao nascer, sua aparência é
desproporcional; seu bico é grande e o corpo, pequeno; os
olhos só abrem após três semanas e os pais cuidam de seus
filhotes até eles saírem dos ninhos, o que ocorre em seis
semanas. A coloração do bico só é definida meses após o
nascimento.
É facilmente domesticável quando filhote. Na floresta
ele defende seu território ferozmente. O tucano é uma espécie ameaçada de extinção devido ao desmatamento nas
florestas. Além disso, tem sido capturado e traficado para
outros países a fim de ser vendido em lojas de animais. Isto
tem como consequência a diminuição de sua população nas
florestas, pondo em risco a variabilidade genética, como
também a morte de muitos animais durante o transporte.
Revista Hot Pets
17
Capa
Celso
Cavallini
Texto: Jéssica Leal
Fotos: Marise Toffani
A
pesar de ter feito
duas faculdades, de
engenharia e de comunicação, Celso Cavallini,
capa da nossa quinta edição,
trabalhava mesmo dando aulas de jiu-jítsu, esporte que
este renomado apresentador
pratica até hoje. Com esse
amor pelo esporte, começou
a dar muitas entrevistas sobre
defesa pessoal até que um dia
concedeu uma entrevista à
um programa de TV. Celso se
saiu muito bem e foi convidado para ter um quadro fixo e
depois disso, nunca mais parou.
Já comandou 4 programas e apresentou 30 quadros
ao longo de sua carreira. Trabalhou em grandes emissoras
de TV e há mais de 10 anos
trabalhando como apresentador, hoje integra o quadro
de um programa semanal e
tem suas reportagens de esportes espalhadas por toda
18
Revista Hot Pets
Cavallini entrou em jaulas com leões
e tigres, ficou em pé em cima de um
avião sem paraquedas e de um carro
andando em duas rodas
programação da emissora. Entre algumas de
suas proezas, Cavallini entrou em jaulas com
leões e tigres, ficou em pé em cima de um
avião sem paraquedas e de um carro andando em duas rodas, fez mergulhos noturnos
com tubarões no meio do Pacífico, travessias
de cavernas perigosas, andou com os pilotos
mais rápidos de Rally, Indy e Stock Car, mergulhou em abismos alagados etc. Seu programa é apresentado em uma arena de praia
com plateia, dançarinas, shows e músicas. As
provas são sempre divertidas e com temática de praia e verão. Elas funcionam também
como dicas de brincadeiras para a garotada
e incentivam a prática de atividades ao ar livre.
Depois de tantas qualidades e atribuições descritas, falaremos agora sobre um
dos amores de Celso Cavallini, uma doce e
meiga bulldog chamada Bora. Por morar em
apartamento, Celso teve de optar por uma
raça não muito ativa, recebeu a indicação de
um bulldog e até hoje não se arrepende. Ele
Celso, inclusive, acha que ela
é a única cadela no mundo que
dorme instantaneamente.
escolheu o nome com inspiração na ilha de
Bora-Bora, um lugar tranquilo e paradisíaco,
que para ele representa a mesma tranquilidade de estar com ela no colo. Bora tem um
temperamento surpreendente, ela é muito tranquila, embora, sempre esteja pronta
para passear e brincar. Anda sempre atrás de
Celso. Se ele se sentar ou parar em algum
lugar, ela deita encostada na parte mais próxima do corpo dele e, simplesmente, dorme.
Celso, inclusive, acha que ela é a única cadela no mundo que dorme instantaneamente.
Muitas vezes, ele acha que Bora está fingindo dormir só para que ele não saia de perto dela. Bora tem uma mania bem curiosa,
ela dorme com a língua pra fora e quando
está com muito sono, mas não quer dormir,
fecha um olho só! Como todos sabem, um
animal de estimação pode mudar a vida de
uma pessoa e para Celso, a Bora fez uma diferença e tanto. Antes, ele usava a casa praticamente para dormir, não a via como um
lar, depois que Bora entrou na sua vida, seu
apartamento passou a ter um jeitinho de lar
aconchegante e agora, sempre que pode, dá
uma passadinha em casa para ver sua amiga
e quando viaja, volta no primeiro voo disponível. Celso diz que o contato com esse amor
incondicional de um animal de estimação faz
bem a ele, o acalma e recarrega as energias.
A rotina do Celso com a Bora é bem
fiel, eles passeiam pela manhã e no final da
tarde, quando ele chega do trabalho. A noite
ela fica com ele até na hora de dormir. Toma
banho a cada duas semanas e passa pelo veRevista Hot Pets
19
terinário a cada 2 meses, come a ração que
o médico indicou, mas sempre “belisca” uma
comidinha na hora do jantar, apesar de Celso
saber que não deve, ele não resiste em dividir. Se Celso precisar se ausentar por mais
tempo, Bora não fica preocupada, pois com
a companhia de mais dois cachorros tem o
lar da sua “vó” para ficar, brincar e fazer muitas bagunças, afinal, casa de vó serve para
isso.
Celso nos contou um episódio curioso, porque não dizer, engraçado. Uma vez,
quando Bora era um lindo filhote, ele veio ao
Rio de Janeiro cedo para trabalhar e retornaria no final da tarde. Por causa do mau tempo, o voo foi cancelado e ele só pôde voltar
20
Revista Hot Pets
no dia seguinte. Quando chegou em casa, na
manhã seguinte, para a sua surpresa, Bora
havia devorado o sofá e tinha espuma por
todo lado e na sua ração mesmo, ela nem
tocou. Claro que Celso sabe que foi um ato
de revolta por ter ficado tanto tempo sozinha.
Mas o que realmente impressiona
nosso apresentador é que ela sabe exatamente quando Cavallini não está feliz e
nestas horas, ela é sempre mais carinhosa
e atenciosa que normalmente. Ele chegou a
nos confessar que às vezes acha que Bora o
conhece mais que ele mesmo. Celso indica
a raça para quem deseja ter um animal de
estimação, pois é muito companheira e fiel.
Leonardo da Vinci
Arte
Flávia Mendonça Alkmim
L
eonardo di ser Pietro da Vinci,
conhecido apenas como Leonardo
da Vinci, nasceu em 15 de abril de
1452, no vilarejo de Anchiano, em Toscana,
na Itália. Ele era filho ilegítimo de Pietro
da Vinci com uma camponesa de nome
Caterina.
Sobre sua infância sabe-se muito
pouco. Na adolescência, Leonardo foi
influenciado por duas
personalidades marcantes da época: Lourenço de Médici, um
estadista italiano, e
o maravilhoso artista
Andrea del Verrocchio.
Foi no ateliê de
Verrocchio que da Vinci
teve uma educação
nas ciências humanas,
aprendeu desenho técnico, química, metalurgia, mecânica, carpintaria, trabalhou com
materiais de couro e
metal e também técnicas artísticas de
desenho, pintura, escultura e modelagem.
Em 1474, ajudou Andrea na obra “O Batismo de Jesus” e,
segundo Giorgio Vasari, conhecido por suas biografias de artistas
italianos, Verrocchio, depois dessa pintura,
decidiu nunca mais pintar, pois disse que
Leonardo o tinha superado em técnica e
genialidade.
Apesar de ter se destacado como
cientista, matemático, engenheiro, inventor,
anatomista, escultor, arquiteto, botânico,
poeta, músico, além de precursor da
aviação e da balística, Leonardo da Vinci era
conhecido como pintor. Suas obras “Mona
Lisa” e a “Última Ceia” estão entre as mais
famosas e foram as mais reproduzidas e
parodiadas de todos os tempos.
Ele retratou os animais com perfeição e
beleza em algumas de suas obras e dentre
elas se destacam “Leda e o cisne” – seu
único nu – e “A Virgem, o Menino com Santa Ana” onde da Vinci retrata Santa Ana,
Maria e Jesus que
brinca com o cordeiro, que representa seu próprio sacrifício. O cavalo é outro
animal presente em
suas obras e encontrado em um de seus
diários com o título de
“Estudo de um cavalo”.
Leonardo da Vinci
era considerado por
muitos o maior gênio da história graças
ao seu talento para
ciências e artes, sua
engenhosidade
e
criatividade, além de
suas obras polêmicas. Teve ideias muito
além de seu tempo,
como um helicóptero,
um tanque de guerra, uso da energia solar,
calculadora, entre outras.
Uma frase escrita por Giorgio Vasari,
define bem a figura desse gênio: “De
tempos em tempos, o Céu nos envia alguém
que não é apenas humano, mas também
divino, de modo que através de seu espírito e
da superioridade de sua inteligência, possamos
atingir o Céu”.
Revista Hot Pets
21
Aves
Águia Americana
S
ímbolo nacional dos Estados
Unidos, a águia é uma ave
muito admirada e conhecida
mundialmente. Vive principalmente perto do
mar, de rios e lagos, desde o Alasca e a parte ártica do Canadá até ao golfo do México.
A fêmea, normalmente, é maior e mais bela
que o macho. Facilmente reconhecida
pela cabeça, pescoço e cauda brancos;
as mais novas têm a cabeça e a cauda
22
Revista Hot Pets
marrons ou castanhas. A plumagem branca só aparece quando a águia tem mais ou
menos cinco anos de idade. Como outras
aves de rapina, possui um bico grande, curvo e afiado, que serve para dilacerar a sua
comida.
Animal oportunista come presa viva
ou carne putrefata. O peixe compõe a maior
parte de sua dieta, mas também come pequenos mamíferos, pássaros e répteis que
consegue atacando animais vivos. Caça de
dia, aguentando sucessivas horas de voo e
atingindo grandes alturas.
Tem como instinto formar casais permanentes e quando os filhotes conseguem
voar e caçar sozinhos, são expulsos do ninho
pelos pais que lhes negam alimento. Coloca
em média 3 ovos por ninhada e o período de incubação é de aproximadamente 35
dias. Constrói seu ninho na copa de árvores,
utilizando galhos, gravetos e grama seca. A
cada ano que passa a águia vai aumentando o seu ninho. Quando adulta, mede cerca
de 78cm de altura e de 1,8m a 2,25m de
envergadura; pesando mais de 4kg.
Aos quarenta anos ela
tem que tomar uma séria e
difícil decisão
Em nossa vida, muitas vezes, temos
que fazer como a águia, nos resguardar por
algum tempo e começar um processo de
renovação. Para que continuemos a voar a
caminho da vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor.
A águia possui uma grande longevidade da espécie, chega a viver setenta
anos. Mas para chegar a essa idade, aos
quarenta anos ela tem que tomar uma
séria e difícil decisão. Com essa idade ela
está com as unhas compridas e flexíveis,
não consegue mais agarrar suas presas
das quais se alimenta. O bico alongado e
pontiagudo se curva, apontando contra
o peito. As asas estão envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e
voar já é tão difícil. Então a águia só tem
duas alternativas: morrer ou enfrentar
um dolorido processo de renovação
que irá durar cento e cinquenta dias.
Esse processo consiste em voar para
o alto de uma montanha e se recolher
em um ninho próximo a um paredão
onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater
com o bico em uma parede até conseguir
arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer
um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas
começam a nascer, ela passa a arrancar as
velhas penas. E só cinco meses depois sai
para o formoso voo de renovação e vive então mais trinta anos.
Revista Hot Pets
23
Cães e Gatos
10 dicas para quem prefere cães
5. Um cão dá trabalho e despesa. Ele
não deverá ficar preso em casa durante todo o dia. Precisará ser levado
para passear uma ou duas vezes por
dia, para fazer suas “necessidades”,
exercitar-se, pegar sol (de preferência pela manhã) e conviver com outros cães.
6. Se você viaja com frequência ou costuma passar os fins de semana fora,
o ideal é que leve o animal com você.
Se não fizer isso, ele sentirá a sua falta. A alternativa é deixar num hotel
para animais ou com pessoa de confiança e que conheça o animal.
1. A escolha da raça é importante. Ela deve
levar em conta diversos fatores, como:
espaço disponível; objetivos pretendidos com o animal; tamanho do animal; tipo de pelagem; tendência para
latir etc. Existem mais de 400 raças.
2. É preciso não esquecer que o filhote
cresce, e, dependendo da raça, cresce
muito.
3. Os vizinhos podem não gostar de
cães, como você, principalmente dos
latidos durante a noite, e isso poderá
levar a grandes aborrecimentos.
4. Um cão bem tratado viverá por 15
anos ou mais. Ao comprar ou adotar um cão você estará assumindo
uma responsabilidade durante muito
tempo. O animal cria laços de amizade e de dependência muito fortes
com você e sua família. Pense bem
nisso, antes de tomar a decisão.
24
Revista Hot Pets
7. Será preciso levar seu cão, periodicamente, à clínica veterinária, para exames de rotina e a execução de um
programa de vacinação.
8. A legislação e as resoluções do condomínio precisam ser cumpridas para
evitar aborrecimentos ou problemas
graves de acidentes, que podem ser
fatais.
9. Não é bom exagerar nas roupas e
enfeites. Trata-se de um animal e
não de gente.
10.Mesmo que você não deseje que
seu cão seja um artista de circo, capaz de executar truques e malabarismos, será preciso educá-lo, socializálo. Ele não deverá pular em você e
intrometer-se, por ciúme, na vida dos
membros da sua família, por exemplo. E também não poderá destruir
a sua casa nem comer em cima da
mesa, entre outras travessuras.
Cães e Gatos
10 dicas para quem prefere gatos
1. Há muito menos raças de gatos do
que de cães e as variações de forma
e tamanho são muito menores, mas
é bom obter assistência de quem entenda do assunto no momento de escolher um filhote para criar.
2. Os gatos de pelo curto dão menos
trabalho do que os de pelo longo,
pois estes exigem escovações mais
constantes, embora todo gato precise
ser escovado e penteado para remover os pelos soltos que, se engolidos,
podem fazer mal.
3. Gatos e cães são animais de gêneros
(zoologicamente falando) muito diferentes. Eles não têm praticamente
nada em comum. É importante compreender que nenhum felino é submisso, o que não quer dizer que não
seja carinhoso e bom companheiro. A
característica mais marcante do gato
é a independência. É por isso que costuma-se dizer que é o gato que tem o
dono e não o dono que tem o gato.
6. Gato exige limpeza e isso refere-se à
água, à caixa de areia, ao comedouro
e ao ambiente em geral.
7. Gato estressa-se com muita facilidade. Ele detesta barulho, vento, excesso de luz e agitação.
8. O gato passa a maior parte da vida
dormindo. Providencie um lugar calmo, silencioso, com pouca luz e confortável para ele dormir sossegado.
9. Não tente ensinar nada a seu gato.
Deixe a bandeja, o bebedouro e o
comedouro sempre no mesmo lugar,
que o resto ele resolve sozinho.
10.Se você fornecer ao seu gato tudo que
ele precisa, o risco dele incomodar os
vizinhos é pequeno, mas há raças que
miam mais do que outras.
4. Nunca deixe o gato numa situação
sem saída, porque ele reagirá com
“unhas e dentes”. Um gato contido
torna-se uma fera incontrolável e é
capaz de machucar muito uma pessoa ou outro animal. Por isso, quando
você estiver abraçado com seu gato e
ele quiser sair, solte-o imediatamente.
5. Gato pode tomar banho desde que
num pet shop com gente habilitada,
mas de modo geral, eles limpam-se
sozinhos. Quando têm a companhia
de outro gato, eles se ajudam.
Revista Hot Pets
25
Ecologia
Luiz Octavio Pires Leal
É
uma palavra usada no dia a dia
e que teve seu significado muito
ampliado. De um termo inicialmente científico, evoluiu para um vocábulo
popular.
26
Revista Hot Pets
Fala-se, hoje, num “passeio ecológico”; numa “casa ecológica”; num “jardim
ecológico” e coisas do gênero. Mas, quando foi criada, em 1866, pelo naturalista alemão Ernst Heinrich Haeckel, era uma palavra
com precisão científica, derivada do grego
(oíkos= casa, no sentido de habitação, bens
materiais sociais + logía= ciência, tratado,
discurso).
Ecologia, portanto, é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e
com o meio ambiente. Há autores, entretanto, que definem o termo como significando
“ciências das populações comunitárias ou
estudo das comunidades bióticas”.
A ecologia está dividida em diferentes
especialidades. A animal limita-se às comunidades de animais; a vegetal, tecnicamente
conhecida como fitoecologia, estuda as comunidades das plantas; a ecologia energética, trata das trocas de energia e a bioecologia – a mais abrangente – estuda o conjunto
de animais, vegetais e os fatores ambientais.
Todas as espécies vegetais e animais
evoluíram, durante os milênios da formação
da biosfera (conjunto de locais onde existe
vida) do planeta Terra, a partir de microrganismos originários do mar.
Essa evolução foi extremamente lenta
e harmônica de modo que cada ser vivo –
vegetal ou animal – foi se adaptando, gradativamente e em conjunto, para compor a
fauna e a flora marítima e terrestre.
Acontece que durante esse processo
evolutivo, surgiu o homem com sua capacidade grande e crescente de introduzir alterações bruscas no meio ambiente terrestre e
marinho.
Como o homem introduz essas modificações bruscas e violentas no meio ambiente? De inúmeras maneiras: derrubando
e queimando florestas; pescando e caçando
excessivamente; emitindo gases poluentes
e os de efeito estufa; impermeabilizando
o solo como as ruas e estradas asfaltadas;
contaminando o solo, a atmosfera, os animais, as nascentes, os rios, as lagoas, os lençóis freáticos; os aquíferos (grandes reservas
subterrâneas de água doce); os mares, os
animais e as pessoas, com inúmeros produtos químicos além de lixo de longo tempo de
degradação.
Ao que tudo indica, um número cada
vez maior de pessoas já adquiriu o que se
chama de “consciência ecológica”, ou seja,
de que toda e qualquer interferência do homem na natureza acaba – a curto, médio ou
longo prazo – custando um preço que precisará ser pago em termos de qualidade de
vida para o próprio homem.
Quando se reduz ou extermina, por
exemplo, determinada espécie animal, mesmo que seja um minúsculo inseto, altera-se
o ambiente natural e isso porque ele faz parte de um conjunto, de uma parte da biosfera
com ação, por exemplo, na fertilização do
solo, da cadeia alimentar e assim por diante.
A extinção ou redução substancial de
qualquer espécie animal ou vegetal, terrestre
ou marinha causa uma reação em cadeia que
termina no topo, que somos nós, os primatas
superiores classificados como Homo sapiens.
Teve seu significado muito
ampliado. De um termo
inicialmente científico,
evoluiu para um vocábulo
popular
Essa preocupação, portanto, às vezes
até romântica ou exagerada dos ecologistas
ou dos insistentes extremistas, vulgarmente
conhecidos como “ecochatos”, faz absoluto
sentido, mas embora uma “atitude ecológica” ou preservacionista seja dever de todos,
a ecologia é uma ciência e os ecologistas os
profissionais dessa ciência.
Revista Hot Pets
27
Saúde
Hipertensão em cães e gatos:
Um mal silencioso
Dra. Ellen Jaffé Pracownik
(cardiologista veterinária)
A
hipertensão sistêmica
é o aumento da pressão arterial sanguínea sistêmica. Embora a hipertensão arterial seja uma
das causas mais comuns de
morbidade e mortalidade na
medicina humana, na veterinária ainda se transita pelas
primeiras etapas de diagnóstico e pela sua compreensão, já que a aferição da
pressão arterial não faz parte da rotina clínica diária. A
hipertensão sistêmica pode
ser classificada como primária ou secundária. Na medicina veterinária, a hipertensão normalmente é secundária a doenças sistêmicas.
A hipertensão primária (sem
causa definida) é mais rara,
mas já há estudos que dizem
que 18 a 20% dos gatos hipertensivos tem hipertensão
primária. A hipertensão secundária pode ser causada
por hiperadrenocorticismo
(doença hormonal que aumenta o cortisol sanguíneo),
doença renal, doença da tireóide (hipo ou hipertireoidismo), diabete mellitos, do-
28
Revista Hot Pets
Dra. Ellen Jaffé Pracownik
ença hepática, uso de medicamentos como
a eritropoietina e esteróides (corticóide),
policitemia (aumento circulante dos glóbulos vermelhos no sangue), feocromocitoma
(tumor na glândula adrenal, próxima ao rim),
hiperaldosteronismo primário (aumento
da aldosterona no sangue), anemia crônica e obesidade (incomum). A doença renal
é a causa mais comum de hipertensão em
pequenos animais. E a própria hipertensão,
causada ou não por doença renal, pode provocar lesões renais. Mas deve-se lembrar
que a ansiedade e o estresse do animal também aumentam a pressão arterial.
A hipertensão deve
ser considerada em gatos
idosos, com início súbito de
cegueira.
A hipertensão arterial provoca lesões
nos olhos, coração, cérebro e rins.
Os sinais clínicos mais comumente
encontrados são: aumento da ingestão de
água e perda de peso, cegueira aguda, aumento da diurese, vômitos, convulsões, alterações cardíacas, alterações oculares, fraqueza e anormalidades de comportamento.
Também se pode observar outros sintomas
neurológicos como desorientação e distúrbios de equilíbrio.
A maioria dos casos de hipertensão
felina está relacionada com anormalidades
oculares e ou cardíacas no exame físico e
evidências de disfunção renal nos exames
laboratoriais. As causas mais comuns de hipertensão felina são: a doença renal crônica
e o hipertireoidismo. As manifestações clínicas mais comuns de alterações oculares em
cães e gatos são: hemorragia e degeneração
de retina, mas também pode haver glaucoma. A hipertensão deve ser considerada em
gatos idosos, com início súbito de cegueira.
Infelizmente, na maioria dos casos, o gato
não volta a enxergar, mesmo após o início
do tratamento.
Alterações cardíacas estão associadas com sopros cardíacos, alteração de ritmo cardíaco (ritmo de galope), aumento do
coração e sangramento nasal. Além disso,
complicações cardiovasculares podem levar
o animal a óbito.
Animais com sinais clínicos de hiper
tensão e elevada pressão arterial devem receber terapia anti-hipertensiva para diminuir
a pressão arterial e consequentemente
os sinais clínicos relacionados. A decisão
do tratamento e da droga anti-hipertensiva depende de vários fatores, incluindo a
causa prevista da hipertensão, a presença de
lesão em algum órgão e a gravidade do aumento da pressão sanguínea.
A determinação da pressão arterial
em cães e gatos é muito importante, já que
a hipertensão pode ocasionar alterações significativas no paciente. Animais idosos são
mais predispostos a desenvolver doenças
que provocam a hipertensão arterial sistêmica, sendo recomendado a aferição da pressão em todos os animais acima de dez anos,
principalmente. Além de tratar a doença de
base, quando a hipertensão é diagnosticada
como secundária, protocolos de tratamento
têm sido desenvolvidos e podem ajudar no
controle da hipertensão.
Portanto, se o seu cãozinho ou gatinho é um paciente idoso, converse com o
seu veterinário. A prevenção e o diagnóstico precoce podem evitar graves problemas
para o seu animal.
A determinação da pressão
arterial em cães e gatos é muito
importante, já que a hipertensão
pode ocasionar alterações significativas no paciente.
Revista Hot Pets
29
Raça
Úrsula, uma
Chow Chow
carinhosa e ciumenta
D
ona Adriana Guariniello Marinho, proprietária da Chow
Chow Úrsula, é uma economista paulista, formada na FAAP, que já exerceu cargos importantes durante mais de 10
anos em grandes empresas, mas que, para
acompanhar o marido, engenheiro de portos, Fernando Marinho, mudou-se para Santa Catarina, depois para Campos dos Goytacazes e finalmente para o Rio de Janeiro,
onde nasceu seu filho, louro, lindo, risonho
e de olhos azuis, agora com pouco mais de
um ano e que tem o nome do pai.
30
Revista Hot Pets
O menino é vidrado pela cadela que
o trata com um certo ar de superioridade,
mas com carinho, suportando bem os puxões que leva do companheiro.
Embora de temperamento dócil, a
cadela denuncia seu ciúme quando o engenheiro chega à noite em casa e disputa com
a criança quem conseguirá receber atenção
em primeiro lugar.
Fomos recebidos pela Da. Adriana,
que nos concedeu a seguinte entrevista:
HP - Onde adquiriu a Úrsula?
Num pet shop, no Balneário de Camburiú,
na época com quatro meses de idade.
HP - O que a fez decidir por essa raça?
Quando decidi comprar o primeiro Chow
Chow, dois meses mais velho do que a Úrsula, morávamos num apartamento pequeno.
Eu queria um cachorro que não latisse muito
era um Chow Chow, porém extremamente
agressivo e que me atacou na cabeça, ao
meu marido no braço, além de outras pessoas. Em todos os casos os ataques foram
repentinos, nunca houve qualquer motivo
ou situações que pudessem desencadear
uma reação agressiva por parte dele. Tudo
isso ocorreu depois de termos tomado todas
as providências para controlar seu temperamento.
O Bruce e a Úrsula foram criados
juntos. Ele se tornou uma fera e ela sempre
foi extremamente dócil. Fomos obrigados a
doá-lo, deixando claro o problema do seu
temperamento, e ficamos só com ela.
e que fosse limpo e calmo.
Pesquisei muito antes de comprá-lo e li em
várias fontes que tratava-se de uma raça
temperamental, que só faz o que quer, mas
nunca li nada que sequer sugerisse que animais dessa raça poderiam ser extremamente
agressivos. Então, decidi comprá-lo.
HP - Como descreve o temperamento do seu
cão?
Cada animal tem o seu próprio e único temperamento, mesmo sendo da mesma raça.
Falando especificamente da Úrsula, ela é
uma cadela maravilhosa, muito limpa, quase
não late, se dá bem com outros cães, é muito
dócil, mas não gosta muito de brincar.
Muito teimosa e ciumenta, só faz o que quer,
detesta banho e tem muita paciência com
nosso filho, apesar de alguns cães dessa raça
não se relacionarem muito bem com crianças.
Quando chega uma visita, ela fareja bastante
e depois se afasta, com um ar indiferente.
HP - A senhora já teve alguma experiência
traumática com a Úrsula?
Não com a Úrsula, mas com o que compramos pouco antes dela, o Bruce. Também
HP - Na sua opinião, o Chow Chow é um
bom cão de guarda?
No caso da Úrsula, não. Ela até late quando
tem algo errado, mas não faz nada além disso.
HP - Como alimenta o seu animal?
Uso ração de primeira qualidade.
HP - Costuma passear com a Úrsula?
Raramente, até porque o clima do Rio de Janeiro é muito quente para ela.
HP - Ela é muito agitada?
De jeito nenhum. Ela é muito pacata.
HP - Estranha as visitas?
Estranhar no sentido de avançar, jamais. Ela
fareja para conhecer a pessoa, mas só isso.
Cada animal tem o
seu próprio e único
temperamento, mesmo
sendo da mesma raça.
Revista Hot Pets
31
HP - Fica pedindo comida quando a família
está à mesa?
Não, ela é muito educada. O máximo que ela
faz, quando está com muita vontade, é ficar
olhando.
HP - A Úrsula se dá bem com os outros
membros da família ou é do tipo “cão de um
dono só”?
Ela se dá muito bem com todos, fica muito
tempo comigo e sempre faz festa quando
volto da rua, mas acho que ela tem uma ligação especial e maior com o meu marido.
HP - Toma banho em casa ou em pet shop?
Só em pet shop, pois ela precisa ficar bem
seca por causa da pele que, se ficar úmida,
pode resultar em feridas.
HP - Ela tem problema de cheiro forte, que
incomoda as pessoas?
Não. Ela só exala um odor diferente quando
está muito nervosa ou com muito medo.
HP - A Úrsula já teve algum problema grave
de saúde?
Não, mas ela é alérgica e de tempos em tempos preciso levá-la a um especialista.
HP - Algum conselho para quem esteja pensando em ter um animal da raça Chow Chow?
É preciso ter cuidado, porque trata-se de
uma raça potencialmente agressiva.
32
Revista Hot Pets
O Chow ou Chow Chow um cão que
parece urso, é originário da Mongólia, país
encravado entre o sul da Rússia e o norte da
China e com um terço da população nômade.
A ideia inicial de que ele teria, ao menos parcialmente, ursos como ancestrais,
provou estar cientificamente equivocada.
Eles são como os demais cães, descendentes
do lobo, ou seja, pertencem ao gênero Canis
e à espécie familiaris.
Sobre esse cão há estátuas com 4.000
anos de idade e documentos datados do
ano 1.100 a.C. É, portanto, uma das raças
mais antigas do planeta, mas que mantémse com poucas mudanças. Chow é uma palavra que deriva de Chaou, que significa animal muito forte.
O Império Mongol, atualmente uma
república parlamentarista, foi, há tempos,
invadido pela China para onde os mongóis
levaram os Chow, que eram considerados
cães de guerra, de guarda, de tração de trenós e também de caça por sua grande força
e olfato apurado. Eram os cães de estimação
dos imperadores da China, que mantinham
muitos exemplares em seus palácios.
Em meados do século XVIII, levados
para a Inglaterra, foram parar em jardins zoológicos para serem mostrados como animais selvagens. Mas os nobres britânicos
gostaram da raça e, em 1895, fundaram o
Chow Chow Club e anos depois eles viraram
sinal de riqueza e de status.
Nos anos 30 e 40, nos Estados Unidos, foram produzidos em grandes quantidades, porque tornaram-se os cães da moda
e, gradativamente, deixaram de ser animais
de múltiplas utilidades transformando-se
em animais domésticos.
O Chow Chow é uma raça diferente.
Sua língua é azul, como a dos ursos azuis
do Tibet e da Manchúria. Outra semelhança
com os ursos é o corpo quadrado e o focinho curto.
Siamês
O
siamês é, por muitos, chamado
de “príncipe dos gatos”, título
conquistado por sua elegância de corpo e, também, pela graça de seus
movimentos. Entre os gatos de pedigree é o
mais conhecido. Assemelha-se a uma estátua do antigo Egito, possui um olhar enigmático e profundo e é um exótico bichano.
Sua popularidade é tão grande que é considerada a segunda raça com maior número
de nascimentos ao ano, só tendo à sua frente o persa. Uma das primeiras raças a chegar
ao Brasil, de enorme popularidade, cativada
pelos seus belos olhos azuis e natureza amável.
Originária do Sião, atual Tailândia, a
raça foi durante séculos criada e protegida
dentro de templos. Exemplares da raça eram
dados como presente à visitantes ilustres
pela família imperial do Sião, dessa forma,
aos poucos, foi sendo introduzido em outros
países.
Só no século XIX começou a surgir em
exposições na Inglaterra e no início do século XX na América.
Felino de pelagem curta e aderente ao
corpo, textura fina, mas brilhante. As cores
predominantes da raça são: corpo com uma
coloração creme e extremidades com castanho muito escuro, quase preto. O siamês
tem um corpo longilíneo, de porte médio,
com membros posteriores longos e finos. O
siamês moderno deve ter a cabeça em forma de triângulo perfeito - larga na altura dos
olhos e menor na ponta, na direção do queixo, com contornos delicados, pescoço alongado e orelhas de base larga terminadas em
ponta. Os olhos são oblíquos em forma de
amêndoa, inclinados na direção do nariz. A
cauda é longa, fina e pontiaguda na extremidade, mas há casos que a cauda é peluda
Raça
seguindo as características de seu corpo.
Com relação aos cuidados, a fêmea requer atenção especial no cio. Os sintomas
são bastante fortes e podem ser notados
por todos, pode rolar pelo chão, gemendo,
ou correr pela casa, rasgando e arranhando
tudo o que encontrar pela frente. É importante que ela tenha um companheiro o mais
rápido possível. Um mês depois do acasalamento, suas tetas começam a inchar e os
filhotes podem ser sentidos em seu ventre.
Eles nascem brancos e vão mudando de cor
à medida que crescem. Com o macho não é
necessária atenção tão especial assim, pois
o comportamento dele é contrário ao da fêmea.
Uma escovação de dureza média, que
possa tirar os resíduos e a poeira, mas, sobretudo os chamados “pelos mortos”, bastante numerosos no período da muda, é
indispensável. Uma escova mais macia para
alisar a pelagem e mantê-la espectacular é
uma boa dica para o cotidiano.
O siamês é o companheiro ideal para o
apartamento.
Revista Hot Pets
33
Saúde
Mal-estar em geral e coração:
o que tem a ver?
Dr. Moyses Fonseca Serpa
(cardiologista veterinário)
P
ara nós, veterinários especializados em cardiologia, a arguição
acima é preocupante, haja vista
que os animais que têm problemas cardíacos
são tratados com remédios para diminuir a
quantidade de água e sódio do organismo
e, também, com algumas drogas vasodilatadoras.
Por exemplo: os diuréticos, os bloqueadores adrenérgicos e IECAS.
Nesses distúrbios orgânicos, os animais
perdem muita água, de forma rápida e súbita. Acrescente a este problema algumas
drogas que causam também a desidratação,
perda de eletrólitos (principalmente sódio) e,
consequentemente, reduzem a pressão sanguínea.
Se o animal já está desidratado por
causa do distúrbio digestivo grave e seu
dono, zeloso como sempre, não deixa de
dar os medicamentos na hora programada,
acreditando que se trata apenas de um malestar, com certeza a doença cardíaca sairá do
34
Revista Hot Pets
controle e o animal poderá correr risco de
morte.
Distúrbios orgânicos são os sinais mais
evidentes dos transtornos gastrointestinais
e são frequentes na vida de um animal, pois
a origem do problema quase sempre está
dentro de casa, principalmente nas seguintes condições:
Ingestão de alimentos inadequados
como: pizza, sanduíches, doces, salgadinhos
e alimentos que são temperados com especiarias (alecrim, manjericão, pimentas diversas etc); mas também vemos com muita
frequência os animais receberem água ou
alimentos contaminados.
Daremos a seguir algumas dicas de
como evitar este problema. Mas antes enfatizo que os animais com doenças cardíacas
avançadas devem ter acesso ao médico de
forma rápida a qualquer sinal de alteração
no distúrbio digestivo.
1. Água
Habitualmente os donos de cães e gatos usam cubas para fornecer água e a ração. Nada errado até aí. O problema é que
esta cuba fica no ambiente à disposição do
animal a maior parte do dia, o que propicia
o acúmulo de impurezas e a contaminação
por microrganismos.
Evidente que esta forma não é mais
adequada. Recomendamos sempre que as
cubas, após o uso, sejam lavadas com de-
tergentes neutros e guardadas em um local apropriado. Alimento e água devem ser
oferecidos em horários pré-determinados e
sempre de boa qualidade.
2. Alimento
Da mesma forma, os cuidados com o
armazenamento devem ser rotineiros, e isto
começa na hora da compra.
Não compre ração vendida a granel,
pois a possibilidade de manipulação por
pessoas com as mãos sujas ou mesmo acúmulo de poeira ambiental é enorme.
Caso possível, mantenha o alimento do
seu animal na embalagem original e fechada de forma segura. Nas lojas de utilidades
domésticas encontram-se com facilidade alguns dispositivos para tal.
Não permita que o seu animal alimente-se de outro produto que não seja aquele
que ele está acostumado – nada de churrasco, frutos do mar ou qualquer alimento exótico.
Mas será que ele sabe que não pode
comer?
Algumas pessoas desavisadas (crianças
principalmente), querendo agradar o animal,
podem dar pequenas porções, como se fossem petiscos. Convenhamos, não é um risco
enorme?
3. Como resolver
Crie novos hábitos para o seu pet – discipline um horário para oferecer água e alimentos; mantenha a água em frasco fechado no refrigerador; compre alimentos para
períodos de tempo menores; não deixe de
lavar as cubas após cada uso.
Logo que possível converse com o médico do seu animal e peça orientação para o
caso de alguma emergência.
Não tenho dúvidas que ele irá ajudar.
Mas na dúvida, o jejum de alimentos e um
soro reidratante por via oral (pequenas porções em intervalos regulares), são as primeiras medidas a serem tomadas.
Revista Hot Pets
35
Entrevista
Grupo de Assistência e
Proteção ao Animal e
ao Meio Ambiente
Carlos Eduardo Pereira
(Diretor)
HP - Como surgiu a ideia do Grupo de Assistência e Proteção ao Animal e ao Meio Ambiente (GAPA-MA)?
O GAPA-MA teve sua origem simbólica em
05 de outubro de 1999, quando um filhotinho de vira-lata preto reuniu suas últimas
forças para ficar olhando para minha mulher
e pra mim, da varanda de um restaurante, no
distrito de Correas. Apesar de muito fraco,
aquele olhar inocente foi capaz de motivarnos, não apenas para resgatá-lo e salvá-lo,
mas para iniciar um trabalho sério e consistente que tem representado uma esperança
para os animais abandonados de Petrópolis,
Itaipava e outros Distritos, na região serrana
do RJ.
Hoje em dia, o Biriba está com 11 anos, um
“senhor grisalho” que adora jogar bola e nadar em dias quentes.
HP - Quais os objetivos do GAPA-MA?
Nossos objetivos prioritários são: a defesa
dos animais, a preservação e conservação do
meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável.
Para a consecução destes objetivos, o GAPAMA está habilitado a exercer diversas atividades técnicas, culturais e assistenciais, são
elas:
1. Provemos assistência médica-veterinária
aos animais: abandonados, assim entendidos os que vagam pelas ruas sem proprietário aparente e mal-tratados (ainda que possuam proprietário aparente e/ou conhecido);
2. Atuamos na área de defesa, saúde e bem36
Revista Hot Pets
estar animal, envidando todos os esforços
para a implementação de políticas de combate ao uso de animais em quaisquer tipos
de experiências, seja para estudo ou pesquisa, bem como atividades que submetam os
animais a sofrimento, humilhação e/ou esforços extremos, tais como rodeios, circos e
assemelhados;
3. Atuamos fortemente na área de controle populacional, mediante ações que priorizem a realização de castrações de animais
abandonados ou não, inclusive promovendo
campanhas, com ou sem patrocínio/apoio
do poder público ou da iniciativa privada;
4. Somos afiliados da WSPA – Sociedade
Mundial de Proteção Animal, com sede em
Londres, que funciona como uma Federação
que reúne mais de 1.600 ONG’s pelo mundo.
Desta parceria decorrem projetos comuns,
participação em eventos, seminários, campanhas e intercâmbio operacional, no Brasil
e no exterior;
5. Estamos sempre empenhados na promoção do voluntariado, como atividade essencial para o atingimento de nossos objetivos;
6. Sempre que procurados, acompanhamos
processos administrativos ou judiciais que
tenham por objeto a defesa dos animais e
do meio ambiente;
7. Elaboramos e implementamos campanhas
educativas, através dos meios de comunicação, com a participação dos cidadãos, empresas, instituições e organizações, objetivando o esclarecimento da população com
relação à posse e guarda responsável de
qualquer espécie de vida animal, cuidados
com o meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável;
8. Estimulamos e apoiamos o desenvolvimento de programas que utilizem animais
em ações que visem o bem-estar de pessoas
necessitadas de cuidados especiais;
9. Promovemos palestras e eventos sobre
temas que, direta ou indiretamente, contribuam para o desenvolvimento dos objetivos
da Associação, inclusive com a confecção de
material didático e técnico correspondente;
10. Realizamos, desde 07 de setembro de
2002, feiras/eventos quinzenais de adoção
de animais em Itaipava;
11. Vendemos produtos com a marca da
ONG, para divulgação da associação e angariar fundos para a realização de seus objetivos.
HP - Quantos profissionais trabalham no
GAPA-MA? Esse trabalho é voluntário?
Não temos funcionário. Todo trabalho realizado é em base 100% voluntária o que garante a utilização integral das receitas para
as atividades da ONG.
HP - Em média, quantos animais vocês abrigam e qual é a frequência de adoção?
Temos hoje seis lares provisórios, com capacidades diferenciadas, em função de serem
cães ou gatos e adultos ou filhotes. De um
modo geral, cada um deles abriga 10 animais na média. As adoções ocorrem numa
média acumulada de 23,2 animais/mês, podendo variar em função da época do ano e
do momento econômico do País. Vale destacar que, depois de recolhido, nenhum animal
retorna para as ruas e fica aguardando adoção sob nossos cuidados.
HP - Quem desejar ajudar, mesmo que não
possa adotar um animal, o que pode fazer?
Existem várias formas de ajudar, além de
adotar. As pessoas podem ser voluntárias e
ajudar nas feirinhas, ajudar divulgando nossas ações pela internet, buscando adotantes
e/ou contribuintes. Podem também adotar
virtualmente um animal idoso ou possuidor
de necessidades médicas especiais e ajudar
na sua manutenção.
HP - Qual o tratamento que os animais recebem antes de serem adotados?
Todos os animais passam por revisão veterinária, são vacinados, vermifugados e gatos/
gatas/cadelas castrados antes de serem doados.
HP - Quais são as maiores necessidades do
GAPA-MA?
As maiores necessidades, pela ordem, são:
a) Novas adoções;
b) Novos(as) voluntários(as);
c) Novos(as) contribuintes.
HP - É feito uma espécie de seleção com as
pessoas que desejam adotar os animais?
Certamente. O processo se inicia com uma
entrevista, onde procuramos nos certificar
da concordância familiar, da adequação do
espaço disponível para o animal e das condições da família para mantê-lo. Cada adoção
é formalizada através de um Termo Apropriado que define as responsabilidades do
adotante e nossa disposição em acompanhar o processo nos primeiros 6 meses, in-
Revista Hot Pets
37
clusive com visitas.
HP - Quais são as orientações passadas aos
novos donos?
Procuramos entender os desejos e expectativas da família antes da adoção e, com
nossa experiência, muitas vezes os desestimulamos. Existem interessados que não têm
consenso familiar, não possuem espaço adequado, pretendem deixar o animal sozinho
por longos períodos ou apenas tê-lo como
cão de guarda, sem interagir com pessoas.
HP - É feito um acompanhamento junto a esses novos donos no sentido de saber como
os animais adotados estão sendo tratados?
O acompanhamento é uma das partes mais
importantes do nosso trabalho e é feito através de ligações telefônicas e visitas de avaliação e orientação.
HP - Quem quiser adotar como deve proceder?
Deve entrar em contato diretamente conosco, através do site www.gapaitaipava.org.br, pelo
atendimento eletrônico (24)2222.8419 ou
38
pelo e-mail [email protected]
Quem puder, deve também comparecer a
uma de nossas feiras de adoção, em Itaipava, todo primeiro e terceiro sábado de cada
mês. Mais informações sobre local e endereço podem ser encontradas no site do GAPA.
HP - Como funcionam os lares temporários?
São casas de voluntários que acolhem e
participam da preparação, apresentação e
hospedagem dos animais sob a responsabilidade do GAPA-MA. Trata-se de trabalho
extremamente importante, pois além dos
cuidados médicos, há também um trabalho de socialização de convivência, onde se
procuram avaliar as principais características
da personalidade para ajudar nas adoções.
Tentamos identificar quem é líder e quem é
submisso, quem aceita, ou não, gatos e cães,
quais gostam de crianças, quais são hiperativos, quais são mais obedientes e calmos.
Tudo buscando melhorar as chances da adoção. A ONG provê a alimentação, vacinação,
assistência veterinária e medicamentos para
os lares provisórios.
Carlos Eduardo Pereira
Revista Hot Pets
Bicho
geográfico
H
á tempos profissionais da área
de saúde pública vêm chamando a atenção dos proprietários de cães para a necessidade de recolher
as fezes dos animais das calçadas e praias e
promovendo uma meritória campanha.
Com muita razão, eles chamam a
atenção para o fato de que os cães podem
adoecer ao cheirar as fezes de outros cães.
Viroses e vermes podem ser adquiridos pelos
cachorros ao terem contato com ambientes
contaminados pelas fezes de animais doentes ou portadores. As fezes de cães e gatos
também contaminam a areia das praias, gramados e terra. Pisando nas fezes, as larvas
provenientes desses ovos penetram na pele
do ser humano podendo causar o chamado
bicho geográfico.
Saúde
Bicho geográfico é o nome popular
de uma doença originária dos cães e gatos
causada por parasitos intestinais (do grupo
dos nematelmintos) que, eventualmente,
podem ser transmitidos para a espécie humana. A contaminação ocorre pelo contato
com as fezes desses animais.
Defecando na terra, nos gramados ou
na areia, os ovos que são eliminados nas fezes transformam-se em larvas que penetram
na pele do homem causando a doença. As
maiores vítimas são as crianças por causa da
sua pele fina.
O bicho geográfico tem esse nome
porque caminha sob a pele da pessoa abrindo verdadeiros túneis que
causam muita
coceira. E quando a pessoa se coça corre o
risco de produzir lesões na pele que podem
acabar se infectando. Furar as bolhas é um
erro. Não funciona e pode agravar as lesões.
Há tratamento. Procure o dermatologista.
É muito importante, portanto, em defesa da saúde pública e do seu próprio animal, recolher as fezes que ele elimina durante os passeios.
Revista Hot Pets
39
A liberdade dos cães franceses
Luiz Octavio Pires Leal
N
ury, minha mulher, e eu, estávamos na gare,
em Paris, prestes a embarcar num TGV com destino a
Genève.
Tudo muito limpo, silencioso e pontual como sempre, mas algo nos pareceu esquisito. Tinha muita gente na
plataforma com um cão ao
lado. A maior parte de coleira,
mas sem guia. O que aquela
turma estava fazendo ali com
seus animais? Será que iriam
embarcar naquele trem de
luxo com passagem quase do
mesmo valor do que a de um
avião, para uma viagem que
não era assim tão curta? E,
em caso positivo, haveria um
compartimento especial para
alojar os cachorros?
As portas abriram. Nós
ficamos de olho, pois na entrada ao lado da nossa havia
uma senhora com um cão de
porte médio, não me lembro
a raça. Ela embarcou, tranquilamente e sentou-se com
o bicho poucas poltronas na
nossa frente. Ele deitado no
chão. E assim permaneceu até
a chegada ao destino. Sem
um latido. Sem nenhum sinal
de impaciência ou desconforto. Se bebeu ou comeu não
deu para perceber, mas não
incomodou ninguém. Foi como
40
Revista Hot Pets
Como acontece aqui, em Paris,
onde a população canina é muito
grande, é obrigação dos proprietários
recolher as fezes dos animais num
saco plástico
se não estivesse ali.
É fato notório que a França é um país
no qual muita gente gosta de animais e anda
com eles, livremente, pra lá e pra cá, principalmente cães.
Que os cães são queridos, respeitados
e têm regalias ninguém pode discutir. É só ir
lá, frequentar os locais públicos e os restaurantes para confirmar. Mas isso não significa
que não haja restrições.
Praticamente todas as lojas e restaurantes permitem que o dono circule com seu
animal e há até garçons que vão logo trazendo uma vasilha com água, antes mesmo do
cliente examinar o cardápio.
Mas não são todos os locais onde a
permanência ou mesmo a entrada de cães
é permitida. Nas praias, por exemplo, não é.
E isso faz o mais absoluto sentido, sob qualquer ponto de vista que se analise, pois é
praticamente impossível impedir o animal de
incomodar os outros e de fazer suas necessidades na areia ou naquelas pedrinhas da
praia de Nice.
Mas, apesar da proibição, já vimos alguns (poucos e raros, é verdade) cães, contidos por guias, dando um rápido mergulho
nas águas geladas do Mediterrâneo, na Riviera Francesa.
Nos ônibus, há lugares reservados
para pessoas com necessidades especiais,
acompanhadas de seus cães. No metrô, nunca vimos um cão.
Como acontece aqui, em Paris, onde a
população canina é muito grande, é obrigação dos proprietários recolher as fezes dos
animais num saco plástico e a prefeitura ajuda com potentes aspiradores para completar
o trabalho.
Também como acontece aqui, é comum ver mendigos abrigados do frio, que
lá é muito mais intenso, grudados em seus
animais. Ambos – mendigos e cães – com a
mesma expressão “chapliniana” de resignação. Dá boas fotos, mas é triste.
Revista Hot Pets
41
Saúde
Fisioterapia
Dra. Ana Carolina de Aguiar Carneiro
(médica veterinária fisioterapeuta)
A
fisioterapia humana já é sabidamente conhecida e indicada para diversos
tipos de afecções. Todos nós já passamos por pelo menos dez sessões após sentir
aquela “dorzinha” no joelho ou nas costas.
Qual atleta nunca passou pelo centro de fisioterapia do seu clube?
É natural que com o aumento do
mercado pet e a evolução na medicina veterinária houvesse também um aumento no
número de pesquisa nesta área, assim como
a criação de vários novos centros de fisioterapia e reabilitação dedicados única e exclusivamente para os nossos “amigos de pelos”.
A fisioterapia, então, é a especialidade da medicina veterinária que se utiliza de
recursos físicos para prevenção, tratamento e manutenção de inúmeras afecções tais
como, displasias, fraturas, luxação de patela,
pré e pós-cirúrgicos ortopédicos e neurológicos, artroses, hérnias de disco, atrofias
musculares, entre outras.
Um problema grave que hoje em dia
atinge não só os animais como também as
crianças e os adultos é a obesidade. Quem
aqui não conhece pelo menos um cão ou
gato obeso?
A obesidade deve ser tratada como
uma doença grave e não meramente como
um problema estético, pois traz inúmeros
problemas para a saúde do animal.
A fisioterapia aliada a uma mudança de hábitos alimentares tem se mostrado
uma importante ferramenta no combate
desta doença e uma modalidade bastante
usada neste caso é a hidroesteira, que pelo
fato do animal ficar com uma parte submersa, retira até 90% da sobrecarga do peso das
suas articulações.
A hidroesteira ou esteira aquática
pode ser encontrada nos grandes centros
42
Revista Hot Pets
de fisioterapia e normalmente tem uma boa
aceitação por parte dos cães.
Outras modalidades usadas são a laserterapia, eletroterapia, magnetoterapia,
exercícios terapêuticos, alongamentos na
bola - isso mesmo que você leu, eles também usam as bolas que nós usamos para
fazer pilates ou simples alongamentos massagens, termoterapia, enfim temos uma
gama de opções para trabalhar da melhor
maneira possível com o nosso paciente. O
que vai influenciar na escolha do dispositivo
ou técnica a ser empregada é indicação clínica que cada modalidade possui e a aceitação do animal.
Atualmente é difícil falarmos da fisioterapia e não falarmos da acupuntura. A acupuntura é uma especialidade também muito
bem difundida e utilizada na medicina humana, que ganhou espaço na medicina veterinária e pode ser trabalhada juntamente
com a fisioterapia gerando resultados excelentes para o paciente.
A fisioterapia e a acupuntura, assim
como as demais especialidades da medicina
veterinária, estão aí para serem aplicadas e
juntamente com o tratamento clínico e/ou
cirúrgico propiciar uma melhor qualidade de
vida para os nossos animais de estimação.
Se você identificou o seu animal de
estimação em algum momento deste texto
ou ficou curioso para conhecer um centro de
fisioterapia, pergunte para o seu clínico qual
o centro mais próximo e vá fazer uma visita.
Dra. Ana Carolina
Rejeição de
filhotes
E
mbora os animais não sejam capazes das atrocidades cometidas
por nós, os chamados Homo sapiens, que matamos por ciúme, vingança,
dinheiro, poder, ideologia ou simples prazer
mórbido, eles cometem violências, as mais
variadas, mas sempre em obediência ao propósito maior de manutenção da espécie, que
é a lei magna da natureza.
Em sua vida natural, longe da interferência do homem, vigora a lei do mais forte.
Os mais fracos sucumbem e só os mais fortes crescem e atingem a maturidade sexual,
a capacidade de reproduzir-se, transferindo
seus genes para as gerações futuras, mantendo, assim, a espécie. E não são todos os
que chegam à maturidade sexual que terão
a oportunidade de procriar, mas, mais uma
vez, apenas os mais fortes. Da abelha aos
maiores mamíferos, tudo funciona assim. E é
isso que explica que cadelas e gatas abandonem os filhotes mais fracos de uma ninhada,
quando existe um ou mais que destoam do
padrão. Tudo sempre regido pela lei maior
de preservação da espécie e da seleção genética natural. Como apenas os mais fortes
e capazes sobrevivem para ter a chance de
deixar filhotes, antes de morrer, a tendência
é de que as futuras gerações sejam cada vez
mais competentes para suportar as dificuldades da vida dentre as quais a capacidade
de enfrentar, com sucesso, os predadores.
Acontece que na criação doméstica,
pelo menos nas que são feitas com os procedimentos corretos de higiene, prevenção
das doenças, boa alimentação, bom alojamento e carinho, não precisa prevalecer a
lei do mais forte, mas a cadela e a gata não
sabem disso. Então, o que você deve fazer é
proteger o filhote da própria mãe e ser for
necessário providencie uma amamentação
artificial.
Na medida em que o mais fraco cresce
e se desenvolve, com a sua ajuda, a mãe o
acabará aceitando como um filho normal.
Revista Hot Pets
43
Saúde
humanos, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, que causa doenças em diferentes espécies animais, inclusive
no homem.
No entanto, a toxoplasmose pode tornar-se muito problemática para as pessoas
que estão sofrendo de um sistema imunitário/imunológico enfraquecido (incluindo os
Dr. Diogo Alves Conceição
doentes crônicos) e para mulheres grávidas.
(médico veterinário clínico de pequenos animais)
Na população adulta, 70%, 80% dos indivíduos têm exame sorológico identificando infecção pregressa (onde já houve contato prévio com a patologia, IgG Reagente e IgM
stamos vivendo um período úni- Não Reagente). Em estados onde o consumo
co na história. Período este onde de carne é mais alto como os do sul do Brao mercado de trabalho evoluiu sil, por exemplo, os índices ultrapassam os
no sentido de oferecer melhores oportuni- 90%. Na França, sobretudo pela ingestão de
dades de desenvolvimento e crescimento carne de carneiro, um dos animais mais inpara a mulher. Exige-se dela presença na fectados pelo parasita, o número de infectaparticipação do orçamento doméstico e fa- dos se aproxima dos 100%.
O adoecimento pela toxoplasmose na
miliar ou mesmo para assumi-lo completamente. Sendo assim ela está cada vez mais sua forma clássica com febre, ínguas, gânadiando o projeto da maternidade para um glios inchados pelo corpo, uma doença que
momento de maior estabilidade financeira e dura semanas, acomete a minoria dos infectados. Talvez de 10% a 20% dos casos. Poremocional.
O sentimento de ser mãe vem desde tanto, entre 80% e 90% têm infecção imperque a mulher ainda era criança. Ao passar ceptível, silenciosa.
pelas ruas de sua cidade, você só tem olhos
para as crianças? Vive admirando o barrigão Gravidez x Gatos x Toxoplasmose (GGT)
das mulheres grávidas e deseja estar no lugar delas? Adora brincar com os filhos de
O gato se infecta com o T. gondii ingeseus amigos e parentes? Se você disse sim a rindo carne crua, baratas, ratos, lagartixas
todas estas perguntas, está na hora de colo- e pássaros. O felino é a única espécie que
car um bebê nos seus planos. E nada melhor pode eliminar o oocisto (ovo) do T. gondii
do que um planejamento adequado para pelas fezes, portanto é o único a transmitir o
tornar esse sonho em realidade.
parasita, sendo o hospedeiro definitivo. AcaNo entanto existem muitos mitos acer- riciar um gato e tê-lo como animal de comca da gravidez e a relação com os animais
domésticos. E um desses mitos é a relação
G.G.T.: Gravidez x Gatos x Toxoplasmose.
Toxoplasmose
e gravidez
E
O que é a toxoplasmose?
A toxoplasmose é uma zoonose, doença transmitida dos animais para os seres
44
Revista Hot Pets
Existem muitos mitos
acerca da gravidez e a relação
com os animais domésticos
panhia não representa perigo, assim como
mordidas ou arranhões também não transmitem a toxoplasmose. Os cães, bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves podem albergar
o protozoário em sua musculatura, portanto
quando ingerimos carne crua dessas espécies estamos expostos à infecção.
Como a toxoplasmose pode ser contraída?
• Através da ingestão da carne crua destes
hospedeiros ou pelo contato com fezes
de outros gatos contaminados que os
gatos sadios adquirem o protozoário Toxoplasma.
• Pelo consumo de leite cru fundamentalmente de cabra.
• Pela ingestão de água contaminada onde
não há saneamento básico.
• Pelos oocistos (elementos infectante da
doença) das fezes dos gatos que podem
ser levados pelo vento e se depositarem
em frutas, verduras e legumes. Por isso,
a transmissão da toxoplasmose também
pode ser feita através da ingestão de
frutas, verduras e legumes mal lavados.
Mais um motivo para lavar bem as frutas.
• Pela via transplacentária, ou seja, de uma
gestante infectada para o feto.
• Areias e terras contaminadas com fezes
de gatos doentes Por isso a toxoplasmose é um assunto muito debatido em Saúde Pública.
Gravidez x Toxoplasmose
A infecção por Toxoplasma em mulheres grávidas pode gerar doenças graves
para os fetos, com comprometimento da visão, sequelas neurológicas e até o aborto. O
tratamento da infecção durante a gestação
não confere imunidade ao feto. Atualmente
existe o tratamento e controle para a doença
em humanos, mas ainda não há vacinas para
prevenir a infecção.
Medidas Preventivas
As mulheres grávidas devem evitar a
manipulação das caixas de areia dos gatos
ou mesmo a terra. Caso não tenha outra pessoa para fazer a limpeza diária, deve utilizar
luvas para remover as fezes. Além disso:
• Não consumir carnes cruas ou mal passadas de porco, frango, cabrito, carneiro e
boi. Isto significa que durante a gestação
deve ser tirado do cardápio: “coraçãozinho de galinha” cru, quibe cru, carpaccio,
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churrasco mal passado etc. Sushi e sashimi estão liberados, uma vez que os peixes não transmitem a toxoplasmose.
• Cozinhar todas as suas carnes até estarem bem cozidas. Carnes devem atingir
uma temperatura interna 80° C e não devem parecer vermelhas no interior.
• Lavar todos os utensílios de preparação
de alimentos, tábuas de corte e superfícies cuidadosamente com sabão e água
quente.
• Evitar que crianças brinquem em parques
públicos, junto às terras e areias. Pelo
fato de que os pequenos podem colocar
as mãos na terra contaminada, por gatos
errantes.
Para que o seu gato não se torne um
transmissor não deixe que saia para caçar,
não dê carne crua, vísceras ou ossos, controle os insetos, baratas e roedores no ambiente.
Gatos não são “vilões”
Sendo assim, não deixemos o gato ganhar essa conotação de “vilão”. Gatos domésticos que não são alimentados com carnes cruas e não saem de casa (não tem como
entrar em contato com fezes de outros gatos
infectados ou comer animais que possam
estar contaminados) não trazem risco algum
de contaminação.
Sabendo como evitar a toxoplasmose
e de como cuidar do seu gatinho para que
ele não contraia o parasita Toxoplasma, não
haverá motivo para excluir o bichinho de estimação do cotidiano familiar.
Partindo desse relato, o médico veterinário Diogo Alves da Conceição e sua esposa Elaine, brindam e aguardam o nascimento
de sua primeira filha em junho de 2011, sem
abandonar o carinho e a atenção que têm
junto aos seus 2 gatinhos de estimação: Sol
e Lua.
Dr. Diogo e sua mulher Elaine
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Curiosidades
Você sabia?
• Um bebê de elefante recém-nascido
pesa cerca de 100 kg.
• A maior ninhada canina ocorreu em
1944, quando uma American Foxhound teve 24 filhotes.
• As cobras sentem cheiros com a língua. É isso mesmo! Elas conseguem
captar partículas de odores que ficam
no ar. Conseguindo assim sentir o
cheiro à sua volta.
• Apesar de possuir bico e colocar
ovos, o ornitorrinco é um mamífero
por possuir geneticamente mais semelhanças com animas de sangue
quente.
• O campo de visão de um gato é de
185 graus.
• As pererecas possuem nas pontas de
seus dedos ventosas adesivas que
lhes permitem subir em árvores.
• As corujas são animais fiéis. Como
acontece com muitas aves, os casais
ficam juntos até o fim da vida.
• O mel é armazenado numa bolsa no
corpo da abelha e é levado para a colmeia. Uma enzima transforma o néctar em glicose.
• Os cães suam através das patas e do
focinho.
• Gatos têm 30 dentes, enquanto os
cães possuem 42. Os dentes de leite
são substituídos pelos permanentes,
por volta dos 7 meses de idade.
• A estrela do mar, com seu grande poder de regeneração, é capaz
de reconstruir suas pontas e voltar à
sua forma normal.
• O lagarto da espécie Lepidodactylus
lugubris se reproduz sem macho, as
filhas são clones geneticamente idênticos as suas mães.
• Os estudiosos acreditam que os primeiros tubarões surgiram há mais ou
menos de 300 milhões de anos.
• O cérebro do gato é mais similar ao
do homem do que ao do cão.
• A pulga é um dos maiores atletas da
natureza. Este inseto pode saltar mais
de trezentas vezes a altura do seu
próprio corpo.
• Não existem leopardos com o mesmo
padrão de pintas.
• O olho da lula gigante mede cerca de
38 cm.
• Os cães têm cerca de 100 expressões
faciais e a maior parte delas é feita
com as orelhas.
• A capivara é conhecida como o maior
roedor do mundo.
• O gato possui um total de 24 bigodes, agrupados de 4 em 4. Seus bigodes são usados para medir distâncias.
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Aquarismo
Controlando
seu aquário
Fábio Ozório
(consultor)
N
o aquário o controle é a melhor forma de evitarmos problemas desagradáveis, como
a perda de peixes, problemas com algas e
muitas outras adversidades que seriam de
fácil controle caso uma rotina simples de
testes fosse implantada.
Com o tempo é normal o acúmulo de
substâncias em nossos aquários, como o excesso de matéria orgânica que acabam por
trazer consequências como o aparecimento
de algas marrons, verdes, mortalidade de
peixes, e mais uma série de problemas.
O ideal para a maioria dos aquários é
realizar trocas parciais de água, cerca de 20%
a cada quinze dias, ou 35% ao mês, mas o
melhor mesmo é trocar 20% a cada quinze
dias, pois o choque para os peixes é menor
(menor volume de água trocado significa
menor choque para os peixes). As trocas parciais ajudam a manter os parâmetros químicos equilibrados.
A água tende a se acidificar com o tempo, pela decomposição da matéria orgânica
(excremento de peixes, restos de ração etc.)
e as trocas parciais garantem o reequilíbrio
do nosso ecossistema.
A única forma de monitorar estes parâmetros é realizando testes uma vez a cada
dez dias, e tomando as providências necessárias para corrigi-los. Os principais testes a
serem realizados são:
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pH
O pH ou potencial hidrogeniônico é o
indicador de acidez, alcalinidade ou neutralidade da água. Dizemos que uma água é
ácida quando o pH está abaixo de 7.0, que
é neutra quando está 7.0 e que é alcalina
quando está acima de 7.0. Cada espécie está
adaptada a um pH especifico, e isto deve ser
respeitado e mantido. Sempre devemos saber qual o pH ideal para nossos peixes.
Deve-se realizar um teste de pH a cada
7 – 10 dias, e certificar-se de que ele não está
sofrendo alterações. Quando o pH cai bruscamente notamos diversos problemas em
nossos peixes, inclusive nadadeiras corroídas
e peixes ofegantes.
O valor ideal de pH depende do peixe
que está em nosso aquário.
KH
A dureza carbonatada é definida pela
quantidade de carbonatos e bicarbonatos
dissolvidos na água.
A grande importância desse parâmetro
está relacionada ao fato dele estar diretamente ligado com o pH. Quanto maior for a
dureza carbonatada (KH), maior a tendência
do pH ficar estável. A este efeito damos o
nome de tampão.
Se o KH for baixo, ou seja, se tivermos
uma baixa quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, a tendência do pH é cair, ou seja, quanto maior o KH
mais estável será o pH.
Um valor de KH entre 4 e 6 está adequado para a maioria dos aquários.
Amônia
A amônia é letal, responsável pela
maior parte das mortes nos aquários. Alguns peixes são extremamente sensíveis. Ela,
entre outras coisas, impede o crescimento
das espécies, deixa a água amarelada e mal
cheirosa, por vezes até uma espuma surge
na superfície. Um aquário com acúmulo de
amônia não comporta nenhum tipo de vida
por muito tempo, seja qual for a espécie que
viva no seu aquário.
O resultado do teste de amônia não
deve ser maior que 0,25 ppm. Caso isto
ocorra, melhore seu sistema de filtragem, diminua a alimentação e verifique se não tem
peixe demais no aquário.
Muita gente tem resistência a realizar
os testes, mas eles são de extrema importância, até mesmo para os aquaristas mais experientes. Eu aconselho a fazer uma tabela e
anotar semana a semana os resultados, para
que se possa fazer o controle do aquário.
Claro que existem outros parâmetros
em nossos aquários, mas estes três são fundamentais.
O ideal para a maioria dos
aquários é realizar trocas parciais
de água em cerca de 20%, a cada
15 dias
Os aquários marinhos necessitam controle de cálcio e magnésio entre outros e nos
plantados, costumamos fazer testes de gh,
ferro, CO2 e outros.
Numa próxima edição, vamos falar sobre aquários plantados, onde exploraremos
todas as necessidades destes verdadeiros
jardins submersos, que trazem uma parte
fantástica da natureza para dentro de nossa
casa.
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Curiosidades do mundo animal
Esquilo
S
ão roedores muito usados em
filmes, principalmente nos desenhos animados, e existem em
quase todo o planeta, até mesmo em alguns
locais de temperatura fria.
No Brasil, dependendo da região, são
conhecidos popularmente como caxinguelê,
serelepes e outros nomes. Cientificamente,
pertencem à família Sicuridae.
Previdentes, quando encontram uma
quantidade maior de sementes do que podem comer, enterram-nas para buscá-las
depois, mas, às vezes, quando a fartura é
grande, eles demoram tanto tempo que as
sementes acabam germinando.
Sua cauda é grande, muito bonita e
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mais comprida do que o corpo: 25 cm de
corpo e 30 ou mais centímetros de cauda.
Além de sementes, os esquilos também
comem frutas e insetos e andam pelas árvores em grande velocidade, pulando vários
metros sem o menor medo de cair.
As fêmeas podem gerar até 10 filhotes
numa ninhada, em ninhos feitos com gravetos e folhas na parte mais alta das árvores.
Embora “elétricos” em seus movimentos, os esquilos são mansos.
Uma curiosidade é que parece que gostam de música suave e diz a lenda que eles
saem das árvores e vêm para o chão quando
ouvem sons melodiosos como, por exemplo,
os da flauta.
Golden
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