XXII Congreso de la ALAM
I Congreso de la ASACIM
MANEJO OUTONAL DE PLANTAS PEQUENAS DE Conyza spp. COM UMA
ÚNICA APLICAÇÃO
Hudson Kagueyama Takano¹, Rubem Silvério de Oliveira Junior¹, Jamil Constantin¹,
Guilherme Braga Pereira Braz¹, Naiara Guerra¹, Denis Fernando Biffe¹, Ricardo Travasso
Raimondi¹, Ênio Lemes Rosa²
¹Universidade Estadual de Maringá, NAPD/UEM. [email protected]
²Nortox do Brasil.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes misturas de herbicidas visando ao controle de
buva (Conyza spp.) resistente ao glyphosate no período de entressafra (manejo outonal),
com apenas uma única aplicação. A área em questão havia sido cultivada com soja na safra
verão 2012/2013 e estava em pousio após a colheita da soja, predominantemente com buva
(Conyza spp.), que apresentava cobertura de aproximadamente 30 a 40% da área
experimental e estava com 10 cm de altura em média e 12 plantas m-2. Foram realizadas
avaliações de porcentagem de controle (dessecação) de buva aos 7, 15, 28 e 45 dias após
a aplicação (DAA). Aos 55 e 70 DAA foram realizadas avaliações do controle residual por
meio da contagem do número plantas de buva emergidas. Na avaliação final (70 DAA)
também avaliou-se a altura das plantas de buva. Todos os tratamentos com herbicidas
avaliados apresentam potencial para serem utilizados no controle de buva para um período
de entressafra de 70 dias. No entanto, considerando a reinfestação e o tamanho das plantas
aos 70 DAA, destacaram-se os tratamentos com metsulfuron e clorimuron+flumyzin, os
quais apresentaram resultados semelhantes ao diclosulam.
Palavras chave: controle químico, controle residual, tamanho de planta.
SUMMARY
The objective of this study was to evaluate different herbicides tank mixtures for the control
of Conyza spp. plants resistant to glyphosate in the off-season (fall management) with a
single application. The experimental area was cultivated with soybean in summer season
2012/2013 and after the harvest was leaved without crops, where the flora weeds was
predominantly composed by Conyza spp., which had covered approximately 30-40% of the
area and was 10 cm tall on a density of 12 plants m-2. Evaluations of percentage of control
were performed at 7, 15, 28 and 45 days after application (DAA). At 55 and 70 DAA
evaluations of residual control by counting the number of Conyza plants emerged were
carried out. At 70 DAA was also evaluated the plant height. All treatments with herbicides
showed potential to be used in the control of Conyza plants for a period of 70 days. However,
considering the re-infestation and the size of the plants at 70 DAA, the treatments with
metsulfuron and chlorimuron + flumioxazin were highlights, which showed similar results to
diclosulam.
Keywords: chemical control, residual control, plant size.
INTRODUÇÃO
Conyza é um gênero da família Asteraceae que possui cerca de 50 espécies de plantas.
Do ponto de vista da agricultura, as espécies C. canadensis e C. bonariensis são aquelas
que mais se destacam como infestantes de cultivos. Em alguns locais também ocorre uma
terceira espécie de importância agronômica como planta daninha: C. sumatrensis [4].
Estas plantas apresentam fluxo de infestação mais alto durante o período de inverno e de
entressafra na região centro-sul do Brasil, o que dificulta seu controle. Além disso, trata-se
de planta que é naturalmente de difícil controle e para a qual só se obtém êxito no controle
químico quando as aplicações são realizadas em estádios bastante precoces de
desenvolvimento. Isto tem levado à utilização de herbicidas para o manejo outonal logo após
a colheita do milho safrinha, quando as plantas de buva ainda estão pequenas. Nas áreas
onde se cultiva milho safrinha, tais aplicações acontecem no final do outono ou no início do
inverno, o que tem sido denominado manejo outonal [1].
A aplicação de misturas de herbicidas durante o período de entressafra (manejo outonal)
tem se mostrado uma alternativa eficiente para o controle das plantas de buva [3].
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência agronômica de diferentes misturas de
herbicidas visando ao controle de buva (Conyza spp.) resistente ao glyphosate no período
de entressafra (manejo outonal), com apenas uma única aplicação.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi instalado no Sítio São Pedro, localizado no distrito de Pulinópolis, município
de Mandaguaçu (Paraná, Brasil), nas coordenadas geográficas de 23°14'33.07" latitude Sul,
52°00'23.00" longitude Oeste, e 456 m de altitude. O solo da área experimental apresentava
as seguintes características: pH em água de 5,4; 21,00 g/dm3 de C; 13,1% de areia grossa;
9,4% de areia fina; 16,5% de silte e 61,00% de argila.
A área em questão havia sido cultivada com soja na safra verão 2012/2013 e estava em
pousio após a colheita da soja. E encontrava-se infestada predominantemente com buva
(Conyza spp.), que apresentava cobertura de aproximadamente 30 a 40% da área
experimental e estava com 10 cm de altura em média (variando entre 5 a 15 cm). A
densidade da infestação no momento da aplicação dos tratamentos era de 12 plantas m-2. O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com 16 tratamentos e quatro
repetições, e as parcelas de dimensões 5,0 x 4,0 m (20,0 m2).
Para as aplicações, utilizou-se um pulverizador costal de pressão constante à base de
CO2, com barra de quatro pontas tipo leque XR-110.02, espaçadas entre si de 0,50 m, sob
pressão de 38 lb pol-², o que proporcionou um volume de 200 L ha-1. As condições de
aplicação foram: solo úmido, T=24,0oC, UR=60,0%, ventos=1,1 km h-1 e céu claro.
Foram realizadas avaliações relacionadas à porcentagem de controle (dessecação) da
buva aos 7, 15, 28 e 45 dias após a aplicação (DAA). Aos 55 e 70 DAA foram realizadas
avaliações do controle residual por meio da contagem do número novas plantas de buva
emergidas na área das parcelas. Na avaliação final (70 DAA) também foi realizada a
avaliação média da altura das plantas de buva, por meio da amostragem da altura de 10
plantas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as
médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na primeira avaliação, realizada aos 7 DAA, verificou-se que nenhum dos tratamentos
herbicidas proporcionava controle satisfatório (>80,00%) das plantas de buva. Já aos 15
DAA, muitos tratamentos apresentavam controle satisfatório (Tabela 1). As maiores
porcentagens de controle foram verificadas com a associação de glyphosate+2,4D+chlorimuron+flumioxazin,
nas doses de 3,0L+1,0L+60g+100g
ha-1 e de
-1
3,0L+1,0L+80g+80g ha , respectivamente. Esses tratamentos foram semelhantes a
glyphosate+2,4-D+diclosulam
e
superiores
a
glyphosate+2,4-D+flumioxazin
e
glyphosate+2,4-D+sulfentrazone. É importante observar que nesta avaliação as misturas
contendo chlorimuron+flumioxazin apresentaram maior velocidade de dessecação, se
comportando de maneira semelhante ao diclosulam. Em outro trabalho, a aplicação
combinada de glyphosate+chlorimuron+flumioxazin também promoveu excelente controle de
plantas de buva aos 15 DAA [2].
Tabela 1. Porcentagens de controle (dessecação), número de plantas por parcela e altura de buva
em avaliações realizadas após a aplicação dos tratamentos. Maringá (PR/Brasil), 2013.
1/
Tratamentos
(aplicações de manejo outonal)
1.Testemunha sem herbicida
Doses
-1
L ou g ha
Nº de pl.
45 DAA
Altura
70 DAA
0,0 d
0,0 d
3,0+1,0
74,2 c
96,0 a
27,2 a
13,7 a
3. glyphosate+2,4-D+clorimuron
3,0+1,0+100
82,2 b
98,2 a
13,0 c
11,0 b
4. glyphosate+2,4-D+imazetapir
3,0+1,0+1,0
78,0 b
98,5 a
23,2 a
11,6 b
5. glyphosate+2,4-D+imazaquin
3,0+1,0+1,0
73,0 c
97,7 a
30,5 a
12,4 a
6. glyphosate+2,4-D+metsulfuron
3,0+1,0+6
81,0 b
97,5 a
7,7 c
6,1 c
7. glyphosate+2,4-D+diclosulam
3,0+1,0+30
88,5 a
97,5 a
11,5 c
8,6 c
8. glyphosate+2,4-D+flumioxazin
3,0+1,0+120
79,7 b
97,2 a
18,2 a
11,9 a
9. glyphosate+2,4-D+ ulfentrazone
3,0+1,0+1,0
81,7 b
98,2 a
16,7 b
11,2 b
10.glyphosate+2,4-D + chlorimuron+flumioxazin
3,0+1,0+60+100
87,0 a
97,0 a
10,5 c
8,0 c
11. glyphosate+2,4-D+ chlorimuron+flumioxazin
3,0+1,0+80+80
88,0 a
97,5 a
9,0 c
7,5 c
12. glyphosate+2,4-D+imazetapir+flumioxazin
3,0+1,0+0,8+100
79,2 b
94,5 b
16,0 b
10,2 b
13. glyphosate+2,4-D+imazaquin+flumioxazin
3,0+1,0+0,8+100
78,5 b
96,7 a
13,2 c
10,5 b
14. glyphosate+2,4-D+Imazetapir+Imazaquin
3,0+1,0+0,7+0,7
78,5 b
92,5 c
18,7 a
12,6 a
4,8
1,45
2. glyphosate+2,4-D
CV (%)
1/
-
% de controle
15 DAA
-
39,50
-
13,73
Adicionado óleo vegetal a 1,0% v/v em todas as aplicações; *significativo a 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
Quando foram realizadas associações dos herbicidas clorimuron, imazetapir, metsulfuron,
imazetapir+flumioxazin, imazaquin+flumioxazin e imazetapir+imazaquin a glyphosate+2,4-D
foram verificadas porcentagens de controle entre 78,00 e 82,25%. Estes tratamentos foram
semelhantes ao glyphosate+2,4-D+flumioxazin e glyphosate+2,4-D+sulfentrazone, e
inferiores ao glyphosate+2,4-D+diclosulam. Nesta avaliação, as menores porcentagens de
controle foram verificadas nos tratamentos com glyphosate+2,4-D e glyphosate+2,4D+imazaquin, com 74,25 e 73,00%, respectivamente.
Aos 28 DAA, foram observadas porcentagens de controle satisfatório (≥80,00%) em
todos os tratamentos herbicidas. Nesta data, não houve diferença significativa entre os
tratamentos.
Na avaliação final da dessecação das plantas de buva (45 DAA), verificou-se que todos
os tratamentos avaliados proporcionaram controle acima de 92,00%, embora o
glyphosate+2,4-D+imazetapir+flumioxazin e o glyphosate+2,4-D+Imazetapir+Imazaquin
tenham proporcionado controle final inferior aos demais tratamentos herbicidas.
Para 70 DAA, houve alta infestação de plantas de buva, sendo encontradas 27,25 plantas
de buva por parcela no tratamento sem atividade residual (glyphosate+2,4-D) (Tabela 1). Os
tratamentos
com
glyphosate+2,4-D+imazetapir,
glyphosate+2,4-D+imazaquin
e
glyphosate+2,4-D+imazetapir+imazaquin também apresentaram elevada reinfestação de
buva, e foram semelhantes ao tratamento sem atividade residual e ao glyphosate+2,4D+flumioxazin. As menores infestações foram encontradas nos tratamentos com
glyphosate+2,4-D+chlorimuron,
glyphosate+2,4-D+metsulfuron,
glyphosate+2,4D+chlorimuron+flumioxazin e glyphosate+2,4-D+imazaquin+flumioxazin, sendo semelhantes
ao padrão glyphosate+2,4-D+diclosulam e superiores aos padrões glyphosate+2,4D+flumioxazin e glyphosate+2,4-D+sulfentrazone.
Para o controle da buva, é fundamental que o tratamento de manejo outonal possibilite
que as plantas novas que emergiram apresentem desenvolvimento limitado (<15 cm), uma
vez que plantas de maior tamanho requerem mais de uma aplicação para seu controle
efetivo. Neste caso, o emprego de herbicidas residuais na dessecação de manejo não tem
como objetivo substituir a aplicação em pós-emergência, e sim auxiliá-la mantendo as
plantas daninhas em estádio adequado para o seu controle [3].
Todos os tratamentos herbicidas aplicados no manejo outonal proporcionaram plantas
com tamanho inferior a 15 cm aos 70 DAA. No entanto, observa-se que os tratamentos que
receberam os herbicidas metsulfuron e chlorimuron+flumioxazin foram aqueles que
apresentaram a maior supressão do crescimento das novas plantas de buva que emergiram,
mostrando-se tratamentos semelhantes ao diclosulam. Para estes tratamentos a altura das
plantas de buva variou entre 6,15 e 8,60 cm.
Conclui-se que todos os tratamentos com herbicidas avaliados apresentam potencial para
serem utilizados no controle de buva para um período de entressafra de 70 dias. No entanto,
considerando a reinfestação e o tamanho das plantas aos 70 DAA, destacaram-se os
tratamentos com metsulfuron e chlorimuron+flumioxazin, os quais apresentaram resultados
semelhantes ao diclosulam.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Manejo da buva na entressafra (2013). In: Buva: fundamentos e recomendações para
manejo, 41-64 pp. Ominipax.
[2] Planta Daninha (2010), 28 (2), pp. 1107-1116.
[3] Comunicata Scientiae (2013), 4 (2), pp. 120-128.
[4] Weed Biology and Management (2014), 14 (1), pp. 106–114.
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