PEDAGOGIA EM IMAGENS
A REVISTA DO ENSINO/RS (1951-1978): ENTRE IMAGENS E DISCURSOS
Maria Helena Camara Bastos
PPGEDU/PUCRS
Fernanda Busnello
BIC/FAPERGS
Palavras-chave: revista
INTRODUÇÃO
A Revista do Ensino, como dispositivo de finalidades educativas, procurou ser
um guia à educadora jovem e idealista, que encontrava em suas páginas "a solução
para resolver os árduos, porém sublimes, problemas do seu mister”, e, também,
orientações e sugestões sobre como proceder no desempenho de suas funções.
Para a equipe editorial, a revista tinha a missão de instrumentalizar o professor na
execução da sua atividade docente, através da disponibilização de fartos recursos
visuais e da apresentação de sugestões variadas. Com essa intenção, situa-se a
publicação de suplementos didáticos na revista, que abordam temas específicos. A
análise desta seção insere-se na preocupação de estudar como se estabelecem e
circulam as orientações didático-pedagógicas da revista e o uso de imagens na sala
de aula, vinculando-se aos princípios do método intuitivo.
O estudo analisa a Revista do Ensino a partir das orientações didáticas ao
professor, especialmente as relativas à utilização de quadros murais, destinados ao
desenvolvimento de uma unidade; de gravuras, desenhos e outras ilustrações
destinadas a serem reproduzidas pelo professor como atividade do aluno.
Identificamos os objetivos e as orientações didático-pedagógicas do suplemento
didático descartável, os autores das orientações didáticas e os ilustradores gráficos;
a análise dos componentes visuais destacados em cada suplemento; a análise das
concepções teóricas embutidas nas orientações didático-pedagógicas e visuais. É
um estudo pontual, retomando trabalhos anteriores e privilegiando um rico material
do seu acervo, ainda não pesquisado (Bastos,1994; 1995; 1996; 1997; 2003).
A revista, fartamente ilustrada, foi um dispositivo fundamental às práticas
educativas da professora primária. Ainda hoje, ao folhearmos os cento e setenta
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números da revista, impressiona a sua qualidade gráfica, não encontrando similar.
Inúmeros recursos gráficos são colocados à disposição da professora e do aluno
para a apreensão intuitiva do mundo, através da educação dos sentidos,
especialmente a visão. A iconografia foi disponibilizada para todas as disciplinas do
currículo da escola primária, assim como as orientações para sua exploração em
sala de aula, para confecção de quadros murais, para a utilização de recursos
audiovisuais. O índice cumulativo por assunto da revista elege gravuras e estampas,
como uma categoria de classificação do conteúdo, subdividida em: nossas capas,
calendário escolar, ciências naturais, ciências sociais, desenho, geografia do Brasil,
geografia exterior, higiene, história do Brasil, linguagem, música, etc.
A utilização da imagem como recurso didático remonta a Comenius, nas
obras Didática Magna (1638) e O Mundo Sensível em Imagens (1658). Narandowski
(2001, p.72) considera a proposta de Comenius de utilização da imagem como uma
transformação revolucionária no livro didático, representando o mundo com
imagens. 1 A imagem não apenas complementa o texto, como, ainda, é protagonista
da mensagem escrita, ao trazer à escola o mundo tal qual esse deve ser percebido.
Mas foi com o método mútuo/monitorial (Bastos; Faria Fº, 1999) que se ampliou o
uso de recursos didáticos em sala de aula, especialmente de quadros murais,
concomitante com o surgimento da litografia, em meados do século XIX, que
permitiu a impressão a cores de forma mais econômica. O método intuitivo, o ensino
pelos sentidos, especialmente a visão (enseignement pour les yeuxs) e a lição de
coisas estimularam a produção de recursos didáticos. No século XX, a escola nova,
a escola ativa, também estimula o uso diversificado e intensivo de recursos
audiovisuais em sala de aula.
O estudo dessa produção iconográfica, orientando o cotidiano da sala de
aula, permite entrever os processos discursivos que atuam na perpetuação e
cristalização de determinados sentidos em detrimento a outros (Orlandi, 1993, p.23).
Dessa forma, constituiu-se em um significativo dispositivo de educação continuada
do professor, de orientação e direção intelectual e moral, de conformação de suas
práticas sociais e escolares. Essa pesquisa insere-se na perspectiva da história
cultural, definida por Chartier (1999), pela conjugação de três elementos não
dissociáveis: uma história dos objetos em sua materialidade, uma história das
1
Célia Zaher (2003), no entanto, considera a Gramática da Língua Portuguesa, de João de Barros (1539), como
o primeiro livro didático ilustrado.
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práticas nas suas diferenças e uma história das configurações, dos dispositivos nas
suas variações. O estudo da imagem representa um outro campo de pesquisa da
História Cultural. Por longo tempo, foram utilizadas como ilustração de algo, como
paisagem ou retrato. A sua redescoberta deu-se pela associação com a idéia de
representação. Pesavento (2003, p. 85), considera que as imagens têm o real como
referente, mas não são a sua mímesis. A imagem possui uma função epistêmica,
uma função simbólica e uma função estética.A grande questão para o pesquisador é
“a alteridade do mundo icônico”. O pesquisador deve ler a imagem em seus diversos
elementos e planos, identificando mensagens e motivações, o que implica uma
leitura de temas e significados, que trazem as formas expostas na imagem, e o
contexto de produção e recepção. Para Maria Tomaselli (2003),
ver é um processo complexo, é refletir, interpretar. Ver usa uma
sintaxe, uma gramática. Nós vemos relações, não imagens
isoladas. Ver e entender é o mesmo processo. Os infinitos sinais
que o cérebro capta têm que ser interpretados o tempo todo
parar se ter um razoável padrão de estabilidade que permite
uma interpretação deste nosso mundo. Ver não é um único
processo, são inúmeros, diferentes, que inclusive acontecem em
tempos diferentes: cor, por exemplo, se vê antes do movimento.
Entendendo as representações visuais e as imagens como coisas que
participam das relações sociais e, mais do que isso, como práticas materiais
(Meneses, 2003, p14) que propomos o presente estudo sobre os suplementos
didáticos ou quadros murais da Revista do Ensino/RS.
A REVISTA DO ENSINO/RS (1951-1978): entre imagens e discursos
Em setembro de 1951, a Revista do Ensino volta a circular, após nove anos
de interrupção, como iniciativa das professoras primárias Maria de Lourdes Gastal,
Gilda Garcia Bastos e Abigail Teixeira, com a intenção de não só “preencher o lugar
vazio, que havia junto ao professor primário, estagiário ou não”, como também de
aspirar a que a educadora jovem e idealista encontrasse nas suas páginas a solução
para “resolver os árduos, porém sublimes, problemas de seu mister”. Nesse sentido,
a revista volta-se preponderantemente a orientar a professora primária riograndense, divulgando diretrizes técnico-pedagógicas, material didático e legislação
relativa ao ensino.
O editorial do primeiro número dessa fase, intitulado “Grandes Sonhos”,
reforça os objetivos do novo projeto de “servir à coletividade divulgando experiências
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e saber comum ao magistério”. Essa intenção de certa forma vincula a Revista do
Ensino à fase de 1939 a 1942, cuja meta também era sintetizada no “ideal de servir
efetivamente para a disseminação da cultura e do ensino em nosso Estado”. Apesar
das
intenções
comuns,
a
revista
(re)inicia
com
características
distintas,
especialmente na sua estrutura gráfica, com expressiva presença de ilustrações fotos, retratos, desenhos, quadros murais, etc.
Com o apoio institucional da Secretaria de Educação e Cultura/RS e, por um
breve período, como propriedade privada da professora Maria de Lourdes Gastal
(maio a novembro de 1956), em 11 de dezembro de 1956 a revista passa a ser uma
publicação oficial sob a supervisão técnica do Centro de Pesquisas e Orientações
Educacionais - CPOE/RS (1943-1971), divulgando as orientações pedagógicas
desse centro de pesquisa 2.
A Revista do Ensino, ao longo do período de 1951 a 1978 (2° fase), busca ser
um instrumento técnico-pedagógico de atualização permanente do magistério,
elevando o nível qualitativo dos profissionais da educação, através da divulgação de
experiências pedagógicas, da realidade da educação e do ensino, como apoio ao
conteúdo das diferentes áreas que compunham o currículo do ensino elementar e
posteriormente do 1° grau. A partir de 1971, com a reforma do ensino pela Lei n°
5692, a revista amplia sua área de abrangência para os outros níveis de ensino.
Em seus vinte e seis anos, a revista publicou cento e setenta (170) números,
com oito a dez números anuais, com uma média de 80 (oitenta) páginas de material
informativo didático-pedagógico. Com uma tiragem inicial de 5.000 exemplares,
atingiu a marca de 50.000 exemplares, no início da década de 60. A tiragem é um
significativo indicador da repercussão da revista no meio educacional – regional,
nacional e internacional -, muitas vezes único meio de (in)formação à disposição do
professor e de utilização na sua prática cotidiana.
A
Revista do Ensino volta-se a dar orientação didático-pedagógica aos
professores do ensino primário e pré-primário, através de sugestões de planos de
aula, atividades práticas, trabalhos manuais, música, poesias, sugestões de recursos
de ensino. Além disso, procura auxiliar o professor no dia-a-dia da sala de aula,
trazendo o “fato histórico do mês, calendário do mês, galeria histórica, exercícios,
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riquezas do Brasil”, isto é, fornecendo subsídios de ensino de aplicação imediata em
sala de aula e dirigindo o cotidiano da escola primária.
A esmerada produção gráfica começava por suas capas, que, em geral,
reproduziam fotos do cotidiano escolar gaúcho e de eventos oficiais. A partir do
número 100 (1965) as capas passam a serem desenhadas pela equipe responsável.
A contracapa externa destinava-se à propaganda da revista ou da editora que a
publicava. As contracapas internas ou entre capas, coloridas, eram utilizadas como
recurso didático para o professor, vinculadas aos temas explorados no conteúdo da
revista. Os temas eram muito variados, abarcando as várias disciplinas do currículo.
Por exemplo, no ano de 1954, as contracapas internas apresentaram ilustrações
sobre alavancas, balanças, países soberanos, acidentes geográficos, meios de
comunicação, as profissões, os sentidos e seus respectivos órgãos, folhas, trânsito,
a iluminação através do tempo, músculos, medidas, símbolos pátrios, a eletricidade
nos ajuda. Durante vários números, as contracapas também serviram parar retratar
os tipos brasileiros – gaúcho, seringueiro, bananeiro, ervateiros, vaqueiro do
nordeste, negras baianas, jangadeiro - e as riquezas do Brasil. As entre capas
também ilustram fatos históricos com reprodução de quadros de pintores
reconhecidos, por exemplo, “Juramento da Princesa Izabel”, de Vitor Meireles;
“Batalha de Campo Grande”, de Pedro Américo. A descrição das contra-capas ficava
na seção “Educação Artísica” e “Áudio-Visual”.
Várias seções da revista preocupavam-se em fornecer material didático
iconográfico para uso do professor e do aluno. Para o aluno, a revista fornecia
desenhos “para os pequenos colorirem”, em tamanho de página inteira. Para o
professor, a variedade era muito maior, várias seções visavam fornecer material
gráfico para decoração da sala de aula e/ou para exploração didática. Calendário do
mês e o calendário perpétuo para sala de aula são um dos exemplos.
O “Retrato do Mês” é um encarte colorido destacável com uma
personalidade/herói da história do Brasil, com a biografia no verso. Além desse
recurso didático, a revista fornecia em folha dupla destacável, em preto e branco,
com trinta e dois retratos enquadrando o rosto ou o busto de outra personalidade da
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O CPOE/RS, além de editar a Revista do Ensino para professores, publica a revista infantil Cacique, destinada aos alunos
(Bastos, 1994), e o Boletim do centro de Pesquisas e Orientações Educacionais, publicado a cada dois anos, de 1947 a 1966,
com as orientações, pesquisas, legislação, bibliografia, provas escolares, que resultaram de trabalhos no Centro.
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história do Brasil, para ilustrar o caderno do aluno, que deveria colorir. Esse material
localizava-se nas páginas centrais da revista, para facilitar o destaque.
A revista também produzia material em forma de cartões ilustrados, coloridos
ou em preto e branco, com orientação ao professor, com a indicação da série a ser
aplicado, a parte do programa atendido, o objetivo e a técnica de aplicação. A
orientação dada ressalta que o material é para uso individual do aluno e que, se o
professor desejar utilizar no grupo, deve confeccionar outros cartões ilustrados com
figuras recortadas de revistas e com legendas escritas com pena “bico de pato” nº 1
e nanquim. Também fazia um alerta de que, para utilização dos cartões desenhados,
o ideal seria colá-los em cartolina, para reforçá-los.
O ensino de linguagem teve uma atenção privilegiada em relação às demais
disciplinas do currículo do ensino primário. Foi produzida uma infinidade de recursos
visuais para estimular a prontidão para a leitura, a observação e a lógica da criança;
exercícios para desenvolver a discriminação visual, a interpretação; gravuras para
estimular a redação e composição. Tais orientações são diretivas e pontuais –
“marque com uma cruz a boneca que aparece na gravura, pinte a camisa igual a que
o menino aparece na gravura colorida, fazer um traço no brinquedo que o menino
ganhou, pinte de verde a árvore de Natal, pinte o pacote igual ao de Mamãe -, não
dando flexibilidade e autonomia ao professor.
O “Painel do Mês”, a partir do número 101 (1965), sob responsabilidade das
professoras Maria Aparecida Grendene e Marilena Merino Fávero, apresentava
sugestões para a confecção de material didático na forma de painéis, acompanhado
das atividades que podem ser desenvolvidas a partir dele. “O trenzinho do zoo”, “a
árvore”, “utilidades da água”, “o ano em estações”, “destacando o Brasil”, “paisagens
escolhidas”, “a indústria também contribui para a segurança nacional”, foram alguns
dos temas sugeridos para a confecção de painéis.
Além da farta iconografia, a revista também estimulava e orientava o
professor para a ampla utilização de recursos visuais em sala de aula, assim como
sua elaboração. Alguns artigos, a cargo do Serviço de Audiovisuais do CPOE/RS,
focalizavam a importância desses recursos - O que é o flanelógrafo, O uso de
cartazes, Gravuras – um meio de ensino a seu alcance, A importância dos recursos
audiovisuais, etc. O artigo Ciências Naturais: seu estudo na escola primária (nº 131,
1971), de Ester Malamut, enfatiza um amplo e variado uso de materiais audiovisuais,
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detalhando o aproveitamento de cada um deles - quadro-negro, gravura, diorama,
aparelhos, reálias, cartaz, quadro de notícias, mural, gráfico, programas de rádio e
TV, filmes, slides, flanelógrafo, quadro de pregas, álbum-seriado, excursão,
experiência, entrevista, observação, discussão.
A seção “Cantinho das Novidades”, a cargo das professoras Maria Aparecida
Grendene e Flávia Maria Rosa, que inicia em abril de 1963 (nº 91), objetivava dar
alternativas para a confecção de materiais didáticos e sua utilização pela professora
primária em sala de aula. Em cada número, a seção tinha uma cor – verde, rosa,
amarelo –, na qual eram sobrepostas figuras em preto e branco representando as
imagens a serem trabalhadas com as crianças, por exemplo, o relógio para ensinar
as operações e frações; um painel com reportagens de jornal recortados pelos
próprios alunos. Do número 108 ao 116, essa seção integra a
grande seção
Audiovisual, auxiliando, por exemplo, a confecção de cartazes para campanhas
educativas, realização de mostras didáticas.
A Revista do Ensino mantinha uma equipe permanente para planejamento e
ilustração, composta pelos profissionais: Maria Madalena Lutzenberger, Glenda
Cruz, Maria Molmar, Jorge Ivan Azevedo, Rose Lutzenberger, Lígia Osório Nársico
(para música), Elsy D. Ferreira, Marilena Merino, José Lima Garay, Julio Costa, Ruth
I. S. Martins, Nilza G. Haertel, Miriam Tabajara, Eleonora Agrifólio Viana, Maria Luiza
Ricciardi, Lourdes Comparsi Oliveira (essas três últimas no últimos anos da revista).
Alguns números da revista privilegiaram centralizar o projeto editorial em
determinadas temáticas, tais como: O Indígena Brasileiro ( nº 58 e nº106), Brasília
(nº67 e nº102), Aviação (nº88), Folclore (nº95), O Brasil e suas riquezas (nº120),
Centenário do Instituto de Educação Gen. Flores da Cunha (nº123), Caracterização
do Currículo do Ensino de 1º Grau (nº140), Etnias Formadoras do Povo Brasileiro
(nº154 e nº155), Estatuto e Carreira do Magistério Público do Estado do Rio Grande
do Sul (nº156), Turismo (nº164), Mar (nº166). A revista sobre o “Indígema Brasileiro”
teve vinte e um (21) suplementos (tamanho de 31 cm por 44 cm) – seis quadros com
reproduções de desenho e quatorze com reproduções de fotografias cedidas pelo
Museu do Índio do Rio de Janeiro –, para serem explorados em sala de aula: arte
plumária dos índios Kaapos, diversas atividades dos índios, a oca, objetos de uso
dos índios, rituais, objetos que os índios fazem, costumes indígenas, a taba, cestas
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que os índios fazem, adornos usados pelos índios, adornos corporais, arco e flecha
e esportes, tipos de índios do Brasil, desenhos e utensílios domésticos, canoas,
cerâmica marajoara, pintura corporal. Para cada aspecto ilustrado, a professora
tinha, no corpo da revista, uma completa fundamentação. A apresentação desse
suplemento visava “fornecer material didático ilustrativo focalizando, de modo geral,
os aspectos mais marcantes da vida indígena brasileira, os traços de sua cultura,
como uma legítima contribuição à formação social”.
O sucesso da revista parece ter residido na característica de fornecer farto
material didático e ilustrativo ao professor, junto com orientações metodológicas,
conforme podemos depreender destas falas:
o motivo maior do interesse que a Revista desperta, no Brasil,
é o cunho prático e útil de suas seções, fornecendo ao
professorado, periodicamente soma apreciável de orientação,
matéria de aula e elementos para trabalhos didáticos (Antonio
d’Ávila/SP);
o maior motivo do interesse despertado pela Revista é a sua
parte prática : orienta, ensina e apresenta farto e excelente
material. O professor deixa a escola saturado de teoria. Procura,
por isso, avidamente, o que a Revista lhe oferece (Alberto
Ferriani/SP).
Em agosto de 1979, diante da perspectiva de revitalização da Revista do
Ensino, as professoras Yeda Virgínia Castro (coordenadora do Centro de
Documentação da SEC/RS) e Tereza Lezama Pain (assistente de direção da revista)
argumentam com o fato de ser a “única no País que apresenta destacável um
suplemento didático, com orientação para seu aproveitamento como recurso visual”.
Essa ênfase também encontramos, em fevereiro de 1978, no parecer emitido pela
Editora Emma sobre a queda na venda da revista. Um dos indicativos foi que, a
partir dos anos 1970, a revista apresentou maior número de artigos classificados em
notícias (relatos de experiência, fatos, acontecimentos, ocorrências relativas ao
ensino e ao magistério) diminuindo expressivamente os classificados como material
de apoio (orientações e sugestões diretas para o ensino). Assim, a queda das
vendas estaria diretamente vinculada ao fato dos professores preferirem uma revista
em que predominasse o material de apoio que o instrumentalizasse nas atividades
de sala de aula.
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OS SUPLEMENTOS DIDÁTICOS OU QUADROS MURAIS
No número quatro (4), de março de 1952, a revista passa a publicar “O
Suplemento do Mês”. Os quatro primeiros suplementos editados foram documentos
emanados da SEC/RS (anexo 1). A partir do número 5, são quadros murais
descartáveis, com orientação para o seu aproveitamento como recurso didático em
sala de aula, nas várias disciplinas do currículo do ensino primário e para motivar a
linguagem. A importância do uso de gravuras no ensino da Linguagem merece um
artigo na revista, da professora Sydia Sant’Ana Bopp, enfatizando que “para que a
criança possa compor, expressar-se, oralmente ou por escrito sobre determinado
assunto, necessita de experiências que lhe permitam a mobilização de idéias e a
conseqüente organização do pensamento. Entre os meios indicados parar esse fim
contam-se as gravuras que, além de responderem aos interesses da criança,
desenvolvem-lhe
certas
disposições
intelectuais
como
observação,
lógica,
imaginação e contribuem parar o enriquecimento das suas experiências”. O artigo
recomenda ainda que o professor deve conhecer os diferentes tipos de gravuras
bem como a técnica do seu emprego. Cita três tipos de gravuras: as de sentido
completo, as de sentido incompleto e as que ilustram fatos históricos e geográficos.
Quanto ao procedimento de uso recomenda sete passos a serem solicitados aos
alunos: enumerar os elementos, mencionar a ação principal, formar frases,
narrar/descrever o fato, imaginar histórias sugeridas pela gravura, realizar
dramatizações, dar títulos à gravura. Esse último passo é considerado “muito
interessante e exige grande capacidade de síntese” (Revista do Ensino, nº55,
set.1958).
Os quadros são desenhos coloridos, em tamanho de 44 cm por 37 cm, com
perfeito acabamento gráfico, que contemplam temas específicos, organizados em
séries de gravuras. A série Zoologia tem quadros com cavalo, cachorro, vaca, gato,
porco, coelhos, ovelhas, cabras, e outros animais. A série Linguagem apresenta
quadros temáticos sobre a doma, o lobo e o cordeiro, a pescaria, a pandorga/pipa, a
roda d’água, a horta, o escoteiro, a vida na escola, dia de chuva, festa de
aniversário, etc. A série Histórica tem quadros que retratam o Brasil Indígena, os
descobrimentos do século XV, os descobrimentos da América, o Brasil Colônia, as
capitanias hereditárias, o Governo Geral do Brasil, as invasões estrangeiras, os
movimentos nativistas, a Independência; que explicam a Bandeira Nacional, etc.
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Essa série objetivava “ver as cenas históricas”, para facilitar a memorização dos
fatos, incluindo em cada quadro uma frase ilustrativa, para melhor fixação da cena.
Bittencourt (2002, p.71) afirma que as vinhetas ou legendas colocadas em cada
ilustração indicavam o que o aluno deveria observar e reforçava a idéia contida no
texto.
As orientações didático-pedagógicas do Suplemento do Mês são bastante
extensas e completas, trazendo, inclusive, exercícios e perguntas para a professora
aplicar com seus alunos. Não há identificação dos responsáveis pela elaboração do
material. O suplemento didático também é complementado com outros textos no
corpo da revista. Por exemplo, na série Linguagem - tema Doma – há um texto para
leitura, que deveria ser mimeografado para o aluno. É interessante a Nota ao final de
cada orientação, em que são sugeridas as alterações para a adaptação da tarefa
para outras séries que não a indicada, com a ressalva de que todas as professoras
poderão “desenvolver a atividade de acordo com as necessidades de sua classe”.
Essas orientações, vinculadas ao método intuitivo, trazem de forma detalhada
os passos da professora em sala de aula. Por exemplo, para o estudo do cachorro,
na série Zoologia, a sugestão de exercícios é que “apresente a gravura, deixando
que as crianças observem durante alguns momentos. Se for necessário o professor
provocará as manifestações, fazendo perguntas relativas à gravura. Comentar as
características do animal: tamanho, aparência, pêlo, cabeça, cauda, patas, focinho,
orelhas, etc. Hábitos de vida do animal, alimentação, meios de defesa, alimentação
dos cãezinhos novos, utilidade do cão parar o homem. No 3ª, 4º e 5º anos, tratar da
classificação do animal como vertebrado, mamífero, etc. Confeccionar uma ficha de
classificação do animal”. A seguir, são sugeridas atividades e exercícios de
linguagem (Revista do Ensino, nº 8, agosto de 1952, p.60).
O Suplemento do Mês não mantém sua continuidade. Vários números da
revista não o apresentam e a orientação didático-pedagógica também se torna cada
vez mais restrita e simplificada. Em junho de 1955 (nº 31), a equipe diretiva informa
o leitor de que está em atraso com a publicação do encarte didático e que doze
quadros murais estão sendo vendidos em separado, como um conjunto,
contrariando as normas que impediam o encarte didático de ser vendido
separadamente. Assim como rareiam os encartes, também diminuem e, muitas
vezes, não há orientação didático-pedagógica para os quadros encartados.
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A partir de 1960, a equipe da revista modifica a apresentação gráfica do
material didático suplementar. O tamanho passa a ser bem maior (80cm x 107 cm),
traz as orientações ao professor no próprio suplemento (atrás), apresenta os temas
das disciplinas do currículo primário - linguagem, matemática, ciências naturais,
história e geografia - em um único quadro, com legendas. Esse material é numerado
a partir do um, não correspondendo ao número da revista em que é encartado. No
encarte correspondente ao número 96, da Revista do Ensino de setembro de 1963,
a equipe editorial informa que “atendendo sugestões dos leitores, estamos dando
um salto na numeração dos suplementos, com o objetivo de dar numeração igual à
da revista, para tornar mais fácil a identificação do suplemento com a revista que
corresponde”. Essa alteração associa-se à outra: os quadros murais centram-se em
uma única temática (anexo 2). Nos quadros murais de história, a produção utiliza
legendas; apresenta mapas; destaca os personagens/heróis e cenas representativas
de cada período, com quadros de pintores reconhecidos. Para o suplemento
“Conhecendo a nossa história: II Reinado (1840-1889) Primeira parte” são retratados
Ireneu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá), Nicolau Campos Vergueiro
(responsável pela vinda dos imigrantes para a lavoura), D. Teresa Cristina Maria e
D. Pedro II. Ainda aparece o desenho da primeira locomotiva a vapor do Brasil –
“Baronesa/1853” –, e três aquarelas de José Lutzemberger retratando o imigrante
alemão na lavoura, no artesanato, na cidade.
Em 1965, com a mudança de direção da revista, também ocorrem mudanças
no projeto editorial e gráfico. Algumas capas passam a ser desenhadas e as
orientações didático-pedagógicas do material didático suplementar passam a serem
designadas “Como aproveitar o suplemento”, abordando diferentes temas das
disciplinas do currículo da escola primária. Essa seção apresenta sempre a equipe
responsável pela orientação e lay-out, pelo planejamento e pelos desenhos (anexo
3). Para o suplemento O Ano em Estações (nº108 de 1966): a responsável pela
orientação e lay-out é a professora Maria Madalena Lutzenberger, o planejamento é
das professoras Maria Aparecida Grendene e Ercila T. Ambros, e o desenho de Carl
Ernest Zeuner e Elsy Pires Ferreira. Essa distribuição das tarefas expressa a
preocupação da equipe editorial tanto com a questão didático-pedagógico como
iconográfica.
As orientações no corpo da revista passam a ser mais breves, variando de
poucas linhas a uma página, contendo indicações bibliográficas para conhecimento
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do tema. Isso decorre do fato do próprio suplemento trazer a orientação no verso.
Observa-se, no entanto, uma nova postura em relação ao professor, estimulando-o a
que planeje e crie a partir dos meios disponíveis.
Nos números temáticos da revista, que muitas vezes incluíam mais de um
suplemento, as orientações são mais extensas e contam com a participação de
instituições públicas ou empresas privadas (Philips, Imbelsa). Por exemplo, para o
tema Trânsito (nº 158, ago. 1974), com 12 quadros, a Fundação Padre Landell de
Moura (FEPLAN) fornece o material para a elaboração da história dialogada.
De uma maneira geral, as sugestões didático-pedagógicas da Revista do
Ensino limitam-se a orientar uma leitura inicial e interna da própria ilustração, para a
identificação do seu conteúdo. Essa leitura é muito importante, pois a seqüência de
observações, descrições e narrações cria textos, orais e/ou escritos, que permitem
ao aluno estabelecer relações com outros contextos e experiências. No entanto, é
necessária ainda uma leitura externa, para permitir identificar outros referenciais,
que caracterizam a imagem como objeto - como e por que foi produzida, para que e
para quem se fez, quando foi realizada –, permitindo uma leitura mais crítica e
analítica (Bittencourt, 2002, p.88).
CONCLUINDO
A pesquisa em revistas pedagógicas informa sobre o funcionamento e a
anatomia do discurso veiculado; possibilita localizar as contradições e as lacunas
dentro de um texto e situá-las historicamente em termos dos interesses que
sustentam e legitimam (Giroux, 1988, p.94).
A elaboração de um corpus de saberes e de saber-fazeres pelo imprenso,
busca dar “status” ao saber pedagógico como campo de conhecimento científico e,
ao mesmo tempo, dar uma dimensão técnica e instrumental ao cotidiano escolar.
Paralelo a esta intenção, se constitui também em um conjunto de falas relativas às
normas e aos valores de conduta profissional, como forma de controle da profissão
docente.
Lima e Carvalho (2003, p. 19) destacam o potencial da iconografia para
entender a conformação de discursos e representações sociais, integrada nos
processos econômicos e sociais. A leitura iconográfica, como atividade educacional,
desenvolve o olhar crítico, ensina a aprender a ver o mundo e a organizar a
experiência, produzindo sentido às imagens (Martelli, 2003).
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O estudo destaca a possibilidade de configurar uma metodologia para estudar
a imagem presente na sala de aula como um discurso pedagógico e não como um
mero elemento decorativo, permitindo o resgate do imaginário da sala de aula e de
práticas escolares. A Revista do Ensino, ao fazer uso significativo da iconografia em
sua produção editorial, visava à vulgarização dos recursos audiovisuais em sala de
aula e à organização do currículo escolar não como uma simples representação da
“realidade”, mas sim em um amplo sistema simbólico (Samain, 1996). Assim, o
processo de alfabetização da escola primária também envolvia uma alfabetização
visual, como fonte de conhecimento e inteligência. A imagem deveria impregnar a
alma infantil, como mais um dispositivo produtor de mensagens didáticopedagógicas.
Na perspectiva da escola nova, aprender a ver é condição essencial às
atividades de experimentação. Assim, a pedagogia pela imagem ou em imagens,
veiculada pela revista, busca uma “didatização” do olhar, sacralizando uma
representação da realidade limitada ao conteúdo manifesto, tendo em vista a
minuciosa orientação dada para sua exploração pelo professor, tirando a
possibilidade de outras visões e interpretações possíveis. A imagem não atua como
uma mera ilustração, mas exerce uma função formativa do imaginário social,
importante veículo de aculturação do sujeito, perpetua identidades, valores,
tradições, culturas.
O intenso estímulo à iconografia em sala de aula reflete a materialização do
discurso didático-pedagógico do CPOE/RS, tendo por fundamento a escola
renovada – “a implantação dos métodos ativos; a centralidade da criança no
processo de aprendizagem; a escola como espaço de exercício da criatividade; o
desenvolvimento da autodisciplina, da liberdade individual, da consciência moral dos
educandos, desenvolvimento do espírito crítico; compreensão da realidade”. Essas
foram as metas do Centro visando acompanhar a “civilização em mudança” e os
desafios da vida em uma sociedade democrática (Garcia; Peres, 2002, p102).
A iconografia em sala de aula, tendo como suporte dispositivos culturais
variados, é um tema ainda atual e merece ser foco de atenção dos educadores, em
criarem situações para os alunos refletirem sobre as imagens temporalizadas, em
uma sociedade cada vez mais dominada pelas imagens da mídia .
Para os historiadores da educação, o estudo das imagens – cartazes de
propaganda, anúncios de publicidade, ilustração de livros didáticos e revistas
14
pedagógicas, fotografias, mapas, plantas, filmes, lâminas, slides, obras de arte,
desenhos, histórias em quadrinhos, etc. – oferece múltiplas possibilidades de leitura
da cultura escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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WALTY, Ivete Lara C.; FONSECA, Maria N.S.; CURY, Maria Zilda F. Palavra e
Imagem: leituras cruzadas. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
PERIÓDICO
REVISTA DO ENSINO. Porto Alegre, 1951-1978 (170 números)
ANEXOS
ANEXO1
MATERIAL DIDÁTICO PARA AS CLASSES DO CURSO PRIMÁRIO
REVISTA DO ENSINO (1951-1956)
SÉRIE HISTÓRICA
17
1.
2. Catequese e civilização dos índios
3
4.
5. Descobrimentos do século XV.
6.
7.
8. Brasil Indígena
9. Brasil Colônia
10.Capitanias hereditárias
11.Governo Geral do Brasil
12. Invasões Estrangeiras
13. Movimentos Nativistas
14. D. João VI no Brasil
15. Independência
16.
17.
18.
19. Lutas – Regência e Reinado
20. D. Pedro e o II Reinado
21. República.
SÉRIE LINGUAGEM
9. Festa de aniversário
10. Banho de mar
13. Chapeuzinho Vermelho
14. O sapo e a Garça
SÉRIE ZOOLOGIA
1. Patos
5. Bovinos
11. Animais na Floresta
15. Cobras, répteis, peixes
16. Moscas, mosquitos, borboletas, formigas, aranhas, etc
ANEXO 2
MATERIAL DIDÁTICO PARA AS CLASSES DO CURSO PRIMÁRIO
REVISTA DO ENSINO (1957-1978)
SUPLEMENTO Nº 1 – Outubro de 1957 - Sugestões para o desenvolvimento do
programa de linguagem para classes de adaptação ao 1º ano da escola primária.
Adaptação das professoras Gilka Niderauer Fontoura e Gladis Ada Vieira dos
Santos.
SUPLEMENTO Nº 2 – Março de 1958 - Sugestões de atividades para o período
preparatório no 1º ano. Corália Ribeiro Porto e Gilda Garcia Bastos
18
SUPLEMENTO Nº 3 – Novembro de 1958 - Plano para a organização de uma
biblioteca escolar. Ivanyr E. Marchioro
Imagem: Brasil Indígena
SUPLEMENTO Nº4 – Abril de 1960 - Reforma do Ensino Primário no Rio Grande do
Sul.
SUPLEMENTO Nº5 –
SUPLEMENTO Nº6 –Animais – meios de locomoção
SUPLEMENTO Nº7 –Esquema da Bandeira Nacional
SUPLEMENTO Nº8 –
SUPLEMENTO Nº9 – Palácio da Alvorada (maquete)
SUPLEMENTO Nº10
SUPLEMENTO Nº11 – Ciências Naturais (a flor)
SUPLEMENTO Nº12 – Origem dos Alimentos / Natal
SUPLEMENTO Nº13 –
SUPLEMENTO Nº14 –
SUPLEMENTO Nº15 –
SUPLEMENTO Nº16 – Ensino da Matemática (distância, posição, quantidade,
tamanho)
SUPLEMENTO Nº17 – Exercícios de Observação
SUPLEMENTO Nº18 – Observação das partes do fruto / O papel da mãe no lar
SUPLEMENTO Nº19 –
SUPLEMENTO Nº20 –
SUPLEMENTO Nº21 –
SUPLEMENTO Nº22 –
SUPLEMENTO Nº23 –
SUPLEMENTO Nº24 – A Bandeira Nacional
SUPLEMENTO Nº25 –
SUPLEMENTO Nº26 –
SUPLEMENTO Nº27 – Bandeiras e Tipos Característicos Americanos
SUPLEMENTO Nº28 – Calendário Perpétuo para a sala de aula
SUPLEMENTO Nº29 – A Vida no Litoral
SUPLEMENTO Nº30 – A Vida no Campo
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Nº96 – 1959 – Animais Domésticos e seus Derivados
Nº97 – A Vida no Sertão
Nº98 –
Nº99 –
Nº100 – O Trabalho Humano e as Indústrias Brasileiras
Nº101 – Rio de Janeiro Ontem e Hoje
Nº102 – O Trabalho Humano e as Indústrias Brasileiras
Nº103 – A Histórias da Iluminação
Nº104 – Pequena História das Telecomunicações
Nº105 – Ondas que transformam a vida da comunidade : telecomunicações
Nº106 – O Indígena
Nº107 – 1966 – Nossos Dentes e nossos Olhos
Nº108 – 1966 – O Ano em Estações
Nº109 – 1966 – A indústria também contribui para a segurança nacional
Nº110 – 1966 – Principais Comemorações do ano
19
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
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•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Nº111 – 1966 – Corpo Humano (coleção de quatro placas coloruidas em
terceira dimensão : esqueleto, aparelho digestivo, aparelho circulatório, cinco
sentidos e seus orgãos)
Nº112 – 1967 – Atividades de Matemática com Conjunto
Nº113 – 1967 – Geografia I – iniciando trabalhos com mapas
Nº114 – 1967 – Principais Comemorações do ano II
Nº115 – 1968 – Geografia II – um mapa é uma representação plana da Terra
Nº116 – 1968 – Cuide de sua saúde
Nº117 – 1968 – Acontecimentos Históricos – Brasil Colônia I
Nº118 – 1968 – Acontecimentos Históricos – Brasil Colônia I
Nº119 – 1968 – Profissões a serviço da Comunidade
Nº120 – 1968 – Aspectos do Brasil Atual
Nº121 – 1969 – Nossas Bandeiras
Nº122 – 1969 – Profissões a serviço da Comunidade II
Nº123 – 1969 – 1ª Parte : Elementos para Composição
2ª Parte: Planta-Baixa como Sugestão de Trabalho
Nº124 – 1969 – A Vida Brasileira na Época Colonial
Nº125 – 1969 – Trabalhando com Conjuntos
Nº131 – 1971 – Corpo Humano (2º da Série)
Nº132 – 1971 – Matemática Moderna – Jogos sobre Atributos
Nº133 – 1971 – Animais em seu Habitat
Nº134 – 1971 – Corpo Humano (3º e último)
Nº135 – 1971 – Você conhece os símbolos da nossa pátria?
Nº136 –
Nº137 – 1971 – Calendário de 1972
Nº138 – 1972 – Conhecendo nossa História: Independência (1822)
Nº139 – 1972 – Análise Sintática
Nº140 –
Nº141 – 1972 – Meios de Transporte
Nº142 – 1972 – O Trânsito na Comunidade
Nº143 – 1972 – Conhecendo nossa História : Regência
Nº144 – 1972 – Conhecendo nossa História : II Reinado (1840 - 1889)
Nº145 – 1972 – Conhecendo nossa história: II Reinado – 2ª PARTE
Nº146 – 1972 – Calendário de 1973
Nº147 – 1973 – Onde Vive o Homem
Nº148 – 1973 – Quadrinização de uma Fábula
Nº149 – 1973 – Ecologia I
Nº150 – 1973 – Ciclos Bioquímicos
Nº151 – 1973 – Nossas Fronteiras
Nº152 – 1973 – Nossos Alimentos
Nº153 – 1973 – Interações entre os Seres Vivos
20
ANEXO 3
Como aproveitar o suplemento
Nº
108
109
110
114
116
118
119
ORIENTAÇÃO PLANEJAMENTO DESENHOS
FOTOS
E LAY-OUT
Maria
Maria Aparecida
Carl Ernest
Magdalena
Grendene e Ercila Zeuner e Elsy
Lutzemberger
T. Ambros
Pires Ferreira
Magdalena
Paulina Vissoky
Carl Ernest
Gentileza do
Lutzemberger
Zeuner
Centro
Industrial do
Rio de
janeiro
Magdalena
Flávia Maria Rosa
Carl Ernest
Lutzemberger e Valmíria Piccinini
Zeuner
Magdalena
Flávia Maria Rosa
Carl Ernest
Lutzemberger e valmíria Piccinini
Zeuner
Magdalena
Flávia Maria Rosa Elsy Ferreira
Lutzemberger
e Ester Malamut
Magdalena
Cláudia Strauss
Carl Ernest
Lutzemberger
Zeuner
Magdalena
Paulina Vissoky
Júlio Costa
Lutzemberger
120
Magdalena
Lutzemberger
Ester Malamut e
Flávia Maria Rosa
121
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Gilda Garcia
Bastos
Paulina Vissoky
122
123
124
Magdalena
Liba Juta Knijnik
Cláudia Strauss e
Baseados no
livro “Informe
Geral sobre a
Pesca no RS”,
de
Boaventura
Barcelos
Elsy Ferreira
Júlio Costa
Elsy Ferreira
Carl Ernest
21
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
Lutzemberger
Maria Aparecida
Grendene
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Ester Malamut e
Flávia Maria Rosa
Iria Lucí M. Poças
Iria Lucí M. Poças
Flávia Maria Rosa
e Valmíria Piccinini
Iria Lucí M. Poças
Cláudia Strauss e
Valmíria Piccinini
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Flávia Maria Rosa
e Valmíria Piccinini
Ester Grossi
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Zeuner e
Nilza Grau
Haertel
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
Armando
Grau
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
e Carl Ernest
Zeuner
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
Iria Lucí M. Poças
Elsy Ferreira
Valmíria Piccinini e
Flávia Maria Rosa
Flávia Maria Rosa
Elsy Ferreira
Valmíria Piccinini e
Flávia Maria Rosa
Nilza Grau
Haertel
Iria Lucí M. Poças
e Nilda C. Athaide
Flávia Maria Rosa
Elsy Ferreira
Iria Lucí M. Poças
e Nilda C. Athaide
Valmíria Piccinini e
Flávia Maria Rosa
Iria Lucí M. Poças
e Nilda C. Athaide
Flávia Maria Rosa
Valmíria Piccinini e
Flávia Maria Rosa
Flávia Maria Rosa
e Valmíria Piccinini
CNG e Vitor
Haertel
Elsy Ferreira
Antônio
Macedo e
Dimitri
Lambu
Nilza Grau
Haertel
Elsy Ferreira
Antônio
Macedo
Nilza Grau
Haertel
Antônio
Macedo e
Dimitri
Lambu
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
Nilza Grau
Haertel
Antônio
Macedo,
Dimitri
22
145
Magdalena
Lutzemberger
Flávia Maria Rosa
e Valmíria Piccinini
Nilza Grau
Haertel
146
147
CALENDÁRIO
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
DE
Nilda C. Athaide
1973
Elsy Ferreira
Flávia Maria Rosa
Elsy Ferreira
Miguel Bombin
Nilda C. Athaide
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
Flávia Maria Rosa
Elsy Ferreira
Miguel Bombin
Flávia Maria Rosa
e Valmíria Piccinini
Paulina Vissoky
Elsy Ferreira
Elsy Ferreira
Flávia Maria Rosa
e Iria Lucí M.
Poças
DE
Maria Cecília
Rockett, Flávia M.
Rosa e Iria M.
Poças
Flávia Maria Rosa
Equipe da
FEPLAN
148
149
151
152
153
154-155
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
158
Magdalena
Lutzemberger
Magdalena
Lutzemberger
Elsy Ferreira
159
162
CALENDÁRIO
Elsy Ferreira
163
Loudes C.de
Oliveira Maria
Luiza Ricciardi
Lourdes C. de
Planejamento:
Oliveira
equipe de redação
Orientação: Maria
da Graça Bulhões
Eleonora A
Esther Pillar Grossi
Vianna
157
164
165
Elsy Ferreira
1975
gentileza da
EMBRATUR
Gentileza da
EMBRATUR
Lambu e
João A. Silva
Antônio
Macedo E
Dimitri
Lambu
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