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“CONCEITO DE DEUS NA MAÇONARIA”
Ney Lisboa de Miranda 33º
Assessor Especial.
1ª Inspetoria Litúrgica do Paraná
Oriente de Curitiba, 02/12/12.
O conceito de Deus sempre foi motivo de discussões e até mesmo
guerras entre os povos. Cada seita ou religião se auto proclama detentora de
todos os princípios divinos e acaba por exercer um monopólio das coisas de
Deus perante a comunidade que a abriga.
Seus líderes são tidos como representantes legítimos de todas as potestades e
disso não abrem mão.
A igreja Católica se diz originária do próprio Cristo, da qual seria o
fundador, tendo inclusive a Pedro como o primeiro Papa.
Os evangélicos proclamam em alto e bom tom, que são eles os eleitos
do Senhor e que o verdadeiro Cristo se encontra dentro de suas igrejas e em
nenhum outro lugar.
Fora do cristianismo, vamos encontrar religiões que agem da mesma
forma que as demais: proclamado-se como porta única de acesso à salvação.
Em respeito à propensão religiosa de cada um, não emitiremos opinião
quanto aos conceitos acima descritos.
Então temos em todas as partes do mundo, religiões e/ou seitas que
professam sua fé em seu Deus particular.
“A Maçonaria como instituição universal que congrega em seu seio
pessoas de todos os credos e raças, sem distinção alguma necessitava de uma
denominação própria que englobasse todos os conceitos da divindade, sem
denotar propensão a este ou aquele”.
Se para os judeus a crença é em Jeová, para os hindus é em Brahma:
aos maometanos corresponde Alá, enquanto aos cristãos, é Deus; então
tomando por base os conhecimentos das ciências antigas, das quais é uma
das guardiãs, nossa Sublime Instituição universalizou a denominação da
divindade com o título de “G.’. A.’. D.’. U. ’.”. Assim, um Maçom cristão, um
maometano, um judeu, um hinduísta, ou de onde possa originar professa sua
crença em um mesmo Ser Supremo, a Consciência Cósmica Universal, o Eu
Sou O Que Sou, a Verdade inefável, que não é um Deus particular dos
maçons, como apregoam os líderes religiosos contrários à sublime Ordem, no
intuito de confundir seus adeptos.
Trata-se de universalizar o conceito de Deus como Onisciente,
Onipresente e Onipotente, porém essa universalização se destina à Maçonaria
Universal e não entidade suprema de uma “religião maçônica” que só existe
na cabeça dos líderes fanáticos de seitas ou religiões com pendores ou
fundamentos dogmáticos ou preconceituosos.
Ao adquirir consciência de si mesmo e estar seguro do caminho a
seguir, o Iniciado pode se pronunciar a respeito de suas idéias e ideais, sem
temer represálias de qualquer espécie, uma vez senhor de suas forças e
conhecedor dos limites impostos no seio da maçonaria no que tange a
liberdade religiosa do seu adepto.
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Essa posse de si mesmo é o resultado dos estudos praticados nos
elementos da natureza, extraindo dos mesmos as lições filosóficas e cientifica
necessária ao pleno conhecimento da Vida e interação da “Creatura com o
Creador”: é a Liberdade de Consciência regida pelo Livre Arbítrio que
impulsiona o homem no caminho do Saber e o liberta das amarras impostas
pelas crendices, do espírito de seitas e dos conceitos dogmáticos.
Ao contemplar-se pela vez primeira a “Estrela Flamejante” e entender o
seu vasto significado esotérico, filosófico, científico, espiritual e moral, jamais o
Homem será o mesmo. Uma mudança opera m seu íntimo. Não mais o atrai os
sofismas e filigranas de lideranças religiosas: condescendente, sorri das
absurdas teorias ortodoxas e mostra o caminho correto a ser seguido: ao deus
terrível e vingativo das seitas, contrapõe o Ser Inefável, o “Creador Increado”, á
vingança, apresenta o perdão; ao ódio, o amor à perfídia, a solidariedade: ao
orgulho, a humildade: ao vicio, as virtudes, enfim; se torna um ser
resplandecente de paz, operando com justiça e lealdade perante seu próximo.
Eis
aí
o
Homem
“polido
e
digno
de
ocupar
seu
lugar no edifício social”.
A evolução do homem passa necessariamente pelo conhecimento que
ele possa extrair de cada vida por ele vivida na face da Terra por mais
recalcitrantes sejam os adeptos das religiões ortodoxas em não aceitar o
conceito filosófico e científico das vidas sucessivas, cada dia mais fortalece
essa corrente, engrossada principalmente por pesquisadores e estudiosos da
origem do Homem.
O dogma da existência única não consegue sobrepujar a morte e muito
menos responder as perguntas que o ser humano faz a si mesmo e a natureza,
desde que tomou consciência de seu valor perante o Creador:
O QUE SOU, DE ONDE VIM E PARA ONDE VOU?
E ainda destes outros questionamentos tão importantes quanto:
QUE É A VIDA? PARA QUE ELA SERVE? QUAL O SEU FIM?
As civilizações mais antigas, praticamente o berço da humanidade,
como o Egito, China, Índia, Grécia e outros tantos centros de cultura que
deixaram sua marca na história dos povos, sempre mantiveram em suas
doutrinas tanto religiosas quanto filosóficas, o instituto da existência de vida
futura.
Exceto as religiões adeptas do cristianismo modificado a partir do
Concílio de Nicéia do ano de 325 da Era Cristã – todas as formas de
Catolicismo e suas congêneres Evangélicas – são raras as que não aceitam a
sucessão das vidas com doutrina. Inclusive o próprio Alcorão, originariamente
mantinha em sua linha doutrinaria, tendo a redação modificada após o
surgimento de Maomé, cujos preceitos sofreram modificações – e continuam a
sofrer – nos vários povos da Terra onde é praticado o Islamismo.
A geometria usada na construção universal se faz a cada dia e em cada
ser humano. Em cada recanto do Universo opera a Obra Grandiosa o Grande
Geômetra. A cada instante da Creação, o Creador Se revela e Sua verdade
Inefável se consolida na Creatura.
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Giordano Bruno filosofo Italiano nascido em 1548 e executado na
fogueira das Santas Inquisições em 1600, sem sombra de dúvidas o maior
filosofo da Renascença, era um panteísta assumido.
Apesar das
excrescências do Panteísmo pregava a exigência de uma alma universal
imanente a tudo e a todos, e assim se expressava:
“Um espírito se encontra em todas as coisas e não existe corpo, por
menor que seja que não possua uma parcela de sustância divina, que o
anima.”
Cada ser vivente seja em qualquer um dos reinos da natureza, inclusive
o Homem por se o alvo final da Creação possui uma forma primária, algo como
que a essência do espírito divino a engendrar sua caminhada dede mineral até
chegar a topo da Escada de Jacó, como ser pleno de consciência universal e
herdeiro de uma das muitas moradas da casa do meu Pai, que é o Universo.
Eis a Geometria divina engendrando um trabalho incessante em prol da
humanidade.
Humberto Rodhen, em seu excelente livro A FLOSOFIA CÓSMICA DO
EVANGELHO, Editora Alvorada, á página 20, nos dá uma visão sobre o
Panteísmo, para a qual devido a profundidade dos conceitos filosóficos ali
emitidos.
“Coisa estranha! Os homens – como inquilinos dum jardim de infância –
inventam fantasmas – e depois têm medo dos fantasmas por eles engendrados.
Um desses temerosos fantasmas chama-se “Panteísmo”.
Se por “panteísmo” se entende que toda e qualquer coisa finita seja idêntica
a Deus sem distinção alguma, é claro que essa espécie de panteísmo é um
atentado à lógica e uma negação dos fatos objetivos. Mas se por panteísmo se
entende que Deus esta em tudo e tudo está em Deus (“panteísmo” ou
“monismo”), que Deus é a íntima essência de todas as coisas e que estas não
são senão outras tantas manifestações da única Realidade “Deus” – nesse
caso, panteísmo é expressão da verdade objetiva, por menos que os profanos
compreendam essa verdade”.
O Panteísmo subjetivo aprisiona a liberdade de consciência ao atrelar o
Espírito humano como parcela do Espírito de Deus. O homem - ai entendido o
Espírito – é creado por Deus, mas não é o próprio Deus; não possui imanência
“em” Deus, mas “de” Deus, simplesmente porque o menor não pode conter o
maior.
O retorno ao seio do Pai não se configura como sendo uma reintegração da
parcela no todo, mas o direito conquistado pela Creatura de estar ao lado de
seu Creador, depois de vencidas todas as batalhas em que haja combatido e
logrado êxito de suplantar a si mesmo e se libertado dos grilhões que o
aferroavam enquanto Homem-Ego.
É dentro dessa concepção que a filosofia maçônica estriba o maravilhoso
conceito de “DEUS”.
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O maçom ao adquirir consciência de si mesmo e estar seguro do caminho a
seguir , pode se pronunciar à respeito de suas idéias e ideais, sem temer
represálias de qualquer espécie, uma vez senhor de suas forças e conhecedor
dos limites impostos pelo grau de espiritualidade atingido.
Essa posse de si mesmo é o resultado dos estudos praticados nos elementos
da natureza extraindo dos mesmos as lições filosóficas e necessárias ao pleno
conhecimento da Vida e interação da Creatura com o Creador: é a Liberdade
de Consciência regida pelo livre Arbítrio que impulsiona o homem no caminho
do Saber e o liberta das amarras impostas pelas crendices que alimentam o
espírito do vulgo e conceitos dogmáticos imprimidos inadvertidamente por
algumas seitas.
Desde há muito era preocupação
dos grandes iniciados
buscarem
respostas
Esclarecedoras quanto
A existência
De vida
Após a morte
Bhagavad Gita,
Assim, falou:
“Para quem nasceu, certa é a morte,
E para quem morreu, certo é o nascimento.
Portanto, não se deve chorar sobre o inevitável”.
x-x-x-x-x-xBibliografia: Oliveira Bariani – Walter – Caminhos da Perfeição:
O Companheiro.
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