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Executive
Ano 1 - Nº 12 Abril-Maio 2009 - Mensal Preço:3 Euros
Director: Rui Moreira de Sá
Health & Wellness
A REVISTA
DA SAÚDE
E BEM-ESTAR
DOS GESTORES
E QUADROS
Excelência em Saúde
José Miguel Boquinhas,
administrador da HPP Saúde
"O CONFORTO E A
HUMANIZAÇÃO SÃO
DOIS PONTOS
FUNDAMENTAIS"
>Alergias
Diagnóstico precoce e novas
terapêuticas no hospitalcuf
descobertas
>Cancro
As tecnologias que detectam
as células assassinas
>HOSPITAIS
"A eficiência
é o fulcro"
Pedro Lopes, presidente da APAH
>Procrastinação
Estratégias para evitar adiar
tarefas e compromissos
>Sono e saúde mental
Como prevenir a insónia?
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Abril-Maio 2009
29
Ciência
AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA TERAPÊUTICA ONCOLÓGICA
Em nome de uma
radioterapia mais eficaz
Daniela Gonçalves
A
radioterapia consiste "numa utilização
coordenada ou organizada das radiações ionizantes para tratar neoplasias,
na sua maioria malignas (cancros), embora
possa haver um uso nos casos benignos, como
por exemplo, na estenose coronária", define Rui
Rodrigues, director da unidade de radioterapia
do Hospital CUF Descobertas.
Actualmente, a radioterapia é mais eficaz
devido ao aproveitamento organizado da informação prévia dos resultados, realidade que para
o especialista pode assumir uma identidade tecnológica. "Em oncologia usam-se muitas ferramentas além das médicas. Esta especialidade é
uma forma organizada de exercer uma arte",
justifica. Rui Rodrigues explica que o cancro é
uma doença complexa, pois cada tumor tem
comportamentos singulares, sendo imprescindível uma identificação prévia destes resultante
da recolha de uma informação anterior e sistemática. E os avanços tecnológicos revestem,
neste contexto, uma importância considerável.
"À medida que vão surgindo mais tecnologias,
principalmente, as imagiológicas, é possível
reconhecer melhor a extensão dos tumores e a
sua relação com os órgãos adjacentes."
Segundo afirma, a terapêutica pode ser focal,
alargada ou adjuvante dependendo do tipo de
tumor e do seu estadio de evolução. Para Rui
Rodrigues, outra tecnologia crucial é a aplicação
da estatística aos ensaios clínicos, embora não
esteja relacionada com máquinas sofisticadas.
Até porque "é a correcta utilização dos métodos
estatísticos que nos permite que, através da
investigação clínica, se façam os desenvolvimentos que levam à aplicação das terapêuticas
de forma correcta, melhorando, igualmente, o
prognóstico".
|TIPOS DE RADIOTERAPIA |
O modo de aplicação determina se a radioterapia é interna ou externa. A radioterapia de
contacto é um procedimento radioterapêutico
externo e traduz uma aplicação das fontes de
radiação por contacto. Por exemplo, pode ser
aplicada no tratamento de um tumor superficial
de pele, encostando estas fontes à epiderme,
explica.
Já a braquiterapia é uma radioterapia interna
e a origem etimológica desta palavra provém do
conceito perto. De acordo com o especialista, e a
título de exemplo, usando esta técnica de radioterapia para tratar tumores da próstata, "usa-se
um ecógrafo para poder visualizar este orgão e
um aplicador que introduzirá as sementes de
material radioactivo, através de agulhas na
próstata".
A radioterapia intracavitária é outro tipo de
radioterapia interna em que se efectua a introdução de fontes radioactivas no interior de cavidades já existentes. "Podemos fazer isso no
útero, no esófago, nas vias biliares, ou até de
uma forma intravascular - no caso das estenoses coronárias - para reduzir a probabilidade do
seu reaparecimento", exemplifica.
|EFEITOS DA RADIAÇÃO|
Há dois tipos de efeitos secundários da
radiação, a saber os que ocorrem durante o tratamento (imediatos) e os que se evidenciam
vários meses ou anos após a terapêutica (tardios), com eventuais implicações no modo de
funcionamento celular, especifica Rui
Rodrigues. Refere que "os efeitos secundários
são mais conhecidos por serem mais visíveis. O
doente está a fazer irradiação em determinada
zona e surgem reacções na pele ou nos orgãos
próximos da zona irradiada".
Como a capacidade de regeneração das células neoplásicas é menor e crescem a um ritmo
superior, a radiação destróia-as mais celeremente. "Ao fazer a radiação externa de uma forma
fraccionada, damos algum tempo para que as
células normais regenerem, embora se tente
optimizar este equilíbrio entre uma maior destruição possível das células neoplásicas e menor
das células sãs", esclarece. Acrescenta que este
procedimento está validado pela evidência científica. Os avanços tecnológicos ajudam a
aumentar a eficácia da radioterapia. Isto porque
"a tecnologia maximiza todo o processo terapêutico, pois o que se pretende é administrar o
tratamento certo ao doente certo no local certo.
Com a TAC, consigo ver os tecidos com maior
detalhe e precisão e isso facilita a determinação
de local onde se encontra o orgão, possibilitando uma radioterapia mais eficaz".
O QUE É
O ACELERADOR LINEAR?
Este equipamento acelera as partículas a
uma velocidade próxima à da luz, gerando
uma energia considerável que modifica os
tecidos, revela Rui Rodrigues. Trata-se de um
aparelho de tratamento que permite, actualmente, realizar radiografias de verificação e
imagens semelhantes às de uma TAC, para
garantir a fidedignidade da terapêutica.
Através do primeiro exame, visualizam-se os
ossos e do segundo (TAC), observa-se o interior do organismo, melhorando a eficácia da
localização do tratamento. O acelerador pode
ser dotado de um acessório que possibilita a
monitorização da respiração do doente. Evitar
que a irradiação incida sobre a área limítrofe
da zona-alvo em tumores móveis com a respiração é o objectivo.
Health & Wellness
A radioterapia é um dos tratamentos mais
eficazes em oncologia e tem beneficiado da
recolha prévia e organizada de informação relativa
aos casos clínicos e do uso de tecnologia
imagiológica e informática de última geração.
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o conforto e a humanização são dois pontos fundamentais