Fundação de Economia e Estatística
Centro de Informações Estatísticas
Núcleo de Contabilidade Social
COMENTÁRIOS ACERCA DOS NÚMEROS FINAIS DO PIB DO RS E DAS
DEMAIS UNIDADES DA FEDERAÇÃO EM 2010
Equipe Técnica: Juarez Meneghetti (Supervisor)
Martinho Roberto Lazzari (Coordenador)
Carolina Agranonik
Carlos Bertolli de Gouveia
Eliana Figueredo da Silva
Jéfferson Augusto Colombo
Rodrigo de Sá da Silva
Sérgio Fischer
Vinícius Dias Fantinel
Porto Alegre, novembro de 2012
1
1 Visão geral
O ano de 2010 foi marcado pela recuperação econômica da crise que atingiu a economia
global em 2009. Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que a produção mundial de
bens e serviços aumentou 5,1% em 2010 — resultado influenciado, em grande medida, pela
retomada da atividade industrial e do comércio internacional, após um ano de recessão global.
Conforme demonstra a Figura 1, o conjunto dos países emergentes cresceu 7,4%, ante 3,0% de
crescimento médio dos países desenvolvidos. Dentre os emergentes, destaca-se o crescimento dos
países asiáticos em desenvolvimento (9,5%), capitaneados por China (10,4%) e Índia (10,1%). No
segundo grupo, representado pelos países desenvolvidos, os países asiáticos recentemente
desenvolvidos (Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan) cresceram 8,5%, enquanto os
demais países desenvolvidos cresceram 2,8%.
Figura 1
Taxa de crescimento do PIB a preços constantes, por conjuntos de economias, acrescidos de Brasil e
Rio Grande do Sul — 2010
8,0%
7,4%
7,5%
6,7%
7,0%
6,0%
5,1%
5,0%
4,0%
3,0%
3,0%
2,0%
1,0%
0,0%
Mundo
Desenvolvidos
Emergentes
BR
RS
FONTE: INTERNATIONAL MONETARY FUND. World economic outlook. World Economic and Financial
Surveys, Oct 2012. Disponível em: <http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2012/02/pdf/text.pdf>.
Acesso em: 22 nov. 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contas Regionais do Brasil: 2010.
Contas Nacionais do Brasil, Rio de Janeiro, n. 38, 2012. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Regionais/2010/contasregionais2010.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2012.
No contexto brasileiro, os dados consolidados das Contas Regionais, divulgados pelo IBGE
em 23.11.2012, revelam que o PIB encerrou o ano de 2010 com alta de 7,5%, ante uma queda de
0,3% no ano anterior. Individualmente, o setor industrial foi o grande responsável pela retomada da
atividade econômica, com destaque para a indústria de transformação e para a construção civil, que
cresceram 10,1% e 11,6% respectivamente. Nesta última, salienta-se a expansão de 31,1%, em
termos nominais, do crédito do sistema financeiro direcionado para o setor. A agropecuária, por sua
vez, registrou safra recorde de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2010 (149,5 milhões de
toneladas), com destaque para os produtos soja (20,2%), trigo (20,1%) e café (17,6%). Os serviços
2
também apresentaram crescimento, baseado no desempenho das atividades de intermediação
financeira, seguros e previdência complementar (10,0%) e serviços relacionados e de comércio
(10,9%). Cabe destacar que o desempenho do setor comércio está ligado diretamente aos aumentos
da renda real e da expansão do crédito verificados em 2010.
O Rio Grande do Sul (RS) registrou crescimento real de 6,7%, influenciado, em grande
medida, pela recuperação da indústria de transformação. Nessa atividade, destacaram-se dois dos
segmentos mais impactados pela crise de 2009: peças e acessórios para veículos automotores
(37,2%) e máquinas e equipamentos (29,2%). Esses dois setores estão entre os quatro mais
representativos no Valor Adicionado da indústria gaúcha, motivo pelo qual possuem alto grau de
impacto. Na agropecuária, a safra de grãos (arroz, feijão, milho, soja e trigo) registrou alta de 13,5%,
com destaque para o volume de produção da soja (30,6%). O setor de serviços, impulsionado pela
alta do comércio (12,0%), também registrou crescimento. Dentre os segmentos comerciais,
destacam-se o comércio varejista de materiais de construção (35,0%), que acompanhou o ritmo de
crescimento da construção civil, e tecidos, vestuários e calçados (12,9%).
2 Taxa de crescimento do PIB por unidade da Federação
(UF)
A análise interestadual do desempenho econômico brasileiro em 2010 mostra que todas as
27 UFs apresentaram variações positivas, ao contrário de 2009, quando 10 UFs registraram queda na
produção de bens e serviços. Conforme a Figura 2, os crescimentos mais acentuados foram
registrados em Tocantins (14,2%), Espírito Santo (13,8%) e Rondônia (12,6%). As UFs que menos
cresceram no ano foram Distrito Federal (4,3%), Piauí (4,2%) e Mato Grosso (3,6%).
Dentre as cinco maiores economias do País, cresceram acima da média nacional São Paulo
(7,9%), Minas Gerais (8,9%) e Paraná (10,0%). No caso específico de Minas Gerais, além da alta
representatividade do setor industrial, colaborou para tal desempenho a retomada das exportações
de minério de ferro. Rio Grande do Sul (6,7%) e Rio de Janeiro (4,5%) — quarto e segundo lugares
no ranking, respectivamente — apresentaram taxas de crescimento positivas, porém menores que a
média nacional. Um comparativo entre as taxas de crescimento do PIB por UF é elucidado na Figura
2.
3
Figura 2
Taxa de crescimento do PIB, a preços constantes, do Brasil e de suas unidades da Federação — 2010
16,0%
14,2%
13,8%
14,0%
12,6%
12,0%
11,0%
10,9%
10,3%
10,0%
10,0%
10,0%
9,6%
8,9%
8,8%
8,7%
8,0%
8,0%
8,0%
8,0%
7,9%
7,7%
7,5%
6,8%
6,7%
6,6%
6,0%
5,4%
5,3%
5,1%
4,5%
4,3%
4,2%
4,0%
3,6%
2,0%
0,0%
TO
ES
RO
MS
AC
PB
PR
AM
RR
MG
GO
MA
PA
AP
CE
SP
PE
BR
AL
RS
BA
SC
SE
RN
RJ
DF
PI
MT
FONTE: IBGE.
FEE.
4
3 Participação das unidades da Federação no PIB
nacional
Como resultado das variações estaduais do PIB em 2010, houve mudanças na
participação das economias estaduais no PIB brasileiro. A Figura 3 é a síntese da participação
de todas as UFs na economia nacional. São Paulo permanece responsável por cerca de 33,1%
do PIB nacional, seguido de Rio de Janeiro (10,8%), Minas Gerais (9,3%), Rio Grande do Sul
(6,7%) e Paraná (5,8%). O Rio Grande do Sul permaneceu com sua participação na produção
de bens e serviços nacional quase inalterada, ocupando a quarta colocação no ranking das
maiores economias estaduais. Santa Catarina (4,0%) ganhou uma posição, saindo da oitava
para a sétima colocação. Em contrapartida, o Distrito Federal (4,0%) perdeu uma posição.
Na divisão por regiões geográficas, poucas mudanças foram registradas em relação a
2009. A Região Sudeste é aquela que isoladamente mais contribuiu ao PIB nacional (55,4%),
seguida das Regiões Sul (16,5%) e Nordeste (13,5%). As Regiões Centro-Oeste (9,3%) e
Norte (5,3%) completam a lista. Em relação ao ano de 2009, as Regiões Norte (0,3 pontos
percentuais) e Sudeste (0,1 p.p.) ganharam participação, ao passo que a Região Centro-Oeste
(-0,3 p.p.) perdeu. As Regiões Sul e Nordeste não apresentaram variações representativas de
participação no total da produção.
De 2002 a 2010, algumas mudanças importantes ocorreram na distribuição geográfica
do PIB brasileiro. Observa-se uma tendência de gradual desconcentração: As Regiões Centro-Oeste (0,5 p.p.), Nordeste (0,5 p.p.) e Norte (0,6 p.p.) ganharam participação no período,
enquanto as Regiões Sudeste (-1,3 p.p.) e Sul (-0,4 p.p.), historicamente mais desenvolvidas,
perderam participação.
5
Figura 3
Participação do PIB das unidades da Federação, a preços de mercado, no PIB do Brasil — 2010
35,0%
33,1%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,8%
10,0%
9,3%
6,7%
5,8%
5,0%
4,1%
4,0%
4,0%
2,6%
2,5%
2,2%
2,1%
2,1%
1,6%
1,6%
1,2%
1,2%
0,9%
0,8%
0,7%
0,6%
0,6%
0,6%
0,5%
RN
PB
AL
SE
RO
PI
TO
0,2%
0,2%
0,2%
AC
AP
RR
0,0%
SP
RJ
MG
RS
PR
BA
SC
DF
GO
PE
ES
CE
PA
AM
MT
MA
MS
FONTE: IBGE.
FEE.
6
4 PIB per capita
O PIB per capita do RS permaneceu superior ao do Brasil e, também, ao da Região
Sul. Conforme os dados da Figura 4, a renda média no Brasil é mais alta na Região Sudeste
(R$ 25.988), com destaque para São Paulo (R$ 30.243), e na Região Centro-Oeste
(R$ 24.953), com destaque para o Distrito Federal (R$ 58.489). A Região Sul figura em posição
intermediária (R$ 22.723), com destaque para Santa Catarina (R$ 24.398). A seguir, as
Regiões Norte (R$ 12.701) e Nordeste (R$ 9.561) encerram o ranking, com destaque para
Amazonas (R$ 17.173) e Sergipe (R$ 11.572) respectivamente.
Figura 4
PIB per capita do Brasil, de suas regiões e do RS — 2010
30.000
(R$)
25.988
24.953
25.000
23.606
22.723
19.766
20.000
15.000
12.701
9.561
10.000
5.000
0
SUDESTE
CENTROOESTE
RS
SUL
BR
NORTE
NORDESTE
FONTE: IBGE.
FEE.
Na Figura 5, é apresentado um comparativo do PIB per capita interestadual, com todas
as 27 unidades da Federação, acrescidas do Brasil.
7
Figura 5
PIB per capita das unidades da Federação e do Brasil — 2010
(R$)
70.000
60.000
58.489
50.000
40.000
30.243
30.000
25.455
24.398
23.606
23.379
20.814
19.766
20.000
19.644
17.932
17.766
17.173
16.252
15.098
14.052
12.462
12.361
11.572
11.567
11.007
10.822
10.259
10.208
10.000
9.217
8.481
7.874
7.073
6.889
PI
MA
0
DF
SP
RJ
SC
RS
ES
PR
BR
MT
MG
MS
AM
GO
RO
RR
TO
AP
SE
AC
BA
PE
PA
RN
CE
PB
AL
FONTE: IBGE.
FEE.
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