OS SABERES E HISTÓRIA DE MULHERES QUE MUDARAM O MUNDO.
UMA DESENVOLTURA DE SUAS HABILIDADES INDEPENDENTE DAS
DIFERENÇAS.
Mariza de Fátima Vieira da Silva
Universidade Federal da Paraíba– UFPB
Resumo
A definição de objetivos a alcançar e os caminhos para atingi-los, é uma conquista do
gênero e variam de pessoa para pessoa dependendo da maneira que cada indivíduo se
relaciona com o meio ambiente, e de acordo com os aspectos fisiológicos, sensoriais,
físicos, mentais e sociais. Analisaremos a relevância da construção dos conhecimentos
que fundamentam os saberes históricos e educativos inseridos num conjunto de práticas
culturais, através de mulheres nos diversos campos da sociedade. Focalizaremos o
gênero e seu papel social na história do seu meio ambiente, na dinâmica dos princípios
da igualdade e em harmonia com a natureza. Para a elaboração desse registro, fez-se uso
da pesquisa bibliográfica, como principal fonte de estudo, num procedimento formal
para a aquisição de conhecimento sobre a realidade, com pensamento reflexivo,
tratamento científico, investigação de dados em várias fontes com escolha do assunto,
elaboração de plano de trabalho, identificação, compilação, fichamento, análise,
interpretação e redação Diante do exposto, conclui-se que as relações de gênero podem
ser determinadas pelo contexto social, cultural, político e econômico, trabalhando suas
habilidades e competências, visando à equidade na aquisição de conhecimentos
históricos e educativos.
Palavras-chave: Gênero. Sociedade. Equipe. Conhecimento.
Apresentação
Este artigo define o que é gênero, aborda um contexto sociocultural e educativo
fundamentado na vida das mulheres apresentadas nesse registro cujos comportamentos
deram ênfase na questão de gênero em benefício da humanidade.
Portanto, este registro científico é de grande relevância para o entendimento da questão
de gênero e práticas culturais.
Problemática:
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Respeito á vida, a individualidade e a diversidade: incluir todos com suas
diferenças e tonalidades culturais. Conceito de multiculturalismo. Contribuição do
Gênero.
Introdução
Gênero é o conjunto de características sociais, culturais, econômicas que variam
através de história e se definem por meio das funções psicológicas e culturais que a
sociedade atribui a cada um do que considera “masculino” ou “feminino”, o que
estabelece relações sociais entre indivíduos, referenciando a história por meio do
multiculturalismo em tempos de globalização cultural.
Esse fenômeno consiste numa cultura simbólica que combina conhecimentos
empíricos e educacionais para a produção de bens e serviços para a sociedade. A
construção das relações sociais ocorre em condições concretas a partir de acordos
envolvendo tanto homens como mulheres. Assim a inclusão da categoria gênero em
qualquer análise acerca do desenvolvimento histórico e educativo torna-se de
fundamental importância.
A incorporação das mulheres nos sistemas de saberes históricos e educativos
extrapola a reivindicação igualitária, passando a ser também uma necessidade sóciocultural frente ao quadro de exclusão. Essa área específica poderia contribuir para o
desenvolvimento humano, mas para tanto não se pode tratá-las apenas como um
instrumento de ampliação da produtividade do trabalho e de resultados nos diversos
campos de domínios da sociedade. Nesse sentido, a utilização da categoria gênero
representa uma contribuição, pois revela a exclusão de determinados setores sociais no
processo de desenvolvimento e formação humana.
Na mesma linha se situa hoje uma compreensão revolucionária sobre a natureza
das inteligências múltiplas. Antunes (1998) relata que pesquisas recentes em
neurobiologia sugerem a presença de áreas no cérebro humano que correspondem, pelo
menos de maneira aproximada, a determinados espaços de cognição, mais ou menos
como se um ponto do cérebro representasse um setor que abrigasse uma forma
específica de competência e de processamento de informações. Embora seja uma tarefa
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difícil dizer claramente quais são essas áreas, existe o consenso de que possam, cada
uma delas, expressar uma forma diferente de inteligência, isto é, de responsabilizar pela
solução específica.
Segundo Howard que publicou pela primeira vez suas pesquisas em 1983, essas
áreas seriam oito e, portanto, o ser humano seria proprietário de oito pontos de seu
cérebro onde se abrigariam diferentes inteligências. Ainda que esse cientista afirme que
o número oito é relativamente subjetivo, são essas as inteligências que caracterizam o
que ele chama de inteligências múltiplas. Seriam elas a inteligência lingüística ou
verbal, a musical, a sinestésica corporal, a naturalista e as inteligências pessoais, isto é,
a intrapessoal e a interpessoal.
Howard cita ainda um trecho de uma palestra realizada em 1980 por Robert S.
Mc Namara, então presidente do Banco Mundial. Nessa oportunidade, ele questiona a
política metalista de financiamentos e lembrou:
O desenvolvimento, claramente, não é o progresso econômico medido em
termos de produto nacional bruto. Ele é algo muito mais básico: é
essencialmente o desenvolvimento humano, ou seja, a realização do
indivíduo e de seu potencial inerente.
As palavras de Mc Namara parecem dar a medida da importância do uso das
inteligências. Esse uso pode nos levar a ganhar mais dinheiro, obter maior prestígio
profissional, definir com mais clareza o sentido de nossa atividade humana no lar e no
trabalho, mas seguramente não parece ser essa a grande meta de um crescimento mais
consistente das inteligências múltiplas. Essa meta é essencialmente o desenvolvimento
humano, o crescimento da pessoa para ela mesma e para suas relações, a percepção de
que possui o mesmo potencial genético de Gandhi, Shakespeare, Picasso, Einstein,
Edison, Villa–Lobos, Antonio Conselheiro ou Vinícius de Moraes e que, portanto tem
pleno potencial para usufruir todo encanto do mundo.
A descoberta de que a criatura restrita, limitada, pequenina no descontrole de
suas emoções em que a visão da inteligência geral nos fez crer, sofre profundo abalo
com os estudos neurológicos recentes e, dessa bagagem científica, surge a descoberta de
um novo ser, estimulável em múltiplas inteligências e pronto para transformar em suas
as habilidades que, anos atrás, apenas apreciava em alguns.
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No âmbito dos saberes históricos, a pesquisa apresenta dados sobre o gênero
feminino, a forma como tem desenvolvido sua capacidade de relação com o mundo em
várias esferas trabalhando sua inteligência, habilidades e competências, como mulheres
inseridas em diversos campos sociais e profissionais dando sua contribuição na
construção educativa e no multiculturalismo. Na construção histórica do mundo, as
mulheres surgem fazendo diferença em todas as épocas da civilização, mostrando-se
como exemplos, como luzes inspiradoras de novas conquistas. Num mundo dominado
por costumes conservadores, elas abriram caminho munidas de talento, instrução e
carisma,vencendo pela capacidade e não pela força; pela sensibilidade e não pela
imposição.
Exemplos de Mulheres que Mudaram o Mundo
Shalita (2005), relata sobre algumas mulheres que fizeram diferença no mundo,
e entre elas destaca-se Marie Curie, que viveu entre 1867 a 1934, vítima da Ciência,
uma das referências valiosas para perceber com maior discernimento que a sua história,
é a história da Polônia, um verdadeiro corredor da Europa, por onde passaram,
marchando e destruindo praticamente todos os povos existentes naquele continente. É
mister saber das centenas e centenas de suas mulheres violentadas por exércitos
inimigos, invasores, forças de ocupação, tendo por fim sido jogadas em território
estrangeiro, vivendo como podiam. E essa situação nômade por que passavam gerou o
gentílico polaca, sinônimo de prostitua em grande parte do mundo, tal o preconceito que
as mulheres polonesas passaram então a sofrer.
Esse país se reergueu e se impôs frente ao mundo, distribuindo grandes homens
e mulheres, grandes astros e grandes Chefes de Estado. Entre os maiores nomes, consta
o de Marya Sklodowska, a qual com suas experiências e descobertas de radioatividade,
de profissionalismo como professor na área de Biologia e no tratamento de doenças
incuráveis como o câncer, conferencista em vários lugares do mundo sobre os grandes
resultados dos Raios-X, inclusive no Brasil, a convite do Instituto Brasileiro de Alta
Cultura em 1926, para efetivar uma palestra sobre radioatividade no Rio de Janeiro.
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Trabalhou 36 anos com radioatividade e terminou com as células do seu sangue
alteradas por um longo acúmulo de radiações.
Por suas atividades sociais, profissionais e educativas, recebeu muitos títulos. Do
Brasil, ela recebeu os seguintes títulos: Membro de Honra da Federação Brasileira pelo
Progresso do Feminismo, dirigida pela Dra. Berta Lutz; Membro Correspondente da
Academia Brasileira de Ciência; Membro de Honra da Associação Brasileira de
Farmacêuticos; Membro de Honra da Associação Brasileira de Farmácia e Química de
São Paulo. Por tudo que realizou utilizando sua vida como principal instrumento a favor
dos saberes históricos e educativos, suas atitudes de coragem e bravura revelam a
entrega de um legado para a construção de conhecimentos e ações humanitárias a favor
do próximo, o que revolucionou o mundo e em especial o universo inteiro da Ciência.
O autor supracitado ressalta ainda, que Madre Teresa de Calcutá, com tempo de
vida entre 1910 – 1997 era natural da Península dos Bálcãs, na Albânia, uma região
muitas vezes considerada um barril de pólvora na Europa, por causa dos conflitos
armados, guerras sem fim, ataques e defesas, ocupações e expulsões que sucessivamente
trouxeram miséria para o povo nessas terras de horrores e violência que às vezes parece
ser a sina do ser humano no mundo. Madre Teresa viveu para o próximo, como ela
mesma disse: “Eu jamais cuido de multidões, mas somente de uma pessoa. Se eu
levasse em conta as multidões, não começaria nunca. O próximo é quem precisa de mim
agora...”.
Seus feitos chamam a atenção do mundo inteiro numa entrega absoluta em busca
do próximo. Nunca se desviou de sua missão. Dedicava-se aos pobres, aos famintos, aos
feridos de guerra, aos doentes, á educação das crianças e outras atitudes de valor
humano, com o objetivo de aumentar-lhes a auto-estima como instrumento de enfrentar
o mundo. Prestava atenção especial aos rejeitados, por que dizia que “ser rejeitado é a
maior de todas as doenças”. Fez essa luz brilhar durante toda a sua existência. Essa
crença fez com que fundasse 360 casas, habitadas por 2.500 freiras. Para que pudesse
falar com cada vez mais pessoas, deixou publicar seu diário, em que intimamente
confidencia detalhes do seu dia-a-dia.
Shalita (2005) ainda relata sobre Agnes Bojakxiu, mundialmente reconhecida
como Madre Teresa de Calcutá, cujo exemplo inspirou o padre Jesuíta Andrew, que
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conseguiu a permissão de desatar-se da Companhia de Jesus e unir-se a Madre Teresa,
criando em 1963 uma Congregação similar masculina, para auxiliar e substituir as
missionárias da caridade em assuntos caracteristicamente de interesse dos homens, e se
autodenominaram Irmãos Missionários da Caridade. Com a prática da caridade, a
Congregação, agora também masculina, proliferou por todo o mundo, abrangendo 124
países, contava com mais de 560 casas e cerca de 4.200 religiosas e religiosos que têm
por princípio as palavras de Madre Teresa:
Para nós, não tem a menor importância a fé que professam ou deixam de
professar as pessoas por nós assistidas. Nosso critério de ajuda não é de
crença, mas de necessidade. Todos são corpo de Cristo, todos são Cristos
sob aparência de seres humanos necessitados de ajuda, com direito a
recebê-la. Não poderíamos buscar dignidade mais sublime nas pessoas que
são objeto de nossa assistência. O nosso objetivo não é procurar que se
convertam ao Cristianismo, mas que encontrem Deus em qualquer religião.
É a fé em Deus que nos salva. O grupo religioso que serve de ponto de
partida para chegar a Ele é de importância secundária (SHALITA, 2005).
No marco histórico registrado, por Madre Teresa de Calcutá no mundo,
encontram-se também os objetivos estabelecidos por ela mesma, os quais visam o
homem, e a mulher como sujeitos sociais, concernente à reeducação individual,
tornando-se conscientes de que são importantes, cujas presenças são valiosas como
pessoas quanto à presença como todos os seus iguais.
O autor já mencionado apresenta ainda Simone de Beauvoir, que em meio a uma
sociedade construída pelos homens, alcançou um espaço valioso para a expressão da
alma feminina. Sua vida apaixonante e desafiante é um ponto de partida para inúmeras
reflexões sobre a condição das mulheres. Pode-se dizer que ela conseguiu inaugurar em
escala mundial, um novo olhar sobre as mulheres: o nascimento do respeito pelo
segundo sexo.
Simone desenvolveu-se na literatura e na filosofia de cunho existencialista,
feminista e autobiográfica, valendo-se também da ficção. Seu primeiro livro publicado
tratava-se de um romance, A Convidada (1943), em que criou personagens humanos e
atuais, cujo tema era a exagerada permanência de uma jovem convidada por um casal, o
que passa a gerar ciúmes na mulher; nessa obra, ela trata de uma consciência com outra.
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Escreveu ainda O Sangue dos Outros (1944), sobre o conflito de um herói da
Resistência Francesa, de como engajar-se socialmente e o seu dever como pessoa. A
peça teatral As bocas inúteis (1945), também escritas por ela, demonstra os conceitos
existencialistas; Todos os homens são mortais (1947), retratando a ilusão da
imortalidade, e Por uma moral da ambigüidade (1947), um dos seus livros mais
importantes.
Nenhuma linha escrita por Simone de Beauvoir foi recebida com indiferença.
Seus livros de memórias e autobiografias, romances e novelas, tratados e ensaios
sempre tiveram o mérito de expor uma escritora determinada na discussão democrática
de propostas de mudança radical das estruturas psíquicas, sociais e políticas da
existência humana.
As obras de Simone de Beauvoir refletem um misto de emoção e razão sobre sua
vida, suas relações no ambiente das décadas de 1930 a 1970 na França, os movimentos
políticos, as discussões inflamadas sobre a guerra que travava dentro de si também lá
fora, o caos, a busca da sobrevivência, de uma resposta para o viver. Em um dos seus
livros intitulado O segundo sexo (1980), o qual fora transformado numa bíblia feminino
além-França, enaltecendo a mulher, efervescendo o debate social sobre a opressão
feminina, sua situação psicológica a essa situação, além do pouco espaço no mundo que
lhes fora dado para que deixassem de ser alienadas. Por todas essas condições a mulher
era submissa ao homem. Questionava-se o porquê da opressão e o porquê da submissão.
Era um contexto versus outro.
Partilhava-se um jogo a cujas regras as mulheres e os homens obedeciam a
recolocação ideológica. Havia os prós e os contras, e febrilmente as consciências
lampejavam e se iluminavam. Partira-se o cordão umbilical, desfazia-se a simbiose de
séculos, E, como iguais se posicionavam.
Em 1963, o movimento das mulheres em prol da libertação retomava as idéias
de Simone de Beauvoir nos discursos da feminista e ativista Betty Friedan, que
denunciava a submissão das mulheres na sociedade capitalista Norte-Americana. Tendo
como ponto de partida essas idéias, o movimento alastrou-se pelo mundo.
Simone de Beauvoir dedicou a maior parte de sua existência à escrita. Para ela,
escrever era levar em conta a diversidade do mundo de forma a justificá-lo. Sua escrita
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abrangeu diversos gêneros através dos quais procurou comunicar o sentido vivido de
seu ser no mundo, suas ambigüidades e complexidades. Seus ensaios foram de singular
para o século XX. Seus romances, muitos deles inspirados em experiências pessoais,
sempre abordaram temas existencialistas. Participou de uma intensa vida cultural e
política que a levou a viajar pelo mundo e a assumir firmes posições em defesa da
liberdade de expressão.
No Brasil, muitas mulheres participaram ativamente na política da década de
1960, e o movimento ganhou corpo, surgindo um primeiro movimento organizado de
feministas pós–Simone de Benvoir em São Paulo, em 1972, iniciado por Célia Sampaio,
Walnice Nogueira Galvão, Maria Malta Campos, Maria Odila Silva Dias, entre outras.
Em 1975 a ONU se viu pressionada há declarar o Ano Internacional da Mulher e, dez
anos depois, a Década da Mulher no Mundo.
Simone de Beauvoir nasceu em Paris, no dia 9 de janeiro de 1908 e morreu no
dia 14 de abril de 1986 aos 78 anos. Deixou uma herança universal, tanto em termos
literários, quanto de existir integralmente como iguais, seja no campo feminino, seja no
filosófico ou no literário. Numa sociedade de domínio masculino, Simone se entregou a
expandir-se, a abrir as portas do mundo para a mulher, criando o espaço como um colo
para as minorias que sofrem de desigualdade, de opressão e de uma vida alienada da
realidade, porém, a mulher também é um ser humano em busca da realização dos seus
projetos de vida, fundamentada na sua persistência, coragem e determinação, luta pela
conquista do seu espaço social, profissional, arvorando uma bandeira de valor humano,
autonomia, identidade e igualdade.
Segundo Richardson (2009), a identidade social da mulher, durante séculos, foi
construída através de um “modelo” que a sociedade lhe atribuiu de “vida doméstica”,
que firmou os diferentes papéis biológicos entre os sexos, em desigualdades sociais,
confrontando historicamente, a exclusão de desenvolver cargos no mundo público. As
mulheres do século atual têm direitos e espaços gratuitos, porém, isto não proíbe que
sofram vexames, violências seguidas de morte, exclusão, dificuldades estruturais de
conciliar estudos, família, trabalho, mesmo quando capacitadas e inseridas igualmente
nos espaços de poder, ainda assim não conseguem efetivar uma mudança cultural e
política que de fato as legitime como autônomas e habituadas ao mundo público.
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Movimentos Feministas nas Relações de Gênero.
Pimentel (1979) relata sobre o entendimento do conjunto de práticas sociais,
aprendidas por sujeitos sociais, que refletem acerca das relações de gênero, onde se faz
necessário discutir sobre os Movimentos Feministas, em que o conceito de gênero se
descentraliza do patriarcalismo e em estudos teóricos consideram-se as relações do
mesmo como parte de um conjunto complexo das relações sociais. A desigualdade de
gênero é algo a ser tratado de forma social e construtiva. Scott (1992 contribuiu na
história das mulheres dizendo que:
A emergência da História das mulheres como um campo de estudo
acompanhou as campanhas feministas para a melhoria das condições
profissionais e envolvem a expansão dos limites da história. Mas esta não
foi simplesmente uma questão de adicionar algo que estava anteriormente
faltando. Em vez disso, há uma incomoda ambigüidade inerente ao
projeto da história das mulheres, pois ela é ao mesmo tempo um
suplemento inócuo à história estabelecida e um deslocamento radical
dessa história (SCOTT, 1992, p.75).
Os Movimentos Feministas se apóiam sobre a origem do patriarcalismo, na
perspectiva militante. Para se considerar o feminismo como fato social significativo e
movimento social deve-se ponderar duas análises: a primeira refere-se ao número de
atores sociais envolvidos, sua influência e relações de ordem política, ideológica
econômica ou social, e a segunda diz respeito à importância desse fato para o conjunto
da sociedade. (Toscano 1992, p.17).
Richardson (2009), ainda ressalta que desde o movimento pela reivindicação ao
voto, os primeiros passos do Movimento Feminista no Brasil, resgatam a imagem de
Nísia Floresta, uma das mulheres à educação e ao sufrágio. No século xx a inserção da
mulher no magistério foi notável, algo que simbolizava um status de representação
pública.
Contribuição dos Movimentos Feministas na Nova História.
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Os Movimentos Feministas foram erguidos com a intenção de manter-se fiel aos
princípios da ordem e harmonia social, apesar de muitos enfrentamentos e
questionamentos, (TOSCANO, 1989, p. 29). Através do Movimento Feminista, surge
um novo olhar na história, com ação organizada, de caráter coletivo, com o objetivo de
mudar a situação da mulher na sociedade, eliminando as discriminações a que ela está
sujeita. Isto Ocorreu quando se realizou um levantamento sobre o feminismo no Brasil
em 1992. Tornou-se consensual dentro do movimento, mesmo diante das diferenças
mais explícitas e estratégicas praticadas pelos diversos grupos feministas.
Atualmente em todos os campos da sociedade, é possível notar o domínio de
poder do gênero feminino, exercitando suas capacidades, sejam elas domésticas ou
profissionais.
Conclusão
A articulação entre gênero, saberes históricos e educativos, faz-se perceber que o
poder econômico, político e social masculino influenciam a natureza do contato e o
acesso das mulheres às múltiplas áreas de conhecimento, desencadeando um processo
de construção de “habilidades femininas” que conduzem as mulheres a uma relação de
subordinação frente às mudanças científica, tecnológicas, históricas e sociais. É possível
refletir sobre a premissa de que as mulheres têm necessidades e valores distintos dos
masculinos e, dessa forma, diferenciada, a sociedade e o mercado de trabalho formulam
estratégias favoráveis ao trabalho produtivo e reprodutivo das mulheres.
As relações de poder na sociedade estão fortemente associadas às desigualdades
sociais e sexuais. No entanto, a inserção da mulher nos campos de domínios da
sociedade, extrapola a reivindicação igualitária, passando a ser também uma
necessidade sociocultural frente à nova história deste século, para construir 10com bases
sólidas os saberes históricos e educativos, através de vivências de gênero que se
entregaram e se entregam em benefício do outro, com legados heróicos, que passam de
geração em geração, com influência no meio social e de conhecimento no mundo.
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Referências Bibliográficas
CHALITA, Gabriel. Mulheres que mudaram o mundo. 1 ed – São Paulo. Companhia
Editora Nacional, 2005.
Exclusão, inclusão e diversidade/ Robert Jarry Richardson (Org.) João Pessoa:
Editora Universitária da UFPB, 2009
PIMENTEL, Manoel Pedro. Crime e Pena: Problemas contemporâneos. Revista de
Direito Penal, v. 28, p. 53 – 70, ju. l /dez. 1979.
TOSCANO, Moema, GOLDENBERG, Miriam. A revolução das mulheres: um balanço
do feminismo no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1992.
SCOTT, Joan. História das Mulheres. In. : A escrita da história. São Paulo: Ed. Da
Universidade Estadual Paulista, 1992.
ANTUNES, Celso, 1973 – As inteligências múltiplas e seus estímulos. Campinas, SP:
Papirus, 1998 – (Coleção Papirus educação).
GARDNER, Howard (1995a). A criança pré-escolar – Como pensa e como a escola
pode ensiná-la. Porto Alegre: Artes Médicas.
___________(1995b). Estruturas da mente – A teoria das i nteligências múltiplas. Porto
Alegre: Arte Médicas.
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A questão de gênero na aquisição dos saberes