XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
SISTEMA DE FÔRMAS DE ALUMÍNIO
PARA A INDÚSTRIA DE FORMAS DE
CONCRETO: CRITÉRIOS
COMPETITIVOS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
Marcela Marques Vendramini (CESUPA)
[email protected]
Gregory De Costa (CESUPA)
[email protected]
Henrique Augusto Galvao Pinheiro (CESUPA)
[email protected]
Felipe Alves da Costa (CESUPA)
[email protected]
Gisele Seabra Abrahim (CESUPA)
[email protected]
Esse artigo tem como objetivo demonstrar as vantagens do modelo de
produção na construção civil por meio do sistema de fôrmas de
alumínio para a indústria de fôrmas de concreto por meio da análise
dos critérios competitivos. A partir dessa análise demonstra as
conseqüências refletidas nos resultados do setor a partir das vantagens
que uma fabricante dessas fôrmas pode oferecer. Os procedimentos de
análise incluem: pesquisas bibliográficas; visita locus, quando se fez
pesquisa de campo na Western Forms, empresa localizada na cidade
de Kansas City, Missouri, EUA; e entrevistas com os gestores da
referida empresa e com profissionais da área. A análise sustenta que o
modelo de produção apresenta vantagens significativas e que os
critérios competitivos dos fabricantes das fôrmas influenciam
diretamente nos resultados do setor.
Palavras-chaves: critérios competitivos, construção civil, fôrmas de
alumínio
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1. Introdução
O impacto causado pela concorrência internacional que implica na sobrevivência das
empresas vem fazendo diversos conceitos terem maior grau de importância na visão das
organizações. Desse modo, a adaptação das empresas, visada no conceito de melhoria
contínua, vem sendo atingido, dentre várias maneiras, através da análise e priorização de
critérios competitivos e adoção das práticas da produção enxuta, sendo seus recursos
utilizados de forma mais eficaz e eficiente para a produção de produtos competitivos para o
mercado (BERNARDES; MOREIRA, 2003).
Apesar dessa busca por melhorias, no setor da construção civil há diversos problemas, como
altos índices de desperdícios. O acréscimo dos custos em percentual é considerável e impacta
diretamente no valor final do empreendimento. Pode-se perceber isso através dos seguintes
dados: na Bélgica, 17%, na França 12% e no Brasil 30% são os percentuais de desperdício.
Sendo mais específico, para exemplificar a justificativa dessas perdas: 100% da argamassa e
30% dos tijolos são perdidos. Além dos desperdícios, pode-se observar altas taxas de
retrabalho que podem ser justificadas através da baixa qualificação da mão-de-obra, dentre
outros diversos aspectos que podem interferir negativamente nesse setor (KOSKELA;
SCARDOELLI, 1997; PINTO, 1995).
A partir dessa rápida demonstração de alguns dos problemas enfrentados pelo setor, esse
artigo tem como objetivo analisar os processos produtivos na construção civil mostrando as
vantagens que o sistema de fôrmas de alumínio apresentam se comparados com o modelo de
processo produtivo tradicional brasileiro. Com base nos critérios competitivos, se pretende
mostrar não somente vantagens qualitativas, mas também quantitativas.
Nesse sentido, uma das possíveis contribuições dessa pesquisa consiste na divulgação dos
benefícios da adoção dessas formas de alumínio para indústria de formas de concreto no
Brasil, permitindo que essa indústria acumule vantagens, sobretudo de custos e qualidade.
Assim, esta pesquisa pode funcionar como um alicerce para a tomada de decisões dos
empreendedores dentro dessa área.
Além da análise do modelo de produção, serão analisados os critérios competitivos da
empresa visitada, mostrando a influência deles na própria organização e nos resultados dos
processos dos canteiros de obra e nos resultados finais das empreiteiras e/ou clientes diretos,
mostrando os motivos do ganho de mercado e sucesso da Western Forms e do crescimento da
utilização desse modelo de produção no mundo.
2. Metodologia
A visita na empresa se deu a partir da participação no Projeto Sócrates Internacional, um
programa desenvolvido por alunos do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) que
consiste em um programa de visitas técnicas com o objetivo de conhecer a vanguarda de
gestão e processos produtivos e os setores econômicos das regiões visitadas. Essa versão do
projeto foi realizada nos Estados Unidos, no estado do Missouri.
Sendo assim, para elaboração desse artigo, foi realizada uma visita in locus, onde se conheceu
a empresa que também foi apresentada através de palestras. Após esta pesquisa de campo, foi
mantido contato com seus dirigentes, dentre eles o dono da empresa, o qual recebeu os
pesquisadores pessoalmente na empresa, e Ward, diretor de crédito da Western Forms, que
concedeu entrevistas via e-mail, conforme a necessidade durante a fase de coleta e análise dos
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dados. Foram, também, procurados profissionais da área, com experiência nos dois modelos
de processos produtivos e fabricantes de fôrmas, com o objetivo de se comparar dados e
conhecer a realidade do setor nos respectivos locais.
Além disso, foram feitas pesquisas bibliográficas em livros e artigos, sobretudo sobre os
custos na construção civil.
3. Referencial Teórico
Os sistemas de produção constituem-se da fusão, de maneira eficiente, entre processos e
operações, onde o processo é o fluxo de materiais e serviços no tempo e no espaço; as
operações são a análise da ativação das pessoas e dos equipamentos disponíveis no tempo e
no espaço. Dessa maneira, processo de produção é a transformação de inputs (entradas) em
outputs (saídas). Esse processo é subdividido em sub-processos denominados operações
(BERNARDES; MOREIRA, 2003; SHINGO, 2008).
O processo consiste em quatro componentes: processamento, inspeção, transporte e espera,
porém apenas o processamento agrega valor, sendo as outras consideradas perdas, elevando
os custos e devendo ser eliminados (SHINGO, 2008).
O foco mais importante em relação aos processos produtivos é o de se eliminar desperdícios,
ou seja, atividades que não adicionam valor no produto final, sendo esse valor observado no
fato de o consumidor querer adquirir o produto em seu estado final. Quanto maior o valor
agregado, maior a eficiência da operação (NAKAGAWA, 2000; SHINGO, 2008).
O conceito de melhoria contínua implica que aspectos como, por exemplo: qualidade,
produtividade, serviços ao consumidor, flexibilidade devem melhorar continuamente, sendo
que sempre pode haver melhorias posteriores, mostrando esse processo de melhorias como
um ciclo (NAKAGAWA, 2000).
Critérios competitivos são os aspectos que uma empresa escolhe como prioridade com o
objetivo de ganhar mercado. De acordo com sua área de atuação, a partir da análise de, por
exemplo: concorrência, necessidade dos clientes, seus produtos e recursos, a empresa define o
conjunto de critérios que vai definir suas vantagens competitivas. Dessa maneira, a
organização de processos e estruturação de operações, alinhadas com sua missão, devem fazer
com que o desempenho, nesses critérios seja o melhor possível.
Segundo Paiva (2009), esses critérios podem ser classificados como: qualificadores ou
ganhadores de pedido. O primeiro definido como sendo o desempenho mínimo exigido pelo
mercado; e o segundo, como tendo um desempenho superior em relação a concorrência. Podese citar como critérios competitivos: flexibilidade, confiabilidade, velocidade, qualidade,
custos e inovação.
É importante ressaltar que as empresas não conseguirão ter o desempenho esperado em todos
os critérios, já que a priorização de um, pode influenciar negativamente no resultado de outro,
ou seja, há, em muitos casos, uma incompatibilidade. Essa incompatibilidade é conceituada
como trade-offs.
3.1 Qualidade
O conceito de qualidade subdivide-se em oito dimensões:
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- Desempenho: são as principais características e funções operacionais do produto, podendo
ser estas mensuráveis ou não. No segundo caso, sua análise se dá a partir de resultados de
pesquisas.
- Características complementares: são características secundárias, ou seja, não necessárias
para o produto realizar suas funções. Características que personalizam o produto, trazendo
maior satisfação ao cliente.
- Confiabilidade: é a probabilidade de falha de um produto.
- Conformidade: grau de adequação de acordo com o seguimento de um padrão previamente
definido em um projeto de produto.
- Durabilidade: tempo de vida de um produto que pode ser avaliado por dois critérios:
econômico e técnico. O primeiro é em relação ao custo de manter o produto e o segundo, o
tempo em que o mesmo começa um processo de deteriorização.
- Serviços agregados: visando evitar a insatisfação dos clientes no pós-venda, empresas
oferecem serviços, que são avaliados de acordo com: competência, pronto atendimento e
cortesia.
- Estética: dependendo do produto, pode ser definido como não só como aparência, mas
também, como, por exemplo: som, gosto e aroma. Essa dimensão apresenta uma certa
dificuldade para as empresas, por não conseguirem agradar a todos os seus consumidores.
- Qualidade percebida: imagem que a empresa, marca ou nome do produto transmitem.
3.2 Flexibilidade
Flexibilidade é a capacidade que um determinado sistema, processo ou produto pode
responder a variáveis externas e internas. A flexibilidade apresenta: duas dimensões, faixa
(grau de variedade) e tempo de resposta (tempo de adaptação); três níveis de recursos
(tecnologia, mão-de-obra e infra-estrutura flexíveis), que contribuem com os quatro tipos de
flexibilidade: de volume, de entrega, de mix e de novos produtos.
De novos produtos: capacidade de introduzir ou modificar produtos. A faixa é definida pela
quantidade e o tempo de resposta, por tempo para inclusão do novo produto no processo
produtivo.
De mix de produtos: capacidade de mudar a variedade de produtos. Sua faixa: quantidade de
produtos diferentes que a empresa produz e seu tempo de resposta: tempo de adequação do
processo para a troca de um produto para outro do mix. Esse tipo de flexibilidade pode ser
vista também nos recursos de suprimentos e nos sistemas de controle.
De volume: capacidade de alteração, para mais ou menos, da capacidade produtiva. A faixa é
a quantidade ou percentual que pode ser mudado; o tempo de resposta é o tempo para a
mudança da capacidade produtiva.
De entrega: capacidade na mudança da data, planejada ou assumida, da entrega. A faixa é o
tempo em que as datas podem ser antecipadas e o tempo de resposta é o tempo de adaptação
do processo produtivo para atender as datas restabelecidas.
3.3 Velocidade
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O critério velocidade tem duas dimensões: capacidade de produzir e vender, e entrega em
prazos, o que gera confiabilidade na entrega.
3.4 Inovação
Inovação em manufatura é a geração, avaliação e implantação de novas idéias, métodos,
tecnologia e abordagens para atingir objetivos da organização. É importante diferenciar dois
conceitos: invenção é a criação de idéias, inovação é a aplicação dessas idéias, sendo assim,
inovação representa um processo contínuo de acúmulo de conhecimento.
Esse critério tem duas orientações, uma de acordo com o processo e outra em relação aos
produtos. O primeiro caso é identificado quando a inovação influencia nos demais critérios. O
segundo caso é verificado em empresas onde o “inovatividade” é o tema central.
3.5 Custo
Uma empresa que prioriza o custo, tenta reduzi-lo ao máximo, o que resulta em produtos com
menores preços.
A melhoria de desempenho em custos pode ser buscada por: melhoria de processos;
melhoria na qualificação do quadro funcional; integração com fornecedores e
distribuidores; e avanços tecnológicos em gestão de equipamentos. (PAIVA;
CARVALHO; FENSTERSEIFER, 2009, p. 46).
Outra maneira em que o cliente pode ver o custo como vantagem competitiva é quando as
empresas oferecem uma flexibilidade ou parcelamento no momento da efetuação do
pagamento de determinada compra.
Vale frisar que nem sempre as empresas diminuem o preço de venda de seus produtos quando
reduzem seus custos.
Uma das maneiras de se diminuir o custo a partir do aumento de produtividade, representada
pelo quociente entre saída e entrada. No século XX, priorizava-se o aumento da saída, ou seja,
o aumento de escala. Com o conceito de mentalidade enxuta, passou-se a priorizar a redução
do denominador, a partir da racionalização dos recursos, como por exemplo: eliminação de
desperdícios, foco da qualidade e diminuição de estoques.
4. Análise dos Resultados
A Western Forms, empresa localizada na cidade de Kansas City, Missouri, EUA, foi fundada
em 1955 por E. B. Ward. Comprometida em fornecer produtos e serviços com sistemas em
formas para construção para os clientes que buscam o melhor, em produtos de qualidade e
com baixos custos.
Em 1962 inventou as formas de alumínio. Depois de mais de 50 anos é a líder de mercado na
formas para a construção residencial, acessórios e suporte técnico. Hoje a empresa atua em 48
estados americanos e mais de 40 locais ao redor do mundo.
Segundo Fajersztajn (1992, p. 33) “Sistemas de formas é um conjunto das formas utilizadas
para moldar a estrutura de concreto armado da edificação.” Ou então:
De maneira sucinta, podemos dizer que a fôrma é um molde provisório que serve
para dar ao concreto fresco a geometria e textura desejada, e de cimbramento,
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todos os elementos que servem para sustentá-lo até que atinja resistência suficiente
para auto suportar os esforços que lhe são submetidos (ASSAHI, 2011)
Assim, as formas podem ser divididas em: madeira, metálicas, mistas e híbridas. O material
utilizado pelas formas da empresa Western Forms é o metal alumínio. Esse material é
normalmente empregado em construções industrializadas e repetitivas, por isso o baixo custo
unitário de construção. Como observado pelo autor, a qualidade das formas é essencial para
não haver problemas durante a execução da obra:
O sistema de formas deve possuir resistência suficiente para suportar os esforços
provenientes do seu próprio peso acrescido do peso do concreto e do aço e do
tráfego de pessoal e equipamentos para lançamento e adensamento
(FAJERSZTAJN, 1992, p. 23)
A economia proveniente da utilização dos sistemas de formas adequadas a cada obra é
primordial para os financiadores do projeto. Porém observamos que isso não irá significar o
custo mínimo da execução. O essencial é que o projeto da utilização das formas seja bem
feito, pois diminuirá os custos de adquirir novas formas e desperdícios das antigas
(FAJERSZTAJN, 1992).
Podemos observar nos produtos da empresa Western Forms, critérios competitivos que são de
fácil percepção. Fica claro que clientes que buscam formas de alumínio para a construção
civil, necessitam de rapidez e baixos custos. Esse é apenas um exemplo de como a empresa
desenvolve seus critérios competitivos. Na missão da empresa podemos observar a busca por
outros critérios que também podem influenciar os consumidores finais dos produtos dessa
organização, como a inovação e qualidade:
A Western Forms está comprometida em fornecer produtos e serviços em sistemas
de formas de alumínio para aqueles clientes que precisam do melhor. Nós
prometemos em continuar a liderança em inovação em profissionais e pessoas
dedicadas a satisfação dos nossos clientes (site da empresa Western Forms).
Os sistemas de formas de alumínios da Western Forms, são desenhados para serem altamente
flexíveis, modulares e adaptáveis a centenas de designs em projetos de baixo, médio e alto
porte. Isso define outro critério competitivo: flexibilidade. Pode-se definir ainda como
flexibilidade dos sistemas de formas de alumínio o baixo nível de qualificação necessário para
a utilização das formas, visto que 80% da mão de obra do mundo provêm de trabalhadores
não qualificados. Esse método ainda elimina a utilização de guindastes, reduzindo riscos e
custos.
Segundo Ward, diretor de crédito da Western Forms, um dos principais critérios de
competitividade dentro da construção civil são os custos envolvidos e o tempo desperdiçado
em fatores que não agregam valor. Podemos então verificar que os sistemas utilizados com
formas de alumínio para a modelagem de construção reduz cerca de 50% o tempo para
execução da obra. Como exemplo, a empresa mostra que em um modelo de construção de
prédios de 400 m² cada andar, foram necessários apenas cinco dias para completar 4 andares
com apenas 40 funcionários colocando as formas de alumínio para a concretagem. Assim:
No processo produtivo tradicional de edifícios (elementos estruturais moldados “inloco”), a execução da estrutura sempre faz parte do caminho crítico na composição
do cronograma físico. Desconsiderando-se alguns casos atípicos, a execução da
estrutura consome, aproximadamente, 50 % do prazo total de execução. Por sua
vez, a fôrma é responsável por 60 % deste, concluindo-se que ela consome 30 % do
prazo total do empreendimento (ASSAHI, 2011).
Seguindo a mesma linha de raciocínio, observamos que o custo da construção de 1 m ²
utilizando as formas de alumínio fica em torno de U$200 a U$400. Porém, quando
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observamos esses mesmos dados da construção civil brasileira os custos chegam a U$497,94
(U$ 1,00 = R$ 1,70). Sendo que para a construção brasileira esse custo seria apenas para a
execução de uma residência de padrão normal. Já as formas de alumínio podem ser
reutilizadas mais de 3.000 vezes, baixando o custo do metro quadrado para apenas U$0,04 a
U$0,15, para cada vez utilizada a forma. Sendo esse um dos maiores fatores de
competitividade observada na empresa. (site da empresa Western Forms e do Sindicato da
Construção Civil do Distrito Federal)
Comparando o método tradicional e o método utilizado pela Western Forms se observa uma
diminuição do custo total de cerca de U$1.300,00 por unidade construída. Conforme
informações fornecidas pela empresa, na execução de uma obra de pequeno porte, o número
total de mão de obra reduz cerca de 27% (o equivalente a oito trabalhadores) em comparação
com o modelo tradicional. O tempo total de duração da obra reduz cerca de 28% (o
equivalente a nove dias de trabalho). O custo do retrabalho diminui de U$1.137,50 para cerca
de U$100.00 por unidade construída e o total de tempo de reprocesso diminui seis dias. E o
custo final da estrutura em blocos pela modelo tradicional equivale a U$ 6.492,97, utilizando
o modelo de formas esse valor cairia para cerca de U$ 5.112,20.
5. Conclusão
Entendendo que o modelo de produção predominante no Brasil gera altos desperdícios e
apresenta diversos problemas, viu-se a necessidade de mostrar um modo alternativo de
produção, já aplicado no país e em crescimento no mercado mundial, que gera vantagens
consideráveis em relação a custos, qualidade, flexibilidade, rapidez, inovação, eliminação de
desperdícios, e que conseqüentemente torna esse processo produtivo mais sustentável.
Fica perceptível que a Western Forms prioriza os critérios de competitividade: custos,
velocidade e flexibilidade. Porém, não são os únicos, também existem inovações que
proporcionam a rapidez (no que se diz a respeito ao tempo de construção). Mas ao se analisar
como um todo, a empresa sempre prioriza um ou o outro, dependendo do que o cliente desejar
e nunca tenta fazer todos ao mesmo tempo, pois acaba prejudicando objetivo final.
É importante destacar que uma das limitações dessa pesquisa foi encontrar dados concretos do
modelo de construção tradicional utilizado no Brasil para fins de análise dos custos e todos os
aspectos relacionados. Além disso, os dados não foram acessíveis, pois não haviam pesquisas
recentes divulgadas nessa área, logo a utilização de referências da década de 90.
Diante disso, uma sugestão para pesquisas futuras concerne na realização de investigações
nessa área para a criação de um corpo consistente de dados que possam ser úteis para fins de
comparação, pois assim o modelo aqui estudado poderia ser melhor argüido quanto os seus
benefícios e a possível utilização pelas empresas brasileiras.
6. Referências
ASSAHI, P. Sistema de Fôrma para Estrutura de Concreto. Disponível em: <http://pcc2435.pcc.usp.br/textos%
20t%C3%A9cnicos/estrutura/Texto%20Paulo%20Assahi.PDF>. Acesso em 05 de mar. de 2011.
BERNARDES, S.; MOREIRA, M. Planejamento e Controle da Produção para Empresas de Construção Civil.
São Paulo: LTC, 2003.
FAJERSZTANJN, H. Formas Para Concreto Armado: Aplicação Para o Caso do Edifício. São Paulo: EPUSP,
1992. Disponível em:<http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BTs_Petreche/BT60-%20Fajersztajn.pdf>.Acesso em
05 de mar. de 2011.
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NAKAGAWA, M. Gestão Estratégica de Custos JIT/TQC. São Paulo: Atlas, 2000.
PAIVA, E. L.; CARVALHO J. M.; FENSTERSEIFER, J. E. Estratégias de Produção e de Operações:
Conceitos, melhores práticas, visão de futuro. 2. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
PINTO, T. De Volta à Questão do Desperdício. São Paulo: Construção, 1995.
SHINGO, S. O Sistema Toyota de Produção: Do Ponto de Vista da Engenharia da Produção. 2. Ed. Porto
Alegre: Bookman, 2008.
SINDUSCON. Site do SINDUSCON. Disponível em: <http://www.sinduscondf.org.br/cub.php>. Acesso em 5
de mar. de 2011.
WESTEM FORMS. Site da empresa Western Forms. Disponível em: <http://www.pageflipper.com/Catalogue
/834acb7449c447de818a68a3c7cbb029/Index.aspx >. Acesso em 5 de mar. de 2011.
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