SIMPÓSIO DE SOCIOLOGIA
NOV/2011
SOCIOLOGIA E CINEMA
NA SALA DE AULA
HISTÓRIA DO
CINEMA MUNDIAL
IRMÃOS LUMIÈRE
- Auguste e Louis: cinematógrafo.
- Primeira apresentação: 28/12/1895, Grand
Café, Paris. A saída dos operários das usinas
Lumière, “A chegada do trem na estação”, “O
almoço do bebê” e “O mar” são alguns dos
filmes apresentados. As produções são
rudimentares, em geral documentários curtos
sobre a vida cotidiana, com cerca de dois
minutos de projeção, filmados ao ar livre.
(trecho).
CINEMA FALADO
• O advento do som, nos Estados Unidos,
revoluciona a produção cinematográfica
mundial. Os anos 30 consolidam os
grandes estúdios e consagram astros e
estrelas em Hollywood.
• "O Cantor de Jazz”, 1927, de Alan
Crosland, é o primeiro inteiramente falado.
“Cantando na chuva” (trecho).
“CANTANDO NA CHUVA”
Ficha Técnica: Título original: (Singin'in the Rain),
Lançamento: 1952 (EUA), Direção: Gene Kelly, Stanley
Donen, Duração: 118min., Gênero: Musical.
Sinopse: Don Lockwood e Lina Lamont são dois dos
astros mais famosos da época do cinema mudo em
Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de
público e as revistas apostam num relacionamento mais
íntimo entre os dois, o que não existe na realidade. Mas
uma novidade no mundo do cinema chega para mudar
totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o
cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os
espectadores.
“HOLLYWOOD: ANOS DE
OURO”
• Hollywood vive os seus anos de ouro em
1938 e 1939.
• Superproduções como “...E o Vento Levou”,
“O Morro dos Ventos Uivantes” e
“Casablanca”.
• Desafiando o esquema dos grandes estúdios
hollywoodianos, Orson Welles lança, em
1941,
“Cidadão
Kane”,
filme
que
revoluciona a estética do cinema (trechos).
“CIDADÃO KANE”
Características:
a) profundidade de campo;
b) longo travelling;
c) roteiro não linear.
“CIDADÃO KANE”
Ficha Técnica: Título original: Citizen Kane,
Lançamento: 1941 (EUA), Direção: Orson
Welles,Duração: 119min., Gênero: Drama.
Sinopse: A ascensão de um mito da
imprensa americana, de garoto pobre no
interior a magnata de um império dos
meios de comunicação. Inspirado na vida
do milionário William Randolph Hearst.
CINEMA NO BRASIL
• Em 8/7/1896 realiza-se, no Rio de Janeiro, a
primeira sessão de cinema no país.
• Um ano depois, Paschoal Segreto e José
Roberto Cunha Salles inauguram, na rua do
Ouvidor, uma sala permanente.
• Em 1898, Afonso Segreto roda o primeiro filme
brasileiro: algumas cenas da baía de
Guanabara. Seguem-se pequenos filmes sobre
o cotidiano carioca e filmagens de pontos
importantes da cidade, como o Largo do
Machado e a Igreja da Candelária.
CINEMA NOVO
• "Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça" é o lema de
cineastas que, nos anos 60, se propõem a realizar filmes de
autor, baratos, com preocupações sociais e enraizados na
cultura brasileira.
• “Vidas secas” (1963), de Nelson Pereira dos Santos, é o
precursor. “Deus e o diabo na terra do sol”, de Glauber
Rocha, e “Os fuzis”, de Rui Guerra, também pertencem à
primeira fase, concentrada na temática rural, que aborda
problemas básicos da sociedade brasileira.
• Após o golpe de 64, a abordagem centraliza-se na classe
média urbana, como em “A falecida”, de Leon Hirszman, “O
desafio”, de Paulo César Sarraceni, e “A grande cidade”, de
Carlos Diegues.
• Com “Terra em transe” (1967), de Glauber Rocha, o Cinema
Novo evolui para formas alegóricas, como meio de contornar
a censura do Regime Militar.
RETOMADA CINEMA BRASILEIRO
•
•
•
•
Fechamento Embrafilme (Governo Collor).
Produção cai quase a zero.
Co-produções estrangeiras.
1993: retomada da produção, por meio do
Programa Banespa de Incentivo à Indústria
Cinematográfica e do Prêmio Resgate Cinema
Brasileiro, instituído pelo Ministério da Cultura.
• “Carlota Joaquina, princesa do Brasil”, de Carla
Camuratti (1995).
CINEMA: mil e um motivos
para usar
Benjamin (1975, p. 28):
“O cinema constrói um campo imagético
totalmente revolucionário na área do
conhecimento, pois o que se abre é a
perspectiva de análise, isto é, ainda que o
público de cinema se distraia e se divirta,
permanece o espaço para o exame, para
a reflexão”.
O uso do cinema em sala
de aula
“Quando o aluno assiste a um filme na
escola, o professor desempenha papel
fundamental na atividade, posicionandose como o mediador que proporá leituras
mais
ambiciosas,
incentivando
o
educando a se tornar um espectador mais
exigente e crítico, além de perceber que
os conteúdos sistematizados, aprendidos
em cada disciplina, isoladamente, são
usados em muitos momentos da vida, no
cotidiano das pessoas.” (NAPOLITANO,
2003).
LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA:
Por que conhecer?
• Maior compreensão da narrativa do filme:
percepção dos detalhes que contam a história.
• Trabalho disciplinar a partir dos elementos
narrativos.
• Criação e produção de audiovisuais.
ELEMENTOS DETERMINANTES
Planificação
• Planificação: ajuda na compreensão de
vários
detalhes
referentes
às
personagens, ao cenário, ao figurino, etc.
• Plano, cena e sequência: diferenciação.
ELEMENTOS DETERMINANTES
• Plano Geral: planos bastante abertos.
Servem para situar o espectador a
respeito do espaço onde o filme se
desenvolve.
EXEMPLO 1
EXEMPLO 2
PLANO CONJUNTO
Plano Conjunto Aberto: enquadra três ou
mais atores com a mesma carga
dramática.
Plano Conjunto Fechado: enquadra dois
atores com a mesma função dramática.
EXEMPLO 1 - FECHADO
EXEMPLO 2 - ABERTO
PLANO AMERICANO
O personagem é mostrado do joelho para
cima.
Tem origem
nos
westerns
americanos, com a função de mostrar a
cartucheira do revólver na cintura.
EXEMPLO – PLANO
AMERICANO
PLANO MÉDIO
O personagem é enquadrado da cintura
para cima. É muito usado para mostrar o
movimento das mãos.
EXEMPLO – PLANO MÉDIO
PLANO PRÓXIMO
Também chamado de Primeiro Plano. Nele,
o personagem é enquadrado do busto
para cima, dando maior evidência ao ator,
servindo para mostrar características,
intenções e atitudes do personagem.
EXEMPLO – PLANO PRÓXIMO
CLOSE
Também chamado de Primeiríssimo Plano.
Mostra o rosto inteiro do personagem, do
ombro para cima, definindo a sua carga
dramática.
EXEMPLO - CLOSE
PLANO DETALHE
Mostra partes do corpo, como detalhes da
boca, olhos, mãos, pés, etc. É usado,
também, para mostrar objetos.
EXEMPLO 1 - DETALHE
EXEMPLO 2 - DETALHE
PLONGÉE
ANGULAÇÃO
A câmera filma de cima para baixo.
Bastante usado para dar a impressão de
inferioridade do personagem.
EXEMPLO – PLONGÉE (trecho “V de
vingança”)
CONTRAPLONGÉE
A câmera filma de baixo para cima. Usado
quando se pretende dar impressão de
superioridade ao personagem, pois a
imagem fica aumentada.
EXEMPLO CONTRAPLONGÉE
TRAVELLING
A câmera inteira se desloca sobre uma
plataforma (dolly), indo para frente ou para
trás, podendo também fazer curvas
(trecho “Hannah e suas irmãs”, Wood
Allen).
“HANNAH E SUAS IRMÃS”
Ficha técnica: Título original: (Hannah And Her
Sisters, Lançamento: 1986 (EUA), Direção:
Woody Allen, Duração: 102min., Gênero:
Comédia.
Sinopse: A amizade e o relacionamento de três
irmãs vivendo em Nova York, seus conflitos
amorosos e existenciais no meio de um grupo
de amigos e parentes não muito homogêneo.
CÂMERA NA MÃO
Usada em casos específicos em que
queremos acentuar uma ação simulando o
movimento de deslocamento do ator
(trecho “Terra em transe”).
“TERRA EM TRANSE”
Ficha técnica: Terra em transe, Lançamento:
1967 (Brasil), Direção: Glauber Rocha, Duração:
115min., Gênero: Drama.
Sinopse: o senador Porfírio Diaz detesta seu povo
e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um
país localizado na América do Sul. Porém,
existem diversos homens que querem este
poder, que resolvem enfrentá-lo.
PANORÂMICA
Movimento de câmera sobre seu
próprio eixo. Utilizado para seguir
um personagem, explorar um
espaço, sugerir uma ideia ou uma
impressão, etc, desempenhando
um papel direto na narrativa (trecho
“V de vingança”).
“V DE VINGANÇA”
Ficha técnica: (V for vendetta), Aventura, Estados
Unidos/Alemanha, 2006, 132min.; COR. Direção: James
MacTeigue. Baseado nos quadrinhos "V for Vendetta",
de David Loyd e Allan Moore.
Sinopse: Futuro não muito distante no qual a GrãBretanha é dominada por um regime totalitário que
retirou às pessoas todos os seus direitos. Os cidadãos
vivem no medo constante de um governo tipo
nazifacista. Apresenta-se V, um herói mascarado, que
pretende tirar a população de sua apatia submissa e
destruir o símbolo do absolutismo – as casas do
parlamento.
ELIPSE
Supressão de um ato dramático, que será
resolvido posteriormente (trecho de “2001,
uma odisséia no espaço”).
“2001, UMA ODISSÉIA
NO ESPAÇO”
Ficha técnica: Título original: (A Space Odissey),
Lançamento: 1968 (EUA), Direção: Stanley Kubrick,,
Duração: 141min., Gênero: Ficção Científica.
Sinopse: Desde a "Aurora do Homem" (a pré-história), um
misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra
civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões
de anos depois, no século XXI, uma equipe de
astronautas liderados pelo experiente David Bowman e
Frank Poole é enviada à Júpiter para investigar o
enigmático monolito na nave Discovery, totalmente
controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no
meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o
controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.
MONTAGEM
Entre os anos 1910 e 1920, artistas como
Kulechov, Vertov e Eisenstein experimentavam
radicalmente a associação entre imagens. No
final dos anos 1910, Kulechov, com seu “Efeito
Kulechov”, observou que um plano pode alterar
o significado de outro. Em A greve (1924), de
Eisenstein, bois conduzidos ao matadouro +
pessoas indo para uma fábrica = capitalismo
que trata os homens como animais (vídeo
“Efeito Kulechov”).
ELEMENTOS NÃO DETERMINANTES -
FOTOGRAFIA
Iluminação: o jogo de sombra e luz entre o
primeiro e o segundo planos, por exemplo,
produz resultados bastante interessantes.
Cores: os tons das cores do filme também
podem ajudar o diretor a transmitir uma
mensagem (trecho “Cidadão Kane” – lado
obscuro de Kane, sombra encobre).
SOM
O cinema, no seu início, deu prioridade à
imagem, deixando o som em segundo plano.
Atualmente, o som passa a ter maior
importância na linguagem cinematográfica, a
contar pelos diálogos, passando pela música
até os sons que nos rodeiam, pois
percebemos que acrescentam valor à
imagem, funcionando como complementos
(trecho “Sindicato de Ladrões”).
“SINDICATO DE LADRÕES”
Ficha técnica: Título original: (On the Waterfront),
Lançamento: 1954 (EUA), Direção: Elia Kazan,
Duração: 108min., Gênero: Drama.
Sinopse: Terry Malloy é um ex-boxeador que
costumava ser grande, mas que se tornou
pequeno ao entrar para a gangue exploradora
de Johnny Friendly. Quando uma trabalhador
inocente morre, Terry sente-se culpado e
começa a tentar consertar suas ações passadas
lutando diretamente contra o sindicato, sofrendo
também as consequências.
CENOGRAFIA
A cenografia conta a época e o local onde
se passa a história. A partir da
visualização de um cenário é possível,
também, identificar alguns traços da
personalidade das personagens: quem
são, do que gostam, família, vida afetiva,
trabalho, etc. (Trecho “Carlota Joaquina”).
FIGURINO
Roupas e acessórios dos personagens, projetados
e/ou escolhidos pelo figurinista, de acordo com
as necessidades do roteiro, personagem e da
direção do filme.
É muito mais que uma roupa, possuindo uma
carga, um depoimento, uma lista de mensagens
implícitas visíveis e subliminares sobre todo o
panorama do filme, bem como funções
específicas dentro do contexto e perante o
público (Trecho “Carlota Joaquina”).
“CARLOTA JOAQUINA,
PRINCESA DO BRASIL”
Ficha técnica: Carlota Joaquina, Princesa do Brasil,
Brasil, 1995, Direção: Carla Camuratti, Duração:
100min., Comédia.
Sinopse: painel da vida de Carlota Joaquina, a infanta
espanhola que conheceu o príncipe de Portugal com
apenas dez anos e se decepcionou com o futuro marido.
Sempre mostrou disposição para seus amantes e pelo
poder e se sentiu tremendamente contrariada quando a
corte portuguesa veio para o Brasil, tendo uma grande
sensação de alívio quando foi embora.
SUGESTÕES LEITURA
BENJAMIN, W. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica.
In: Obras escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios
sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense,
1985b. p. 165-196. v. 1.
DUARTE, R. Cinema e educação. 2ª. ed. São Paulo: Autêntica, 2002.
GARDNIER, R. Breve histórico das concepções da montagem no
cinema. In: Portal Brasileiro de Cinema. Disponível em:
http://www.heco.com.br/montagem/ensaios/04_03.php . Acesso em
05 ago 2011.
GONZÁLEZ, P. Educação da afetividade através do cinema.
Curitiba: Instituto de Ensino e Fomento, 2006.
MARTIN, M. A linguagem cinematográfica. 2ª. ed. São Paulo:
Brasiliense, 2009.
NAPOLITANO, M. Como usar o cinema na sala de aula. 4ª. ed. São
Paulo: Contexto, 2010.
RODRIGUES, C. O cinema e a produção. 2. ed. Rio de Janeiro:
DP&A: Faperj, 2005.
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Márcia Galvan
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