DIOCESE DE TAUBATÉ - SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS
PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO (Caçapava - SP)
Formação Litúrgica
A ESPIRITUALIDADE E O CLAMOR/GRITOS DOS SALMOS,
SUA TEOLOGIA, SEU CANTO E SUA PRÁTICA EM NOSSAS COMUNIDADES
(Rodrigo dos Santos1)
________________________________________________________________
1. OBJETIVO E INTRODUÇÃO
Esta conferência (ou este curso) pretende refletir sobre os Salmos canônicos que se encontram
nas Sagradas Escrituras, e que são de modo articulados e utilizados em nossas Liturgias semanais e
dominicais. Por excelência, eles são clamores do Povo de Deus, cânticos das mais variadas espécies ao
longo da História da Salvação. Nós cristãos, recebemos da Tradição Judaica esta coleção sapiencial, e
que muito nos ajuda a entender, meditar e louvar a Deus em nossos ritos semanais e dominicais.
Precisamos articula-los a uma Cristologia Dogmática e libertadora, para que nosso clamor e nosso
louvor chegue aos céus, ao Deus da Criação.
Segundo Eliane Salustiano, do CEBI, "na origem de cada Salmo está alguém. Alguém e a
comunidade. A comunidade reconhecia no Salmo a expressão de sua fé e decorava para cantar.
Guardados na memória, de ano em ano, de século em século, os Salmos foram um longo processo
semelhante ao que acontece hoje na composição dos livros de cânticos nas comunidades".
A exegeta continua sua reflexão ampliando a notória importância dos Salmos para a vida da
Igreja, para a vida em comunidade. Afirma: "o Livro dos Salmos é o maior da Bíblia, são 150 Salmos.
Mas é possível encontrar um grande números de outros Salmos por toda a Bíblia, existem alguns
anteriores aos Livros dos Salmos, como os cânticos de Moisés e Míriam (Ex 15,1-21), de Débora (Jz
5,1-31) e de Ana (1Sm 2,1-10), e outros vieram depois, como os cânticos de Maria (Lc 1,46-55), de
Zacarias (Lc 1,68-79), de Simeão (Lc 2,29-32) e muitos outros nas cartas de Paulo e no Apocalipse".
Deste modo, para um melhor aproveitamento espiritual, prático, litúrgico e pastoral,
partiremos em nossa conferências da Teologia dos Salmos, observando que o cantar é próprio de nosso
povo. Veremos que os Salmos são, em sua essência, a expressão da piedade popular. Depois numa
proposta de leitura popular e de um cenário que contempla a Instituição, o Carisma, a Pregação e a
Formação, e sobretudo a Libertação2, refletiremos os Salmos sobre a proposta de quatro definições
1
Mestrando em Filosofia pela PUC-SP (2010-1014). Licenciatura plena em Filosofia pela UNITAU (2009). Especialização
em Bíblia, Corpus Paulino CEBI (2006). Bacharel em Teologia pela PUC-RJ (2004). Bacharel em Filosofia pela IAE
(2000). Professor Coordenador Pedagógico do Ensino Fundamental I e II na SEESP (2010-2014). Professor Universitário
(Unitau: 2010-2014), ligado ao IBH e atuando em vários departamentos. Docente de Apoio em Educação a Distância pelo
EPTS (2013-2014). Participante do Grupo de Estudos do CEBI em Pindamonhangaba. Colaborador (Professor) na Escola
de Formação para Leigos da Paróquia Nossa Senhora Bonsucesso em Pindamonhangaba. Atua como palestrante em
diversas Instituições, sobretudo como divulgador, facilitador e orientador dos EE de Sto. Inácio de Loyola (Lectio Divina).
Atuou como Coordenador do Canto Litúrgico na Diocese de Taubaté entre 2003-2009. Também é músico e compositor.
2
LIBÂNIO, João Batista. Cenários de Igreja, São Paulo: Loyola, 1999. Neste Livro o Pe. Libânio nos apresenta quatro
formas de entender a Igreja na atualidade. Ele se utiliza do termo “cenário” para demonstrar a mobilidade da Igreja em suas
várias representações. Um destes cenários é o cenário da Instituição: onde a Igreja gira em torno de três centros: Papa, Bispo
e Pároco. Olhe a sua comunidade e avalie: ela tudo depende do Padre? Libânio afirma que é este cenário o mais forte na
Igreja Contemporânea. Outro cenário é o do Carisma, não só entendendo a RCC, mas o carisma que é dom do Espírito
Santo a Igreja. Um ponto negativo: muito louvor e pouca ação. Um ponto positivo, reavivamento da Igreja no séc. XXI. A
Igreja que louva e que crê, que faz festa e que é em geral multidão. O outro cenário é o da Palavra e da pregação que é o
anseio de toda a Igreja, hierarquia e laicato em formar-se para melhor dialogar com o mundo como nos pede a Gaudium et
Spes. Por fim, temos o cenário da Libertação. Este é muito importante para a leitura que faremos dos Salmos. Quase 60%
específicas, sendo elas: a Libertação, a Instrução, o Louvor e a Celebração da Vida. Ainda refletiremos
sobre a função dos Salmos e sobre nossas melodias salmáticas, dando um enfoque ao canto ordinário
da Igreja, o Gregoriano. Pretendemos atingir com esta conferência a todos os salmistas que exercem
este tão sublime ministério em suas respectivas comunidades.
OS SALMOS: SÃO UM GRITO DOS SEM
VOZ E SEM VEZ, UM GRITO DE
INSTRUÇÃO, DE QUEM QUER CAMINHAR
NOS CAMINHOS DO SENHOR, UM GRITO
DE APRENDIZADO, DE UM FILHO, DE UM
DISCIPULO MISSIONÁRIO, UM GRITO DE
LOUVOR A JAVÉ, O DEUS DOS POBRES,
DOM POVO SOFREDOR, UM GRITO DE
VIDA E DE ESPERANÇA!
2. MÉTODO DE NOSSA REFLEXÃO
(a) O primeiro passo que devemos dar é o VER (Como é nossa comunidade? Como são as
pessoas que participam de nossa celebração? Como são os rostos destas pessoas? Como é a nossa
música? Como está a nossa música para a Assembleia? Existe uma espécie de PRIMAZIA DA
ASSEMBLEIA.
- Quem participa de nossas celebrações? Já se fizeram esta pergunta? Devemos SERVIR A
ASSEMBLÉIA E NÃO INDIVIDUOS E TENDÊNCIAS (Estudo 79 da CNBB, n.º 174-176). A
assembleia é toda a Igreja reunida em nome da Trindade. Somos uma Assembleia Sacerdotal (Estudo 79 da CNBB, n.º 170) - Não podemos escolher os cantos em função de alguns, mas em função
do todo.
- A nossa primeira preocupação é esta – uma liturgia verdadeiramente pastoral (n.º 172, E
79 CNBB), que procura integrar a todos (Estudo 79 da CNBB, n.º 177-180). É além de tudo isso, o
tempo litúrgico é o centro de nossa reflexão quantos aos cantos. Frases tipo esta: “eu não gosto das
músicas da RCC, ou eu não gosto das músicas da Irmã Miriam Kollings” são frases errôneas, não
devem estar entre nós. As músicas da RCC são muito belas, mas nem todas dá para se cantar num
único dia de celebração. Assim como as músicas de outros autores, para tanto necessitamos de alguns
parâmetros para a escolha de nossos cantos litúrgicos. Acima de tudo, é preciso que se pense em todos,
especialmente nos mais desprovidos de nossas celebrações e comunidades.
- Devemos contar com agentes disponíveis.
- Outra pergunta básica do Ver – O que significa para nossa comunidade o fato de cantar tal
canto, e de cantá-lo desta maneira?
(b) O segundo passo, que é o mais importante é o REZAR. A Constituição do Vaticano II
sobre a Igreja – Lumem Gentium – nos afirma que todos somos chamados a vida de santidade. Por isso,
o músico deve acima de tudo pela sua música e pelo seu ministério buscar viver e crescer nesta
santidade. A NOSSA MÚSCIA DEVE AUXILIAR NA SANTIFICAÇÃO DAS PESSOAS, e para
isso, quanto mais litúrgica ela for, ou seja, quanto mais ela estiver ligada ao rito celebrado, mais
eficazmente ela irá atuar.
(Vida espiritual – Salmo 32 – “O ministro de música é aquele que canta um canto novo e com
arte sustenta a louvação” – O Canto novo nasce de um coração novo)
dos Salmos, segundo a leitura que fizemos, são Salmos de Libertação. Enfim, este livro do Padre Libânio é muito
recomendado a todos nós que estamos fazendo este curso sobre os salmos e sobre a música litúrgica como tal, ele é como
que a extensão de nossa conferência.
(c) Em terceiro lugar nós enfim vamos CANTAR (nós partimos sempre daqui). O cantar é o
terceiro momento da vida do músico. Primeiro ele observa a comunidade, depois reza e por fim canta.
Canta um canto novo que nasceu de um coração novo.
3. TEOLOGIA DOS SALMOS: O SALTÉRIO
Uma primeira aproximação desta coleção rica poderia ser feita a partir desta pergunta – o que
são os Salmos? Em poucas palavras, numa definição bem simples, o Saltério é um livro de orações. Por
isso a Igreja realiza durante o dia, semana e meses do ano litúrgico as orações das horas baseadas,
sobretudo nos Salmos. Eles são destinados diretamente a oração da comunidade3. Os judeus chamam
de Tehillim, cânticos de Louvor, ou Tefillôt, preces, e nós, chamamos de Salmos.
No sentido lato significa “um instrumento de cordas tocando, sons tirados do psaltérion, que
é uma espécie de harpa"4. Ou ainda: “Os 150 salmos expressam a experiência de Deus de uma
maneira completa e direta, com amplitude de sentimentos [...] foram compostos com genuíno
sentimento religioso, forte tradição e arte literária”5.
Os Salmos não se apresentam numa ordem seqüencial. Existem Salmos que são de difícil
compreensão, outros louvam, outros clamam, e é exatamente assim que deve ser nossa liturgia.
Podemos afirmar que o Livro dos Salmos é o “repertório musical” do povo judaico.
Os Judeus guardaram e transmitiram, e porque não dizer, colecionaram muitos livros, tais
como estes dos Salmos. O Povo de Israel de um modo geral se interessou em colecionar não somente
as suas Leis (Pentateuco/Torah), seus provérbios, seus cantos de amor (Ct), mas também suas belas
orações6. Portanto, os Salmos são fruto de uma oração comunitária e tradicional de mais ou menos dez
séculos da história de Israel. Marc Girard chama este ato dos antigos de "a arte de colecionar".
Inclusive algumas crianças, adolescentes e adultos hodiernamente colecionam selos, moedas, discos,
fitas ou simplesmente pedras, folhas secas, cartões telefônicos ou até mesmo insetos. Estamos em plena
época de Copa do Mundo no Brasil, quem de nós não colecionou o álbum e as figurinhas? Um exemplo
que sempre cito é o seguinte: eu particularmente coleciono discos de vinil, Cds, livros (tenho mais de
3.000 exemplares); um de meus irmãos (Adriano) guardava um grilo numa vasilha com álcool, os
bonequinhos da Guliver e joguinhos de botão. Outro irmão, Patrick, colecionava marcas de cigarro, um
conhecido, que hoje é Padre, colecionava latinhas de refrigerantes e cervejas no Seminário de Taubaté,
outros colecionam dinheiro antigo e outras tantas coisas. E você, coleciona alguma coisa importante e
interessante?
Existem Salmos que vêm desde o tempo de Davi (1010 a 970 a.C. – cf. 2Sm 22,1-51 e Sl 18).
Os últimos Salmos são provavelmente da época dos Macabeus (170 a 160 a.C. – cf. Sl 144). Entre 1010
e 160 são quase mil anos! Nem sempre é possível saber a época em que determinado Salmo foi feito.
Mas essa incerteza favorece o uso do Salmo: não sendo de nenhum tempo certo, ele dá certo em
qualquer tempo, afirma Eliane Salustiano.
Os salmos vêm de todo tempo e lugar. Alguns refletem o ambiente da cidade: por exemplo, o
Salmo que fala do guarda noturno (Sl 130,6-7). Outros refletem o ambiente do campo: o Salmo que usa
a imagem do arado massacrando o sofredor (Sl 129,3). Alguns foram feitos na Palestina (Sl 22), outros
na Babilônia, durante o Cativeiro (Sl 79)7.
3
MANNATI, Marina. Para Rezar os Salmos. São Paulo: Paulinas, 1981, p. 7.
CASTANHO, D. Amauri. Iniciação á Leitura Bíblica. Aparecida (SP): Santuário, 1980, p.73.
5
BERGANT, Dianne & KARRIS, Robert J. (Org). Comentário Bíblico (Vol. II). São Paulo: Loyola, 1999, p. 185.
6
Vejamos o sentido literal e a forma literal de cada livro bíblico: ( a) Leis – São frias e jurídicas, por vezes cansativas. (b)
História – Essas suscitam mais interesse ao povo. (c) Os Salmos – São intrinsecamente poesias. O poeta do salmo cria algo
original, mas não segue sempre a ordem lógica. Isso nos desoriente um pouco quando lemos os textos de alguns salmos.
Essa linguagem poética dos salmos exploram todos os recursos da imaginação e da intuição simbólica.
7
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 10-11.
4
Os Salmos, como toda a Bíblia, são ao mesmo tempo Palavra de Deus e Palavra Humana.
Vejamos no Sl 8,2: “Javé, Senhor nosso, como é poderoso o teu nome por toda a terra”. O que nos é
certo que os autores dos mais variados salmos estavam exprimindo o que de fato estavam pensando,
sentido e até mesmo vivendo. Neste sentido podemos perceber Salmos que exaltam a Deus, outros que
não conseguem perceber a presença de Deus e outros ainda que se torna um grito de um pobre sofredor
e desesperado. Enfim, o querermos dizer é uma única palavra, e é o seguinte: OS SALMOS SÃO
GRITOS, e nós temos que aprender a ouvi-los8.
Uma questão interessante de raiz exegética: os salmos são palavras, orações de uma elite ou
de um povo sofrido? Como se dizia na Renascença Italiana: dos Grandi ou dos Popolo? Este
questionamento é importante porque uma coisa é um povo gritar e esse grito tornar-se oração bíblica,
por conseqüência, Palavra de Deus. Outra coisa é a elite escrever, e estes escritos, que a principio pela
história de Israel são opressores, se tornarem Palavra de Deus. Com certeza existem Salmos que foram
produzidos pelas chamadas escolas Israelitas: JAVISTA, ELOÍSTA, SACERDOTAL E
DEUTERONOMISTA9, mas também é certo que o povo escreveu estas orações a Javé e para rezarem
em comunidade, de modo especial em família. A questão é: quem está gritando no Salmo10.
Pode acontecer numa reunião em que as traduções da Bíblia são diferentes, que alguém peça
para ler o Salmo número 27, por exemplo, e o leitor leia um Salmo diferente. Isto acontece por causa da
confusão na numeração dos Salmos. A confusão numérica parte da tradução grega: fundiu os salmos 9
e 10 num salmo só e o Salmo 11 da Bíblia Hebraica ficou sendo 10 na Bíblia Grega. A confusão vai até
o Salmo 113 do hebraico, 112 do grego. O Salmo 113 do grego é a fusão dos 114 e 115 do hebraico. Já
o 116 do hebraico foi dividido nos 114 e 115 do grego. O Salmo 117 do hebraico é o 116 do grego e a
diferença continua até o salmo 146. O 147 do hebraico foi divido no 146 e 147 do grego. Do 148 ao
150, os números são os mesmos11.
8
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 12-13.
Como a Bíblia sobreviveu a muita situações favoráveis e desfavoráveis, passando por diversas civilizações, culturas e
contextos diferentes, passando da forma oral para a forma escrita, é um grande mistério. É surpreendente como chegou até
nós com uma sintonia notável. A despeito de algumas pequenas variações, sua mensagem é clara e única. Tudo isso é
realmente um milagre. Na forma de tradições orais, quatro são as mais conhecidas e divulgadas: (1) A Tradição Javista; (2)
A Tradição Eloísta; (3) A Tradição Sacerdotal; (4) e A Tradição Deuteronômica. Estas tradições, cada uma com as suas
peculiaridades, formam a base, alicerce e fonte dos homens que escreveram muitos dos livros do AT e todas elas entraram
como fontes na composição do Pentateuco. Segundo Guilherme Vilela (*), esta seria a teoria das quatro fontes apresentada
por Hupfeldt em 1853. Sobre isso, Guilherme declara: “A partir de Herrman Gunkel, em 1910 tem início uma abordagem
que reconhece que as narrativas do gênesis tiveram uma longa história de transmissão geralmente oral antes da sua
fixação por escrito (formgeschichte). Os relatos orais assumiam formas específicas com a finalidade facilitar a lembrança
preservar a memória e os costumes da tribo/povo, devendo ser distinguidos do contexto literário e estudados a partir de seu
sitz im leben original. Abordagem histórico tradicional (traditiongeschichte) baseia-se na obra de Gunkel mas enfatiza o
sentido dos relatos tradicionais em sua forma e contexto final. Essa abordagem permanece negando a autoria mosaica,
atribuindo datas avançadas para o Pentateuco e considerando irrelevante a questão da historicidade das narrativas”. Cf.
(*) CARVALHO, Guilherme Vilela Ribeiro. Introdução ao livro de Gênesis: Introdução crítica apresentada em
cumprimento às exigências do Seminário Fundamental de Bíblia - Antigo Testamento, Curso de Mestrado em TeologiaFaculdade Teológica Batista de São Paulo - Maio/1999.
10
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 14.
11
O livro dos Salmos parece uma colcha de retalhos. Os retalhos são as coleções de Salmos que já existiam antes do livro.
Pelos títulos colocados na maioria dos Salmos, temos o seguinte quadro geral: 1. De Davi: 3 a 41 (menos 33), 51 a 70
(menos 66 e 67); 86; 103; 108 a 110; 121; 124; 131; 133; 138 a 145. 2. Dos filhos de Coré: 42 a 49; 84 a 88 (menos o Salmo
86 de Davi). 3. De Asaf: 50; 73 a 83. 4. Que começam com aleluia: 105 a 107; 111 a 118 (menos 115); 135; 136; 146 a 150.
5. Cânticos das subidas: 120 a 134. Note-se que as coleções são de dois tipos: 1. Salmos atribuídos a gente famosa como
Davi, filhos de Coré e Asaf; 2. Salmos para determinadas ocasiões e solenidades: cânticos de louvor – Aleluia e das
Comunidades para a festa – Subidas. É interessante notar a repetição de alguns Salmos, como o Salmo 14 repetido no Sl 53
e o Sl 70 no Sl 40, 14-18, mostra que o mesmo Salmo foi tirado de coleções diferentes que já existiam antes.
9
BÍBLIA HEBRAICA
1a8
9 a 10
11 a 113
114 e 115
116
117 a 146
147
148 a 150
TRADUÇÃO GREGA
1a8
9
10 a 112
113
114 e 115
116 a 145
146 a 147
148 a 150
As protestantes seguem a numeração hebraica. As Bíblias católicas seguiam a numeração
grega, mas, ultimamente trazem a numeração hebraica, colocando a grega ao lado, entre parêntesis. Isto
é bom, por causa do ecumenismo e da fidelidade histórica.
Para refletirmos...
1. Nossa comunidade usa os Salmos? Como utilizamos? 2. A musicalidade e a melodia nos
ajudam a exprimir melhor a Dabar (Palavra) de Deus através dos Salmos? 3. Num momento em que
tudo estava mal na comunidade ou em nossa família, nós pensamos em rezar um salmo? 4. Já
fizemos experiências particulares com os Salmos?
4. OS SALMOS, CAMINHO DE ESPIRITUALIDADE POPULAR
“Respirar os Salmos e experienciar a Graça de Deus”
A espiritualidade que provém dos Salmos é a espiritualidade da respiração. De todo um
contexto opressor e sem ar queremos e ansiamos por respirar (ruah). O respiro é o anseio cotidiano pela
luta e pela vida. Esse anseio encontra o seu eixo fundamental na respiração redentora de Cristo na Cruz
e no Mistério Pascal. Ele que morreu por asfixia entregando o seu Espírito ao Pai, e deste modo dandonos a vida e a respiração plena, deu-nos novo ar a todo ser humano. Depois se completa esse dom
Pascal, quando ele ressuscitado, sopra a nova respiração sobre os Apóstolos, sobre a Igreja, sobre todos
nós no Sacramento do Crisma, dando-nos o dom do Espírito Santo12.
O eixos fundamentais da leitura e da vivência oracional dos Salmos.
(1). O eixo fundamental dos Salmos se encontra no termo – LIBERTAÇÃO. O sofrimento e
mágoa oprimem o coração, vejamos conosco mesmos, torna-se até mesmo mais difícil respirar. Os
Salmos, muitos deles, são alentos ao coração humano, como nos diz Santo Agostinho.
(2). Os salmos de INSTRUÇÃO incentivam o povo a não se afastar do caminho de onde se
respira bem. Para se cantar e para se ler é preciso uma certa técnica de respiração, de trabalho com o
diafragma. Por isso o Senhor, nos orienta, "andai pelos meus caminhos..."... "recebei a
correção"..."aprendei a lição".
(3). Os salmos de LOUVOR ajudam na prática da respiração tranquila. Louvar a Deus
rejuvenesce a nossa alma, engrandece nosso espírito, nos torna um com o Senhor.
(4). Os salmos de CELEBRAÇÃO DA VIDA – são momentos bons que nos auxiliam na
respiração em meio aos tormentos opressivos da vida e as alegrias que a vida nos oferecem em sua
decorrência13
12
13
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 76.
Cf. Ibidem, p. 76-77.
Degraus de oração na espiritualidade clássica. Podemos destas maneiras rezar os Salmos:
(a) Nível da prática de oração e forma de MEDITAÇÃO (sensibilizar-se e instruir-se pelas
reflexões). (Salmos de Instrução)
(b) Nível da AUTO-EXPRESSÃO: dirige-se a Deus exprimindo a Ele nossas angústias,
necessidades, pedidos, confiança, ou ainda alegria por ter saído de um momento difícil. (Salmos de
Libertação)
(c) Nível da CONTEMPLAÇÃO: neste predomina o sentimento de intimidade, de comunhão
com Deus, com toda a Igreja, com a humanidade e com a criação. (Salmos de Louvor)
d) A Festa – expressão máxima da alegria do coração humano14.
Espiritualidade do homem todo – os olhos choram (Sl 6,7-8); as mão se erguem (Sl 141,2); ou
aplaudem (Sl 47,2); os pés dançam (Sl 149,3) e os joelhos dobram (Sl 95,6).
- Espiritualidade dos homens reunidos: da solidão à solidariedade – a oração solitária me leva
à solidariedade com meus irmãos, de modo especial os que mais sofrem. A Luta contra o mal [11].
Para refletirmos....
1. Se eu fizer uma avaliação global de minhas orações o que se sobressai mais: os pedidos
de libertação, cura, ou os de alegria de já estar liberto? 2. Eu sei rezar com meu corpo, ou só uso a
boca, sobretudo, uso o coração e a mente? 3. Prático oração quando estou sozinho? E a oração
solidária?
5. QUATRO GRANDES FAMÍLIAS DE SALMOS.
Quatro Palavras chaves – ATRAVESSANDO UM TÚNEL15
Famílias de Salmos
Salmos de Libertação
Salmos de Instrução
Salmos de Louvor
Salmos da Vida
Palavras chaves
Drama
Lição
Admiração.
Festa.
Evento Bíblico
Opressão – Êxodo.
Eleição – Aliança.
Criação.
Ocasiões especiais.
Dentro do Livro dos Salmos, o seguinte refrão de louvor: “Bendito seja o Senhor, o Deus de
Israel, agora e para sempre! Amém! Amém!” ocorre quatro vezes, como uma espécie de marco para
dividir. Assim, o livro fica dividido em cinco partes:
1ª parte: Salmos 1-41. Sl 41,14, primeiro marco.
2ª parte: Salmos 42 a 72. Sl 72, 18-19, segundo marco.
3ª parte: Salmos 73 a 89. Sl 89,53, terceiro marco.
4ª parte: Salmos 90 a 106. Sl 106,48, quarto marco.
5ª parte: Salmos 107 a 150.
Com essa divisão, o Livro de Salmos passa a sintonizar com os cinco livros do Pentateuco, o
Livro da Lei, como se fosse o lado orante da Lei de Deus.
Ao pensarmos na vida o que vem em nossa mente? Muitas e muitas vezes são os
PROBLEMAS que temos em nosso cotidiano, as nossas preocupações. Basta abrir o jornal, ou assistir
TV, de modo especial os tele-jornais, o que vemos? Morte e mais morte, problemas e mais problemas.
Corrupção, Espetáculo da tragédia da vida humana. E nós consumimos isso tudo. Com os Salmos
acontece algo parecido, porque três quintos dos Salmos refletem situações de crise, situações de
14
15
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 77-79.
Cf. Ibidem, p. 79-81.
problemas profundamente antropológicos. Mas há quem conceba a vida como uma grande escola de
aprendizado. Há também aqueles que se admiram com a vida e sua maravilhosa existência, e mesmo
em meio aos problemas consegue dizer que a “vida é bonita é bonita e é bonita”, enfim é um dom de
Deus. E me diga: quem não gosta de uma Festa, a exemplo disso é só cantarmos:
“Eu fico coma beleza das respostas das crianças, é a vida é bonita e é bonita.
Viver e não ter a vergonha de ser feliz / cantar e cantar e cantar /
A beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei que a vida devia ser melhor e será, mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita”.
(Gonzaguinha).
Para refletirmos...
1. Estamos conscientes de que o povo precisa contemplar a “escola da vida” com um
sistema de alfabetização e de educação mais justo e eficaz? 2. Qual imagem nossa comunidade
reflete? A de uma Igreja alegre e libertada? Ou a de uma Igreja triste e aprisionada em suas
tradições humanas? Lembremos que o Papa Francisco, na Evangelii Gaudium afirmou que existem
muitos cristãos com "cara de funeral"16
6. “OS SALMOS DE LIBERTAÇÃO E CLAMOR DO POVO QUE ATRAVESSA UM
TÚNEL”.
(a) Esses salmos são os mais numerosos e eles contemplam a dimensão libertadora de nossa
liturgia. (b) O alcance comunitário de todo e qualquer drama. (c) Para nós, a oração é antes de tudo
uma atividade individual ou comunitária?
* A FAMÍLIA DOS SALMOS DE LIBERTAÇÃO
Sl 3, 4,5, 6, 7, 9-10, 11-13, 16-17, 18, 20, 21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 30, 31, 32, 34, 35, 36,
38, 39, 40, 41-43, 44, 51, 55, 56, 57, 58, 59-60, 61-64, 66, 68, 69, 70-74, 76, 77, 79, 80, 83, 85-86, 88,
899, 90, 94, 102, 106, 107, 108, 109, 115-116, 118-119, 120, 123, 124, 125, 126, 129, 130, 131, 137,
139, 140, 142, 143-144. - Total: 89 Salmos17.
16
"Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da
mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre
permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos
infinitamente amados. Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de
suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança,
mesmo no meio das piores angústias: «A paz foi desterrada da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém,
guardo no meu coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não acaba, não se esgota a sua
compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade. (...) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor"
(Lm 3, 17.21-23.26). Eu, Rodrigo penso que o papa nos alerta para que em cada manhã,como assim se lê no Livro das
Lamentações, a misericórdia do Senhor se renova, pois não se esgota, o amor de Deus por nós nunca se acaba. Há uma
sobriedade neste parágrafo da Exortação, pois a alegria que nos convida Jesus Cristo não é duradoura em nossa
perspectiva, pois passamos momentos de profundas tristezas na vida, passamos por decepções, causamos desconfortos a
nós e aos outros, porém a tristeza sempiterna não encontra lugar em nosso coração. Por isso que disse o papa que há
cristãos que vivem uma "quaresma sem páscoa". Há cristãos que enterram o Senhor morto na procissão litúrgica e não
voltam no domingo para vê-lo, celebrá-lo ressuscitado pela fé. Suportamos muitas amarguras, agruras da vida. Mas,
insiste-se na alegria que do Senhor, que é nossa força procede. O importante, o centro deste parágrafo está na ideia que o
papa Francisco afirma como um bom jesuíta, ou seja, "não deixe de perceber o feixe de luz que brota da alegria duradoura
de Deus". Este é o segredo: mesmo na fraqueza, somos fortes, mesmo nas tristezas temos a esperança, mesmo na morte, há
ressurreição!
17
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 16s. 21-23.
SALMO DE LIBERTAÇÃO: Sl 70 (71) 1-2.3-4a. 5-ab. 15b.17 (refrão 15 ab)
MINHA BOCA ANUNCIARÁ TODOS OS DIAS
VOSSAS GRAÇAS INCONTÁVEIS Ó SENHOR
EU PROCURO MEU REFUGIO EM VÓS SENHOR
QUE EU NÃO SEJE ENVERGONHADO PARA SEMPRE
PORQUE SOIS JUSTO, DEFENDEI-ME E LIBERTAI-ME
ESCUTAI A MINNHA VOZ, VINDE SALVAR-ME
SEDE UMA ROCHA PROTETORA PARA MIM /
UM ABRIGO BEM SEGURO QUE ME SALVE
PORQUE SOIS A MINHA FORÇA E MEU AMPARO
O MEU REFÚGIO, PROTEÇÃO E SEGURANÇA
LIBERTAÍ-ME Ó MEU DEUS DAS MÃOS DOS ÍMPIOS
PORQUE SOIS Ó SENHOR MINHA ESPERANÇA /
E EM VÓS CONFUIO DESDE A MINHA JUVENTUDE
SOIS MEU APÓIO DESDE ANTES QUE EU NASCESSE
DESDE O SEIO MATERNAL O MEU AMPARO.
MINHA BOCA ANUNCIARÁ TODOS OS DIAS
VOSSA JUSTIÇA E VOSSAS GRAÇAS INCONTÁVEIS
VÓS ME ENSINASTES DESDE A MINHA JUVENTUDE
E ATÉ HOJE CANTO AS VOSSAS MARAVILHAS
* Etapas do Processo de Libertação18
(a) A QUEIXA – Sl 39,3-4. Exposição do problema. Diante de Deus não deixam de desafogar
em lágrimas, gemidos e lamentos. As vezes nada compreendem do que está acontecendo (74,1) e as
vezes perdem a paciência (13,2-3).
(b) A SÚPLICA – Sl 5,2; 6, 3; 13,4. Em vista da libertação, o drama progride, torna-se
súplica. Ao menos infeliz anda a procura de um aliado potente e superior.
(c) A ESPERANÇA – Sl 120,1 – mesmo que ainda não esteja salvo, o salmista confia (Sl 3,67).
(d) A INTERVENÇÃO DIVINA – Teofania divina. Deus de maneira misteriosa e simbólica
se manifesta como o Salvador e protetor dos que sofrem e clamam. Sl 18,7-18. É preciso estar
consciente de que Deus se utiliza de símbolos naturais para se revelar. É muito importante também
percebermos que Deus fala claramente na boca dos profetas (Sl 12,6; 55,23).
(e) A EXPERIÊNCIA DA LIBERTAÇÃO – Sl 116,7-8; Sl 32,5. O salmista sai do túnel
escuro da opressão.
(f) O AGRADECIMENTO – Um vez liberto por Deus de seus problemas, evidentemente o
beneficiário da salvação tem de dizer “muito obrigado”. (Sl 30, 13, 116, 16-19).
(g) A SERENIDADE ESTÁVEL – Nesta etapa o suplicante aguarda, deseja ansiosamente e
já enxerga a solução do seu problema, toda a sua confiança, por assim dizer, está concentrada,
canalizada para um único momento vindouro, a libertação efetiva (Sl 27,1-3).
18
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 24-28.
(h) A COMUNICAÇÃO EM PÚBLICO – Um testemunho como conseqüência do processo
de libertação. O povo que já experimentou a libertação não pode e nem deve ficar mudo e inerte. Tem
de se fazer porta voz da boa noticia para todos os que ainda estão mergulhados na escuridão do túnel.
- A cada Salmo, o próprio drama...
- A Libertação Política – (Opressão) Sl 74, 4.7.19-20.
- A Libertação Social - (Solidão) Sl 22,25-30.
- A Libertação Moral – Sl 32, 8-9.
- A Libertação física e psicológica – Sl 38, 4-12.22-23).
- A Libertação Existencial
- Compare o Sl 73 com Eclesiástico 6, 16-17 ou compare Sl 39, 5-14 com Ecle 3, 18-2119.
Para refletirmos...
Apontemos agora um problema mais amplo que nosso país, nossa região ou nossa
comunidade está vivendo e que ainda não saiu: (a) Com que termos concretos o povo exprime sua
queixa? (b) Com que termos o povo exprime os seus gritos de apelo? (c) O povo tem confiança de ser
liberto? (d) O povo assimilou que a liturgia deve nos levar para a missão, para a mudança, para a
construção do Reino?
7. “OS SALMOS DE INSTRUÇÃO: O POVO VAI À ESCOLA”.
Educação para a justiça – a justiça para nós hoje é a virtude que regula as trocas entre as
pessoas (distributiva), não obstante, elas também são as obrigações das pessoas para com o Estado
(legal), e também dos dirigentes para com o povo (social). “Queremos que haja justiça social para que
possamos viver uma vida ideal” (Pe. Geraldo).
No AT justiça significa profundamente o modo de viver a ALIANÇA. Neste sentido justiça
estava ligada também ao conceito de fidelidade. Ainda podemos dizer que justiça nos Salmos significa
muito mais o forte apelo aos ouvintes da Palavra para com os necessitados, portanto é a dimensão da
justiça social.
Educação para a moral (Sl 37,9.12.14.21.32) – A tarefa do sábio é comparar. E depois,
aproveitando maus exemplos denunciar profeticamente a vontade de Deus sobre a sociedade. O terceiro
passo é deixar-se censurar-se por Deus (50,7). O quarto passo é confrontar-se com a Palavra de Deus
(Sl 1,2). Por fim devemos escutar os conselhos positivos dos sábios, porque Deus fala através deles.
SALMO DE INSTRUÇÃO – Sl 50 (51) 3-4.12-13. 17.19 (refrão Lc 15,18)
VOU AGORA LEVANTAR-ME, VOLTO A CASA DE MEU PAI
TENDE PIEDADE Ó MEU DEUS MISERICÓRDIA
NA IMENSIDÃO DE VOSSO AMOR PURIFICAI-ME
LAVAI-ME TODO INTEIRO DO PECADO
E APAGAI COMPLETAMENTE A MINHA CULPA.
CRIAI EM MIM UM CORAÇÃO QUE SEJA PURO
DAÍ-ME DE NOVO UM PESIRITO DECIDIDO
Ó SENHOR NÃO ME AFASTEIS DE VOSSA FACE
NEM RETIREIS DE MIM VOSSO SANTO ESPÍRITO
19
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 24-43.
ABRÍ MEUS LÁBIOS Ó SENHOR PARA CANTAR
E MINHA BOCA ANUNCIARÁ VOSSO LOUVOR
MEU SACRÍFICIO É MINHA ALMA PENITENTE
NÃO DESPREZEIS UM CORAÇÃO ARREPENDIDO
As condições para um culto autêntico os Salmos de instrução são uma escola para o povo,
uma escola de reciclagem. O programa dela trata essencialmente da justiça. Três são as matérias:
história, moral e liturgia. Templo: Sacerdotes, Deus- Javé e os ídolos).
Salmos de Instrução com predominância histórica – Sl 78,114.
Salmos com predominância moral – 1, 14, 19, 37, 49, 50,52,53, 75, 81-82, 91,95, 112, 127.
Salmos com predominância cultural – Sl 15,24 Total: 19 Salmos20.
Para refletirmos....
1. Em nosso país ou estado, o programa oficial de educação leva em conta a formação do
povo para a justiça social? 2. O que poderia significar hoje a esperança de os “os pobres possuírem
a terra”? 3. O que representa a opção pelos pobres em nossa comunidade, em minha vida de
cristão?4. Na formação religiosa que recebemos desde crianças, quais as principais condições em
que se insistia para poder participar das celebrações litúrgicas?
8. “OS SALMOS DE LOUVOR: O POVO SE MARAVILHA”.
- É um poema para Deus e um poema sobre Deus.
- Elemento imperativo: “Louvem a Javé” elemento explicativo: “pois seu amor por nós é
firme”.
- A Pastoral do louvor.
a) As obras e as maravilhas do Senhor.
b) A Partilha no serviço ao Senhor e a justiça verdadeira.
c) A grandeza de Deus e o sentido profundo da história.
d) A Pastoral do louvor implica que comunidade se engaje na defesa de toda e qualquer vida,
não só a vida humana, mas também a dos animais e das plantas, de modo a salvaguardar o frágil
equilíbrio ecológico do planeta.
- Os motivos para louvar:
a) Louva-se a Deus pela criação.
b) Louva-se o Deus da História.
c) Louva-se o Deus próximo.
d) Louva-se o Deus que Reina sobre seu povo.
SALMO DE LOUVOR – Sl 91 (92)
COMO É BOM AGRADECERMOS AO SENHOR
COMO É BOM AGRADECERMOS AO SENHOR
E CANTAR SALMOS DE LOUVOR AO DEUS ALTÍSSIMO
ANUNCIAR PELA MANHÃ VOSSA BONDADE
E O VOSSO AMOR FIEL A NOITE INTEIRA
O JUSTO CRESCERÁ COMO A PALMEIRA
FLORIRÁ IGUAL AO CEDRO QUE HÁ NO LÍBANO
NA CASA DO SENHOR ESTÃO PLANTADOS
NOS ÁTRIOS DE MEU DEUS FLORESCERÃO
20
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 44-52.
MESMO NO TEMPO DA VELHICE DARÃO FRUTOS
CHEIOS DE SEIVA E DE FOLHAS VERDEJANTES
E DIRÃO: É JUSTO MESMO O SENHOR DEUS
MEU ROCHEDO, NÃO EXISTE NELE O MAL
A família dos Salmos de Louvor.
Sl 8, 29,33, 47, 92, 97-99, 100, 103, 104-105, 111, 113, 117, 135, 136, 145-147, 148-150.
(25 Salmos21).
9. “OS SALMOS DE CELEBRAÇÃO DA VIDA: O POVO FAZ FESTA”.
a) Festas de entronização real: Sl 2, 72, 101,110, 132. – Festas Políticas: 7 de Setembro, 15
de Novembro, como nos comportamos diante destas festas políticas? O que significa CRISTO REI DO
UNIVERSO?
b) Festas Nupciais: Sl 145, 128? - Como o povo se comporta diante das festas de
casamentos? A NOSSA COMUNIDADE TAMBÉM É ESPOSA.
c) Festas Viajantes: Sl 46, 48, 84, 87, 121-122, 133, 134 ? - Rezamos quando vamos viajar?
Quando vamos passear? – O QUE É PARA NÓS UMA ROMARIA?
d) Festas da Colheita: Sl 65, 67. - Agradecemos a Deus pelo nosso trabalho, pelo fruto de
nosso trabalho? – O FERIADO LIGADO À CELEBRAÇÃO DO TRABALHO TEM UM ALCANCE
RELIGIOSO?
(17 Salmos22).
SALMO DE CELEBRAÇÃO DA VIDA (Festas de Viajantes) Sl 121 (122)
QUANTA ALEGRIA QUANDO ME DISSERAM / VAMOS A CASA DO SENHOR
QUE ALEGRIA QUANDO OUVI QUE ME DISSERAM /
VAMOS A CASA DO SENHOR /
E AGORA NOSSOS PÊS JÁ SE DETÊM JERUSALÉM EM TUAS PORTAS /
PARA LÁ SOBEM AS TRIBOS DE ISRAEL AS TRIBOS DO SENHOR /
PARA LOUVAR, SEGUNDO A LEI DE ISRAEL / O NOME DO SENHOR /
A SEDE DA JUSTIÇA LÁ ESTÁ / E O TRONO DE DAVI /
10. OS SALMOS NA PASTORAL
a) FUNÇÃO DO SALMO RESPONSORIAL NA CELEBRAÇÃO LITÚRGICA.
* Instruções Gerais dos Livros Litúrgicos - Constituição Apostólica MISSALE ROMANUM
n.º 61 – A primeira Leitura segue-se o Salmo Responsorial, que é parte integrante da Liturgia da
Palavra, oferecendo uma grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da Palavra
de Deus.
O Salmo Responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do
Lecionário. De preferência o Salmo s33erá cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo.
Assim os salmistas, ou o cantor do salmo profere os versículos do salmo, do ambão ou de outro lugar
adequado, profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada, geralmente
participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é sem refrão.
21
22
GIRARD. Marc. Como ler o Livro dos Salmos. São Paulo: Paulus, 1992, p. 53-58.
Ibidem, p. 59-69.
Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o salmo, foram escolhidos alguns textos
de refrões e de salmos para os diversos tempos do ano, e para as várias categorias de santos, que
poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura, sempre que o salmo é cantado. Se
o salmo não puder ser cantado, seja recitado de modo mais apto para favorecer a meditação da Palavra
de Deus. Em lugar do salmo proposto no Lecionário pode-se cantar também um responsório gradual do
Gradual Romano ou um Salmo Responsorial ou aleluiático do gradual Simples, como se encontram
nesses livros23.
b) Novas Mudanças na Missa
a) O Salmo não é mero canto de meditação (n. 5).
b) Insistência no uso do Canto Gregoriano (n. 2).
c) O Silêncio (n. 12)24.
c) Doc. 43 – Animação da Vida Litúrgica no Brasil n.º 274.
“Entre as leituras cante-se um salmo que favoreça a meditação da palavra escutada, sobretudo
quando é brevemente salientada esta função. Este Salmo Responsorial, Palavra de Deus, é parte
integrante da Liturgia da Palavra e seu texto acha-se diretamente ligado a respectiva leitura (IGMR, 26)
Onde não for oportuno proferir o salmo do dia, sobretudo se cantado, pode –se recorrer a outro salmo
adequado. Podem-se cantar refrões de caráter popular (chamados de refrões meditativos) em lugar do
refrão do salmo. Dar-se-á sempre a preferência à escolha de um salmo em lugar de um outro canto de
meditação, pois importa superar aos poucos o costume de cantar aqui outro canto religioso que não seja
salmo. A Missa é para os cristãos leigos quase o único lugar onde podem descobrir a riqueza
inesgotável dos Salmos”.
d) Estudo 79 da CNBB – “Música Litúrgica no Brasil” n.º 317.
Função: “para a liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido
cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele reaviva o diálogo de
Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e fidelidade. A tradicional execução do salmo
responsorial é dialogal: o povo responde com um curto refrão aos versos sálmicos, cantados por um
solista. Deve ser cantado ou proclamado do ambão.
Forma:
* Há duas maneiras de proclamar os versos dos Salmos: por versículos ou por estrofes.
* No Hinário, volume III, encontram-se salmos e refrões próprios para cada Domingo do
tempo comum (anos A,B,C) cantados com uma mesma 33melodia durante alguns domingos
“congêneres”, para facilitar a participação do povo.
* Outros salmos e refrãos, com ou sem arranjos, podem ser usados, mas sempre em forma
dialogal e em sintonia com o tempo litúrgico, a festa ou ocasião.
23
PAULO VI, papa. Missale Romanum, Op. cit. As Introduções Gerais dos Livros Litúrgicos, São Paulo: Paulus, 2003,
p. 121-122.
24
BECKHÁUSER, Alberto (Frei). Novas Mudanças na Missa. Petrópolis (RJ): Vozes, 2003, p. 20-24.
* Como parte integrante da Liturgia da Palavra (IGMR, 43), este Salmo é sempre um texto
bíblico, comumente extraído do Saltério.
* O Canto do salmo, ajustado à leitura que o precede, não pode ser substituído, então, por um
canto qualquer sobre a Palavra de Deus, como durante certo tempo se andou fazendo com os chamados
“cantos de meditação”, por falta, é claro, de cantos apropriados, o que, não é mais o caso após a
introdução do Hinário Litúrgico.
* Para facilitar a acolhida da Palavra de Deus, é recomendável breve silêncio entre a leitura e
o canto do Salmo Responsorial”.
* Uma vez pronto, o Livro dos Salmos começa a exercer uma função importante na vida do
povo como manual de oração e livro de canto:
• Conserva a memória, pois relembra os fatos importantes da história;
• Educa o povo, pois trazem os grandes apelos dos profetas e dos sábios;
• Reforça a fé, pois convida para o diálogo com Deus e um contato mais íntimo com Deus;
• Anima a caminhada, pois aprofunda o compromisso com a Aliança e com o Projeto de Deus.
11. QUESTIONAMENTOS RELACIONADOS AOS SALMOS
1. O primeiro compromisso do salmista é ler o Documento Conciliar Sacrosanctum
Concilium. Sempre se preparar antes de proclamar o salmo. Ter consciência que é um ministério que
exige conhecimento musical. (exemplificar com o Tom).
2. Se o Salmo deve ser cantado pelo ministério de música? E se ele pode ser cantado do lugar
onde fica o Ministério de Música? Ou deve-se valorizar a função ministerial?
3. Você considera a função de salmodiar, cantar o salmo na Igreja um MINISTÉRIO (múnus
– serviço).
4. Se o salmo pode ser cantado por mais de uma pessoa? Se sim, as duas devem estar no altar?
Ou ainda, alguém pode sair do ministério de canto e ir cantar o salmo e depois voltar a cantar no
ministério?
5. O salmista não deve cantar depois da primeira vez a resposta com o povo, porque se supõe
que o salmo é realizado com solista intercalando com a assembleia.
6. Devemos, portanto aprender a ouvir o grito que o salmo nos trás. Muitas vezes é o mesmo
grito de nossa assembleia.
7. Rezar os Salmos na vida em particular25.
25
SANTOS, Rodrigo, “Curso sobre os Salmos: Os Gritos dos Salmos”. Diocese de Taubaté, 2004. Revisão do autor, com
acréscimos, Pindamonhangaba - SP, Junho de 2014.
12. BIBLIOGRAFIA
As Introduções Gerais dos Livros Litúrgicos. São Paulo: Paulus, 2003.
BECKHAUSER, Alberto. Novas Mudanças na Missa. Petrópolis (RJ): Vozes, 2003.
_____________________. Celebrar a Vida Cristã. Petrópolis (RJ): Vozes, 2000.
BERGANT, Dianne & KARRIS, Robert J (Org). Comentário Bíblico. São Paulo: Loyola,
1999.
BEDIN, Nelci (Org). Mil e uma canções para o Senhor. São Paulo: Paulinas, 2003.
BORTOLINI, José. Conhecer e Rezar os Salmos. Ed. Paulus. SP. 2000
CASTANHO, Amaury (D.). Iniciação à Leitura Bíblica. Aparecida (SP): Santuário, 1980.
CNBB. A Música Litúrgica no Brasil/Estudo 79. São Paulo: Paulus, 1999.
_____. Animação da Vida Litúrgica no Brasil/Documento 43. São Paulo: Paulinas, 1989.
Comentários aos Salmos de Santo Agostinho em 3 volumes. (Coleção da Patrística), São
Paulo: Paulus, 1997.
Concilio Vaticano II. Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium. In Compêndio
Vaticano II, Petrópolis (RJ): Vozes, 29º edição, 2000.
GIRARD, Marc. Como ler o Livro dos Salmos – espelho da vida do povo. São Paulo:
Paulus, 1992.
HAMMAN, A. G. Os Salmos com Santo Agostinho. São Paulo: Loyola, 1992.
HINÁRIOS LITÚRGICOS DA CNBB (4 Fascículos)
1º - Advento, Natal e Ordinário da Missa, 2º Quaresma, Semana Santa, Páscoa e Pentecostes,
3º Domingos do Tempo Comum (anos A,B, C), 4º Sacramentos, Comum dos Santos, Missas
para necessidades especiais.
Livro dos Salmos. CEBI. Roteiros para Reflexão V.
JOÃO PAULO II. Ecclesiae de Eucharistia. São Paulo: Paulus, 2003.
MANNATI, Marina. Para Rezar os Salmos. São Paulo: Paulinas, 1981.
Saltério Litúrgico – Salmos e Cânticos da Liturgia das Horas, Secretariado Nacional de
Liturgia, Coimbra Portugal, 3º edição 1999.
Fita de VHS para Vídeo Cassete - sobre os Salmos com o Pe. José Bortolini (Paulus).
Sabedoria e poesia do povo de Deus. Tua Palavra é Vida 4. CRB/ Ed. Loyola. SP. 1993.
Verde. 14º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 144,1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R 1)
R. Bendirei, eternamente, vosso nome, ó Senhor! Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
1Ao meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu Rei,*
e bendizer o vosso nome pelos séculos.
2Todos os dias haverei de bendizer-vos,*
hei de louvar o vosso nome para sempre.R.
8Misericórdia e piedade é o Senhor,*
ele é amor, é paciência, é compaixão.
9O Senhor é muito bom para com todos,*
sua ternura abraça toda criatura.R.
10Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,*
e os vossos santos com louvores vos bendigam!
11Narrem a glória e o esplendor do vosso reino*
e saibam proclamar vosso poder!R.
13cdO Senhor é amor fiel em sua palavra,*
é santidade em toda obra que ele faz.
14Ele sustenta todo aquele que vacila*
e levanta todo aquele que tombou.R.
Verde. 15º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 64,10.11.12-13.14 (R. Lc 8,8)
R. A semente caiu em terra boa e deu fruto.
10Visitais a nossa terra com as chuvas,*
e transborda de fartura.
Rios de Deus que vêm do céu derramam águas,*
e preparais o nosso trigo.R.
11É assim que preparais a nossa terra:*
vós a regais e aplainais,
os seus sulcos com a chuva amoleceis*
e abençoais as sementeiras.R.
12O ano todo coroais com vossos dons,*
os vossos passos são fecundos;
transborda a fartura onde passais,*
13brotam pastos no deserto.R.
14As colinas se enfeitam de alegria,*
e os campos, de rebanhos;
nossos vales se revestem de trigais:*
tudo canta de alegria!R.
16º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 85,5-6.9-10.15-16a (R. 5a)
R. Ao Senhor, vós sois bom, sois clemente e fiel!
5Ao Senhor, vós sois bom e clemente,*
sois perdão para quem vos invoca.
6Escutai, ó Senhor, minha prece,*
o lamento da minha oração!R.
9As nações que criastes virão*
adorar e louvar vosso nome.
10Sois tão grande e fazeis maravilhas:*
vós somente sois Deus e Senhor!R.
15Vós, porém, sois clemente e fiel,*
sois amor, paciência e perdão.
16aTende pena e olhai para mim!*
Confirmai com vigor vosso servo.R.
17º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 118,57.72.76-77.127-128.129-130 (R.97a)
R. Como eu amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!
57É esta a parte que escolhi por minha herança:*
observar vossas palavras, ó Senhor!
72A lei de vossa boca, para mim,*
vale mais do que milhões em ouro e prata.R.
76Vosso amor seja um consolo para mim,
conforme a vosso servo prometestes.
77Venha a mim o vosso amor e viverei,*
porque tenho em vossa lei o meu prazer!R.
127Por isso amo os mandamentos que nos destes,*
mais que o ouro, muito mais que o ouro fino!
128Por isso eu sigo bem direito as vossas leis,*
detesto todos os caminhos da mentira.R.
129Maravilhosos são os vossos testemunhos,*
eis por que meu coração os observa!
130Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina,*
ela dá sabedoria aos pequeninos.R.
18º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 144,8-9.15-16.17-18 (R.cf.16)
R. Vós abrís a vossa mão e saciais os vossos filhos.
8Misericórdia e piedade é o Senhor,*
ele é amor, é paciência, é compaixão.
9O Senhor é muito bom para com todos,*
sua ternura abraça toda criatura.R.
15Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam *
e vós lhes dais no tempo certo o alimento;
16vós abris a vossa mão prodigamente *
e saciais todo ser vivo com fartura.R.
17É justo o Senhor em seus caminhos,*
é santo em toda obra que ele faz.
18Ele está perto da pessoa que o invoca,*
de todo aquele que o invoca lealmente.R.
19º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 84,9ab-10.11-12.13-14 (R. 8)
R. Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
e a vossa salvação nos concedei!
9aQuero ouvir o que o Senhor irá falar:*
9bé a paz que ele vai anunciar.
10Está perto a salvação dos que o temem,*
e a glória habitará em nossa terra.R.
11A verdade e o amor se encontrarão,*
a justiça e a paz se abraçarão;
12da terra brotará a fidelidade,*
e a justiça olhará dos altos céus.R.
13O Senhor nos dará tudo o que é bom,*
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
14a justiça andará na sua frente*
e a salvação há de seguir os passos seus.R.
Branco. Assunção de Nossa Senhora, Solenidade
Salmo - Sl 44(45),10bc.11.12ab.16 (R. 10b)
À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir.
10b As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
ce à vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.
11.Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
"Esquecei vosso povo e a casa paterna!
12aQue o Rei se encante com vossa beleza!
b Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
16Entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real".
21º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 137,1-2a.2bc-3.6.8bc (R. 8bc)
R. Â Senhor, vossa bondade é para sempre!
completai em mim a obra começada!
1Ao Senhor, de coração eu vos dou graças, *
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos *
2ae ante o vosso templo vou prostrar-me.R.
2bEu agradeço vosso amor, vossa verdade,*
2cporque fizestes muito mais que prometestes;
3naquele dia em que gritei, vós me escutastes*
e aumentastes o vigor da minha alma.R.
6Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres,*
e de longe reconhece os orgulhosos.
8bó Senhor, vossa bondade é para sempre!*
8cEu vos peço: nóo deixeis inacabada,
esta obra que fizeram vossas mãos!R.
22º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 62,2.3-4.5-6.8-9 (R. 2b)
R. A minh'alma tem sede de vós, como a terra sedenta, ó meu Deus!
2Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!*
Desde a aurora ansioso vos busco!
A minh'alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja,*
como terra sedenta e sem água!R.
3Venho, assim, contemplar-vos no templo,*
para ver vossa glória e poder.
4Vosso amor vale mais do que a vida:*
e por isso meus lábios vos louvam.R.
5Quero, pois vos louvar pela vida,*
e elevar para vós minhas mãos!
6A minh'alma será saciada,*
como em grande banquete de festa;
cantará a alegria em meus lábios,*
ao cantar para vós meu louvor!R.
8Para mim fostes sempre um socorro; *
de vossas asas à sombra eu exulto!
9Minha alma se agarra em vós;*
com poder vossa mão me sustenta.R.
23º DOMINGO Tempo Comum
Sl 94,1-2.6-7.8-9 (R. 8)
R. Não fecheis o coração, ouví, hoje, a voz de Deus!
1Vinde, exultemos de alegria no Senhor,*
aclamemos o Rochedo que nos salva!
2Ao seu encontro caminhemos com louvores,*
e com cantos de alegria o celebremos!R.
6Vinde adoremos e prostremo-nos por terra,*
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
7Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,*
as ovelhas que conduz com sua mão.R.
8Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:*
'Não fecheis os corações como em Meriba,
9como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram,*
apesar de terem visto as minhas obras'.R.
Vermelho. Exaltação da Santa Cruz, Festa
Salmo - Sl 77(78),1-2.34-35.36-37.38 (R. cf. 7c)
R. Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
1Escuta, ó meu povo, a minha Lei,*
ouve atento as palavras que eu te digo;
2abrirei a minha boca em parábolas,*
os mistérios do passado lembrarei.R.
34Quando os feria, eles então o procuravam,*
convertiam-se correndo para ele;
35recordavam que o Senhor é sua rocha*
e que Deus, seu Redentor, é o Deus Altíssimo.R.
36Mas apenas o honravam com seus lábios*
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
37seus corações enganadores eram falsos*
e, infiéis, eles rompiam a Aliança.R.
38Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo,*
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira*
e não deu largas à vazão de seu furo R.
25º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 144,2-3.8-9.17-18 (R. 18a)
R. O Senhor está perto da pessoa que o invoca!
2Todos os dias haverei de bendizer-vos,*
hei de louvar o vosso nome para sempre.
3Grande é o Senhor e muito digno de louvores,*
e ninguém pode medir sua grandeza.R.
8Misericórdia e piedade é o Senhor,*
ele é amor, é paciência, é compaixão.
9O Senhor é muito bom para com todos,*
sua ternura abraça toda criatura.R.
17É justo o Senhor em seus caminhos,*
é santo em toda obra que ele faz.
18Ele está perto da pessoa que o invoca,*
de todo aquele que o invoca lealmente.R.
26º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 24,4bc-5.6-7.8-9 (R. 6a)
R. Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e compaixão!
4bMostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,*
4ce fazei-me conhecer a vossa estrada!
5Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação;*
em vós espero, ó Senhor, todos os dias!R.
6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura *
e a vossa compaixão que são eternas!
7Não recordeis os meus pecados quando jovem, *
nem vos lembreis de minhas faltas e delitos!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia*
e sois bondade sem limites, ó Senhor!R.
8O Senhor é piedade e retidão,*
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
9Ele dirige os humildes na justiça,*
e aos pobres ele ensina o seu caminho.R.
Verde. 27º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 79,9.12.13-14.15-16.19-20 (R. Is 5,7a)
R. A vinha do Senhor é a casa de Israel.
9Arrancastes do Egito esta videira,*
e expulsastes as nações para plantá-la;
12até o mar se estenderam seus sarmentos,*
até o rio os seus rebentos se espalharam.R.
13Por que razão vós destruístes sua cerca,*
para que todos os passantes a vindimem,
14o javali da mata virgem a devaste,*
e os animais do descampado nela pastem?R.
15Voltai-vos para nós, Deus do universo!
Olhai dos altos céus e observai.*
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
16Foi a vossa mão direita que a plantou;*
protegei-a, e ao rebento que firmastes!R.
19E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus!*
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!
20Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo,
e sobre nós iluminai a vossa face!*
Se voltardes para nós, seremos salvos!R.
Branco. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Solenidade
Salmo - Sl 44(45),11-12a.12b-13.14-15a.15b-16 (R. 11.12a)
R. Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
que o Rei se encante com vossa beleza!
11Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: +
"Esquecei vosso povo e a casa paterna! *
12aQue o Rei se encante com vossa beleza! R.
12bPrestai-lhe homenagem: é vosso Senhor! +
13O povo de Tiro vos traz seus presentes, *
os grandes do povo vos pedem favores. R.
14Majestosa, a princesa real vem chegando, +
vestida de ricos brocados de ouro, *
15aEm vestes vistosas ao Rei se dirige, R.
15be as virgens amigas lhe formam cortejo, +
16entre cantos de festa e com grande alegria, *
ingressam, então, no palácio real". R.
Verde. 29º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 95,1.2a.3.4-5.7-8.9-10a.c (R. 7ab)
R. ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!
1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
2acantai ao Senhor Deus, ó terra inteira!
3manifestai a sua glória entre as nações,*
e entre os povos do universo seus prodígios!R.
4Pois Deus é grande e muito digno de louvor,*
é mais terrível e maior que os outros deuses,
5porque um nada sóo os deuses dos pagãos.
Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus.R.
7Â família das nações, dai ao Senhor,*
ó nações, dai ao Senhor poder e glória,*
8dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!
Oferecei um sacrifício nos seus átrios.R.
9Adorai-o no esplendor da santidade, *
terra inteira, estremecei diante dele!
10Publicai entre as nações: 'Reina o Senhor!'*
pois os povos ele julga com justiça.R.
Verde. 30º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 17,2-3a. 3bc-4. 47.51ab (R. 2)
R. Eu vos amo, ó Senhor, sois minha força e salvação.
2Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força,*
3aminha rocha, meu refúgio e Salvador!
Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga,*
minha força e poderosa salvação.R.
3bcÓ meu Deus, sois o rochedo que me abriga*
sois meu escudo e proteçóo: em vós espero!
4Invocarei o meu Senhor: a ele a glória!*
e dos meus perseguidores serei salvo!R.
47Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo!*
E louvado seja Deus, meu Salvador!
51aConcedeis ao vosso rei grandes vitórias*
51be mostrais misericórdia ao vosso Ungido.R.
Roxo. Comemoração de todos os Fiéis Defuntos, Solenidade
Salmo - Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)
R. É assim a geração dos que procuram o Senhor!
1Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
2porque ele a tornou firme sobre os mares, *
e sobre as águas a mantém inabalável. R.
3"Quem subirá até o monte do Senhor, *
quem ficará em sua santa habitação?"
4a"Quem tem mãos puras e inocente coração, *
4bquem não dirige sua mente para o crime. R.
5Sobre este desce a bênção do Senhor *
e a recompensa de seu Deus e Salvador".
6"É assim a geração dos que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face". R.
Branco. Dedicação da Basílica do Latrão, Festa
Salmo - Sl 45(46),2-3.5-6.8-9 (R. 5)
R. Os braços de um rio vêm trazer alegria / à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.
2O Senhor para nós é refúgio e vigor, *
sempre pronto, mostrou-se um socorro na angústia;
3assim não tememos, se a terra estremece, *
se os montes desabam, caindo nos mares.R.
5Os braços de um rio vêm trazer alegria *
à Cidade de Deus, à morada do Altíssimo.
6Quem a pode abalar? Deus está no seu meio! *
Já bem antes da aurora, ele vem ajudá-la.R.
8Conosco está o Senhor do universo! *
O nosso refúgio é o Deus de Jacó!
9Vinde ver, contemplai os prodígios de Deus +
e a obra estupenda que fez no universo: *
reprime as guerras na face da terra.R.
Verde. 33º DOMINGO Tempo Comum
Salmo - Sl 127,1-2.3.4-5 (R. 1a) - R. Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
1Feliz és tu se temes o Senhor* / e trilhas seus caminhos!
2Do trabalho de tuas mãos hás de viver,* / serás feliz, tudo irá bem!R.
3A tua esposa é uma videira bem fecunda* / no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira* / ao redor de tua mesa.R.
4Será assim abençoado todo homem* / que teme o Senhor.
5O Senhor te abençoe de Sião, / cada dia de tua vida;*
para que vejas prosperar Jerusalém.R.
Branco. 34º Domingo - Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo Tempo Comum
Salmo - Sl 22,1-2a.2b-3.5-6 (R.1)
R. O Senhor é o pastor que me conduz; / não me falta coisa alguma.
2Pelos prados e campinas verdejantes *
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha, *
3e restaura as minhas forças.R.
5Preparais à minha frente uma mesa, *
bem à vista do inimigo,
e com óleo vós ungis minha cabeça; * / o meu cálice transborda.R.
6Felicidade e todo bem hóo de seguir-me * / por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei *
pelos tempos infinitos.R.
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DIOCESE DE TAUBATÉ - SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS